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Organização Sri Sathya Sai

Comitê Coordenador do Brasil - Área de Devoção


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A Vida e o Ensinamento
do Senhor Krishna
O Advento de Krishna
RESUMO EXTRAÍDO DO BHAGAVATA VAHINI, NARRADO POR SATHYA SAI BABA

S
uka, sábio e mestre dos Vedas, narrava a Parikshit,
neto de Arjuna e herdeiro da Família Real, composta pelos Pandavas,
o Advento do Senhor Krishna.

“Maharaja !

Gopala nasceu para o estabelecimento da Retidão. Este Advento está impregnado de grande mistério.
Somente aqueles que tenham amadurecido sua sabedoria através dos processos purificadores das atitudes
santificadas podem descobrir este mistério e compreender seu significado.
Há muito tempo, o mundo era governado por um rei da dinastia Yadu, chamado Ahuka. Ele teve dois filhos,
Devaka e Ugrasena. Os anos se passaram, eles contraíram matrimônio e Devaka teve 7 filhas e Ugrasena 9
filhos.
Devaki era a mais velhas das filhas de Devaka e Kamsa era o mais velho dos filhos
de Ugrasena.
Em tempos idos, Mathura era a capital da dinastia Yadu e, nesta capital, vivia um governador tributário, o
príncipe chamado Suracena. Ele tinha 10 filhos e 5 filhas, sendo que o mais velho de seus filhos se chamava
Vasudeva. Estas famílias viviam próximas e, dessa forma, as crianças conviviam umas com as outras.
Devaki, a filha do tio paterno de Kamsa, foi dada em matrimônio a Vasudeva. O casamento foi celebrado
com grande pompa. O próprio Kamsa conduziu os recém-casados numa belíssima carruagem. Quando
desfilavam numa colorida procissão pelas ruas decoradas da cidade, se produziu um relâmpago, junto com
um terrível estrondo que parecia ser o fim do mundo, com um dilúvio que os engolia por completo. Nesse
instante, toda a música cessou e, em seguida, o silêncio foi cortado por palavras bem claras, saídas do céu:

“Oh! , Imperador Kamsa, te comportas como um tolo, ignorando os acontecimentos futuros.


Aquela que é como tua irmã, a quem amas como a teu próprio ser, a quem levas agora
tão afetuosamente nesta carruagem, com tanto fausto e prazer, dará a luz, como seu oitavo filho,
à pessoa que te dará a morte. Reflita sobre esta calamidade que se aproxima.”

A brilhante figura que pronunciou estas aterrorizantes palavras desapareceu do céu.


Os camponeses, os príncipes e os eruditos que haviam ouvido os pavorosos augúrios do destino perderam
qualquer traço de alegria. Na carruagem, Kamsa, com a fúria do fogo, levantou sua irmã do assento,
agarrando-a pelos cabelos e, forçando-a a por-se de pé, tirou sua espada da bainha com perversas intenções
de cortar-lhe a cabeça.
Neste instante, Vasudeva, o noivo, segurou as mãos de Kamsa, agarrando-as firmemente, dizendo que
também tinha ouvido a voz do céu e que, se sucedesse algum dano a ele, todos seriam afetados.
Comprometeu-se, então, a entregar-lhe todos os filhos que tivesse, mas pediu que ele soltasse Devaki. Como
Vasudeva suplicou de forma tão comovente, Kamsa sentiu um pouco de alívio e regressou a seu palácio.
Devaki engravidou, nove meses se passaram e ela teve um filho. E como Vasudeva tinha dado a palavra para
salvar-lhe a vida, levou o menino recém-nascido para Kamsa. Este
não tinha em mente matar a criança e, como estava tranqüilo pelo cunhado ter cumprido
a promessa, devolveu-a, dizendo que a voz vinda do céu o havia alertado apenas
em relação ao oitavo filho.
Os anos se passaram e Devaki continuou tendo filhos, apesar de preocupar-se com o destino que poderiam
ter. Nesse meio tempo, surgiu na corte de Kamsa o sábio Naarada, que perambulava de mundo em mundo
cantando as glórias do Senhor. Contou a Kamsa que os Yadavas eram deuses que haviam encarnado como
homens e que Kamsa era a encarnação de Kalanemi, um famoso demônio. Também comentou que o oitavo
filho de Devaki arrasaria com a raça dos demônios (asuras) e seria a causa da morte do próprio Kamsa. Isto
foi o mesmo que pôr combustível no fogo. Não contente, ao se despedir disse:

“Sinta cada dia que possas viver como uma década a mais,
não menospreze a morte como algo distante”.

