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Castro,J.T.P.
Cabos de Aço
©
Jaime Tupiassú Pinho de Castro
Ronaldo Domingues Vieira
Departamento de Engenharia Mecânica PUC-Rio
➽ aço C hipereutetóide,
mostrando a cementita
no contorno e em
agulhas dentro dos
grãos de perlita
(ataque picrato de
sódio, aumento 170x)
➽ grãos de austenita
(estabilizados pelo alto
teor de Mn neste aço),
com sua forma
poligonal característica
(ataque nital + picral,
aumento 165x)
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➽ mas quando o resfriamento da austenita é muito rápido
não há tempo para formar as lamelas da perlita, logo o C
fica preso na rede ccc, tensionando-a violentamente
➽ assim, o excesso da energia de deformação causada pelo
C na rede da ferrita resfriada acaba por causar uma nova
transformação de fase chamada martensítica, durante a
qual a rede ccc expande e distorce para poder acomodar
(sem difusão) nos seus interstícios os átomos de C
➲ o tratamento térmico que envolve o resfriamento rápido
da austenita para induzir a transformação martensítica
nos aços é chamado de têmpera
➽ a martensita normalmente é muito dura e frágil, e deve
ser revenida (reaquecida a temperaturas mais baixas do
que a de austenitização) para aliviar as tensões internas
formando uma µ estrutura cujo aumento da resistência
não sacrifique demais a ductilidade e a tenacidade
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➽ influência da
temperatura de
revenido nas
resistências à
ruptura SR e ao
escoamento SE, e
na ductilidade
RA (redução da
área de CPs
cilíndricos) do
aço 4340
temperado em
óleo
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➽ influência da
µ estrutura na
dureza dos
aços C
➲ HB é a dureza
Brinell e HRC é
a dureza
Rockwell C
➽ a martensita é
muito mais
dura do que a
perlita, e sua
dureza cresce
muito com o
teor de C
(até ~ 0.6% C)
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➽ mapa TTT semi-
esquemático do aço C
eutetóide, indicando a
µ estrutura resultante
em função da tempo de
resfriamento da
austenita
➽ as lamelas da perlita
precisam de tempo para
se formar, e no mapa
estão indicadas as
curvas de início I e fim
F desta transformação
➽ a martensita começa a
se formar em Θ Mi e
termina em Θ Mf
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CIMAF
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CIMAF
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CIMAF
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CIMAF
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cabos 8x19
diâmetro
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➽ cabos
6× 37AF
comerciais
fabricados
pela
CIMAF
➲ notar
que a carga
de ruptura
de todos os
cabos de
uma dada
classe é a
mesma
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cabos CIMAF
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tip
segundo uma norma, e.g.
➲ ruptura do cabo completo
(NBR ISO 3108)
➲ ruptura das pernas do cabo
(NBR 6327 – 6.9.1)
➲ ruptura das pernas do cabo
(NBR 6327 – 6.9.1)
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➽ já a carga de trabalho (a carga máxima que o cabo está
autorizado a sustentar num dado tipo de serviço segundo
alguma norma operacional ou de uso) sempre embute um
generoso fator de segurança em relação à ruptura
➽ a deformação estrutural do cabo é permanente e ocorre
(abaixo da SE dos arames) nos primeiros ciclos de carga
pelo ajuste dos arames nas pernas e/ou pela acomodação
das pernas na alma
➲ pode-se evitar esta deformação em serviço pré-esticando o
cabo sob uma carga um pouco maior do que a carga de
trabalho (cabos pré-esticados são comerciais)
➽ os cabos trabalham primariamente sob tração uniaxial, e
sua deformação elástica ε = F/Ecabo Aaço
➲ F é a carga de tração que atua no cabo, Ecabo é o seu
módulo de elasticidade e Aaço a sua área metálica total
➲ o módulo de elasticidade do cabo é menor que o do aço
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➲ o módulo de elasticidade dos cabos aumenta durante sua
vida em serviço devido à acomodação dos arames, e num
cabo usado ou pré-esticado é, em média, 20% maior do
que o módulo de um cabo novo
➲ sendo Aaço = fad2, valores típicos de cabos novos são
➤6× 19AF - Ecabo = 83.4 a 92.2GPa e fa = 0.396
➤6× 19AACI - Ecabo = 98 a 108GPa e fa = 0.475
➤6× 37AF - Ecabo = 73.5 a 83.4GPa e fa = 0.391
➲ módulos para
módulo
outros tipos de
cabos (valores
típicos)
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➭ ex.1: estime a carga de ruptura mínima e a deformação elástica
dos cabos IPS 6× 19AF de 22mm
➽ área metálica Aaço = fad2 = 0.396⋅ 222 = 191.7mm2 (logo Aaço
