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TUDO SOBRE Leite adulterado com soda

cáustica e água oxigenada


Outubro 2007

Sumário:

1 – Soda é misturada ao leite há 2 anos, dizem funcionários


2 – Presa quadrilha acusada de adulterar leite
3 – Promotoria apura conexão GO-MG na fraude
4 – Leite brasileiro tem "defeitos", diz estudo
5 – Ex-funcionário denunciou leite adulterado
6 – Governo muda fiscalização de leite
7 – Químico prestou consultoria para mais 8 laticínios
8 – Queijo vencido ia para SP, diz funcionário
9 – Venda de leite UHT de 4 fábricas é proibida
10 – 1/3 do leite brasileiro não passa por fiscalização
11 – Governo vai investigar 7 marcas de leite
12 – Fiscalização: 11 marcas de leite são reprovadas em PE

1 – Soda é misturada ao leite há 2 anos, dizem funcionários

25-10-2007

SAÚDE – NUTRIÇÃO – ALIMENTOS – LEITE ADULTERADO –


TOXINAS – DOENÇAS – ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS –

A informação foi dada por trabalhadores da Copervale, cooperativa


de Uberaba, em depoimento à Polícia Federal

À polícia os empregados declararam não beber o leite longa vida


integral devido à adição da mistura com soda, ácido cítrico, sal e
açúcar

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Funcionários da Copervale (Cooperativa dos Produtores de Leite do
Vale do Rio Grande) afirmaram, em depoimentos prestados à
Polícia Federal anteontem, que a mistura com soda cáustica era
adicionada ao leite longa vida integral havia mais de dois anos.
"Nos interrogatórios que fiz ontem [anteontem], a grande maioria
dos funcionários da empresa que estava presa confirmou a fraude.
Disseram que colocavam soda cáustica no leite havia mais de dois
anos", disse o delegado Ricardo Ruiz. A adulteração do leite longa
vida (de caixinha) integral também foi confirmada, segundo Ruiz,
pelo presidente da Copervale. O nome dele não divulgado, mas a
Folha apurou tratar-se de Luis Galberto Ribeiro Ferreira.

Os diretores da Copervale, de Uberaba (MG), estão entre as 27


pessoas presas nesta semana durante a operação Ouro Branco,
realizada pela Polícia Federal. A ação atingiu também a Casmil
(Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro), de Passos,
suspeita de adicionar água oxigenada misturada em soro ao leite.
Juntas, as duas cooperativas produzem 400 mil litros de leite por
dia. De acordo com a investigação, produtos impróprios para o
consumo, como soda cáustica, água oxigenada e citrato de sódio,
eram adicionados ao leite para aumentar o prazo de conservação e
o volume do produto. Se ingeridas em grandes quantidades, essas
substâncias podem ser prejudiciais à saúde, porém, em pequena
proporção, não trazem risco ao consumidor, segundo a Anvisa e
especialistas.

Dos 27 suspeitos presos, apenas seis continuavam encarcerados


na tarde de ontem. Os demais foram soltos, a pedido da PF e do
Ministério Público, porque teriam colaborado com a investigação.
Os nomes dos detidos não foram divulgados. Os 13 funcionários da
Copervale presos pela PF na segunda estão entre os liberados.
Eles disseram em depoimento que não bebiam o leite longa vida
integral justamente por nele haver mistura com soda cáustica, ácido
cítrico, citrato de sódio, sal e açúcar -a confirmação da composição
ainda depende de exames laboratoriais.

A Folha tenta ouvir o advogado da Copervale, Paulo Pimenta,


desde segunda-feira. Ele disse anteontem que a cooperativa não
iria se pronunciar. A soda cáustica é usada nas cooperativas de leite
no processo de limpeza dos tanques de pasteurização. Cláudio
Fernando Costa, que trabalha em pequenos laticínios de Minas há
20 anos, disse que o uso da soda precede o de outros dois ácidos
até o enxágüe final.

Rentabilidade
Segundo o delegado Ruiz, a rentabilidade da fraude, no caso da
Copervale, estava na adição de água para dar volume ao leite. Ele
afirmou que a adulteração permitia "enganar" o exame de
crioscopia, aplicado para verificar se o leite contém água.
Misturadas à água, substâncias como a soda cáustica geram um pH
que altera os resultados do exame. A PF trabalha com o percentual
de 10% de adulteração -em um litro de leite, 10% seriam formados
pela mistura diluída em água.

O presidente da Leite Brasil (Associação Brasileira dos Produtores


de Leite do Brasil), Jorge Rubez, disse que o valor do leite é
determinado pela qualidade, e não pela quantidade. No caso da
Copervale, se a mistura era de fato capaz de burlar a crioscopia, a
qualidade do leite produzido era falseada.

Procon
O Procon-SP (órgão de defesa do consumidor) notificou ontem a
Nestlé e a Parmalat para responder em 48 horas se distribuíram no
Estado de São Paulo leite das cooperativas mineiras envolvidas nas
denúncias de adulteração. Conforme o diretor de fiscalização do
Procon, Paulo Góes, o órgão aguarda os resultados da operação da
Polícia Federal para decidir se notifica outras empresas.

Góes afirma que o órgão solicitou informações para as marcas em


virtude de veículos de comunicação terem divulgado "de maneira
pública e notória" que ambas receberam leite adulterado. O
Ministério Público de São Paulo solicitou à Promotoria de Passos
informações sobre eventual venda do leite da Casmil, cooperativa
da cidade, a empresas paulistas.
Colaboraram ANDRÉA MICHAEL, da Sucursal de Brasília, LUISA
ALCANTARA E SILVA, da Redação, e PABLO SOLANO

Frase

"Observamos caixas de leite longa vida com preço abaixo do custo


de produção. Isso indica fraude"
ELIAS JOSÉ ZYDEK
diretor-executivo da cooperativa Frimesa

Segundo Anvisa, produto não provoca reação


[ SERÁ QUE NÃO PROVOCA REAÇÃO???]

LUISA ALCANTARA E SILVA


DA REDAÇÃO

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou que os


consumidores não precisam suspender o consumo de leite devido à
denúncia de adulteração. Para a gerente-geral de alimentos do
órgão, Denise Resende, a quantidade de produtos como soda
cáustica e água oxigenada adicionada ao leite é pequena e não há
risco de o produto provocar reações.

"Com relação a problemas para a saúde, não temos preocupação. A


preocupação maior é com a qualidade nutricional do leite", diz ela.
"O produto não vai causar dano nenhum para a saúde. Não vai
causar diarréia na criança que consumir", afirma Denise.
De acordo com ela, o problema é que produto não vai apresentar
todas as proteínas e nutrientes que estavam previstos. "O que não
deixa de ser uma infração", afirma.

Denise afirmou que os resultados das análises do leite que pode


estar adulterado deverão sair no início da próxima semana. Ela
afirmou ainda que os consumidores "podem continuar tomando" e
que a agência está "agindo o mais rápido possível para dar uma
resposta para o consumidor".

Ela explicou que o leite só seria prejudicial à saúde se tivesse


grande quantidade de substâncias impróprias -o que não é o caso.
"Nós temos um monitoramento de qualidade de alimentos que é
feito pelos Estados e municípios, e não identificamos nenhum
problema grave que tenha acontecido com o leite até então", diz
ela. Se o problema fosse grave, afirma Denise, a adulteração já
teria sido percebida.

O mesmo disse o médico Anthony Wong, chefe do centro de


assistência toxicológica do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Do
jeito que foi acrescentada ao leite, [a soda cáustica] não causa
lesão nenhuma", disse ele. "A soda pode causar queimaduras e até
matar, mas só se ingerida em grande quantidade." Ele citou
produtos de limpeza que são altamente tóxicos e levam à morte,
que nunca devem ser ingeridos.
Para Paulo Fernando Machado, coordenador da Clínica do Leite da
Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP),
"esse leite não tem efeito [nocivo] algum para a população".
"Ninguém vai ficar doente." Mesmo se tomado todo dia? "Pode
tomar, não é cumulativo."

Ele explicou que a soda cáustica, ao se misturar com outras


substâncias do estômago, transforma-se em uma espécie de sal,
"como se fosse sal de cozinha", e em água. Já a água oxigenada,
quando entra em contato com o leite, se transforma em água.
Machado disse ainda que não é necessário ferver o produto e que
mesmo crianças podem tomá-lo. "Crianças são muito mais
sensíveis, mas, nessas concentrações, não tem problema nenhum",
afirmou.

Opinião semelhante tem a engenheira de alimentos Eliana Paula


Ribeiro, professora da Escola de Engenharia Mauá. "Não existe
risco. Mal para a saúde não vai fazer."

Segundo ela, se o caso fosse grave, a adulteração já teria sido


percebida pelos consumidores, pois a soda cáustica tem gosto de
sabão. "O chato é que o consumidor está comprando uma coisa
que não é o leite normal, está diluído."

Parmalat nega o uso de leite adulterado em seus produtos

DA REDAÇÃO

A Parmalat afirma que os seus produtos não estão comprometidos


por substâncias relacionadas à adulteração do leite em
cooperativas de Minas.

Segundo a empresa, o leite comprado da Copervale e da Casmil,


suspeitas de adulterar o produto, representa parcela insignificante
da sua produção -apenas cerca de 1% do volume total comprado
em todo o país, que é de 2 milhões de litros de leite cru por dia.
Em nota divulgada anteontem, a empresa informou que análises de
amostras não apontaram problemas de qualidade.

Sobre a notificação do Procon a respeito da distribuição no Estado


de São Paulo do leite das cooperativas suspeitas, a Parmalat disse
que esse é um procedimento padrão do órgão e que se coloca à
disposição para os esclarecimentos.

A empresa informa que já descredenciou as cooperativas e que


disponibilizou o telefone 0800 11 22 22 e o e-mail
sac@parmalat.com.br para esclarecer seus clientes.

A Calu, citada como uma das clientes das cooperativas, informa,


por meio de comunicado postado em seu site, na última segunda,
que não tem nenhum vínculo comercial com as empresas
investigadas.

A Nestlé, também notificada pelo Procon-SP para fornecer


informações sobre a origem do leite distribuído em São Paulo,
informou, por meio de nota, que não compra das cooperativas
Copervale e Casmil. Afirmou ainda não produzir leite longa vida (só
leite em pó) e que o leite cru que adquire passa por análises. (LAS)

ANÁLISE

Crime de consumo

MARIA INÊS DOLCI


COLUNISTA DA FOLHA

É inaceitável que o descontrole e a falta de fiscalização sobre a


produção de gêneros de primeira necessidade no país cheguem ao
ponto de permitir que crianças, principalmente, bebam leite
contaminado com soda e água oxigenada, com risco à saúde.
É intolerável tamanha inoperância dos órgãos públicos, que coloca
sob suspeita a qualidade de todo o leite produzido no país. E
tamanho crime de consumo só para aumentar o volume e prazo de
validade do produto, que absurdo!

Um dos motivos para se pagar impostos é justamente para garantir


o controle sobre a qualidade dos produtos e serviços que
consumimos, entre eles o leite, alimento básico para crianças e
idosos.

Em relação aos criminosos que assumiram a fraude, devem ser


tratados como assassinos, afinal, milhares ou milhões de pais
devem ter feito esforços para comprar leite para a família sem
suspeitar que estavam entregando um produto perigoso,
envenenado com soda cáustica e água oxigenada. Trata-se de uma
ação tão ou até mais criminosa do que dar um tiro ou uma facada
em alguém porque, além de tudo, é feito na surdina, sem o
conhecimento da vítima e a mínima possibilidade de reagir.

Esperamos que não seja mais um caso que termine em


impunidade. Se a justiça não for implacável e não submeter tais
criminosos às penalidades previstas em lei para tentativa de
homicídio, o país estará caminhando para trás em relação aos
direitos e garantias.

Além disso, essa ação absurda põe em dúvida a segurança e a


qualidade de todos os alimentos que consumimos. Que segurança
temos ao comprar o leite longa vida se suspeitamos que esse crime
já era praticado há algum tempo?

Corremos o risco de adoecer e até morrer pelos simples ato de


tomar um copo de leite. Nunca jamais neste país deveriam
acontecer tamanha irresponsabilidade e falência de todos os
sistemas de controle do Estado. Não só se deve punir os criminosos
confessos como as instituições que falharam no controle devem ser
alvo de investigação para punir e responsabilizar os
ir(responsáveis).

Mas não basta a punição dos responsáveis pela fraude. Cobramos


medidas urgentes e drásticas de todos os órgãos envolvidos na
fiscalização do mercado de consumo para garantir efetivo
monitoramento da qualidade dos produtos que estão no mercado.
A Anvisa e o Ministério da Agricultura devem apresentar resultados
de análises do leite nos diversos pontos do país para tranqüilizar o
consumidor.

Quem suspeitar da qualidade do leite ou que sentir alterações na


textura ou no odor deve levar o produto para troca no ponto-de-
venda e exigir providências da vigilância sanitária de seu município.
Vamos fazer nossa parte como consumidores não aceitando
conivência com tal situação.

Se você beber leite integral longa vida que está dentro do prazo de
validade e em condições de conservação e passar mal, configura-
se acidente de consumo. Neste caso, todos os danos decorrentes
do consumo do produto devem ser reparados pelo fornecedor.
MARIA INÊS DOLCI é coordenadora da Pro Teste (associação de
defesa do consumidor)
Associação estima queda de 10% no consumo

Em 2007, cada brasileiro deve consumir 140 litros de leite

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


DA FOLHA RIBEIRÃO, EM UBERABA

A Leite Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de Leite do


Brasil) estima queda de 10% no volume de leite UHT e pasteurizado
que seria comercializado em um período de dez dias -a contar de
terça, quando ocorreu a operação da Polícia Federal- por conta dos
focos de adulteração em MG. UHT é a sigla, em inglês, para ultra
high temperature, método de estelirização em temperatura ultra
elevada. O consumo de leite em 2007 é estimado em 140 litros por
habitante.

