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Brae cer) ELIE) REVISTA DO CURSO DE GEOGRAFIA - CAMPUS DO PANTANAL/UFMS. PU ers UNIVERSIDADE FEDERAL fs DE MATO GROSSO DO SUL CURSO DE GEOGRAFIA GRUPO DE PESQUISA - PANTANAL VIVO/AGB CORUMBA CAMPUS DO PANTANAL Reitora Célia Maria Sita Correa Oliveira Vice-Reitor Joao Ricardo Filgueiras Tognini Diretor do Campus do Pantanal Wilson Ferreira de Melto Coordenadora do Curso de Geografia Aline de Lima Rodrigues Coordenador do Grupo de Pesquisa Pantanal Vivo Sérgio Wilton Gomes Isquierdo CAMARA EDITORIAL Aguinaldo Silea Aline de Lima Rodrigues Edgar Aparecido da Costa Igor Catala ‘Maria Cristina Lanza de Barros ‘Myrian de Moura Abdon Sérgio Wilton Gomes Isquierdo EDITOR RESPONSAVEL Edgar Aparecido da Costa GeoPantanak: revista do Curso de Geografia / Univer- sidade Federal de Mato Grosso do Sul. - n. 1, (1997) - CCorumbé/MS: A Universidade, 1997-. vyiril ; 25m Semesteal ISSN 1517-4999 1. Geografia ~ Periédicos. I, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. eon antanal Escalas, ciclos e normas na cadeia produtiva minerosiderirgica de Corumbé-MS Lisandra Pereira Lamoso AspiragGes nacionais permanentes na territorialidade de fronteira sul-mato-grossense Valdenir de Freitas Guimaries e Heitor Romero Marques Estratégias de pesquisa sobre o contrabando Adriana Dorfman, Miguel Belardinelli Prytoluk e Rafael Machado Sebastio Consideracées a respeito dos movimentos sociais, territérios, culturas e identidades no mundo globalizado Rodrigo Simao Camacho e Juliana Grasiéli Bueno Mota Territorialidades fronteiricas: 0 caso dos assentamentos rurais de Corumba-MS na fronteira com a Bolivia Vania de Oliveira Sabatel, Suelen Soares Zarate e Edgar Aparecido da Costa Renda e usos dos frutos nativos do cerrado no PA Corixinha em Caceres/MT, fronteira Brasil/Bolivia Mauricio Ferreira Mendes, Sandra Mara Alves da Silva Neves e Ronaldo José Neves programa “territérios da cidadania’ no territério da Grande Dourados (MS) - seus avancos e seus limites José Roberto Stein Quast e Adduto de Oliveira Souza Agronegécio e produgao familiar na agroindtstria em Dourados-MS Fabio Lima Politicas publicas e a reestruturagdo produtiva do setor sucroalcooleiro em Goids no periodo de 2005 a 2008 Regis Rodrigues de Almeida, Magno Emerson Barbosa e Lennon Cunha Lustosa Pedomorfologia de uma topossequéncia na area de baia, na Fazenda Firme, Pantanal da Nhecolandia, MS Glauber Stefan Barbosa, Arnaldo Yoso Sakamoto e Suzane Ferreira de Lima Mapeamento de uso e ocupacao da terra para fins de planejamento ambiental em bacias hidrograficas: estudo de caso da bacia hidrografica Ribeirao Palmito — Trés Lagoas/MS André Luis Valverde Fernandes e Wallace de Oliveira Geotecnologias aplicadas no estudo do centro histérico de Caceres, Mato Grosso - Brasil Renato Fonseca de Arruda, Sandra Mara Alves da Siloa Neves e Ronaldo José Neves Issn 1517-4999 oly71517!499007 LUIMS «CAMPUS DO PARTANAL Cus de Geografa | 139 Geotecnologias Aplicadas no Estudo do Centro Histérico de Caceres, Mato Grosso - Brasil” Geotechnology Used in the Study of Historic Center of Caceres, Mato Grosso - Brazil Resumo: 0 estudo apresenta uma espacializacaode edificacdes antigas do Centro Historico de Caceres/ MT, utilizando 0 registro fotografico georreferen- lado (GPS) como ferramenta principal, além dos subsidios fornecidos pela pesquisa bibliografica de campo. No laboratério foram utiizadas as Geo- tecnologias: Banco de Dados Geogréficos, Sistema de informacao Geografica e Sensoriamento Remoto para sistematizaco, analise e representacao dos resultados da pesquisa. Neste sentido, constatou- se que ha maior descaracterizagao das edificacoes situadas no centro comercial, na drea do Centro His- térico, Mediante a espacializacao verifica-se que ¢ possivel estabelecer politcas publicas diferenciadas, que considerema dinamica econdmica e social que (re) organiza esse espaco fronteirico, Palavras-chave: Patrimonializagao, Patriménio Cultural, Conservacao, Renato Fonseca de Arruda” Sandra Mara Alves da Silva Neves Ronaldo José Neves’ Palavras iniciais Constata-se que as cidades histé- ricas sofrem da caréncia de politicas publicas eficazes, que tenham por ob- jetivo preservar e conservar os lugares “antigos”, ditos lugares de memsria, utili- zando-os para a promocao do desenvol- vimento local, por meio de atividades