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O documento discute as posições de um cristão ortodoxo sobre o tantrismo e forças demoníacas. O autor aponta problemas na análise do cristão por ignorar os ensinamentos de sua fé e misturar conceitos de mitologias pagãs, como a grega, para explicar outras tradições. Ele também destaca que a Igreja Ortodoxa vê os demônios ligados ao ar, não à terra, como sugerido pelo cristão em sua análise.
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Postagem do blog www.perolasdanovadireita.blogspot.com
O documento discute as posições de um cristão ortodoxo sobre o tantrismo e forças demoníacas. O autor aponta problemas na análise do cristão por ignorar os ensinamentos de sua fé e misturar conceitos de mitologias pagãs, como a grega, para explicar outras tradições. Ele também destaca que a Igreja Ortodoxa vê os demônios ligados ao ar, não à terra, como sugerido pelo cristão em sua análise.
O documento discute as posições de um cristão ortodoxo sobre o tantrismo e forças demoníacas. O autor aponta problemas na análise do cristão por ignorar os ensinamentos de sua fé e misturar conceitos de mitologias pagãs, como a grega, para explicar outras tradições. Ele também destaca que a Igreja Ortodoxa vê os demônios ligados ao ar, não à terra, como sugerido pelo cristão em sua análise.
dizerem contrrios mistura de formas tradicionais, a
utilizao de aspectos presentes somente em uma tradio para explicar uma outra, e desta para explicar a primeira ou uma terceira, de tal forma que, no final do processo, o que resulta um retalho ecltico contrariando o princpio originalmente anunciado.
Tive um flashback dessas leituras ao acompanhar a
posio tomada por um conhecido meu, que cristo ortodoxo, em um desses sites de perguntas e respostas, diante da recente discusso sobre o culto a Shakti http://libertoprometheo.blogspot.com.br/2014/12/oucristianismo-ou-perenialismo.html. Resumidamente, ele diz no acreditar que o tantrismo seja uma forma de satanismo, apesar daquele, em suas palavras, lidar tambm com foras demonacas no sentido de ctnicas, mas que isso no constitui, por si mesmo, evidncia suficiente.
O termo ctnico vem do grego Khthon, que se refere ao
subsolo, ao que est dentro da terra ou que dela surge. No creio que ele tivesse em mente, ao se referir a tais foras, algo fsico, material, como a dita ao radiestsica de lenis freticos, veios de minrios, etc.
Outra possibilidade que tenha utilizado o termo no
sentido com que frequentemente empregado na chamada psicologia profunda, como na escola junguiana, onde se refere a supostas foras psquicas de origem mais ancestral. Sua aplicao nessa rea advm da mitologia grega, que abordarei mais abaixo.
Ele certamente sabe que a Igreja Ortodoxa no
desvincula foras psquicas da ao demonaca. Por exemplo, o Arquimandrita Irenei, em The Beginnings of a Life of Prayer http://www.amazon.com/Beginnings-LifePrayer-Archimandrite-Irenei/dp/1887904298, diz, logo na primeira parte do livro (minha traduo): ... Que existe o diabo, que h demnios, e que esses seres esto em guerra ativa contra a humanidade e sua salvao um testemunho to fundamental da Igreja que chocante que seja necessrio esclarec-lo entre os
cristos; no entanto, isso mais frequente do que
deveria. Aps relembrar como a narrativa evanglica repleta de demnios e de seu combate pelo Cristo, ele arremata: Se esse o trabalho do Cristo em Sua vida humana, pode a do cristo ser outra coisa? Porm, ... se a existncia do diabo sequer admitida, ele concebido como um tipo de personificao genrica do mal e tudo o que contrrio a Deus; todavia, novamente, isso frequentemente articulado de uma forma que objetiva somente determinar que a fora do bem tem sua contraparte, mas no como uma admisso genuna da existncia de um ser dotado de identidade, vontade, inteno e um envolvimento ativo em nossas vidas enquanto seres humanos... O autor cita ento as palavras do prprio Cristo, em Joo 8:44https://www.biblegateway.com/passage/? search=John+8:44, sobre Satans: [E]le foi homicida desde o princpio e no se firmou na verdade, porque no h verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe prprio, porque mentiroso e pai da mentira.
Ou seja, a tradio crist reconhece a ao de foras
demonacas no sentido de demonacas mesmo, no como meras foras psquicas ancestrais. De fato, nem mesmo Jung acreditava nisso, se levarmos em considerao o que Seyyed Hussein Nasr diz em The Philosophy of Seyyed Hussein Nasr http://www.amazon.com/Philosophy-Seyyed-HosseinLibrary-Philosophers/dp/0812694147/ref=sr_1_9? s=books&ie=UTF8&qid=1418755829&sr=19&keywords=the+philosophy+of+nasr, onde ele informa ter ouvido diretamente de Mircea Eliade, que participara dos Encontros de Eranos juntamente com Carl G. Jung, que a psicologizao dos aspectos espirituais empreendida pelo psiclogo suo era, segundo lhe teria confidenciado o prprio, somente uma forma de tornar seu pensamento mais palatvel comunidade cientfica e intelectualidade.
