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FCTM - Termodinâmica – Prof. Dr. Cláudio S.

Sartori Capítulo 9 – Gases Ideais, Ciclos termodinâmicos 49

4) Gases Perfeitos.
4.1 – Gás Perfeito. Definição. Gases Ideais
4.2 – Equações de Estado de um gás.
Um gás ideal é definido como um no qual todas as colisões
Para um gás real, no limite que a pressão tende entre átomos ou moléculas são perfeitamente elásticas e
a zero, a equação de estado toma a forma: em qual não há nenhuma força atrativa intermolecular.
 U  Pode-se visualizar isto como uma coleção de esferas
P V  n  R  T e   0 perfeitamente duras que colidem, mas que caso contrário
 P  não interagem entre si. Em tal gás, toda a energia interna
Um gás é denominado de gás perfeito, quando suas está na forma de energia cinética e qualquer mudança em
propriedades, ainda que não correspondam a nenhum energia interna é acompanhada por uma mudança em
gás real existente, sejam aproximadamente as de um temperatura. Um gás perfeito ou ideal é um modelo
gás real a baixas pressões. idealizado para o comportamento de um gás. Um gás
perfeito obedece às seguintes leis:
 Transformações Gasosas.  lei de Boyle-Mariotte
 lei de Charles
 Processos isobáricos, Isocóricos e  lei de Gay-Lussac
Isotérmicos. Um gás ideal pode ser caracterizado através de três
variáveis de estado: pressão absoluta (P), volume (V), e
Os processos podem ser classificados por: temperatura absoluta (T). A relação entre eles pode ser
deduzida de teoria cinética, que mostraremos a seguir, e
Processo Variável de Variação Lei pode ser chamada:
estado P V  N  k  T
Constante
Isotérmico Temperatura T=0 PV=K Sendo N o número de moléculas: N  nN A e
T constante Boyle-
Mariotte
Isocórico Volume V=0 P=kT Constante dos gases ideais: R  8.3145 molK
J

V constante Lei de n: número de moles


Gay
Lussac k: constante de Boltzman:
Isobárico Pressão P=0 V=kT R 23
P Constante (Charles) k ; k  1.38066  10 J
K
NA
 Lei de Charles: NA: Número de Avogadro: N A  6.0221  10
23

A Lei de Charles diz que, a condições de


pressão constante, há uma relação direta entre o volume P V  n  R  T
e temperatura absoluta para um gás ideal: A lei de gás ideal pode ser vista como surgindo da
pressão cinética de moléculas de gás que colidem com as
V1 V2
V  kT   k paredes de um recipiente conforme as leis de Newton. Mas
T1 T2 também há um elemento estatístico na determinação da
energia cinética comum dessas moléculas. A temperatura é
 Lei de Gay-Lussac:
levada para ser proporcional à média da energia cinética;
A pressão que um gás exerce nas paredes de
isto invoca a idéia de temperatura cinética.
seu recipiente é determinada pelo impulso dos átomos e
A teoria cinética de gases é o estudo do
moléculas do gás que em troca é determinado pela
comportamento microscópico de moléculas e as interações
temperatura. Com o aumento de temperatura faz com
que conduzem a relações macroscópicas como a lei do gás
que os átomos e moléculas movam-se mais
ideal.
rapidamente, e assim causa uma maior pressão nas
O estudo das moléculas de um gás é um bom
paredes. Se as paredes são rígidas, tais que o volume do
exemplo de uma situação física onde métodos estatísticos
recipiente é mantido constante, então a relação entre
dão resultados precisos para manifestações macroscópicas
pressão P e temperatura T é determinada através dessa
de fenômenos microscópicos. Por exemplo, a pressão,
Lei.
volume e cálculos de temperatura da lei de gás ideal são
P1 P2
P  kT   k muito precisos. A energia comum associada com o
T1 T2 movimento molecular tem seu fundamento na distribuição
de Boltzmann, uma função de distribuição estatística.
 Lei de Boyle-Mariotte: Ainda podem ser medidas a temperatura e energia de um
gás justamente.
A temperatura constante para um gás, a Nesse modelo presume-se que:
relação de estado é: 1. As moléculas se movem randomicamente com
uma distribuição de velocidade a qual não muda.
PV  k  P1V1  P2V2  k 2. As moléculas obedecem às equações de
movimento de Newton.
3. As moléculas sofrem colisões elásticas entre
elas e as paredes do recipiente que as contém, porém não
exercem forças uma com as outras.
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4. O número de moléculas é muito grande Teoria cinética dos gases


quando comparado com a dimensão delas.
Só para os graus translacionais de liberdade A descrição do comportamento de um gás em
podem ser mostrados na distribuição de Boltzmann. termos das variáveis macroscópicas de estado P, V e T
pode ser feita através de médias simples de grandezas
Exemplo 1 - Qual volume ocupado por um microscópicas como a massa e a velocidade das moléculas.
mol de gás perfeito: A teoria resultante é a teoria cinética dos gases.
No modelo da teoria cinética, um gás é constituído
Solução: por um grande número de moléculas que colidem
n  R T elasticamente umas com as outras e com as paredes do
P V  n  R  T  V  vaso que contém o gás. Na ausência de forças externas (na
P
descrição é possível, na maioria dos casos, deixar de levar
em conta a gravidade), não há uma posição privilegiada no
1 0.082  273
V  22.4l recipietnte nem uma direção privilegiada para a orientação
1 dos vetores velocidade. Em média, as moléculas estão
Exemplo 2 - Calcule: (a) o número de moles n afastadas uma das outras e as distâncias entre elas são
e (b) o número de moléculas N em 1 cm3 de certo gás a grandes diante dos respectivos diâmetros. Por isso, as
0°C e 1 atm de pressão. forças entre as moléculas são desprezíveis, exceto nos
instantes das colisões. (Esta última hipótese admite, como
Solução: é claro, que a densidade do gás seja bastante pequena, o
que corresponde, como vimos na seção anterior, a admitir
(a) V  1cm3  103 l que o gás seja ideal. Uma vez que há conservação de
P V 1103 momento, as colisões das moléculas umas com as outras
P V  n  R  T  n   não influenciam o momento total em qualquer direção, por
R  T 0.082  273
isso podemos ignorar, em muitos casos, essas colisões.)
n  4.46 105 mol
(b) N  n  N A  Cálculo da Pressão Exercida pelo Gás
N  4.46 105  6.02 1023
N  2.68 1019 moléculas A pressão que um gás exerce sobre as paredes do
vaso que o contém é fruto das colisões entre as moléculas
Exemplo 3 - Uma certa massa de gás tem o do gás e as paredes. Esta pressão é uma força por unidade
volume de 2 L a 30°C na pressão de 1 atm. Se o volume de área e, pela segunda lei de Newton, é a taxa temporal de
do gás for reduzido para 1.5L e aquecido a 60°C, qual variação do momento das moléculas colidentes com a
sua nova pressão? parede.
Seja um recipiente paralelepipédico, de volume V,
Solução: com N moléculas, cada qual com a massa m e a velocidade
v. Calculemos a força exercida pelas moléculas sobre a
parede da direita, perpendicular ao eixo dos x, com a área
P1 V1 P2 V2 T V
  P2  2 1 P1 A. O número de moléculas que atingem a parede no inter-
T1 T2 T1 V2 valo de tempo t é igual ao número de moléculas que estão à
P1  1.47atm distância vx t da parede, como mostra a figura 1, e
movendo-se para a direita. Este número é igual ao produto
Exemplo 4 - Quantos moles de gás estão na do número de moléculas por unidade de volume N/V pelo
amostra mencionada neste exemplo? volume vx t A e por 1/2, pois somente metade das
moléculas, em média, está se deslocando para a direita.
Solução: Então, o número de colisões das moléculas com a parede,
no intervalo de tempo t, é
N vx tA
Exemplo 5 - A massa molecular do hidrogênio 2 V
é 1.008 g/mol. Qual a massa de um átomo de A componente x do momento da molécula é +mvx, antes da
hidrogênio? colisão e -mvx, depois da colisão elástica com a parede. A
variação de momento é, então, +2mvx. A variação total do
Solução: momento provocada por todas as colisões das moléculas
que colidem com a parede nesse intervalo de tempo será
dada por:
M 1.008
m   1.67 1024 g
 N vx tA 
N A 6.022 1023 átomo Q   2mvx    
2 V 
A força da parede sobre as moléculas e a força das
moléculas sobre a parede são iguais à variação do
momento pela variação do tempo:
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Q  N vx A  A temperatura absoluta é, então, uma medida da


F   2mvx     energia cinética média de translação das moléculas. A
t 2 V  energia cinética de translação de n moles do gás, contendo
A pressão, que é a força por unidade de área, N moléculas é dada por:
será dada por:
1 3 3
F K  N mv 2  NkT  nRT
P   Nmvx2  2 N 12 mvx2 2 2 2
A
Foi colocado o valor médio da velocidade para Podemos estimar a ordem de grandeza das
se levar em conta que nem todas as moléculas no velocidades das moléculas do gás: O valor médio da
recipiente tem a mesma velocidade. velocidade é dada por:
3kT 3N A kT 3RT
 Interpretação molecular da temperatura v2   
m N Am M
Comparando as expressões acima com a Aqui, M é a massa molar do gás:
equação obtida experimentalmente: M  mN A
P V  N  k  T Definimoes como a velocidade média quadrática
Chegamos a: como:
1 1 vmq  v 2
mvx2  kT
2 2
Como: vx2  vy2  vz2 e v 2  vx2  vy2  vz2 3kT 3RT
vmq   vmq 
Pode-se escrever a energia cinética média de m M
uma molécula como: Exemplo 6 - A massa do oxigênio gasoso (O2) é
cerca de 32 g/mol e a do hidrogênio gasoso (H2) é cerca de
1 3
K  mv 2  kT 2g/mol. Calcular:
2 2 (a) A velocidade média quadrática das moléculas
de oxigênio quando a temperatura for de 300 K.
Figura 1 - Esquema para o cálculo da pressão (b) A velocidade média quadrática das moléculas
das moléculas com velocidade v e massa m em um de hidrogênio quando a temperatura for de 300 K.
recipiente de volume V. Solução:
3RT 3(8.31)(300)
(a) vmqO  
2
M 32 103
vmqO  483 ms
2

3RT 3(8.31)(300)
(b) vmqH  
2
M 2 103
vmqO  1.93 kms
2

 Teorema da Equipartição

Cada componente da posição e do momento


(incluindo as posições angulares e dos momentos
angulares) que aparece na forma quadrática na expressão
da energia de um sistema, é um grau de liberdade.
Exemplos típicos são os graus de liberdade
associados às energias de rotação, de vibração e de
translação e à energia potencial de vibração. O Teorema da
equipartição afirma que:

―Quando uma substância está em equilíbrio, a


energia média de 12 kT por molécula ou 12 RT por mol
está associada a cada grau de liberdade da molécula‖.

 Percurso livre médio

A velocidade média de um gás em pressões


normais é de diversas centenas de metros por segundo. No
entanto, se uma pessoa, num canto de uma sala, abrir um
frasco de perfume volátil, não se percebe instantaneamente
o aroma em todos os pontos da sala. Na realidade, se não
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houver correntes de ar na sala, o aroma se espalha intervalo v, v+dv é dada pela função de distribuição de
muito lentamente. Maxwell-Boltzmann, encontrado por métodos da mecânica
Esta difusão do aroma é lenta porque, embora estatística:
as moléculas do perfume tenham velocidades elevadas, dN
as trajetórias que percorrem são ziguezagueantes,  f (v)dv
N
avançando e recuando, em virtude das colisões com as 32 2
4  m  
mv
moléculas do ar. A distância que em média uma f v 
  v 2
e 2 kT
molécula percorre entre duas colisões sucessivas, , é o   2kT 
percurso livre médio. A velocidade mais provável, é aquela para a qual
O percurso livre médio de uma molécula está a velocidade é máxima:
relacionado com o tamanho da molécula, com os
2kT 2 RT
tamanhos das outras moléculas e com a densidade do vmax  
gás. Imaginemos uma molécula de raio r1 movendo-se m M
com a velocidade v através de uma região de moléculas O valor médio da velocidade pode ser encontrado
estacionárias com o raio r2. A molécula colidirá com por:

outra de raio r2, quando a distância entre os centros 3kT
v 2   v 2 f (v)dv 
respectivos for d = r1+r2. (Se as moléculas forem todas m
0
iguais, a distância d é o diâmetro de cada uma.) A
medida que a molécula avança, irá colidindo com 3kT
Que coincide com vmq 
qualquer outra cujo centro esteja dentro do volume m
varrido por um círculo de raio d, que lhe é concêntrico.  A distribuição de energia:
No fim de um tempo t, a molécula cobriu a distância vt A função de distribuição de Maxwell-Boltzmann
e colidiu com todas as moléculas no volume cilíndrico em termos da energia é dada por:
d2vt. O número destas moléculas é nvd2vt, sendo nv = 2  1 
32

E

N/V o número de moléculas por unidade de volume. f (E)    Ee kT

(Em cada colisão, a direção do movimento da molécula   kT 


se altera, e a trajetória, na realidade, é uma sequência de
segmentos retilíneos em ziguezague). Figura 4 - Simulação da dstribuição de
velocidades para T1=250K (vermelha) e T2=500K (verde).

