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O termo progressista advém de George Snyders, que resulta da morte de uma velha
estrutura educacional e na construção de uma nova, usado aqui para designar as
tendências que partindo de uma analise critica das realidades sociais sustentam
implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.
Na Teorias progressistas a educação é imaginada à semelhança de um processo de
humanização dos homens, ao considerar de caráter fundamental a ambiência social onde
se encontram. Essas teorias são caracterizadas pelo sentido crítico como concebem a
educação, onde as funções sócio-políticas da escola são organizadas segundo as
necessidades dos segmentos populares. Entendida como um processo social depende
das determinações advindas dos interesses de classe. Este é um dos pontos de
diferenciação diante da pedagogia liberal, na qual o educando é “moldado” para ocupar
posições preestabelecidas na estrutura da sociedade. Ainda podemos destacar o
componente político que impregna as pedagogias progressistas; essa visão da escola
como espaço político, é que possibilita sua vinculação com a luta concreta dos setores
populares com vistas à emancipação alunos e escolas.
Surge no final dos anos 70 e início dos 80 e é uma reação de alguns educadores que não
aceitam a pouca relevância que a pedagogia libertadora dá ao aprendizado do chamado
‘saber elaborado’, historicamente acumulado e que constitui o acervo cultural da
humanidade. (...) Compreende que não basta ter como conteúdo escolar as questões
sociais atuais, mas é necessário que se possa ter o domínio de conhecimentos,
habilidades e capacidades para que os alunos possam interpretar suas experiências de
vida e defender seus interesses de classe.” (1, 12-13)
Na tendência progressista “crítico-social dos conteúdos”, todos devem ter acesso aos
mesmos conteúdos, sem discriminação por classe social. Não há necessidade de permitir
que um aluno continue falando ou escrevendo errado para respeitá-lo. Outro fator que
torna esta a melhor opção de método de ensino é a postura pedagógica de crítica dos
conteúdos. Os alunos aprendem a reavaliarem criticamente toda a aprendizagem que
recebem e todo o contexto social em que vivem. Isto é positivo, na medida em que
forma seres politizados sem praticar uma pedagogia ideológica, o que tornaria os alunos
parciais demais para enxergarem o mundo com alguma criticidade. Quanto aos métodos
de ensino, não se trata da forma tradicional de “transmitir” conhecimentos, tampouco da
livre expressão de opiniões, mas sim, de uma relação entre a prática vivida pelo aluno e
os conteúdos propostos pelo professor. O papel do professor, como o adulto da situação,
é muito importante, porém, o aluno também participa ativamente do seu processo de
aprendizagem, utilizando sua experiência no contexto social para confrontá-la com os
conteúdos apresentados pelo professor.
A formulação da pedagogia crítico-social no Brasil está diretamente ligada ao período
de abrandamento do regime militar, a partir de 1980 . A retomada do movimento
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A pedagogia crítico-social defende, com muita determinação, que o papel da
escola é o de formação cultural, de difusão do conhecimento científico. Formula
princípios e orientações para a conversão do saber cientifico em saber escolar. Entende
que a ação pedagógica está carregada de intencionalidade e que o ensino da ciência
pressupõe interesses que são sociais, políticos, daí a idéia de aprender uma cultura
crítica.
Na prática, significa uma abordagem crítica dos conteúdos, crítica no sentido de
tratar os conteúdos escolares dentro de uma análise concreta das relações econômicas,
sociais, culturais que envolvem a prática escolar. A pedagogia crítico-social quer
contribuir efetivamente para a formação sujeitos pensantes e críticos. Por isso,
compreende que o ensino cria modos e condições para o desenvolvimento da
capacidade do sujeito para colocar-se ante a realidade a fim de pensá-la e nela atuar,
visando à transformação. Ensinar a pensar criticamente é fazer a ação docente incidir
sobre a capacidade do aluno de apropriar-se de forma crítica dos objetos de
conhecimento, a partir de um enfoque totalizante da realidade e de sua problematização.
A culminação desse ensino deve ser a aquisição, pelos alunos, de conceitos que
orientam e fortalecem criticamente suas ações no mundo em que vivem.
Mas, pedagogia crítico-social dos conteúdos está aberta também a outras
orientações teóricas contemporâneas, desde que enriqueçam idéias assentadas na matriz
vygotskiana. Defende, por exemplo, a idéia de escola como um espaço de síntese entre a
cultura experiencial (que ocorre na família, nos grupos de vizinhança, na rua, na cidade,
nos meios de comunicação etc.) e a cultura formal (os conteúdos do ensino escolar).
Assim, considera extremamente relevantes implicações pedagógicas e didáticas vindas
do interculturalismo (como o acolhimento da diversidade cultural dos alunos), da
educação ambiental, da luta pela paz, dos movimentos sociais. São bem vindas essas
contribuições se levarem ao que é essencial na formação dos alunos: que os conteúdos
culturais e científicos incidam no desenvolvimento das capacidades cognitivas, das
competências para pensar, das habilidades de pensamento, da aquisição de
conceitos unida ao desenvolvimento de uma subjetividade capaz de fazer frente
aos problemas e desafios do nosso tempo, da realidade tecnológica, planetária,
ambiental, global.