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ARBITRAGEM E 0 PROJETO DE CODIGO DE PROCESSO CIVIL por Francisco José Cahali 1, Introdugo ~ 2. Comentarios 5 propostas contidas no anteprojeto ~ 3. CComentiios &s modificagdes ‘introduces por emendas acolhitias no Senado Federal 1. Introducio A arbitragem representa um dos “‘meios adequados de solucdio de conflitos”, pelo qual se entyega, por vontade das partes, o julgamento da controvérsia ao arbitro ow colegiado arbitral, por eleito de forma direta ou indieta pelos interessados. Seguindo principios e sistemtizagdo propria, com limites 4 arbitrabilidade (Subjetiva ou objetivay’, © rigor quanto as exigéncias para atuagdo do. arbiro (Cimparcialidade, independéncia, competéncs, diligéncia e discripdo, of art. 13 da Lei 930796), se reconhece na arbitragem o exercicio de jurisdicao*, tanto que por muitos reftrila como “justiga privada”, Esperiéncia de sucesso mo Brasil e no Mundo, nos tempos mais recertes a Advogado © Consultor Jusiiica em Sto Paulo, Meste e Douter pe PUCISP, onde leciena em. graduacio € no programa de pis-graduagio em Arbitragem © em Direito de Familia ¢ Sucessoes: ‘Professor Convidado da USAL — Unihersidade de Saknmnca, para periodo de investigacéo em Arbitragem. Membro da Comissio de Mediagio e Arbitragemda OAB-SP. * Exibte por assim dizer um “tro” sos titgibs que poderao ser encaminhados ao juice arbitral, sels, \verifia-se a arbitabilidade destes eonflies, cousistente na possbilkade de submeter ao juo arbitral a solngio de dada controvérsia, de acordo como previsto no artigo 1° da Lei 9.307/96:As pessoas eapazes Ge contratar poderdo vaer-se da arbitragem ira dirimir Ttisos relatives a direitos parrimoniais doponivet”. 8 arbitrabilidade sri subjetiva ow olyettva, conforme se refira 20s sujetos ou 0 objeto do cconfito, ambes as situagbes taladas no artigo etado. A capacidade das partes 20 fimmizem a canvengio & conditio sine qua non para a ulilizagio da arbixagem — arbitrabilidade subjetiva, 1a para atender & nbirvabilidade objetiva, exige-se que 0 objeto do it io diga respeto a um diego putrimenial dispanse, como diz a lteralidade ds nota. A disponibiliade do direto se refére & possbilidade de seu titular codes, de forma gratuita ou onerosa, estes direitos sem qualquer resto, Logo, necessério terem as partes o poder de autonregulamentacdo dos interesses submetidos & arbragem. sobre eles podendo dispar sobre as mais diversas formas dos nezécbs juices: sio, pois, dnteresses individuak, passiveis de nnegociagéo, ou scja, podem ser fvremente exereidos pela parte. arbitragem vem ganhando espago entre nés pel sua versatildade e pragmatismo, Akim da celerilade (a Lei prevé, salvo comvengiio das partes, a solugao do conflito em 6 meses), e talvez.indispensivel a esta, um dos principais atrativos da solugio arbitral é a flexibilidade no procedimento, a pemmitir a sua adequagio ao objeto do conflito. Nao € desordem processual ou anarquia procedimental, mas ordem exata na medida do objeto da srbitragem. Representa o exercicio do chamado “gerenclamento do processo” — instituto de estudo conemporineo © de grande valia ao adequado desenvolvimento ¢ organiza¢o do processo. A aplicaco do Cédigo de Processo Civil assim, & estranta a0 procedimento arbitral, que terd suas regras definidas pelas partes e-ou pelo drbitro, de mancira a melhor atender as necessiades especificas do caso. Neste sentido, inclusive, a previsto do artigo 21 da Lei Especial: “4 arbitragem obedeceré ao procedimento estabelecido pelas partes na convengao de arbitragem, que poderd reportar-se as regras de um érgdo arbival institucional ou entidade especializada, facultando-se, ainda, as partes delegar ao préprio drbitro, ou ao Céimara Arbaral, regular o procedimento, § 1° Néo havendo estipulagiio acerca do procedimento, caberé ao érbitro ou ao Cémara Arbitral discipliné-to. § 2° Serio, sempre, respeitados no procedimento arbitral os principios do contraditéria, da igualdade das partes, da imparcialidade do érbiiro e de seu tive convencimento. Daiporque se proclanm a total independéncia e autonomia da arb itragem em relago 20 Cédizo de Processo Civil, desvinculado o procedimento das amarras neste previstas para o direcionamento do processo judicial Enganamse, porém. aqueles que pensam em afistar por inteito qualquer referencia & erbitragem ma Legislago Processual Isto porque a arbitragem, enquanto umm das formas de soluedo de conflitos fiz parte de um todo; de um Sistema de prestaglo jursdicional completo que se reliciona inferage, para atender a perspectiva da sociedade (dos jurisdicionados). Assim em alguns momentos haveré intersecg0 ou conextio entre os integrantes deste sistema. A arbitragem, entio, milo caminha s6. Convive em harmonia com a jurisdigio Estatal, cada qual ocupando o seu espago, mas relacionando-se quando necessirio, Cf a respeito nosso “Curso de Arbittagem”, Capitulo 4, item 4.3 — Natweza Juridica da Arbitregem (Cabal, Francisco José, Sao Paulo: Revista dos Tribunais, 2011). ‘Tom presenga a juribdigdo cstatal. por exempl, para a