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1- A educação em Portugal é um dos problemas mais preocupantes do país pelos

reflexos a médio e longo prazo que originarão; O FALHANÇO DA


EDUCAÇÃO é uma espécie de bomba relógio que irá rebentar nas gerações
vindouras. Ao contrário de outros sectores, os “buracos” na formação não se
remedeiam com novas medidas. Em muitos casos o processo não será
reversível.

2- O investimento público na Educação é muito elevado, e não são aceitáveis as


crónicas desculpas da falta de meios. A invasão do aparelho do ME por gente
“especialista na educação” em que os fins se esgotam nos meios é um flagelo só
comparável à filoxera que dizimou os vinhedos do alto Douro

3- A actual equipa ministerial atacou alguns problemas importantes: escolas sem


alunos, aumento de permanência na escola no básico, aulas de substituição..Fê-
lo porém de uma forma agressiva, em que desde o início colocou os professores,
não apenas os maus professores, como vilões a abater.

4- Os sindicatos, como vem sendo hábito, estiveram sempre na defesa do patamar


anterior e contribuíram para que a opinião pública julgasse a posição dos
professores como mera defesa corporativa de privilégios adquiridos.

5- A ministra fala em intenções louváveis, que quase toda a gente subscreve. Onde
está então o problema? Simplesmente na implementação concreta de tais
intenções.

6- Quando publicamente se defende a inclusão, o rigor e a aprendizagem mas as


direcções regionais tentam impor até ao limite que, por exemplo, alunos dos
Cursos de Educação Formação que entrem, têm de sair com um diploma (falo
em casos concretos devidamente testemunhados), que podemos concluir da
veracidade do discurso?

7- Quando se pretende que os alunos superem a má preparação mas ao consultar a


Lei n.º 3/2008 se verifica que, no artigo 22 (Estatuto do Aluno), os alunos
faltosos sem justificação, tenham direito a prova especial, se falharem terão
explicações especiais e se voltarem a falhar então terá de reunir o conselho de
turma para ponderar o que fazer, começaremos a perceber que o sinal dado é o
do mais completo laxismo para o qual haverá sempre uma recompensa.

8- Quando o aumento de tempo de permanência das escolas é totalmente absorvido


a realizar esquemas de ensino, fichas das mais variados formatos e inúteis
banalidades, tudo para encenar uma representação burocrática na qual os alunos
em nada são beneficiados, então verificamos que algo difere profundamente
entre o discurso e a prática.

9- Quando verificamos que professores no topo da carreira estão contra o processo


de avaliação então o melhor é ver quais os parâmetros que vão ser
contabilizados, o seu peso e significado. Descobriremos então que essa espécie
de avaliação mais uma vez privilegia a burocracia e não a qualidade do ensino.
10- Quando verificamos que alguns alunos dos Cursos de Educação Formação que
mal sabem escrever, mas que estão a ser integrados ficando com um título
qualquer (técnico de jardinagem por exemplo), passam a ser considerados como
tendo o 9º ano e assim podem progredir nos estudos sem qualquer formação
complementar, concluímos que não se está a trabalhar para o futuro do país mas
apenas para falsas estatísticas de sucesso.

11- Finalmente o resultado de tudo isso é uma gigantesca fraude em que os


resultados de sucesso das estatísticas representam o mesmo que os resultados
eleitorais das ditaduras: são inevitavelmente excelentes. Claro que uma
reportagem televisiva sobre um país sujeito a uma ditadura pode conduzir-nos
facilmente às mais disparatadas conclusões. Claro que em cima de tudo isto há
muito ruído de fundo; claro que há professores incompetentes que pretendem
que a antiguidade continue a ser um posto; claro que a avaliação é apenas uma
gota de água que fez transbordar o copo.

12- Finalmente COMO SE EXPLICA QUE NÃO POSSAM EXISTIR MÚLTIPLAS


E FUNDAS CAUSAS QUE LEVAM A QUE NUM PAÍS ONDE
FREQUENTEMENTE 40% NÃO VAI AO FUNDO DA RUA PARA VOTAR,
E AGORA DOIS TERÇOS DOS PROFESSORES SE DESLOQUEM
CENTENAS DE KM PARA MANIFESTAR A SUA REVOLTA?

13- Não podemos confundir a realidade com a ficção nem procurar vislumbrá-la em
espelhos distorcidos que se chamam sindicatos. Nem sempre as aparências
permitem tirar conclusões certas nem é óbvio que uma bigorna e uma pena de
galinha sejam atraídas de forma idêntica para o centro da terra.

José Cavalheiro, 9 de Março de 2008

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