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2º Ano

Li ter atura em Lí ngua


Portug ues a

1º Bimes tr e 2009
ARCAD ISM
O

X
ROMANTISMO
ARCADISMO

Jardins do Palácio de Versalles O pintor francês Watteau é o grande intérprete


Paris - França do refinamento das elites francesas do século
XVIII, antes da Revolução. Festas galantes,
cenas campestres e referências pastoris
constituem o seu universo temático, a exemplo
dos textos do Arcadismo
ARCADISMO
O QUE É?

O Arcadismo é uma escola


literária surgida na Europa no
século XVIII. O nome dessa
escola é uma referência à
Arcádia, região bucólica na
Grécia, tida como ideal de
inspiração poética. No Brasil,
o movimento árcade toma
forma a partir da segunda
metade do século XVIII.
A principal característica
desta escola é a exaltação da
natureza e de tudo que lhe diz
respeito.
ARCADISMO
CARACTERÍSTICAS

O desejo da natureza, a realização da poesia pastoril, a


reverência ao bucolismo são traços marcantes da literatura
arcádica, disposta a fazer valer a simplicidade perdida no
Barroco.
• Fugere urbem (fuga da cidade)
• Locus amoenus (lugar aprazível, ameno)
• Aurea Mediocritas (mediocridade áurea - simboliza a
valorização das coisas cotidianas focalizadas pela razão)
• Inutilia truncat (cortar o inútil - eliminar o rebuscamento
barroco)
• Neoclassicismo
• Pseudônimos pastoris (fingimento poético para não
revelar sua autoridade)
• Carpe diem (aproveite o dia)
ARCADISMO
CARACTERÍSTICAS
RECREIOS CAMPESTRES NA COMPANHIA DE MARÍLIA

“OLHA MARÍLIA, AS FLAUTAS DOS PASTORES


QUE BEM QUE SOAM, COMO ESTÃO CADENTES!
OLHA O TEJO A SORRIR-SE! OLHA, NÃO SENTES
OS ZÉFIROS BRINCAR POR ENTRE AS FLORES?

VÊ COMO ALI BEIJANDO-SE OS AMORES


INCITAM NOSSOS ÓSCULOS ARDENTES!
EI-LAS DE PLANTA EM PLANTA AS INOCENTES,
AS VAGAS BORBOLETAS DE MIL CORES!

NAQUELE ARBUSTO O ROUXINOL SUSPIRA,


ORA NAS FOLHAS A ABELHINHA PÁRA,
ORA NOS ARES SUSSURRANDO GIRA:

QUE ALEGRE CAMPO! QUE MANHÃ TÃO CLARA!


MAS AH! TUDO O QUE VÊS, SE EU TE NÃO VIRA,
MAIS TRISTEZA QUE A MORTE ME CAUSARA.”
MANUEL BOCAGE
ROMANTISMO
ROMANTISMO
O QUE É?

O ROMANTISMO SURGIU APÓS A REVOLUÇÃO


FRANCESA E INFLUENCIOU O SÉCULO XIX.
ROMPENDO COM A POSTURA RACIONAL DA ESTÉTICA
ÁRCADE, O MOVIMENTO INTERPRETA A REALIDADE PELO
FILTRO DA EMOÇÃO. COMBINADA À ORIGINALIDADE E AO
SUBJETIVISMO, A EXPRESSÃO DOS SENTIMENTOS DEFINE
O PRINCÍPIOS DESSA PRODUÇÃO ARTÍTICA.
A ESTÉTICA ROMÂNTICA SUBSTITUI A EXALTAÇÃO DA
NOBREZA PELA VALORIZAÇÃO DO INDIVÍDUO E DE SEU
CARÁTER.
POUCO A POUCO, OS VALORES BURGUESES VÃO
SENDO APRESENTADOS COMO MODELOS DE
COMPORTAMENTO SOCIAL NAS OBRAS DE ARTE QUE
COMEÇAM A SER PRODUZIDAS.
ROMANTISMO
CARACTERÍSTICAS

 Neologismo, linguagem oral. Dicção mais solta e mais compatível com o


gosto e o entendimento da burguesia e do povo.
Individualismo, imposição do "eu". Busca de aspectos selvagens da vida,
como a paixão, a loucura, o ímpeto de revolucionar, o tédio, a morbidez.
Ruptura com a disciplina clássica. Formas fixas abandonadas misturando
gêneros e formas. A epopéia é substituída pelo romance histórico. Preferência
pelo conto, pela novela e pelo romance. No teatro, a tragédia e a comédia são
substituídas pelo drama.
Predomínio da emoção. A freqüência do uso de recursos expressivos,
como interjeições, pontos de exclamação, reticências, dupla pontuação e
apóstrofes violentas, mostra a intensidade da emoção, o tumulto interior.
Religiosidade. Sugestões bíblicas e medievais.
Idealização da mulher. Idealiza a mulher como anjo ou demônio.
Idealismo, insatisfação. Conflito eu x mundo levando ao desejo de
evasão, vindo a morbidez, o tédio, o negativismo, o culto da solidão, o
saudosismo, o gosto pelas ruínas.
Nacionalismo. Valorização do passado histórico (heróis reais ou
lendários), da cultura local.
ROMANTISMO
CARACTERÍSTICAS
TRONCO DESPIDO

QUAL TRONCO DESPIDO


DE FOLHA E DE FLORES,
DOS VENTOS BATIDO
NO INVERNO GELADO
DE ARDENTES QUEIMORES
NO ESTIO ABRASADO,
DE NADA SENTIDO,
QUE NADA ELE SENTE...
ASSIM AO PRAZER,
À DOR INDIF'RENTE,
VÃO-ME AS HORAS DA VIDA
COMPRIDA
CORRENDO,
VIVENDO,
SE É VIDA
TAM TRISTE VIVER.