instaurago do procedimento arbitral diante de uma cliusuh vazia (Lei de Arbitragem, art. 79, para preservar a Jjurisdigdo arbitral quando proposta a ac2o indevidamente no Poder Judiciério, impondo: fa extingao do processo (CPC, art. 267, VID), para cooperar com a pritica de atos coercitivos ou de execucdo da sentenga arbitral (coertio € executio), uuma vez que 0 Jimperim para interferi: dicetamente no mundo empfrico, através de contrigio ou de outros atos coercitives € privativo do Estado, para invalidar a decisto arbitral, se verificada algum dos vicios indicados na Lei, para reconhecer e homologar sentenga arbitral estrangeira ete. Neste contexto, ¢ inevitivel que a kgisheio processual por vit, tal qual jé se fiz no Cédigo atual, contenha previsoes especificas rebbtivas 4 arbitragem, na medida da integracio acima referida. E pretende-se aprimorar o tratamento concedido A arbitragem na legislacso projetada, valorizando o instituto © aperftigoando cooperagdo entre 0 juizo arbitral e estatal, ‘Vejamos, entio, previsdes contidas no Projeto de Cédigo de Proceso Civil com ‘impacto na Arbitrage, Nao se pretende, de form alguna, esgotar o tema, mas apenas de forma despretensiosa apontar akeurnas das disposigdes mantidas, aperféigoadas ou introduzidas no Projeto, fizzendo-se 0 respectivo comentario a respeito, E mesm exposto a criticas pela superficialidade, 0 objetivo destas répidas comsideragdes direciom-se mas a apresentagio destes pontos para reflexto ¢ debate oportuno do que ao aprofisndamento as matérins, pois restritos formos pelo Coordenador desta obra, nosso amigo e Proféssor ilastre Dr. Hélio Rubens Batista Ribeiro Costa quanto ao “tempo e espago” disponiveis, 2. Comentarios as propostas contidas no anteprojeto (@) Eftitos da convengdo arbitral A convengao arbitral (ciusuk ot compromisso) tem eféito vincularte, no sentido de afistar a apreciagdo do conflio pelo Poder Judiviirio em razio da iniviativa prévia das partes neste sentido, Proposta agi perante a jurisdigio estatal em relagao a léigio sobre o qual ha comvengio de arbiragem, o processo sera extinto sem resolugdo de mérito, e assim se prevé tanto no atual art. 267, inciso VIL, comp no projetado artizo 472, inciso VIE do Cédigo de Processo, sendo a preliminar de contestagao momento para se alegar esta wmatéria (CPC, art. 301, IX, PCPC, art.327. X*) Projeto, por sua vez, acertadamente soliciona uma questio que provoca debate entre estudiosos, em decoréncia da imperfeicdo do texto atual, adotando a posigao em. nosso ver mais cometa quanto ao reconhecimento de ofieio da existéncia de convensiio de arbitragem. © pardigra 4° do artigo 301 do Cédigo em vigor estabelece que “com excesdo do compromisso arbitral, 0 jutz conhecerd de oficto da matéria enumerada neste artigo”. Diante da Tteratidade do dispositive, alguns autores entendem que apenas a existéncia de compromisso arbitral no pode ser reconhecida de offtio, enquanto permite-se 0 conhecimento espontineo pelo magistrado da clizusula compromissoria, ensejando neste caso a exting’o do processo. ‘Na jurisprudéncin, embora por vezes no se perceba do acérdtio chro conhecimento sobre a distingdo entre compromisso e ciusulk, também se encontra divergéncia. ‘Temos posigdo comvicta de que ter’ havilo uma impreciio no Cédigo de Proceso Civil possivel de se corrigit a filha por adequada exegese. E assim, tanto a ckusula como 0 compromisso ficam exclidos da apreciagao esporténea do juiz, comportando anilise apenas se provocada pelo réu; seria a reniincia técita, porém de ambas as partes, 20 juizo arbitral” ‘Tanto o compromisso arbitral quanto a clinsula compromiséria so espécies do * Assim: “Ast 327. lncumbe a0 eu antes de discuir 0 métio, alegar:... X - convensao de arbiragem”. Correta s observagio de José Antonio, Sérgio e André: O ideal serin permit que a cmvengio de abitragem pudesse ser akzgads em petisio augénorma, com suspensio do processo, de maneira que nio fisse necessirio adiantar toda a defesa em sede judicial mas milo fbi ess 0 caminho seguide”” (FICHTNER, José Antonio, MANNHEIMER, Sérgio Nelson, e MONTEIRO, André Enis, Repercussdes ‘db Anteprojeia e do Substiuivo ao Projeto do Novo Cédigo ce Processo Civil na arbiragem. in Revista Bnasilefa de Arbitmgem, Ano VIII,n.29, Ja, Fev. Mar 2011, p7. Sto Paulo, CBAr. «Ed. Sfatese, 2011) ‘Allis, neste sentido, ¢ com findamentos semelhuntes, apresentamios proposta de emenda 20 Projete, que, todavia i rejetads no Rebtirio Final apovado pel Senado Federal Para Armada Alvim: “deve-ce le neste dispostivo, nos termos da ei, que a excegto a atividade cficiosa do magistrado em conhecer da materia dos incios do art. 301 do Céxiao de Processo Civil é a rebate & ceanvengio arbitral (meiso IX, com redaglo dada pelt Lei 9.30706)" (Ava NerTo, José Manoel de Armuda. Manual de direito processual chi. 12. ed. Sto Paulo: Ed. RT. 2008, v: 2. género “comvencio arbiral™, que, por sua vez. é fruto de contrato bilateral ¢ resultado concreto, portanto, da iniciativa dos interessados. Cada qual, com caracteristicas proprias, tem em commm a