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Resumo: Capítulo V – UM MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO


Kneller,G. A ciência como atividade humana.Rio de Janeiro: Zahar; São
Paulo:EDUSP.1980.

Kneller inicia o capítulo questionando o método cientifico único. Há um método,


mas não no sentido de uma única seqüência de atos de pesquisas
exemplificadas em todos os tipos de pesquisa. Mas todo projeto de pesquisa,
todas as investigações em que se forma uma hipótese, envolve de fato um
ciclo comum de atividades.
Para exemplificar o que coloca, o autor faz uma analogia entre o trabalho de
investigação de um detetive e de um cientista, e procura mostrar a semelhança
dos ciclos comum, ou seja, a estrutura da solução ponderada. O que difere o
cientista do detetive é o objetivo de cada um. O detetive procura por um
criminoso e o cientista pelo conhecimento. Mas se verificarmos, encontraremos
em ambos os casos a mesma sequência de atividades observadas nas
pesquisas cientificas: problema, hipótese, inferência, teste, feedback,
mudanças de hipóteses e a sequência repetida. A investigação cientifica usa
conhecimentos mais aprimoradas e técnicas mais refinadas do que na
resolução de problemas cotidianos; mas a estrutura racional é a mesma.
A estrutura de um modo mais formal é descrita pelo autor da seguinte forma: o
cientista assinala algo de incomum, como um fato em conflito com uma teoria
estabelecida ou uma incompatibilidade entre teorias. Ele formula a discordância
como um problema a ser investigado. Depois de mais observações ou reflexão
cientista propõe uma solução – uma hipótese de que alguma coisa ocorre.
Deduz então as implicações dessa hipótese, predizendo que estados de coisas
devem prevalecer se a hipótese for correta. Se esses estados de coisas são
observáveis, realiza-se experimentos ou observações para coletar dados sobre
os mesmos. Compara os dados com suas previsões e, se dois conjuntos de
enunciados concordam, considera-se que a hipótese foi confirmada até esse
ponto. Se discordarem tem-se três opções: fazer novas previsões e realizar
novos testes; propor uma outra hipótese; ou abandonar completamente o
projeto. Se tudo se confirmar elabora-se um rascunho de sua solução, expondo
sua hipótese, os dados e as previsões.
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Este é o primeiro ciclo da pesquisa, o ciclo da descoberta. Acomoda todos os