turisticas, culturais e educacionais No caso especifico do municipio de Caceres-MT, as politicas publicas concentram-se na conservagao por meio de zoneamento e inventario dos "Artigo desenvolvido no ambito do projeto “Sistema de Informacao Turistica Geografica de Caceres) MT: subsicios ao planejamento e desenvolvimento local’, financiado pela Fundagio de Amparo a Pesquisa do Estado de Mato Grosso - FAPEMAT e como parte da discussao da monografia de conclusao de curso do primeiro autor * Graduado em Historia; Mestrando em Preservacio do Patrimonio Cultural e Bolsista pelo PEP- MP do IPHAN/RJ-MT; Grupo de Pesquisa em Sensoriamento Remoto, Ensino e Pesquisa em Geografia - SERPEGEO. Email: fonsecaarrudaegmail.com. Ge6grafos, doutores em Geogratia; Professores adjuntos do curso de Geografia da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT/Campus Céceres e do Programa de Pés-graduagao em Ambiente e Sistema de Produgao Agricola - PPGAT/Campus Tangara da Serra; Grupo de Pesquisa em Sensoriamento Remoto, Ensino e Pesquisa em Geografia — SERPEGEO; E-mails: ssneves@ unemat.br; rjneves@terra.com.br. Revista GeoPantanal + UFMS/AGB + Corumba/MS +N, 11 + 139-154 «jul /dez. 2011 140 | Grupo depsqasaPntanal vi/A66 orbs Abstract: The study presents the spatial distribu- tion of the old buildings of the Historic Center of Céceres / MT, using the photographic record geo- referenced (GPS) as the main tools in addition to the subsidies provided by the literature search and field. n the laboratory were used Geo: Geographic Databases, Geographic Information System and Remote Sensing for systematization, analysis and representation of search results. In this sense, it was found that there is a greater distortion of the buildings located in the commercial center in the Historic Center. Through the spatial checks that it is possible to establish public policies that consider the different economicand social dynamics that (te) organize this border area. Key-words: Patrimonialization, Cultural Heritage, Conservation mais diversos bens materiais existentes, tanto na area correspondente ao Centro Histérico, o qual tem parte de sua érea delimitada como patriménio paisagis- tico, artistico, histérico e cultural do Estado de Mato Grosso, como em outras localidades cujo patriménio abrange paisagens naturais. No presente estudo objetivou-se investigar a distribuigao espacial de edificagdes antigas do Centro Histérico de Caceres/MT, tendo por base a de- limitacao realizada pela Secretaria de Cultura de Mato Grosso, do ano de 2002 e, utilizando as geotecnologias como ferramentas fundamentais no intuito de estabelecer uma discussao a respeito da fungdo e estado de conservagao das edificagdes. Cumpre mencionar, conforme dito anteriormente, que a pesquisa teve como marcos tedricos: Le Goff (1990), Nora (1993), Abreu (1998), Fortuna (2001), Frias e Peixoto (2001), Silva (2001), Peixoto (2003) e Choay (2006). Na pesquisa documental, optou- -se pela analise de material obtido junto a Secretaria de Cultura, Arquivo Publico, Museu e Camara de Vereado- res, todos érgaos ligados ao municipio de Caceres. Na pesquisa de campo foi utiliza- do formulario, conforme sugerido em Marconi e Lakatos (2007), 0 qual con- tinha informagoes de cunho historico, artistico, cultural, funcional e do estado de conservacao, entre outras. Para cada Revista GeoPantanal « UFMS/AGB -Corumba/MS «N. 11 «139-154 «jul/dez. 2011 UPMS CAMPUS DO PANTANAL Caso deGeogafa | 147 edificagao visitada na rea de estudo foi obtida sua coordenada geografica por meio do Sistema de Posicionamento Global - GPS (Global Positioning System), acompanhado de seu registro fotografico. Aavaliagao do estado de conservacao dos iméveis foi realizada mediante observagao visual externa. Entre os parametros utilizados para a classificacao de seu estado de conservagao utilizou-se os conceitos: bom, regular e ruim, sendo: * Bom, para aqueles que continham poucas alteragSes e/ou intervencdes nas fachadas, consoante caracteristicas identificadas em cada estilo arquitet6- nico, como nas portas, pisos e janelas; * Regular, os que apresentavam alteragdes no madeiramento ou forro, janelas, portas e pisos, entretanto conservavam as fachadas e; + Ruim, foram os que possuiam mudangas no conjunto de simbolos, tais como nas fachadas, no telhado inteiro, pisos e/ou em estado de ruina: As informagées