vontade das partes, sob a regéncia de sua autonomia, de subtrak do Poder Judiciério a controvérsia a que se referem. E assim, guardadas as peculiariades, seus efeitos stio parelhos; ma esséncia, refletem a diposi¢ao de submeter 0 conflito arbitrage; desta forma, € quanto a0 destino da controvérsia, devem ter éntico tratamento. Igualmente, em qualquer das simagdes, deve ser prestigiada a vontade das partes: assim, se um dos inferessados optar pela volta A sede estatal, € 0 outro concordar, tudo assim se resolve, no havendo sentito em admitir esta “Yeniineia” consensual & arbitragem apenas se a sua origem for 0 compromisso arbitral Por outro Indo, no teri sido a tinica vez que o kgishador, inadvertidamente, fz mengo apenas a compromiso, quando quis se reférir & convengio arbitral. Als, a propria Lei de Arbiragem chega a fizer esta confiisio, a0 se anotar, por exemph, requiitos ficulativos ¢ até extingto “do compromisso” (arts. 11 e 12 da Lei 9.307/1996), quankio deveria se refer A convengdo, ¢ assim entende a doutrina na exegese da norma; tamixém quando filh da necessidade de provocagto do érbitro para profrk a sentenga no prazo do compromisso (arts. 12, I ele art. 11, I, da Lei 9307/1996), quis, na verdade, referit-se ao prazo da convengéio (ciusula ou compromiso); ¢ ainda, quando indica a milidade da sentenca arbitral por ser “tubo 0 compromisso”, considera-se para este findamento excepcional de inva idacao o vicio na comvencao. Neste centri, como nestas outras oportunidades referidas, evidencia-se ter a Lei dito menos do que pretendia, referindo-se imdequadamente ao compromisso, quando 0 comreto seria convengio: ¢ assim, kia-se desde jA mo § 4.° em exame “com excegio & convencio arbitral, o juiz conheceta de oficio da matéria enumerada neste artigo”, até porque, note-se, sequer foi emumerado o compromisso nos incisos do art. 301 do CPC, ‘mas apenas a convengio de arbitragem (inciso IX), ‘Com estas consideragdes, s6 resta apluudir a iniciativa da Comissdo de Juristas em. fazer constar do Projeto do Cédigo de Processo Civil, na redagdo aprovada no Senado Federal € enviada & Carmmra dos Deputados em dezembro de 2010, a restrigtio a0 eM respeito, of nosso “Curso de Arbitragem” citado, Capitulo 06 —Convengao Arbitral conhecimento de oficio da exibténcia de convenao arbitral, nos termos do parigraf 4° do artigo 338 proposto: assim: “Art, 338. .. § 4° Excetuada a comvencdo arbitral ¢ a incompeténcia relativa, o jut conhecerts de offcio das matérias enumeradas neste artigo”. (b) Competéneia para o pedido de cumprimento de sentenga ‘Também positiva, ¢ em prestigio a dinimita da arbitragem a alteragao proposta pe Comissio de Juristas a respeito da competincia originiria para se requerer 0 cumprimento de sentenga. A sentenga arbitral, € considcrada titulo executive judicial no atual ¢ no diteito projetado, © seu cumprimento forgado quando necessério, se exige perante o Poder Judiciirib, pois, comp antes reférido, ausente mma arbitragem a coertio © a forca executiva, Na busca da eftivagto da sentenca, 0 Cédigo atual permite certa fiexibilidede quanto 4 definicdo da competéncia judicial apenas em se tratando de sentenga judicial civel mcional. O projeto, acertadamente, amplia 0 beneficip também ao cumprimento Ga sentenga arbitral, como pela redagao proposta no parigrafo tinico do artigo 503 roposto: vejamps: “rr. 503. O cumprimento da sentenca efetuar-sexé perante: I- os tribunais, nas causas de sua competéncia origindria; Io juizo que processou a causa no primeiro grau de jurisdigdo; II - o juizo civel competente, quando se tratar de sentenga penal condenatéria, de sentenca arbitral ou de sentenga estrangeira. Parigrafo tinico. No caso das incisos Ie Il 0 autor poderd optar pelo juizo do atual ‘Merecem registro as observagtes de José Antonio, Sérgio e André: “Em outa opertunidade ‘munif'stamos opinigo no sentido de que “nem a ckiusula compromisséria ¢ nem o compronnisso arbitral podem ser conheciios pelo juk, independentemente de akgagdo da parte interessada, ou seja, & nesessiria a provocigao, tal como previsto tambem na Convengao da Nova Torque © na Lei Modelo Unciral.O substitutive optou por essa tilts soluyio, o que ficou expressono § 4° do art. 327, segundo fo qual, ‘executa a coavengio arbitral ea incompeténcia rete, o juiz conhecert de oficio das ratérias emmmeradas neste artizo'. A intengio do kgilador fice ainda mis clara na propria Exposigao de “Motives, em que a comissto de jurists registra que, ‘nos momentos adequados, utifzcu-se a expressto convensio de arbtragem que abrange a cliusula arbitral eo compromisso arbitral, imprimindo-se, assim, mesmo regime juridico a ambos os fendmenos’. Nao se pode dizer que a modifkasio das exressdes, o texto em viger para o pxojetade, alo teuha sido intencional. Assia, conchuise que, a partis da entrada em vigor do novo Codigo de Processo Civil, com a redagio tal como aprovada no Seuado Federal, a convengio de stbitagem definitixemente seré clssificads como exceeio processusl, sem espago pera mriores divergéncias doutrnérias e