Kamsa ficou tão ansioso com estas palavras que resolveu matar todos os filhos já nascidos de Devaki, que na
época eram seis.

Maharaja !
“Quantas vidas inocentes foram sacrificadas no afã de se prolongar uma só vida!
Quem sabe, te perguntes o porquê desse horripilante pecado. Mas quem pode decifrar o mistério do Divino?
Do ponto de vista somente externo, isto parece um infanticídio. Quem pode saber por que nasceram, viveram
e morreram ? Todos observam somente o intervalo entre o nascimento e a morte. O homem se preocupa
apenas com este limitado período, mas o Mestre e Soberano de todos os mundos não faz assim, Ele tem mais
compaixão que todos os homens, Ele derrama sua Graça, ponderando nas três etapas do tempo, nas três
dimensões do espaço e nas três qualidades de caráter. Ele sabe melhor qualquer homem, portanto, o único
recurso do homem é confiar em toda a Sua Vontade e estar em paz, absorto em si mesmo, na contemplação
da sua glória e da sua graça.”

O casal real sofria uma terrível agonia pela perda dos filhos, mas eles a suportavam em silêncio e se
consolavam mutuamente, dizendo: “que seja feita a vontade de Deus, temos que viver até que nossas vidas
terminem.” Fortalecidos com este sentimento, foram dissolvendo suas forças nas torrentes de lágrimas que a
dor fazia brotar.
Apesar de tudo, chegou a sétima gravidez ! Mas no sétimo mês a criança abortou e eles ficaram em dúvida se
avisavam a Kamsa ou não. Quando Kamsa se inteirou do acontecido, suspeitou que a irmã pudesse usar
algum estratagema para enganá-lo e a colocou, juntamente com seu esposo, numa prisão cuidadosamente
vigiada.

A Consumação em Nanda - Nandana.


Devaki e Vasudeva passavam os dias na prisão sentados, fracos, com os cabelos desgrenhados, sem apetite
para alimentar seus corpos. Não tinham desejo de comer
ou dormir. Se consumiam lentamente pela perda de seus filhos.
Quando suas vidas na prisão entravam no segundo ano, Devaki engravidou pela oitava vez ! Oh! Aquilo foi
maravilhoso! Que transformação trouxe a eles! Os rostos de Devaki e Vasudeva, que estavam sulcados e
ressequidos, floresceram repentinamente, como o lótus em plena floração e brilharam com estranho
esplendor ! Seus corpos, que haviam sido reduzidos a pele e ossos, agora se enchiam de carne e brilhavam
com uma encantadora cor dourada. A cela em que estava Devaki estava impregnada de aromas; emitia uma
maravilhosa luz e estava cheia de inexplicável música. Verdadeiramente, eram visões e sons assombrosos!
Devaki e Vasudeva se deram conta do fenômeno e estavam aterrorizados em informar a Kamsa, pois no seu
furioso delírio de vingança, poderia destroçar o ventre de Devaki.
Este, por sua vez, continuava na sua ambição, destruindo territórios e anexando-os aos seus domínios. Estava
tão ansioso em estabelecer seu regime tirânico que encerrou Ugrasena, seu próprio pai, num calabouço.

Mararaja !