A avaliação leva em conta o fato de grandes empresas, como a


Parmalat, terem os seus nomes envolvidos no caso -a empresa
nega envolvimento.

"A primeira reação das pessoas é não consumir ou passar para


outros tipos de leite, como o em pó", avalia Jorge Rubez, presidente
da Leite Brasil e da Câmara Setorial do Leite e Derivados de São
Paulo.

Segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), ainda


não é possível prever o impacto do caso nas vendas.

Consumidores já suspendem a compra de marcas citadas no caso.


Alternativas ao longa vida também são experimentadas. "Esse caso
é um incentivo a mais para eu consumir leite de soja ou em pó", diz
a professora Marilema Robert, 64.

A cineasta Raquel Raposo, 25, adotou como método preventivo


deixar de lado marcas com preço muito baixo. "Ficamos sem saber
ao certo o que tem dentro da caixinha."

Devolução de produtos

Os moradores de Uberaba estão devolvendo aos supermercados


não apenas o leite integral da Copervale, da marca Centenário, que
está sob suspeita de adulteração, como também outros produtos da
cooperativa, como leite desnatado, doce de leite e requeijão. Os
supermercados aceitam a devolução desde que seja apresentada a
nota fiscal.

De acordo com o promotor de Defesa do Consumidor João Davina,


1,2 milhão de caixinhas do leite Centenário já foi retirado de
circulação.

"Estão devolvendo tudo da marca Centenário, do queijo até o leite


desnatado. Muitos estão comprando leite em pó", afirmou Benedito
Gaspar, gerente do supermercado LS Guaralto, que fica no bairro
Mercês, de classe média.

A escola estadual Gabriel Toti, de ensino fundamental e médio,


devolveu ontem 40 caixinhas do leite Centenário. O produto era
servido na entrada dos alunos e usado para fazer doce. "Soubemos
que o leite pode fazer mal e, por isso, devolvemos", disse uma
funcionária que não quis se identificar.

O auxiliar de depósito João Quintino da Silva, 27, devolveu dez


caixas de leite integral. Ele disse que ficou preocupado porque o
filho de três anos consome o produto desde bebê. "Ele nunca teve
nada, mas devolvi porque dizem que tem problema e fiquei com
medo."

Cristopher George Gonçalves, 22, auxiliar de serviços gerais,


afirmou que toma leite Centenário desde menino e que nunca
passou mal.
(ODERSIDES ALMEIDA e JUCIMARA DE PAUDA)

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2510200709.htm

- Sugestão de Leitura complementar:

As toxinas e os químicos dos alimentos não naturais, são a


causa de um grande número de enfermidades

Por Kevin Trudeau,


“Vamos falar sobre o que pomos nos nossos corpos. Pomos coisas
no nosso corpo através da boca, do nariz, dos ouvidos e da pele.
Falemos do que entra pela boca.
Penso que o Jack LaLane disse-o da melhor forma. O Jack LaLane
é um ser humano incrível, está na casa dos noventa, mas é
vibrante, saudável e forte. Ele não fica doente, é um indivíduo
dinâmico e saudável. O Jack diz que se foi feito pelo homem, não é
para comer. É aí que reside o cerne da questão: o que é ingerido
devia estar conforme aos desígnios da natureza. Se o homem fez,
você não o devia comer. Se comer uma maçã, poder pensar que é
uma maçã, que o homem não a fez e por isso pode comê-la. Bem,
temos um problema. Quase todas as frutas e vegetais são, hoje em
dia, feitos pelo homem.
Sabia que frutos e vegetais têm sido geneticamente modificados
pelo homem para se tornarem mais resistentes às doenças? Tem
de compreender que a indústria alimentar é igual à indústria
farmacêutica, só o dinheiro é que importa.
Quem produz comida tal como um agricultor, tem o seu negócio e
tem de vender mais e produzir mais a custos reduzidos para ganhar
dinheiro. Por isso, o que os agricultores fazem é ver como podem
cultivar digamos o máximo de maçãs, de cenouras ou de cebolas
no seu campo de cultivo, como podem produzir no mais curto
espaço de tempo com uma maior redução de custos de modo ao
lucro ser maior. A solução é mexer com a mãe-natureza e mudar
estes frutos e vegetais naturais com qualquer mistura vinda dum
laboratório para que eles cresçam mais e mais depressa, contra o
curso natural das coisas e tornando-os resistentes à doença. Assim
certificam-se que terão uma colheita completa e que poderão
vender mais e ganhar mais dinheiro. Por isso, através dessa
modificação, a sua cenoura completamente natural já não é natural,
é um produto feito pelo homem. (pág.77-78) .......

“O mesmo se aplica aos laticínios porque com a utilização de


medicamentos, de hormônios do crescimento, a pasteurização e a
homogeneização, os laticínios são um grande motivo de
preocupação, salvo no caso de serem biológicos, não pasteurizados
e homogeneizados. Existem dois aspectos essenciais a considerar
quanto aos laticínios, um é a pasteurização e outro a
homogeneização. A pasteurização é aquecer o laticínio a uma
temperatura muito alta para matar qualquer bactéria, e o problema é
que este processo também mata as enzimas do leite, tornando-o
muito mais difícil de digerir e tornando-o num produto não natural.
Mas o mais importante e o mais perigoso é a homogeneização.
Lembra-se do leiteiro? Dantes o leiteiro ia a nossa casa entregar o
leite. Porque é que precisávamos dum leiteiro? Porque é que não
podíamos comprar o leite diretamente da loja? Porque o leite
azedava muito depressa, estragava-se em poucos dias.
A indústria alimentar achou que estava a perder dinheiro por não
vender o leite nas lojas por causa dele se estragar muito depressa.
Por isso, foi encontrada uma solução incrível, um processo
chamado homogeneização. Quando o leiteiro entregava o nosso
leite, pode lembrar-se que a nata se separava do leite. Você tinha
de retirar a nata antes de beber o leite. O processo de
homogeneização faz com que o leite gire a grandes velocidades,
destruindo os conjuntos de moléculas no interior do leite para a nata
não se separar do leite. Assim sendo, o leite não se estraga em
poucos dias, pode até durar algumas semanas antes de se
estragar. Agora que a indústria alimentar pode fazer com que o leite
seja transportado, pode pô-lo nas prateleiras e vendê-lo, o leiteiro já
não é necessário. O problema é que o leite homogeneizado e
pasteurizado, bem como todos os laticínios, não são naturais. Os
conjuntos de moléculas são num número tão reduzido que ferem as
suas artérias. Elas obstruem o seu aparelho digestivo, tornando
muito difícil digerir a comida, o que é uma das maiores causas do
refluxo gastro-esofágico, da obesidade, das alergias e da prisão de
ventre. E o ferimento das artérias faz com que o colesterol LDL se
agarre às artérias, uma das grandes causas da arteriosclerose e
das doenças cardíacas. A questão é que os laticínios pasteurizados
e homogeneizados não são naturais, os laticínios naturais, 100%
biológicos, são naturais. Laticínios biológicos naturais, são naturais.
Lembre-se do que o Jack LaLane disse, que se o homem fez, não é
para comer.” (pág. 79-80).

“A indústria alimentar coloca dezenas de milhares de ingredientes


químicos na comida e, em muitos casos, não têm de os indicar no
rótulo. Como é que eles se safam? Com a ajuda dos nossos amigos
os representantes dos lobbies e pagando aos políticos e aos
elementos da Entidade Reguladora dos Alimentos e dos
Medicamentos (FDA). É só o dinheiro que importa.
Mas isso é mau? Os aditivos colocados nos alimentos são químicos
não naturais e tóxicos. Eles afetam de forma negativa o organismo,
suprimem o seu sistema imunológico tornando-o mais suscetível a
doenças, fazendo-o envelhecer mais depressa e alterando o pH do
seu corpo de alcalino para ácido. Isto significa que está mais
vulnerável ao câncer, às doenças cardíacas, à diabetes, às alergias,
etc., etc., etc.” (pág. 81).
Fonte: “Curas Naturais Que Eles Não Querem que Você Saiba” –
Kevin Trudeau, Editora Alliance Publishing Group, Inc., Espanha,
2007

3 – Promotoria apura conexão GO-MG na fraude

Ministério Público investiga se a Casmil, de Passos (MG), adquiriu


tecnologia das fraudes no leite de um laticínio de Pires do Rio (GO)
Laticínio goiano também é suspeito de ter fornecido soro de queijo
para a cooperativa mineira dar volume ao leite

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O Ministério Público de Minas Gerais investiga possível conexão


entre produtores de leite do Estado e de Goiás nas fraudes no
produto. Autoridades dos dois Estados já identificaram leite
adulterado.

Documento da Promotoria, ao qual a Folha teve acesso, aponta que


a Casmil (Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro), de
Passos (MG), sob suspeita de adulteração, teria adquirido a
tecnologia das fraudes no leite do dono de um laticínio de Pires do
Rio (GO), o Laticínio Búfalo.

O laticínio goiano também é suspeito de ter fornecido soro de queijo


para a cooperativa mineira dar volume ao leite.

A informação foi passada ao Ministério Público por um funcionário


da Casmil que prestou depoimento sob a condição de não ter seu
nome revelado.

Diz o documento: "A tecnologia para a realização das fraudes fora


adquirida em mãos de uma pessoa de nome Marcos, conhecida
pela alcunha Japonês, proprietária do Laticínio Búfalo, (...) e seria
utilizada como forma de enfrentar as graves dificuldades financeiras
vivenciadas pela Casmil".

A Folha localizou em Pires do Rio a Indústria e Comércio Laticínios


Pires do Rio, que, segundo funcionários, trata-se do Búfalo. O
proprietário é Marcos Michiata, que nega as suspeitas.

A Vigilância Sanitária de Pires do Rio informou que investiga


denúncia de adição de formol ao leite em uma indústria, mas não
disse se a irregularidade ocorre no Laticínio Búfalo.

Laudo do Lanagro (Laboratório Nacional Agropecuário), vinculado


ao Ministério da Agricultura, com resultados das análises do leite
cru resfriado vendido pela cooperativa de Passos, indicou presença
de soro e água oxigenada.

O funcionário que deu as informações à Promotoria disse que,


inicialmente, o soro usado pela Casmil para encorpar o leite era do
Laticínio Búfalo. Depois, a empresa teria passado a usar soro
resultante de seu próprio processo industrial.

"A utilização do soro pela própria Casmil passou a ser possível


porque o informante, que é seu funcionário, acabou por descobrir
técnica mais eficiente e barata do que aquela criada pelo
"Japonês'", diz o documento da Promotoria.

outro lado

"Eu não sou químico", diz empresário

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Empresário do setor de laticínios há quase 30 anos, Marcos


Michiata negou ter fornecido a tecnologia para a Casmil fraudar o
leite. "Sou fabricante de queijo, não sou químico, não sou
engenheiro. Estou extremamente chateado com isso. Tenho um
nome a zelar."

Michiata disse que há cerca de dois anos vendeu leite para a


Casmil e que conhece o presidente da cooperativa mineira que está
preso. Segundo ele, a relação foi apenas comercial. Disse que não
tem mais negócios com a Casmil e que há seis meses não vai a
Passos.

Ele também negou que tenha vendido soro para a cooperativa de


Passos. Segundo ele, essa informação não tem sentido porque a
Casmil produzia queijo e poderia usar o próprio soro. Michiata disse
que as notas fiscais que emitiu foram da venda de leite.
Procon de GO divulga marcas com problemas

DA AGÊNCIA FOLHA

O Procon de Goiás divulgou ontem as marcas de leite que foram


reprovadas em análises feitas no Estado. Doze das 19 marcas
analisadas de leite de saquinho e seis das 24 de leite UHT longa
vida (de caixinha) apresentaram irregularidades em teste no
laboratório da Universidade Federal de Goiás.

Em duas marcas de leite pasteurizado, a Big Leite e a Capilat, foi


constatada a presença de soda cáustica. Em cinco, alto índice de
água oxigenada. Outros problemas foram nível de gordura abaixo
do adequado, adição de soro e presença de coliformes fecais
(fezes).

O dono da Nívea e da Lacton, Reginaldo Gonçalves, reconheceu o


problema. "Recebemos o leite desse jeito dos produtores. Vamos
tentar regularizar."

O dono da Vitta, Glauco Forte, contestou a análise do Procon. "Vou


falar com os produtores para saber se alguém acrescentou amido
ao leite."

Os representantes da Marajoara Alimentos, da Dália Alimentos e do


grupo Pão de Açúcar, dona da marca Escolha Econômica, disseram
que fizeram contraprova e o leite está nos padrões.

A Saga Agroindustrial, do leite São Gabriel, afirma que fechou


acordo com o Procon em julho e obedece aos padrões fixados pelo
órgão.

A reportagem procurou ontem representantes das demais marcas


reprovadas, mas ninguém foi localizado.
MARCAS REPROVADAS
Escolha Econômica, Manacá, Marajoara, São Gabriel, Dália, Big
Leite, Capilat, Danleite, Gogó, Lacton, Nívea, Nutri Leite, Santa
Rita, Santos, Tayná, Vitalat, Vitta.

Para Promotoria, esquema só foi viável com conivência de fiscais


PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Boletins de análise do leite com suspeita de adulteração pela


Casmil, de Passos (MG), foram preenchidos pelo SIF (Serviço de
Inspeção Federal) indicando ausência de peróxido de hidrogênio
(água oxigenada), segundo documento do Ministério Público
mineiro.

"A análise dos referidos produtos feito pelo Lanagro [Laboratório


Nacional Agropecuário] veio a confirmar que efetivamente estava
sendo fraudado o leite fornecido pela Casmil, e, o que é pior,
ideologicamente falsos se revelaram os documentos emitidos pelo
SIF", diz.