jurisprudenciis,raxo pelt qual nem a ckiusula compromisGria, nem © compromisso arbitval poderao ser conhecidos de oficio”. (FICHTNER. José Antonin, MANNHEIMER. ‘Sérgio Nelsco, ¢ MONTEIRO, André Luis. Repercussdes do Anieprojeto e do Substitutivo ao Projeto do [Novo Cédigo de Processo Civit na arbaragem, c¥adc). domicitio do executado, pelo juizo do local onde se encontram os bens sujeitos d execugdio ou onde deve ser executada a obrigagdo de fazer ou de no fazer, casos em que aremessa dos autos do processo serd solictiada ao juizo de origem”. Ou seja, de forma salutar se permitiré, 0 que hoje € vedado, executar a sentenra arbitral onde se encontram os bens ou no eal onde deve ser cumprida a obtigacdo de ‘fazer ou de nfo fizer, além da opedo pelo domicilio do executado. Comentarios 4s modificagoes introduzidas por emendas acolhidas no Senado Federal O contetido das propostas acirm analisadas, jé constava do anteprojeto apresentado pela Comissio de Juristas 20 Senado Federal Porém nesta Casa, foram apresentadas diversas emendas com o objetivo de aprimorar o Projeto origina Neste ambiente, tivemos a oportunidade de liderar 0 Grupo de Pesquisa em Arbitragem — GPA, recentemente criado no programa de pés-graduacio da PUC-SP *, cujo primeito projeto foi desenvolver estudos em conjunto com a Comissio de Arbitragem da OAB-RI, e apresentar proposta de aperféigoamento ao Projeto de novo Codigo de Processo Civil Das emendas propostas, trés delas foram acolhidas no rekt6rio final do Senado Federal, aprovadas para serem incorporadas ao texto original como substitutivo. E dag nosso apoip a estas regras, que de resto encontraram acolhida pela commnidade juridica em geral, e agora so submetidas a Camara dos Deputados, na expectativa de serem preservadas. ‘Vejamos 0 quanto comsta a respeito a respeito: (a)Da preservagio de recurso em fice da decisto que aprecia a excesdo de * 0 cnupo de Pesquka em Arbitragem GPA é fiderado pr ete Attor¢ coordenado pelos mestrandas Valeria Calindez ¢ Andié Luis Manteto. AEm do Héet ¢ dos doi coordenadotes,patsipaam dese prime projto de pesquisa os acadénices Danie Bustasky (seortr), Antoni Catlos Nechif Core Fillo, Flivi Gomes, Gledson Marques de Campos, Jia Schledom ée Camargo, Julime Cristina Gardena, Maithe Lopez, Pricila Cangpuro, Renata Paccoh Mesqida, Shirky Grail Thai Matllo Goxdeo « Welder Quetez dos Santos * Cuja representagto e partitipacio couberam ac Dr. Joaquim de Paiva Muniz, ao Dr. Leonardo Cotréa e sor. Ronallo Cran. comvengio arbitral Comp referido acima, a existéncia de convengao arbitral (cléusula ou compromisso). € materia a ser apresentada em preliminar de contestago, Seu acoThimento extingue 0 rocesso semresolugdo de mérito, a desafiar o recurso de apelagao. De outra parte, porém: a rejeipdo da argitigo leva ao prosseguimento do processo, e, no regitne atval, babifita 0 réu a interpor recurso de Agravo de Instrumerto. No modelo projetado, como regra mio caberé mais recurso de decisdes interlocutérias. Bem intencionada a proposta, na expectativa de reduzit a duragio do processo, poupado de incidentes em seu curso, e aliviar nossos Tribunais do excessivo tniimero de recursos pendentes. E sib foia Comissao em sugerir, a0 Indo desta restricao ao recurso, « possibilidade de revisto das decises em grau superior na maior amplitude da apelagio. Ou seja, preserva-se as partes 0 direito de rever as decisdes, porém em momento posterior, ¢ 10 no instante em que fram proferidas. ‘Veja-se comp constava no texto orieinal: Art, 923. Da sentenga cabe apelacao. Parigraff nico. As questOes resoWidas m fise ‘cognitiva rio ficam cobertas pela prechsao ¢ devem ser susciadas em preliminar de apelagdo, evenualmente interposta contra a decisao fiual Art, 929. Cabe agravo de instrumento contra as decisOes interlocurias: I~ que ‘versarem sobre tutelas de urgéncia ouda eviléneia: Il — que versarem sobre 0 mério da causa; 111 — proferidas na fise de cunprimento de sentenga ou no processo de execuxao: IV — em atros casos expressamente refridos neste Codigo ou na lei Pardgrafo tnico. AS questdes resolvidas por outras decisdes ‘nterlocut6rias profridas antes da sentenga iio ficam acobertadas pela preclusto, podendo ser impugnadas pela parte, em preliminar, nas razbes ou contrarrazoes de ape hao. Porém, totalmente improprio, pe maturem da decistio, aguardarse 0 desenvolvimento de todo © processo para s6 ento, apis a sentenga, devolver-se ao Tribunal a revisto da decisao a respeito da alegagao de cxisténcia de convengao arbitral Aliés, causaria uma simagio imusitada, pois até a sentenga, todos os atos ¢ ampla instrugdo jase terdo realizados, ¢ assim, seria um total desperdivio as partes, ¢ a propria adminitracdo da justiga, abandonar o quanto ja praticado de intensa atividade judicial em tempo e energia, para resgatar a jurisdizto arbitral eeita pelas partes. s prejuizns seriam evitentes, a0 ponto até de se questionar se melhor no seria tornar prechsa a matéria, principalmente cm Estados, como Sio Pau, em que 0 resultado do julgamento de um processo, considerado o primeiro grau