Distribuição de velocidades e energia

0,006 g
b
c
d
e
f T = 250
b
c
d
e
f
g T = 500
0,005
b
c
d
e
f
g Series6
0,004 b
c
d
e
f
g Series17
0,004 b
c
d
e
f
g Series18

0,003 b
c
d
e
f
g Series34
b
c
d
e
f
g Series35
f(v),f(E)

0,003
b
c
d
e
f
g Series36
Figura 2 - Raio de moléculas em colisão. 0,002
0,002

0,001
O comprimento total da trajetória dividido pelo 0,001
número de colisões dá o caminho livre médio: 0,000

vt 1 0

  0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

nv d 2 vt nv d 2
v,E

A distribuição das velocidades moleculares

É possível determinar experimentalmente a


distribuição de velocidades moleculares em um gás
pela montagem indicada na figura 2.
Figura 3 - Montagem experimental para
determinar a distribuição de velocidade molecular de
um gás. A molécula com velocidade v está passando
pela primeira fenda. Quando atingir a segunda fenda, as
fendas giraram um ângulo de seleção igual a . Quando
v   x t a molécula passa pela segunda fenda e atinge
o detector..

Num gás com N moléculas, o número de


moléculas que tem as respectivas velocidades no
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Trabalho de um gás: 1°F a temperatura da amostra de água quando os pesos de


772 libras caíam de uma altura de um pé.
O Trabalho realizado pelo gás (trabalho Em unidades SI, Joule constatou que eram
positivo – expansão) ou sobre um gás (trabalho necessários 4.184J de trabalho para elevar de 1°C a
negativo – compressão) é definido por: temperatura de 1g de água. Este resultado mostra que
4,184J de energia mecânica são equivalentes a cal de
Vf energia térmica e é conhecido como o equivalente
  W   PdV mecânico do calor.
Vi
Observe as transformações abaixo:

P
P
P2 (2)
Expansão
(1) (3) T
P1
Compressão
0 Vi=V1 Vf V2 V
Vi Vf V
Na transformação (1) o trabalho é nulo, pois
ocorre a volume constante (Isocórico ou isovolumétrico.).
Quando não há variação de volume o trabalho V1
é nulo.
É possível elevar a tempeatura de um sistema   W   P2 dV  0
pela adição de calor, mas também efetuando trabalho V1
sobre ele. A figura 5 mostra o esquema do aparelho que Na transformação (2) o trabalho é dado por:
Joule usou na sua famosa experiência para determinar a V2
quantidade de trabalho capaz de elevar, de um grau   W   P2 dV  P2 V2  V1 
Celcius, a temperatura de um grama de água. V1
Na transformação (3) (Isotérmica) o trabalho é
Figura 5 - Esquema do aparelho da dado por:
experiência de Joule. A água fica em um vaso
termicamente isolado, que impede a troca de calor. Vf Vf
nRT Vf
Quando os pesos caem a velocidade constante,   W   PdV   dV  nRT (ln Vi  ln V f )  nRT ln
provocam o giro da roda de paletas que efetua trabalho Vii Vi
V Vi
sobre a a água. Se o atrito for desprezível, o trabalho da
roda de paletas contra a água é igual à energia mecânica Vf
perdida pelos pesos, que corresponde à diminuição da   nRT ln
energia potencial destes pesos. Vi
Figura 6 - Esquema da expansão isotérmica de
um gás ideal mostrando diferentes expansões a
temperaturas distintas.

O aparelho de Joule converte energia potencial


de pesos cadentes em trabalho feito sobre a água. As
medidas de Joule mostraram que era possível elevar de
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Figura 7 - Comparação de transformação liberdade associados a vibrações e rotações moleculares.


isotérmicas a diferentes temperaturas com Para cada modo vibracional, contribuirá com kT/2
transformação adiabática. para energia cinética e kT/2 para energia potencial A
eqüipartição da energia tem implicação em fenômenos
importantes relacionados com a radiação eletromagnética
em equilíbrio com a matéria, para cada modo de radiação
contribui com kT of energia, conhecido na Lei de
Rayleigh-Jeans.
Para gases poliatômicos, ocorrem energias
relacionadas a estados vibracionais e rotacionais.
Nos líquidos e sólidos há energia potencial
associada com forças atrativas intermoleculares. Uma
visualização simplificada da contribuição para energia
interna desses estados pode ser entendida pelo diagrama de
transição de fase.
Imagine um recipiente de paredes rígidas, isolado
termicamente e dividido por um tabique em dois
compartimentos. Suponha que um destes existe um gás e
no outro vácuo. Se suprimirmos o tabique, o gás
experimentará um processo que denominamos de
expansão livre: não há realização de trabalho nem existe
transferência de calor. A questão de a temperatura variar
ou não numa expansão livre manteve a atenção dos físicos
nos últimos cem anos; a partir de Joule foram feitas
tentativas de se medir a grandeza:
  
 
Energia Interna U:  V U
É denominado coeficiente de Joule. Em geral a
A energia interna é definida como a energia energia interna de um gás é função de duas quaisquer
associada com o movimento randômico das moléculas. variáveis P, V ou .
Refere-se à energia microscópica na escala atômica e Se em uma expansão livre, considerarmos U
molecular. apenas como função de variáveis V e , teremos:
Por exemplo, em uma sala, a temperatura de
um copo de água sobre uma mesa aparentemente não
 U   U 
possui energia. Porém, na escala microscópica, há dU    d    dV
movimento das moléculas de água.   V  V 
Para um gás ideal monoatômico, a energia Se numa expansão livre (dU =0) não ocorre
interna ocorre devido ao movimento translacional dos nenhuma variação de temperatura (d = 0) deduz-se que:
átomos em forma de esferas e o comportamento do
 U 
sistema é descrito pela Teoria Cinética dos gases.
  0
O teorema da eqüipartição de estados de  V 
energia diz que as moléculas em equilíbrio térmico têm
Considerando agora U apenas como função de
a mesma energia média associada com cada grau
variáveis P e , teremos:
independente de liberdade de cada movimento e que a
 U   U 
 d  
energia é dada por:
dU    dP
   P  P 
1 3 Para expansão livre: d = 0; logo: dU = 0 e
kT por molécula - kT - para três
2 2  U 
graus translacionais de liberdade   =0. Portanto se numa expansão livre não ocorre
 P 
variação de temperatura, U é independente de P e de V,
1 3
RT por mol RT - para um gás ideal sendo função apenas de .
2 2 Para se estudar o efeito Joule têm sido utilizados
monoatômico. dois métodos No método original de Joule, dois recipientes
unidos por um tubo curto provido de uma torneira de
A eqüipartição resulta na energia cinética regulação foram submersos em um banho de água. Num
3 dos recipientes havia ar a pressão elevada e, no outro, foi
média dada por: E kT e utiliza a relação entre a feito vácuo. A temperatura da água foi medida antes e
2 depois da expansão, com o objetivo de deduzir a variação
temperatura e a energia cinética translacional, porém de temperatura do gás a partir da variação de temperatura
não prediz os resultados dos calores específicos de da água, Como a capacidade calorífica dos recipientes e da
gases poliatômicos devido a existência de graus de
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água era cerca de 1000 vezes maior que a do ar, não A experiência é realizada como se segue:
pôde Joule descobrir nenhuma variação na temperatura Quando a torneira de regulação é aberta
da água, ainda que, segundo nossos conhecimentos ligeiramente, o gás flui lentamente, através da longa
atuais, o ar deva ter experimentado uma variação de serpentina, e sai para o ar ambiente.
temperatura de vários graus.
O segundo método de estudo do coeficiente de Figura 8 - Aparato de Rossini e Frandsen para
Joule consiste em se tentar medir a temperatura do gás  U 
quase imediatamente depois da expansão livre, antes medida de   de um gás.
que ele possa trocar calor com seu meio externo,  P 
utilizando-se para isto o próprio gás como termômetro.
Nas experiências de Hirn realizadas em 1865, dividiu-
se um recipiente em dois compartimentos iguais por
meio de um tabique que podia ser rompido com a ajuda
de uma esfera metálica. Inicialmente, ambos os
compartimentos continham ar à pressão atmosférica.
Fazia-se passar o ar um deles ao outro mediante uma
bomba, e deixava-se que a temperatura do gás
comprimido retornasse ao seu valor inicial. Rompia-se
então o tabique e imediatamente após, media-se a
pressão por meio de um manômetro de tubo em U, que
continha um líquido leve, encontrando-se o mesmo Ao mesmo tempo, as temperaturas do gás, da bomba,
valor que quando o gás ocupava inicialmente todo o da serpentina e da água são mantidas constantes por meio
recipiente. Deduziu-se, por conseguinte, que não havia de uma bobina de aquecimento elétrica submersa na água.
ocorrido nenhuma variação de temperatura. Cazin A energia elétrica fornecida à água é, por conseguinte, o
repetiu esta experiência, em 70, com um equipamento calor Q absorvido pelo gás durante a expansão. O trabalho
semelhante. realizado por este será evidentemente:
Os resultados deste método são duvidosos por
causa das oscilações do líquido no tubo manométrico. W  P0 nv0  VB 
Se transcorrer um tempo suficiente para permitir que as
oscilações do líquido manométrico desapareçam, então, sendo P0 a pressão atmosférica, v0 o volume molar à
durante este tempo, existirá uma transferência de calor temperatura e pressão atmosféricas, e VB o volume da
entre o gás e as paredes do recipiente. Isto invalidará os bomba.
resultados. Outras complicações procedem da condução Se u (P, ) é a energia molar à pressão P e temperatura
de calor através das válvulas metálicas de conexão, , e u(P0 ,) a energia molar à pressão atmosférica e à
devido a uma diferença de temperatura criada pelo gás mesma temperatura, tem-se, de acordo com a primeira lei:
ao circular rapidamente. Nos experimentos de Keyes e
Sears realizados em 1924 não se utilizava o próprio gás W Q
como termômetro; em lugar, empregava-se um u ( P, )  u ( P0 , ) 
termômetro de resistência de platina para medir a n
temperatura imediatamente após a expansão. Mediram- Sempre que são feitas correções para levar em
se variações de temperatura que tinham conta as variações de energia devidas às contrações das
aproximadamente a ordem de grandeza correta, porém paredes da bomba. Deste modo, mediu-se a variação de
foram somente algumas medidas pouco precisas. energia para valores diversos da pressão inicial e
Uma medida da variação de temperatura ligada a representou-se a pressão graficamente. Uma vez que u(P0
uma expansão livre é tão difícil que parece necessário ,) é constante, deduz-se que a inclinação da curva
abandonar a idéia de uma medida precisa do coeficiente  U 
de Joule. Os métodos modernos de atacar o problema resultante para qualquer valor de P é igual a   .
da energia interna de um gás supõem a medida da  P 
 U  Dentro do intervalo de pressões, compreendido entre l e 40
grandeza   ao experimentar o gás uma expansão  U 
 P  atm, observou-se que   é independente da pressão.
isotérmica na qual existe transferência de calor e  P 
realização de trabalho. A mais ampla série de medidas Assim:
desta espécie foi realizada em 1932 por Rossini e  U 
Frandsen no National Bureau of Standards, mediante    f ( ) e
um método concebido por Washburn. O equipamento é  P 
representado na Figura. Uma bomba contém n mole de
gás a uma pressão P, e comunica-se com a atmosfera U  f ( ) P  F ( ) ;
com uma longa serpentina enrolada em torno da bomba.
O conjunto acha-se submerso em banho de água cuja
temperatura pode ser mantida constante em um valor
ou seja, U só dependerá da temperatura.
igual, exatamente, ao da atmosfera que o envolve.
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O gás, depois de um certo tempo atinge o


Energia Interna de um gás ideal equilíbrio térmico. Como não se fez trabalho sobre o gás
A energia cinética de translação das moléculas nem se transferiu calor, a energia interna do gás no estado
de um gás ideal está relacionada com a temperatura final do equilíbrio é igual à energia interna do gás no
3 estado inicial. Se as moléculas exercessem forças atrativas
absoluta por: Ec  nRT uma sobre as outras, a energia potencial associada a essas
2
Se a energia interna de um gás for apenas a forças aumentaria quando o volume aumentasse. Como se
conserva a energia, a energia cinética de translação deveria
3
energia cinética de translação, então: U  nRT diminuir e então a temperatura final do gás deveria ser
2 mais baixa que a inicial.
A energia inerna dependerá apenas da Quando Joule efetuou a experiência, observou que
temperatura do gás e não de seu volume ou de sua a temperatura final era igual à inicial. De acordo com
pressão. Se as moléculas tiverem outros tipos de experimentos mais exatos, essa observação estava correta
energia, além de sua energia cinética de translação, se a densidade do gás for pequena. Isto quer dizer que,
como de rotação, a energia interna será maior. num gás de densidade baixa (gás ideal) a temperatura
depende exclusivamente da energia interna. Para um gás
Figura 9 - Tipos de energia interna associado desnso, a experiência mostra que a temperatura é
a movimentos de translação (a), rotação (b) e vibração ligeiramente mais baixa do que antes da expansão. Isto
(c) em molécula diatômica. significa que há pequena interação atrativa entre as
moléculas.
Figura 10 - Expansão livre de um gás.

Porém, de acordo com o teorema da


equipartição, a energia interna média associada a cada
grau de liberdade seá kT/2 e dependerá somente da
temperatura e não de seu volume ou pressão.