O feto de sete meses da sétima gravidez foi transferido para o ventre de outra esposa de Vasudeva, chamada
Rohini, que estava em Gokula, debaixo da proteção de Nanda. Isto foi feito com o fim de que este menino
pudesse crescer como um companheiro e ajudante de Gopala. Como tinha sido atraído do ventre de Devaki
ao de Rohini, foi chamado Samkarshana (Aquele que foi atraído).
Enfim, os nove meses da oitava gravidez se completaram. Devaki e Vasudeva sentiam
suas vidas por um fio. Kamsa, por sua vez, tomou precauções adicionais para evitar que
o menino escapasse. Ordenou que pusessem grilhões de ferro nos pés e mãos de Vasudeva
e Devaki. Mandou fechar as portas com artefatos mais complicados e colocou ao redor
do palácio um maior número de guardas que deveriam, de 5 em 5 minutos, checar os prisioneiros dentro da
cela.
Uma noite, estando deitada no chão da prisão, Devaki sentiu as dores do parto. Fixou sua mente em Deus e
olhou atentamente para a chama de uma lâmpada de azeite. Perguntava-se ansiosamente: “O que acontecerá
comigo ? O que o destino me reserva ?” Repentinamente, a chama se extinguiu e a escuridão invadiu a cela.
Neste instante, ela viu uma resplandecente figura, que emanava luz à sua frente. Perguntava-se o que poderia
ser. Chamou Vasudeva, temendo que fosse Kamsa nessa forma. Estava perdida na confusão e na dúvida
acerca deste fenômeno.
A figura , então, tornou-se clara, estava armada com a Concha, o Disco e a Clava; e a quarta mão no gesto de
“Abhaya” (a posição que indica que não devemos temer). Aquela figura falou suave e docemente:

“Não se aflija, Sou Narayana. Vou nascer dentro de instantes como seu filho
com a intenção de aliviar-te de todas as aflições, em resposta a promessa que te fiz quando
me visualizaste, como resultado do teu grande ascetismo. Não te preocupes por Mim. Sejas simplesmente
testemunha do drama que está por representar-se. Em todos os 14 mundos não
há nada nem ninguém que possa me infligir o menor dano. Esteja segura disto. Ainda que ocorram algumas
pequenas ansiedades, como conseqüência do afeto ao menino que nascerá,
e que a ilusão enevoe suas mentes, poderão ser capazes de testemunhar,
imediatamente, os milagres que Minha Natureza revelará.
“Assim que Eu nasça, os grilhões cairão de suas mãos e pés e as portas da prisão se abrirão
por si só. Tire-Me daqui e leve-Me à casa de Nanda, em Gokula; depois, coloque-Me
ao lado de sua esposa Yashoda, que neste preciso momento passa pelas dores do parto.
Pegue a pequenina a que ela dará a luz, traga-a a esta prisão e mantenham-na com vocês.
Depois, envie a mensagem a Kamsa. Até ele receber a notícia, nada nem ninguém em Matura
ou em Gokula dará conta de ti, nem te prenderá. Eu farei desta forma.”

