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Capitulo I A GEOGRAFIA COMO CIENCIA DA SOCIEDADE E DA NATUREZA _A Geografia como ciéncia da sociedade e da natureza O conhecimento cientifico é profiundamente dindmico e I a evolui sob a influéncia das transformagdes econdmicas € de \ Geegrafia conte suas repercuss6es sobre a formulagdao do pensamento cien- || Paulo: Adas, 19 tffico. Assim, 0 objeto e os objetivos de uma ciéncia séo relativos, diversificando-se no espaco e no tempo, conforme | a estruturacdo das formagées econémicas e sociais. a | é Manuel Correia de Andrade Para que uma civilizagdo cientifica seja uma boa civili- | zagao, é preciso que 0 aumento do conhecimento humano | A perpectiva cientifiew §) seja acompanhado por um aumento de sabedoria, termo este ‘Pauls Cia. Edivora Nac que estd sendo empregado no sentido de uma concep¢do ee ny Jjusta dos fins da vida, isto é, algo que a ciéncia néo propor- ciona por si mesma. | Bertrand Russel | A Geografia, como ciéncia da sociedade e da natureza, constitui um ramo do conhecimento necessdrio a formagao inicial econtinuada dos professores| que t que tém ou terdo sob sua responsabilidade classes das séries iniciais de alfabetizagao, assim como dos professores das séries mais adiantadas que trabi pamordisciplina ¢ escolar. Como (ciénci 4 o/espaco produzido ae humanas} considerando- -0 como resultado do) rounder ngos movimento de uma sociedade em suas contradigdes e © oo / nas relacoes estabelecidas entre os grupos sociais e a\ i natureza em diversos tempos 0s historicos. \ onde 08 Fevy oO} \ 7 oun a } tolidods CF. CLAVAL, Paul. Histoire dela Géographie. In: BAILLY, Antoine S. Les concepts de la Gographie humaine. Patis: Masson, 1991. p. 33-42, BAILY, Antoine S,; POCOCK, Douglas D. Lhumanisme en Géographie, In: BATLLY, Antoine S. Ler concepts de la Géographie humaine. Pasis: Masson, 1991. p. 161-167, 38 a A Geografia, como scl BIN ICoLeY oferece sua contribuigao para que alunos e professores enriquecam suas representa¢6es sociais e seu conhecimento sobre as miiltiplas dimensoes da realidade social, natural e his- térica, entendendo melhor 0 mundo em seu Pptocesso ininterrupto_de transformagao, o momento atual da chamada mundializagao da economia. As no Brasil, resultam das desde aquelas influenciadas pela escola de Vidal de La’ Blache até as contemporaneas. Alguns pesquisadores orientam-se tedrica e metodologicamente com maior | énfase por correntes do heopositivismo} outros, por correntes humanisticas ¢ psicoldgicas da geografia da percep¢ao_e pela fenomenologia; outros, ainda, pelo materialismo histérico_¢ dialético. é (A identificago dos Pressupostos dessas correntes | permite aclarar a atuagio das correspondentes acoes ‘ educativas no desenvolvimento da espacialidade/ nos | professores e alunos, considerando a multiplicidade de | concepgGes acerca da Geografia e de seu ensino. Este livro pretende analisar algumas abordagens possiveis no ambito do ensino e aprendizagem da Geografia em contextos socioculturais diferenciados. Contetido e método, embora distintos, nao exis- tem um sem o outro em educagao. Decidir por um) método passivo ou por outro interativo e participati vo decerto incide de modo diferente no desenvolvi-) mento do pensamento e do raciocinio do aluno e em| sua formagao social, levando-o a diresées também diferentes. A discusséo com 0 professor em formacao a sobre a consisténcia e a coerén- edrico-metodolégica é fundamental para trabalhar com a educagéo geogréfica dos alunos ~ 9 do conhecimento geografico, « ias correntes de pensamento, llinguagens ¢ disseminadas na sociedade pouco penetraram em aula, © debate sobre seus limites ¢ possibilidades cist Ser realizado com certa urgéncia, para que os fessores possam utilizd-las hee criticamente como o item fundamental de um programa sobre o desenvolvimento da nogao espacial e da espacialidade dos fendmenos, necessita ser considerada na forma docente da educago infantil aos ciclos basicos. A ana- line das imagens fotogréficas frontais, obliquas, aéreas € de satélites permite a leitura espacial de uma escala local & mundial. 4 Na formagao de professores ¢ alunos, é essencial_o dom{nio da leitura do espago_por meio de observagao espontinea ¢ dirigida, da entrevistas, da produgio ey registros ¢ da pesquisa em variadas fontes, nas realidades locais concretas do bairro ou de cidades. ‘Tais procedi- mentos constituem pontos de_partida e_chegada, nos quais se constroem os parametros reais para a compreen- | silo de espagos locais ¢ de regides bem is distantes. 