O filme “O Mundo do Rafinha” discute a mudança na indústria do
entretenimento em geral, e como essa mudança afetou a vida dos que nasceram nos últimos 10,15 anos.Fala sobre os avanços nas telecomunicações, e como eles mudaram os negócios internacionais, levantando “dragões” e extinguindo “dinossauros”. Começando nas pessoas, o filme demonstra como as novas tecnologias transformaram as pessoas de consumidores a produtores de conteúdo.Concordo com essa afirmação, através de Ipod, YouTube, celulares com câmera, câmeras digitais, programas de edição de vídeo/áudio, banda larga, ou seja, qualquer pessoa com acesso a esses itens pode se considerar intelectualmente tanto quanto um diretor de Hollywood.O consumidor passou a ter o papel de decidir o que será esquecido e o que entrará para a história. Com esse poder nas mãos das pessoas, os antigos produtores se viram obrigados a inovar para sobreviver. Como Damon Lindelof produtor da série LOST. Parte dos mistérios da série foram somente revelados por ele para fãs online que participaram do jogo ARG oficial de LOST (espécie de jogo de detetive no mundo real com pessoas comuns e história fictícia, normalmente usada por empresas para promover um produto). Das pessoas para o mercado, ele demonstra como as relações de negócios ficaram complexas depois da globalização das comunicações. Onde antes havia claramente o fornecedor de matéria-prima e o comprador, agora há também os fornecedores de serviços, o produto já não é mais fabricado em um único lugar, mas onde é mais vantajoso, onde há mais mão de obra especializada, infra- estrutura de telecomunicações e transporte de produtos e pessoas. Muitas das empresas americanas terceirizam o seu serviço de atendimento ao cliente, desmembram a linha de produção ao redor do mundo, vendem pela Internet para qualquer ponto do planeta, e só são consideradas americanas porque pagam impostos lá. Por meio da Internet, segundo o filme, está acabando o antigo modelo de, por exemplo, uma superbanda que faz sucesso em todo o mundo. Agora muitos artistas estão se lançando na Internet primeiro, e com o sucesso no seu relativamente pequeno grupo de fãs, partem para a gravação de discos. Já existem tantos sites de venda de músicas de artistas novos quanto de gigantes conceituados. Enfim, o mundo conectado é o paraíso democrático onde os criativos e inovadores têm mais vez do que os monopólios conservadores. Porém, um ponto que o filme não comenta é a exclusão que toda essa tecnologia causa para quem não a possui. Os preços caíram incrivelmente na última década, é verdade. Mas em alguns lugares, cof cof...Brasil, ainda é um pouco difícil manter seu equipamento (PC) atualizado. Mas chega de escrever, e me deixe voltar ao Paciência...