Os técnicos do Lanagro analisaram três amostras de leite cru e


identificaram água oxigenada. Segundo a Promotoria, os boletins
preenchidos pela inspeção federal informavam "ausência de
conservantes".

Para os promotores, esse fato "confirma a conivência dos fiscais


com a fraude". Eles apontam ainda que "muito dificilmente esquema
criminoso como esse poderia existir sem o envolvimento direto de
servidores públicos".

Três pessoas que prestaram depoimento e que são citadas pela


Promotoria levantaram suspeitas sobre a ação dos fiscais. Um dos
depoentes foi o ex-funcionário Milton Carneiro. Ele era uma das
pessoas que "recuperavam" o leite estragado adicionando produtos
químicos. "A atividade do declarante nunca foi inspecionada pelos
técnicos do SIF", diz o documento da Promotoria.

Marcas afirmam que lotes já foram retirados das gôndolas

DA REDAÇÃO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Parmalat afirmou que foi informada pela Anvisa sobre a interdição


de apenas dois lotes (identificados por LCZI 06:23 e LCZL01 12:42,
fabricados em 22 de junho de 2007 e com validade até 22 de
outubro de 2007) e, em nota, afirmou que os dois lotes interditados
"já não estavam mais no mercado, inclusive porque seus
respectivos prazos de validade já haviam expirado".

A empresa disse que "garante que todos os seus produtos


disponíveis ao consumidor não pertencem a estes lotes e não têm
qualquer restrição".

As cooperativas mineiras que tiveram lotes de leite interditados


disseram ontem que os produtos já estão sendo retirados das
prateleiras dos supermercados.

De acordo com a Calu, antes mesmo de a empresa ter sido


comunicada oficialmente iniciou o recolhimento dos três lotes do
leite longa vida considerados fora dos padrões.

Já a Copervale informou que o leite Centenário também está sendo


retirado das gôndolas.

Segundo Geraldo Cardoso Sobrinho, 69, nomeado interventor da


cooperativa, os leites estão sendo devolvidos nos pontos de venda.
Há leite centenário em cidades de SP.

Anvisa interditou um lote a mais do que foi anunciado

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Anvisa interditou um lote de leite longa vida integral a mais do que


os oito que haviam sido anunciados anteontem. Ao todo, são nove
lotes, produzidos entre junho e agosto, das marcas Parmalat,
Centenário e Calu (veja quadro nesta página) -três de cada
empresa.

Os efeitos da decisão, no que se refere à Parmalat, serão quase


nulos, já que os três lotes estão vencidos. A retirada do produto do
mercado começou a ser feita ontem.

Segundo a Anvisa, a decisão foi tomada após laudos da Polícia


Federal informarem sobre irregularidades no leite das cooperativas
Casmil e Copervale, de Minas. Conforme a PF, ele era adulterado
com produtos como soda cáustica e água oxigenada. As
cooperativas tinham como clientes Parmalat, Nestlé e Calu, entre
outras.

A Anvisa informou que, segundo os laudos, as amostras dos lotes


estão fora dos padrões de qualidade por apresentarem teor de
gordura diferente do informado. Além disso, os níveis de acidez e
alcalinidade não atendiam aos padrões.

O nível de alcalinidade, segundo a agência, pode indicar a presença


de produtos químicos, como soda cáustica.

Nota da Anvisa alerta, porém, que não foi encontrada soda no leite,
mas PF e Ministério Público mineiro estão convictos de seu uso
porque os policiais apreenderam, na segunda, mil litros de uma
fórmula com a substância que seria misturada ao leite na
Copervale.

O primeiro laudo da Anvisa sobre os lotes interditados deverá ficar


pronto em dez dias, mas, conforme Maria Cecília Martins Brito,
diretora da agência, o processo deve durar cerca de 90 dias, pois
as empresas podem pedir novas análises.

A diretora afirmou que são mínimos os riscos para quem já


consumiu leite desses lotes, pois as substâncias adicionadas
estariam em baixa quantidade. No máximo, disse, o produto poderá
causar náuseas leves.

A Parmalat afirmou que foi informada pela Anvisa sobre a interdição


de apenas dois lotes (LCZI 06:23 e LCZL01 12:42) e, em nota,
disse que eles "já não estavam mais no mercado, inclusive porque
seus respectivos prazos de validade já haviam expirado".
A empresa disse que "garante que todos os seus produtos
disponíveis ao consumidor não pertencem a estes lotes e não têm
qualquer restrição".

A Calu e a Copervale disseram que estão retirando os produtos dos


supermercados.

Ministério da Agricultura tem 1 fiscal para 8 laticínios

Para associação, cada funcionário do governo deveria cuidar de até


4 fabricantes
Dos 212 funcionários do serviço de inspeção federal, dois foram
presos sob acusação de facilitar a fraude do leite em MG

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Agricultura tem 212 fiscais para inspecionar 1.700


produtores de leite e derivados em todo o país, segundo dados da
pasta -a proporção é de 1 para cada 8 fabricantes. Eles são ligados
ao SIF (Serviço de Inspeção Federal).

A Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários estima


em 400 o total de fiscais necessários -1 para cada 4. O ministério
não comentou. Após a operação desencadeada pela Polícia Federal
na segunda em Minas Gerais e que resultou em 27 prisões, o
quadro do ministério já sofreu duas baixas. Isso porque entre os
presos estão dois fiscais, acusados de participação na adulteração
de leite em Minas -e que pode ter se repetido em Goiás, diz o
Procon local.

A operação ocorreu após três meses de investigação da PF e do


Ministério Público de Uberaba, que detectou adulteração no leite da
Copervale (Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio
Grande), de Uberaba, e da Casmil (Cooperativa Agropecuária do
Sudoeste Mineiro), de Passos. A investigação apontou que
substâncias como soda cáustica, água oxigenada e citrato de sódio
eram adicionadas ao leite. Entre os clientes das cooperativas estão
Parmalat, Nestlé e Calu, além de marcas próprias, como a
Centenário (da Copervale).

Luiz Antonio da Silveira, preso segunda, era fiscal da regional de


Passos e, segundo o Ministério Público mineiro, atuava "direta e
permanentemente na fiscalização da Casmil". O outro preso é
Afonso Antonio da Silva, responsável pela fiscalização da Copervale
e suspeito de facilitar a fraude. A Folha não conseguiu contatá-los.

Os 212 ficais do ministério atuam desde a produção até a


embalagem do produto, monitorando também o processo de
pasteurização do leite. Depois que o leite é embalado e está pronto
para ser comercializado, a fiscalização passa a ser tarefa da Anvisa
e dos órgãos estaduais e municipais de vigilância sanitária.
Maria Cecília Martins Brito, diretora da Anvisa, afirmou que os
fiscais não inspecionavam "de maneira sistemática" soda cáustica e
água oxigenada no leite, pois não havia denúncia nesse sentido.
Agora, essas substâncias serão avaliadas. Brito ressaltou que, após
receberem autorização da Anvisa, a responsabilidade pela
qualidade do produto é das empresas, mesmo que tenham
comprado o leite cru de outro estabelecimento.

Segundo a ONG Contas Abertas, o ministério gastou neste ano


cerca de R$ 3,1 milhões no programa de inspeção industrial e
sanitária dos produtos, subprodutos e derivados de origem animal.
O valor é maior do que o gasto no ano passado -R$ 1,3 milhão-,
mas menor do que o de 2004, quando foram direcionados ao
programa R$ 4,2 milhões.

Conivência

Boletins de análise do leite com suspeita de adulteração pela


Casmil foram preenchidos pelo SIF indicando ausência de água
oxigenada, segundo documento do Ministério Público de MG. "A
análise dos referidos produtos feito pelo Lanagro [Laboratório
Nacional Agropecuário] veio a confirmar que efetivamente estava
sendo fraudado o leite fornecido pela Casmil, e, o que é pior,
ideologicamente falsos se revelaram os documentos emitidos pelo
SIF", diz.

Para os promotores, esse fato "confirma a conivência dos fiscais


com a fraude".
Colaboraram PAULO PEIXOTO , da Agência Folha, em Belo
Horizonte, e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO , da Reportagem Local

Leite brasileiro é ruim, diz pesquisadora

Andrea Rossi Scalco, professora da Unesp, afirma que os laticínios


brasileiros só se preocupam com o volume de produção
Para a docente, o problema se estende a toda a cadeia leiteira,
desde a produção até a distribuição, porque demanda supera oferta

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO


DA REPORTAGEM LOCAL

Laticínios raramente rejeitam leite de baixa qualidade enviado para


processamento, afirma Andrea Rossi Scalco, professora do
Cepeagro (Centro de Pesquisa em Administração e Agronegócios)
da Unesp, com mestrado em qualidade na agroindústria do leite.
Segundo ela, isso ocorre porque, como em parte do ano a demanda
supera a oferta e os preços sobem, os laticínios precisam garantir
fornecedores, principalmente na entressafra. A preocupação do
laticínio é com volume, não com qualidade, diz a professora.

FOLHA - Que tipo de leite é consumido no Brasil?


ANDREA ROSSI SCALCO - A baixa qualidade é notória. Não está
vinculada somente aos laticínios, mas a toda cadeia, desde a
produção até a distribuição final. É preciso haver um mecanismo de
coordenação. Os produtores não têm noção nenhuma do que é e
como está a qualidade do leite, nem sabem que os parâmetros
existem.

FOLHA - Os laticínios atuam para contornar essa deficiência?


SCALCO - Não vejo esforço dos laticínios com relação a isso. Por
enquanto, o Brasil não supre a necessidade de leite, tem que
importar. Está faltando, então ninguém vai exigir qualidade. O
laticínio compra o que está na frente dele, não está preocupado se
o consumidor vai ter algum problema ou não. A preocupação do
laticínio é com volume, não com qualidade. Só se preocupa quando
afeta a produtividade dele, se, por exemplo, a quantidade de
microorganismos prejudica o rendimento na produção de queijo.

FOLHA - Mas o consumidor não reage contra essa deficiência?


SCALCO - Não temos no Brasil uma cultura formada para o
consumo de produtos de qualidade, e o preço ainda é importante. E
tudo que a indústria vê na frente ela pega.

FOLHA - E as cooperativas, que têm um papel importante na cadeia


de produção?
SCALCO - Fazem algum programa de melhoria, mas há
desmotivação do produtor, e ele não participa. Fala-se mais em
produtividade e qualidade, mas a indústria exige volume, a
qualidade não é levada em consideração.

FOLHA - Então, é um problema que começa no campo e vai se


alastrando?
SCALCO - Na produção, é preciso melhorar procedimentos de
higiene e limpeza, e isso você não encontra na maioria das
propriedades. Muitas vezes é porque o produtor não tem
conhecimento, a ponto de limpar o peito da vaca com o rabo do
animal e achar que está limpo.

FOLHA - Os laticínios estão estruturados para oferecer bons


produtos?
SCALCO - Estão, com equipamentos básicos, mas têm. A única
área travada é a de queijo, que é feito em tanques abertos.

FOLHA - Há um problema de refrigeração já nas propriedades. Os


laticínios descartam leite que deveria ser descartado?
SCALCO - É muito difícil que laticínios recusem, apesar de falarem
que recusam. Os que operam com capacidade baixa, se observam
que tem antibiótico no tanque, não vão jogar fora, vão processar
aquele produto.

FOLHA - Como contornar tantos problemas?


SCALCO - É necessário começar com a capacitação dos
produtores. Projeto tem, há uma gama de projetos, mas... É
complicado falar para o produtor: "Você tem que fazer tudo isso
aqui". Ele pergunta: "Quanto eu vou receber a mais por isso?".

Presidente da Copervale é o único que continua preso após


operação da PF

DA FOLHA RIBEIRÃO, EM UBERABA

O juiz Alexandre Henry Alves, de Uberaba, determinou ontem a


prisão preventiva do presidente da Copervale, Luiz Gualberto
Ribeiro Ferreira.

O executivo cumpria prisão provisória (com duração de cinco dias)


desde segunda-feira com mais quatro diretores da cooperativa e o
químico Pedro Renato Borges.

O delegado da Polícia Federal de Uberaba, Ricardo Ruiz da Silva,


havia pedido a prisão temporária também de Borges, que foi
negada. Borges é acusado pela PF de ser o responsável pela
fórmula com soda cáustica que teria sido adicionada ao leite
produzido pela Copervale -o químico negou tudo.

Ruiz alegou no pedido de preventiva que Borges e Ferreira


poderiam atrapalhar a coleta de provas. Ontem à tarde, Romes
Monteiro da Fonseca Júnior (gerente de produção), foi libertado. Os
outros três diretores deveriam ser soltos, mas não haviam deixado a
prisão até a conclusão desta edição.

"Meu cliente não tem nada a ver com isso", disse ontem em
Uberaba (MG) o advogado Rodrigo Bueno Braga, que defende o
químico Pedro Renato Borges. Braga, que também defende
Ferreira, presidente da cooperativa, disse que o executivo não quis
comentar o inquérito. "Nos contatos que tive com ele, ele apenas
quis saber notícias da família", afirmou.

Ontem, Braga e os outros advogados dos seis presos reclamaram


ter tido dificuldades para ter acesso ao inquérito na PF. O diretor
comercial, Luiz Ricardo Freire Rezende, também defendido por
Braga, negou as acusações. Os advogados Gilberto Ferreira e
Rossini Moura Júnior, que defendem o diretor executivo da
empresa, José Afonso de Freitas, disseram que seu cliente não
tinha conhecimento do que se passava na produção da Copervale.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2710200701.htm

4 – Leite brasileiro tem "defeitos", diz estudo

Segundo pesquisadora da Unicamp, produto é considerado


"desagradável" e "pobre" para os padrões internacionais

Associação brasileira de produtores admite que leite tem gosto de


queimado e explica que diferença está na forma de processamento

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Uma pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)


aponta que o leite de vaca consumido pelo brasileiro possui defeitos
de sabor considerados graves em outros países e que seu gosto é
tido como "pobre" e "desagradável".
Para a professora e veterinária Georgiana Sávia Brito Aires, autora
da pesquisa, não foi surpresa a revelação na semana passada de
adulteração do produto. "É um absurdo o que acontece com a
qualidade do leite brasileiro. A indústria deve conscientizar os
fornecedores", afirma.

