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% CONSULTA PREVIA Um Direito Aprovado, mas Pouco Cumprido aver Retie | tra INSULTAR OS POVOS INDIGENAS SOBRE AS CISOES PUBLICAS QUE OS AFETAM & UM DIREITO jE NINGUEM QUESTIONA. MAS A REALIDADE E E SAO POUCAS AS INSTITUICOES DO ESTADO J LEVAM A SERIO O DIREITO DE CONSULTA COMO IA ATRIBUICAO EXCLUSIVA DO PODER PUBLICO. ESAR DE A EXISTENCIA DESSE DIREITO NAO SER |ESTIONADA, MUITAS SAO AS DUVIDAS SOBRE U CONTEUDO E ALCANCE observar os diferentes processos de consulta que 0 governo al tem acompanhado durante os titimos anos, principal- ‘mente a0 lado da Comissfo Nacional de Politica Indigenista SEVP), é necessirio reconhecer o esforgo por garantir a part- ‘ipacio dos povos indigenas de todo o Brasil, como aconteceu ‘22s reuniGes para discutir 0 projeto de lei relativo 20 novo “Estatuto dos Povos Indigenas, em 2008, e Decreto que institut “2 Politica Nacional de Gestdo Ambiental enn Terras Indigenas {PNGATI, 2009-2010). Ambos os processos foram liderados pela Funai e pela CNPI. "Sao obstante ser inegével 0 avango politico na histéria do in smo brasileiro, muito ainda deve ser aperfeigoado nos “pro- ‘cedimentos de partcipacio” propostos. 4s constitas realizadas “26 hoje consistem principalmente em gigantes assembleias de sxiliplos povos, com pautas longas e complexas para serem sgotadas em poucos dias, sem nenhum tipo de informagio ou “preparagéo prévia. Dessa forma, ha poucas possbilidades de ‘ncdéncia dos povos indigenas sobre as decides fins. consultas de poliicas piblicas naclonats sio processos que 0 comecando a ser desemvolvidos e que terdo pela frente tas oportunidades para seu aprimoramento. Seu principal ‘alo atualconsisteem que elas representam o reconhecimento Poi0s MOIS Wo BRASH 2087010-MSTTUTO SOIT do Estado brasileiro necessidade de instiucionalizar mecanis- mos de interlocucdo para o planejamento e execuglo de suas funcBes em relacZo aos povos indigenas. Assim, processos coma a consulta da Politica Nacional de Gest’io Ambiental de Terras Indigenas (PNGAT) sio apenas 0 comeco de uma proposta de planejamento conjunto que nda ser consultada em mips, espagos da gestio de cada uma das terras indigenas. A aqui somente hi de se reconhecer avangos. Porém, 2 ver dadeira preocupacio sobre a aplicago do direlto de consulta consiste nas decisdes de aproveitamento de recursos naturais e consirugio de obras que aftam povos e comunidades espect- fieas, as quaiscontinuam ocorrendo de forma unilateral e sem qualquer tipo de consuta (0s povos afetados por esses casos so, na melhor das hip6teses, submetidos a estudos antropolégicos, na qualidade de objetos de pesquisa, para aproducio do que a Funai vem chamando de “componente indigena do licenciamento ambiental”. Assim, 0 dlireto de consulta para esses casos vem send interpretado como ‘um subitem do termo de referéncia do componente indgena dentro do processo de licenciamento ambiental. 0 que significa ‘que opinio dos povos indigenas sobre aexisténcia de obras de infraestrutura ou o aproveitamento de recursos naturas dentro ‘11 no entorno das suas terras nd ter valor para os tomadores dedecisies piblicas. Hoje nfo existe uma instincia de consulta institucionalizada que permita aos povos indigenas partcipar do planejamento territorial de suas terras e entornos. Sua partcipacio est limitada & producio do parecer indigenista da Funai sobre a viabilidade, ou no, desses. A realidade & que a maior parte desses empreendimentos ndo chega ao conhecimento da Funai, 0s porns indigenas nao tém oportunidade sequer de participar dos estudos antropoldgicas, sendo notificados das decises na propria realizacio das obras uewsiacio | os ; i ‘Ao mesmo tempo em que o Estado brasileiro reconliece o di- reilo de consulta aos povos indigenas, a0 discuir, em abstrato, principios e diretrizes sobre poltcas piblicas das quais sto destinaitios, desconhece sistematicamente orto de consulta ‘quando se trata de adotar decides coneretas sobre teritoiosin- digenas e povos diretamenteaftados por obras de infraestutura € aproveitamento econdmico de recursos naturas. Algumas das alegacdes pelas quais 0 Estado se nega a realizar processos de consulta sobre decisbes concretas € porque conside- aque niio existem orientagdes suficientes nas disposigbeslegais sobre o tema para a implementacdo do direito, argumentando a necessidade de uma regulamentacio administrativa para con- versar com 0s indios sobre suas teras, seus recursos naturals, suas vidas. falta de regulamentaco é um dos argumentos mais corriqueiros para a negacio desse direito por parte dos Estados, no obstante as respostas dos juizes, em todos os tpos de juris- digio, serem frequentemente as mesmas:o direto de consulta € um dircito fundamental e, portanto, autoaplicvel, Nao cabe alegar falta de regulamentacao para iludir a responsabilidade dasua aplicagio. 0 direito de consulta esté consagrado nos artigos 6° ¢ 15° da Convencio 169 da OTT, nos artigos 19, 30 e 32 da Declaraco das ‘NagGes Unidas sobre os Direitos dos Povos Indigenas (DNUDPY), «e especificamente no Brasil no § 30 do Art. 231 da Constituicio de 1988, nos quais é possivelidentficar elaramente os elementos bisicos da sua definicio como o sio: 0s sueitos, o contetido da brigaco, seu procedimento de aplicacio e suas consequencias juridieas. Assim, sio considerados sujetos do direto de consulta: 0 Estado, representado pelos poderes Executivo ¢ Legislative 0s povos € ot | uasusio Cai Joguin Cri, de TCs, «sie pdia de tes ndiges heat ues aba sore 0 ‘Aprowstanena HrcA) eB Morte mo Ro Kgs comunidades indgenas diretamente afetados pelas dcisbes ob- jeto de consulta, A obrigacZo de consulta € clarae transparente, © \erboreitor do direito €0de consultar para obter 0 consentimento sobre o contetdo da decisio que pretende ser adotada pelo Es- tado, prevendo procedimentos “apropriadas ¢, particularmente, através das instituigdes representativas dos poves indigenas” de “boa fé e de maneira apropriada as circunstaneias” (Art 6 Convengio 169 da OIT) (0 objetivo da consulta €o de se chegur a um acordo ou conseguie 6 consentimento livre, prévio e informado das medidas, tas," que vem sendo interpretado como a efetiva oportuni dos porns indigenas influenciarem nas decisies que os ae diretamente, Ou sj, o fato de submeter uma decisto co com os povos indgenas implica a incorporacio do resultado consulta na decisio final do Estado, evtando assim que ‘adote, unilateralmente, decisdes que afetam as condigoes, bem-estar ¢ reproducio fisia e cultural dos povos indige protegidas consttucionalmente entre os principals consensos internacionais com relacio conteido do direito de consulta previa, vale a pena dé os processos de pré-consulta, ot planejamento conjunto consulta, que permitem as partes envolidas definirem, de reira conjunta, e de miituo acordo, pelo menos cinco elt necessiios parao desenvolvimento de um processo de livre, preva einformada} Séo eles: 1) adefinico dos inte tores e representantes de cada drgio e povo participante, dovida indicagio explicta de suas competéncias ¢ do al a definigio de procedimentos para a p ¢ divulgagio de informagio, assim como para a delibera s.tomada de decisfo no processo de consulta, seja por mes ves molseuas no BRS 2082010. esTTUT SODA ‘de reunides piiblicas, seja na forma de assembleias, gru- de trabalho, apresentagbes técnicas etc; 