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Faculdade de Ciências Agro-Ambientais – FAGRAM

Introdução a Zootecnia
A importância Econômica dos Muares no Meio Urbano - Pluralidades

João Felix Vieira¹; Marcos Aronovich²

1. Estudante do 1º período de Zootecnia; 2. Professor Marcos Aronovich - Faculdade de Ciências


Agro-Ambientais – Campus Penha

Titulo: A importância dos muares no meio urbano - Pluralidades

Resumo: A inteligência desenvolvida é uma característica dos Muares. Os Muares são imbatíveis na
eficiência com que se locomovem ao longo de trilhas estreitas, sinuosas, pedregosas, acidentadas e
íngremes em região de montanhas. No meio rural a obediência e disciplina na lida com o gado aliada a
uma movimentação equilibrada, estável, cadenciada, rítmica e ágil quando necessários são atributos
qualitativos e inerentes dos autênticos Muares. Sob quaisquer circunstâncias associadas ao perigo, o muar,
antes de tudo, é um animal prudente, sem demonstrar reações afoitas, típicas dos Eqüinos: carros, sons,
pessoas, assustam menos aos Muares. Em uma cavalgada, é impressionante a regularidade de
movimentação dos Muares. Na doma, os Muares demonstram um notável potencial de treinabilidade, ao
contrario do que muitos pensam, são animais facilmente domados, desde que pelo método da doma
racional, em contra partida, através do método da doma tradicional, rude, os muares oferecem maiores
dificuldades.
Algumas regras são simples e práticas: A expressão, "muar não amansa, acostuma", usada por
pessoas com pouco conhecimento, do grande potencial de aprendizado e condicionamento dos Muares,
pois devido ao alto grau de inteligência eles exigem muita capacidade de treinadores e domadores.
Segundo Oliveira (2004), “Os muares são animais de grande popularidade no meio rural e
urbano, principalmente devido à sua rusticidade, força física e docilidade, pelos diversos serviços
prestados em regiões com topografias acidentadas e por sua adaptação aos mais variados climas no
Brasil”.
A audição, em especial, é um sentido extremamente sensível e desenvolvido nos Muares. Prova
disto é a facilidade e rapidez com que estes animais assimilam comandos vocais no processo da doma de
sela e no desempenho dos serviços de tração. São condicionados com rapidez: a virar, parar, recuar, e
caminhar com breves comandos de voz, colocando-o assim, como um animal essencialmente importante
também nos meio urbanos e dos grandes centros, onde seja regulamentado, pois em alguns municípios
brasileiros, não permitem trafego de animais de tração, pondo em cheque, a sua importância econômica.
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Origem da espécie: Devido ao fato de o cavalo (Equus caballus) possuir 64 cromossomos (2-n),
enquanto que o jumento (Equus asinus) possui 62 (2-n), resultando em 63 cromossomos (2-n), os Muares
(Equus mullus) são quase sempre estéreis.

Os cruzamentos: São raros os casos em que uma mula deu à luz, desde 1527, data em que os casos
começaram a ser arquivados, apenas 60 casos foram registrados. Diz-se, que um muar é um ponto final na
biologia dos eqüídeos, um híbrido estéril que resulta do cruzamento entre duas espécies diferentes - os
Eqüinos e os Asininos. Os romanos tinham um ditado a propósito de acontecimentos impossíveis: cum
mula peperit, que é como quem diz, “quando a mula parir!”. Mais existe casos isolados de mulas férteis.
Ao todo, a História registra algumas dezenas de mulas férteis, no mundo inteiro. Os partos comprovados
cientificamente não chegam à meia dúzia. Em Portugal, uma mula teve uma cria - fizeram-lhe análises
citológicas, de DNA, testes de fertilidade e ganhou um lugar no pódio das raridades (Tereza Raquel, in
Visão, 6 de Setembro de 2001).
Uma mula Pampa de 13 anos de idade foi utilizada como receptora de um embrião de Eqüino da
raça Paint Hourse em agosto de 2005, parindo em julho de 2006, no Haras Cafalloni, no município de
Pindamonhagaba-SP. Confirma-se então, que embora a grande maioria das mulas seja infértil, podem ser
utilizadas como receptoras e que têm habilidades materna para cuidar de suas raríssimas crias naturais ou
artificiais (Oliveira, 2006).

