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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA


SEÇÃO JUDICIÁRIA DA PARAÍBA
2ª VARA FEDERAL

Processo: 2007.82.00.006487-0
Natureza: Ação penal pública
Autor: Ministério Público Federal
Réu: Rosalvo José Carvalho da Silva

S E N T E N Ç A1

DIREITO PENAL. ESTELIONATO CONTRA ENTIDADE DE


DIREITO PÚBLICO (CP, 171, §3º). Utilização de
documento falso para a obtenção de benefício perante o
INSS. Autoria e materialidade comprovadas.
CONTINUIDADE DELITIVA (CP, 71). O simples
recebimento sucessivo dos pagamentos não configura
continuidade delitiva. ATENUANTE E PENA MÍNIMA.
Fixada a pena-base no mínimo, o reconhecimento de
atenuante em favor do réu não importa redução da pena.
Julgamento de procedência parcial do pedido.

RELATÓRIO

Tratam os presentes autos de AÇÃO PENAL PÚBLICA promovida pelo


MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL contra Rosalvo José Carvalho da Silva, já
devidamente qualificado, dando-o a peça denunciativa como incurso no art. 171,
§3º, c/c o art. 71, ambos do Código Penal.

Consta da denúncia (f. 03-6) que teria o acusado, em 1º de setembro


de 2000, mediante a apresentação de documento falso, requerido e obtido
benefício de aposentadoria perante o posto do INSS situado no Manaíra Shopping
Center, benefício que teria ilicitamente usufruído durante mais de dois anos (de
agosto/2000 a dezembro/2002). A vantagem indevida obtida chegava a R$
43.229,18 (quarenta e três mil duzentos e vinte e nove reais e dezoito centavos).

Os documentos falsos referidos na denúncia consistiriam em Carteira de


Trabalho de Menor com acréscimos, alterações e rasuras constatadas em exame

1
Sentença tipo D, cf. Res. CJF n. 535/2006.
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pericial documentoscópico, bem como diversidade de impressão digital no mesmo


documento, constatada em exame pericial papiloscópico. Em vista disso, entendeu
o MPF que teria o acusado incidido nos artigos 171, §3º c/c 71, ambos do CP. Não
houve indicação de testemunhas.

Denúncia recebida em 27/08/2008 (f. 08).

Defesa apresentada pelo réu (f. 14-5) refutando a imputação e


indicando duas testemunhas para oitiva em juízo.

Audiência de oitiva das testemunhas indicadas pela defesa e de


interrogatório do réu (f. 27-33). Após a tomada dos depoimentos, as partes foram
consultadas sobre eventual requerimento de diligências complementares, afirmando
ambas que nada havia a requerer.

Ato contínuo, o MPF apresentou oralmente suas alegações finais,


registradas no termo. Pugnou pela condenação do acusado e pelo reconhecimento
da confissão espontânea e do arrependimento em seu favor. Por fim, pediu a
substituição da pena privativa de liberdade por uma ou mais penas restritivas de
direito. À defesa – com anuência do MPF – foi concedido um prazo de cinco dias
para apresentação de memoriais.

Em memoriais, a defesa apresentou suas razões finais (f. 36-9),


alegando: a) que não teria havido enriquecimento indevido, uma vez que o réu
realmente fazia jus ao benefício, sendo que a única maneira de recebê-lo foi
utilizando o documento falsificado; b) suas condições de idade não lhe permitiam
conseguir um novo emprego, de modo que era a única maneira de conseguir seu
sustento, motivo pelo não incidiria a causa excludente de culpabilidade da
inexigibilidade de conduta diversa. Pediu, ao final, a absolvição do acusado.

É o breve relatório.

DECIDO.

FUNDAMENTAÇÃO

Não há preliminares ou prejudiciais a decidir.

Passo ao exame do mérito.


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O MPF alega na denúncia que o acusado teria utilizado documento


falsificado (Carteira de Trabalho de Menor) para a obtenção de aposentadoria junto
ao INSS, fato ocorrido no posto de atendimento no Manaíra Shopping Center em 1º
de setembro de 2000. A CTPS falsificada assinalaria um vínculo laboral de 7 anos,
11 meses e 27 dias com a empresa CIA Produtos Confiança Ltda. Com dito
tempo de serviço, teria integrado o acusado o tempo total de 31 anos, 8 meses e
20 dias, obtendo desse modo o benefício previdenciário de que usufruiu entre
agosto/2000 e dezembro/2002.

A falsidade do documento utilizado pelo acusado (CTPS de menor) foi


comprovada em exames periciais documentoscópico e papiloscópico, os quais
ensejaram a elaboração, respectivamente, dos laudos de f. 62-5 e f. 66-70 dos
autos anexos.