ALMEIDA GARRET
Estética clássica Estética romântica
Classe dominante : NOBREZA Classe dominante: BURGUESIA
As obras clássicas são povoadas por As obras românticas são habitadas por
deuses, soberanos nobres, seres mortais comuns. São jovens de classe
superiores, capazes de ações média ou popular, que amam, odeiam,
incomuns e maravilhosas. lutam para subir na vida.
Os herois clássicos geralmente Os herois romanescos podem ser
pertencem a um mundo bem diferente deficientes físicos, marginais, doentes,
do cotidiano. viciados, bem reais.
Estética romântica
Liberdade de criação e subjetivismo
O escritor romântico recusa formas
poéticas, usa o verso livre, adota herois
grandiosos, geralmente personagens
históricas que foram, de algum modo,
infelizes: vida trágica, amantes
recusados, patriotas exilados (Dante,
Tasso, Camões).
Estética clássica
Não há obediência à harmonia de
Condicionamento e objetivismo formas. O disforme e o feio também
podem ser artísticos. A concepção de
O escritor clássico segue padrões pré-
beleza é relativa.
estabelecidos: formas e temas
tradicionais do gênero lírico, forma fixa
na epopéia, herois que representam
valores sociais (Ulisses, Aquiles, Enéias).

Além disso, busca um elevado teor de


verossimilhança. Procura o caráter
universal, válido em qualquer tempo.
Estética clássica Estética romântica
Primado da razão Primado do sentimento
A obra resulta de uma construção por A obra resulta da imaginação, da
equilíbrio entre as partes, pela fantasia. Exaltam-se os sentidos, e
moderação, pela racionalidade, pela tudo o que é provocado pelo impulso é
coerência interna. permitido.
Há um policiamento do texto, evitando Supervalorizam-se o amores, a
excessos ou inconveniências. virgindade, o sentimento nostálgico, o
saudosismo, a melancolia, o sonho.
Estética clássica Estética romântica

Contemporaneidade Historicismo
Representação da vida contemporânea Evasão no tempo, remetendo à Idade
à época do autor. A recorrência ao Média, berço das nações européias
passado serve somente para captação (medievalismo), ou evasão no espaço,
de modelos, como os da arte greco- para regiões selvagens, de povos não
romana. contaminados pela civilização.
Estética clássica
Estética romântica
Otimismo
Pessimismo
Concepção tão idealizada da realidade
A impossibilidade de realizar o sonho
que sempre apresenta o seu lado bom
absoluto do “eu” gera a melancolia, a
e prazeroso.
angústia, a busca da solidão, a
Mesmo quando critica a sociedade, o inquietude, o desespero, a frustração,
objetivo do autor clássico é corrigir seus que levam às vezes ao suicídio,
defeitos. Há um efeito moralizante na refletindo a evasão na morte, solução
obra. definitiva para o mal-do-século.
Estética clássica Estética romântica
Culto ao real Culto ao fantástico
Um dos princípios fundamentais da O mundo romântico abre-se com
estética clássica é a verossimilhança. facilidade para o mistério, para o
sobrenatural. Representa com frequência
As ações inventadas são tão vinculadas
o sonho, a imaginação. O que acontece
ao real que é possível dar crédito a elas.
na obra é impossível de ocorrer na
Mesmo quando há episódios mitológicos, realidade, pois é fruto de pura fantasia:
os mitos têm características humanas. não carece de fundamentação lógica, do
uso da razão.
Estética clássica Estética romântica
Culto à cultura
O escritor clássico tem apreço pela Culto à natureza
tradição cultural, dela recebendo os
O escritor romântico é fascinado pela
modelos e as motivações para produzir.
natureza. É atraído pela força da
Alimenta-se do passado e dos padrões paisagem: altas montanhas, florestas
culturais do presente, valorizando a riachos, pássaros.
ideologia vigente.
Privilegia o natural e o puro
(idealização do índio)
Pa inel d a é poca
•Processo crescente de industrialização
•Importância da Revolução Francesa
•Ascensão da burguesia
•Oposição ao clássico
•A literatura torna-se mais popular
•Desenvolvimento de temas nacionais
•Exaltação da natureza pátria
•Criação do herói nacional (no Brasil o índio)
•Exaltação do passado histórico: culto à Idade
Média
•Supervalorização das emoções pessoais
•Egocentrismo
•Fuga da realidade: álcool, doenças, suicídios,
mortes.
ROMANTISMO PELO MUNDO:

Inglaterra: Lord Byron, Walter Scott, Mary


Schelley

França: Musset, Lamartine, Chateaubriand, Victor


Hugo, Alexandre Dumas (Pai), Alexandre Dumas
(Filho).

Alemanha: Madame Staël, Goethe, Schiller

EUA: Edgar Allan Poe, Emily Dickinson


ROMA NTI SM O EM PORTUGAL (182 5 a
186 5)
Almeida Ga rr ett : O AR CO DE SANT’ ANA,
CAMÕES, VIAGENS DE MINHA TE RRA .
Alex an dre Herc ul ano: EURICO, O
PRESB ÍTER O;
Cami lo Caste lo Bran co: AMOR DE
PERD IÇÃO, AM OR DE SA LV AÇÃ O, O
JUDEU.
Júl io Di nis: AS PUPI LA S DO SENHOR
REITOR, OS FIDAL GOS DA CA SA
MOUR ISC A.
Joã o de De us: CAMPO DE FL ORES e
O NOIVADO NO SEPULCRO.
CARTILHA MATE RNAL .
ROMANTISMO NO BRASIL (1836 a 1881)
POESIA

PRIMEIRA GERAÇÃO – nacionalista, indianista e


religiosa. Gonçalves Dias e Gonçalves de
Magalhães.