eo Tribunal pode tranquilamente chegar a 10 (de2) anos. Imagine-se a incémoda situago de reincio do litiaio agora na arbitrage, depois de anos e de toda atividade jé desenvotvida, conhecendo-se as teses juriicas das partes, provas e até tendéncia de um magistrado. Dai porque, em respeito 4 convengdo arbitral, conférindo & sua alegagao a merecida rekvancia pelo significado do proprio instituto, que afista a jurisdigdo estatal, o Grupo de Pesquisa em Arbitragem — GPA citado em conjunto com a Comissio de Arbitragem da OAB-RI apresentou emenda de aperfeigoamento desta matéria para ineluir no Projcto de Cédigo de Processo Civil, como causa especifica de cabimento de Agravo de Instrumento a decisao que rejeitar a argnipao de existéncia de convencao arbitral, E assim, 0 texto aprovado pelo Senado Federal ficou assim redigilo: “rt, 969. Cabe agravo de instrumento contra as decisdes interlocutérias que versarem sobre: Ill rejeigdo da alegagtio de convengiio de arbitragem Esta, sem diwida, ¢ a melhor solugao'”. (b) Cooperagiio do Poder Judiciério — A carta arbitrat"” A convivéncia entre a jurisdigdo estatal ¢ a arbitral sempre fbi e continmaré sendo fimdamental ao desenvolvimento da arbitragem Esse regime de cooperagio ou apoio aparece sob diversas formes, comp ja reffrido, desde a apdo para imstituao da arbitragem através de compromisso arbitral (em razao de cliusula compromisséria vazia — art. 7.° da Lei 9307/1996), até 0 processo de invalidagdo de sentenca arbitral (interferéncin de controk € supervisio, mio de apoio a arbitragem), pasando pela ‘indicagdio de drbtro substinuto, homologagiio de sentenga arbitral estrangeira, execugdo da sentenga arbitral, ¢ pela cooperacto do Poder Judiciério ao desenvolvimento da arbitragem. Assim, juizo estatal pode atar antes, no curso ou depois do juan arbitral. FE desta © C£ a respeite, Jose Antonio, Sérgio e Ancké: “Nao sera necessério, talcomo estava grevisto no texto antes da revisio, aguardar todo 0 desenrolar do processo jud:ial para ver reapreciada a questio da convengio de arbiragen o que € una rmxdanca bastante salar para fis de fizer \aber 0 efito negative a convengio de arbitragem, fimdamental 20 instnato.” (FICHTNER, José Antonio, MANNHEIMER, ‘Sérgio Nelsco, e MONTEIRO, André Luis. Repercussdes do Anteprojeto edo Substitutivo ao Projeto do [Novo Cédigo de Processo Civit na arbaragem, c¥adc). 10 cooperayo durante 0 proced imento que agora se ocupa: O art. 22 da Lei de Arbitragem estabelce duas providéncias de coliboragiio do Judiciirio a0 juizo arbitral em exercicio: para condugio coercitiva de testemanha renitente (§ 2.9) ¢ para efttivagio de medidas coercitivas e cautelares (§ 4.%) Mesmo omibsa a ki, advirta-se que outras providéncias, embora raras, podem ser soliciiadas por um ao outro, comp aquelas meramente informativas ou de expediente para prética de atos com determinado fim, a um certo ¢ identificado magistrado, Sistematizadas as opgdes de interago do ébitro com o juiz togado no desenvolvimento da arbitragem, a questio maior refére-se & fhita de previbio a respeito de como seri feta a commicago entre os juss. E considerando o paralelo de jurisdicoes, deve-se aproveitar, no que couber, 0 quanto se tem a respeito de comunicardo entre ufos estatais, pois, da mesma forma, quando diversa a competéneia territorial ou fluncional (inclusive em relagdo & matéria federal ou estadual, cfvel ou penal etc.), bi intercimbio entre magistrados para aterder aos jurisdic ionados na plea realizagao da tuteh pretendida.” A forma como se fiz a cooperagio entre 0 juizo arbitral ¢ 0 juizo estatal dependera Go contetido da solicitaga0: informagées, providéncins diretas a serem promovidas pelo juizo destinatirio, ou pritica de atos processuais sob a jurisdicto do magistrado. E tudo, repita-se, por sugestio de procedimento, diante do vazio normativo, Para informagdes, bastard, em nosso sentir, um oficio'’ do arbitro, ou do presidente do tribunal arbitral, encaminhado ao magistrado ou relator do processo (recurso ou agao oriziniris em segundo grau). Por meio dele. por exemplo, pode-se requerer informacdes sobre 0 contetilo ou andamento do processo, ¢ eventuais decisdes nee contidas (como a respeito de: mamutengio ou reforma de fiminar cuja competéncia seja do jutzo estatal: efetivagio ou nio de depésito como garantia de liminar deférida ma justica estatal; parte substancial deste item é rettado de nosso “Curso de Arbitragem’ citado, Capito 109, tem 10.4 CCooperagao do Poder Judiciari, © Ocorre que, mesmo entre estes, hi ceitaindefinigio, inchisive na exegese da sistemnticagio proposta pele Codigo de Processo Civil (at, 200 e ss), de tal rma que, em geral,sdo expedidos oftios, quindo se espera unm providencia do proprio magstrado destimatirio, em i bastante, sem envolver qualjuer outro akm de seu respectivo cartorio (informativa ou de expediente), e carta, quando se requegam providéncias @ serem adotadas s0b « jurisdigio do destinstrio, Na primeita situa, 0 juizo pratica 0 sto, ‘a S-gtnda, condw a pritica de atos para a eftivagto das providéneis