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Texto 4 - Sartre

A conscincia como uma grande ventania

Neste texto, Sartre ilustra de forma notvel, concretamente e pictoricamente, a tese husserliana da conscincia como intencionalidade.

A conscincia e o mundo surgem simultaneamente: exterior por essncia, o mundo por essncia relativo a ela. que Husserl considera a conscincia um fato irredutvel que nenhuma imagem fsica pode representar. Exceto, talvez, a imagem rpida e obscura da exploso. Conhecer explodir em direo a, arrancar-se da hmida intimidade gstrica para prosseguir, por ai fora, para alm de si, para o que se no , por ai fora, perto da rvore e todavia fora dela, pois escapa-se e repele-me e eu no posso perder-me nela mais do que ela diluir-se em mim: fora dela, fora de mim. No reconhecereis por acaso nesta descrio as vossas exigncias e pressentimentos? Sabeis muito bem que a rvore no era vs mesmos, que no podeis faz-la entrar nos vossos estmagos obscuros e que o conhecimento no podia, sem desonestidade, comparar-se com a posse. Ao mesmo tempo, a conscincia purificou-se, clara como a ventania, j nada h nela, exceto um movimento para fugir, um deslizamento fora de si. Se por milagre entrsseis em uma conscincia, sereis arrastados por um turbilho e lanados fora, perto da rvore, em plena poeira, pois a conscincia no tem interior; simplesmente o exterior dela prpria, e essa fuga absoluta e essa recusa a ser substncia que a constituem como conscincia.

SARTRE, Jean-Paul, Situaes I

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