E brilhava com uma divina irradiação; e bendizendo Devaki e Vasudeva, entrou no útero dela como uma
esfera luminosa. E em poucos minutos Devaki dava à luz.
Eram 3:30 da madrugada, a auspiciosa hora de Brahmamuhurtam. O Poder Divino da Ilusão produziu um
sono repentino em todos os sentinelas. As grossas cadeias de ferro que atavam os pés e mãos de Vasudeva
caíram ao solo neste instante. As portas e portões se abriram de imediato. Apesar de ser a hora mais escura da
noite, os cucos cantavam com espontâneo júbilo, e anunciavam a celestial felicidade que sentiam. As estrelas
cintilavam, porque cada uma delas estava sorrindo de regozijo interior. O deus da chuva derramava chuviscos
em forma de flores sobre a terra. Ao redor da prisão, se aproximavam bandos de pássaros, trinando as doces
melodias de seus alegres cantos.
Vasudeva se dava conta de todas estas manifestações do encanto de Deus; voltou os
olhos para onde se encontrava o recém-nascido e ficou maravilhado com o que viu.
“É isto realidade? - se perguntava interiormente- ou será uma ilusão mental?”
Mararaja, ele estava como que cravado no lugar, como uma coluna, pois havia um
brilhante halo de luz que circundava o bebê, que ria alegremente ao ver o pai e a mãe ! Dava a impressão de
que queria dizer algo ! E, efetivamente, eles escutaram as palavras:
“agora, sem demora, leve-Me a Gokula”.
“Vasudeva não titubeou, estendeu um velho dothi sobre uma esteira de bambu e colocou
o bebê sobre ela; depois, pegou um velho sari de Devaki e cobriu o bebê. Finalmente, saiu através das portas
e portões abertos e entre os guardas que dormiam. Observou que caíam do céu pequenas gotas de chuva e
estava triste de que o filho pudesse molhar-se rapidamente. Nisto, olhou para trás e encontrou a serpente
Adisesha, que seguia seus passos e evitava que a chuva molhasse o bebê, formando uma coberta com suas
amplas cabeças.
A cada passo pelo caminho, Vasudeva notava sinais favoráveis e auspiciosos. Apesar
do Sol não ter ainda saído, os lótus haviam se aberto e inclinavam-se quando ele passava.
Apesar de ainda ser noite e não haver esperança da luz da lua, talvez por desejar ter uma visão do Divino
bebê, a lua cheia espiava através das nuvens e, durante todo o caminho, iluminou com seus frescos raios de
luz somente a esteira de bambu na qual o bebê estava deitado.
O neném que atraía todos estes bons augúrios foi colocado da casa de Nanda e a menina que havia nascido
neste instante foi levada e colocada nas mãos de Devaki. Logo que fez isto, Vasudeva explodiu em lágrimas,
não podia conter o seu pranto.”
FiM

Resumo da Vida de Krishna.


Em Gokula, Nanda e sua esposa Yashoda celebraram o nascimento de “seu” filho, chamando-o de Krishna
(Escuro), por causa da cor de sua pele. Ele também foi chamado
de Meghashyaama ou Ghanashyaama, que significam “azul escuro, como as nuvens de chuva”.
Percebendo que Krishna tinha escapado da morte, seu tio Kamsa ordenou a uma mulher de nome Puutana,
que percorresse todo o reino, matando todas as crianças que haviam nascido naquele mês. Ela aplicou veneno
em seu seio e deu de mamar a vários recém-nascidos, matando-os. Ao tentar envenenar Krishna da mesma
maneira, Este reconheceu nela uma ogra e sugou sua força vital, matando-a.
Krishna era a felicidade de Nanda e Yashoda, por isso, em muitos bhajans (canções devocionais), Ele é
chamado de Nandalaala (alegria de Nanda), Yashodha Ke Bal
(o menino de Yashodha), Devaki Thanaya (filho de Devaki), Vasudeva Nandana ou Vaasudeva (filho de
Vasudeva), Yaadhava (agradável filho da Dinastia Yadhu), Keshava (Aquele de bela cabeleira) ou Madhava
(Aquele que é doce como o mel).
Durante sua infância, Ele espalhava Suas bênçãos sobre os habitantes de Gokula através de travessuras como
roubar a manteiga que estava sendo preparada pelas mulheres da vila.
Por isso, também é chamado de Navanitha Chora ( navanitha = manteiga e chora = ladrão). Com suas
brincadeiras, Ele na verdade roubava os corações de todos, fazendo com que suas mentes permanecessem
sempre focalizadas Nele. Assim, também é adorado como Badaa Chitha Chora (o grande ladrão de mentes).
Alguns anos após o nascimento de Krishna, Seus pais adotivos e os outros habitantes de Gokula mudaram-se
para uma vila chamada Vrindhaavan ou Brindhaavan. Lá, Ele passou a cuidar do gado, ficando conhecido
como Gopala (pastor de vacas) ou Govinda ( amado pelas vacas). O prefixo Go também representa a alma
individual, da qual Ele é paala, o protetor. Go indica ainda os Indhriyas (sentidos) que normalmente correm
para o mundo externo e que são reconduzidos para o caminho seguro pelo Divino Pastor. Além disso,
Go também indica as Escrituras, através das quais o Senhor nos dá o leite do Conhecimento.
Seu companheiro mais constante era Balaraama, seu irmão mais velho (o mesmo que, no sétimo mês de
gestação, foi atraído do ventre de Devaki para o de Rohini).
Krishna encantava toda a cidade com Sua alegria e com a bela música de Sua flauta (Murali ou Venu).
Assim, ficou conhecido como Murali Dhara (portador da flauta) e Murali Lola (amante da flauta).
Todos os habitantes de Vrindhaavan adoravam Krishna. E as Gopis (pastoras) sentiam por Ele o verdadeiro
Amor Divino. Por isso ele também foi chamado de Gopi Lola (o Amado das Gopis).
O menino Krishna realizou muitos dos seus leelas (brincadeiras, milagres) às margens do Rio Yamuna. Era
um grande dançarino e sua dança favorita era a Raasaleela, na qual
Ele se multiplicava para dançar com todas Gopis ao mesmo tempo, fazendo com que cada uma pensasse que
Ele estava dançando apenas com ela. Este momento de êxtase é chamado de Raasa Vilola e simboliza que,
apesar de Deus ser Único, Ele está presente em cada coração, como a centelha que dá vida a cada criatura, na
eterna dança da Criação.
As Gopis dançando com Krishna também representam nossos pensamentos, que devem estar sempre
voltados para o Senhor. Sai Baba diz que Krishna tinha cerca de 5 anos na época de suas brincadeiras com as
pastoras.
Sua Gopi favorita era Raadha. Enquanto Krishna representa Purusha, o Espírito Divino, Radha simboliza
Prakrti, a natureza material. Os dois são portanto, inseparáveis.
Outra interpretação diz que Raadha simboliza o “pensamento especial” que se dá no momento da Liberação,
quando acontece a total entrega da alma individual ao Ser Supremo.