1 1. A producao cientifica da Geografia Houve, nos tiltimos.3 mil anos, extraordindrio acti- mulo de conhecimentos geograficos, de origem empirica ou. cientifica, que se desenvolveram desde as primeiras ‘cartas e descrigées produzidas na China, No entan- to, 0 conhecimento geografico foi significativamente ampliado com as grandes descobertas maritimas, ¢ a i priitica de sala de aula. A. cartogratid como repre-\7 ‘sentagio ¢ linguagem, e nao como disciplina escolar ou Jee ( A GHOGHATIA COMO CIENCIA F DIKIPIINA IREOLAR ¥ re A GHOGHANIS COMO CHTINCIA DA SOCIEDADE EDA NATUREZA } bartio Friedrich Heinrich Alexander von Humboldc 69-1859) foi considerado, por sua obra, o pai da walls, Importance vigjante itn estudava a influéncia los fitores naturais sobre a Vida das sociedades vivas: (als, animais ou humanas. Avjus viagens pelo mundo: | Fluropa, Asia e América, | tolhendo informagies leieoroldgicas, geoldgicas, jnyfieas, identificando ¢ Wnido espécies da fauna e da flora. hlit dizia ser prefe 0 dos fitos anteriormente juvados ao conhecimento | fitos isolados, ainda que H¥o8, Dentre outras obras i dlestacam-se Quadros da natureza e Cosmos. rel a - 7 institucionalizagao da Geografia, no chamado mundo comportaria um conjunto de elementos, entre os quais 1 we ie ocidental, somente ocorreu com as expedicdes cien- o homem seria o principal. A Geografia, para ele, era 0 Qe tificas pela Africa, América e Asia sob o respaldo das ‘ estuclo de lugares. Realizou estudos comparativos entre associagoes _geograficas ¢ das academias europeias, : regides diferenciadas, procurando explicar as formas que sistematizaram as informacoes coletadas pelos_ de ocupagao do territério, e escreveu A organizagao do espaco na superficie do globo e sua fungao no desen- volvimento histérico. A proposta de Ritter é antro- L mas ainda se pocéntrica, valorizando a relagao homem-—natureza defrontava com dois problemas: o primeiro dizia res- (Moraes,1987, p. 49). peito & sua ligagao coma Histériafda qual era servido- ta — ou seja, cumprindo 0 papel de apenas fundamen- capitalista_em_plena_expansio_e_buscava_explicacoes cientistas em suas viagens pelo mundo. A Geografia, no fim do século( XVI) ) reuniu condi- cées para [consti ituir-se_ em cigneie a : tar aspectos ¢ fatos histéricos; 0 segundo problema para as relagdes existentes entre o homem e a natureza, * referia-se as relagSes entre a natureza e o homem. A apontando a diminuigéo da influéncia do meio natural Geogratia da época aceitava a influéncia quase absolu- sobre o homem e demonstrando, até mesmo, preocupa- 1 ta do meio hiofisicd sobre o homem. Mesmo quando cao coma ecblogia, Segundo Marx, o_homem transfor- a Geografia humana se desenvolveu como um corpo mava o meio ambiente em fungio de rdpida acumulagao 4” de conhecimentos sistematizados, essa ideia permane- de capitais, sem levar em conta os danos ecolégicos e ceu. As discussdes sobre esses problemas vao atravessar sociais dessas transformagoes (Andrade, 1981, p. 13). o século XIX e a primeira metade do século XX. Essa reflexéo feita por Marx)a respeito da relacio As publicacées de Alexander von Humboldt (1769- entre homem e natureza pouca in influéncia teve sobre os 1859), conselheiro do rei da Prussia, e Karl Ritter gedgrafos das escolas alema’e francesa no século XIX. (1779-1859), tutor de uma familia de banqueiros, ich_ Ratzel, | antropélogo e gedgrafo alemao, compunham, na época, a base da denominada publicou sua Antropogeografia: fundamentos da aplica- ¢ao da Geografia & Histéria em 1882. Esse livro foi res- ( Oniteas rafia cientificdy constituida no fim do século XIX. - Ra ponsdvel pela propagacao das ideias deterministas, que. Q sasatividades eram importantes para o poder ee € econémico da. Europa e interessavam as clas- | > consideravam a grande influéncia_do_meio natural ©‘ Wp, ses dominantes dos paises europeus;-em—um_perfodo sobre o homem. Para ele, o progresso da humanidade em que estes promoviam a Axpansao colonial) apro- seria obtido com o maior uso dos recursos naturais, priando-se de territérios na Africa € Asia: —“ propondo mesmo que se estreitassem as relagdes do No mesmo perfodo, Karl Ritter, historiador e filé- homem com a natureza. Definia 0 objeto da Geografia<| sofo, professor na Universidade de Berlim, apresentava como ‘a estudo da influéncia que as condigdes naturais } uma obra de cardter metodoldgico em que definia o exercem sobre a humanidade”. J conceito de “sistema natural” como uma area delimita- Ratzel afirmava que o territério constitufa as condi- da que possufa individualidade e na qual cada arranjo goes de trabalho e de existéncia_de_ uma_sociedade; \ GEOGRAFIA COMO CIENCIA E DISCIPLINA ESCOLAR prova de decadéncia de determinada sociedade seria a up» perda de territério, ao passo que o progresso somente 8 ce o- oy a o> NU existiria com a ampliac&o territorial. Sustentava que, na luta pela sobre os mais fracos, como resultado légico da conten- ida, prevaleceriam sempre os mais fortes, da. Essas ideias, profundamente comprometidas com o “nante, na época/tiveram grande patrono a fazer escola e propagé-| -las tanto na Alemanha como nos Estados Unidos (Andrade, 1981, p. 13). capitalismo) da livre empresa e da concorréncia domi- p Esse pensador(reduziu o homem ao nivel animal) sem considerar suas qualidades especificas. “Propés t um método de trabalho semelhante ao das ciéncias da natureza, concebendo o Estado como organismo, pro- tetor e responsdvel pelo territério nacional. Seus segui- dores constitufram a chamada “escola determinista” de Geografia, considerando que “as condigées naturais deter- minam a Histéria” ou, ainda, que “o homem é um produ- to_do meio”. Dessa ideia passou-se facilmente para a) nogao de maior desenvolvimento dos povos brancos, { que viviam em condi¢ées climdticas favordveis, em rela- ( 40 aos povos habitantes dos trépicos, que nao dispu- nham de climas com estag6es do ano bem definidas (Andrade, 1981, p. 13; Quaini, 1979, p. ae . livre concorréncia — pela qual vdrias empresas do mesmo tipo concorrem entre si — para o capitalismo monopolista_e imperialista, em que algumas pov ‘empresas dominam o mercado) estabelecem os precos e se expandem para paises pouco desenvolvidos do ponto de vista industrial, controlando seus mercados consumo, A GtoGRatta COMO CIENCIA DA SOCIEDADE E DA NATUREZA Os geégrafos seguidores de suas idcias preocuparam- -se com problemas como povo} raca, Estado-elo za¢ao dos Estados, constituiram as bases da(Geopoli fluienciaram estudiosos de outras areas do conbié a exemplo de Sodré, que transcreve: hd na Europa uma espécie de equilibrio entre as nagdes do Sul e as do Norte. As primeiras possuem toda espécie de co- modidades para a vida e poucas necessidades; as segundas tém muitas necessidades e poucas comodidades para a vida. SCA umas, a natureza deu muito e a elas sé Ihes pede pouco; ©@ outras, a natureza deu pouco e a elas thes pede muito. 0 equilfbrio se mantém pela pregui¢a que ela deu ds nag6es do sul e pela indtistria e atividade que deu ds do norte (Mon- tesquieu, apud Sodré, 1986, p. 40). E necessario ressaltar que, durante 0 século KIX; 0 | centro de discussao da Geografia, na Europa, concen- trou-se na Alemanha e somente no fim desse mesmo século o pensamento geogréfico francés “encontrou seu espago. As ideias dos mestres alemaes chegaram também ao Brasil, trazidas pelos gedgrafos franceses, mas acresci- das de criticas embasadas na escola criada por Vidal de La Blache e seus discfpulos, Frodicienoh ~ O que ocorria na Franga no momento em que 0 - I encontrou espago para ‘sua _sistematizacao? > ~! La J} ROWCL2OW7 A “A burguesia ress comandara uma transforma- Gio radical na ordem social existente, instaurando o dom{nio das relag6es capitalistas, o que ampliou o espago da ago politica. _A derrora da Franca na Guerra Pranco-Prussiana (1870-71) havia mostrado a classe | Jominante do pafs a necessidade « de pensar o ) espaco| ‘ cografica alema e Paul Vidal de La Blache (1845-1918), nomeado para a Faculdade de Letras de Nancy, coptou por lecionar Geografia. Torou-se vice-direror dessa escola e, em 1877, mestre de conferéncia da Escola Normal Superior. Nos 20 anos em que permaneceu na escola, formou «a maior parte dos facuros mestres da escola francesa de ‘Geografia. De 1898 a 1909, Iccionou Geografia na Sorbonne, sendo eleito membro da Academia de Cigncias Morais ¢ Politicas, e, ‘em 1917, comou-se presidente do Comité de Estudos para as Negociages de Paz. Fundow os Annales de Géographie em 1891. Criow a escola francesa de Geografia, 3 qual se agregaram intimeros discipulos, Estimulou a eriagac de citedras ¢ institutos de Geografia na Franca, De acordo com o pensamento de Vidal de La Blache, 0 >) homem nao se submete as | condigées do meio sem reagir) Assim, rejeitava 0 o decerminismo ambiencalista, falando em possibilidades ambientais. Mais tarde, as ideias desse mestre francés configuraram uma corrente denominada possibilismo, segundo a qual a natuteza oferece as possibilidades ¢ 0 homem as dispoe. Lucien Febvre cita palavras de La ) Blache: “A naturesu prepare 0 sitio € 0 homem 0 organiza, pan ‘permitir responder aos seus desejos es suas necesidades” (1922, p. 414). \ COMO CIENCIA E DISCIPLINA ESCOLAR : A Geografia