 Expansão livre
Já num gás real, a energia interna de um gás
deve envolver formas de energia que dependem da
pressão e do volume do gás. Imaginemos, por exemplo,
que as moléculas vizinhas de um gás real se atraiam
mutuamente, Então será preciso despender trabalho
para aumentar a separação entre as moléculas. Portanto,
se a distância média entre as moléculas aumentar, a
energia potencial associada às atrações moleculares
também aumentará. A energia interna do gás dependerá
do volume do gás, além da temperatura.
Joule, esquematizou um aparelho como
indicado na figura 10, para efetuar uma experiência
para determinar se a energia interna do gás depende ou
não de seu volume. No início da experiência, o
compartimento abaixo estava cheio de gás e o acima
completamente vazio (vácuo). A torneira que conecta
os dois estava fechada. O sistema estava termicamente
isolado do ambiente, não podendo ceder ou receber
calor, nem efetuar trabalho. Quando a torneira era
aberta, o gás se precipitava no compartimento
esvaziado. O processo é uma expansão livre (expansão
contra pressão nula).
FCTM - Termodinâmica – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Capítulo 9 – Gases Ideais, Ciclos termodinâmicos 57

Calor – Q  Processos de Estrangulamento:

Calor é uma forma de energia que é transferida Muito do progresso em termodinâmicas foi feito
de um corpo (sistema) para outro corpo (sistema ou no estudo das propriedades de gases. Um das perguntas
ambientes). A transferência de Calor pode acontecer cedo era se ou não gases esfriam em expansão. Joule
quando há uma diferença de temperatura. Assuma dois projetou uma experiência para descobrir se ou não gases
corpos com temperaturas diferentes colocados em esfriam em expansão e nesse caso quanto.
contato. O calor transfere do corpo mais quente ao mais O aparato de Joule consistiu em dois bulbos de
frio. Isto continuará até a temperatura dos corpos é o vidro conectados por uma torneira. Um bolbo estava cheio
mesmo (equilíbrio térmico). A unidade de SI de calor é com gás em algum p e T. O outro bulbo foi evacuado. O
joule (J). Outras unidades são: aparato inteiro foi separado de forma que q = 0. Quer dizer,
1 cal (calorie)= 4.1868 J a experiência seria adiabática.
 1 Btu (British thermal unit)= 1055.05 J A torneira foi aberta para permitir o gás para se
 thermie= 4.184E6 J expandir no bolbo juntando. Considerando que o gás
 ft.lbf= 1.35582 J estava se expandindo contra zero pressão que nenhum
 kJ= 1000 J trabalho era acabado, w = 0. Com ambos o q = 0 e w = 0
 MJ= 1 106 J está discutido a experiência similar na seção anterior.
 hp.h (horsepower.hour)= 2.6845E6 J ;  U 
kWh= 3.6106 J; MWh= 3.6109 Joule em 1845 experimentou medir  
 A primeira Lei da Termodinâmica
 V  T
relaciona trabalho, energia interna e calor: (este é zero para um gás ideal) para analisar o
comportamento de um gás ideal. A experiência de Joule-
Quando um sistema fechado é alterado Thompson era uma melhoria um envolve a expansão de
adiabaticamente, o trabalho total associado com a um gás por uma tomada porosa tal que a entalpia H
mudança de estado é o mesmo para todo possíveis permanece constante. Envolvia uma medida do coeficiente
processos entre os dois determinados estados de  H 
de Joule-Thompson    . Advertência que este
 P  T
equilíbrio.
Uma definição mais sucinta e compreensível
poderia ser algo assim: A matéria e a energia podem ser derivado é avaliado a H constante. Chegou-se ao
alteradas (convertidas), mas não criadas nem destruída. resultado:
A Primeira Lei ensina que a matéria e a energia não >0 O gás esfria na expansão
podem simplesmente aparecer nem desaparecer.
dQ  dU  dW μJT < 0 O gás aquece na expansão

 Implicações da Primeira Lei μJT = 0 Temperatura é constante

A Primeira Lei, embora não formalmente Esse processo é utilizado em criogenia para
definida até o século dezenove, ajudou a tornar a resfriamento do He para obtê-lo na forma líquida e
ciência possível. A ciência depende da habilidade para armazenada em dewars, como vemos na figura abaixo.
identificar as relações de causa-efeito. Se a matéria ou
energia pudesse aparecer espontaneamente, os cientistas Figura 8 - Aparelhos utilizados em criogenia
nunca saberiam se uma determinada observação era
devido a uma causa racional, ou para uma geração
espontânea de matéria ou energia que eram causadas.
Conclusões científicas estariam em solo movediço. A
Lei de Causalidade é unida assim de perto com a
Primeira Lei de Termodinâmicas.
A Primeira Lei também exige, se nós
aceitamos isto, um de duas possibilidades sobre a
natureza do universo. A pessoa é que sempre existiu,
forma variável talvez, mas nunca tendo vindo do nada,
ou indo para o mesmo. A outra possibilidade é que não
veio do nada, mas de uma transformação (quer dizer,
fora do universo) de um criador que não está sujeito às
leis dentro do universo.
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Para gases diatômicos (como por exemplo, os


nitrogênios (N2) ou o oxigênio (O2)) são incluídos dois
graus de liberdade, um de rotação e outro de vibração:
Assim:
3 2 5 5
U  nRT  nRT  U  nRT  cv  R
2 2 2 2
5 7
c P  cv  R  RR  R
2 2
O Coeficiente de Poisson será:
7
cp R
7
   2 
cv 5 5
R
2
Para gases poliatômicos, como a amônia (NH4) ou
dióxido de carbono (CO2), as moléculas podem efetuar
rotação sobre três eixos perpendiculares; assim:
U  3nRT  cv  3R
c P  cv  R  3R  R  4R
O Coeficiente de Poisson será:
 Capacidades Caloríficas de um gás Perfeito.
cp 4R 4
   
 Calor específico a volume constante: cv 3R 3
Figura 9 - Determinação dos graus de liberdade para
O calor específico a volume constante é diferentes moléculas.
definido por;
1  U 
cV    z
n  T V
O calor específico a pressão constante é
definido por;
1  U  y
cP   
n  T  P
Para um gás ideal, a energia interna é função
apenas da temperatura: x
1  dU 
cV   
n  dT 
Para cada grau de liberdade adiciona-se
1
nRT à energia interna.
2
Para gases monoatômicos como, por exemplo,
o Hélio (He) e o Argônio (Ar):
3 3
U nRT  cv  R
2 2 Energia interna inclui energia cinética e energia de
3 5 potencial associadas com o movimento molecular em
c P  cV  R  R  R  R geral. Mas a energia potencial é associada com forças de
2 2 intermolecular que são presumidas para ser zero em um
O Coeficiente de Poisson é dado por: gás ideal com exceção das colisões perfeitamente elásticas
5 entre moléculas. Então a energia interna de um gás ideal é
cp 2 R 5 energia completamente cinética. Enquanto vapor a 100
   
cv 3 3 graus Centígrado não é estritamente um gás ideal, o
R diagrama ilustra o fato que a mudança de fase para a fase
2
de estado gasosa só a porção cinética da energia interna.
Para um gás ideal monoatômico esta energia interna é
z determinada por:
y

x
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3 Calor Específico Moleclares de Gases


U nRT Tipo de Gás Gás CV(J/(Mol.K))
2 MonoAtômico He 12,47
Ar 12,47
H2 20,42
Se a energia rotacional e vibracional é
Diatômico N2 20,76
considerada, no caso de moléculas de poliatômicas,
então: O2 21,10
CO 20,85
f
U nRT CO2 28,46
2 Poliatômico SO2 31,39
f: Número de graus de liberdade. H2S 25,95

Calor específico de um gás:


 Capacidade Calorífica dos Sólidos
O calor específico de um gás é geralmente
expresso pelo calor específico molar. Observa-se que todos os metais possuem
dQV  CV dT capacidades caloríficas molares aproximadamente iguais.
Medidas experimentais mostram que um grande número de
dW  0 sólidos tem capacidade calorífica molar aproximadamente
dQ  dU  dW  dQ  dU igual a 3R:
 dU  c  3R  24,9 molJ.K
CV    Essa equação é expressa pela Lei de Dulong-
 dT V Petit. É possível justificá-la com a aplicação do Teorema
Para um gás monoatômico, o calor específico a da Equipartição da energia ao modelo simples de sólido
volume constante é dado por: indicado na figura 10.

1  U  Figura 10 - Modelo de sólido cristalino.


cV   
n  T V
Aquecendo o gás à pressão constante:

dQP  CP dT
dQ  dU  dW  dQ  CV dT  PdV
PV  nRT
dPV  PdV  nRdT
dP  0  PdV  nRdT
dQP  CV dT  PdV
CP dT  CV dT  nRdT
C P  CV  n  R
O calor específico à pressão constante é dado
por:
1  U 
cP   
n  T  P
Para um gás monoatômico: Cada átomo pode vibrar nas posições x, y, z em
c P  cV  R torno da respectiva posição de equilíbrio. A energia total
do átomo nesse sólido é:
Ou:
1 1 1 1 1 1
C P  CV  n  R E  mvx2  mv y2  mvz2  kef x 2  kef y 2  kef z 2
2 2 2 2 2 2
Aqui, kef é a constante de força das molas
hipotéticas. Pelo Teorema da Equipartição da energia, a
energia interna de um mol do sólido é:
1
U  6 RT  3RT
2
cV  3R
Essa relação é demonstrada utilizando a
primeira lei da termodinâmica.
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Figura 11- Valores experimentais de cV para o A razão do fracasso do teorema da equipartição é


chumbo, o alumínio, o silício e o diamante. a quantização da energia. Uma molécula só pode ter
Em temperaturas elevadas, o valor de cV tende energias com um certo valor de um número discreto. O
a 3R de acordo com a Regra de Dulong e Petit. Em Princípio da Equipartição só terá validade ou não conforme
baixas temperaturas, cV é menor que 3R. os tamanhos relativos de kT e do espaçamento dos níveis
de energia.

Processos adiabáticos.
Processos adiabáticos são definidos como
processos que não envolvem transferência de calor:
dQ  0
Aplicando à primeira Lei da Termodinâmica,
teremos:
dQ  0  dU  dW  dU  dW  PdV  ncV dT
Como:
PdV  VdP
Fracasso do Teorema da Equipartição PV  nRT  PdV  VdP  nRdT  dT 
nR
Embora o Teorema da equipartição tenha Igualando os termos teremos:
êxitos espetaculares na explicação das capacidades PdV  VdP P
dT   dV
caloríficas dos gases e dos sólidos, ele também tem nR ncV
fracassos. Se uma molécula de um gás diatômico
girasse por um eixo que passa pelos átomos, os dois nRP c  c
átomos deveriam vibrar sobre o eixo da molécula, e PdV  VdP   dV  P V  1dV  V V dP  0
teríamos dois graus de liberdade a mais,
ncV R  R
correspondentes às energias cinética e potencial de
vibração. PcV  R dV  VcV dP  0  Pc P dV  VcV dP  0
As capacidades caloríficas molares
experimentalmente medidas, indicam que c P dV dP dV dP
aparentemente as moléculas de gases diatômicos nem  0    ln V   ln P  C
giram em torno do respectivo eixo, nem vibram sobre cV V P V P
esse eixo. O Teorema da Equipartição da energia não
oferece explicação para esse comportamento nem para ln V   ln P  C  ln PV   C  PV   e C  k
o das moléculas monotômicas que, aparentemente, não
giram em nenhum dos três eixos. Além disso, a
capacidade calorífica varia com a temperatura, o que PV   k
não é previsto pelo Teorema da Equipartição.
O caso mais significativo da variação da cP
capacidade calorífica com a temperatura é o da  
molécula de H2, como ilustra a figura 11.
cV


Figura 12 - Dependência da capacidade A curva PV  k é sempre mais inclinada que a
calorífica molar do H2 com a temperatura. isotérmica PV = k, pois  > 1

Figura 13 - Comparação entre a transformação


adiabática e a isotérmica.
P



k
2
Adiabática com  = 1.5
1.75
1.5
1.25
Isotérmica
1
0.75
Em temperaturas baixas, a molécula de H2 se 0.5
comporta como uma molécula monoatômica, sem 0.25
rotação; em altas temperaturas, a molécula de H2
V
começa a vibrar mas a molécula se dissocia antes de a 1 2 3 4
capacidade calorífica atingir 7R/2.
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 Trabalho num processo adiabático:  Tipos de Processos – Diagrama P-V.


Pf V f  PiVi
Vf Vf

W   PdV   kV  dV 
Vi Vi
1 
Para um gás ideal:
T f  Ti
W  nR
1 
T f  Ti ; W  nRC T f  Ti
W  nR V
CV  CP
C
1 P
CV
T  Ti
W  nRCV f
nR
W  CV Ti  T f 
 Compressão adiabática

 Exemplos

 A panela de pressão.

Na panela de pressão os alimentos são


cozidos a temperaturas acima do ponto de ebulição da
água (100 °C) à pressão ambiente, possibilitando
portanto um tempo de cozimento reduzido.
Estas panelas - inventadas pelo francês Denis
Papin em 1679 e ppossuem tampas que vedam
hermeticamente o seu interior e válvulas para escape de
vapor que permitem segurança.
Existe uma válvula para controle da pressão e
uma válvula de segurança que se rompe abaixo da  Processo adiabático
pressão máxima que a panela suporta.
Pode ser usada como esterilizador, pois
temperatura ultrapassa os 100º C.Uma panela em estado
normal, com válvula e borracha da tampa em perfeito
estado, chega A 120°C. Gerando assim uma
esterilização muito mais segura. É recomendada para
pessoas que trabalham com instrumentos de manicure e
para instrumentos cirúrgicos.
A pressão varia conforme o gráfico a seguir.
Veja que o ponto de ebulição da água aumenta, cozendo
os alimentos a uma temperature maior que 100°C.
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A Segunda Lei da Termodinâmica. molecular transforma-se em movimento caótico. Como não


―É impossível qualquer transformação cujo se pode controlar o movimento individual das moléculas, é
único resultado seja a absorção de calor de um impossível reconverter completamente o movimento
reservatório a uma temperatura única e sua conversão caótico em ordenado. Pode-se porém converter uma fração
total em trabalho mecânico‖ dele, o que é feito pelas máquinas térmicas.
A impossibilidade de converter completamente
 Máquinas Térmicas. calor em trabalho mecânico forma a base de uma forma da
Segunda Lei da Termodinâmica.
É a denominação dada a qualquer motor que
funcione pela transformação de energia térmica em Enunciados:
energia mecânica através da expansão do vapor de A segunda Lei da Termodinâmica:
água. A pressão adquirida pelo vapor é utilizada para
deslocar êmbolos que permite o movimento das rodas ―Quando se incluem todos os sistemas que tomam
de potentes locomotivas. Pode ainda ser empregada, parte num processo, a entropia ou permanece constante ou
pela transformação em energia cinética, ou energia de aumenta‖.
movimento, em imensas turbinas que impulsionam ―Não é possível um processo no qual a entropia
geradores elétricos e gigantescos transatlânticos. decresce‖.
Bombas, bate-estacas e muitas outras máquinas são ―É impossível qualquer transformação cujo único
comandadas por máquinas à vapor. resultado seja a absorção de calor de um reservatório a uma
temperatura única e sua conversão total em trabalho
mecânico‖.
―É impossível qualquer transformação cujo único
resultado seja a transferência de calor de um corpo frio
para outro mais quente‖.
A segunda Lei da Termodinâmica é uma
expressão do aspecto unilateral inerente a esses processos e
das limitações resultantes nas máquinas térmicas e
refrigeradores.