eventos imprevistos acima mencionados e forma a estrutura de todos os
programas de pesquisa em que a hipótese é inventada. Após percorrer este
caminho segue-se outro Ciclo: o da Validação. O cientista apresenta o seu
trabalho aos colegas. Por via de regra, apresenta um relatório preliminar e
depois desta etapa um relatório formal. A solução passa pelo crivo de outros
cientistas que se checarem a solidez dos argumentos é aceita como idônea e é
usada na investigação de outros problemas. Este método descrito acima é
usado em algumas pesquisas cientificas, mas não em todas. Sendo assim
temos tipos de pesquisas: a busca de fatos – consiste na busca de fatos ou
coleta de dados sobre fenômenos parcialmente já conhecidos; consolidação –
Consiste em desenvolver as implicações de uma lei ou uma teoria para as
áreas em que se espera a sua aplicabilidade; extensão – é aplicação de uma
lei ou uma teoria em novas áreas; reformulação – é a revisão de uma teoria
para torná-la mais clara e criação da teoria – incluindo a criação de novas leis
e taxonomias , é a mais vital e original forma de pesquisa cientifica.
Técnicas: esse método é usado em conjunto com técnicas especiais,
adquiridas em grande parte através da prática durante o aprendizado do
cientista e podem ser conceptuais ou empíricas. Explicando por meio de
modelos ou exemplos, o autor afirma que cada ciência tem suas próprias
técnicas e todas as ciências usam modelos concretos.
Quanto ao fato e dados o autor explica: o cientista observa fatos e registra-os
em dados. Os fatos são as coisas que acontecem ou subsistem: são eventos
ou estados. Os dados são representações simbólicas de eventos e estados. O
fato não é visto por nós em nenhum preconceito. Interpretamos as impressões
sensoriais por meio de conceitos e, portanto, temos percepções e não
sensações vazias de significados. Assim sendo, na ciência, os esquemas
conceptuais que participam de nossas observações são mais teóricos, mais
exatos e mais conscientemente criticados do que a vida cotidiana, pois fatos e
dados estão impregnados de teoria. Isto acontece porque as próprias teorias
definem os conceitos em cujos termos os dados são expressos e os fatos
interpretados. Entretanto, embora os fatos estejam impregnados de teoria, eles
precisam ser todos sobrecarregados pela teorias ou teorias que estão sendo
testadas, isto é, as teorias determinam como serão os fatos, mas não o que
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eles serão, o que poderá confirmá-los , mas não o que realmente confirma.
Aqui mais uma vez o autor recorre a exemplos e modelos para explicitar a sua
fala, tendo como âncora Russel Hanson, Galileu, Kepler e Brahe.
Para falar sobre a Observação, Kneller, chama para o texto Darwin e Pasteur
para explicar que o cientista observa muito mais cuidadosamente do que o
homem comum. Sobre Darwin lembra o que seu filho escreveu “Havia uma
qualidade de espírito que parecia ser de especial e extrema vantagem para
realizar descobertas. Era a capacidade de nunca deixar passar despercebido
as exceções. Quanto Pasteur, na observação de bactérias observou e levantou
a hipótese que a vida pode existir sem oxigênio.
A observação cientifica é sistemática, pormenorizada e variada. È sistemática
por ser controlada por uma hipótese ou por uma idéia precisa do fenômeno a
ser localizado. É pormenorizada pelo uso de poderosos instrumentos e pela
concentração em determinadas propriedades de um fenômeno. É variada por
observar o fenômeno por diferentes condições, ou, num experimento, por variar
e manter constantes diferentes variáveis a fim de se observar os resultados. Os
dados obtidos por observação devem ser objetivos, idôneos e precisos.
Já a mensuração consiste em comparar um objeto que possui uma propriedade
específica com um aparelho que representa tantas unidades-padrão dessa
propriedade, dando como exemplo a fita métrica ou o termômetro.
Mas o ciclo da pesquisa não começa com a observação ou mensuração. Esse
problema pode ser empírico, como a existência de uma anomalia para uma lei
ou teoria bem confirmada; conceitual ou muitas vezes, o cientista inicia a
pesquisa buscando um problema, escolhendo uma área que esteja
teoricamente bem desenvolvida e, por conseguinte, cheia de indicações para
investigações adicionais; ou poderá escolher uma área onde se verificou um
súbito aumento na taxa de descobrimento empírico; ou poderá simplesmente
ter um palpite de que uma área é rica em possibilidade.
Tendo formulado o seu problema, o cientista trata de procurar uma hipótese.
Uma hipótese é uma conjetura sobre a natureza de algo. As características de
uma boa hipótese são: deve se levar em conta os fatos conhecidos; deve ser
suficientemente precisa para produzir previsões testáveis e deve predizer fatos
até então desconhecidos.
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Do problema a Hipótese o cientista pode dar um salto para uma hipótese assim
que vislumbra o problema, assim aconteceu em 1895 com Rotgen, quando
descobriu uma nova radiação, hoje conhecida por nós como Raios-X. Já uma
hipótese complexa e revolucionária como “A origem das espécies” de Darwin,
demorou anos para ser publicada, primeiro porque queria aperfeiçoá-la e
segundo que se tratando de uma hipótese revolucionária, que tocaria nos
dogmas da Criação, Darwin hesitou em desafiar a opinião pública.
Mesmo depois de o cientista propor uma sólida hipótese, por via de regra, ele
testa a hipótese fazendo observações ou realizando um experimento. Com
frequência o teste é inconclusivo. Assim, com a ajuda dos dados fornecidos
pelos testes, o cientista pode refinar a sua hipótese através de uma série de
provas (reformulações e comprovações). Podemos também de início propor um
certo números de hipóteses e eliminá-los sucessivamente, até sobrar apenas
uma. No decorrer da pesquisa, o cientista coleta dados e inventa hipóteses.
Depois de vários testes, ele utiliza os dados para modificar ou substituir a sua
hipótese.
No seguimento, Kneller aborda algumas formas de raciocínio que levam a
formação de hipóteses, como veremos a seguir:
a) Retrodução (R-D): O cientista encontra uma anomalia e depois busca uma
hipótese da qual a existência da anomalia possa ser deduzida. Assim, ele
raciocina da anomalia para hipótese que a explicará. A forma de inferência
é a seguinte: um fato anômalo “A” é observado; “A” seria explicável se a
hipótese “H” fosse verdadeira; logo , há motivos para pensar que “H” é
verdadeira. O autor cita Kepler, dizendo que ele raciocinou retrodutivamente
para sua hipótese sobre a órbita de Marte.
b) Raciocínio hipotético-dedutivo (H-D): em vez de raciocinar a partir dos
dados para uma hipótese, o cientista pode começar com uma hipótese e
deduzir conclusões – enunciados gerais ou predições particulares –
baseadas nela. É dado como exemplo Einstein na construção de sua teoria
especial da relatividade.
c) Indução: O cientista raciocina indutivamente quando infere uma
regularidade geral de enunciados referentes a casos particulares. No Inicio
do século XIX, Gay-Lussac raciocinou indutivamente para formular a lei
segundo a qual os gases se combinam em proporções simples.
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d) Raciocínio por analogia: é empregado quando o cientista chaga a uma