passou a desenvolver-se com 0 respaldo do Estado francés, sendo introduzida como disciplina em todas as séries do ensino bésico na reforma efetiva- & day na Ti a Terce' ‘a Reptiblica. Foram criadas as cdtedras ¢ 6s institutos de Geografia, 0 que estimulou a formacao de gedgrafos e de professores da disciplina. ‘A andlise geogréfica lablachiana deveria ter 0 seguinte encaminhamento: observagao de campo, indugao a ° partir da paisagem, particularizagao da drea enfocada ‘(tragos histéricos e naturais), comparagio das Areas estudadas e do material levantado e classificagéo das Areas e dos géneros de vida em séries de tipos genéri- cos, devendo chegar, no fim, a uma tipologia. As ideias de Vidal de La Blache e de seus seguidores, hoje deno- minadas por muitos Geografia tradicional, exerceram influéncia sobre a disciplina tal como era desenvolvida nas Universidades de Sao Paulo e do Rio de Janeiro e, aos poucos, expandiram-se para outras universidades (do Pafs. Os principios da escola francesa nortearam as primeiras geragdes de pesquisadores brasileiros e o tra- (balho or dos docentes (Moraes, 1987). No 8rasil)-o idedrio produzido pela escola francesa chegou aos bancos escolares por meio dos Ticenciados, que, de posse do saber cientifico desenvolvido na uni- versidade e com 0 auxilio de livros didaticos, escritos por professores universitdrios, elaboravam suas aulas, produzindo um saber para os diferentes niveis de ensi- no. Cabe destacar o trabalho de Aroldo.de Azevedo, cujos livros foram hegemonicamente adotados nas escolas brasileiras, atravessando gerag6es, entre as déca- das de 50 ¢ 70 do século XX. ( (Assoeiagio de dos Gedgrafos A GEOGRAFIA COMO CIENCIA DA SOCIEDADE E DA NAT 9. ‘ e buscavam compreender 0 espago geografico por io das relacdes do homem com a natureza, passaram r questionadas em varias partes do mundo e, nas il. Os gedgrato teorizagbes €/hovos paradigmas) fundagio da Faculdade de FilosofiaCiéncias ¢ fas da Universidade de Sao Paulo | (FFCLIUSP), a ,e€ De Jepartamento de Geografia, em 19 1946} tev el fundamental no desenvolvimento da_ciénci: oo: no Pais ¢ na formagao de licenciados para ‘| (0 da disciplina. Dogme deat de vista tedrico) é impor- ante registrar a profunds ifhiéncia curopeia sobre 0 “ desenvolvimento dessa ciéncia no Brasil, com destaque para a presenca francesa, justificada pela nacionalidade dos ptimeiros mestres, entre os quais Pierre Monbeig ¢_ ‘ Piette Deffontaines, na FFCL-USP, e Frangois Ruellan, na dade Nacional do Rio de Janeiro. / _Simmultaneamente -criagao da USP, foi fundada a rasileiros (AGB), que teve ¢ tem até hoje ‘Sipnificativa importincia para todos os que, no Brasil, produzem conhecimentg geografico e/ou ensinam Geografia. O nome AGB/exprimia o desejo dos fundadores de que a nova associagio nao tivesse cardter restrito, mas integrasse, em nivel nacio- nal, todos os que desejassem conhecer melhor o Pais. Antes da FECL/USP, nio existia no Brasil o bacha- ” rel ¢ o professor licenciado em Geografia. Existiam pessoas que, egressas de diferentes faculdades ou até mesmo das escolas normais, lecionavam essa discipli- na, assim como outras. Eram professores de Geografia, Re principalmente, advogados, engenheiros, médicos ef seminaristas, —) ‘A. GEOGRAFIA COMO CIENCIA E DISCIPLINA ESCOLAR = A Geografia, no antigo gindsio, até a época da fun- dacao da FFCL/USP, em 1934, nada mais era do que a dos livros didéticos escritos por nao gedgrafos. Esses expressavam geralmente 0 que foi a ciéncia até meados /do século XIX, na Europa: enumeragdo de nomes de \ rios, serras, montanhas, ilhas, cabos, capitais, cidades + principais; is demogrdficos de paises, de cidades etc, A(meméria)era a capacidade principal para o estu- ‘dante sair-se bem nas provas..- Foram importantes para a produgao geografica, até 1934, as pesquisas feitas pela Comissio Geografica e tnmconissa ter’ | Geoldgica do Estado de Sao Paulo, existente desde Jevantamentos detalhados sobre a hidrografia, a igeologia, 0 solo ea ‘yepetagio, com documentitio forografico e ‘cartas topogrificas que acompanhavam os telatdrios ¢ os artigos ee a wh) soy se 1886. Esse perfodo era chamado de “a pré-histéria da Geografia” no Pais, porque nao eram formados acade- micamenté na area os primeitos pesquisadores de aspectos ligados ao espago que serviram como referén- cia para a geracao inaugural de gedgrafos brasileiros. Pasquale Petrone, referindo-se 4 producao de livros didaticos utilizados antes de 1934, comenta a baixa qualidade de seus contetidos) ditos geogrdficos, ¢ apre- senta como exce¢ao, em Virtude de seu cardter inova- dor, os