Figura 15 -
(a) Refrigerador em trabalho sem trabalho que
poderia ser usado em conjunção com uma máquina
simétrica normal (à direita) para formar uma máquina com
rendimento 100%

Figura 14 - Diagrama de funcionamento de


uma máquina térmica.
Nenhuma máquina térmica possui um
rendimento de 100 %, ou seja, nenhuma absorve o calor
e converte em trabalho completamente.
A primeira Lei requer que a energia obtida de (b) Uma máquina com 100 % de rendimento
uma máquina, sob a forma de calor mecânico, iguale as (esquerda, que poderia ser usada em conjunção com um
diferenças entre as energias absorvida e cedida, sob a refrigerador normal (direita), formando um refrigerador
forma de calor. sem trabalho. Sendo um deles impossível, o outro também
Uma máquina que não rejeitasse calor e que será.
convertesse todo o calor absorvido em trabalho
mecânico estaria em princípio com a primeira Lei.
Porém, existe um princípio independente da primeira
Lei que determina a fração máxima de energia
absorvida sob a forma de calor que pode ser
transformada em trabalho mecânico. A base desse
princípio deve-se a diferenças existentes entre a
natureza da energia interna e mecânica. A primeira é
resultado do movimento molecular caótico, enquanto a
última representa o movimento molecular ordenado. A
energia cinética e potencial associada ao movimento
caótico constitui a energia interna. Quando um corpo
em movimento realiza uma colizão inelástica e vai ao
repouso, a porção ordenada da energia cinética
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Eficiência: O trabalho líquido do ciclo é a potência efetiva e o


calor absorvido pela substância de trabalho é a energia
Definimos como rendimento térmico como absorvida. A eficiência térmica ou rendimento térmico do
sendo o que é aproveitado pela máquina (o trabalho motor é definido por:
efetivo W) dividido pelo calor absorvido Qq: W
W Qq  Q f 
   QH
Qq Qq Como: QH  QC  W
aqui Qf: Calor rejeitado pela substância de
Então:   1 
QC
trabalho. QH
Num refrigerador, definimos eficiência, no A transformação de calor em trabalho é realizada
lugar de rendimento, como a relação: por dois tipos gerais de motor:
Motor de combustão externa. (Motor de Stirling
Qf Qf e a máquina a vapor)
e e Motor de combustão interna. (Motor a gasolina e
W Qq  Q f o motor a diesel).
Do ponto de vista econômico, o melhor ciclo Em ambos tipos, um gás ou uma mistura de gases
de refrigeração é o que retira o máximo de calor Qf do contida em um cilindro experimenta um ciclo, obrigando o
refrigerador com o consumo mínimo de trabalho pistão comunicar a um eixo um movimento de rotação,
mecânico W. vencendo uma força. Em ambos motores são necessários
que o gás experimente em um determinado instante do
Entropia ciclo elevações de temperatura e pressão. No motor de
Stirling e na máquina a vapor isso ocorre em uma
A entropia está diretamente relacionada à fornalha exterior. As altas temperaturas e pressão
irreversibilidade e a direcionalidade dos processos conseguidas em um motor de combustão interna são
naturais, como: fluxo de calor e conversão de trabalho conseguidas por uma reação química entre o combustível
em calor. Qualquer processo irreversível tem que ser e o ar, que ocorre no próprio cilindro.
acompanhado de um aumento de entropia. No motor a gasolina, a combustão de uma mistura
Considere dois estados de um sistema e várias de gasolina e ar é realizada em forma explosiva por uma
trajetórias ligando-os. Denotando-se por entropia S , centelha elétrica. No motor a diesel, a combustão é
define-se a variação de entropia em qualquer processo realizada lentamente, pulverizando-se o óleo diesel dentro
que leva o estado 1 ao estado 2 como: do cilindro em um regime adequado.

2  Potência de um motor
dQ
S   (Processo reversível)
1
T A potência pode ser expressa nas unidades Watt
Se o processo for isotérmico e reversível: (1 W = 1J/1s) ou em em cavalos-vapor (cv). O termo
Q original é horsepower – traduzido por cavalo de força,
S  (Processo isotérmico criado pelo engenheiro James Watt (1736 a 1819),
T tornando-se mais conhecido pelas melhorias que introduziu
reversível) nas máquinas a vapor.
Unidade: j/K, cal/K ou Btu/ 0R Watt trabalhava com seus cavalos içando carvão
de uma mina e queria transmitir a idéia da potência
Ciclos termodinâmicos: disponível de um desses animais. Descobriu que os cavalos
da mina eram capazes de executar, em média, 22.000 pés-
Acarreta-se nessas conversões variações de libra (3.044 quilogramas.metro, ou kg.m) de trabalho em
estado de um gás em um processo termodinâmico, um minuto. Deu um acréscimo de 50% nesse número e
assim, há a necessidade de uma série de processos nos determinou que um cavalo-vapor é equivalente a 33.000
quais o sistema seja levado ao seu estado inicial, ou pés-libra de trabalho (4.566 kg.m) em um minuto.
seja, um ciclo. 1cv = 735.5W
Cada processo pode envolver um fluxo de
calor para o sistema, ou do sistema e o desempenho de  Máquina a vapor:
trabalho sobre ele. O desenvolvimento da máquina à vapor no século
Para um ciclo completo: XVIII contribuiu para a expansão da indústria moderna.
QH: quantidade de calor absorvido pelo Até então, os trabalhadores era executados na dependência
sistema. exclusiva da potência dos músculos dos operários e da
QC: quantidade de calor cedido pelo sistema. energia animal. Do vento ou da água. Uma única máquina
W: trabelho líquido realizado pelo sistema. à vapor realizava o trabalho de centenas de cavalos.
Se QH > QC e se W é realizado pelo sistema, Fornecia a energia necessária para acionar todas as
então o dispositivo mecânico que obriga o sistema a máquinas de uma fábrica. Uma locomotiva à vapor podia
percorrer o ciclo denomina-se máquina Térmica, tendo deslocar cargas pesadas a grandes distância em um único
como propósito fornecer trabalho continuamente ao dia. Os navios à vapor ofereciam transporte rápido,
meio exterior (realizando o ciclo repetidas vezes). econômica e seguro.
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Uma máquina à vapor não cria energia, utiliza Pode-se aproximar o ciclo da máquina a vapor
o vapor para transformar a energia calorífica liberada pelo ciclo de Rankine, que veremos mais adiante.
pela queima de combustível em movimento de rotação A figura anterior mostra três isotermas da água em
e movimento alternado de vaivém, afim de realizar diagrama PV: uma correspondente à temperatura C do
trabalho. Uma máquina a vapor possui uma fornalha, na condensador, outra à temperatura B da caldeira e a terceira
qual se queima carvão, óleo, madeira ou algum outro à temperatura mais elevada H.
combustível para produzir energia calorífica. Em uma As curvas de saturação do líquido e do vapor, são
usina atômica um reator funciona como uma fornalha e indicadas tracejadas.
a desintegração dos átomos geram o calor. Uma No ciclo de Rankine, todos os processos são
máquina à vapor dispõe de uma caldeira. O calor supostos serem bem comportados: dessa maneira são
proveniente da queima de combustível leva a água a eliminadas todas as complicações decorrentes da
transformar-se, e ocupa um espaço muitas vezes maior aceleração, turbulências, atrito e perdas de calor.
que o ocupado pela água. Partindo do ponto 1 que representa o estado de 1
 Cronologia lb de água líquida saturada à temperatura e pressão do
1698 - Newcomen inventa uma máquina para condensador, o ciclo de Rankine compreende os seis
drenar a água acumulada nas minas de carvão. processos seguintes:
Patenteada em 1705, foi a primeira máquina movida a
vapor. 1  2: Compressão adiabática da água até a
1765 – James Watt aperfeiçoa o modelo de pressão da Caldeira (durante esse processo ocorre apenas
Newcomen. Seu invento deflagra a revolução industrial uma variação muito pequena de temperatura).
e serve de base para a mecanização de toda a indústria. 2  3: Aquecimento isobárico de água até o
Stephenson revoluciona os transportes com a invenção ponto de ebulição.
da locomotiva a vapor. 3  4: Vaporização isotérmica e isobárica da
1785 - Boulton começa a construir as água até convertê-la em vapor saturado.
máquinas projetadas por Watt.
4  5: Superaquecimento isobárico de vapor
No funcionamento real da máquina a vapor
d´água até convertê-lo em vapor superaquecido à
existem alguns processos que dificultam sua análise
temperatura H.
exata, tais como a aceleração e turbulência produzidas
pela diferenças de pressão requerida para fazer com que 5  6: Expansão adiabática do vapor dágua até
o vapor flua de uma parte para outra do aparato; o convertê-lo em vapor úmido.
atrito, a condução de calor pelas paredes durante a 6  1: Condensação isotérmica e isobárica do
expansão do vapor e transferências irreversíveis de vapor dágua transformando-se em água saturada à
calor devidas a diferenças finitas de temperatura entre a temperatura C.
fornalha e a caldeira Durante os processos 2  3, 3 4 e 4  5 o
Figura 16 - Diagrama da máquina a vapor. sistema recebe calor QH procedente de um reservatório de
calor, enquanto que no processo de condensação 6  1, o
sistema cede calor QC para um reservatório frio à
temperatura C. Esse processo de condensação deve existir
para que o sistema retorne ao seu estado inicia1. Uma vez
que durante a condensação do vapor d´água existe sempre
calor sendo rejeitado, QC não pode ser igual a zero, e por
isso o calor QH fornecido não pode ser convertido
integralmente em trabalho.
Resumindo, a máquina a vapor do tipo
condensação realiza as seguintes operações:
 A água é convertida em vapor em uma caldeira e
o vapor assim formado é superaquecido acima da
temperatura da caldeira (aproximadamente 500°C e 200
atm).
 O vapor superaquecido é admitido num cilindro e
Figura 17 - Ciclo da máquina a Vapor: Diagrama P- expande-se contra um pistão. O cilindro é mantido ligado à
V. caldeira durante a primeira parte do tempo que ocorre a
pressão constante.
 A válvula de admissão é fechada e o vapor se
expande adiabaticamente durante o resto do tempo.
 O resfriamento adiabático produz condensação de
parte do vapor e a mistura de gotículas de água e vapor é
forçada a sair do cilindro no seu curso de retorno e
introduzida no condensador, onde o vapor restante é
condensado e podendo ser reciclado.
 A eficiência térmica dessa máquina é da ordem de
35 a 40 %, cerca de 60 a 65% da energia fornecida é
desperdiçada.
FCTM - Termodinâmica – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Capítulo 9 – Gases Ideais, Ciclos termodinâmicos 65

O Ciclo de Carnot: Vf
O engenheiro francês, Sadi Carnot criou uma Q  U  W ; W   PdV
máquina térmica hipotética, cujo rendimento é o Vi
maior possível. De acordo com a segunda lei da
termodinâmica, nenhuma máquina térmica pode ter Adiabáticas: P V   K  T V  1  cte ;Q = 0
eficiência de 100%. Qual seria a máxima eficiência Isotérmicas PV  nRT : (Gás ideal) U = 0
de uma máquina térmica, a partir de um reservatório
quente a uma temperatura TH e de um reservatório Processo W U Q
frio a uma temperatura TC? Carnot desenvolveu tal (PiViTi)(PfVfTf)
máquina hipotética com as seguintes características: ab V  V 
n  R  TH  ln  b 
n  R  TH  ln  b 
Expansão 0  Va 
 Os processos que envolvem transferência de calor Isotérmica
 Va 
=QH
são isotérmicos.
 Não deve haver transferência de calor em qualquer bc Pc Vc  Pb Vb =
processo em que a temperatura da máquina varie, pois Expansão 1  CV  (TC  TH ) 0
Adiabática
ele não seria reversível.
CV  (TH  TC )
 Fonte quente: temperatura TH = TQ,
 Fonte fria: TC =TF. cd V 
n  R  TC  ln  d 
0 V 
n  R  TC  ln  d 
Compressão  Vc 
 Dois processos adiabáticos e dois processos Isotérmica
 Vc 
= QC
isotérmicos.
Figura 18 - Ciclo de Carnot da Pa Va  Pd Vd
Compressão 1  CV  (TH  TC ) 0
Adiabática
CV  (TC  TH )
Ciclo: QH+QC
a  b... a Área do ciclo A 0 A
 
CP (Coeficiente de Poisson)
CV
Para todos os gases:

CV,CP são funções de T e CP > CV.


CP= CV+nR

Gases monoatômicos:

(He,Ne,Ar e vapores metálicos Na,Cd,Hg)


3 5
CV  R ; CP  R ,   5
3
2 2
Gases diatômicos: (H2,D2,O2,N2 ,NO e CO)

5 7
CV  R ; CP  R ,   7
5
2 2
Gases poliatômicos e quimicamente ativos:

(NH3, CH4, CO2,CL2 e Br2)


CV,CP dependem da temperatura.