A pesquisadora diz que, nos Estados Unidos, o julgamento de sabor


é feito há mais de cem anos. No Brasil, não há essa prática. Ela
avaliou amostras de leite consumidos em países da Europa, nos
EUA e no Canadá e as comparou com o sabor do produto brasileiro
por análises físico-química, microbiológica e sensorial.

Quinze degustadores de leite foram treinados por ela para avaliar


os produtos. As dez principais marcas nacionais foram comparadas.
Em todas foi constatado algum tipo de "defeito de sabor". O termo é
usado internacionalmente. Para a avaliação, foi utilizada uma
escala norte-americana de 21 tipos de defeitos de sabor.
Cada um dos defeitos teve sua intensidade classificada pelos
degustadores entre suave, moderada e intensa.

"As indústrias brasileiras não têm um especialista degustador de


leite para avaliar os defeitos de sabor. No exterior, o sabor tem peso
de quase metade na qualidade do produto", diz a pesquisadora.
Segundo os resultados do estudo, alguns leites de caixinha, os
esterilizados UHT, possuem um sabor de "cozido" ou de
"aquecimento intenso".

No leite pasteurizado, que, na maioria das vezes, é embalado em


saco plástico, o que pode deixar o sabor desagradável é a oxidação
pela exposição à luz. Aires diz que outros defeitos de sabor
constatados são provocados pela alimentação inadequada da vaca,
doenças, falta de condições de higiene, entre outros motivos.
A pesquisadora explica que por causa da tradição brasileira de
beber o leite com algum complemento (como café),o sabor é
mascarado. O estudo fez parte de sua tese de doutorado na
defendida em julho.

Produtores

O presidente da Associação Brasileira de Produtores de Leite, Jorge


Rubez, diz que o gosto do leite brasileiro é diferente devido ao
processamento, que não é o mesmo realizado em outros países.
Segundo ele, o sabor do leite brasileiro não dá, de fato, "sensação
de frescor" e tem um gosto de queimado. Para Rubez, é preciso
diminuir o tempo entre a ordenha e a refrigeração para diminuir a
proliferação de bactérias e, com isso, o tempo de fervura para que o
produto tenha um sabor mais agradável.
Colaborou RENATA BAPTISTA ,da Agência Folha

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2810200705.htm

5 – Ex-funcionário denunciou leite adulterado

Empregado que trabalhava no setor de produção da Copervale


protocolou denúncia na Polícia Federal acusando a empresa

Denúncia em que informou que a diretoria obrigava a adulteração


para gerar mais lucro seria represália a demissão de diretor

DA FOLHA RIBEIRÃO

A denúncia de que a Copervale (Cooperativa dos Produtores de


Leite do Vale do Rio Grande), de Uberaba (MG), estaria adulterando
o leite com a adição de soda cáustica foi protocolada na Polícia
Federal no dia 10 de agosto por um funcionário que trabalhava no
setor de produção da cooperativa, segundo a Folha apurou ontem
com envolvidos no caso.

O denunciante, identificado apenas como Gilson, teria dito que a


diretoria obrigava alguns funcionários a adulterar o leite para obter
mais lucro.

A reportagem tentou ouvir ontem o delegado da PF de Uberaba,


Ricardo Ruiz da Silva, mas o telefone dele estava desligado.
Durante a semana, Ruiz informou apenas que a PF tinha recebido
uma denúncia.

As denúncias de adulteração de leite surgiram após a Operação


Ouro Branco, desencadeada na última segunda pela PF em Minas.
A operação teve 27 prisões e ocorreu após três meses de
investigação da PF e do Ministério Público de Uberaba, que
detectou adulteração no leite da Copervale e da Casmil
(Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro), de Passos.

A investigação apontou que substâncias como soda cáustica e água


oxigenada eram adicionadas ao leite. Entre os clientes das
cooperativas estão a Parmalat, a Nestlé e a Calu.

Segundo a Folha apurou, a denúncia encaminhada à PF seria uma


represália à demissão de um diretor da Copervale após Luiz
Gualberto Ribeiro Ferreira vencer a eleição para a presidência da
cooperativa.

Uma semana após a operação, apenas Ferreira segue preso em


Uberaba. Ele teve sua prisão preventiva decretada na última sexta,
quando venceu o prazo da prisão provisória.

Em Passos, o presidente da Casmil, Dácio Del Fraro, dois diretores


da cooperativa e um fiscal do Ministério Público Estadual tiveram
sua prisão provisória prorrogada na sexta.

Defesa conjunta

Os advogados dos envolvidos na suspeita de adulteração do leite


em Uberaba articulam uma defesa conjunta dos clientes. No
sábado, eles se reuniram na cidade mineira com os diretores que
foram soltos na madrugada – Luiz Ricardo Freire Rezende, José
Afonso de Freitas e Romes Monteiro Fonseca Júnior – e com o
químico Pedro Renato Borges, acusado pela Polícia Federal de ser
o inventor da fórmula com soda cáustica que seria adicionada ao
leite na Copervale.

A reportagem tentou ouvir os diretores e o químico ontem, sem


sucesso. Os advogados informaram que seus clientes estavam
muito abalados e preferiam passar o final de semana recolhidos
com a família.

Na sexta, o advogado do químico, Rodrigo Bueno Braga, afirmou


que seu cliente não tinha "nada a ver com essa história de fraude".
Borges, que é uma espécie de consultor de laticínios, trabalhou oito
anos na Colaba de Batatais e depois passou por fábricas em Aguaí,
Catanduva, Boa Esperança e São Sebastião do Paraíso.
Na saída da penitenciária, à 0h15 de sábado, o único que deu
entrevista foi o fiscal do Ministério da Fazenda Afonso Antonio da
Silva. "Minha prisão foi arbitrária. Só fui levar uns documentos na
cooperativa e fui preso", disse.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2910200710.htm

6 – Governo muda fiscalização de leite

Para coibir adulteração, Ministério da Agricultura fará auditorias


aleatórias; MG, SP, GO e RS serão os primeiros

Fabíola Salvador e Ana Carolina Moreno

Brasília - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou


ontem uma alteração no sistema de fiscalização das empresas de
laticínios sob controle do Serviço de Inspeção Federal (SIF), uma
semana depois que a Operação Ouro Branco da Polícia Federal
(PF) desmantelou uma quadrilha que adicionava de forma irregular
substâncias químicas ao leite. De acordo com o ministro, uma
equipe formada por três fiscais federais agropecuários - dois
médicos veterinários e um agente de inspeção sanitária - fará
auditorias aleatórias nas empresas.

As vistorias serão mensais e definidas por sorteio. Até agora, a


fiscalização é de responsabilidade de um agente que trabalha
permanentemente nas empresas. Aos poucos, a figura do fiscal fixo
será eliminada, explicou o diretor do Departamento de Inspeção de
Produtos de Origem Animal, Nelmon Oliveira da Costa. Segundo
ele, as auditorias serão feitas num primeiro momento em Minas,
São Paulo, Goiás e Rio Grande do Sul.

“Esperamos que a nova fiscalização aumente a eficiência”, disse o


ministro. Ele acrescentou que o grupo responsável pelas auditorias
fará uma avaliação criteriosa do funcionamento da empresa, de
seus processos produtivos e também do desempenho dos
servidores responsáveis pelo SIF enquanto ainda trabalharem nas
empresas. Na Operação Ouro Branco, um fiscal foi preso acusado
de participação na fraude que envolveu cooperativas de Minas.
A alteração agradou aos fiscais e à bancada ruralista da Câmara. O
vice-presidente da Associação Nacional dos Fiscais Federais
Agropecuários (Anffa), Wilson Roberto de Sá, disse que a mudança
permitirá o aprimoramento da fiscalização. No sistema atual,
contou, cada fiscal é responsável por oito empresas, o que torna
inviável o controle efetivo nas 1.700 indústrias de lácteos do País.
“Não é possível acompanhar o processo como se deveria”, afirmou.
Do total de indústrias de laticínios, 200 são voltadas exclusivamente
para a produção de leite UHT.

Em entrevista coletiva tumultuada, o ministro disse que as fraudes


ocorridas em Minas não têm relação com o número de fiscais
federais e chamou as pessoas que fraudaram o produto em Minas
de “vigaristas”. Segundo números do ministério, há no País 1,3 mil
fiscais federais agropecuários, dos quais 212 vistoriam
estabelecimentos industriais de leite e derivados.

Na entrevista, Stephanes tentou tranqüilizar a população e disse


que recomendava o consumo do produto. “Pode trazer que eu
bebo”, afirmou ao ser questionado se continuava tomando leite. “O
fato de duas dúzias de pessoas desonestas terem adulterado um
produto criou a dúvida em relação à qualidade da produção
brasileira, mas o leite continua sendo de ótima qualidade”, disse.

Em São Paulo, além dos nove lotes de leite interditados na semana


passada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
todas as marcas de leite integral longa-vida serão fiscalizadas.
Desde sexta-feira, a Fundação Procon já encaminhou 45 amostras
de leite recolhidas na cidade para verificar se o produto foi
adulterado.

http://www.estado.com.br/editorias/2007/10/30/ger-
1.93.7.20071030.12.1.xml

7 – Químico prestou consultoria para mais 8 laticínios

Acusado de criar a fórmula para adulterar leite disse em depoimento


que prestou serviços para empresas de MG e SP
Segundo a Polícia Federal, os laticínios podem ser investigados;
empresas negam ter comprado qualquer tipo de fórmula

JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO

O químico Pedro Renato Borges, acusado de ser o responsável


pela fórmula adicionada ao leite da Copervale, de Uberaba (MG),
prestou serviços para mais oito laticínios.

A cooperativa é um dos pivôs da investigação sobre adulteração de


leite em Minas. Investigação da Polícia Federal encontrou
substâncias como soda cáustica e água oxigenada no leite da
Copervale e da Casmil, de Passos. Entre os clientes delas estão
Parmalat, Nestlé e Calu -há ainda marcas próprias, como
Centenário (Copervale).

No depoimento à PF, Borges contou que, além de Copervale,


Casmil e Calu (Uberlândia, MG), ele prestava serviços para
Laticínios Herculândia (de Herculândia, SP), Fazenda Bela Vista
(Tapiratiba, SP), Doceria Primavera (Cravinhos, SP), Laticínio Canto
de Minas (Ituiutaba, MG), Biolac (Monte Carmelo, MG), Cooperativa
Agropecuária Boa Esperança (Boa Esperança, MG), Coplap -
Cooperativa de Produtores da Alta Paulista (Tupã, SP) e Laticínio
Zacarias (Monções, SP).

As empresas confirmaram que ele lhes prestou consultoria, mas


negaram ter comprado qualquer fórmula (leia texto abaixo).
Segundo a PF, os oito laticínios podem ser investigados no inquérito
que apura a adulteração no leite.

O químico disse que ganhava de R$ 800 a R$ 1.200 por visitas


mensais a cada cooperativa. No depoimento, negou ter inventado a
fórmula que era adicionada ao leite da Copervale para mascarar o
volume de água.

Borges foi um dos presos na operação Ouro Branco deflagrada pela


PF no dia 22 em Uberaba e Passos sobre adulteração de leite
integral longa vida. Foi solto na madrugada de sábado. Seu
advogado, Rodrigo Bueno Braga, disse que ele é inocente -em
Uberaba só permanece preso o presidente da Copervale, Luiz
Gualberto Ribeiro Ferreira.

"Ele [Borges] esparramou a mistura para todo o lugar. Se


fiscalizarem vão pegar", disse à Folha o homem que denunciou a
fraude à PF, na condição de não ser identificado. Segundo ele, a
maioria dos funcionários da Copervale, inclusive diretores, sabia da
adulteração.

Em São Paulo, técnicos da prefeitura, do Estado e do Ministério da


Agricultura fiscalizaram ontem a interdição ao leite adulterado.
Nenhum produto de lotes bloqueados foi encontrado nos mercados.

outro lado

Empresas negam uso de fórmula ilegal

DA FOLHA RIBEIRÃO

Todos os laticínios citados em depoimento pelo engenheiro químico


Pedro Renato Borges negaram à reportagem ter comprado a
fórmula com soda cáustica que, segundo a Polícia Federal, foi
criada por Borges para fraudar o leite.

Os donos ou representantes das empresas admitiram que o


acusado prestou serviço para eles, mas a maioria afirmou que ele
projetou o parque industrial, orientou sobre documentação,
implantou programas de qualidade do leite ou promoveu cursos
sobre higiene operacional.

FRANCA:

CETESB PROÍBE DESPEJO DE LEITE ADULTERADO EM


ESGOTO

A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental)


proibiu a Casmil (Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro),
de Passos (MG), de despejar 74 mil litros de leite interditados em
seus tanques na estação de tratamento de esgoto de Franca devido
ao risco de poluição. A cooperativa transportou anteontem 49 mil
litros interditados para a estação de tratamento de esgoto. Ontem,
outros caminhões chegariam, mas a Cetesb alegou que o leite -com
ou sem substâncias proibidas, como água oxigenada e soda
cáustica- pode prejudicar o tratamento do esgoto e a eficácia do
sistema.

Governo muda fiscalização em empresas após fraude do leite

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após a prisão de dois fiscais do SIF (Serviço de Inspeção Federal)


por suposto envolvimento com o esquema de adulteração de leite, o
ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou mudanças na
fiscalização do produto.

