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Talento e formosura

Catullo da Paixo Cearense


Tu podes bem guardar os dons da formosura Que o tempo, um dia, h de implacvel trucidar Tu podes bem viver ufana de ventura Que a natureza, cegamente, quis te dar Prossegue embora em flreas sendas sempre ovante De glrias cheia no teu slio triunfante Que antes que a morte vibre em ti funreo golpe seu A natureza ir roubando o que te deu E quanto a mim, irei cantando o meu ideal de amor Que sempre novo no vior da primavera Na lira austera em que o Senhor me fez to destro Ser meu estro s do que for imortal Tu podes bem sorrir das minhas desventuras Perteno dor e gosto at de assim penar Eu tenho n'alma um grande cofre de amarguras Que o meu tesouro e que ningum pode roubar Pois quando a dor me vem pedir alguma esmola Eu lhe descerro as portas d'alma que a consola E dou-lhe as lgrimas que vo lhe mitigar o ardor Que a inspirao dos versos meus s devo dor Descantarei na minha lira as obras-primas do Criador Uma color da flor desabrochando luz do luar O incenso d'gua que nos olhos faz a mgoa rutilar Nuns olhos onde o amor tem seu altar E o verde mar que se debrua n'alva areia a espumejar E a noite que solua e faz a lua soluar E a estrela d'alva e a estrela Vsper languescente Bastam somente para os bardos inspirar Mas quando a morte conduzir-te sepultura O teu supremo orgulho em p reduzir E aps a morte profanar-te a formosura Dos teus encantos mais ningum se lembrar Mas quando Deus fechar meus olhos sonhadores Serei lembrado pelos bardos trovadores Que os versos meus ho de na lira em magos tons gemer E eu, morto embora, nas canes hei de viver

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