 Rendimento:
W

QH
TC
  1
TH
FCTM - Termodinâmica – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Capítulo 9 – Gases Ideais, Ciclos termodinâmicos 66

O Motor de Stirling:
Robert Stirling: em 1816 projetou e
patenteou uma máquina de ar quente que podia
converter alguma da energia liberada pelo combustível
liberado em trabalho. Tornou-se obsoleto ao
construírem as máquinas a vapor e de combustão
interna.
 Características:
 Dois pistões, um de expansão e outro de
compressão. Etapa d  a: Os dois pistões se movem,
 Espaço entre pistões cheio de gás e uma parte é mantendo o volume e fazendo o gás mais frio passar da
mantida em contato com um reservatório de calor direita para a esquerda pela chicana.
(combustível em ignição) e a outra parte (direita) está
em contato com um reservatório frio.  Diagrama P versus V
 Entre as partes existe um dispositivo R chamado
de regenerador (pacote de lã de aço ou uma série de Figura 20 – Ciclo de Stirling: Fonte
chicanas cuja condutividade é suficientemente baixa quente: T1 = TH; fonte fria T2 = TC. Calores
para manter a diferença de temperatura entre a
trocados: Q1 = QH e Q2 = QC.
extremidade fria e a quente).
P
 Fonte quente: temperatura TH =T2, fonte fria:TC=T1.
 Dois processos isotérmicos (compressão e Pa a
expansão) e dois isovolumétricos.
 Estudo do ciclo: TH QH
Figura 19 – Ciclo de Stirling
Pb b

d
Pd

TC

T2 = TH T1 = TC Pc c
Etapa a  b: O pistão esquerdo desce e o direito
permanece fixo. O calor QH do reservatório quente a temperatura TH é QC
absorvido pelo gás, expandindo-o isotermicamente.
Va = Vd Vb = Vc V

Q  U  W
Vf

W   PdV
Vi

Isotérmicas PV  nRT : (Gás perfeito) U=0


Processo / Wif Uif Qif
Estado (PiViTi)
TH TC ab V 
n  R  TH  ln  b 
V 
n  R  TH  ln  b 
Etapa b  c: Os dois pistões se movem de forma a EXPANSÃO  Va  0  Va 
ISOTÉRMICA
manter o volume constante e fazendo o gás aquecido passar pela TH QH
chicana.
bc 0 CV  (TC  TH ) CV  (TC  TH )
Isocórica
cd V  V 
n  R  TC  ln  d  n  R  TC  ln  d 
COMPRESSÃO 0  Vc 
ISOTÉRMICA  Vc 
TC QC
cd 0 CV  (TH  TC ) CV  (TH  TC )
Isocórica
a  b... a A 0 A = QH+QC
 Rendimento:
TH TC QC
Etapa c  d: O pistão da direita sobe e o da esquerda
TC
  1
se mantém fixo, comprimindo isotermicamente o gás a temperatura TH
TC; o gás perde calor QC para a fonte fria a temperatura TC.
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Exemplos:
W Q U
Exemplo 1 – A figura representa um diagrama Trabalho Calor Energia
Etapa Interna
PV simplificado do ciclo Joule de um gás perfeito.
1 2 P2V2  P1V1
0 T2  T1
Todos os processos são quase estáticos e CP é 1  nR
 1
constante. Completar a tabela:
2 3 0 cV T3  T2  cV T3  T2 

P 2 3 3 4 P1V4  P2V3 0 T4  T3
nR
P2 1   1
4 1 P1 V1  V4  P1 V1  V4  cP T4  T1 
Adiabáticas
P1 4 +
c P T4  T1 
0 V2 V1 V3 V4 V 1 Soma Soma 0
...1

Exemplo 3 – A figura representa um diagrama PV


Eta W Q U do ciclo imaginário de uma máquina térmica Completar a
pa Trabal Calor Energia tabela.
ho Interna P
1 2 P2V2  P1V1 0 T2  T1 P3 3
nR
1   1

2 3 P2 V3  V2 
P2 V3  V2  + c P T3  T2 

c P T3  T2  P2 1
3 4 P1V4  P2V3 0 nR
T4  T3
1   1 Adiabática

P1 V1  V4  P1 V1  V4  + cP T4  T1 


4 1
0 V2 = V3 V1 V

c P T4  T1 
1 Rendimento do ciclo (mostrar!!):
Soma Soma 0
...  V2 
1    1
  1   2 
Rendimento do ciclo (mostrar!!): V
 1
P   P3 

   1
  1   1 
 P2   P2 
Exemplo 2 – A figura representa um diagrama Etapa W Q U
PV do ciclo Sargent de um gás perfeito. Todos os Trabalho Calor Energia
processos são quase estáticos e as capacidades Interna
caloríficas são constantes. Complete a tabela. 1 2 P2 V2  V1  P2 V2  V1  + c P T2  T1 
P c P T2  T1 
P3
cV T3  T2 
3
2 3 0 cV T3  T2 

3 1 V
nR ln  1


 V1
nR ln 


0
V 
 V3   3 
1 Soma = Soma 0
P2 2 ... Área
P1 1 4 1

Adiabáticas

0 V2 = V3 V1 V

Rendimento do ciclo (mostrar!!):


  4  1 
  1    
 3  2 
]
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Motores – Classificação: veículos, houve muitos aprimoramentos em relação ao


desenho, número e disposição dos cilindros. Logo surgiram
 Introdução motores de 4 a 12 cilindros (ou até mais), sendo motores
com cilindros em linha ou em V, de diferentes
Por muitos séculos a tração animal foi a única capacidades.
fonte de força utilizada para realizar trabalho (o próprio Atualmente, com a grande preocupação com o
homem, gado, camelo, cães, etc.). meio ambiente a escassez do petróleo, novas tecnologias
A força humana foi utilizada pelas primeiras são aplicadas aos motores, visando obter maior rendimento
máquinas simples criadas pelo homem, tais como a tornar os veículos mais econômicos e menos poluentes.
alavancas, esteiras, cordas e polias. A partir destes Dentro destes, temos os motores flexiveis em
dispositivos surgiram os primeiros guindastes e combustível (álcool e gasolina).
moinhos de produtos rurais. A tração animal foi muito Os motores de combustão podem ser classificados
utilizada em engenhos e em veículos para o transporte como do tipo de combustão externa, no qual o fluido de
de cargas mais pesadas. Cavalos e Bois são os animais trabalho está completamente separado da mistura
mais comuns neste método. combustível-ar, sendo o calor dos produtos da combustão
Com o desenvovimento das sociedades, transferido através das paredes de um reservatório ou
tornou-se imperiosa a busca por novas fontes motoras. caldeira, e do tipo de combustão interna, no qual o fluido
A água é amplamente utilizada como fonte de de trabalho consiste nos produtos da combustão da mistura
energia até hoje. Nos tempos antigos, um Moinho de de combustível-ar propriamente.
água utilizava a correnteza de um rio para impelir força A invenção dos motores a explosão marcam até
a um engenho. Com o avanço da tecnologia, as rodas nossos dias o maior avanço no setor de transportes.
eram impulsionadas pela corrente da água canalizada Existem muitos tipos de motor a explosão que utilizam
por aquedutos a partir de uma barragem, somente combustíveis líquidos ou gasosos.
impulsionada pela gravidade. Os motores à combustão interna foram
A grande revolução tecnológica da antigüidade convencionados a serem utilizados em automóveis devido
foi o emprego do vento como motor. a invenção da vela as suas ótimas características, como a flexibilidade para
propiciou um grande avanço nos transportes (veleiros) e rodar em diversas velocidades, potência satisfatória para
nas indústrias com o uso dos (moinhos de vento). propulsão de diversos tipos de veículos, e poderia ter seus
Na idade moderna um novo salto tecnológico custos reduzidos para produção em massa.
impulsionou a revolução industrial. O advento da Atualmente, com a grande preocupação com o
máquina a vapor utilizada primeiramente em minas meio ambiente a escassez do petróleo, novas tecnologias
para bombeamento e posteriormente no transporte são aplicadas aos motores, visando obter maior rendimento
marcou definitivamente o modo de vida e delineou a a tornar os veículos mais econômicos e menos poluentes.
sociedade moderna No presente, o motor alternativo de combustão
A invenção dos motores a explosão marcam interna e a turbina a vapor são os tipos mais usados, com a
até nossos dias o maior avanço no setor de transportes. turbina a gás em grande uso apenas na propulsão de aviões
Existem muitos tipos de motor a explosão que utilizam de alta velocidade.
combustíveis líquidos ou gasosos. Uma vantagem fundamental do motor alternativo
A teoria fundamental dos motores à combustão de combustão interna, sobre as instalações de potência de
outros tipos, consiste na ausência de trocadores de calor no
interna de dois tempos foi estabelecida por Nicolas
circuito do fluido de trabalho, tal como a caldeira e
Léonard Sadi Carnot (França, 1824), enquanto a patente condensador de uma instalação a vapor. A ausência dessas
pelo primeiro motor à combustão interna a vapor foi peças não apenas conduz à simplificação mecânica mas,
desenvolvida por Samuel Morey (Estados Unidos, também, elimina a perda inerente ao processo de
1826). transmissão de calor através de um trocador de área finita.
Em 1867, Nicolaus Otto desenvolveu o O motor alternativo de combustão interna possui
primeiro motor atmosférico. Logo após, unindo outra vantagem fundamental importante sobre a instalação
esforços com Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach, a vapor ou turbina a gás, a saber, que todas as peças podem
desenvolveram o primeiro motor quatro tempos. Em trabalhar a temperaturas bem abaixo da máxima
1896, Karl Benz patenteara o primeiro motor boxer, temperatura cíclica. Este detalhe possibilita o uso de
com cilindros opostos horizontalmente. temperaturas cíclicas bastante altas e torna possíveis as
O engenheiro alemão Rudolf Diesel patenteou altas eficiências.
Com as limitações atuais de projeto, essas diferenças
um motor à combustão de elevada eficiência,
fundamentais dão as seguintes vantagens para o motor
demonstrando em 1900, um motor movido a óleo de
alternativo de combustão interna.
amendoim, cuja tecnologia leva seu nome até hoje.
Os motores à combustão interna foram
convencionados a serem utilizados em automóveis Outros tipos de motores:
devido as suas ótimas características, como a
flexibilidade para rodar em diversas velocidades,  Motor Radial
potência satisfatória para propulsão de diversos tipos de O motor radial é uma configuração dos motores a
veículos, e poderia ter seus custos reduzidos para explosão onde os pistões estão dispostos em torno de um
produção em massa. ponto central de onde sai um eixo. É muito utilizado para
Na primeira metade do século XX, como mover as pesadas hélices dos aviões.
forma de elevar a potência e a performance dos
FCTM - Termodinâmica – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Capítulo 9 – Gases Ideais, Ciclos termodinâmicos 69

 Motor a ar comprimido Figura 22 - Tipos de Motores:


Motor que obtem trabalho à partir da energia (a) Radial.
interna de uma gás.

 Motor elétrico
Paralelo ao motor a explosão, o grande avanço
na indústria deve-se ao motor elétrico. Motor elétrico é
uma máquina destinada a transformar energia elétrica
em mecânica. É o mais usado de todos os tipos de
motores, pois combina as vantagens da utilização de
energia elétrica - baixo custo, facilidade de transporte,
limpeza e simplicidade de comando – com sua
construção simples, custo reduzido, grande
versatilidade de adaptação às cargas dos mais diversos
tipos e melhores rendimentos.
A tarefa reversa, aquela de converter o movimento
mecânico na energia elétrica, é realizada por um
gerador ou por um dínamo. Em muitos casos os dois
dispositivos diferem somente em sua aplicação e (b) Elétrico.
detalhes menores de construção. Os motores de tração
usados em locomotivas executam frequentemente
ambas as tarefas se a locomotiva for equipada com os
freios dinâmicos.

 Motor a jato
Motor a jato é qualquer motor que acelera e
expele um jato de fluído a altas velocidades para gerar
empuxo de acordo com a 3ª Lei de Newton. O exemplo
mais típico dessa categória é o motor que impulsiona
um foguete.
 Motor hibrido
é o motor que utiliza hidrogenio como fonte de energia
 Motor fotoelectrico
É um motor que acaba por usar a energia solar. Um
veículo movimentado com este motor, o Nuna 2, (c) A jato.
atingiu os 170 Km/h.

Discutiremos a seguir os motores a explosão.