A partir de agora, as empresas serão inspecionadas por três


profissionais -dois médicos veterinários e um agente de inspeção
sanitária. Os estabelecimentos a serem visitados por cada equipe
serão escolhidos por sorteio. Antes, as empresas eram
inspecionadas sempre pelo mesmo fiscal.

A promotoria de Minas aponta "conivência dos fiscais com a fraude"


descoberta em Minas Gerais.

Há 212 fiscais, contando os dois que foram presos, para 1.700


estabelecimentos produtores de leite e derivados, média de um
para oito. Segundo a Associação Nacional dos Fiscais Federais
Agropecuários, o ideal seria que cada servidor inspecionasse até
quatro locais.

Para o ministro, o número de funcionários é adequado. "O problema


não tem nada a ver com número de fiscais, tanto que tinha lá o
fiscal", afirmou. Ele disse que os servidores que foram presos
responderão a processos criminais e administrativos e, se
comprovada a culpa, serão afastados. A Folha não conseguiu
contatá-los.

PF apreende 16 t de queijo impróprio para consumo

Produto vencido ou prestes a vencer era reembalado para que


fosse comercializado

Depósito em Uberaba (MG) onde a mercadoria estava estocada foi


achado após denúncia; polícia diz que produto seria vendido em SP
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO, EM UBERABA

A Polícia Federal apreendeu ontem, em Uberaba (MG), 16


toneladas de queijo tipo mussarela impróprio para o consumo.

A mercadoria estava com prazo de validade já vencido ou prestes a


vencer, mas ainda assim seria comercializada nos mercados de
Minas Gerais. Os policiais federais suspeitam que também seria
vendida no Estado de São Paulo. Uma denúncia anônima levou a
PF a um depósito no bairro Parque das Américas, onde o queijo
estava estocado.

Segundo o delegado da PF Ricardo Ruiz da Silva, uma pessoa de


Uberaba, que não teve o nome divulgado, comprava o queijo
vencido ou prestes a vencer de 18 laticínios do Estado de Goiás e o
trazia para a cidade mineira. Toda a mercadoria era guardada em
uma câmara fria dentro do depósito. As embalagens vencidas eram
retiradas e outras, com novas datas de validade, eram colocadas no
queijo, para que ele pudesse ser comercializado.

"Encontramos vários sacos plásticos com embalagens, o que


significa que muitos queijos estão sendo comercializados", afirmou
Silva -o mesmo delegado que, na semana passada, comandou a
Operação Ouro Branco.

A maioria dos queijos reembalados tinha as marcas Milklac,


Milknata e Lunat. O delegado da PF disse que as marcas não são
originais. Elas teriam sido adulteradas.

A Folha localizou à noite uma fábrica da Milklac em Suzano, na


Grande São Paulo. Como ela já estava fechada, não foi possível
contatar os seus responsáveis. A reportagem telefonou para 14
supermercados da Grande São Paulo, mas nenhum deles tinha
nenhuma das três marcas à venda.

Na operação da PF em Uberaba, três pessoas foram detidas, mas


seus nomes não foram divulgados. A Polícia Federal ainda não
sabe qual a participação delas no esquema da compra do queijo.
Até a conclusão desta edição, os policiais ainda não haviam
localizado os responsáveis pela fraude.

Ouro Branco

Segundo o delegado, esse flagrante não tem ligação com a


operação Ouro Branco, realizada na semana passada para
desbaratar uma quadrilha de adulteração de leite que funcionava na
região conhecida como Triângulo Mineiro.

Naquela operação, a polícia descobriu que cooperativas produtoras


de leite adicionavam no produto substâncias impróprias para o
consumo, como soda cáustica e água oxigenada, com o objetivo de
ampliar seu prazo de validade. Juntas, a Copervale (Cooperativa
dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande) e a Casmil
(Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro), suspeitas da
fraude, produziam 400 mil litros de leite por dia.
Colaborou LUISA ALCANTARA E SILVA , da Redação

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3010200721.htm

8 – Queijo vencido ia para SP, diz funcionário

Empregado do galpão em MG onde houve a apreensão afirma que


produto era vendido na capital e no interior do Estado
Em depoimento à PF, ele disse ainda que empresário acusado de
ser o responsável pelo esquema comercializava 20 toneladas por
semana

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO, EM UBERABA

O depoimento à Polícia Federal de um funcionário do galpão, em


Uberaba (MG), no qual queijo tipo mussarela vencido era preparado
para comercialização, revelou que o empresário acusado de ser
responsável pelo esquema vendia 20 toneladas do produto por
semana. Os pontos de distribuição se localizavam principalmente
em São Paulo, tanto no interior quanto na capital.

O nome do funcionário, que passou a colaborar com a investigação,


é mantido sob sigilo. A PF busca o dono do esquema, que deve ser
preso.

Conforme o depoimento, o comércio de queijo vencido funcionava


havia pelo menos três meses. O produto vencido ou próximo da
data de vencimento era adquirido em seis laticínios de Goiás e
transportado para o galpão em Uberaba que foi alvo, anteontem, da
operação da PF.

No local, foram apreendidas 16 toneladas de queijo. Também foram


encontradas, em grande quantidade, embalagens usadas. Três
delas estavam com o carimbo de inspeção do Ministério da
Agricultura e quatro tinha apenas o selo de inspeção de Goiás.
Três homens foram detidos pela PF para esclarecimento e liberados
logo após prestarem depoimento.

Apenas um deles demonstrou ter informações sobre esquema


ilegal. Ele disse que cada peça de quatro quilos era vendida por R$
7,50. Em uma conta rápida, é possível inferir que o empresário
faturava cerca de R$ 37,5 mil por semana, uma média de R$
168,75 mil mensais com a venda do produto.

Em São Paulo, segundo o depoimento do colaborador, a


mercadoria era vendida nos municípios de Ribeirão Preto,
Presidente Prudente, Guará e Bauru, além da capital paulista.
A PF chegou ao depósito por meio de uma denúncia anônima. O
delegado que conduz o caso é Ricardo Ruiz, que na semana
passada comandou a Operação Ouro Branco, sobre adulteração de
leite.

Descarte

Todo o queijo apreendido será descartado no aterro sanitário da


cidade. Inicialmente, a idéia era analisá-lo, detectar o que estava
próprio para consumo e doar o alimento.
"Devido ao acondicionamento, havia mofo, embalagens abertas e
algumas peças estavam com caco de vidro. Então, a melhor
solução é o descarte total", afirmou a zootecnista Marília Penna
Maciel, da Vigilância Sanitária de Uberaba.

Os queijos estavam embalados com as marcas Milklac, Lunat,


Triângulo Mineiro, Macnata, Lev, Lacto Rei e Milknata -a reportagem
localizou uma fábrica com o nome Milklac em Suzano, na Grande
São Paulo. A empresa informou que compra leite para a merenda
escolar e não produz queijo.

Pela manhã, a vigilância fez blitze em Uberaba em busca de


remessas de queijo com as embalagens falsificadas. Os fiscais
apreenderam 2.464 quilos em um comércio de frios porque o
produto estava sendo comercializado sem nota fiscal.

MG tem 30 mil queijeiros sem fiscalização

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Estimativa do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) aponta que


existem 30 mil produtores caseiros de queijo no Estado, dos quais
apenas 56 (0,5%) recebem selo de qualidade da produção.
A fama do queijo tipo Minas deixou de ser exclusividade dos
laticínios mineiros, mas o Estado ainda mantém tradição de
produção artesanal em pequena escala.

O IMA catalogou cerca de 10 mil produtores caseiros, atraídos por


uma lei estadual de 2002 que criou o selo QMA (Queijo Minas
Artesanal). Mas somente 56 (0,5%) obtiveram até agora o selo, por
produzirem de acordo com padrões de produção, higiene e
armazenagem.

É o órgão go governo estadual que certifica e fiscaliza quem produz


e vende exclusivamente no Estado -laticínios que vendem para
outro Estado devem ser fiscalizados pelo Ministério da Agricultura.
A dificuldade de fiscalização é grande, segundo o IMA, pois muitos
produtores são sazonais. O órgão tem 700 funcionários para
fiscalizar 356 produtores de leite, carne, ovos e mel -quase dois
fiscais por empresa. Os laticínios são 232. (PAULO PEIXOTO)
Promotoria dá 10 dias para defesa de empresas

DA FOLHA RIBEIRÃO, EM UBERABA

O Ministério Público de Minas notificou ontem pelo correio as


empresas Calu, Centenário e Parmalat a apresentarem defesa em
dez dias sobre os problemas detectados em lotes específicos de
leite longa vida.

Laudo sobre amostras coletadas em agosto nos supermercados de


Uberaba concluiu que os produtos estavam impróprios para o
consumo. Na semana passada, a Anvisa interditou os lotes.
"Após recebermos a defesa verificaremos se as empresas serão ou
não multadas. Caso ocorra, a multa será aplicada conforme o
faturamento da empresa", disse o promotor João Vicente Davina.
Com base nos laudos, Ministério Público e Polícia Federal
deflagraram na semana passada a Operação Ouro Branco contra
adulteração de leite longa vida integral.

A Parmalat informou ontem que só se pronunciará após receber a


notificação, o que não havia ocorrido.

A Copervale, que produz o leite Centenário e é acusada de


adulteração, disse que está fazendo uma apuração própria da
fraude na empresa. A Calu afirmou, em entrevista anterior, que
mandou analisar seu leite.

Venda de leite UHT cai em 11 Estados após fraude

DA AGÊNCIA FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA

A crise do leite em Minas Gerais, causada pela descoberta de


adulteração com substâncias como soda cáustica e água
oxigenada, teve impacto nas vendas de leite longa vida em ao
menos 11 Estados. Associações supermercadistas de Acre, Bahia,
Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba,
Pernambuco, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins apontaram queda
de 10% a 60% nas vendas do leite UHT (de caixinha).
O consumidor, segundo as associações, está substituindo o leite
UHT pelo produto em pó ou de saquinho e por sucos e
refrigerantes. Também está optando por marcas locais.

A ASPB (Associação de Supermercados da Paraíba) foi a que


identificou maior migração de consumidores de leite para outras
bebidas. Apontou queda de 60% nas vendas, mas sem prejuízo
para os mil supermercados do Estado porque "o consumidor está
comprando mais leite em pó e sucos", segundo José Bernardino da
Silva, presidente da associação.

Na Bahia, a associação local estima que os cerca de 4.000


supermercados tenham sofrido perda de 33% nas vendas de leite,
com prejuízo de R$ 5 milhões em outubro. "Houve aumento na
venda de sucos e refrigerantes", disse José Humberto Sousa,
presidente da Abase (Associação Baiana de Supermercados).
Em Santa Catarina, houve queda de 20%, em média. O consumidor
catarinense passou a valorizar as marcas locais, que cresceram até
10%.

No Acre, as vendas do leite Parmalat -envolvido em suspeitas de


adulteração- caíram em torno de 20%.

No Tocantins, a redução na venda é de 15%. A marca Manacá,


reprovada pelo Procon de Goiás, teve redução de 70%.

Em Mato Grosso, representantes de supermercadistas estimam em


30% a queda da venda do leite Parmalat e em 15% a dos demais.
"Consumidores estão sem confiança de comprar e procuram a
gerência para saber a procedência", afirmou José Catena Filho,
vice-presidente da Asmat (Associação dos Supermercados de Mato
Grosso).

Segundo a Aspas (Associação Paraense de Supermercados), as


marcas regionais sofreram pouca diminuição na venda, mas a
Parmalat caiu cerca de 50%. Em Sergipe e no Maranhão, houve
queda de 10%. No Espírito Santo, redução de 15%. A associação
pernambucana também notou queda, mas não estimou percentual.
No Rio Grande do Sul e no Paraná, representantes do setor
afirmaram que não houve queda. Segundo as associações, os
consumidores compram leite de marcas locais. (CÍNTIA ACAYABA,
TALITA BEDINELLI e RICARDO VIEL)

DEMORA:
PF AINDA NÃO ENCAMINHOU LEITE RECOLHIDO HÁ UMA
SEMANA

Uma semana após determinar o recolhimento de amostras de leite


em todo o Brasil, a Polícia Federal ainda não comunicou aos
Estados para onde encaminhar o material. As caixas de leite longa
vida que serão destinadas à perícia ainda estão estocadas em salas
das superintendências regionais. A demora, segundo o órgão,
ocorreu porque a PF aguardava que todas as superintendências
finalizassem a coleta. Apenas ontem à tarde foi decidido que o
material será analisado pelos Setecs (Serviços Técnico-Científicos)
de cada superintendência, mas a maioria dos Estados ainda não
havia sido informada. A reportagem consultou ontem oito
superintendências regionais da PF, que não sabiam o que fazer.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3110200738.htm

9 – Venda de leite UHT de 4 fábricas é proibida

Governo diz que leite longa vida de unidades da Casmil, da Avipal,


da Copervale e da Parmalat estão fora dos padrões

Exames do Ministério da Agricultura apontaram alto teor de acidez e


alcalinidade; proibição vale até que novos laudos sejam feitos

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O Ministério da Agricultura proibiu quatro fábricas de


comercializarem leite longa vida (UHT) após constatar que os
produtos descumpriam as conformidades técnicas -tinham alto teor
de acidez e de alcalinidade. A pasta não informou quais níveis
foram descumpridos por cada marca. As empresas podem até
produzir o leite, mas ele não pode ser vendido.
A proibição atingiu as unidades da Parmalat em Carazinho (RS), da
Casmil (Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro), em
Passos (MG), da Copervale (Cooperativa dos Produtores de Leite
do Vale do Rio Grande), em Uberaba (MG), e da Avipal, em
Itumbiara (GO).

A circular proibindo a comercialização foi enviada às empresas na


sexta-feira da semana passada. Anteontem, porém, o ministério
mandou outro comunicado para reforçar o anterior e especificar que
o que estava sendo vetado era apenas o leite longa vida (de
caixinha). Ou seja, as empresas poderão continuar vendendo leite
pasteurizado (embalado em saquinho) e derivados.