Importância econômica e social: Desde a vulgarização dos motores a diesel, nos anos 40 e 50, os
muares perderam terreno para os equipamentos motorizados, mas continuam a ser admirados pela sua
capacidade e de utilidade no trabalho, seja na zona rural ou no meio urbano, no transporte de turistas,
transporte de cargas pesadas em regiões montanhosas e ou de difícil acesso, entretanto, não podemos
aceitar de forma efetiva a desvalorização desses fantásticos animais ao longo da História do Brasil, até
mesmo com as afirmações infelizes, como: “As mulas estão marchando na contramão da História”, disse
Geraldo de Macedo, Secretário de Agricultura de Currais Novos, no Rio Grande do Norte (Revista Época
de 26 de agosto, 2002).
Segundo Oliveira (2006), os muares são utilizados desde o Brasil Império, servindo de montaria
para ir à cidade e para viagens distantes, podendo fazer etapas diárias de até 40 km, sem esgotar-se. Sobre
o lombo dos resistentes muares transportavam-se alimentos, mercadorias diversas e, até mesmo, armas e
munições. Seu papel foi mais extraordinário ajudando a transportar em dado momento, nossas ingentes
riquezas: o ouro das minas, o açúcar dos engenhos e o café das fazendas (Vieira, 1992).
No tropeirismo, tiveram importante papel na formação do Brasil, em específico no Rio Grande
do Sul – criando e mantendo núcleos urbanos que viviam isolados. Através do transporte (nos lombos dos
burros e mulas) de produtos, como alimentos e utensílios, entre diferentes e distantes regiões. Os tropeiros
ajudaram a consolidar as fronteiras nacionais. Desde o início do século XVII, Vacaria Del Mar era
conhecida e percorrida pelos tropeiros, sendo estes contrabandistas de gado que visavam abastecer as
Minas Gerais. O tropeiro de gado foi responsável pelo fornecimento de animais para o corte, passando a
objetivar os rebanhos de mulas (Goulart, 1962). O tropeirismo foi uma atividade econômica desenvolvida
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no sul do Brasil. Com a descoberta de grandes jazidas de ouro nas regiões de Minas Gerais, no Século
XVIII, o gado muar, encontrado nos campos sulinos, passou a suprir a necessidade de meio de transporte.
Segundo Goulart (2001), a utilização do muar como animal de sela nunca chegou a ser regular e
nem muito intensa: sempre se resumiu os casos de absoluta necessidade, inclusive é tido como o animal
nobre, amigo, fiel ao homem, o muar, por sua vez, é muito hábil, inteligente mesmo de pessoas de ínfima
condição financeira, mas que, tão pronto podiam, adquiriam seu cavalo de sela, desprezando a nobre
“mula de patrão”.
Nos dias atuais, os muares ainda são de muitíssima utilidade, desde a coleta de materiais
recicláveis nas cidades, no transporte de forrageiras, na retirada de areia em rios, no transporte de
materiais de construção, no transporte alternativo, na agricultura familiar e no turismo, reforçando em um
percentual importante na economia brasileira. Na atualidade, os muares são utilizados nas cavalgadas e
nos concursos de marchas na região Sudeste, onde os animais têm uma valorização comercial acentuada
(Andrade, 1999 b).

Impacto ambiental: Segundo Oliveira (2006), a alimentação é um dos fatores que mais
prejudicam a produção de muares no Brasil. A eles são reservadas as piores pastagens e mesmo quando
sobram forragens, as éguas e jumentas não recebem suplementação alimentar em épocas de estiagem.
Afirma ainda, a maioria dos criadores de muares está preocupada em fornecer uma melhor alimentação,
tanto nos períodos das águas, quanto nos períodos de estiagem, possibilitando, assim, melhores condições
corporais aos animais em gestação, melhor desenvolvimento fetal, maior produção das éguas e jumentos,
e conseqüentemente, um melhor e maior desenvolvimento dos potros.
No entanto, no meio urbano, essas afirmações vão à contramão das condições da realidade
social, pois criadores de muares para fins de sobrevivência, declinam de conhecimentos zootécnicos e
financeiros para manterem esses animais em boas condições na lida do dia-a-dia, com isso, eles (os
muares) ficam relegados apenas como ferramenta de trabalho, sem instalações apropriadas e quando
doentes, são abandonados.
Sem tratos, abandonados e sem alimentação, vão à busca do alimento nos lixões das cidades.
Com o abandono dos muares e os jumentos especificamente, o homem da roça, suprime o animal das
condições básicas de sobrevivência: alimento e água. Sem local seguro, passaram a viver e perambular
pelas estradas – risco constante de acidente, periferias e ruas das cidades. À procura de comida, os
animais devoram tudo que encontram; comem plantas, papéis, sacos plásticos e outros achados
consumíveis. A ausência de comida e água para o consumo é um componente fatal que os levam à morte.