Combustão ou queima é uma reação química


exotérmica entre uma substância (o combustível) e um gás
(o comburente), usualmente o oxigênio, para liberar calor.
Em uma combustão completa, um combustível reage com
um comburente, e como resultado se obtém compostos
Figura 21 - resultantes da união de ambos, além de energia. De uma
forma geral:
CxHy + (x+y/4)O2 → xCO2 + (y/2)H2O
FCTM - Termodinâmica – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Capítulo 9 – Gases Ideais, Ciclos termodinâmicos 70

bateria armazena energia para alimentar os diferentes


Motores de Combustão interna sistemas elétricos. Quando o motor está em marcha, o
alternador, movido pelo virabrequim, mantém o nível de
O motor proporciona energia mecânica para carga da bateria.
mover o automóvel. Os motores de explosão com
pistões podem ser a gasolina ou diesel.  Componentes do Automóvel:
Os motores a gasolina podem ser de dois ou
quatro tempos. Os primeiros são hoje em dia Automóvel é qualquer veículo mecânico
utilizados principalmente em motocicletas. No motor autopropulsado desenhado para uso em estradas. A
de quatro tempos, em cada ciclo se produzem quatro palavra é usada em sentido mais restrito para referir-se a
percursos de pistão de ida e volta (tempos), durante um veículo desse tipo, com quatro rodas e idealizado
os quais acontecem a admissão, a compressão, a para transportar menos de oito pessoas. Os veículos para
explosão e o escape. Ver Motor de combustão um maior número de passageiros são chamados de
interna. ônibus, e os utilizados no transporte de mercadorias são
No carburador, mistura-se ar com gasolina os caminhões. O termo veículo automotor engloba todos
pulverizada. A bomba de gasolina impulsiona o os anteriores, assim como certos veículos especializados
combustível a partir do depósito até o carburador, de uso industrial e militar. Os componentes principais de
onde se pulveriza através de um difusor. O pedal do um automóvel são o motor, a transmissão, a suspensão, a
acelerador controla a quantidade de mistura que passa direção e os freios. Esses elementos complementam o
para os cilindros, enquanto os diversos dispositivos chassis, sobre o qual é montada a carroceria.
do carburador regulam automaticamente a proporção
de gasolina e ar. Na maioria dos veículos mais Figura 23 - Componentes de um automóvel.
recentes, o carburador foi substituído por um sistema
de injeção. A mistura de ar e gasolina vaporizada que
entra no cilindro a partir do carburador é comprimida
pelo primeiro movimento do pistão para cima. Essa
operação aquece a mistura e tanto a temperatura
quanto a pressão elevadas favorecem a combustão,
que se consegue fazendo saltar uma faísca entre os
dois eletrodos de uma vela que está dentro da câmara
de combustão.
Nos automóveis de hoje, usam-se cada vez
mais sistemas de ignição eletrônica. Até pouco tempo
atrás, no entanto, o sistema mais usado era o de
platinado.
Os motores a diesel seguem o mesmo ciclo
de quatro tempos do motor a gasolina, porém com
notáveis diferenças. Nestes, como não há velas, a
combustão acontece por injeção no cilindro do
combustível, onde se inflama ao ter contato com o ar  TRANSMISSÃO
quente sob alta pressão. Não possuem carburador; o A potência dos cilindros transmite-se, em
acelerador regula a quantidade de óleo diesel que a primeiro lugar, ao volante do motor e posteriormente à
bomba de injeção envia aos cilindros. Além disso, embreagem — que une o motor com os elementos de
esses motores são mais eficientes e consomem menos transmissão —, de onde a potência se transfere à caixa
combustível do que os movidos a gasolina. de câmbio. Todos os automóveis possuem algum tipo de
O escape dos gases de combustão de ambos embreagem. Os dois sistemas principais são a
os motores realiza-se através do tubo de escape (ou embreagem de fricção e a hidráulica. Os motores
escapamento), equipado com silencioso para diminuir desenvolvem sua máxima potência a um número
os ruídos da combustão. Nos últimos anos foi determinado de rotações. Se o virabrequim estivesse
introduzido o catalisador. Os motores precisam ser unido diretamente às rodas, só poderia circular de forma
lubrificados para diminuir o atrito ou desgaste entre eficiente a uma velocidade determinada. Para resolver
as peças móveis. O óleo, situado no cárter, ou tampa esse problema, utiliza-se a troca de marchas, um sistema
inferior do motor, salpica diretamente as peças, ou é que modifica as relações de velocidade e potência entre
impulsionado por uma bomba em diferentes pontos. o motor e as rodas motrizes. Uma caixa de câmbio
Além disso, os motores também precisam de convencional proporciona quatro ou cinco marchas para
refrigeração. Se não fossem resfriados, esquentariam frente e uma marcha a ré. É formada essencialmente por
tanto que os pistões ficariam bloqueados. dois eixos dotados de engrenagens dentadas, algumas
O equipamento elétrico do automóvel fixas e outras deslocáveis, de diferentes tamanhos.
compreende — além do sistema de injeção, no caso Quando o automóvel faz uma curva, as rodas situadas no
dos motores a gasolina — a bateria, o alternador, o lado interior percorrem uma trajetória mais curta do que
motor de arranque, o sistema de luzes e outros as do lado oposto. No caso das rodas motrizes, se ambas
sistemas auxiliares, como limpador de pára-brisas ou estiverem unidas à transmissão diretamente, dariam o
ar condicionado, além dos cabos correspondentes. A mesmo número de voltas e a roda externa patinaria. Para
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evitar que isto aconteça, utiliza-se um mecanismo


chamado diferencial, que permite que uma das rodas
percorra maior distância que a outra.
 SUSPENSÃO, DIREÇÃO E FREIOS
A suspensão do automóvel é formada pelas
molas, triângulos articulados e amortecedores,
estabilizadores, rodas e pneus. O chassis do
automóvel pode ser considerado a estrutura que une
as suspensões.
A direção é controlada através de um
volante montado numa coluna inclinada e unido às
rodas dianteiras por diferentes mecanismos. A
direção hidráulica é um mecanismo que reduz o
esforço necessário para mover o volante.
Um automóvel tem geralmente dois tipos de
freios: o freio de mão, ou de emergência, e o freio de
pé ou pedal. Os freios podem ser de tambor ou a
disco (ver Freio). No fim do século XX, os
automóveis enfrentam dois desafios fundamentais:
por um lado, aumentar a segurança dos ocupantes, (c) Sistema Elétrico
para reduzir o número de vítimas de acidentes de
trânsito, através da incorporação de elementos de
segurança ativa e passiva; por outro lado, aumentar
sua eficiência, para reduzir o consumo de recursos e a
contaminação atmosférica, da qual são um dos
principais culpados.
Entre as alternativas aos motores de explosão
convencionais, os motores elétricos parecem ser os
mais promissores. Importantes avanços na tecnologia
de baterias permitiram que se fabricassem automóveis
elétricos capazes de desenvolver velocidades superiores
aos 100 km/h com uma grande autonomia. Esse tipo de
veículo é extremadamente limpo e silencioso e ideal
para o trânsito urbano.

Motor – Diagramas dos Sistemas:

Figura 24 - Sistema de combustão (a), de (d) Sistema de Refrigeração:


lubrificação (b), elétrico (c) e de refrigeração (d)
(a) Sistema de Combustão

(b) Sistema de Lubrificação:


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Motores de Dois tempos inflamação dos gases produzida pela libertação da


faísca na vela, pelo que estes empurram o êmbolo
A característica que distingue o método de em direcção ao PMI (ponto morto inferior),
operação do motor de dois tempos é que, a cada curso produzindo assim trabalho e movimentando o
de expansão corresponde um curso de trabalho. Tal eixo de manivelas. Durante esta parte do passeio,
operação é possível porque o bombeamento não é o êmbolo vai obstruindo a janela de admissão,
efetuado nos cilindros, mas, em uns mecanismos enquanto vai libertando a de escape possibilitando
separados, chamados de bomba de ar de lavagem. a saída dos produtos provenientes da combustão.
Entretanto, deve-se lembrar que, para dada potência, 4. Até chegar ao PMI, o êmbolo liberta
necessita-se de uma capacidade de ar definida e que o completamente a janela de passagem entre o
motor de dois tempos deve admitir em seus cilindros a cárter e o cilindro permitindo que a mistura
mesma quantidade de ar por unidade de tempo, que seu gasosa seja direccionada para o cilindro, acabando
motor equivalente de quatro tempos, para a mesma de empurrar os gases queimados que ainda aí se
potência fornecida. encontrem.
A Figura 25 mostra diversos tipos de cilindros  Após a expulsão dos gases o motor fica nas
de dois tempos. Os princípios de sua operação são os condições iniciais permitindo que o ciclo se
mesmos, apesar das diferenças de projeto e disposição repita.
mecânica. Esses motores têm janelas que são desco-
bertas pelo pistão, próximo do ponto morto inferior. Na Figura 25 - Motor a dois tempos.
(a) e (b), tais janelas ficam em apenas um dos extremos
do cilindro, mas são divididas em dois grupos, um para
a admissão e outro para a descarga. Em (c) e (d), as
janelas de admissão são abertas por um pistão e as de
descarga pelo outro. Em (e) e (7), existem válvulas
controladas pelo pistão. Os cilindros com janelas de
admissão e descarga em um dos extremos, tais como os
tipos (a) e (b), são freqüentemente chamados de
lavagem em anel, enquanto os cilindros com janelas de
admissão e descarga em ambos os extremos são
denominados de lavagem direta. Por conveniência,
esses termos são usados neste texto. Na discussão que
se segue, a palavra "janela" é usada para indicar as
aberturas para admissão e descarga, ainda que em
alguns casos, tal como em (e), as aberturas possam ser
controladas por válvulas.
Normalmente, um motor a 2 tempos não usa o
cárter como depósito de óleo. A lubrificação obtém-se
adicionando 5% de óleo directamente à gasolina
durante o abastecimento. Durante a explosão da mistura
gasosa, o óleo contido no combustível é projectado em
todas a direcções do cilindro, permitindo depois a
lubrificação do êmbolo e restantes partes móveis.
O motor possui duas janelas para comunicar com o
exterior e uma entre o cilindro e o cárter:
 A janela de escape, colocada na parte inferior
do cilindro e que faz a comunicação deste com
o exterior, permitindo a saída dos gases
queimados provenientes da explosão;
 A janela de comunicação entre o cilindro e o
cárter;
 A janela de admissão, por onde vai ser
introduzida a mistura gasosa formada pelo ar e
pelo combustível.
1. Ao ser iniciado o movimento ascendente do
êmbolo, este obstrui todas as janelas, sendo
comprimida a mistura gasosa existente na
parte superior do cilindro durante esta parte do
passeio do êmbolo.
2. Ultrapassando a janela de admissão, esta fica a
descoberto, permitindo a admissão da mistura
gasosa no cárter.
3. Quando o êmbolo atinge o PMS (ponto morto
superior) dá-se a explosão, devido à
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Motores de Quatro tempos Fases do Motor a Gasolina

Motor a gasolina: ciclo Otto Figura 28 - Componentes do motor (a). Diagrama


do Pistão (b).
W. Rankine era engenheiro civil. Em 1855 (a)
leccionou em Glasgow tanto nessa especialidade como
mecânica. As contribuições no âmbito destes assuntos
foram várias desde o desenvolvimento de métodos que
permitiam estudar a distribuição de forças em estruturas
das construções até à escrita de trabalhos no âmbito da
mecânica dos solos.
Rankine terá sido o primeiro a a considerar o
termoenergia como sinônimo de trabalho (1852). Os
conceitos de energia potencial e energia cinética são
devidos a este cientista (1859). Também o
conceito/significado do termo adiabático ficou
popularizado em engenharia após a publicação da sua
obra “A Manual of Steam Engine and Other Prime
Movers".
Rankine teve grande envolvimento na teoria do
calor que na época era tema de acalorados debates. (b)
Neste contexto procurou explicar as teorias de Carnot
formulando hipóteses próprias. O seu trabalho viria a
ser prosseguido por Maxwell.
O estabelecimento da primeira lei da
termodinâmica enquanto parte essencial da
Termodinâmica fica a dever-se em grande parte a
Rankine entre outros(como Clausius e Kelvin).
A descoberta e utilização da propriedade
entropia será de atribuir a Rankine (1,2) que a designou
de "função termodinâmica" e lhe atribuiu a letra  - em
vez de S como Clausius. Foi no entanto Clausius que
clarificou o significado desta nova propriedade
descrevendo-a e aplicando-a com grande clareza.
Podem talvez considerar-se como obras mais
importantes as seguintes : Manual of Applied
Mechanics(1858), A Manual of Steam Engine and
Other Prime Movers(1859)e On the Thermodynamic
Theory of Waves of Finite Longitudinal Disturbance
1. Curso de admissão:
A mistura de vapor de gasolina e ar é puxado para
dentro do cilindro pelo curso da sucção do pistão. A
pressão exterior é maior que a da mistura, produzindo a
aceleração e vencer o atrito.

Figura 29 - Curso de admissão.

Figura 26 - William John Macquorn Rankine


Biografia
Data de nascimento: 2 de Julho de 1820,
Edinburgo, Escócia
Data de falecimento: 24 de Dezembro de 1872
em Glasgow, Escócia
FCTM - Termodinâmica – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Capítulo 9 – Gases Ideais, Ciclos termodinâmicos 74

2. Curso de compressão: Figura 32 - Curso de exaustão.

A mistura de vapor de gasolina e ar é comprimida


até que sua pressão e temperatura se elevem
consideravelmente.

Figura 30 - Curso de compressão.

6. Curso de exaustão:

O pistão expulsa do cilindro quase todos os


produtos da combustão, exercendo uma pressão
suficientemente maior que a pressão exterior para produzir
3. Explosão: aceleração e vencer o atrito.
A combustão da mistura quente ocorre muito Nesses processos torna-se difícil à análise
rapidamente por meio de uma centelha elétrica. matemática exata, devido a fatores como o atrito, perda de
Os produtos resultantes da combustão alcançam calor por condução. Idealizando o motor a gasolina:
uma temperatura e pressão elevada, porém o volume 1. Substância de trabalho é o ar.
permanece constante, pois o pistão não se move durante 2. Processos quase-estáticos.
o processo. 3. Não existe atrito.

Figura 31 - Curso de explosão. O Ciclo Otto:

 Características:

É uma idealização do motor a gasolina, onde:


 Substância de trabalho é o ar.
 Processos quase-estáticos.
 Não existe atrito.
 6 processos simples de um gás perfeito.
 Fonte quente: temperatura TQ, fonte fria: TF.
 Dois processos adiabáticos (compressão e expansão) e
dois isovolumétricos.

Figura 33 - Diagramas P versus V do ciclo.