O veto incluía ainda uma quinta fábrica, em Santa Helena de Goiás


(GO), da Parmalat.

Ontem à noite, a empresa, que tem cinco unidades no país segundo


sua assessoria, divulgou nota em que informava que a produção em
Goiás foi liberada. A nota inclui laudo do Ministério da Agricultura
assinado pelo coordenador geral de inspeção da pasta, Marcius
Ribeiro de Freitas.

Procurado pela Folha, Freitas confirmou que a venda da produção


da unidade de Santa Helena foi liberada ontem.

Investigação

As fábricas foram alvo de investigação do Ministério Público e da


Polícia Federal após a operação Ouro Branco, da PF, descobrir a
adição de substâncias como água oxigenada e soda cáustica no
leite produzido por duas cooperativas de Minas que lhes forneciam
o produto cru -foram presas 28 pessoas em Uberaba e Passos, mas
nenhuma delas segue na cadeia.

Os órgãos do governo afirmam que a adulteração, feita para


aumentar o volume do produto, reduz a quantidade de nutrientes,
mas não traz graves riscos à saúde.

"Mortes nós não teremos", afirmou Maria Cecília Brito, diretora da


Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na sexta-feira da
semana passada, após alertar o consumidor para ficar atento a
mudanças de cor e cheiro.
Novos laudos

Segundo o ministério, as empresas estão liberadas para produzir e


estocar leite, mas não poderão vender o produto aos
supermercados e outros pontos-de-venda até que a pasta conclua
laudos técnicos em curso, o que ainda não tem prazo para ocorrer.
"Se estiver fora do padrão, não quer dizer que não é saudável.
Pode não trazer o mesmo benefício. Mas tem que recolher, porque
não poderia ir para o mercado. Isso, no entanto, não quer dizer que
o leite esteja fraudado", disse Jorge Rubez, presidente da
Associação Brasileira dos Produtores de Leite.

O comunicado enviado às empresas anteontem diz que "fica


suspensa a comercialização do leite UHT" , mas explica que "a
suspensão não interfere nos procedimentos de fabricação da
empresa nem nos produtos encontrados no mercado varejista". A
ressalva foi feita porque a atribuição de fiscalizar o leite depois que
ele está pronto para ser vendido ao consumidor -na prateleira do
supermercado- é da Anvisa.

Na semana passada, a agência já havia determinado a interdição


cautelar de nove lotes de leite produzidos pelas cooperativas
mineiras, das marcas Calu, Parmalat e Centenário.

Isso significa que os supermercados tiveram que retirá-los de suas


prateleiras. O consumidor que tivesse algum dos produtos em casa
foi orientado a não utilizá-lo. Um laudo da agência deve ficar pronto
na semana que vem.

outro lado

Empresa afirma que leite é de boa qualidade

Parmalat diz apoiar inspeção; Calu nega erro e Casmil diz não
produzir leite UHT

DA REDAÇÃO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Parmalat enviou ontem à noite, via e-mail, cópia do laudo do


Ministério da Agricultura que liberou a venda do leite longa vida
(UHT) produzido na fábrica de Santa Helena de Goiás. No
documento, a Parmalat afirma que, com as análises, o ministério
"confirmou hoje [ontem] a qualidade dos leites" e que "apóia esta
iniciativa, pois isso comprova a excelência dos leites Parmalat".

A empresa citou ainda análises da Secretaria Municipal de Saúde


de Belo Horizonte (MG) e do Procon de Goiás, afirmando que seus
produtos estão entre as marcas aprovadas e não apresentam
"nenhuma restrição para o consumo".

Ela disse ainda que "não houve interrupção na produção ou


comercialização dos seus produtos no varejo durante a inspeção de
rotina".

Sobre o leite produzido na fábrica de Carazinho (RS), a Parmalat


informou que só vai se pronunciar quando tiver o resultado da
análise do Ministério da Agricultura, que "deve ser apresentado em
breve". Ontem, a pasta não divulgou os resultados dos laudos.
A reportagem entrou em contato com a Avipal por meio da empresa
Eleva (do mesmo grupo da Avipal e da Elegê), mas o funcionário
que se identificou como segurança do escritório em Porto Alegre
(RS) disse que não havia mais ninguém no local e que não tinha
autorização para passar o telefone de nenhum funcionário.
A Calu, que tem seu leite processado e envasado pela Avipal em
Itumbiara (GO), disse estar tendo a imagem prejudicada
injustamente.

"Ou o erro foi da Avipal, na hora de processar ou envasar o nosso


leite [da Calu], ou do Ministério da Agricultura, que pode ter
cometido algum erro na hora da análise", afirmou ontem Eduardo
Dissimoni, presidente da Calu.

Sem longa vida

A Casmil informou ontem que não produz, há mais de um ano, o


leite longa vida.

Dos 240 mil litros de leite captados diariamente, segundo Leonardo


dos Reis Medeiros, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais
de Passos e um dos quatro membros da junta de intervenção da
cooperativa, 60 mil são usados para a produção de derivados e leite
pasteurizado (de saquinho) -o restante é vendido.

Procurada pela Folha após ter ouvido a empresa, a assessoria do


ministério não soube informar o motivo da fábrica, que alega não
produzir leite longa vida, ter sido incluída na suspensão.

A Folha não conseguiu ouvir a Copervale ontem. A reportagem


tentou ouvir o interventor Geraldo Cardoso Sobrinho nove vezes, na
cooperativa e em seu celular, sem sucesso.

Em entrevista anterior, ele afirmou que, quando o leite foi interditado


pela Anvisa, na sexta-feira da semana passada, a cooperativa já
estava retirando os lotes do mercado por precaução.

Leite ácido pode prejudicar a saúde, afirmam especialistas

DA REPORTAGEM LOCAL

Alterações na acidez e na alcalinidade do leite podem trazer


conseqüências à saúde, segundo especialistas consultados ontem
pela Folha.

Daniel Bandoni, nutricionista da USP (Universidade de São Paulo),


afirma que os efeitos da acidez já são conhecidos de outros
produtos e que eles afetam principalmente o sistema digestivo.
"Azia, queimação e reações alérgicas são alguns problemas que
um produto com acidez elevada pode causar", diz.

Também da USP, o coordenador do curso de Vigilância Sanitária de


Alimentos, Pedro Manuel Leal Germano, afirma que um leite muito
ácido pode causar gastrite, ardor nas mucosas do sistema digestivo
e efeitos mais graves em pessoas que já têm outros problemas.
"Para quem tem esofagite ou hérnia de hiato, é altamente
prejudicial", diz Germano. Se excessivo, o consumo pode ainda
provocar vômitos.

Ele afirma que a alcalinidade também pode prejudicar o sistema


digestivo. Já Bandoni defende que os efeitos da alcalinidade podem
ir além e provocar alterações principalmente na boca, na língua e
na saliva de quem consome o leite com um pH muito básico.

Os dois especialistas concordam que a maioria dos sintomas está


ligada diretamente à quantidade de produtos ilegais presente no
leite e à freqüência de consumo.
pH

Segundo o Ministério da Agricultura, o leite normal apresenta pH


ligeiramente ácido, porém, praticamente neutro, entre 6,4 e 6,8.
O pH é mais ácido se mais próximo do zero e mais alcalino se mais
próximo de 14.
(MÁRCIO PINHO)

MINAS:

LEITE DAS COOPERATIVAS CASMIL E COPERVALE COMEÇA A


SER DESCARTADO

O leite interditado das cooperativas Copervale e Casmil, em Minas


Gerais, sob suspeita de adulteração com soda cáustica e água
oxigenada começou a ser descartado ontem, 11 dias após a
interdição. Um lote com cerca de 20 mil litros da Copervale deixou
Uberaba na manhã de ontem para seguir para Lavras, onde seria
jogado no aterro de resíduos industriais da cidade. "Em toda a
viagem, a carga será acompanhada por fiscais, para que a
destinação seja a correta", afirmou o diretor da Vigilância Sanitária
de Uberaba, Marco Túlio Azevedo Cury. Já em Passos, também
ontem, um carregamento de 19.500 litros deixou a Casmil rumo a
Varginha, onde seria despejado na estação de tratamento de
esgoto. O restante, aproximadamente 40 mil litros, deve ser enviado
entre hoje e amanhã para a estação de Varginha.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0311200701.htm

10 – 1/3 do leite brasileiro não passa por fiscalização

A cada três litros produzidos, um, em média, é feito no mercado


informal e não é tributado

O destino mais comum desse tipo de produto é ser transformado


em queijo, que dura mais mesmo sem refrigeração adequada
RENATA BAPTISTA
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA

A cada três litros de leite produzidos no Brasil, um, em média, é


feito no mercado informal, não passa por fiscalização do governo e
não é tributado.

Por não pagar impostos e gastar pouco com equipamentos para a


conservação do leite, os produtores informais conseguem vendê-lo
por preço abaixo do de mercado.

A produção de leite no Brasil foi colocada em xeque após a Polícia


Federal prender 28 pessoas acusadas de adulterar o produto,
adicionando substâncias impróprias como soda cáustica e água
oxigenada.

Dados da Leite Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de


Leite) mostram que, dos 26 bilhões de litros de leite obtidos
anualmente no país, ao menos 9 bilhões (34%) não obedecem a
instrução normativa nº 51, de 2002, do Ministério da Agricultura, que
estabelece critérios de qualidade.

A associação chegou a esse número subtraindo da quantidade total


de leite produzido o que as cooperativas e empresas do setor dizem
processar. O total é calculado pelo IBGE.

Normalmente, o produtor informal mora em regiões pouco


urbanizadas e tem uma pequena propriedade, com poucos animais
e de baixa produtividade. A retirada, o manuseio e a conservação
são com técnicas caseiras. Quase toda essa produção paralela é
vendida de porta em porta, em feiras livres e em estradas. O
destino mais comum desse leite é ser transformado em queijo.
Assim, fica mais fácil o transporte e a conservação, já que queijos
duram mais mesmo sem refrigeração.

Para Marcos Veiga dos Santos, professor da Faculdade de


Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, a produção desse
mercado informal gera um problema de saúde pública e
concorrência desleal.
Como esses produtos não sofrem a pasteurização -aplicação de
uma grande diferença de temperatura ao leite-, podem conter
microorganismos transmitidos pelo bovino, entre eles os
causadores da tuberculose e da brucelose (infecção que provoca
febre, anemia, nevralgias).

O presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, afirmou que as


condições higiênicas dos pequenos produtores nem sempre são
ruins. "A ordenha manual pode ser mais eficaz do que a mecânica.
Tudo depende dos cuidados de cada produtor." Mesmo assim, ele
vê necessidade de mais fiscalização.

Produtores confirmaram que, por não terem máquinas que


purifiquem o leite, os fabricantes informais tendem a ser mais
cuidadosos. Mas como não são fiscalizados pelo governo, não há
dados oficiais que mostrem o grau de pureza ou de higiene.
O leite ou o queijo produzido informalmente não tem a marca em
sua embalagem do SIF (Serviço de Inspeção Federal), órgão de
fiscalização do Ministério da Agricultura.

No Norte e no Nordeste, legislação é só "educativa"

Para coordenador do ministério da Agricultura, seria "irreal" cobrar


produtores

No Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste, a legislação vale desde


2005; padrão ainda não é exigido de produtores do resto do país

DA AGÊNCIA FOLHA

A instrução normativa nº 51 do Ministério da Agricultura, Pecuária e


Abastecimento, que estabelece os padrões de qualidade que
devem ser seguidos na produção do leite no país, ainda não é
obrigatória nas regiões Norte e Nordeste, onde é cumprida apenas
de "maneira educativa".

Segundo o ministério, primeiro é preciso mostrar aos produtores


daquelas regiões como deverá ser feita a produção de leite, dando
a eles tempo para se adaptar às mudanças previstas.

Marcius Ribeiro de Freitas, coordenador-geral de Inspeção Federal


do Dipoa (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
Animal), disse que seria "irreal" cobrar dos produtores do Nordeste
e do Norte conformidade com a lei. "Hoje, não há suporte
energético adequado para equipamentos, não há estradas nem
pontos de coleta para escoamento da produção", afirma. Na opinião
do coordenador, o período educativo deve durar ao menos mais um
ano.

Para os produtores de leite das regiões Sul, Sudeste e Centro-


Oeste, onde a produção leiteira se concentra, a norma passou a
vigorar em julho de 2005. Desde então, eles tiveram dois anos para
se preparar.

A lei, criada em 2002, é considerada uma maneira de homogeneizar


a qualidade do produto e aproximá-lo de um padrão aceito
internacionalmente.

Seu maior avanço é em relação à conservação do leite. A norma


estabelece que, ao sair da vaca, o leite seja armazenado em tanque
a cerca de 4C, evitando assim a proliferação de bactérias.
Ao mesmo tempo, determina que indústrias de laticínios e
cooperativas façam repetidos testes com amostras -outra maneira
de detectar e controlar possíveis contaminações no produto.

Concorrência ajuda

Mas o professor de zootecnia da USP Marcos Veiga dos Santos diz


que, mesmo sem a lei, muitas vezes o mercado já exige do
produtor, por conta da concorrência, as condições estabelecidas
pela resolução. "Há uma auto-regulação", afirmou.

Para ele, a melhor maneira de obrigar o cumprimento da norma é


penalizar financeiramente o produtor que não seguir suas
determinações e incentivar quem estiver de acordo com a
resolução.