Os Milagres de Krishna.
Durante seus anos em Vrindhaavam, Krishna realizou muitos milagres, como abater o demônio Muraa e o
demônio Madhu. Por isso Ele é chamado de Murari Hara ( Destruidor de Mura) e Madhusoodhana
( destruidor de Madhu). Os demônios representam o ego, sempre pronto a se rebelar contra nossa Natureza
Divina.
Ele também lutou contra a venenosa serpente Kaaliya, que havia envenenado as águas
do rio Yamuna. Ele sobrepujou a serpente e, por piedade, ordenou-lhe que partisse com
sua família para um lugar distante, onde não pudesse mais causar mal. Na tradição hindu,
a serpente representa a mente que, quando descontrolada, envenena nossa vida com pensamentos que nos
afastam de Deus. Porém, quando subjugada pela Consciência Divina,
a mente e sua “família” (os pensamentos) são incapazes de fazer mal.
O maior milagre de Krishna neste período, se deu quando Ele sustentou a montanha Govardhana apenas
com seu dedo mínimo. Isto aconteceu quando Indra (a deidade que preside a Chuva) resolveu vingar-se dos
habitantes de Vrindhaavan porque eles, a pedido
de Krishna, tinham deixado de adorá-lo e passado a cultuar o monte Govardhana.
Durante dias a fio, Indra enviou um grande temporal sobre a cidade, tentando submergí-la.
Krishna, então, levantou a montanha a convidou a todos para se abrigarem sob ela. Por isso, Ele é chamado
Govardhana Giri Dhari (Giri = montanha e Dhari = portador). Com este grande feito, Krishna mostrou
definitivamente Sua Divindade.
Quanto isto chegou aos ouvidos de seu malvado tio Kamsa, ele percebeu que Krishna era
o seu Destruidor e planejou várias maneiras de matá-lo. Como todos os planos falharam,
ele convidou Krishna e Balaraama para uma competição de arco e flecha.
Durante o festival, Krishna quebrou um arco que ninguém podia sequer levantar e, juntamente com seu
irmão, derrotou os lutadores campeões de Kamsa e abateu um elefante furioso enviado para esmagá-los. A
seguir, atacou Kamsa e matou-o, libertando o rei Ugrasena e devolvendo-lhe o trono de Mathura. Algum
tempo depois, Krishna partiu da cidade e tornou-se o rei de Dwaraka.
Estes episódios da vida de Krishna são narrados principalmente no Vishnu Purana e no Bhagavatha Purana.