4. Curso de Potência:

Os produtos quentes da explosão se expandem


e empurram o pistão para fora, experimentando assim
uma queda de temperatura e pressão. Esse curso do
pistão é acompanhado de atrito, aceleração e condução
de calor.
5. Válvula de exaustão:

Os produtos da combustão na final do curso de


potência estão ainda a uma temperatura e pressão
superiores às do meio exterior. Uma válvula de
exaustão permite que algum gás escape até que a
pressão se iguale à atmosférica. O pistão não se move
nesse processo.
FCTM - Termodinâmica – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Capítulo 9 – Gases Ideais, Ciclos termodinâmicos 75

Processo / Estado W U Q Para o ar:   1.5 , e sendo r = 9 teremos


(PiViTi) =67%
ia
admissão isobárica quase-
As perdas acarretarão eficiência menor. A
P0V0 eficiência pode aumentar aumentando-se o valor de r.
estática à P0 de n moles de
ar à T0 Contudo isso pode fazer aumentar a temperatura no
ab processo adiabático da compressão da mistura ar-
Compressão Adiabática CV  (Ta  Tb ) CV  (Tb  Ta ) 0 combustível. Quando a temperatura é muito elevada, a
Ta < Tb
mistura pode explodir espontaneamente após a
bc compressão, em vez de explodir quando a centelha da vela
aumento da temperatura e CV  (Tc  Tb ) CV  (Tc  Tb ) produz a ignição. Esse fenômeno chama-se pré-ignição ou
pressão isocórico quase
estático de n moles de ar, 0 QH detonação, ela produz uma pancada com um som forte e
produzido pela absorção de QH pode danificar o motor. A taxa de octanagem da gasolina
calor QH mede suas qualidades antidetonantes. A razão de
cd compressão prática máxima para a octanagem elevada, ou
expansão adiabática
quase estática de n moles
gasolina premium, é aproximadamente igual a 10.
C  (T  T ) CV  (Td  Tc ) 0 O Ciclo Otto é um modelo altamente idealizado.
de ar, envolvendo uma V c d
queda de temperatura de Tc Ele supõe que a mistura se comporte como um gás ideal;
a Td despreza o atrito, a turbulência, a perda de calor para as
da paredes do cilindro e muitos outros efeitos que se
queda da temperatura e CV  (Ta  Td ) CV  (Ta  Td ) combinam para se produzir a eficiência da máquina real.
pressão isocórica quase
estática de n moles de ar de 0 QC QC Outra fonte de ineficiência é a combustão incompleta. Uma
Td a Ta mistura de ar e gasolina com a composição adequada para
ai uma combustão completa convertendo hidrocarbonetos em
Exaustão isobárica quase -P0V0 0 -P0V0 H2O e CO2 não sofre ignição imediata. Uma combustão
estática à pressão
atmosférica. Temperatura imediata necessita de uma mistura mais ―rica‖ em gasolina.
constante T0 A combustão incompleta resultante produz na exaustão CO
Vf e hidrocarbonetos que não ―queimam‖. O calor obtido da
Q  U  W W   PdV gasolina é então menor que o calor total da combustão; a
diferença é desperdiçada e os produtos da exaustão
Vi
contribuem para a poluição. As eficiências dos motores a
 1
Adiabáticas: T1V1  T2V2 1 ; gasolina reais são tipicamente da ordem de 35%.
T3V2 1  T4V1 1
QH   CV dT  CV T3  T2 
T3

T2
 Calor absorvido e cedido:
QH   CV dT  CV T3  T2 
T3

T2
 Rendimento:
QC
  1
QH
QH  Cv Tc  Tb  ; QC  Cv Ta  Td 
Td  Ta
  1
Tc  Tb Figura 34 - Funcionamento do ciclo e motor de
Como: TaVa 1  TbVb 1 ; TcVb 1  TdVa 1 automóvel.
Por subtração:
 1
V  Td  Ta
Td  Ta Va 1  Tc  Tb Vb 1 
 b 
 Va  Tc  Tb
A razão r = Va/Vb é chamada de razão de
compressão. Assim:
1
  1  1
r
Num motor a gasolina, r não pode exceder de
10, porque, se for maior, a elevação da temperatura
depois da compressão de uma mistura de gasolina e ar
será suficiente para causar uma explosão antes de
produzir-se a centelha elétrica. Isto é chamado de pré-
ignição.
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A tabela abaixo mostra os principais constituintes


 A gasolina da gasolina, bem como de suas propriedades e processos de
obtenção.
A gasolina é um combustível constituído
basicamente por hidrocarbonetos e, em menor Índice
quantidade, por produtos oxigenados. Esses Faixa de de
hidrocarbonetos são, em geral, mais "leves" do que Constituintes Processo de Obtenção ebulição Octano
(°C) Motor
aqueles que compõem o óleo diesel, pois são formados (Clear)
por moléculas de menor cadeia carbônica (normalmente
destilação e processos
de 4 a 12 átomos de carbono). Além dos Butano
de transformação
- 101
hidrocarbonetos e dos oxigenados, a gasolina contém
destilação, processos de
compostos de enxofre, compostos de nitrogênio e Isopentano transformação, 27 75
compostos metálicos, todos eles em baixas isomerização
concentrações. A faixa de destilação da gasolina Alcoilada alcoilação 40 - 150 90 - 100
automotiva varia de 30 a 220°C.
Nafta leve de
destilação 30 - 120 50 - 65
destilação
 Composição
Nafta pesada de
destilação 90 - 220 40 - 50
destilação
A gasolina básica (sem oxigenados) possui Hidrocraqueada hidrocraqueamento 40 - 220 80 - 85
uma composição complexa. A sua formulação pode
Craqueada
demandar a utilização de diversas correntes nobres craqueamento catalítico 40 - 220 78 - 80
cataliticamente
oriundas do processamento do petróleo como nafta leve
polimerização de
(produto obtido a partir da destilação direta do Polímera 60 - 220 80 - 100
olefinas
petróleo), nafta craqueada que é obtida a partir da Craqueada
quebra de moléculas de hidrocarbonetos mais pesados coqueamento retardo 30 - 150 70 - 76
termicamente
(gasóleos), nafta reformada (obtida de um processo que Reformada reforma catalítica 40 - 220 80 - 85
aumenta a quantidade de substâncias aromáticas), nafta
alquilada (de um processo que produz iso-parafinas de
alta octanagem a partir de iso-butanos e olefinas), etc.
Quanto maior a octanagem (número de  Produção
moléculas com octanos) da gasolina melhor será sua A Petrobras, empresa petrolífera brasileira, produz
qualidade. diversos tipos de gasolina utilizando tecnologia própria,
fabricando as diversas frações de petróleo constituintes da
gasolina e misturando-as entre si e com os aditivos, através
de formulações convenientemente definidas para atender
aos requisitos de qualidade do produto.
O grande crescimento da produção de gasolina,
motivado pelo desenvolvimento da indústria
automobilística, foi possível não só através do refino, mas
também de processos de transformação de frações pesadas,
que fazem aumentar o rendimento total do produto em
relação ao petróleo.
[editar]
 Gasolina Aditivada
A "gasolina aditivada", disponível em alguns
postos de combustível, nada mais é do que a gasolina
comum mas com alguns aditivos que permitem um
desempenho um pouco melhor ao carro, já que eles
mantêm limpo o sistema por onde a gasolina passa,
diminuindo a corrosão e consequentemente diminuindo a
emissão de poluentes.
[editar]
Referências
 Fonte: Petrobras Distribuidora -
http://www.br.com.br
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grupo hidroxila ligado a um anel benzênico, podemos usar


Álcool o nome hidróxibenzeno (essa substância é usualmente
conhecida como fenol).
 O nome álcool vem do árabe al-kohul. Os o (que só faz ligações simples).
álcoois são substâncias orgânicas oxigenadas
caracterizadas pela presença na molécula do grupo  Consumo
hidroxila (—OH) ligado a um carbono saturado. O
etanol ou álcool etílico é o tipo de álcool mais comum. No Brasil, o álcool é utilizado como combustível
Está contido nas bebidas alcoólicas, é usado para de automóvel e desde 2005 para a aviação, seja
limpeza doméstica e também é combustível para isoladamente ou misturado à gasolina em uma proporção
automóveis. A fórmula do etanol é CH3CH2OH. de até 25%. Tem a vantagem de ser uma fonte de energia
 O metanol ou álcool metílico é um álcool renovável e causar menor poluição que os combustíveis
que não deve ser ingerido, pois é extremamente tóxico fósseis.
para o fígado. A fórmula do metanol é CH3OH. Atualmente, há correntes que questionam o
 Álcool anidro é um álcool com até 1% de impacto ambiental do álcool combustível, pelos severos
água (já que é difícil a obtenção de álcool totalmente danos do desmatamento necessário para abrir espaço à
puro), e pode ser adicionado à gasolina para aumento da monocultura de cana-de-açucar e pelo efeito nocivo da
octanagem. No Brasil, também é adicionado a gasolina queima da palhada, necessária para se preparar a cana para
como forma de "antidetonante" para que a gasolina a produção de álcool. Esses danos hoje já se fazem sentir,
possa ser comprimida no pistão do motor carburante ao apesar da utilização do álcool ser ínfima se comparada aos
máximo e não entre em combustão antes de acionada a derivados de petróleo. Se aumentasse consideravelmente
vela do motor. esta utilização, teríamos destruição maciça de ecossistemas
 O álcool bornílico é obtido ligado com o originais e a degradação do solo pela monocultura
hidroterpendio que corresponde a cânfora. açucareira.
 O álcool desnaturado é uma composição com Para o uso em motores de combustão interna,
o metileno. basta aumentar a taxa de compressão para 2 pontos acima
 O álcool natural é obtido pela fermentação e da taxa de compressão para gasolina e abrir os bicos
destilação de produtos agrícolas. injetores ou giclês de carburação em 20%. O sistema de
[editar] arrefecimento deve ser reforçado em 10% e toda a
Classificação tubulação, assim como tanques de combustível, devem
receber tratamento anti-corrosão ou serem feitos de
 Álcoois primários: têm o grupo hidroxila
ligado a um carbono primário; um exemplo é o plástico.
O álcool etílico é uma droga depressora do
etanol. A fórmula geral dos álcoois primários
sistema nervoso central e causa desinibição e euforia
é:
quando ingerido em pequenas doses e estupor e coma em
doses maiores.
 Álcoois secundários: têm o grupo hidroxila O Pró-Álcool ou Programa Nacional do Álcool
ligado a um carbono secundário; por exemplo: foi um programa de substituição em larga escala dos
2-propanol. A fórmula geral é: combustíveis veiculares derivados de petróleo por álcool,
financiado pelo governo do Brasil a partir de 1975 devido a
crise do petróleo em 1973 e mais agravante depois da crise
de 1979. O Programa substituiu por álcool etílico a
 Álcoois terciários: têm o grupo hidroxila gasolina, o que gerou 10 milhões de automóveis a gasolina
ligado a um carbono terciário; por exemplo: 2- a menos rodando no Brasil, diminuindo a dependência do
metil-2-propanol (trimetilcarbinol). A fórmula país ao petróleo importado.
geral é: A decisão de produzir etanol a partir da cana-de-
açúcar por via fermentativa foi por causa da baixa nos
preços do açúcar na época. Foram testadas outras
alternativas de fonte de matéria-prima, como por exemplo
a mandioca.
A produção de álcool no Brasil no período de 1975-76 foi
de 600 milhões de litros; no período de 1979-80 foi de 3,4
 Nomenclatura
bilhões e de 1986-87 chegou ao auge, com 12,3 bilhões de
litros.
A nomenclatura dos álcoois é baseada na dos Com a substituição do combustível, os automóveis
hidrocarbonetos de que derivam: basta substituir o o precisaram passar por alterações. Como exemplo, os tubos
final por ol. Se essa nomenclatura for ambígua quanto à tiveram seu material substituído; o calibre do percurso de
posição da hidroxila, o sufixo ol deve ser por ela combustível teve de ser aumentado; por causa do poder
precedido. Por exemplo, propan-2-ol indica um grupo calorífico menor do álcool, foi necessário instalar injeção
hidroxila ligado ao carbono 2 do propano. Também auxiliar a gasolina para partida a frio; o carburador teve de
pode ser escrito 2-propanol. ser feito com material anti-corrosivo, assim como a bomba
Em certos casos pode ser necessário usar a de combustível, que passou a ser composta de cádmio.
nomenclatura na forma prefixal. Nesse caso, deve-se
usar o prefixo hidróxi. Por exemplo, se tivermos um
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A disponibilidade de álcool nesse período 2. Parte de introdução de calor a volume constante