SEGUNDA GERAÇÃO – marcada pelo “mal do


século”, apresenta egocentrismo exacerbado,
pessimismo, satanismo e atração pela morte.
Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes
Varela e Junqueira Freire.

TERCEIRA GERAÇÃO – formada pelo grupo


condoreiro, desenvolve uma poesia de cunho
político e social. A maior expressão deste grupo é
Castro Alves. Há também Sousândrade.
1ª GERAÇÃO
Na cionali smo
In dia nis mo

• Gonçalv es de Magalh ães


Suspiros Po étic os e Saudades

● Go nçalves D ia s
I-J uca P irama
Canção d o Ex íli o
PRIMEIRA GERAÇÃO
ESCAPISMO/ INDIANISMO/ NACIONALISMO

• Fuga para um mundo criado à base da


imaginação, no qual se idealizavam:
a) o sobrenatural e a religião;
b) o amor e a mulher;
c) a natureza;
d) os lugares exóticos e distantes;
e) o passado (sobretudo o medieval);
f) a pátria;
g) o índio (Brasil).
FASE D E F ORMA ÇÃO

Grupo fluminense

• Sediado na capital do Império e protegido


diretamente pelo próprio Imperador
articulou-se em três revistas:
* Niterói
*Minerva Brasiliense
*Guanabara;

• A este grupo pertencem: Gonçalves de


Magalhães, Manuel Araújo Porto Alegre,
Joaquim Norberto de Sousa e Silva.
Gr upo Ma ranhense

• Constituído por Sotero dos Reis, João


Francisco Lisboa e Odorico Mendes, teve
menor projeção. Contudo coube ao
maranhense Gonçalves Dias o papel de
consolidar o Romantismo identificando-se
fortemente com o gosto poético nacional;
• Gonçalves Dias foi autor da primeira obra
romântica de êxito- PRIMEIROS CANTOS
( 1846);
Estes dois grupos têm em comum
resíduos do Classicismo. Mesmo assim ,
aproximam-se da nova literatura pelo tema
indianista, pela melancolia, pela
reabilitação da poesia religiosa
GONÇA LVES DE
MAGALHÃ ES
( 1 811 /1882)
• Formou-se em Medicina em 1832, mesmo ano em que
editou o volume Poesias;
• Em 1836 publica a revista Niterói, Revista brasiliense e
Suspiros Poéticos e Saudades- volume nitidamente
romântico;
• É considerado iniciador do Romantismo brasileiro;
• Também fazem parte de sua obra: Olgiato( teatro) e A
Confederação dos Tamoios ( poesia épica);
• Gonçalves de Magalhães foi apelidado de “ O Romântico
Arrependido”, pois ainda que teorizasse como
romântico, propondo a primazia da imaginação, da
emoção, continuava escrevendo sob severa disciplina
clássica;
Apólogo: O Carro e o Burro
 
Um touro, não amestrado
No exercício de carreiro,
Num falso passo que deu
Pôs o carro no lameiro.

Conhecendo esse embaraço,


Procurou sair de modo,
Que ao menos salvasse a vida,
Visto o carro estar no lodo.
(...)
Até que um burro já velho,
Cheio de louca vaidade,
Cuidou ser esse o momento
De ganhar celebridade.

— A que vás lá? — Disse um desses


Que pastavam por aí:
Deixa vir quem disso entenda;
Que isso não é para ti. —
O Dia 7 de Setembro, em Paris
 
Longe do belo céu da Pátria minha,
Que a mente me acendia,
Em tempo mais feliz, em qu'eu cantava
Das palmeiras à sombra os pátrios feitos;
Sem mais ouvir o vago som dos bosques,
Nem o bramido fúnebre das ondas,
Que n'alma me excitavam
Altos, sublimes turbilhões de idéias;
Com que cântico novo
O Dia saudarei da Liberdade?

Ausente do saudoso, pátrio ninho,


Em regiões tão mortas,
Para mim sem encantos, e atrativos,
Gela-se o estro ao peregrino vate.
Tu também, que nos trópicos te ostentas
Fulgurante de luz, e rei dos astros,
Tu, oh sol, neste céu teu brilho perdes.
(...)
Soneto à Vista dos Belos Quadros do Sr. Manuel de Araújo
Porto-Alegre
 
Que mágico pincel, mimo de Apolo,
Com muda locução, com vivas cores,
Faz da Pátria passar os Defensores
Desde o pólo do Sul do Norte ao pólo?

Quem tanto esmalta o Brasileiro solo?


Estes belos painéis, tão faladores
Mais encantos possuem que os Amores
Quando da terna mãe se erguem do colo.

Rafael do Brasil, eu te saúdo.


Tu serás entre nós das Belas Artes
Um novo vingador, um forte escudo.

