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Política sem debate

À letra, José Leite, Pereira, Director

A política, enquanto conjunto de princípios que


orientam uma decisão, é cada vez menos motivo de
discussão entre nós. Os políticos tornaram-se
previsíveis, falam cada vez mais segundo os
interesses das suas famílias partidárias. A ausência
de verdadeiro debate político quase coloca os
políticos ao mesmo nível dos previsíveis, vazios,
enfadonhos e repetitivos debates sobre futebol.
Anda-se à volta e nada se diz.

Veja-se o recente caso dos professores e do


Ministério da Educação. Em boa verdade o que
tivemos foi uma luta cerrada dos partidos da oposição,
à boleia de um sindicato afecto ao PCP, para tentar
tornar inevitável a demissão da ministra Maria de
Lurdes Rodrigues. Em defesa desta saiu o PS e o
Governo, acabado de dispensar o ministro Correia de
Campos e por isso impossibilitado de fazer nova
"cedência". Ao longo do processo, tirando raros casos
envolvendo especialistas, casos passados nos palcos
das televisões, poucos foram os que discutiram
seriamente o problema. O vozear geral pedia ou a
demissão da ministra - essa chegou a ser uma das
palavras de ordem ouvidas na manifestação - ou, pelo
contrário, fazia a sua defesa.

Ontem, culminando negociações longas, o que se


ouviu após Governo e sindicatos terem chegado a um
acordo? Os sindicatos clamaram vitória. Os partidos
da oposição apontaram o dedo à ministra, que ,
segundo eles, recuou sem parar. E o PS também
nada mais foi capaz de dizer do que o óbvio, que uma
negociação é uma negociação, etc. e tal.

Olhando para o acordo, é verdade que a ministra


recuou, conseguindo apenas - e o apenas não é
pouco - que se faça a avaliação. Os professores
cederam um pouco - e este pouco não é tão pouco
assim - deixando que fosse encontrada uma solução
que coloca a ministra outra vez na "tranquilidade" do
Ministério.

Que adianta que no auge da discussão se tivesse


falado na necessidade de cedências de parte a parte?
Na política portuguesa, há muito que pouco se

1 de 2 13-04-2008 14:56
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discute. Os políticos há muito que fazem a festa


sozinhos, lançando os foguetes e apanhando as
canas. É por isso normal que achem que uma
negociação não pode acabar... empatada.

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