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Esta alienação, realizada em 20 de Março de 2003, permitiu que a empresa Demagre (cujos
sócios eram duas sociedades offshore) comprasse o prédio por 14,8 milhões de euros e o
revendesse no mesmo dia por 20 milhões de euros à ESAF (Espírito Santo Activos
Financeiros), do Grupo Espírito Santo. Nas buscas já realizadas, os investigadores
encontraram documentos com a referência «Amigos CTT – sem recibo – 1.000.000,00
Euros».
Mas o facto de. entretanto, ter sido instaurado outro inquérito semelhante no DIAP de Lisboa contra a então administração
dos CTT, liderada por Carlos Horta e Costa – empresa que tem sede social em Lisboa – levou a que a investigação fosse
transferida para a capital.
O negócio dos edifícios já foi duramente censurado por auditorias da Inspecção-Geral de Obras Públicas e da
Inspecção-Geral de Finanças. No caso de Coimbra, o prédio tinha sido avaliado em 17,7 milhões, em 2000. Quando os CTT
decidiram vendê-lo, a TRAMCRONE (TCN), SA, propôs pagar 13,4 milhões. Numa semana, a administração dos CTT reviu
duas vezes o preço: primeiro para 15,9 milhões de euros (em 12/12/2002) e depois para 14,8 milhões. A TCN acabou por
passar os seus direitos para a Demagre.
No mesmo inquérito, existem ainda suspeitas de irregularidades na venda, em 2004, de outro edifício dos Correios,
localizado na avenida da República, em Lisboa, também à TCN. Esta empresa e a Demagre tinham em comum os dois
principais administradores: Júlio Macedo e Pedro Garcez.
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