Honra à Pátria não dão feroces Martes,


Mas Artistas quais tu! Elmano, eis tudo
Porque atroam do mundo as quatro partes.
A T ristez a
Tri ste s ou co mo o salgueiro
Solitár io junto ao lago,
Que depoi s da t emp est ade
Mostra dos r ai os o estr ago.
De dia e noit e so zinho
Causa hor ror ao caminhante,
Que nem mesmo à s ombr a s ua
Quer pousar um só instante.
Fatal le i da nat ureza
Secou minha alma e m eu rosto;
Pro fundo abism o é meu peito
De amar gu ra e de desgos to.
À ventur a tão sonhada,
Com que outr ora me iludia,
Adeus disse, o derrad ei ro,
Té seu nome m e angu stia.
Do mundo já nada espero,
Nem sei por que inda vivo!
Só a esperança da mor te
Me causa al gu m lenit iv o.
Adeus à P átr ia

Adeus, oh P átr ia ama da,


Terr a sau dosa, onde eu abr i meu s olhos
Pela vez pr ima ao s ol amer ica no;
Onde nos bra ços mater nais s uspenso,
O t eu am or co' a vida
No albor dos ano s meus fr uí go st oso .
Oh mar gen s do Janeir o,
Eu me ausento de vós co m mágoa e pr anto!
Adeus, brilhant e céu da ter ra minha!
Adeus, oh serras que vinguei difícil!
Adeus, sombrias v árz eas,
Que vezes pas seei meditabundo.
Adeus, augustas tor res
Do templo, onde lavei-me do pecado!
O som funér eo d os sagrado s br onz es
Ainda vem m ag oar os meus ouvidos,
E n' alma des per tar -me
Tristí ssimas, cruéis reminiscências.
(...)
Invocação à saudade

Tu, que n' alma te embebes mag oad a,


Mel anc ól ic a dor , e gota a got a
Ver tes no coração t óxi co ac erbo,
Que ent orpece a existência, e a vida ra la !
Tu, tir ana da aus ênc ia , qu e retr atas
Em fugitiva sombra, em negro quadr o
A imagem do pas sado;
Que ao f ilho sempre a mãe anosa antol ha s,
A pátr ia ao peregr ino, o am igo ao a migo,
O esposo à esposa; e ao malf adad o escr av o,
Que sem fut uro pelo mundo v aga,
Mos tras a liberdade, e o lar pater no ;
E a cada sim ula cr o que apresentas,
Com far pado a gui lhão rasgas o p ei to
Do tr iste que te s of re;
E nos olhos sanguíneos, encovados,
Não lágr imas destil as ,
Mas f el , só at ro fel, bár bara, espremes.
Gonçalve s Dia s
( 1823/1864)
• Mesti ço, Gonçal ves Dia s fo rma -
se em Di rei to com grandes
di ficuldades;
• Foi o prim eiro poeta no
Romanti smo brasi leiro a trazer,
em níve l artí stico e al tura
épi ca, as tradi ções indí gen as,
personagens, ritos, lendas ,
ambi ênci as;
• Expl orou também o
Obras d e Gonçalve s
Dia s
• POESIA: Primeiros Cantos (1846), Segundos
Cantos (1848), Sextilhas de Frei Antão
(1848), Últimos Cantos (1851), Cantos
(1857), Os Timbiras (1857);
• TEATRO: Patkull, Beatriz Cenci, Leonor de
Mendonça, Boabdil;
• OUTROS GÊNEROS: Meditação (1845/6) -
poema em prosa, Dicionário da Língua Tupi
(1857), Brasil e Oceania (1852) – memória
histórica;
• TRADUÇÃO: A Noiva de Messena (1863);
CARACT ERÍ STI CAS DA
PO ESI A

GONÇ AL VEAN A
Gonçalves Dias fundamentou as bases de uma
poesia brasileira. Consolidou o Romantismo,
incorporando à nossa literatura temas e formas
que servirão de modelos aos demais períodos...
• A riqueza temática é expressa na multiplicidade de
assuntos que versou: poesia indianista, lirismo
amoroso, poesia religiosa, poesia saudosista;
• Gonçalves Dias por ter formação clássica, leva e
expressa esta herança em seus poemas- disso
decorre uma poesia meio-termo entre a rigidez, a
sobriedade, o equilíbrio e o derramamento
romântico;
• Outro aspecto presente em suas poesias são as
expressividades rítmicas e melódicas;
TEMAS CE NTRA IS
• POESIA INDIANISTA: O Indianismo expressa um
ideal de homem brasileiro. É um índio mítico,
lendário, inspirado no bom selvagem. Tem por
modelo o cavaleiro medieval-herói, nobre,
guerreiro, fiel aos deveres tribais;
• POESIA LÍRICO-AMOROSA: A lírica amorosa de
Gonçalves Dias inspira-se no sentimentalismo e
numa concepção eminentemente trágica do amor
( amar é chorar, sofrer e morrer);
• A LÍRICA NATURALISTA E SAUDOSISTA: É
constante a atitude de contemplação da natureza
como manifestação de Deus. A natureza é também
refúgio e confidente do poeta, nos momentos de
saudade, solidão e desalento.
NACIONALISMO INDIANISTA
• Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite, Gonçalves Dias
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
De Primeiros cantos (1847)
Lei to de fo lh as ve rd es
Por q ue t ard as, Ja tir, q ue ta nto a c usto
À v oz d o me u a mo r m oves te us p assos?
Da no ite a vira çã o, m ovendo a s fo lha s,
Já no s ci mo s do s bo sq ue s ru mo re ja .
Eu s ob a co pa d a ma ngue ira a ltiva
No ss o le ito ge ntil c obri z elo sa
Co m m im oso ta piz d e fo lh as b ra nd as,
On de o f rou xo lu ar br inc a e ntre a s fl or es.
Do ta ma rin do a flo r ab riu-se há p ouco,
Já solta o b og ari m ais d oce a ro ma!
Co mo p re ce de a mor , co mo esta s pr ec es,
No s ilên cio d a n oite o b osq ue e xala .
Minha Vida e Meus Amores
Mon Dieu, fais que je puisse aimer!
S.Beuve
Quando, no albor da vida, fascinado
Com tanta luz e brilho e pompa e galas,
Vi o mundo sorrir-me esperançoso:
Meu Deus, disse entre mim, oh! Quanto é doce.
Quanto é bela esta vida assim vivida!
Agora, logo, aqui, além, notando
Uma pedra, uma flor, uma lindeza,
Um seixo da corrente, uma conchinha
À beira-mar colhida!
Foi esta a infância minha;
a juventude
Falou-me ao coração:
- amemos, disse,
Porque amar é viver.
I-Juca P ir am a (IV)
Meu canto de mort e,
Guerr eiros, ouvi:
Sou filho das selvas ,
Nas se lvas cr esc i;
Guerre iros, desc endo
Da t ribo T upi.
Da tr ibo pujante,
Que agor a anda err ante
Por fado inconstant e,
Guerre iros, nasc i;
Sou bravo, sou for te,
Sou filho do N orte;
Meu canto de mort e,
Depr ecação