solitadas, Assim definido no D icionirio Houaiss: “conmmicagdo adotada no servigo pico entre autoridades da ‘mesum categoris, ou de autoridades particulares, ou de infriores a supetiowes hierérquivos, caracterzada por obedecer a certa formula cpistobr € pelo formato do pape! (formato offcio)”. n andamento da agi discutindo questio prejudicial rebttiva a dite#o indisponivel; cumprimento de media coercitiva ou cautelar solicitada em procedimento proprio). Também por mei dek devem ser prestadas informagdes pel juizo arbitral (vg, infdrmando a instinticao da arbitragem, avocando a respectiva jurisdicao, se for 0 caso, sobre medidas cautelares, commicando a revogacao desta para evennusis providéncias, cou atendendo a solicitagdes ¢ apresentando documentos em resposta a requerimentos Abitos por esta aque). ‘Também para a pritica de determinado ato pel proprd magitrado (ou seu respectivo cartério), pode-se utilizar de oficio simples. Assim, para soTicitar a liberago (expedigao de guia de evantamento ou alvara) relativamente a deposito no proprio jutzo feito comp garartia exigita para liminar antes defériia em cautelar antecedente (j4 solncionado, por exemph, o conflito por sentenca arbitral cumprida espontaneamente) ou mesmo para Ievantamento da constrigdo determtinada (quando necessiria a intervengao judicin de quem estabeleceu a medida). En qualquer destas situagdes, hii um destinatério certo: 0 juizo desta ou daqueh ‘vara ou tribunal. E raras sio as hipoteses de necessitate de providéneias, como antes reférito, pois cm geral a parte inferessada tem condigdes de promover dirctamente a iligtneia; mas se fz a observagio para anotar que a cooperagdo entre os juuizos vai além do condo nos §§ 2.°e 4.°emexame. Para outras providéncias a serem solivitadas ao juizo estatal, cujo atendimento, porém, dependerd de livre distribnicao para identificacao de quem ser o magistrado com autoridade para supervisionar a pritica do ato, entende-se adequada a utilizacao de “carta” a exemplb do que se fiz com “carta precatéria’” E neste modelo se inchem as proviéncias previstes mo referiflo art. 22: medida coereitiva probatéria (§ 2.9), ¢ outras medidas cautelres ou coercitivas decorrentes de tuteh de urgéneia ou antecipada deftridas no juizo arbitral (§ 4). Especificamente com relagdo & condusdo coereitiva da testenmnha renitente, anote- se a sti viabilidade apenas se audiéne’a arbitral ocomer no local onde reside a pessoa, ois, de um lado, nfo se pratica diligéne is judicial em outra comarca, ¢ de outro, nao se pode obrigar alguém ao deslocamento diverso de sua moradin. or sua vez, a solicitagio de apoio para as outras medidas, de natureza acautelatoria, antecipada ou coercitiva, também por meio de “carta”, deve especificar qual a providénein a ser adotada, E assim, aos cuitiados do juiz estatal, ser determinado 0 seu cumprimento para, por exempb, arrohmento, bloqueio, comstrigdo, busca apreensio, entre ga ou transféréncia de bens (¢ mercadorias). Em todas as hipoteses acima — carta ou oficio -, deve-se demonstrar a kegitimidade da solicitagao, comprovando-se, desta forma, a existéncia de convengdo arbitral, a instintipao da arbinragem e a decisio pertinente & proviténe b. A seu tumo, cabe 20 Indiciério, no exercicio de seu poder de império, promover, direta ou sob sna autoritiade, o cumprimento das providéncias solicitadas. Sua positio, neste momento, € de cooperagdo com o juizo arbitral. Significa dizer que o juizo estatal, em regra, 1fio reexamine, aprecia ou avalia 0 conteitdo da decisto arbitral, mas apenas concede- Ihe efftividade. Assim, por exemplo, a pertingncia da oitiva da testenminha ou as raaes de sua Tecusa a0 comparecimento em. juin arbitral sA0 questées estranhias a0 conhecimento do migistrado, Da mesma forma, se mais adequada esta ou aquelt medida cautelar, e mesmo o mérito da tute em questo (como preenchimento de seus requibitos etc.), to igualnente alheios ao objeto de aprecingto pelo juiz togado. ‘A. jurisdigao, entdo, € partifhada, € nto compartithada, Sto fimgoes compkmentares, ¢ no concorrentes.'* A um juizo caberi a decisio; a0 outro, a efttivacio do decidido. Tudo sem hierarquia on subordinacao, pois sto tarefhis distintas Gecorrentes dos podieres ¢ atribnigdes de cada qualino nosso sistema jurico. ‘Nesta convivéncia, pertinentes sto as observagdes de Pedro Batista Martins quanto & necessidade de auegragdo das duas justicas, na tutela do direito do jurisdicionado; sendo que esta relagdo deve set frutifera, “com os othos voliados para a realizacto da cat 15 justiga’ Advirta-se, porém, ser dado ao magistrado recusar o cumprimento de medidas manifestamente iegais, teratoWeicas, contrérias & ortem piiblica, ou sem a minima Gemonstragdo de sua Iegitimidade. Contudo, esta prerrogativa nio € privi gio do apoio 20 juia arbitral, mostrando-se pertinente também na inferagio entre juiaos estatais * tagns, Pedro Bate. Da auéacia de poderescoectives ¢cutelaes do bia cit. p.370. “Idem p. 361. 