Pluralidade: A Lei nº. 7.291 de 19 de dezembro de 1984, dispõe sobre as atividades da


Eqüídeocultura no País, e dá outras providências. No Capitulo I - Da Conceituação; Art.2º - A criação
de eqüídeo no Território Nacional compreende as medidas consideradas necessárias ao desenvolvimento
das atividades agropecuárias, militares e desportivas, bem como de interesse para a economia nacional.
-Parágrafo único. As medidas de incentivo às atividades agropecuárias, inclusive financiamentos e
isenções fiscais, abrangerão os eqüídeos de qualquer natureza.
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A Pluralidade Cultural é um dos temas transversais propostos nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN/MEC). Como a sociedade brasileira é formada por diversas etnias, a pluralidade cultural
é um tema especialmente importante. O desafio é respeitar os diferentes grupos e culturas que compõem o
mosaico étnico brasileiro, incentivando o convívio dos diversos grupos e fazer dessa característica um
fator de enriquecimento cultural econômico.
Nesses contextos, damos ênfase na importância econômica e na pluralidade cultural, pois desde o
Brasil Império, os muares estão presentes no transporte de alimentos, nas cavalgadas, feiras de exposição,
concursos de marchas, romarias religiosas, no esporte, lazer e estudos científicos. Em todas as
modalidades e serviços o interrelacionamento e a misturas de culturas reforçam essa pluralidade, pois em
todas as modalidades (Olivera, 2006), tipos e serviços em que os muares são utilizados, observam-se
excelente desempenho produtivo, além da geração de milhares de empregos e riquezas, nas fabricas de
insumos, de selarias, de carroças, implementos agrícolas, na lida com o gado e no transporte de variadas
cargas.
Por fim, a importância econômica dos muares, não é desprezível para o desenvolvimento do país,
mesmo em pleno século XXI, com todas as suas tecnologias. É preciso que sua importância seja vista e
revista, pois, no lombo dos Muares a economia do País, caminha a passos firmes como é de suas
características.

Referencias Bibliográficas

OLIVEIRA, V. B. ; BARROS, S. S. ; ALMEIDA, F.Q. MUARES: Como tema transversal para o


ensino médio e técnico em Agropecuária. Rio de Janeiro, RJ. Publit. 2ª ed., 2007. 123 p.

ABCJP. Bem vindo ao site da ABCJP. Disponível em < http: //www.abcjpega.com.br> Acesso em 15 de
março, 2008.

GOULART, JOSÉ A. Tropas e tropeiros na formação do Brasil. Rio de Janeiro: Conquista, 1962, p. 107.

www.presidencia.gov.br - Lei nº. 7.291 de 19 de dezembro de 1984, acessado em 27/03/2008

CÂMARA CASCUDO, LUIZ DA. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do
Livro, 1954, p.308 – INL, Rio, 1954 – 3ª edição, 1972.

GOULART, JOSÉ ALIPIO. O Muar - Meios e transportes no interior do Brasil. Rio de Janeiro,
Ministério da Educação e Cultura / Serviço de Documentação, 1959, p.176-179)
Jangada Brasil © 1998-2004 – Disponível no site: www.jangadadobrasil.com.br em 22/03/2008

João Felix Vieira, Humberto Antonio da Silva e Adarley Teixeira – Alunos do Colégio Técnico/UFFRJ
Os eqüídeos – Seminário-turma 85/2007 - Disciplina Grandes Animais.

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