rendeu a pesquisadores a possibilidade de estudos da (isócora) e Parte de introdução de calor a pressão
alcoolquímica, análoga da petroquímica baseada no constante (isobárica)
petróleo, como, por exemplo, estudos sobre a 3. Expansão isentrópica
viabilidade da produção de óxido de etileno e 4. Rejeição de calor a volume constante (isócora)
monômeros a partir do etanol, matérias-primas básicas Este ciclo, tal como descrito, chama-se Ciclo Misto.
para a produção de uma gama de compostos químicos Quando a totalidade da energia é introduzida a
usados no dia-a-dia. pressão constante o ciclo chama-se Ciclo Diesel.
O ciclo inicia-se com o êmbolo no Ponto Morto
 Flex Superior (PMS). A válvula de admissão está aberta e o
êmbolo ao descer aspira o ar para dentro do cilindro.
Define-se por carro total-flex aquele que tem a O êmbolo atinge o Ponto Morto Inferior (PMI) e
capacidade de ser reabastecido com mais de um tipo inicia-se então a compressão. A temperatura do ar dentro
diferente de combustível, sem causar danos ao veículo. do cilindro aumenta substancialmente, o que é fundamental
Um sensor detecta o combustível e ajusta a injecção de para a ignição no motor Diesel.
acordo com a mistura. Assim pode-se usar tanto álcool Pouco antes do PMS o combustível começa a ser
quanto gasolina, ou uma mistura dos dois em qualquer injectado em finas gotículas com o propósito de se
proporção, ou ainda gás GNV. vaporizar facilmente e, em mistura com o ar quente, acaba
Retirado de: por se auto-inflamar. A combustão é controlada pela taxa
"http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%B3- de injecção de combustível. O combustível começa a ser
%C3%A1lcool" injectado um pouco antes do PMS devido ao facto de
demorar tempo a vaporizar-se e a misturar-se com o ar
Motor a Diesel: (atraso físico) e de demorar um determinado tempo até se
auto-inflamar (atraso químico). Estes atrasos são
O motor a diesel ou motor de ignição por designados globalmente por atraso à inflamação. A
compressão é um motor de combustão interna diferença entre o ângulo de cambota do PMS e do início de
inventado pelo engenheiro alemão Rudolf Diesel (1858- injecção chama-se avanço à injecção.
1913), em que a inflamação do combustível se faz pela A expansão começa ainda durante a fase de
compressão do ar dentro da câmara de combustão. Ele combustão. Ainda durante o tempo de expansão, abrem-se
desenvolveu esse metódo quando aperfeiçoava motores as válvulas de escape.
para substituir as máquinas a vapor. O ciclo termina com a fase de escape, onde os
O ciclo é dividido em 4 fases e poderá ser gases de combustão são expulsos do cilindro.
antecedido por um pré-aquecimento da câmara de Resumindo, o ar é comprimido adiabaticamente
combustão pelas velas de incadescência. Quando o até que a temperatura seja alta o suficiente para inflamar o
tempo está frio, o ar ao ser comprimido poderá não óleo que é pulverizado para dentro do cilindro durante a
atingir a temperatura suficiente para a inflamação. Esse explosão. A taxa da injeção de óleo combustível é ajustada
obstáculo tem vindo a desaparecer em virtude das de modo que a combustão seja aproximadamente isobárica,
injecções directas de baixa e de alta pressão. deslocando-se o pistão durante a combustão. , o resto do
1. Admissão de ar ciclo, o curso de potência, válvula de exaustão e curso de
2. Compressão de ar exaustão é exatamente o mesmo que o do motor à gasolina.
3. Injecção de combustível Os efeitos perturbadores, como o atrito e perdas de calor
4. Escape também ocorrem. Esses efeitos são eliminados e chega-se a
O combustível utilizado pelos motores diesel é o um motor a diesel ideal, onde realiza um ciclo determinado
gasóleo, um hidrocarboneto obtido a partir da destilação ciclo diesel padrão de ar, onde a reta 2  3 é horizontal.
do petróleo a temperaturas de 250ºC e 350ºC. Dois processos adiabáticos (compressão e
Recentemente, o diesel de petróleo vem sendo expansão) um isovolumétrico e um isobárico.
substituido pelo biodiesel, que é uma fonte de energia
renovável. Definimos:
Onde se tem feito mais evolução neste tipo de V
motorização mais eficiente que o seu congênere a rE  a : Taxa de expansão
Vc
gasolina é no campo da injecção directa, nomeadamente
nas de alta pressão como o injector-bomba e o Va
rC  : Taxa de compressão
"common-rail", que possibilitam a obtenção de mais Vb
potência e ainda melhores consumos e ruído de  Rendimento:
funcionamento. Observe que:
Somente o ar é admitido durante a admissão.
Wciclo CV Ta  Tb   nR Tc  Tb   CV Tc  Td 
 
 Características e Funcionamento: QH CP Tc  Tb 

O ciclo real de um motor Diesel segue com uma


nR CV  Ta  Tb   Tc  Td  
razoável aproximação o ciclo teórico composto pelas    
evoluções: CP CP  Tc  Tb  
1. Compressão isentrópica
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CP  CV CV  Ta  Tb   Tc  Td    1 1
rC 
 1 1


 
CP

CP  Tc  Tb 
 1  rE rC  1  rE rC 
   1     1   ;
  rC  rE    rC  rE 
1 1  T  T   Tc  Td      rC rE 
  1   a b  rE
  Tc  Tb   1 1 

Ta  Tb   Tc  Td  
1
  1  1  1  rE rC 
   1  
 Tc  Tb    11 
 rE rC 
1  Tc  Tb   Ta  Tb   Tc  Td   
  1  
1  1 rE   1 rC  
 
  Tc  Tb     1  
  1 rE   1 rC  
1 T  T 
  1  d a 
  Tc  Tb  Na prática, a razão de compressão de um motor
Expansão adiabática: diesel pode ser feita muito maior do que a de um motor a
 1 gasolina, porque não existe o perigo de pré-ignição, uma
 1  1 T V 
TdVd  TcVc  c  d   rE 1  Td rE1que
vez Tc somente o ar é comprimido. Se tomarmos rC=15;
Td  Vc  rE = 5 e  = 1.5 obtém-se  = 64%. Os rendimentos dos
motores diesel são menores, pois a turbulência, perda de
Compressão adiabática: calor para as paredes do cilindro podem danificar o
 1 processo.
Ta  Vb 
TaVa 1  TbVb 1     rC 1  Ta  rC1 Tb Figura 35 - Diagramas P versus V do ciclo.
Tb  Va 
Vc 1
Vb Vc T V V r r T r
  c  c  a  E  C  c  C
Tb Tc Tb Vb Vb 1 rE Tb rE
Va rc
1  rE1 Tc  rC1 Tb 
  1  
 Tc  Tb 
 1 Tc 1 
rE  rC 
1 Tb
  1  
  Tc  1 
 Tb 
 1 rC 
 rE  rC1 
1 rE Processo W U Q
  1   Estado
  rC  1  (PiViTi)
 rE  ab
compressão CV(Ta-Tb) CV(Tb-Ta) 0
 rE rC rC  adiabática

1  rE rE rC  bc QH
  1   isobárica
nR(Tc  Tb ) CV(Tc-Tb) CP(Tc-Tb)
  rC  rE  cd
 rE  expansão CV(Tc-Td) CV(Td-Tc) 0
adiabática
da QC
CV (Ta  Td ) CV (Ta  Td )
isocórica 0

a  ...a A 0 A
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Figura 36 - Etapas do motor a diesel.

 O óleo Diesel
Fonte: Petrobras Distribuidora
http://www.br.com.br/
O óleo diesel é um combustível derivado do
petróleo, constituído basicamente por hidrocarbonetos, o
óleo diesel é um composto formados principalmente por
átomos de carbono, hidrogênio e em baixas concentrações
por enxofre, nitrogênio e oxigênio e selecionados de
acordo com as características de ignição e de escoamento
adequadas ao funcionamento dos motores diesel. É um
produto inflamável, medianamente tóxico, volátil, límpido,
isento de material em suspensão e com odor forte e
característico. Recebeu este nome em homenagem ao seu
criador, o engenheiro alemão Rudolf Diesel.

 Utilização
O óleo diesel é utilizado em motores de combustão interna
e ignição por compressão (motores do ciclo diesel)
empregados nas mais diversas aplicações, tais como:
automóveis, furgões, ônibus, caminhões, pequenas
embarcações marítimas, máquinas de grande porte,
locomotivas, navios e aplicações estacionárias (geradores
elétricos, por exemplo). Em função dos tipos de aplicações,
o óleo diesel apresenta características e cuidados
diferenciados.
 Tipos de Diesel
O óleo diesel pode ser classificado, de acordo com sua
aplicação, nos seguintes tipos:
 Tipo "B" (máximo 0,35% de enxofre)
 Tipo "D" (máximo 0,2% de enxofre)
 Tipo "S500" (máximo de 0,05% de
enxofre)
O óleo diesel Tipo "D" é utilizado nas regiões
com as maiores frotas em circulação e condições climáticas
adversas a dispersão dos gases resultantes da combustão do
óleo diesel, necessitando de maior controle das emissões.
Para as demais regiões do país é utilizado o óleo diesel
Tipo "B". A partir de 2005 nas grandes metrópoles
brasileiras, o Diesel S500 passou a ser comercializado
adequando-se às tendencias internacionais de redução da
emissão de enxofre na atmosfera. Esse Diesel tem no
máximo 0,05% de enxofre.
O Diesel quando comprimido com o Oxigênio explode, tal
caracteristica é utilizada nos motores para transformar esta
energia em movimento.
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 Extra Diesel Aditivado conhecido como óleo diesel. A incorporação destas frações
e de outras obtidas por outros processos de refinação,
O Extra Diesel Aditivado é um óleo diesel que dependerá da demanda global de derivados de petróleo
contém um pacote multifuncional de aditivos com pelo mercado consumidor.
objetivo de manter limpo o sistema de alimentação de O atual modelo energético brasileiro é apoiado
combustível, reduzir o desgaste dos bicos injetores, entre outros pontos, no transporte de cargas em motores
reduzir a formação de sedimentos e depósitos, diesel, por via rodoviária, em detrimento do transporte
proporcionar melhor separação da água eventualmente ferroviário, fluvial ou cabotagem. Isso faz com que o óleo
presente no diesel e conferir maior proteção diesel seja o derivado propulsor do refino em nosso país,
anticorrosiva a todo o sistema de alimentação. correspondendo a 34% volume do barril de petróleo. Na
A utilização continuada do Extra Diesel maioria dos outros países do mundo, esta demanda situa-se
Aditivado garante uma pulverização mais eficaz do entre 15 e 25% volume do barril de petróleo, sendo a
combustível na câmara de combustão, permitindo uma gasolina o produto que comanda o refino, situação mais
mistura mais homogênea do combustível com o ar, fácil de atender em função das características dos petróleos
melhorando o rendimento do motor, evitando o e dos esquemas de refino disponíveis mundialmente.
desperdício de óleo diesel e reduzindo as emissões, Para atender o suprimento do mercado Brasileiro
contribuindo para uma melhor qualidade do ar. de derivados, com qualidade requerida e com custos
A utilização do Extra Diesel Aditivado traz, competitivos, a Petrobras opera suas refinarias priorizando
como conseqüência, a redução da freqüência de a produção de diesel.
manutenção dos componentes do sistema de De forma a garantir a qualidade de seus produtos,
alimentação e o aumento da vida útil do motor. bem como desenvolver melhorias, a Petrobras
 De referência (também chamado Distribuidora tem continuamente adequado o seu parque de
diesel padrão) refino destacando-se a implantação das unidades de
O chamado óleo diesel de referência é hidrotratamento de diesel, processo que permite aumentar a
produzido especialmente para as companhias produção de diesel a partir do refino de diferentes tipos de
montadoras de veículos a diesel, que o utilizam para a petróleo, reduzindo o seu teor de enxofre.
homologação de motores nos ensaios de consumo,
desempenho e de emissões.
 Óleo diesel marítimo
Também ocorrem subdivisões no caso do óleo
diesel marítimo de forma a se dispor da qualidade
requerida pelo usuário. São encontrados os seguintes
tipos, comercializados no país e/ou destinados à
exportação:
 Marítimo comercial
Destinado a motores diesel utilizado em
embarcações marítimas. Difere do óleo diesel
automotivo comercial apenas na necessidade de se
especificar a característica de ponto de fulgor
relacionada a maior segurança deste produto em
embarcações marítimas. Como ponto de fulgor entende-
se a menor temperatura que o óleo diesel vaporiza em
quantidade suficiente para formar com o ar uma mistura
explosiva, capaz de se inflamar momentaneamente,
quando sobre ele se incidir uma chama (fonte de
ignição). Para o óleo diesel marítimo o ponto de fulgor
é fixado em um valor mínimo de 60°C.
 Especial para a Marinha / Ártico
Os tipos Especial para a marinha e Ártico são
produzidos para atender necessidades militares e
apresentam maior rigidez quanto às características de
ignição, de volatilidade, de escoamento a baixas
temperaturas e de teor de enxofre. Isto se deve às
condições adversas de sua utilização em embarcações
militares - rapidez e desempenho - baixas temperaturas
(Oceano Ártico, por exemplo).
 Produção
A partir do refino do petróleo obtém-se, pelo
processo inicial de destilação atmosférica, entre outras,
as frações denominadas de óleo diesel leve e pesado,
básicas para a produção de óleo diesel. A elas podem
ser agregadas outras frações como a nafta, o querosene
e o gasóleo leve de vácuo resultando no produto
FCTM - Termodinâmica – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Capítulo 9 – Gases Ideais, Ciclos termodinâmicos 82

 PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS
DOS COMBUSTÍVEIS

Os combustíveis mais comuns para os motores de


combustão interna se originam do petróleo e consistem
em misturas de vários hidrocarbonetos diferentes. A
composição exata de tais combustíveis é variável e, em
muitos casos, não é inteiramente conhecida. Entretanto,
para muitas finalidades, as características de um
combustível de petróleo podem ser representadas
satisfatoriamente por aqueles de um simples
hidrocarbonetos com aproximadamente o mesmo peso
molecular e a mesma relação entre hidrogênio--
carbono. Assim, para os cálculos termodinâmicos, o
C8H16; (octano) pode ser escolhido para representar a
gasolina. Na prática, os combustíveis são usados nas
fases gasosa e líquida, tal que se devem considerar suas
propriedades.
O uso da base de energia interna zero em 220 K dá
entalpia zero em 156 K para o ar seco puro. Os métodos
usados no cálculo de C-1 estão

Propriedades Sensíveis dos Combustíveis.


Quando os combustíveis são usados em combinação
com o ar, está sempre presente a possibilidade de
fornecimento de energia através da reação química. A
energia dessa reação é usualmente imaginada como
pertencente ao combustível, e as propriedades
termodinâmicas dos combustíveis são consideradas de
forma a incluir as contribuições possíveis de tais
reações.
FCTM - Termodinâmica – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Capítulo 9 – Gases Ideais, Ciclos termodinâmicos 83

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