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Pus meus olhos nüa funda

Pus meus olhos nüa funda,


e fiz um tiro com ela
às grades de üa janela.

Üa Dama, de malvada,
tomou seus olhos na mão
e tirou me üa pedrada
com eles ao coração.
Armei minha funda então,
e pus os meus olhos nela:
trape! quebro-lh'a janela.

Olhos em que estão mil flores

Olhos em que estão mil flores


e com tanta graça olhais,
que parece que os Amores
moram onde vós morais.

Vêm-se rosas e boninas,


olhos, nesse vosso ver;
vêm-se mil almas arder
no fogo dessas mininas.
E di-lo hão minhas dores,
meus suspiros, e meus ais;
e dirão mais, que os Amores
moram onde vós morais.

A verdura amena,

Se Helena apartar do
campo seus olhos,
nascerão abrolhos.

A verdura amena,
gados, que pasceis,
sabei que a deveis
aos olhos de Helena.
Os ventos serena,
faz flores de abrolhos
o ar de seus olhos.

Faz serras floridas,


faz claras as fontes:
se isto faz nos montes,
que fará nas vidas?
Trá-las suspendidas
como ervas em molhos,
na luz de seus olhos.

Os corações prende
com graça inumana
de cada pestana
ü alma lhe pende.
Amor se lhe rende,
e, posto em giolhos,
pasma nos seus olhos.

Camões, Rimas

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