Do laudo de exame documentoscópico consta que os peritos verificaram


“a presença de alterações nos grafismos existentes nas págs. 11 e 14 da Carteira
de Trabalho do Menor, questionada, do tipo acréscimo e rasuras”, bem como “que
os grafismos originais foram removidos, não podendo se afirmar se ocorreu de
forma acidental ou intencional, e posteriormente, houve a adição de novos
escritos”.

Do laudo de exame papiloscópico consta que os peritos, ao


confrontarem a mencionada Carteira de Trabalho do Menor com outros documentos
em nome do acusado, constataram que a impressão digital constante da primeira
não seria igual à impressão constante das demais. Considerando-se que a
impressão digital dos demais documentos seja do acusado, conclui-se que o mesmo
não ocorre com a Carteira de Trabalho do Menor confrontada.

A utilização desse documento para a obtenção do benefício, além de ter


sido expressamente admitida pelo acusado, pode ser comprovada através da
relação de documentos apresentados constante de f. 30-1 do anexo.

A concessão do benefício pode ser comprovada através dos documentos


de f. 51-3 (carta de concessão), inclusive com as respectivas datas do
requerimento administrativo (01/09/2000) e do início dos respectivos pagamentos
(17/08/2000). O respectivo cancelamento e sua fundamentação também
encontram prova documental nos autos do anexo (f. 87 e seguintes), a teor da
“Representação de Auditoria na Paraíba”.

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Como se vê, todos os argumentos quanto à matéria de fato


apresentados pelo MPF em sua denúncia foram suficientemente demonstrados nos
autos, não tendo sequer o acusado negado sua ocorrência. Ao contrário, confessou
a prática de todos os fatos, ou seja, a utilização do documento falsificado para o
requerimento e obtenção de benefício junto ao INSS.

A conduta praticada pelo acusado preenche todos os requisitos objetivos


e subjetivos do tipo do art. 171, §3º, do CP, consistente, in concreto, na obtenção
para si de vantagem indevida em prejuízo de entidade de direito público mediante a
indução e manutenção da vítima em erro através da utilização de determinado meio
fraudulento (no caso, o uso de documento falso).

O argumento de que o acusado merecia o benefício e só não tinha como


comprová-lo tornaria legítima sua conduta não me convence. Caberia a ele utilizar
os meios legais para o reconhecimento do vínculo laboral prestado na condição de
menor e não utilizar um documento público falso, crime que, por si só, poderia
ensejar a aplicação de pena de até seis anos de reclusão. Caso não dispusesse, ao
fim e ao cabo, da documentação necessária, fatalmente se haveria por tê-lo como
não merecedor do benefício, ao contrário do que diz em sua defesa.

Outrossim, não entendo que se possa visualizar inexigibilidade de


conduta diversa como causa supralegal de exclusão da culpabilidade no presente
caso. O acusado diz que estava desempregado e não tinha recursos para
sobreviver. Contudo, vejo que entre o início de seu estado de desemprego e o
recurso ao crime foi quase imediato, jogando por terra o argumento de que não
haveria “outro recurso possível”. Nem mesmo o prazo para o seguro-desemprego
chegou a ser superado, o que lhe viabilizaria procurar outra ocupação lícita.

Dessa forma, entendo que havia, sim, a possibilidade de agir conforme o


direito nas condições em que se encontrava, o que afasta terminantemente sua
pretensão de ver reconhecida a indigitada causa supralegal de exclusão da
culpabilidade.

Dos autos ficou igualmente comprovado que, embora o pedido e


obtenção do benefício tenham ocorrido instantaneamente no ano 2000, o acusado
recebeu os pagamentos, mês a mês, durante lapso temporal superior a dois anos
(agosto/2000 a dezembro/2002).

Nesse ponto reside importante questão: o MPF alega que os sucessivos


recebimentos impõem enquadrar-se o crime na modalidade de continuidade
delitiva, aplicando-se assim o art. 71 do Código Penal brasileiro. Entendo, contudo,
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que a continuidade delitiva somente seria cabível se houvesse nova conduta do


acusado no sentido de fraudar a previdência. O argumento de que o réu estaria
“mantendo” o INSS em erro não me convence, pois isso somente conduziria a uma
forma de crime permanente, mas não a uma continuidade delitiva.