Segundo Freitas, quem descumprir a norma pode ser multado ou


mesmo chegar a ter propriedade e equipamentos interditados.
Ainda assim, ele concorda que é necessário dar tempo aos
produtores e ao mercado para adaptação. "Não se pode esperar
que essa lei tenha efeito em pouco tempo", disse Santos. "O ciclo
da pecuária é lento, de três a cinco anos, que é o tempo para
nascer e crescer uma vaca capaz de gerar leite", afirmou.
(RB e JCM)
Frases

Hoje, não há suporte energético adequado para equipamentos, não


há estradas nem pontos de coleta para escoamento da produção
MARCIUS RIBEIRO DE FREITAS
coordenador-geral de Inspeção Federal do Dipoa (Departamento de
Inspeção de Produtos de Origem Animal) do Ministério da
Agricultura

Não se pode esperar que essa lei [que estabelece padrões de


qualidade mais próximos dos internacionais] tenha efeito em pouco
tempo. O ciclo da pecuária é lento, de três a cinco anos, que é o
tempo para nascer e crescer uma vaca capaz de gerar leite
MARCOS VEIGA DOS SANTOS
professor de zootecnia da USP

Para ministério, dados estão inflados

DA AGÊNCIA FOLHA

O coordenador-geral de Inspeção Federal do Dipoa (Departamento


de Inspeção de Produtos de Origem Animal), do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcius Ribeiro de Freitas,
afirmou que os números da Leite Brasil (Associação Brasileira dos
Produtores de Leite) estão inflados.

"Não tenho nenhum dado oficial, mas, pela minha experiência, acho
que não passa de 10% [o percentual do leite produzido no mercado
paralelo e que não é nem fiscalizado nem tributado]", disse Freitas,
discordando da estimativa de 30% da entidade que reúne
produtores de leite no país.

Ainda assim, de acordo com ele, "falta uma atenção maior" à


produção informal de leite no Brasil por parte dos órgãos
responsáveis pela fiscalização.

Endereços

Freitas afirmou que uma das maiores dificuldades para inspecionar


esses pequenos estabelecimentos é a alta rotatividade de
endereços de seus donos e o fato de ser uma produção familiar e
tradicional.

"Ainda existe aquela cultura que diz que o que é natural é melhor,
que o que vem da fazenda é melhor. É muito difícil mudar isso",
disse.

"E o escândalo em Minas Gerais [resultado da Operação Ouro


Branco, ação da Polícia Federal que ocorreu no último dia 22 de
outubro e que interditou duas cooperativas de Leite, uma em
Uberaba e outra em Passos] reforçou essa sensação de que o que
é industrializado é pior", afirmou Freitas.

Para o coordenador-geral do Dipoa, apesar de ser "uma situação


complexa", uma das possíveis soluções é a união dos fiscais
municipais, estaduais e federais com os da Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) para "atacar o problema".
"Há a necessidade de um esforço conjunto para criar uma união
formal dos órgãos [de fiscalização do produto] e assim tentar
diminuir o problema", afirmou.

Freitas aponta também a grande extensão territorial do Brasil como


outro fator que dificulta a fiscalização sobre os produtores que
atuam de maneira informal.

Em nota emitida no último dia 23 de outubro, sobre a operação


desencadeada pela Polícia Federal em Minas Gerais, o Ministério
da Agricultura declarava que o modelo de fiscalização do leite
utilizado no Brasil é o mesmo modelo adotado na maior parte do
mundo. (JCM)

Leite não deve ser excluído da dieta, dizem especialistas

Na opinião de médicos, fraude deve ser punida, mas adição de


substâncias não ocasiona graves problemas de saúde

Um adulto precisa ingerir 1.000 miligramas de cálcio por dia -a


quantidade pode ser alcançada com a ingestão de um copo de leite

LUISA ALCANTARA E SILVA


DA REDAÇÃO

Apesar da fraude verificada na composição de alguns lotes de leite,


especialistas ouvidos pela Folha afirmam que o alimento não deve
ser descartado da dieta diária.

De acordo com eles, a adulteração do leite, deflagrada no dia 22,


quando a Operação Ouro Branco, da Polícia Federal, prendeu 28
pessoas acusadas de adulterar o produto, adicionando substâncias
como soda cáustica e água oxigenada, deve sim ser punida, mas
não pode causar pânico na população.

Nos últimos dias, o médico gastrenterologista Jayme Murahovschi


disse que recebeu algumas "poucas" ligações de pacientes
preocupados com a adulteração do leite. "Não deve ser adulterado,
é claro, mas o que houve não traz problemas", diz ele. "A soda
cáustica queima, mas, olha só, o leite é um neutralizante dela,
então a adulteração não causa complicação nenhuma", disse.
"A soda cáustica pode até matar se ingerida em grande quantidade,
mas, nesse caso [do leite], não tem problema", afirmou. "Se fosse
em maior quantidade, já teria sido sentida, porque as pessoas iriam
reclamar de queimaduras na boca", explica.

O médico Anthony Wong, chefe do centro de assistência


toxicológica do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirma o
mesmo. "Do jeito que foi acrescentada ao leite [a soda cáustica],
não causa lesão", disse ele. "Ela só causa problemas, e muito
sérios, se ingerida em grande quantidade."

Matéria-prima

Walkiria Viotto, engenheira de alimentos e professora da Unicamp,


diz que "não existe milagre em alimentos. Se a matéria-prima [no
caso, o leite cru] é ruim, o produto resultante vai ter má qualidade".
Mas a população, segundo ela, não deve entrar em desespero.
"Não foi uma fraude grosseira, não dava na cara. Então, não tem
problema do ponto de vista de saúde pública. É mais um problema
econômico, porque você está comprando leite e levando outro
produto."

"Mal à saúde não vai causar mesmo, entretanto, há um risco


nutricional associado à fraude", diz Cláudia Parma, gerente da
Vigilância em Alimentos da Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
"Do ponto de vista da nutrição, principalmente no caso de crianças
e de idosos, eles podem não estar tendo na sua dieta a quantidade
de ingredientes necessários, mas ninguém vai ficar de cama."
Irritação

Para Paulo Henrique da Silva, pesquisador do Instituto de Laticínios


Cândido Tostes, "pode ser que, ao longo do tempo, algumas
pessoas [mais sensíveis] possam ter irritação gástrica". E quem
achar que está com um problema deve consultar um médico. "Mas
não vai haver nada que possa levar a uma situação grave."
Ele afirma que o leite é uma fonte reconhecida de proteínas de alto
valor nutricional e de cálcio, facilmente absorvido pelo organismo e
que, por isso, "nós não devemos, em nenhuma fase da vida, deixar
de fazer uso de produtos lácteos".
Silva diz que o consumidor está protegido desde que ele não
consuma os lotes que a Vigilância Sanitária identificou.

Dieta diária

Um adulto precisa ingerir 1.000 miligramas de cálcio por dia. A


quantidade pode ser alcançada com a ingestão de um copo de leite,
que tem aproximadamente 240 miligramas de cálcio, e outros
produtos lácteos, como iogurte e queijos. Além disso, é importante
adicionar à dieta diária folhas verdes escuras, como couve, brócolis
e almeirão.

Pessoas que não gostam de leite devem ficar atentas, pois há


alimentos que substituem o valor nutritivo do produto, mas é difícil
de alcançar a quantidade de cálcio encontrada em um copo de 250
mililitros de leite. "Tem que comer um montão de couve todo dia, e
ninguém come muita", diz o médico Jayme Murahovschi.

Para quem estiver disposto a trocar o leite do café da manhã por


outra bebida, a nutricionista Sheila Mustafá sugere suco de brócolis,
que, para ficar mais saboroso, pode ser batido com maçã, abacaxi e
hortelã.

Outro alimento rico em cálcio que a nutricionista sugere é o


gergelim - em uma porção de 100 gramas, há cerca de 400
miligramas de cálcio.
NOTA
Leia com atenção (abaixo), as informações sobre a ingestão de
cálcio, bem como as várias fontes deste mineral precioso para a
nossa saúde, do Dr. Sidney Federmann:

Pág. 72
A dieta com excesso de proteínas (carne – queijo – ovos) faz perder
cálcio pela urina originando osteoporose.
As pessoas, geralmente a partir dos 50 anos de idade, começam a
sentir dores dorsais e lombares, em conseqüência de osteoporose
de coluna vertebral. A partir desse diagnóstico é recomendado a
elas o aumento no consumo de leite, queijo e manteiga pelo
conteúdo em cálcio.
Porém, estes alimentos têm excesso de proteínas, principalmente o
queijo, as quais ocasionam perda de cálcio pela urina, não
melhorando a osteoporose, mas piorando. Além disso, o aumento
no consumo destes alimentos tornam essas pessoas obesas e
aumentam o risco de adenoma de próstata, Câncer de próstata,
Câncer de mama, de cólon e reto, de pulmão e doenças
cardiovasculares, como o Infarto do miocárdio, Hipertensão arterial,
e Acidente vascular cerebral.
O correto seria aumentar o aporte de cálcio através do aumento do
consumo de vegetais verdes, que têm mais cálcio que os alimentos
lácteos, não têm excesso de proteínas que provoca perdas de
cálcio pela urina, não têm excesso de gorduras que causam as
doenças acima e utilizar cereais integrais em uma dieta balanceada,
como a que recomendamos. (dieta do Dr Ornish)
Considerando-se 100% as necessidades diárias de cálcio de um
adulto, 100 grs de leite de vaca têm 25% das necessidades diárias
de cálcio, 100 grs de arroz integral têm 19% das necessidades
diárias de cálcio, 100 grs de farinha de trigo integral têm 29%, 100
grs de folha de abóbora têm 106%; 100 grs de folha de mandioca
têm 67%; 100 grs de farinha de trigo refinada (branca) têm 5%; 100
grs de arroz branco têm 2%; 100 grs de maisena têm 0% e 100 grs
de açúcar (refinado, cristal – açúcar branco) têm 0% das
necessidades diárias de cálcio.
Portanto, o cálcio deve ser proveniente das verduras com alta
concentração de cálcio, como o brócoli, folhas de abóbora, folhas
de mandioca principalmente e arroz integral, pão, macarrão e
bolachas feitas com farinha de trigo integral (não a “especial” que é
refinada), mandioca, alface, sementes de abóbora,, de gergelim,
para haver bom aproveitamento para os ossos, evitando e tratando
a osteoporose. Estes alimentos não têm excesso de proteínas, o
que provocaria eliminação de excesso de nitrogênio pela urina, que
prejudicaria a reabsorção do cálcio nos túbulos renais para sua
posterior fixação óssea. Como já citamos, o cálcio dos alimentos é
absorvido nos 600 m2 de mucosa intestinal, indo para a circulação
sangüínea, sendo filtrado nos glomérulos renais e reabsorvido nos
túbulos renais para posterior aproveitamento ósseo. Neste local é
que o excesso de nitrogênio urinário, produto do metabolismo das
proteínas e proveniente de alimentos animais, com excesso de
proteínas, impede a reabsorção do cálcio, causando perdas
urinárias de cálcio, sendo fator causal para cálculos de vias
urinárias.
Se procurarmos ingerir o cálcio proveniente de alimentos animais,
de alto teor protéico como o queijo, em conjunto com alimentos com
excesso de proteínas como carnes e ovos, haverá excesso de
nitrogênio na urina e haverá

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grandes perdas de cálcio via urinária, sendo as perdas maiores que
a ingestão, mesmo que se tome grandes quantidades de leite e
preparados farmacêuticos com cálcio, favorecendo estes últimos, o
aparecimento de cálculos de vias urinárias.
Com a alimentação integral, balanceada, proposta, haverá
proporções fisiológicas de proteínas e cálcio, não havendo excesso
de nitrogênio na urina.
Se a pessoa necessitar de maior quantidade de proteínas (atleta,
crianças), terá que comer maior quantidade de alimentos com
distribuição harmônica dos outros nutrientes, incluindo o cálcio, não
havendo os exageros prejudiciais de proteínas.
Isso é desejável, pois a pessoa aumentará proporcionalmente a
ingestão de selênio, zinco, Vitamina E, Vitamina C e caroteno,
intimamente relacionados com boas atividades imunitárias e de
proteção contra o câncer.
O uso de leite e derivados lácteos, como fonte de cálcio, também
aumentam o risco de adquirir doenças cardiovasculares e câncer,
pelo seu alto teor de gorduras.
Se estivéssemos utilizando o arroz integral e a farinha de trigo
integral nos alimentos, pelo seu maior teor de fibras, este efeito
seria minimizado, pelo seu efeito de impedir a absorção das
gorduras.
Além disso, a dieta sem excesso de proteínas, efetivamente retarda
a progressão das doenças renais do diabético e do paciente não
diabético. O uso de carnes, queijos, ovos nas refeições aumenta a
pressão plasmática renal podendo causar Esclerose glomerular
progressiva, sendo a principal causa da insuficiência renal após os
50 anos, no diabético e no não-diabético.
A esclerose glomerular progressiva, foi reproduzida em cães aos
quais era dado carne em 2 refeições diárias, “ad libitum”. Não houve
esta doença nos cães alimentados com carne 3 a 4 dias, como
ocorre na natureza.
Também as proteínas do leite de vaca são estranhas ao ser
humano, que fabrica anticorpos contra a lacto globulina bovina.
Existem mais de 100 antígenos no leite de vaca, que provocam a
produção de mais de 100 anticorpos no ser humano. Esta reação
imunológica é um importante fator desencadeante em crianças
sensíveis, para a destruição das células pancreáticas produtoras de
insulina e o aparecimento do Diabetes tipo 1 ou infantil, que é a
mais grave, ou insulino dependente, a qual não surgiria se a criança
não ingerisse o leite de vaca em sua vida. A Diabete tipo 1 foi
reproduzida em ratos, aos quais foi dado leite de vaca, os quais
também, como as crianças, fabricam grande número de anticorpos
contra as proteínas do leite de vaca, desencadeando também, a
destruição das células pancreáticas produtoras de insulina. As
crianças e ratos diabéticos têm grande produção de anticorpos
contra as proteínas do leite da vaca, comparado com os não
diabéticos.
Além do excesso de proteínas, também o excesso de sal aumenta
obrigatoriamente as perdas de cálcio do corpo, ocasionando
osteoporose.
O risco de fraturas é inversamente proporcional à densidade óssea.

