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PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE
INTERESSE COLETIVO

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75.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO

CRIME

O tipo do art. 201: “Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho,

provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo.” A pena:
detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

O bem jurídico protegido é o interesse público da população na continuidade de

obra pública ou serviço de interesse coletivo.

Sujeito ativo do crime é qualquer pessoa, empregador ou empregado. Sujeito

passivo é a coletividade.

75.2 TIPICIDADE

75.2.1 Conduta e elementos do tipo

Esse tipo guarda semelhanças e diferenças substanciais com o anterior. A conduta

consiste na participação em lockout ou em greve, todavia sem o emprego de violência
contra pessoa ou coisa, mas, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de
interesse coletivo.

Ao participarem do movimento coletivo, o agente e seus concorrentes dão causa, com

a abstenção de sua atividade, à interrupção do andamento de uma obra pública de
interesse da coletividade ou de um serviço importante para a vida da população. Estão
alcançados pela norma os serviços de transporte coletivo urbano e de fornecimento de
água e de energia elétrica, que são essenciais para a normalidade da vida social.
2 – Direito Penal II – Ney Moura Teles

Deve o agente estar consciente de que, com a paralisação de sua atividade, a obra
ou o serviço de interesse coletivo será interrompido e ter vontade livre de, ainda assim,
participar do movimento. Basta o dolo eventual, em que o agente, mesmo não desejando a
interrupção, nela consente, se acontecer. Não se admite a forma culposa.

75.2.2 Consumação e tentativa

A consumação do crime acontece quando a obra ou o serviço é interrompido, não

sendo necessário que a interrupção se prolongue por tempo duradouro.

A tentativa será reconhecida apenas na hipótese de que, estando prestes a dar-se a

interrupção, a obra ou o serviço tem sua continuidade assegurada pela intervenção pronta
do Estado ou de outra pessoa.

75.3 AÇÃO PENAL

A ação penal é pública incondicionada. A competência é do juizado especial

criminal, por força da aplicação da Lei nº 10.259/2001 – que considerou infração penal de
menor potencial ofensivo o crime a que a lei comina pena máxima não superior a dois anos
– permitida a suspensão condicional do processo penal, nos termos do art. 89 da Lei nº
9.099/95.