Na jurisprudência dos tribunais, vejo que há entendimentos sufragando


cada uma das teses: crime permanente2, crime continuado3, crime instantâneo

2
Origem: TRIBUNAL - SEGUNDA REGIAO. Classe: ACR - APELAÇÃO CRIMINAL – 5760.
Processo: 200551020033158 UF: RJ Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA.
Data da decisão: 20/08/2008 Documento: TRF200191776. Relatora: Desembargadora
Federal MARIA HELENA CISNE.
PENAL E PROCESSUAL PENAL. DELITO DE ESTELIONATO. ARTIGO 171, § 3°, DO CÓDIGO
PENAL. FRAUDE NA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. AUTORIA E
MATERIALIDADE DELITIVAS DEVIDAMENTE COMPROVADAS. ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO
COMPROVADO. DOSIMETRIA DA PENA. CRIME PERMANENTE. ART. 71, DO CP. NÃO
APLICÁVEL. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
- Nos presentes autos, restou devidamente comprovado que a parte acusada obteve
benefício previdenciário junto ao Instituto Nacional do Seguro Social de forma indevida,
através da inclusão de vínculo empregatício fictício, o que configura o delito de estelionato
qualificado, previsto no artigo 171, § 3º, do Código Penal.
(...)
- O delito de estelionato praticado em face da Previdência Social, mediante a concessão
fraudulenta de benefício previdenciário, com recebimento de prestações periódicas,
constitui crime permanente, e, não, continuado, pois o seu momento consumativo
prolonga-se no tempo em razão da persistência da vontade do agente em manter o
INSS em erro, agindo de forma a renovar seguidamente a fraude que determina o
pagamento do benefício indevido em cada mês.
- Apelação a que se dá parcial provimento. (grifado).

Origem: TRIBUNAL - TERCEIRA REGIÃO. Classe: ACR - APELAÇÃO CRIMINAL – 24479.


Processo: 199961020016277 UF: SP Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA. Data da decisão:
24/06/2008 Documento: TRF300186416. Relator: JUIZ COTRIM GUIMARÃES.
DIREITO PENAL - ESTELIONATO - FRAUDE CONTRA A PREVIDÊNCIA SOCIAL - CONDENAÇÃO
- DOSIMETRIA DAS PENAS - PRESCRIÇÃO RETROATIVA QUANTO A UM DOS CO-RÉUS -
APELAÇÃO DA ACUSAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.
I - O delito de estelionato consistente em fraude para obtenção de benefício previdenciário,
cuja vantagem se estende durante um período continuado, caracteriza um crime material
que se consuma com o recebimento da primeira prestação indevida, de natureza
eventualmente permanente, razão pela qual não ocorre crime continuado e a
prescrição da pretensão punitiva, na hipótese, tem seu termo inicial no momento em que
cessa o recebimento das prestações do benefício obtido indevidamente, nos termos do artigo
111, inciso III, do Código Penal, tratando-se de delito que não exige exame pericial para sua
comprovação.
(...) (grifado).

3
Origem: TRF - PRIMEIRA REGIÃO. Classe: ACR - APELAÇÃO CRIMINAL – 9201185634.
Processo: 9201185634 UF: MG Órgão Julgador: TERCEIRA TURMA. Data da decisão:
15/04/1998 Documento: TRF100067114. Relator: JUIZ OLINDO MENEZES.
PENAL. ESTELIONATO. FRAUDE CONTRA A PREVIDÊNCIA SOCIAL. CRIME CONTINUADO.
DECRETO CONDENATÓRIO.
1. No estelionato praticado contra entidade de direito público, a pena é aumentada de um
terço, nos termos do preceito inscrito no parágrafo 3º artigo 171, do Estatuto Punitivo.
2. Adequada a aplicação da pena-base acima do mínimo legal, desde que suficientemente
expendidas no decreto condenatório as razões para a sua elevação, segundo o comando
expresso no artigo 59, do Código Penal.
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(único) de efeitos permanentes4. Embora sem me manifestar no presente julgado


acerca da controvérsia sobre a natureza permanente ou instantânea do crime,
registro ser meu entendimento de que se trata efetivamente de delito único, sem
continuidade delitiva. Afasto, desse modo, a condenação com base no art. 71 do
Código Penal brasileiro, tal como pretendida na denúncia.

Diante de todos esses fundamentos, tenho o réu como incurso no art.


171, §3º, do Código Penal brasileiro.

FIXAÇÃO DA PENA

Examinando as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal,


verifico o seguinte: a culpabilidade do réu não se mostrou intensa; o réu não
possui antecedentes criminais; a conduta social e a personalidade não
podem ser valoradas contra ele, sob pena de admitir-se um autêntico direito penal
do autor; o crime não foi praticado com motivos ou em circunstâncias que
mereçam valoração em prejuízo do acusado; as conseqüências comprovadas da
infração não ensejam reprimenda; o comportamento da vítima não contribuiu
para o crime.

Diante dessas considerações e levando em conta os limites abstratos


constantes do art. 171, caput, do CP, fixo a pena-base em 1 (um) ano de reclusão.