foram sistematizadas no Banco de Dados Geograficos ~ BDG do Sistema de Informagao Geografica ArcGis, versao 9.2, da Esti, possibilitando a elaboragao das representagdes geograficas na forma de carta-imagem (Figura 1). A estatistica descritiva (frequéncia) dos dados coletados em campo foi desenvolvida no SPSS - versio Trial. OgGatbex ns 4 fe duseowiaa sen —F slo tf a = Figura 1 - Banco de Dados Geograficos e carta-imagem das edificagdes do Centro Historico de Caceres. Revista GeoPantanal + UFMS/AGB + Corumbé/MS +N, 11 «139-154 juL/dez. 2011 142. | Grupo de Pesquisa Pantanal Vio Crumbs Patriménio Cultural e Geotecnologias As discussdes acerca da conservagio do Patriménio Cultural no Brasil tem experimentado certo dinamismo, ante ao novo processo de organizacao socioe- conémico voltado a construgdo de representacdes simbélicas das identidades e memérias da nagio a fim de utilizé-las como mecanismo de desenvolvimento econémico mediante atividades turisticas. Oliveira (2008) acrescenta que a ideia de patriménio tem por escopo sustentar uma situagao de pertencimento a uma comunidade nacional produzida a partir de uma concepgao de propriedade sobre um conjunto de bens, monumentos ¢ reliquias. No Brasil, a politica de protecao ao patriménio iniciou-se na década de 1920 com a criagdo de inspetorias estaduais de monumentos historicos (Minas Gerais, 1926; Bahia, 1927 e Pernambuco, 1928). O marco em nivel federal para a protegao foi a criagao em 1936/37 do Servico do Patriménio Histérico e Artistico Nacional - SPHAN (OLIVEIRA, 2008). Atualmente, denominado de Instituto do Patriménio Hist6rico e Artistico Nacional ~ IPHAN, este tem por objetivo conservar e difundir 0 patriménio cultural brasileiro em suas diversas abrangéncias. Quanto a conservacao das estruturas arquiteténicas que contribuem para construgéo de memérias urbanas no Brasil, Abreu (1998:8) acrescenta que con- temporaneamente so poucas as cidades que apresentam vestigios materiais considerados do passado e: (..) Ha, entretanto, algo novo acontecendo em todas elas. Independentemente de qual tenha sido 0 estoque de materialidades histéricas que tenham conseguido salvar da destruigao, as cidades do pais vém hoje engajando se decisivamente num movimento de preservagio do que sobrou de seu passado, numa indicagao flagrante de que muita coisa mudou na forma como a sociedade brasileira se relaciona com as suas memdrias. A Constituigao Federal, em seu art. 216, estabelece que o patriménio cultural que abrange os bens de natureza material e imaterial que enunciam ou mostram a meméria ea identidade das populacdes ¢ comunidades. Entre os bens materiais podemos destacar as edificagdes, conjuntos urbanisticos, sitios arqueoldgicos, ruinas, museus, arquives, livros, entre outros, enquanto os imateriais podem ser © modo de fazer e criar, gastronomia, musica, manifestagdes (como artes visuais € cénicas), festas, celebragées, entre outras As praticas de conservacao e protegio, conforme Silva (2001), podem ser de cardter primério, secundario, cautelar ou repressivo. Limitando-se aos bens materiais podemos ressaltar o tombamento, compreendido como 0 ato de arrola- mento de um determinado objeto material a um regime juridico que Ihe impoe Revista GeoPantanal « UFMS/AGB » Corumba/MS «N. 11+ 139-154 «juL/dez, 2011 PMS. CAMPUS DO PANTANAL Caso de Geografa | 143, vinculos, assim sendo reconhecido 0 seu valor cultural; 0 inventério, como um levantamento sistematico dos bens culturais que visam 0 conhecimento e a protegao do acervo de uma determinada cultura, recurso que soma ao tomba- mento e; 0 zoneamento como delimitagao de uma zona ou sitio de valor histérico, artistico e paisagistico. Peixoto (2003: 215) expde que a pratica primaria de protego por meio do zoneamento, denominado em Centro ou Sitio Histérico tem como propésito: [..J reactivar algo que ja existia, mas que tendo deixado de estar integrado nas praticas quotidianas 6 redescoberto para novas fungées (uma segunda vida), como manifestar- -se através de operagdes de invengao e de encenagao de uma singularidade e de uma continuidade (Lowenthal, 1989) que traduzam esse caracter sui generis e a harmonia que sustenta as comunidades imaginadas (Anderson, 1991) que a expressdo “centro histérico” pretende representar. O processo de escolha dos objetos materiais a serem conferidos como Pa- triménio Cultural