Tupã, ó Deus grande! C obriste o t eu rosto


Com denso ve lam e de penas genti s;
E jazem t eus filhos cl amando vingança
Dos bens que lhes des te da perda infeliz!
Tupã, ó Deus grande! T eu r osto descobre:
Bastant e sofremos com tua vingança!
Já lágrimas tr istes chorar am t eus filhos,
Teus filhos que choram tão gr ande mudanç a.
Anhangá impiedoso nos trouxe de longe
Os homens que o raio manejam cruent os ,
Que vivem s em pát ria, que vagam sem t ino
Trás do our o correndo, vor ace s, sedento s.
Se se morr e de am or
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração – abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos,
D’altas virtudes, té capaz de crimes!
Compreender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes.
Isso é amor, e desse amor se morre!
Marabá

E as doces pal avras que eu ti nha cá dentro


A quem nas di rei ?
A quem nas di rei ?
O ramo d’ acácia na fronte de um homem
Jamai s ci ngirei :
Jamai s um guerrei ro da mi nha arasói a
Me desprenderá:
Eu vivo soz inha, chorando mesqui nha,
Que sou Marabá!
Não me deixes!

Debr uçada nas águas dum rega to


A f lor diz ia em vão
À cor rente , on de be la se mirava...
“Ai , não m e deixes, não!”
“Co migo f ica o u le va-me cont igo
“Do s mar es à amplidão,
“Límpido ou t urvo, te amarei const ante;
“Mas não me de ixes , não!”
E a corr ente passava; nov as águas
Após as outr as vão;
E a flor s empr e a diz er curva na fonte :
“Ai , não m e deixes, não!”
2ª GERAÇÃO
Segunda Geração
Byronian a/Indi vi aduali sta/
Mal - do - sécul o/ Ultr a- Românti ca
• Caracteriza-se pela exasperação
do subjetivismo; pelo exagero do
sentimentalismo, da imaginação;
• A morte, o pessimismo, o tédio à
vida; o escapismo através do
álcool, da fantasia, do
intelectualismo livresco; a
saudade, o erotismo idealizado ou
reprimido povoam a poesia
desses jovens.
• Sentimento de derrota diante da
vida (mal -do-s écu lo ) expresso
em:
b) ceticismo;

b) ironia;

c) sarcasmo;

d) spleen;
LEMBRANÇA DE MORRER

No more! O never more!


SHELLEY

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,


Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura Álvares de Azevedo
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro...
Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro...
(...)
Obras:
• Li ra dos Vi nte Anos;
• O Poema do Frade e Conde
Lopo;
• Macári o;
• A Noi te n a Taverna;

“Se eu morr esse a manhã v iria ao


me nos
Fechar meus olhos min ha tris te irm ã;
Minha mãe d e s audades morre ria
Se e u mo rr esse ama nhã!”
Características das obras
• Idéias íntimas;
• A poesia cerebral;
• Erotismo- amor se realiza somente
no plano da fantasia;
• Os presságios da morte.

“Descansem o meu leito solitário


Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta – sonhou e amou na vida.”
Álvares de
Colégio Militar de Santa Maria

Manuel Antônio Álvares de Azevedo


Trajetória de vida: adoeceu de tuberculose pulmonar e não
concluiu o curso
nasceu em São Paulo no dia 12
de setembro de 1831 foi então, passar um tempo na fazenda
de sua avó, onde pressente a morte e
passa a morar no Rio de Janeiro resolve não voltar a São Paulo
por toda sua infância
sofreu uma queda de cavalo, o que fez
em 1835 acontece a morte de seu com que um tumor na fossa ilíaca
irmão mais novo, o que o deixa piorasse significativamente (o que
profundamente abalado geraria o real motivo de sua morte)

em 1847 volta a São Paulo para Às 17 horas do dia 25 de abril de 1852,


estudar Direito, onde ganha fama no Rio de Janeiro, Falece Manuel
por suas produções literárias Antônio Álvares de Azevedo
Colégio Militar de Santa Maria

Manuel Antônio Álvares de Azevedo

Características:
Escritor da segunda geração
-"binomia“: aproximar extremos
romântica, contista, dramaturgo,
- subjetivismo
poeta e ensaísta brasileiro.
- melancolia
- ironia
Influências: Lord Byron, François-
René e Alfred de Musset - forte sarcasmo

Temas comuns:
- Amor: idealizado por virgens misteriosas (nunca reais)
- Busca pela morte: significado de fuga, única maneira de libertação
Colégio Militar de Santa Maria

Manuel Antônio Álvares de Azevedo


Obras principais: os contos do livro “Noite na Taverna” (1855)

a peça de teatro “Macário” (1855)

o livro de poesias “Lira dos Vinte Anos” (1853)

dividida em três partes:

1ª e a 3ª da Face Ariel: um poeta ingênuo, casto e inocente

2ª da Face Caliban: poemas irônicos e sarcásticos


Colégio Militar de Santa Maria

O PASTOR MORIBUNDO

CANTIGA DE VIOLA Guarda contigo a viola


onde teus olhos cantei...
A existência dolorida E suspirei!
Cansa em meu peito: eu bem sei Só a idéia me consola
Que morrerei... Que morro como vivi...
Com tudo da minha vida Morro por ti!
Podia alentar -se a flor
No teu amor! Se um dia tu’alma pura
Tiver saudades de mim,
Do coração nos refolhos Meu serafim!
Solta um ai! num teu suspiro Talvez notas de ternura
Eu respiro... Inspirem o doudo amor
Mas fita ao menos teus olhos Do trovador!
Sobre os meus... eu quero-os ver
Para morrer!