13 (wg., art. 209 do CPC).1° Diversamente do quanto sustentam alguns, deftnsores da informalitade compkta, entendemos conveniente que sejam estabelecidas regras no sistema processual civil para esta cooperacio pelo Poder Judiciirio aos drbitros. Participando desta cooperagdo a autoridade estatal, evidentemente sujeitam-se as providéne ins ao principio da legalidade das formas. O ideal, assim, é a regumentacio, preffrencialmerte flexivel, eviando bburocracias desnecessirias E assim se diz por diversos motivos: uniformidade do procedimento em juizo estatal ©, commas provitdéncias sto processuais no Judiciirio, esta razio temrelevancia tal qual toda norm relativa a proceso civil em gerak seguranga na pritica dos atos em fiver das partes na efetivagto da tutela jurisdicional, evitando-se que venham a ser exigidas dos atores da arbitragem (partes ¢ arbitros) forms, protocobs, providéncias ou documentos diversos, ac iuviabilizando a realizaro, oportuno tempore, da medida; ainda, confre-se seguranga a0 proprio juizo estatal, para se preservar de medidas cuja autentic lade ou egitimidade scjam duvidosas, sem affontar a autoridade arbitral, “p pessoal do magistrado, congestionando ou mesmo Mas, como a commicagio & destinada exatamente & pritica de atos processuais no jufa> estatal (e no no arbitral), muito pertinente, comp para qualquer outro ato desta natureza, 0 seu regramento, principalmente no momento em que se comsolida a utilizardo da arbitragem para diversas questdes, de maior ou menor complexidade, Dai porque nosso apoio a iniciativa do Grupo de Pesquisa em Arbitragem — GPA citado conjunta com a Comibsio de Arbitrage, para a criagdo do que nomeamos de “carta arbitral”, acolhila em parte no relat6rio final aprovado no Senado Federal para assim constar na Parte Geral — Titulo III Da Competéncia Interna: ‘Capintlo II - DA COOPERACAO NACIONAL Art. 69. Os pedidos de cooperacao jurisditional devem ser prontamente atendidos, Jndem de forma especifica e podemser executados como: 1—auxilio dieto: TI reumito ou apensamento de processo: TIT —prestagao de informagdes; TV —atos consertados entre os jutizes cooperantes. § L° As cartas de ordem, precatéria ¢ arbiral seguirio 0 regime previsto neste “Art, 209. O ju reewsard cumprimento a carta precatéria, devolvendo-a com despacho motivado: I ~ quando nto esiiver revestita dos requisites legai: II ~ quando carecer de competénein em razio da ‘matéria ou da hierarquia I~ quando tiver dvida acerca de sua autenticiade.” u Cédigo. § 28. A carta arbitral atenderd, no que couber, aos requisitos da citagdo por mandado e seré instiruida [leia-se instruida] com a convencdo de arbitragem, com a prova da nomeagéio do drbitro e com a prova da aceitagdo da fungdo pelo drbiro."” (Grifos nossos) Capito IV - DAS COMUNICAGOES DOS ATOS, Secao I - Disposigaes gerais Art. 206, Sera expediiia carta: 1— de orem para que juiz de grau inferior pratique ato relativo a processo em curso em tribunal: Tl — rogatéria, para que autoridade judiciérin estrangeira pratique afo relative a pprocesso em curso perante Ogio da jurisdigo nacional, TIT — precatéria, para que érgio jurisdicional nacional pratique ou determine 0 cumprimento, na 4rea de sua competéneia territorial, de ato requibitado por juiz de competéncia territorial diversa; IV — arbitral, para que 0 drgéo jurisdicional nacional pratique ou determine o cumprimento, na drea de sua compeiéneia territorial, de ato solicitado por dvbitro.” (qrifbs nossos) Ti merecendo prestigio de especiatistas, a sugestio fbi assin analisada pelo prof Donakio Armelin: “Novitade que vem ao encontro dos Kgitimos interesses dos abitraristas. Institui-se, com ela, um veiculo de commmicaco entre os érgios da jurisdigao estatal e da arbitral, impkmentando uma heuna existente a respeito™.'* Este regramento, cuja subsisténcia se espera na Camara dos Deputados, iri confirit procedimento especifico para o cumprimento das providéne is de apoio previstas no art. 22 da Lei de Arbitragem, permanecendo quanto as dems formas de cooperacao e convivéncia entre os juiaos 0 quanto inc almente se disse, Cria-se, como visto. uma estrutura formal para _a_comumicacao. ¢ desta forma facilita o entrosamento entre ambas as jurisdiedes, na media em que uma saber comp solicitar ¢ outra como receber as solicitagdes, evitando desencontro de posigdes a respeito, nocivas, certamente, 4 efetividade pretendida na tute dos interesses da parte, © 4 groposta encaminhada origitaknente teve a seguinte redagio: “Art. 54. Os pedidos de coopera _juebdicimal devem ser prontamente atendidos, prescindem de fara especifica e podem ser executados ‘como: | - ausilia dteto; I~ reunido ou apensameuto de processo; Ll ~ prestaglo de informagdes; IV — ates concertades entre os juzes cooperantes, § 1.