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eles serão, o que poderá confirmá-los , mas não o que realmente confirma.
Aqui mais uma vez o autor recorre a exemplos e modelos para explicitar a sua
fala, tendo como âncora Russel Hanson, Galileu, Kepler e Brahe.
Para falar sobre a Observação, Kneller, chama para o texto Darwin e Pasteur
para explicar que o cientista observa muito mais cuidadosamente do que o
homem comum. Sobre Darwin lembra o que seu filho escreveu “Havia uma
qualidade de espírito que parecia ser de especial e extrema vantagem para
realizar descobertas. Era a capacidade de nunca deixar passar despercebido
as exceções. Quanto Pasteur, na observação de bactérias observou e levantou
a hipótese que a vida pode existir sem oxigênio.
A observação cientifica é sistemática, pormenorizada e variada. È sistemática
por ser controlada por uma hipótese ou por uma idéia precisa do fenômeno a
ser localizado. É pormenorizada pelo uso de poderosos instrumentos e pela
concentração em determinadas propriedades de um fenômeno. É variada por
observar o fenômeno por diferentes condições, ou, num experimento, por variar
e manter constantes diferentes variáveis a fim de se observar os resultados. Os
dados obtidos por observação devem ser objetivos, idôneos e precisos.
Já a mensuração consiste em comparar um objeto que possui uma propriedade
específica com um aparelho que representa tantas unidades-padrão dessa
propriedade, dando como exemplo a fita métrica ou o termômetro.
Mas o ciclo da pesquisa não começa com a observação ou mensuração. Esse
problema pode ser empírico, como a existência de uma anomalia para uma lei
ou teoria bem confirmada; conceitual ou muitas vezes, o cientista inicia a
pesquisa buscando um problema, escolhendo uma área que esteja
teoricamente bem desenvolvida e, por conseguinte, cheia de indicações para
investigações adicionais; ou poderá escolher uma área onde se verificou um
súbito aumento na taxa de descobrimento empírico; ou poderá simplesmente
ter um palpite de que uma área é rica em possibilidade.
Tendo formulado o seu problema, o cientista trata de procurar uma hipótese.
Uma hipótese é uma conjetura sobre a natureza de algo. As características de
uma boa hipótese são: deve se levar em conta os fatos conhecidos; deve ser
suficientemente precisa para produzir previsões testáveis e deve predizer fatos
até então desconhecidos.
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Do problema a Hipótese o cientista pode dar um salto para uma hipótese assim
que vislumbra o problema, assim aconteceu em 1895 com Rotgen, quando
descobriu uma nova radiação, hoje conhecida por nós como Raios-X. Já uma
hipótese complexa e revolucionária como “A origem das espécies” de Darwin,
demorou anos para ser publicada, primeiro porque queria aperfeiçoá-la e
segundo que se tratando de uma hipótese revolucionária, que tocaria nos
dogmas da Criação, Darwin hesitou em desafiar a opinião pública.
Mesmo depois de o cientista propor uma sólida hipótese, por via de regra, ele
testa a hipótese fazendo observações ou realizando um experimento. Com
frequência o teste é inconclusivo. Assim, com a ajuda dos dados fornecidos
pelos testes, o cientista pode refinar a sua hipótese através de uma série de
provas (reformulações e comprovações). Podemos também de início propor um
certo números de hipóteses e eliminá-los sucessivamente, até sobrar apenas
uma. No decorrer da pesquisa, o cientista coleta dados e inventa hipóteses.
Depois de vários testes, ele utiliza os dados para modificar ou substituir a sua
hipótese.
No seguimento, Kneller aborda algumas formas de raciocínio que levam a
formação de hipóteses, como veremos a seguir:
a) Retrodução (R-D): O cientista encontra uma anomalia e depois busca uma
hipótese da qual a existência da anomalia possa ser deduzida. Assim, ele
raciocina da anomalia para hipótese que a explicará. A forma de inferência
é a seguinte: um fato anômalo “A” é observado; “A” seria explicável se a
hipótese “H” fosse verdadeira; logo , há motivos para pensar que “H” é
verdadeira. O autor cita Kepler, dizendo que ele raciocinou retrodutivamente
para sua hipótese sobre a órbita de Marte.
b) Raciocínio hipotético-dedutivo (H-D): em vez de raciocinar a partir dos
dados para uma hipótese, o cientista pode começar com uma hipótese e
deduzir conclusões – enunciados gerais ou predições particulares –
baseadas nela. É dado como exemplo Einstein na construção de sua teoria
especial da relatividade.
c) Indução: O cientista raciocina indutivamente quando infere uma
regularidade geral de enunciados referentes a casos particulares. No Inicio
do século XIX, Gay-Lussac raciocinou indutivamente para formular a lei
segundo a qual os gases se combinam em proporções simples.
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