Poema retirado da primeira parte do livro de poesias:


“Lira dos 20 anos”, de Álvares de Azevedo
Saudades

A t i se er gueram meus doridos versos,


Ref lexo s sem calor de um sol intenso:
Vot ei-os à imagem dos amores
Pra velá-la nos sonhos com o i nc ens o!
Eu sonhei tant o am or , tant as vent uras,
Tant as noit es de febre e de esperança!
descansa hoje o coração desbota, esfr ia,
E do peito no t úmulo desca nsa!
Pálida sombra dos amores santos,
Passa quando eu m or rer no m eu j azigo;
Ajoelha-t e ao luar e cant a um pouco,
E lá na mort e eu sonh ar ei contigo.!
A minh a mãe
És t u, a lma div in a, essa M ad on a
Que no s emb ala na ma nh ã da vida ,
Que ao am or ind olent e s e ab and on a
E beija um a c rianç a ador mec ida;
No le ito s olit ário é t u q uem vela
Trê mu lo o co raç ão qu e a d or an seia,
Nos ais do so fr ime nto ind a m ais bela
Pra nte and o so br e u ma alma qu e pr an teia .
E se pá lid a son has na v ent ura
O afet o v ir gin al, d a gló ria e d o brilh o,
Dos s onh os n o lu ar , a me nt e pu ra
Só d elir a a mb içõ es do te u filho !
Ideias ínti mas
XI V
Par ec e que c horei... S into na fa ce
Uma per dida lágrima rolando...
Sat ã lev e a t risteza! Olá meu pajem,
Der rama no meu copo as g otas
últ im as
Dessa garr afa negra...
Eia! bebamos!
És o sangue do gênio, o puro nécta r
Que a s almas de poeta diviniza,
O con dão q ue ab re o mundo das
magias!
Vem, fogosa cognac! É só contigo
Que s int o-me viver. Inda palpito,
Casimiro José Marques de Abreu
1839/1860
• A saudade da pátria longínqua, da
infância, da família, foi-lhe tema
constante, na voga já iniciada por
Gonçalves de Magalhães e que terá seus
melhores momentos em Gonçalves Dias;
• A temática amorosa em que a figura da
virgem entre o amor e o medo é
constante. É marcada pela sensibilidade
espontânea e pulsões eróticas de um
estro adolescente.
• Obras: Primaveras, Carolina, Camila,
Camões e o Jau.
ME US OI TO AN OS
Oh ! Qu e sa udades q ue te nho
Da a uro ra d a m inha vid a,
Da m inha in fância q uerid a
Qu e o s a nos n ão tr azem m ais!
Qu e a mor, q ue so nhos, que flo re s,
Na quela s tardes f agueira s
À s ombra d as b ananeiras,
Debaix o d os la ra nja is!
Como sã o b elos o s d ia s
Do d esp onta r d a e xistê ncia!
- Re sp ira a a lm a in ocência
Como p erf umes a f lo r;
O m ar é – l ago sere no,
O c eu – u m m anto d ourado,
Am or e Medo

Quando eu t e f uj o e me desvio cauto


Da luz de f ogo que te cerca, oh! bel a,
Cont igo di zes, suspi rando amores:
“Meu Deus!, que gel o, que fri ez a aquel a! ”

Com o te enganas ! meu am or é cham a


Que se al imenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco. ..
És bel a eu moço; tens amor eu medo!. ..
Jurit i
Na minha t erra, no bulir do m at o,
A juri ti sus pi ra:
E como arr ul o dos gent is amor es ,
São os m eus cant os de secr etas dores
No chor ar da lir a.
De tar de a pomba v em gemer sent ida
À beir a do ca minho;
- Talvez per dida na florest a ingente –
A t riste geme ness a v oz plangente
Saudades do s eu ni nh o.
Sou como a pomba e a s vozes de la
É tr iste o meu cantar ;
- Flor dos t rópicos – cá na E ur opa fria
Eu definho, chor an do no it e e dia
Saudades do m eu l ar .
Minh ’alma é tris te
Minh ’alma é tris te co mo a f lo r q ue mo rre
Pend ida à b eir a do ria ch o in gr at o;
Nem b eijo s dá-l he a v ira çã o que c or re ,
Nem do ce c an to o s abiá do ma to !
E c om o a flor que s olit ár ia pe nde
Sem te r ca ríc ias no voa r da b ris a,
Mi nha’ alm a mu rc ha , ma s nin gu ém en te nde
Que a po bre zi nha s ó de am or pre cisa!
Ame i o ut ro ra um amo r b em s an to
Os n eg ro s o lhos de ge nt il d on ze la,
Ma s de ssa f ro nte de sub li me e nc ant o
Outr o t irou a v ir gin al ca pela .
Oh! Qu an ta s v ezes a pr en di n os b ra ço s!
Que o dig a e f ale o l ara njal f lor ido!
Se mão de f er ro espe da ço u do is l aço s
Am bo s ch ora mos ma s nu m s ó ge mid o!
Dizem qu e h á g ozo s no v iv er d’ amo re s,
Só eu nã o s ei em q ue o p ra zer co nsiste !
Eu v ejo o mun do n a e sta ção das f lor es ...
Tudo s orr i – ma s minh ’alma é t ris te !
Luís Nicolau Fagundes Varela
1841- 1875