° As cartas de order € precataras seguio o cegime previsto neste Codigo. § 2° A carta arbitral seguira o regime previto neste Codigo, stenderé no que couber, aos requisilos do art. 216 e seré instrutla com 2 convencio de arbitmgem, com a prova da snomeacdo do arbitro e com a prova da aceitacio da fingo pelo érbitro”, Relevante notar a inchisio de acto por mandado no cumprimento ds carta pela versio aprovads pelo Senado Federal ® aRNELIN, Donalio, Arbitragcm ¢ 0 novo Céxigo de Processo Civil, 2428 28/131. Is E fiandamental que se estabelega esse mecanismo formal, de mancira a superar entraves burocréiticos rotineiros, como a alegacao as vezes manifestada pelos setores de distribuicdo dos tibumais estatais de que aguek tipo de solicitardo— ita peb arbitro a0 Inportante também que se estabeleca esse mecanismo em norma federal, evitando-se, assim, a regulamentaco por cada tribunal em cada um dos Estados, 0 que certamente evarin a diversidade de tratamentos e, mio raro, @ estipulagto de exigéncias Gesproporcionais para o recebimento do pedido de solicitas2o. © que se espera, a partir da promilgaciio do Novo Cédigo de Proceso Civil, caso a redagio aprovada no Senado Federal veniha a prevakeer, & que a doutrina, imbutiia exchisivamente no sentimento de coltborar com 0 desenvolvimento da arbitragem, estude ¢ explique as mances para a melhor aplicagao dos mencionados dispositivos pelo Poder Judiciirio. No fimdo, aprovado o texto projetado, o que deve nortear a doutrina & a intencao de colaborar para o desenvolvimento da arbitragem'*. (©) 4 confidencialidade na arbitragem ‘Como ja escrevemos”, 0 sigilo no procedimento é uma das mis atraentes caracteristicas da arbitragem, pois através dele, preservam-se a imagem das partes, intimilades de seus mgdcios, know-how, segredo industrial, dentre outras informacdes rekvantes de cariter estratégico ou comercia decorrentes da atividade empresarial Porém, convém deixar claro que o sigilo no procedimento nio esté previsto em ki, Comm, sim, constar expressamente a confiferc: entidades arbitrais.”' mas esta reserva repete-se, io € decorrente de imposigso normativa, Assim, querendo as partes sigilo no procedimento, devem eleger instiuigao cujo * 4 respeito, confra-se José Antonio, Sérgio e André: “Em nossa vist, a criagto desse instumento de commicacio entre arbittos e juizes togados ficiltaré tastante o cumprimento de decisies tomadas no limbo da arbitragem, reforgando o relevante regime de coopersglo existente entre os julgadores, cujo objetivo @ conn: aplicar © dei, solueimar a contovérsia ¢ pacificar a sociedade com justiga. .. Recomendase, ainda, que instiuigies arbitais de maioe pate trabellem em conjunto com 0 Podet Jodicuirio ma impkmentaczo desse importante mecanisme.” (FICHTNER, José Antenio, MANNHEIMER, Sergio Nelson, e MONTEIRO, André Lub. Repercussoes do Anteprojeto © do ‘Substituaiva ao Projeta do Nova Cédigo de Prave:so Civil na arbitragem, cide) ® Ce, a respeto, nosso “Curso de Arbitragem” citado, Capitulo 9, #em9.4.3 - A confidenchlidade na sybitragem. = CE, a respeito dentre outras, CCBC, Caesp, TMCA-CS4-OAB-SP, 16 regulamento contenha esta previsio, ou estabekcer a restrigio & publicidad na convensao arbitral (cHusuk ou compromisso).. ‘Comvém lembrar que, mesmo ausente a previbio de confidencialiade, hi disposigo ‘egal expressa impondo a discri;do do drbitro (art. 13, § 6.°, da Lei 9.307/1996).. Por outto lado, cresce no Brasil.a utilizagio do juizo arbitral envohendo entidades iiblicas, nos quais, a0 contririo das relagdes privadas, a confidenciafidade é, no minimo, indesejada”? pela esperada transparéncia dos atos para controle natural da gestio dos interesses ptiblicos. Neste sentido, mais saudivel ser afistar-se do sigilo nestes contflitos, mantendo apenas a obrigatoriedade da discriglo do érbitro. Sobre o tratamento da confidencialidade quando levada a arbitragem ao jufzo estatal, em ambiente de reforma do Cédigo de Processo Civil fizemos proposta de apertizoamento do projeto original na forma acima referida, acothida em parte no rehtorio final aprovado no Senado Federal para assim constar: “AML. 164. Os alos processuais sto pblicos. Correm, todavia, em segredo de justiga fs processos: I — em que 0 exigir o interesse piblico; If ~ que dizem respeito a casamento, separagtio de compos, divorcio, uniio estivel,filiagdo, alimentos e guarda de criangas ¢ adolescentes; II — em que constem dados protegidos pelo direito constimeional a intimidade; IV — que dizemt respeito ao cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante 0 Juizo.” (gris vossos). A respeito j se posicionon Donaldo Amelin, assim escrevertlo: “Essa sugestio 6 pertinente ¢ adimple uma das caracteristicas basicas da arbitragem, que é a de manter © sigilo a respeito da matéria objeto de sua atuagito, 0 que seria esgarcado se escancarado na carta arbitral o objeto da arbitragem’”™. Note-se, pela nova regra, que esta preseivada a publicidade do processo envolvendo © poder piiblico quando tiver sido parte no juizo arbitral, pois nestes casos a confidencialidade ja {i affstada na propria arbitragem e, assim, fitaré requisito necessirin para se requerer o segredo de justiza no processo judicial © para mio se filar até em necessiria publitidade dos atos envolvendo o poder piblico, confirme as kounstincias. ® ARNELIN, Donaio, Arbiragem ¢ o novo Césligode Processo Civil, R4RB28/131;

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