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Antnio Torrado
escreveu e Cristina Malaquias ilustrou
altura, o cavalo levantava o pescoo, muito importante, com o rei s cavalitas. L na sua vaidade, julgava que era a ele e s a ele que os soldados, os capites, os majores, os coronis, os generais, os msicos e os porta-bandeiras prestavam homenagem. J viram tolice assim? No ptio do palcio, diante da corte reunida, dos condes e das condessas, dos marqueses e das marquesas, dos duques e das duquesas, dos embaixadores, dos ministros e dos conselheiros, o rei passeava-se em cima do cavalo. Tambm nessas alturas, o tonto do cavalo supunha que todos aqueles salamaleques, todas aquelas vnias, lhe eram destinadas, a ele e s a ele, cavalo real. J imaginaram cavalo mais burro? Mas, um dia, numa caada, o cavalo real tropeou num tronco e deixou cair o rei, que se estatelou no cho, com a coroa banda. No lhe perdoou o rei o trambolho. Deixar cair o rei cair em desgraa. Foi o que aconteceu. Expulso das cavalarias reais, o cavalo percebeu finalmente que no lhe tinham respeito nenhum. Acabaram-se as paradas, as vnias, os desfiles. agora um cavalo de carroa. Nem tudo se perdeu, afinal. Depois do que se passou, o cavalo ganhou juzo.
FIM
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