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Por serem termos com estreita ligação e na maioria das vezes seqüenciais quando se
refere à solenidade, o Cerimonial, o Protocolo e a Etiqueta se confundem, estabelecendo
uma característica de sinônimo imprópria. É importante, pois, observar que um difere
do outro.
O profissional que cuida desta atividade é chamado de cerimonialista. Ainda não é uma
profissão, embora pela sua importância no contexto das organizações e na esfera do
poder público, já existam alguns movimentos neste sentido, empreendidos pelo
Conselho Nacional de Cerimonial e Protocolo – CNCP e pela Organização Internacional
de Cerimonial e Protocolo – OICP, no Brasil e nos demais paises. É muito comum,
também, as pessoas confundirem o papel do cerimonialista ou do chefe do Cerimonial
com o do Mestre de Cerimônia. São atividades distintas, embora, também, se
interliguem frequentemente. O Mestre de Cerimônia tem a função específica de, a partir
de um script ou roteiro, narrar, conduzindo as etapas de uma cerimônia.
Quando falamos em Protocolo, o primeiro que nos ocorre é o do Estado, que é o mais
importante. Regulamentado no Brasil, por Decretos, as Normas de Cerimonial e da
Ordem Geral de Precedência dão as diretrizes para sua utilização em solenidades
oficiais realizadas na Capital da República, nos Estados, nos Municípios e nas missões
diplomáticas. Os fundamentos de todos os outros regulamentos que regem o Protocolo
nas diversas instituições, sejam elas militares, universitárias, empresariais, desportivas e
de outros segmentos, são alicerçados nos princípios básicos deste documento que se
constitui igualmente o ponto de apoio dos cerimonialistas brasileiros no exercício diário
de suas atividades.
Já a Etiqueta, é regida por regras que resultam no comportamento das pessoas. E o saber
estar nas mais diversas situações da vida pessoal e profissional. E o saber lidar com
autoridades, conferindo-lhes o tratamento que por direito lhe é devido e estas, por sua
vez, devem saber portar-se de maneira que a função as torne mais dignas para merecer
os privilégios que o Protocolo lhe garante; por mais popular ou ideológico que seja.
Dessa forma, o Cerimonial idealiza o Ato de acordo com o cenário, utilizando com
profissionalismo e competência as ferramentas do Protocolo. O Mestre de Cerimônia
executa o que lhe for determinado e a Etiqueta permite às pessoas a transitarem com
naturalidade e desenvoltura conquistando lugares nos quais o Protocolo lhes garanta
privilégios e direitos. Esta é a diferença.
“Qual o mistério que envolve esse alguém, que autoridade não é, mas a elas orienta os
cumprimentos, a expressão, o vestir, o modo de falar, o momento de sorrir, o caminho a
percorrer, o assento a ser usado, o proceder à mesa? [...]. Ele, que conhece as
precedências, os gestos e preceitos, as honrarias e privilégios, os símbolos do Poder[...]
domina o tratamento, as fórmulas de cortesia, a redação oficial, a linguagem e a
diplomacia[...] esse que tem o sorriso nos lábios, alegria nos olhos, respostas rápidas e
soluções precisas é o Cerimonialista”.
Edvalda Bomfim