livros de Belgado de Carvalho, autor tanto de obras didaticas, como Geografia do Brasil, de 1928, quanto de livros cientificos importantes, como O Brasil Meridional, publicado na Franga. Outro autor que fugia & regra, representando uma mudanga na qua- lidade da produgao didatica, era Alfredo Ellis Junior, historiador que também escrevia livros de Geografia (Petrone, 1993). No entanto, os livros desses auitores.nao tiveram los dificeis~por profes- Sigeso:k ‘ aceitagao, por serem conside’ sores ¢ alunos nas décadas de rvalh om dos debates educacionais dos anos 20. Foi diretor do Colégio Pedro II e integrou o grupo executivo que reformulou os programas de ensino no Distrito Federal qo = a (Rio de Janeiro), sob a direcao de Anisio Teixeira — fundo significado na definicao tanto dos contetidos a ser ensinados quanto das respectivas metodologias. Delgado de Carvalho produziu obras cientificas, didé- ticas € metodoldgicas no campo das ciéncias sociais, par- ticipando ativamente do movimento da Escola Nova, que fundamentava as discussées e as reformas de ensino na década de 30 e nas que se seguiram. A Metodologia ensino geografico, publicada em 1925, constituiu o tra- balho mais importante da Geografia no Brasil da pri- meira metade do século XX. No livro, Delgado de Carvalho discutiu a urgéncia da Geografia e1 em tornar-se uma ciéncia, 0 que somente seria possivel em um trabalho de interagao entre ensino e cién- cia geografica. O autor comparou o estagio da Geografia 10 Brasil com © processo de discussao que encontrara na Europa, onde ja se definia o objeto dessa ciéncia: “o tudo da Terra como hébitat do homem”. Criticou a jeografia nomenclatural, que exigia apenas memoriza- inistrativa, que limitava o estudo 0, ¢ a Geografia ivi icas dos paises, pois, a seu ver, tais abor- ns serviam de obstdculo a uma reflexdo tedrica sobre iéncia geogréfica no dominio didatico. Insurgiu-se ntra 0 patriotismo ideoldgico tr tido pela ografia, Segundo ele, pelo Ae pela weiéncia de suas forgas vivas, é que se poderia apreciar or dos conhecimentos ge as, eo histérico dos que teve, na época, para a Histéria e a Geografia, pro-\~ A GEOGRAFIA COMO CIENCIA DA SOCIEDADE F DA NATUREZA Ler sobre o movimento da | Escola Nova em LIBANEO, José Carlos. Diditica. So Paulo: \, Cortez, 1994. p. 62-63. \ a ‘A Grocraria COMO CIENCIA E DISCIPLINA ESCOLAR %u.)0 conjunto das wives estatais, no Wile 1930-45, assinala a Delgado de Carvalho propés que o territério brasi- Ieiro fosse estudado por meio das fegides naturais>> tuned Inaie 4 posicko que promovia a naturalizacao das questoes 5 erence © ; ‘ . "Te oe . uenolvinenio do Eady relativas & sociedade brasileira. Nao poderia haver pro- burgués.” CG . . . ai Mount ius, postas diferentes diante do contexto de influéncias ito econdmico no (1930-1970), Rio de Jinelro: Civilizagao Woaaileita, 1977. p. 14. francesas exercidas sobre a intelectualidade brasileira, nas quais os aspectos fisicos eram preponderantes. No Brasil, a formagao de uma Geografia com caré- ter cientifico efetivou-se a partir de 1930, ao serem criadas as primeiras faculdades de Filosofia, o Conselho Nacional de G. i “de Geografia e Estatistica Gedgrafos Brasileiros (1934). A criagao da FFCL/USP contribuiu para mudangas whe no perfil do professor de Geografia e Histéria, pois yo ohh possibilitou o surgimento de um profissional novo, o yo Or bacharel ¢ licenciado. Esse novo professor foi procurar seu espaco no mundo profissional, tendo papel impor- tante na transformagdo cultural, sobretudo na sala de aula, na atuagao junto aos alunos do gindsio. A formacao_docente em Geografia desenvolveu-se com 0 crescimento da produgao cientifica baseada em trabalhos de campo, realizados com os estudantes e vinculados a literatura geogrdfica de origem francesa ou alem’, acrescida da critica dos pi rasi ao completar sua formaci va-se professor de ria e Geografi: d- Somente em 4957) com a multiplicagao dos traba- lhos de natureza géogrdfica, o entao curso de Histéria a " Mun, ‘ado ° Geografia da FFCL/USP foi desmembrado, passan- % do a haver vestibulares especificos para os ingressantes em cada um dos ci da época, a expressio fiel da paisagem geografica. O IBGE também teve papel fundamental na produgao de artigos sobre pesquisas de cardter geogréfico, os quais chegaram aos alunos do antigo gindsio € colégio por meio dos professores da drea, bem como pelos livros didaticos e pelas orientagées metodoldgicas fundamen- tadas em publicagées produzidas por esse instituto e pelo Conselho Nacional de Geografia. Para © engino medio, destacou-se 0 Boletim Geo- grafico, com