O Mestre da Bhagavad Gita.


O nome de Krishna volta a surgir no Mahabharata, o grande épico que conta a história da guerra entre os
Pandavas e os Kauravas.
Haviam cinco irmãos muito virtuosos (Arjuna, Yudhisthira, Bhishma, Nakula e Sahadeva), conhecidos como
Pandavas (filhos de Pandu). Eles foram ilegalmente privados de seu reino por seu tios Drtharastra e
Gandari - o rei cego e a rainha vendada, que representam o ego e a mente obscurecida. Os reis agiram
impelidos por seus 100 filhos, os arrogantes Kauravas (filhos de Kuru), liderados pelo invejoso primogênito
Dhuriodhana (ele representa a maldade e os outros 99 irmãos são os seus diversos associados negativos: a
inveja, a cobiça, a ira etc).
Entre eles, estourou a guerra conhecida como “A Batalha de Kurukshetra” (Kurus = Kauravas e Kshetra =
campo).
Na véspera da batalha, Arjuna e Dhuriodhana foram ver Krishna em busca de ajuda. Ele, então, pediu que
Arjuna escolhesse entre tê-lo como cocheiro, sozinho e desarmado, ou ter todos os Seus exércitos lutando a
seu favor. Arjuna, que apesar de ser primo de Krishna (a mãe de Arjuna era irmã de Vasudeva), sabia que Ele
era a encarnação do Senhor Supremo, optou imediatamente por tê-lo como cocheiro, enquanto Dhuriodhana
ficou satisfeito com a idéia de contar com os exércitos.
Instantes antes da batalha, Arjuna percebeu que teria que combater contra todos os seus parentes e amigos
(seus apegos), e foi tomado pela dúvida e pela tristeza, ficando prestes a desistir. Isto deu a Krishna a
oportunidade de pronunciar um discurso sobre Karma Yoga, ou seja, cumprir o Dharma (praticar a ação
correta, cumprindo com o seu dever, da melhor forma possível), mantendo a atitude mental que nos permite
entregar os resultados da ação ao Senhor, sabendo que Ele nos dará sempre os frutos adequados ao nosso
aprendizado.
Os conselhos de Krishna foram imortalizados no maravilhoso texto da Bhagavad Gita -
A Canção do Senhor, que foi escrita em forma de diálogo, consistindo de 700 versos em sânscrito, divididos
em 18 capítulos.
A Gita surgiu há mais de cinco mil anos, tendo sido revelada ao Sábio Vyasa por inspiração divina. Sai Baba
diz que a Gita é a própria voz do senhor Krishna. Seus versos nos falam sobre a natureza do Absoluto e o
meio através do qual o homem pode vir a conhecer a identidade entre Deus, o mundo e o indivíduo: a
eliminação da ignorância que nos impede
de perceber a Unidade na aparente multiplicidade.
A batalha narrada na Gita representa a luta que é travada no interior de cada um de nós.
O local onde a guerra teve lugar, Kurukshetra (o campo dos Kurus), representa o nosso corpo, o campo onde
acontece nossa luta moral. A questão decisiva está no coração do homem, onde as batalhas entre nossas
tendências inferiores e superiores são travadas a todo momento.

Sai Baba nos diz que devemos transformar Kurukshetra em Dharmakshtra (o campo do Dever). Ou seja: a
ascensão da Terra ao Céu, do sofrimento à Bem-aventurança, se dá através do caminho do Dharma (cumprir
o seu dever, optando pela ação correta). E o Senhor Krishna está presente em nós como o Guia Interno,
como o Divino Cocheiro que conduz a alma humana (representada por Arjuna) na luta contra seus impulsos
negativos.
Seguindo os conselhos de Krishna, Arjuna venceu sua batalha interior, e os irmãos Pandavas (que, segundo
Sai Baba, representam as virtudes da Ação Correta, Verdade, Paz, Amor e Não-Violência) recuperaram o
trono e todas as riquezas que lhes tinham sido roubadas. Isso nos mostra que aquele que segue o Senhor será
sempre vitorioso, conquistando o mais importante e valioso dos reinos: a Bem-aventurança que é a sua
verdadeira natureza.
Baba nos conta que Krishna nasceu no ano 3.227 A.C. e que a batalha do Mahabharatha teve lugar no ano
3.141 A.C, quando Ele tinha 86 anos. O Senhor Krishna viveu em sua forma humana por 125 anos e,
atualmente, seus feitos históricos se misturam com belas narrativas mitológicas, mas o importante é que Seu
ensinamento ainda nos abençoa até hoje.