é compreendido enquanto uma pratica de patrimonializacao, em outras palavras, um ato de legitimagao que busca conferir um valor artistico, cultural ou simbélico a determinado objeto, espaco e pratica. Referindo-se a uma valorizagio social que quase sempre é idealizada por entidades que reconhecem um interesse local, nacional e global (FRIAS e PEIXOTO, 2001). Referida pratica implica na transformagao de um “mero” casarao antigo, um cais, uma praca em desuso, e até mesmo um conjunto de iméveis em patriménio cultural, consolidando, assim, uma imagem da expressao do termo “patriménio historico, artistico e cultural”, 0 que de acordo com Fonseca (2003: 56) tende a evocar entre as pessoas um: (..) conjunto de monumentos antigos que devemos preservar, ou porque cons- tituem obras de arte excepcionais, ou por terem sido palco de eventos marcantes, referidos em documentos e em narrativas dos historiadores. Entretanto, é forgoso reconhecer que essa imagem, construida pela politica de patriménio conduzida pelo Estado por mais de sessenta anos, esta longe de refletir a diversidade, assim como as tensées e 0s conflitos que caracterizam a producao cultural do Brasil, sobretudo a atual, mas também a do passado. Seguindo essa linha de raciocinio, qualquer objeto ou pratica social, quando patrimonializado, é convertido em um “documento/monumento”, que segundo Le Goff (1990: 547): (..) nao é inécuo. E antes de mais nada, o resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente, da hist6ria, da época, da sociedade que 0 produziram, mas também das €pocas sucessivas durante as quais continuow a ser manipulado, ainda que pelo silencio. Odocumentoé uma coisa que fica, que dura, ¢0 testemunho, oensinamento (para evocar ta GeoPantanal + UFMS/AGB - Corumba/MS «N. 11 + 139-154 jul/dez. 2011 144 | Grupo de esata Patana Vie AGB Corus aetimologia) que ele traz. devem ser em primeito lugar analisados desmistificando-Ihe © seu significado aparente. © documento ¢ monumento. Resulta do esforco das socie~ dades histéricas para impor ao futuro — voluntaria ou involuntariamente ~ determinada imagem de si préprias. A politica de protecao e conservagao do Patriménio Cultural no passou despercebida na cidade de Caceres e analisando a pratica de ‘patrimonializacio’, por meio do inventério das edificagdes antigas contidas no seu Centro Histérico, constata-se que se partiu das premissas dos bens materiais como ‘documento/ monumento’, que representam relagdes de poder, registradas a partir do ato de edificar, de residir em ambientes planejados, constituidos e marcados por simbolos e signos, que consolidam identidades. Neste sentido, compreender 0 processo de tombamento, inventario e zonea- mento reveste-se de cardter primordial, uma vez que estas sao praticas fundamen- tais para que o patriménio cultural possa ser conservado de forma eficaz. Estes, endo 0s tinicos constituem como instrumentos legais na protecdo e conservacao do patriménio, e se faz necessdrio a cada dia para sua gestao, fiscalizagao e pla- nejamento 0 uso de diversos instrumentos tecnoldgicos, como por exemplo, as geotecnologias. Matias (2010) acrescenta que 0 uso de Geotecnologias e Sensoriamento Re- moto vem contribuir de forma marcante para 0 mapeamento e posterior andllise do patriménio arquiteténico, uma vez que permite realizar a construgao de uma base de dados georreferenciadas. As tecnologias espaciais constituem-se em um recurso titil para a espaciali- za¢ao das edificacées antigas, possibilitando o planejamento do espaco do Centro Hist6rico de Caceres e do seu entorno, o monitoramento das praticas passadas e atuais e a elaboracao de cenarios futuros. Conforme Neves (2008) pode-se dizer que com o arcabougo instrumental e tecnoldgico viabilizado pelas geotecnologias dinamizam as fases que compdem os processos de comunicacao cartografica, mas nao as elimina, cabendo aos usuarios interpreté-los de acordo com seus objetivos. Ocupacdo e consolidacao da cidade de Caceres A ocupacio do local que viria a constituir a urbe de Caceres iniciou-se em 06 de outubro de 1778, com a fundagao de Vila Maria do Paraguay, a margem esquerda do Rio Paraguai, tendo como principais residentes os indios vindos da provincia de Chiquitos na Bolivia Revista GeoPantanal - UFMS/AGB + Corumba/MS +N. 11 «139-154 jul /dez. 201

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