hipótese vendo uma analogia entre fenômenos aparentemente sem relação
nenhuma entre eles. Darwin raciocinou a partir de uma analogia entre a
pressão da população entre seres humanos (Malthus) e a sobrevivência da
espécie na natureza para chegar à parte de sua idéia da seleção natural.
Dessa forma, quando o cientista formulou sua hipótese, ele testa-a deduzindo
suas implicações na forma de predições e comparando-as com os resultados
de observações ou experimentos. O cientista quando conduz um teste
experimental, ele deduz primeiro o que a sua hipótese implica para uma
determinada situação experimental e depois manipula a situação para ver se
está certo. Para exemplificar o autor, cita Pasteur (1881) e o teste de
vacinação em ovelhas realizado em Pouilly le Fort (França).
Os experimentos também podem ser realizados para fins de descobrimento de
fatos, sem que esteja envolvida qualquer hipótese. Uma série de experimentos
levou a teoria do núcleo atômico.A experimentação não é uma condição sine
qua non dos testes científicos. Muitas vezes é fisicamente impossível o
cientista manipular as circunstâncias do fenômeno que lê deseja explicar ou
fazê-lo sem as distorcer. Em outras ocasiões, um experimento é não só
fisicamente impossível mas também logicamente impróprio. O cientista poderá
desejar explicar algum evento passado, como o indicado pela presença de
certos fósseis numa camada. Como tal evento não pode se repetir é impossível
reproduzi-lo num experimento.
Portanto, algumas hipóteses não podem ser testadas de forma decisiva nem
por observação. No caso da evolução darwiniana, a teoria é considerada bem
confirmada, não porque seja testável, mas porque unifica e torna inteligível um
grande número de dados que sem ela não poderiam ser entendidos.
Para uma hipótese tornar-se bem sucedida, tem que passar por vários
cientistas e uma variedade de condições. Se a hipótese for confirmada por
vários recebe o status de idônea.
Kneller faz desse capítulo uma explicação altamente didática, pois, cada item
ou ciclo de uma pesquisa, é explicitado de maneira clara e acompanhado de
modelos e exemplos da atuação de filósofos e cientistas. Isto facilita
sobremaneira o entendimento destes ciclos e da leitura, tornando-a de fácil
assimilação.
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