O Simbolismo no Nome e na Imagem de Krishna


Krishna é o 8o Avatara (Descida Divina) do aspecto Narayana do Senhor Vishnu – nome dado pelos hindus
ao aspecto de Deus que cuida da preservação do Universo.
Segundo a tradição hindu, sempre que o mal começa a dominar mundo, o Senhor Narayana encarna para
defender os puros de coração e restabelecer o Dharma. Por isso, Sai Baba é considerado por alguns devotos
como o 10o Avatara de Vishnu.
• O nome: Krishna significa “escuro”, indicando que Ele não pode ser percebido através
dos sentidos. Sendo Ele o Senhor Supremo - que habita em cada um de nós como
Consciência - Krishna permanece “obscuro” ao mero entendimento intelectual. A única
maneira de compreendê-lo é reconhecer que Ele é a nossa Verdadeira Natureza, ou seja,
que nós já somos Krishna (Deus).
A palavra Krishna também pode significar “Aquele que atrai”, “O que dá prazer aos Seus
devotos” ou “Aquele que cultiva” indicando que Ele cultiva os corações dos devotos,
retirando as ervas daninhas e semeando qualidades.
• A pele azul: Krishna tem a pele azul escura para nos lembrar que Ele não é uma pessoa comum, mas sim
o Infinito Brahmam (O Absoluto), manifestado na matéria. Da mesma forma que, na Natureza, o céu e o
mar (que na verdade não têm cor) tomam a cor azul para poderem ser vistos, o Infinito Krishna toma uma
forma humana para nos fazer ver que Ele é a nossa Verdade Interior.
• A roupa amarela: um dos nomes de Krishna é Peethambara Dhari (O que se veste de amarelo). Esta cor
representa a terra e simboliza a Natureza (Prakriti). Assim, o Azul Krishna, vestido de amarelo simboliza
o Infinito se revestindo de um corpo material e vindo à terra para representar um papel finito. O amarelo
também está relacionado à Vishnu e ao Sol. Indica riqueza e nos lembra que o Senhor é o Sol da
Consciência.

• A flauta: é o símbolo de que a divina música do Senhor está sempre nos chamando a ver nossa identidade
com Ele. Também nos lembra a necessidade de nos livrarmos de nossos apegos materiais, transformando-
nos em um instrumento oco, através do qual Divina Melodia possa fluir livremente
• A coroa: indica que Ele é o Ser Supremo, o Senhor de tudo.
• A pena de pavão: enquanto está no chão, o pavão representa o ego, constantemente preocupado em exibir
sua beleza. Porém, quando esquece sua vaidade e fecha sua cauda,
o pavão levanta vôo em direção a Deus. A pena de pavão na cabeça de Krishna nos
lembra que a verdadeira beleza está no Conhecimento de Deus, que nos faz voar até
o Infinito e reconhecer nossa identidade com Ele.
• ponto Kasthuuri: Krishna usa um ponto de almíscar (Kasthuuri) na testa, representando a visão da
Sabedoria, o olho que vê além das aparências e da dualidade.
• A jóia Kausthubha: a pedra preciosa que Ele usa em seu peito indica que Ananda
(a Bem-aventurança) reside em Seu coração.
• O Kankana: o bracelete que um hindu usa ao fazer um voto. Indica que Krishna tomou para Si o voto de
estabelecer a Ordem e de estar sempre com aqueles que meditarem Nele, liberando os que realmente se
entregarem.

OM Krishnaya Namah !
OM Saudações a Krishna !

Apostila elaborada em agosto de 1999.

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