distribuicao por todo o territério nacional mediante as agéncias e delegacias do IBGE, tendo sido um dos primeiros a preocupar-se com o ensino da Geografia de forma regular. Esse boletim, que existiu por 36 anos (de 1943 a 1978), possufa uma parte dedi- cada ao ensino. Os gedgrafos estrangeiros e as geracdes que os sucederam sleizaram artigos e transcrigdes sobre © ensino nesse périddico(Prevé, 1988). A Associagao dos Geégrafos Brasileiros — Secio Sao Paulo deu inicio, em 1949, & publicagio do Boletim Paulista de Geografia (BPG), que se tornou canal de expressio dos gedgrafos do Estado de Sio Paulo e, principalmente, da USP, contando, até 0 ano de 2005, 81 ntimeros publicados. O BPG) em que os gedgrafos expunham e ainda expdem suas ideias e pesquisas, foi constituindo fonte bibliogréfica obrigatéria dos estudantes ¢ sendo utiliza- do pelos professores das escolas de ensino fundamental e _médio. O boletim, desde a década de 40, vem influenciando a formagao dos professores na USB e nas faculdades particulares e ptiblicas do Pats. Os associa- dos da AGB — Sao Paulo mantinham-se atualizados sobre 0 movimento ¢ a produgio da Geografia em nivel nacional e até mesmo internacional mediante a __A GrOGRAFIA COMO CIENCIA DA SOCIEDADE E t J a GEOGRAFIA COMO CIENCIA E DISCIPLINA ESCOLAR Na apresentacio do primeiro nimero do BPG, Aroldo de Azevedo afirmava que a publicagao deveria ser o espelho da nova geracao de gedgrafos e oferecer aos leitores contribuigdes originais de valor, quer no quadro da Geografia fisica e biolégica, quer no da Geografia humana, em seu mais amplo sentido, sem esquecer 0 campo fascinante da Geografia regional (Azevedo, 1949, p. 2). Na esteira do BPG, outras universidades criaram suas prdprias publicagdes, enriquecendo o acervo bibliogrd- fico brasileiro. ‘¢\ 2. Questionamento da Geografia no Brasil As constantes crises ocorridas na economia primério- -exportadora — mineragao, borracha, agticar de cana, café —, associadas as grandes crises do capitalismo mun- dial (Primeira e Segunda Guerras Mundiais, Depressao Econémica de 1929-1933), foram analisadas por © Octavio Tanni, que revelou as limitag6es estruturais da ~) dependéncia econdmica do Brasil. “O desenvolvimento do lustrial, a expansito do setor tercidrio, a urbanizagiio e 0s progressos da divisto social do trabalho evidenciaram tanto os limites como as possibilidades do sistema econdmico e politico brasileiro” (1977, p. 59). Nos anos 50, apés o término da 2* Guerra Mundial, houve uma (re)elaboragao das condigées de dependén- cia do Pafs, com a reintegracéo do Brasil ao sistema econdmico mundial sob a hegemonia dos Estados Unidos. As classes sociais brasileiras, asap rents A GEOGRAFIA COMO CIENCIA DA SOCIEDADE & DA NATUREZA tinham interesse ¢ sensibilidade para debater o desen- dustrializacao, 0 nacionalis- (Ianni, 1977, p. 110). O planejamento econémico, com a aplicagao_de novas tecnologias, passou a ser visto como uma das safdas.» A =— tornou-se mais co! -complera. A urbanizagio volvimento econémico, moea if quadro agrario sofreu modificagGes em varias partes ‘do Brasil, em decorréncia da industrializagio eda mecani- Asebogamaing zagio das atividades agricolas. As realidades_lo locais, superficie terrestre, por avigo, permitindo um paulatinamente, tornaram-se clos de uma-rede-atticu- jyancamento global do lada em nfvel nacional e mundial, ou seja, cada lugar dei- __ texeno com os elementos ; a fiscos e humanos nele xou de explicar-se por si mesmo como produto de longa existentes: cidades, estradas, relagao (dialética) histérica entre a vida do homem em Poetifits Hos, vosorocas sociedade e o meio natural transformado em meio geO- ay grafico por esse mesmo homem. rem me O espago geogréfico, mundializado_pelo capitalis- ds eondigoes da superficie cerrestre através de imagens mo, tornou-se complexo e as metodologias propostas capradas por sacdives pelas varias tendéncias da Geografia tradicional nao iiss equipados com a | sensores sensfveis aos raios eram capazes de apreender essa complexidade. (Novas) _ inftavermethos. Através dessa técnica obtém-se etodologia deveriam surgir para empreender “al documentos fundamentais tarefa. O levantamento feito por meio da pesquisa de eae ifereates feigées, campo revelou-se insuficiente; passou-se, a0s poucos, apresencando-se em mosaicos da organizagio para o uso de weenie pal :_sofisticadas, como, na | ji einedo one Os década de 60, a(aerofoto etria,antes monopdlio __chamados docuimentos por ceotoomie fal ram dos exércitos brasileiro € americano. Na década de 70, See bandas espectrais que com maiorintensida- _ valorizam diferencialmente : Nr feigGes da superficie de, a leitura de imagens de satélites Gue mostravam a terrestre. Apenas para dy hs 1. , ¥ exemplificar, a imagem de cobertura do céu, sobretudo na meteorologia ¢ na cli- C plies a ienage sé tuma ea urbana quase sem matologia, como documentos importantes nos estudos | os gedgrafos pass poluigio tem cor diferente peas 7 de outra com invensa da dinaimica atmosférica Si poluigao; 0 mesmo Nas décadas 4 ), os programas de ooo ‘correo com as igus de Fio ou lagos. A GEOGRAFIA COMO CIENCIA E DISCIPLINA ESCOLAR A que as novas técnicas dispontveis para as andlises espa- JO" 4 cis foi a reflexio tesrico-metodolégica, incensificada, O embasamento filoséfico, centrado no positivismo classico e no historicismo,~passou a ser fortemente questionado pelos geégrafos teoréticos. O IBGE foi » pioneiro_na eee geografico wy ‘em que se verifica 0 uso de métodos matematicos. \ .Essas andlises _quancicaivas podem set lidas nos dite ‘ he “rentes 1 nitimeros ogratia dos evista brasilel anos 70. No Estado de Sao Paulo, reuniu-se um grupo de parata da Revista a ae gedgrafos pertencentes ao Departamento de Geografia eaApresentagio | da Faculdade de Filosofia de Rio Claro, os quais fun- 7m daram uma entidade denominada Associacaéo de ving fo8 Geografia Teorética (Ageteo) e produziram, em 1971, eo _. wv 0 ptimeiro Boletim de Geografia Teorética, influencia- dos pela abordagem que o IBGE desenvolvia no Rio de Janeiro, utilizando procedimentos quantitativos em suas andlises. Com essa iniciativa, os gedgrafos de Rio Claro pre- tendiam dar inicio 4 divulgacdo dos trabalhos de uma corrente desenvolvida, principalmente, nos pafses de lingua inglesa — Inglaterra e Estados Unidos —, mas também na Finlandia, na Suécia e na Alemanha, os quais, em resposta ast uestionamentos f feitos as ten- No Editorial do ntimero 1, esse grupo expressou os objetivos da revista, pois pretendia tratar de yelhos pro- A blemas da Geografia sob novos enfoques. Essas tendén- ceri pac uan tii passaram a ser denominadas matemiatico a temas geogréficos. Valorizavam os recursos da cibernética, da teoria da informagSo e das comunica- Ges, assim como as técnicas e modelos matemiaticos e de simulagao, sustentando que 0 uso desses recursos permi- tiria explicar 0 espago geografico, realizar predigées e eliminar as dicotomias entre a Geografia fisica e a humana (Boletim de Geografia Teorética, 1971). Tal corrente foi extremamente criticada por gedgrafos brasileiros, que buscavam dutros cami preensao ¢ explicagao do espaco geog . criticos, os teoréticos apresentavam um discurso de con- tetido mais abstrato do que as propostas da chamada Geografia tradicional e, a despeito da linguagem mais elaborada, nao deixavam de constituir uma vertente con- servadora, 4 medida que sua abordagem tecnicista enco- bria questdes politicas, econémicas ¢ sociais presentes na andlise do. o sibere geogréfico. Os teGricos\de orientacdo_marxista influenciaram a produgio da Geografia no Brasil nas décadas de 80 € 90, ficando os teéréticosvrestritos a um grupo menor da Faculdade de Rio Claro, sob a influéncia do IBGE. Hoje, nota-se uma revisio dos posicionamentos desses gedgrafos ditos teoréticos e das novas geragées de pes- quisadores. A Geografia teorética nao teve repercussio_direta n Sees Vieadas ¥ polls ducaconal do Pais (sob gime militar), na década de 70, levaram para as esco- ) ee docreneneee pela proposta os Estudos Sociais, introduzidos pela Lei 5.692/71 onti, 1976, p. 57). Esse empobrecimento dos livros) saruiicada sit dopetisso da censura pees ‘A GEOGRAFIA COMO CIENCIA DA SOCIEDADE E DA NATUREZA A. GEOGRAFIA COMO CIENCIA E DISCIPLINA ESCOLA e a ~ 7 (. 9 _/ Enquanto as instituigdes de ensino superior parti- culares proliferavam sem condigoes materiais e huma- CE MARX, Karl; HNGELS, Friedrich. A Uevlogi alema. 5. ed. Sio Paulo; Hucitec, 1986. nas de realizar pesquisas, as _uni ersidades publicas SANTOS, Milton (Org,) Novos runes da Geografia antinham oO debate ae Se pee ensino. Na Franga, \ca, principalmente no pés-guerra, con- tcitec, é Se ; a tinuando nas décadas seguintes, nomes como Pierre George, Yves Lacoste, Bernard Kayser, Jean Tricart, Jean Dresch e Raimond Guglielmo procuraram o aprofundamento tedrico_da_Geografia, utilizando 0. _ materialismo histérico e dialético. Marx e seus segui- } (| dores afirmavam que sé a perspectiva sform: o\ | mundo permitia suc sua_compreensio, 6. a_visio stil permitia ay reender a esséncia ¢ 0 movimento dos pro- ais. Yves Lacoste escreveu, em 1976, La Géographie, (a sert, d'abord, a faire la guerre. No