3) 0 acordo sobre prazos necessarios para a execugo do processo de consulta, indo em consideracio condigGes geogrficas, diversidade ral eo ritmo dos diferentes povos para a tomada de decisis, como lerando er consideracéo os tempos do planejamento sdo orgamento piblico; 4) a quantificagio dos recursos fisicos, anos ¢financeios indispenséveis part asseguraro processo consulta; 5) um acordo mituo sobrea maneira em que sero porados os resultados da consulta na deciso final objeto process 0 comego do processo de consuls fundamental definir expectatvas sobre seu prépro resultado de maneira conjunta. ajuda a evtarfrustragies e a reduzir desentendimentos conflitos sobre a propria consulta. Portanto, depois de um ve acorlo de procedimentos e prazos,o direito de consulta ser implementado sem maiores complicacdes, bastando a lee boa-fé dos envolvidos para definirconjuntamente as que dever reger cada consulta e avangar na aplicagio e io do direto nto As ingimeras preocupagées que se langam em torno da sulta edo consentimento,entendemos que 0 consentimento poros indigenas, prevsto tanto na Comwencio 169 da OI? 10a DNUDPI, constitu o objetivo da realizaco das consultas io simplesmente um poder de veto eral ser possivel consultar os povos indigenas sobre as decisées, ieas que envolvem suas terras e recursos naturais, porque encontra-se a garantia das condigdes de vida fisica ecultural es povos.Aaplicagio do direito de consulta no implica nada, ém da aplicacio dos principis da demnocracia mais bisicos, que Pov0S WOISENAS No BSH 2NE2010- STTUTOSODDANBLETAL, obrigao Estado se adequar para uma afetva interloauo com os povos indigenas. Portanto, os esforgns do érgio indigenista devem ser reconhecdos, mas esto onge de ser suficientes para garantir © conjunto de direitos territoiais e culturais reconhecidos 20s povos indigenas. (novembre, 2010) NOTAS "ANAYA James 2009, p13. Vera itegrada documento em: ht: Arplites- publicas neo Relator_espcia_InormeConsaltachie2$Abri.2009 pdf Em paloas da DNUDPL,o objetivo da consul € “obter seu consentimento lie infrmado". 3, 1, 19€20, » Sobre es acords cnjuntes que viabilzam os processas de consult, o aval reltfor a ONU para diets dos Poros Indigens, James Anaya ter marist (que: “El proceso de dillon deberian estar represertados todos les actores relevantes, en particular, los pueblos indigenas a tans de representantes libremente eles por elas mises. Debra propciarse un consens sobre objets, procedimienasycronograma, ai como un mecanismo para hacer jecuabls lo aeuerdos a que se leg y para reser las cuestiones que se ssl durante el proceso.” S. JES Anaya, Relator Especial de Naciones ‘aidas sobre la stuacin de les derechos humans y las Hbertades funda- ‘mentale de os ndgenas, “Observaciones Sobre La Situatin De Los Pueblos Jndgeras De La Amazon Y Los Sueesos Del $De Juno ViasPosteriores En as Provinias De BaguaY Uteubamba, Per. Pei, 20 de julio de 2009. vwswonv orgpe/uploai/documentosnfrme-Relator-Anay-2009 pl “Nese panto, 6 esclaecedor o retro do professor James Anaya, relator es pedal da ONU para creas indigenas: “0 peso dese aleangaroconsentimento ‘aria de acondo com as circunstncias os interesses indigenas enolvides. {im impacto sigifcanee dieto nas vidas etrritris indigenas esabelece ‘uma fore presuncio de que a media proposta no deveria seguir sem 0 consentimento dos pos ingens. Em certos contexts, essa resunigio pode se enrijcer numa probicéo ds medida ou do projeto na auséncia do consertmento ingen” gros nossos ANA, James, Relatrio dx ONU HRC/12/34 de 15 de julbo de 2009. Ver: htp/unsrjamesanaya.org PDFS! Annual?009 pl (p17) vessapto | os

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