• Boêmio e envolvido pela literatura e por questões


sociais da época. Depois da morte do filho, a
quem dedicou O CÂNTICO DO CALVÁRIO, seu
melhor poema, teve uma vida marcada pela
decadência física, pelo álcool e pela inadaptação
social;
• A natureza, sempre presente em sua poesia,
serve-lhe de amparo e inspiração, chegando
mesmo a um forte sentimento religioso em
Anchieta ou Evangelho nas Selvas;
• A dualidade cidade versus campo, natureza
versus civilização encontram nele uma expressão
significativa no âmbito dos dilemas românticos.
Obras:
Noturnos;
O Estandarte Auriverde;
Vozes da América;
Cantos e Fantasias;
Cantos Meridionais;
Cantos do Ermo e da Cidade;
Anchieta ou Evangelho nas
Selvas;
Cantos Religiosos;
Diário de Lázaro
CÂNTICO DO CALVÁRIO
Eras na vida a pomba predi leta
Que sobr e um mar de angústi as conduz ia
O ramo da esperança. – Eras a estr ela
Que entre as név oas do inverno ci nti lava
Apontando o cam inho ao pegurei ro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idíl io de um amor subl ime.
Eras a gl óri a, - a inspi ração, - a pátr ia,
O porvir de teu pai ! – Ah! No entanto,
Pom ba, - varou- te a f lecha do desti no!
Astro, - engol iu-t e o tem poral do nor te!
Teto, caí ste! – Crença, já não vi ves!
Not urno
(...)
Quer o morrer ! E ste mundo
Com seu s arcasmo pr ofundo
Manc hou- me de lodo e de fel!
Minha es per ança es vaiu-se,
Meu talento consumiu-se
Dos martír ios ao tro pe l!
Quer o morrer ! Não é cr ime
O f ardo que me com pr ime
Dos ombros lançá-lo ao chão;
Do pó desprender -m e r indo
E, as as as br ancas ab rindo,
Perder -m e p el a am plidão
A v olt a
Escuta filh a a e stas h oras
A c asa e ra p equenin a,
Qu e a s ombra d eix a a s
Nã o e ra? M as t ão b onit a alturas,
Qu e t eu s eio in da p alp it a Lá c antam a s s aracuras
Lembrando dela , n ão é ? Junto aos la gos cor d e
Qu ero v olt ar? E u t e sig o. anil ...
Eu a mo o e rmo p rofu ndo Os va ga-l umes em bando
A p az q ue fo ge do m undo Co rrem s obre a r elv a f ria ,
Preza o s t etos d e s apé. Enquanto o ve nto c ic ia
Be m vejo q ue t ens s audades. Na s ombra d os t aquarais ;
Nã o t ens? P obre p ass arinho! E o s g ênio s q ue a li
De t eu venturoso n in ho vagueiam
Passaste à d ura p ris ão! Mir ando a c asa deserta ,
Va mos, as matas e o s Re petem d e b oca a berta:
campos Ac aso n ão v ir ão ma is?
Estão cobertos d e flo res. Mas n ós i remos, tu q ueres,
Tecem m imoso s cantores Nã o é a ssim ? Nó s ir emos,
Hin os à b ela e st ação Mais b elo s r eviv eremos
E t u m ais b ela que as Os b elo s sonhos de e ntão.
flores.. .
E, à n oite , fe chada a porta,
Nã o c ores... a os almos
cantos Tecendo planos d e g ló rias,
Luís José Junqueira Freire
1832/1855
• Os temas religiosos são mesclados com o
temor da morte, com a solidão revoltada,
com a sensualidade indomável;
• Sua poesia tende a confundir-se, tal a
liberdade de construção de seus versos,
com a prosa ritmada;
• Usa constantemente interrogações sobre
o valor da vida, do pecado e da morte.
• Obras:
Inspirações do Claustro;
Contradições Poéticas.
Soneto

Arda de raiva contra mim a intriga,


Morra de dor a inveja insaciável;
Destile seu veneno detestável
A vil calúnia, pérfida inimiga.
Una-se todo, em traiçoeira liga,
Contra mim só, o mundo miserável.
Alimente por mim ódio entranhável
O coração da terra que me abriga.
Sei rir-me da vaidade dos humanos;
Sei desprezar um nome não preciso;
Sei insultar uns cálculos insanos.
Durmo feliz sobre o suave riso
De uns lábios de mulher gentis, ufanos;
E o mais que os homens são, desprezo e piso.
Teus Olhos

Que li ndos ol hos Olhos que roubam


Que estão em ti ! A luz de D eus:
Tão lindos ol hos Só estes ol hos
Eu nunca vi .. . Podem ser teus.
Pode haver bel os Olhos que fal am
Mas não tai s quai s; Ao cor ação:
Não há no mundo Olhos que sabem
Quem tenha iguai s. Di zer pai xão.
São doi s luz ei ros, Têm t al encanto
São doi s faróis: Os ol hos teus!
Doi s cl aros astros, — Quem pode mai s?
Doi s vi vos sói s. El es ou D eus?
Sonho

Era um bosque, um arvoredo,


Uma sagrada espess ur a,
— Mi tológi ca pi ntura
Que o r omanti smo não faz.
Era um sí ti o tão form os o,
Que nem um pi ncel romano,
Nem Rubens, nem T ici ano
Copi ariam ass az .
Ali pensei que sonhava
Com a donzel a que me ins pi ra,
Que põe-m e nas m ãos a lira,
Que põe-m e o es tr o a fer ver;
Que me acal enta em seu colo,
Que me bei ja a vasta crente,
Que me obri ga a ser mais crent e
No Deus que ela jul ga crer.
3ª GERAÇÃO
• Condoreira
• Abolicionista
Castro Alves
ESPUMAS FLUTUANTES
OS ESCRAVOS
Sousândrade
O GUESA
Qorpo santo
MATEUS E MATEUSA, AS RELAÇÕES NATURAIS
TERCEIRA GERAÇÃO
REFORMISMO

•Desejo de reformar a sociedade:


a) luta por ideais humanitários;
b) defesa dos fracos e oprimidos;
c) concepção da literatura como forma de
participação social (literatura engajada:
no Brasil, condoreirismo).
•Principais Autores: Castro Alves,
Sousândrade e Qorpo Santo.
A Terceira Geração- A Poesia
Condoreira ou Social.