Brasil surgiu uma tra- dugao pirata sob o titulo 4 Geogr isp opie em pri- meiro lugar, para fazer a guerra, obra que ésencadeou polémicos debates entre os ; gedgrafos de diferentes geragoes e correntes de pensamento. Escrevia Lacoste que o Estado ¢ a grande empresa | possufam_ uma_visdo integrad la_do_espago, por suas ene em varios lugares, enquanto 0 cidadéo comum tinha uma visdo fragmentada, porque somen- te conseguia abarcar seu cotidiano, nao possuindo informagGes de outras realidades. O Estado, conhecen- do o espaco de forma integrada, tinha em suas mos Muncie da 4. importante/instrumento de poder, Esse foi o inicio da preocupacio da Geografia com o y contetido politico da ’ ppcunn.c59 disciplina, fundamental na formac’o do cidadao. tho No movimento de reflexao-sobre.a Geografia, desta- F eas : Gu0g WENO — couse o gedgrafo francés Pierre Geotge, que introdu- SLOT ziu conceitos marxistas na discussao dessa ciéncia. Surgiram, na década de 80, tendéncias criticas que apresentavam 0 materialismo hist8rico-¢ como elemento up ifcadlor e método de investigagao da _realidade, A GEOGRAFIA COMO CIENCIA DA SOCIEDADE E DA NATUREZA buscando superar os diferentes dualismos sempre constatados na Geografia, desde que constituiu um corpo sistematizado de conhecimentos. Mas, ao longo da década de 90, despontaram tendéncias nao marxistas, 5 além de algumas que desvalorizavam @ in iportancia« ‘doy método dialético no debate. Hoje,_¢ caminhos para a discussao e a producao apoiadas no 10 existencialismo, “na fen a ay pensadores na eles que tomam o espago como categoria central de suas andlises. Merecem destaque Manuel Castells e Henri Lefebvre, que, em sua vasta das diferentes correntes filosdficas ¢ das andlises socio- Idgicas e metodolégicas para explicar a vida urbana e rural no contexto do capitalismo. Nao negam a vida’ cotidiana e social dos habitantes fora do trabalho, ) preponderante nas praticas espaciais dos habitantes de uma rua, de uma cidade, de um bairro rural. 4 __ Michel Foucault, analisando 0 espago do poder e a estruturacao de instituig6es totais como a escola, a pri- sao € 0 hospital, mostra como se exercem as, relagdes de Estado, mas perpassam toda a sociedade. realizou estudos teméticos preocupa- a exemplo de suas ideias registradas nos livros A justica social e a cidade e A condigéo pés- -moderna. Alain Lipietz, com a obra Capital e seu espaco, _ €0 fildsofo portugués Boaventura Sousa Santos, com os livros Pela méo de Alice e A critica da razito indolente: contra 0 desperdfcio da experiéncia, também fizeram aproximages nesse sentido, No Brasil, osé a sous Martins, socidlogo, produ- producio, analisam 0 espago urbano, fazendo a os) a ve ainda que o fator econémico possa, muitas vezes, ser C as quais nao estao centralizadas apenas no“ pt Me ‘A GEOGRAFIA COMO CIENCIA E DISCIPLINA ESCOLAR Sobre as conrentes do pensamento geogrifice que ainda servem de suporte para as pesquisas © para o ensino de Geografia, cf CARLOS, Ana Fani Alexandsi. A Geografia brasileira, boje: algumnas feflexoes. Termt Livre, Sa0 Paulo, n. 18, p. 161-178, jan.fjun, 2002. SPOSITO, Elise Savéri Gieografia e Filosofia. Sto Paulo: Unesp, 2004, LENCIONI, Sandra. ifo ¢ Geografia. Sio Paulo: Edusp, 1999. a Geografia agraria, e escreveu 0 livro Subirbio, dedi- cado, segundo ele, aos gedgrafos urbanos. Isso para mencionar apenas alguns que influencia- ram a produgao dos gedgrafos em suas variadas orien- tagdes metodoldgicas, mantendo como trago comum o discurso crftico. As transformagdes que abriram caminho para as diferentes correntes de pensamento nao ocorreram linearmente. Assim, nas décadas de 80 e 90, continua- ram os embates tedrico-metodoldgicos entre as grandes frentes: a New Geography, a Geografia tradicional, a Geografia critica, a Geografia comportamental. As nocées de espacgo-tempo em Geografia Geografia Principais espagos ‘estudados Principais temas Incorporagtio da dimensdo temporal Geografia Geogrofia radical | Geografia neopositivista ou critica comportamental oultinal Espaco Espacos materiais | Espago vivido geoeconémico Geométrica das loca-} Relagdes sociais e Espago percebido | lizagdes espaciais e valorizagéo dos individuos Tempo césmico apro- | Tempo longo das | Tempo social de //priado em termos de | lutas de classes longa duragdo taxas de atualizagdo, | sociais: estudos dos | tempo longo da de ciclos e de cuslo | modos de produgdo | evolugdo das energético e reprodusao. mentalidades da *ORen psicologia da percepcao temporal Fonte: Adaptodo de Bailly et o.(1991}, p. 171

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