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As populações em países em desenvolvimento têm menor risco de
fraturas relacionadas com a idade avançada e menos osteoporose,
apesar da menor ingestão de cálcio, porque eles fumam menos,
bebem menos álcool, fazem mais trabalho físico (o qual promove
formação óssea) e consomem menos proteínas e sal.
Os alimentos com excesso de sal são os mesmos com excesso de
proteínas, isto é, carnes, queijo, manteiga e margarina, bem como
os alimentos industrializados em geral.”

Fonte: LIVRO: “Alimentação que evita o Câncer e outras doenças”,


Dr. Sidney Federmann/ Dra. Miriam Federmann; Editora Minuano,
9ª edição, São Paulo, [trecho]
Fraude faz o volume do produto crescer

DA REDAÇÃO

A Operação Ouro Branco da Polícia Federal foi deflagrada no último


dia 22 e descobriu a adição de substâncias impróprias para o
consumo, como soda cáustica e água oxigenada, no leite fornecido
por duas cooperativas de Minas Gerais -Copervale (Cooperativa
dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande) e Casmil
(Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro), de Passos.
A operação prendeu 28 pessoas, que já estão soltas. O objetivo da
fraude era aumentar o volume e prolongar a data de validade do
leite.

Até sexta-feira, nove lotes de leite longa vida da Parmalat, Calu e


Centenário foram recolhidos pela Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) por apresentarem irregularidades.
O Ministério Público Federal em Minas Gerais abriu um inquérito
civil para apurar falhas no sistema de fiscalização do Ministério da
Agricultura.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0411200701.htm

11 – Governo vai investigar 7 marcas de leite

Laudos apontam mais de 20% de diferença entre o valor nutricional


e a indicação na embalagem; não houve problemas em SP
Operação conjunta entre Justiça e Agricultura foi feita antes da
denúncia de adulteração do leite em cooperativas mineiras

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Justiça abriu procedimento administrativo para


investigar seis empresas que, de acordo com laudos do Lanagro
(Laboratório Nacional Agropecuário), fabricavam leite com valor
nutricional diferente do informado no rótulo.

Uma operação conjunta entre a pasta e o Ministério da Agricultura


feita em maio -antes da descoberta da adulteração do leite em
Minas Gerais- encontrou essa irregularidade em oito amostras de
leite em pó e longa vida de 57 analisadas: Parmalat, Andrinse,
Marajoara (duas amostras), Cilpe, Lebon, Alimba (que também
pertence à Parmalat) e Total. A análise foi concluída neste mês.
As amostras apresentavam níveis de gordura, carboidratos e
proteínas com diferença maior do que 20% em relação ao
informado na embalagem.

Resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)


permite variação até 20%, tanto da quantidade de nutrientes como
do valor calórico. A agência argumenta que esse índice é comum
aos países do Mercosul, e "admitido devido à variação natural da
composição das matérias-primas, do processo de fabricação e da
metodologia de análise".

As análises das amostras de leite foram feitas em conjunto com o


Procon em Goiás, Tocantins, Paraíba, São Paulo -onde não foi
detectada irregularidade- e Santa Catarina.

A partir dos exames do Lanagro, a Agricultura abriu também 18


procedimentos para apurar infrações ao regulamento técnico do
leite.

Entre as irregularidades encontradas estão níveis de gordura,


proteínas, carboidratos e acidez fora dos padrões.

O procedimento administrativo do Ministério da Justiça pode


acarretar multa entre R$ 200 e R$ 3 milhões, prevista no Código de
Defesa do Consumidor. A penalidade do procedimento do Ministério
da Agricultura tem o teto de R$ 16 mil.

A operação conjunta foi feita após pedido da CNA (Confederação


Nacional de Agricultura e Pecuária). "Sugerimos que se fizesse um
convênio porque há muito tempo a gente trabalhava com o
Ministério da Agricultura e ele tinha muitas dificuldades pelo
conjunto de regras a que tinha que obedecer", disse Rodrigo Alvim,
presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da entidade.
Ele diz que, quando um produtor adiciona substâncias para
aumentar o volume do leite, prejudica a concorrência.
Parmalat diz que vai esperar notificação

A empresa não quis se manifestar ontem sobre a decisão do


Ministério da Justiça de abrir processo administrativo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Parmalat informou, por meio da assessoria de imprensa, que


"prefere se manifestar somente após tomar conhecimento da
decisão" sobre a abertura de processo administrativo pelo Ministério
da Justiça. A empresa é uma das maiores do setor e em 2005
enfrentou problemas financeiros.

No começo da tarde, antes de ter conhecimento da decisão do


ministério, a Parmalat divulgou nota em que informava que a
empresa "sempre assegurou a qualidade dos leites e de todo o
processo industrial".

A nota, com data do dia 3 de novembro, fazia referência à Operação


Ouro Branco, da Polícia Federal, que apontou a adição de
substâncias como soda cáustica e água oxigenada por cooperativas
mineiras.

A Marajoara Indústria de Lacticínios, que fica em Goiás, não quis


comentar o assunto. "Não temos essa informação. Tão logo a gente
tenha conhecimento, podemos comentar", disse o advogado da
empresa, Jaime José dos Santos.

Sebastião Vilanova, um dos diretores da Cooperoeste (Cooperativa


Regional de Comercialização do Extremo Oeste), de São Miguel
D'Oeste (SC), dona da marca Andrinse, afirmou ontem desconhecer
as irregularidades apontadas.

O gerente industrial da Lebon, da empresa Ilcasa (Indústria de


Laticínios de Campina Grande), que se identificou apenas como
Elias, afirmou que não há irregularidade no leite da empresa.
A reportagem não conseguiu contato com os fabricantes das
marcas Cilpe e Total.
Diferença pode prejudicar dieta, diz nutricionista

DA REPORTAGEM LOCAL

Quantidades descompensadas de carboidratos ou proteínas no leite


podem ajudar a engordar, prejudicar uma determinada dieta ou
causar deficiência de nutrientes, segundo o nutricionista da USP
(Universidade de São Paulo) Daniel Bandoni.

Ele afirma que muito carboidrato, ou até mesmo proteína, pode


aumentar o valor calórico do leite e causar ganho de peso. "Isso é
prejudicial principalmente às pessoas que fazem uma dieta ou que
compram o leite achando que vão consumir determinadas calorias e
acabam ingerindo mais."

Já a falta dos nutrientes pode ser prejudicial principalmente a


crianças e idosos, de acordo com o nutricionista. Isso porque esses
nutrientes são importantes no crescimento dos mais novos e muitas
vezes ajudam a reabilitar um idoso que tenha outras doenças ou
esteja desnutrido.

Segundo Bandoni, o fato de os nutrientes estarem em defasagem


em torno de 50% em relação ao rótulo representa um índice muito
alto e é preciso estar atento à composição desses produtos. "Se
fosse uma diferença, digamos, de até 10%, poderia até ser uma
margem de erro. Mas 50%, não."

MS fecha 2 laticínios por indícios de falta de higiene na produção

DA AGÊNCIA FOLHA

O governo de Mato Grosso do Sul interditou dois laticínios por


produzirem leite contaminado com coliformes. O problema, segundo
a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), é
indício de falta de higiene na produção.

Outras três indústrias do Estado estão fechadas por irregularidades


do mesmo tipo.

Os laticínios, interditados na terça-feira, são das cidades de Ponta


Porã e Glória de Dourados. Segundo a Iagro, a contaminação foi
detectada em amostras enviadas pelas indústrias para análises de
rotina.

As duas fábricas produzem leite pasteurizado (de saquinho), que é


comercializado apenas em Mato Grosso da Sul.

Segundo a Iagro, as duas indústrias vão ter que apresentar


melhorias na estrutura para voltar a funcionar. Também vão ter que
comprovar aos técnicos da agência que resolveram problemas de
higienização nas instalações.

Na semana passada, um laticínio de São Gabriel do Oeste foi


fechado pelo governo e pelo Ministério Público. O leite produzido no
local continha coliformes fecais (fezes).

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0811200701.htm

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12 – FISCALIZAÇÃO: 11 MARCAS DE LEITE SÃO


REPROVADAS EM PE
Onze das 13 marcas de leite longa vida integral tipo UHT vendidas
em Pernambuco foram reprovadas para consumo em análises da
Vigilância Sanitária do Estado. Dez marcas apresentaram nível de
alcalinidade maior do que o permitido e uma exibia rótulo com
dados errados.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1502200816.htm

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“As autoridades de saúde pública precisam estimular a população a


fazer exercícios físicos. O ideal é que as pessoas tenham uma
aderência total ao exercício, mas, mesmo se tivermos uma pequena
aderência, isso já seria altamente significativo do ponto de vista da
saúde pública”. - Dr. Sérgio Ferreira de Oliveira, médico-
assistente da Unidade Clínica de Aterosclerose e médico-
colaborador do Núcleo Diabetes-Coração do Incor-HC
“Perder um pouco de peso e fazer meia hora por dia de atividade
física é o suficiente para diminuir à beça as chances de um pré-
diabético desenvolver a doença pra valer”. (Revista Saúde! é Vital –
edição especial N.51, pág. 16)

[ ... “a atividade física regular, a caminhada, a corrida, enfim, o


“movimento” realizado com REGULARIDADE, tem uma influência
direta e decisiva para o equilíbrio de nossas emoções, das nossas
faculdades mentais e de todos os mecanismos metabólicos e
biológicos de nosso corpo. Este recurso, SIMPLES, e natural,
jamais deve ser desprezado por todos aqueles que desejam ter
saúde e qualidade de vida.” ]

[ CUIDADO: somente faça uso de algum medicamento, se for


extremamente necessário. Existem opções saudáveis e naturais
para se ter saúde e MUITA qualidade de vida. Adote um estilo de
vida saudável, que nada mais é do que ter uma “alimentação
equilibrada”, a “prática de exercícios físicos regulares”, alguns
minutos de “meditação diária”, e uma atenção especial ao “sono
reparador” ]

FITOTERAPIA – CURAS NATURAIS – HOMEOPATIA


Um estilo de vida inteligente!

“Toxinas acumuladas que não foram expulsas ou eliminadas,


permitem que o corpo crie um ambiente onde a doença pode se
“desenvolver”.
Kevin Trudeau

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Livros recomendados:::

“O Leite que ameaça as mulheres”, um documento explosivo: o


consumo de derivados do leite teria uma influência preponderante
sobre os cânceres de mama; Raphaël Nogier, Ícone Editora Ltda,
São Paulo, 1999.

“As Alergias Ocultas nas Doenças da Mama”, Raphaël Nogier,


Organização Andrei Editora Ltda,1998.

“Leite: Alimento ou Veneno?” do pesquisador e cientista Robert


Cohen, Editora Ground, São Paulo, 2005.
“Alimentação que evita o Câncer e outras doenças”,
Dr. Sidney Federmann/ Dra. Miriam Federmann – Editora
Minuano”

“Curas Naturais “Que” Eles Não Querem Que Você Saiba”,


Kevin Trudeau, Editora Alliance Publishing Group. Inc., 576
páginas, Spain, 2007 (Edição em português publicada pela LTVM,
S.A.) (pedidos pelo tel: 012-11-3527-1008 ou
www.gigashopping.com.br/ )

“Técnicas de Controle do Estresse”, Dr. Vernon Coleman, Imago


Editora, 116 páginas (O Livro Explica Como, Porque e Quando o
Estresse Causa Problemas Alem de Mostrar Formas Eficientes de
Controlar e Minimizá-lo em sua Empresa.)

“Fazendo as Pazes com Seu Peso”, Obesidade e


Emagrecimento: entendendo um dos grandes problemas deste
século, Dr. Wilson Rondó Jr., Editora Gaia, São Paulo, 3ª Edição,
2003.

“Homeopatia e Medicina” Um novo debate, Dr. François Choffat,


326 páginas, Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1996.

“A dieta do doutor Barcellos contra o Câncer” e todas as


alergias, Sonia Hirsch - uma publicação Hirsch & Mauad, Rio de
Janeiro, 2002, www.correcotia.com

“A Menopausa e os Segredos dos Hormônios Femininos”, Dr.


José Carlos Brasil Peixoto, médico homeopata. Pedidos:
diretamente ao autor: swjcbp@portoweb.com.br

“Medicina Ortomolecular”, Um guia completo sobre os nutrientes


e suas propriedades terapêuticas - Paulo Roberto de Carvalho,
Edição Nova Era, Rio de Janeiro, 2002

“O fim da Terra e do Céu”, O apocalipse na Ciência e na Religião,


Marcelo Gleiser, 336 páginas, Editora Companhia das Letras, Rio
de Janeiro, 2002. www.companhiadasletrinhas.com.br/

“Tratado de Homeopatia” , 616 páginas, Pierre Cornillot


(Organizador), (Dr. Gerson Vitor Mairensse, Dr. Jorge Carlos
Pereira Jotz ), tradução: Jeni Wolf, Artmed, 2005
"Atividade Física e Envelhecimento Saudável", Dr. Wilson Jacob
Filho, professor da Faculdade de Medicina da USP e diretor do
Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas (SP), Editora Atheneu.

“O Fator Homocisteína”, A revolucionária descoberta que mostra


como diminuir o risco da doença cardíaca, Dr. Kilmer McCully e
Martha McCully, 231 páginas, Editora Objetiva, Rio de Janeiro,
2000.

“Apague a Luz!”, durma melhor e: perca peso, diminua a pressão


arterial e reduza o estresse; T S Wiley e Bent Formby, Ph.D. –
Editora Campus, 2000.
EDITORA CAMPUS
Ligue grátis: 0800-265340
e-mail: info@campus.com.br
www.campus.com.br

http://www.livrariasaraiva.com.br/

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