= 0.5 da área de um círculo de 22mm de diâmetro num cabo de
mesmo diâmetro nominal e alma de fibra)
➽ a carga efetiva do cabo pode ser estimada por SR⋅ Aaço ⋅ fe =
1770⋅ 191,7⋅ 0.825 = 280kN (≅ aos 286kN da norma)
supondo um fator de segurança à ruptura ϕ R = 5, pode-se obter
a força (máxima) de trabalho Ft = 286/5 ≅ 57kN
➽ usando o valor médio de Ecabo , a deformação elástica de um
cabo novo sob esta Ft é ε ≅ 57/88⋅ 192 ≅ 0.34%
➽ logo, sob Ft os alongamentos esperados de um cabo φ 22
6× 19AF com L = 10m são ∆ Lnv = ε ⋅ L = 34mm quando
novo e ∆ Lpré = 34/1.2 = 28.3mm após ser pré-esticado
➲ pela NBR 6327, estes cabos de aço de arame IPS polido devem
ter carga de ruptura mínima de 286kN ✔
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cl
classe
estado
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gr
➽ os tambores usados para enrolar o cabo e as polias que
servem para mudar a sua direção e/ou para multiplicar a
carga em moitões devem ter diâmetro D > H1H2d
tipo d
➲ o maior ângulo de desvio entre o cabo e as ranhuras dos
tambores deve ser menor que 3.5o
➽ H2 = 1 para tambores e polias fixas ou de compensação
➽ H2 = 1 para as polias móveis (que giram) quando Σ w ≤ 5,
H2 = 1.12 se 6 < Σ w < 9 ou H2 = 1.25 se Σ w ≥ 10, sendo
w = 4 para as polias que invertem ou w = 2 para as que
não invertem a face sobre a qual o cabo é enrolado
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➽ técnica para
fixar soquetes e
ganchos na ponta
de cabos de aço
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Movimentação de Carga
➽ os laços de cabos de aço para movimentação de cargas
(também chamados de lingas) em geral têm um olhal
em pelo menos uma das extremidades, para facilitar as
freqüentes operações de montagem/desmontagem
➽ as dimensões dos laços ou lingas dependem das cargas e
do seu alinhamento e uniformidade, e sua resistência tem
que ser suficiente para suportar as cargas operacionais
(útil, dinâmica, de vento, peso próprio, desalinhamento,
etc.) dentro de um fator de segurança generoso
➲ a utilização correta dos laços para movimentação requer
a amarração da carga sem dobras nas lingas
➲ a inspeção nas lingadas usadas (para identificar arames
partidos, danos nos acessórios, etc.) deve ser freqüente
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➽ 3 tipos diferentes de sapatilhos, gancho com olhal, gancho de forca ou corrediço e grampo para prender cabos de aço
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➽ o cabo de aço utilizado para confecção de laços deve ser
da classe 6x19 ou 6x37 (este mais flexível, com menor
dar ), e com torção regular
➲ se com alma de fibra, os arames devem ser pelo menos
IPS e se com alma de aço, arames pelo menos EIPS
➽ normas prevêem as dimensões e tolerâncias das lingas,
i.e. os comprimentos mínimos dos laços e as dimensões
(largura e comprimento) dos olhais como uma função do
diâmetro do cabo d
➲ as tolerâncias típicas no comprimento dos laços são
➤laço simples - comprimento especificado ± 0.5% ou
± 2d, o que for maior
➤conjunto de laços - comprimento ± 0.25% ou ± 1d, o
que for maior
➲ estas tolerâncias apertadas são importantes para impedir
que a carga se incline quando içada e sobrecarregue um
laço mais do que os outros da lingada
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➲ normas típicas são NBR 11900 extremidades de laços de
cabos de aço; movimentação de carga – laços de cabos de
aço – especificação (NBR 13541) e utilização e inspeção
(NBR 13543); DNV – rules for planning and execution of
marine operations part 2, chapter 5
➲ o centro de gravidade da carga deve ser bem determinado
para permitir a correta instalação e dimensionamento dos
olhais na estrutura e a uniforme
distribuição de forças na lingada
sim
não
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➽ a carga de trabalho nos laços ou lingas pela NBR 13541 é Ft =
Fr⋅ ke⋅ fc/5, onde Fr é a carga mínima de ruptura do cabo de
aço, ke é a eficiência do terminal e fl é um fator que depende do
tipo de laço
➲ terminais tipo 1, 2 e 4, ke = 0.9; tipo 3, ke = 0.7
➤ tipo 1 – trançado flamengo com presilha de aço
➤ tipo 2 − trançado flamengo com presilha de alumínio
➤ tipo 3 − trançado manualmente sem presilha
➤tipo 4 – dobrado com presilha de alumínio
➲ laços simples, fc = 1
➲ laços simples com forca, fc = 0.7
➲ laços duplos, fc = 1.4 = 2 cos 45o
➲ laços quádruplos, fc = 2.1 = 3 cos 45o (considerando, por
segurança, que um cabo da linga não trabalha)
➲ a NBR 13541 permite ângulos de no máximo 45o entre a vertical e
a linha do laço na lingada, e embute um fator de segurança contra
a ruptura ϕ Rcabo = 5