De qualquer forma, tampouco creio, pelo que conheo de
suas posies, que fosse esse o sentido pretendido com a referncia s foras ctnicas. Sendo assim, o nico sentido restante para o termo o original, vinculado aos antigos gregos mesmo, e que o que considero mais provvel que ele tivesse em mente. Ento vamos aos gregos. Certamente todos os leitores conhecem algo sobre os deuses do Olimpo, como Zeus, Diana, etc. No entanto, esse somente um aspecto do panteo divino dos antigos gregos. Raramente ouvimos falar de sua contraparte, a dos deuses ctnicos, ou telricos, como Hades, Hcate, entre outros. Diz-se normalmente que os cultos aos deuses olmpicos eram mais racionais do que os exigidos pelas divindades ctnicas, podendo-se dizer que, nos rituais associados aos primeiros, havia uma atitude de servio,
de se oferecer algo para se conseguir alguma coisa em
troca, em rituais que comumente ocorriam luz do dia. No caso dos rituais s divindades ctnicas, eles tendiam a ocorrer noite e sua finalidade era geralmente a de afastar tais seres, evitando sua influncia funesta.
O problema que nem os celestes olmpicos e nem os
subterrneos ctnicos so deuses cuja divindade, ou mesmo a existncia, afirmada pelo Cristianismo. Logo, o que temos um cristo ortodoxo ignorando o que diz sua f e lanando mo de conceitos e seres exgenos a ela - a mitologia grega para explicar e defender uma terceira coisa ainda o tantrismo. Apesar de que ele mesmo criticou publicamente essa miscelnea perenialista h no muito tempo, percebe-se ainda uma certa Unidade Transcendente das Mitologias influenciando suas posies.
Ora, ctnicas ou olmpicas, gregas ou hindus, cabe a
essas divindades somente duas naturezas possveis sob uma perspectiva crist: a de meras fantasias do imaginrio dos povos pagos ou a de anjos cados, ou demnios, da narrativa bblica e dos Santos Padres. No se pode, portanto, falar, de forma coerentemente crist, de foras demonacas no sentido de ctnicas distinguveis, em essncia, do culto a Shakti: ou essa deusa uma iluso, ou tambm uma fora demonaca. Alm disso, h outros dois problemas em sua anlise, e que chamam ateno imediatamente de quem estuda esses assuntos j h algum tempo: Um problema de natureza acadmica: praticamente um consenso entre os especialistas que a diviso rigorosa entre smbolos e cultos associados a deuses olmpicos e ctnicos no se sustenta, pois h diversos exemplos de rituais e smbolos aparentemente ctnicos em prticas relacionadas a deuses olmpicos. Ou seja, no caso grego, pode-se falar de foras demonacas no sentido de olmpicas tambm. Um problema de natureza religiosa: como lhe certamente conhecido, a Igreja Ortodoxa enfatiza a relao dos demnios com o ar, no com a terra, o que torna absolutamente disparatada a identidade exclusiva, pelo que o contexto sugere, entre o demonaco e o ctnico, o que deixaria as divindades olmpicas livres de tal conotao. Citando o Arquimandrita novamente: A Igreja ensina, clara e sobriamente, que o reino demonaco uma realidade, que no um mistrio
completo para o homem... O prprio diabo conhecido
pelo nome; mais apropriadamente, por muitos nomes Lcifer, Sat, o Tentador, Belzebu, etc. Sabe-se que as hostes de anjos que o seguiram em sua apostasia foram lanadas para fora do Reino, e que existem agora no mundo etreo ou areo, assim como no prprio hades. Os [Santos] Padres consistentemente proclamaram seu territrio como sendo sobretudo o ar: assim o diabo conhecido como o prncipe das potestades do ar https://www.biblegateway.com/passage/? search=Ephesians+2:2&version=ARC, os demnios so as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestes https://www.biblegateway.com/passage/? search=ephesians+6%3A12&version=ARC. Mas a importncia desse assunto vai muito alm de qualquer discusso teolgica, passando bem longe de um fanatismo exclusivista exagerado de minha parte. Na base do esoterismo em geral, do perenialismo em especial e da maonaria, h o culto Grande Me em suas supostas manifestaes trinas nas diferentes tradies ao longo da histria. No Cristianismo, essa interface feita atravs da esoterizao do culto a Maria, sobretudo, mas no exclusivamente, utilizando-se o culto s Virgens Negras. A conscincia dessa trama sinistra, que ser exposta em meu prximo texto, joga luz em uma srie de eventos que esto ocorrendo atualmente no mundo em geral e no Brasil em particular. E, para demonstrar isso, no ser necessria nenhuma obra de engenharia argumentativa
de minha parte: bastar reproduzir o que os envolvidos j