•A crise do 2° Reinado, a Campanha


Abolicionista, os ideais republicanos,
galvanizaram a inteligência brasileira da
década de 1860/70, propiciando o
aparecimento de uma modalidade de
poesia pública- social- de uma poesia de
comício, destinada a empolgar as
assembléias, os comícios em praça pública;
Castro Alves – “ O Abol ici oni sta”
1847/ 1871 .
Ob ra s:
POE SIA : Es pumas F lutu ante s;
A Cachoeir a de Paulo
Afo nso;
Os Es cravos- N avio
Negreiro e Voze s da
Áfr ic a;

TEA TRO: Go nza ga o u a R evolução


de Min as;
Características centrais

• Podem-se identificar duas vertentes centrais


na poesia de Castro Alves: a LÍRICA e a
SOCIAL ( patriótica e abolicionista);

• POESIA LÍRICA: Esta poesia caracteríza-se


em duas espécies: a amorosa e a naturalista
representada em Espumas Flutuantes;
● Poesia Social- abolicionista

• Contida na obra Os Escravos e no longo poema


narrativo A Cachoeira de Paulo Afonso, onde o drama
do escravo, mais que uma realidade presente, é
concebido como um episódio de um drama mais
amplo, o do próprio destino humano, preso aos
desajustamentos da História;

• Castro Alves não foi o introdutor do tema do escravo


na poesia brasileira, mas se tornou o poeta por
excelência do escravo, ao lhe dar não só um brado de
revolta, mas uma atmosfera de dignidade lírica, em
que seus sentimentos podiam encontrar amparo;
Ca ntiga de E scrava
Eu sou como a garça triste
Que mora à beira do rio,
As orvalhadas da noite
Me fazem tremer de frio.
Me fazem tremer de frio Castro Alves
Como os juncos da lagoa;
Feliz da araponga errante
Que é livre, que livre voa.
Que é livre, que livre voa
Para as bandas do seu ninho,
E nas braúnas à tarde
Canta longe do caminho.
Canta longe do caminho.
Por onde o vaqueiro trilha,
Se quer descansar as asas
Tem a palmeira, a baunilha.
Tem a palmeira, a baunilha,
Tem o brejo, a lavadeira,
Tem as campinas, as flores,
Tem a relva, a trepadeira,
Tem a relva, a trepadeira,
Todas têm os seus amores,
Eu não tenho mãe nem filhos,
Nem irmão, nem lar, nem flores.
NAVIO NEGREIRO
(fragmento)
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
(...)
Canç ão do b oêm io
(“ Reci tat ivo d a Meia h or a de c ini smo” )
Com édi a de Cos tumes Aca dêm ic os
Qu e noite fria! Na deserta rua
Tr emem de medo os lampiões sombrios .
Dens a garoa f az f umar a lua.
Ladram de tédio v inte cães v adios.
Nin i f ormos a! por que ass im f ugiste?
Em balde o tempo à tua es per a cont o.
Nã o vês , não vês ? .. . Meu coração é tris te
Como um calouro qu and o le va ponto.
A pas sos largos pe rco rro a s ala
Fumo um cigarro, que filei na escola...
Tu do n o q ua rto de Nini me fala.
Em balde f umo... T udo aqui me amola.
Diz-me o relógio cinicando a um cant o
“Onde es tá e la qu e não v eio ainda? ”
Diz-me a poltrona “por que tardas tanto?
Qu ero aq uec er-t e, ra par iga l in da ”.
Joaqui m d e Sous a Andrade
(Sousândr ad e)

Em O GUESA, ultrapassa os
limi tes da comp reensão imedi ata
de seu temp o e estru tura um
uni verso novo, por mei o de uma
percepção dif erente da real idade
e do uso at revi do dos recursos
de linguagem . Seu pensamento
incl uía uma repúbl ica livre e
comuni tári a que conservasse a
inocênci a do nat ivo lati no-
O Guesa
Qua ndo a s est relas, cintilada a esfera,
Da luz radial r abisca m t odo o oceano
Que u ma br isa g entil da primavera,
Qua l al va duna os alvejantes panos,
Cândida assopra, - da hor a adam ant ina
Velando, naut a do convés , o G ues a
Amava a solidão, doce bonina
Que a br e e às doiradas alvoradas reza.
(...)
Cor dilheira eter nal! E ter nos , g randes
Alt ares! – alva tr ansparente név oa!
Há no a ssombroso pélago dos Andes
Ír is est ranho; e um qual-poder, sem tr égua.
Jo sé Joaqui m de Campos Leão
(Qorpo Sant o)

Gaúcho dedi cado ao teatro,


foi al vo de zombari a e desprezo
na sua época, tendo que montar
uma ti pograf ia própri a para
consegui r editar seus textos.
Sua obr a MATEU S E MATEU SA,
AS RELAÇÕ ES NATU RA IS faz
vi ol ent a e desabusada críti ca de
costumes em um tom de farsa

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