3. Evidenciada a presença do crime continuado, é de rigor o agravamento da


sanção penal nas proporções estabelecidas no artigo 71 do Diploma Repressivo.
4. Trancorrido o prazo prescricional, decreta-se a extinção da punibilidade, com base nos
artigos 109-IV e 115, do Código Penal.
5. Provimento da apelação da ré, reconhecendo-se-lhe a prescrição. Improvimento do apelo
do réu. (grifado).
4
Origem: STF - Supremo Tribunal Federal. Classe: HC - HABEAS CORPUS. Processo: 90684
UF: RJ - RIO DE JANEIRO Órgão Julgador: .Data da decisão: Documento: . Relator: Ministro
CEZAR PELUSO.
EMENTA: AÇÃO PENAL. Prescrição da pretensão punitiva. Ocorrência. Estelionato contra a
Previdência Social. Art. 171, § 3º, do CP. Uso de certidão falsa para percepção de
benefício. Crime instantâneo de efeitos permanentes. Diferença do crime permanente.
Delito consumado com o recebimento da primeira prestação do adicional indevido. Termo
inicial de contagem do prazo prescritivo. Inaplicabilidade do art. 111, III, do CP. HC
concedido para declaração da extinção da punibilidade. Precedentes. É crime instantâneo de
efeitos permanentes o chamado estelionato contra a Previdência Social (art. 171, § 3º, do
Código Penal) e, como tal, consuma-se ao recebimento da primeira prestação do benefício
indevido, contando-se daí o prazo de prescrição da pretensão punitiva. (grifado).
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Cabível aplicar-se ao réu a atenuante da confissão espontânea (CP, art.


65, III, “d”). Contudo, tendo sido sua pena-base fixada no mínimo legal, nada há
que se possa reduzir em tal aplicação.

Tendo sido praticado o crime contra entidade de direito público (INSS),


aplica-se a causa especial de aumento de pena do §3º do art. 171 do CP. Em razão
disso, aumento a pena em 1/3 (um terço), perfazendo 1 (um) ano e 4 (quatro)
meses de reclusão.

À míngua de outras causas de aumento ou diminuição, torno definitiva a


pena privativa de liberdade em 1 (um) ano e 4 (quatro) meses de reclusão
para cumprimento inicial em regime aberto (CP, art. 33, §§ 2º e 3º).

Nos termos da fundamentação acima, fixo a pena de multa cumulativa


em 20 (vinte) dias-multa. Levando em conta as provas sobre a situação
financeira do réu constantes dos autos, fixo o valor do dia-multa em 1/30 (um
trigésimo) do salário mínimo vigente na data do fato (setembro/2000),
devidamente corrigido até a data do pagamento.

Considerando que o réu preenche os requisitos dos arts. 44 e seguintes


do CP, bem como que a medida atende aos fins a que se destina, substituo a pena
privativa de liberdade aplicada por uma pena restritiva de direitos e uma pena de
multa. A pena restritiva de direitos consistirá em prestação de serviços à
comunidade ou a entidade pública na razão de uma hora de trabalho por dia de
pena substituída. O lugar, a forma e as condições de sua execução serão definidos
pelo juízo das execuções penais. Fixo a pena de multa substitutiva nos mesmos
valores da pena de multa cumulativa, sem prejuízo desta.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, com fundamento no art. 387 do CPP, julgo


parcialmente procedente a denúncia para CONDENAR Rosalvo José Carvalho
da Silva como incurso no art. 171, §3º, do Código Penal brasileiro, fixando-lhe
uma pena privativa de liberdade de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses de reclusão
para cumprimento inicial em regime aberto e uma pena de multa de 20 (vinte)
dias-multa, no valor de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente na data
do fato (setembro/2000) por cada dia-multa, valor devidamente corrigido até a
data do pagamento.

ROGÉRIO ROBERTO GONÇALVES DE ABREU


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Nos termos da fundamentação acima, substituo a pena privativa de


liberdade aplicada por uma pena restritiva de direitos e uma pena de multa. A pena
restritiva de direitos consistirá em prestação de serviços à comunidade ou a
entidade pública na razão de uma hora de trabalho por dia de pena substituída. O
lugar, a forma e as condições de sua execução serão definidos pelo juízo das
execuções penais. Fixo a pena de multa substitutiva nos mesmos valores da pena
de multa cumulativa, sem prejuízo desta.

Transitada em julgado a presente sentença, após a devida certificação:


oficie-se ao TRE/PB para fins do disposto no art. 15, III, da CF/88; preencha-se e
encaminhe-se ao IBGE o boletim individual do acusado; lance-lhe o nome no rol
dos culpados; remetam-se os autos ao juízo das execuções penais.

Custas “ex lege”.

Sentença publicada em mãos do diretor de secretaria. Registre-se no


sistema informatizado. Intimem-se o acusado e seu defensor. Cientifique-se o
Ministério Público.

João Pessoa, 04 de março de 2009.

Juiz Federal ROGÉRIO ROBERTO GONÇALVES DE ABREU


Substituto da 2ª vara (SJPB)

ROGÉRIO ROBERTO GONÇALVES DE ABREU


Juiz Federal

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