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IMPERMEABILIZAÇÕES

Condições Técnicas de Execução

Série MATERIAIS

Versão provisória
joão guerra martins
(não revista)
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

Impermeabilidade

Principais causas para o seu aparecimento

Humidade ascendente

Na maior parte dos casos não se pode evitar que o solo seja húmido. Pode estar saturadi
ou não de humidade, ou seja, os seus poros podem ou não estar cheios de água líquida,
Grande parte do solo encontra-se sempre saturado de água, formando a camada de água
subterrânea ou freática.

Na realidade, o solo está saturado de água até um nível superiora dita camada devido às
forças capilares, subindo tanto mais quanto mais finos sejam os seus poros – geralmente
20 a 30,0cm sobre o nível de água freática. A um nível superior, os poros, sem estarem
saturados de água, absorverem quantidades mais ou menos importantes. Finalmente, só
muito perto da superfície do terreno, o conteúdo de água do solo pode ser bastante
baixo, graças à absorção pelas raízes das plantas ou à evaporação por contacto com a
atmosfera e a acção dos raios solares.

Deve então fazer-se a distinção entre o que sucede por baixo e por cima da camada
freática. Na primeira zona o solo encontra-se saturado e a água está sob pressão e, no
segundo caso, a água só penetra nas paredes sob efeito de capilaridade, ou seja, dentro
da camada saturada, fá-lo-á sob a acção de forças muito mais significativas, tanto mais
significativas quanto mais se desça na referida camada.

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Figura 1 .- Distribuição da água nas camadas do solo.

Assim para que possam ocorrer manifestações de humidade proveniente do terreno,


sejam de origem capilar ou freática, é necessário que as paredes se encontrem em
contacto com a água do solos, o que pode acontecer nas seguintes situações:

ƒ Fundações das paredes situadas abaixo do nível freático;


ƒ Fundações das paredes situadas acima do nível freático em zonas cujo
terreno possua elevada capilaridade, provocando a ascensão da água
existente a uma cota inferior;
ƒ Paredes implantadas em terrenos poço permeáveis ou com pendentes
viradas

Fenómeno de capilaridade

A capilaridade é um fenómeno que é posto em evidência quando se mergulha um tubo


fino de vidro – designado por tubo capilar – num recipiente com água. Verifica-se que o
nível de água sobe imediatamente no interior do tubo, destacando-se do nível de água
do recipiente. Esta evidência revela que existir necessariamente uma força que, nas
condições da experiência, se instala e produz o efeito observado. esta força toma o nome
de força capilar e a sua acção designa-se por capilaridade.

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O fenómeno de capilaridade, por sua vez ocorre em resultado de uma outra propriedade
dos fluidos – tensão superficial.

Entre as partículas ou moléculas constituintes de um líquido exercem-se forças de


atracção. Estas forças de atracção entre moléculas do mesmo material designa-se por
coesão.

Figura 2 - Tensão superficial.

Uma molécula no interior de um líquido, será igualmente atraída em todas as direcções


pelas moléculas vizinhas, pelo que as forças de coesão se equilibram. Contudo para as
moléculas próximas da superfície, as forças de coesão não estão equilibradas e, em
resultado, a superfície do líquido fica tensionada (figura…).

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r
θ θ
σ σ

F
h
Ar

Líquido

Figura 3 – Tubo capilar.

Num tubo capilar, um líquido molhante sobe até que o peso da coluna de água (F)
equilibre a acção da tensão superficial (σ). De acordo com o esquema apresentado na
figura……, pode assim escrever-se:

F = ρ .g.π .r 2 .h = cos θ .2π .r

A pressão hidrostática correspondente à altura do líquido no tubo, equilibra a


subpressão ou sucção capilar (pc):

2σ cos θ
Pc =
r

Nesta expressão a tensão superficial (σ) vem expressa em N/m, o raio capilar em m e o
ângulo de contacto (θ) em graus (º).

A altura da ascensão capilar também será:

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2 ⋅ σ ⋅ cos θ
h=
r⋅ρ⋅g

pelo que se conclui que, tanto a sucção capilar, como a altura de ascensão capilar são
inversamente proporcionais ao raio capilar. Estão assim intimamente relacionados com
a estrutura interna do material. Verificando-se que a tensão superficial diminui com a
temperatura, também aqueles parâmetros são funções decrescentes da temperatura.

Analisando qualquer das duas últimas expressões, verifica-se que a acção da penetração
de um líquido por capilaridade num material pode ser contrariada de duas formas:

ƒ Reduzindo a adesão, que é representada pelo ângulo de molhagem;


ƒ Reduzindo a tensão superficial.

Humidade ascendente – Descrição do fenómeno

A humidade ascendente pode ser definida como o fluxo vertical de água que consegue
ascender do solo – através do fenómeno de capilaridade – para uma estrutura permeável.

A ascensão de água nas paredes, que pode ocorrer até alturas significativas, é função de:

• condições de evaporação de água que para aí tenha migrado;


• porosidade do material;
• permeabilidade do material;
• quantidade de água que se encontra em contacto com a parede.

no caso das paredes de edifícios antigos – de alvenaria – os “caminhos” mais fáceis


pelos quais a àgua poderá ascender são as juntas ou ligantes de argamassa. Geralmente,
para a água ascender por um tijolo, terá de percorrer primeiro as juntas de argamassa à
sua volta. De facto, elas constituem o único “caminho” contínuo para a sua ascensão. Se
os tijolos de alvenaria possuírem um tratamento repelente à água, e a argamassa for
comum, a ascensão far-se-á do mesmo modo. Mas se, pelo contrário, o ligante possuir
características, hidrófugas, o fenómeno, de forma geral, não acontecerá. Constata-se

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assim que as argamassas utilizadas nas alvenarias formam uma parte importante do
tratamento desta patologia.

Figura 4 - Ascensão da água pelas juntas de argamassa.

Tanto nas paredes de tijolo, como nas de pedra, são geralmente identificáveis os
sintomas de humidade ascensional – através de uma “linha” horizontal na parede, ou
seja, pela diferença de tonalidade do paramento, de uma zona mais escura para uma
mais clara. Esta linha forma-se no ponto onde o equilíbrio entre capilaridade e
evaporação é atingido, deixando muitas vezes acumulações visíveis de sais
cristalizados, usualmente designados de “eflurescências”. Para baixo da “linha”, a
humidade ascende por capilaridade. As eflorescências não aparecem nesta zona, pois a
humidade mantém os sais em solução. Acima da “linha”, a humidade varia de acordo
com as condições climatéricas. Nesta área que, poder-se-á chamar de “transição”, a
humidade, por vezes é alta, de modo a suportar a capilaridade, outras vezes è baixa e só
existe vapor de água. Quando a água se evapora, os sais cristalizam e ficam aí
depositados. De facto, a banda de sais poderá ser um dos mais importantes indicadores
de uma possível humidade ascensional.

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Figura 5 - Esquematização geral da ascensão de água por capilaridade.

Tal como foi referido anteriormente, a humidade pode ser proveniente das águas
freáticas ou superficiais. A cada um destes dois tipos de alimentação corresponderá um
conjunto de sintomas específicos.

Nas situações em que a humidade é proveniente das águas freáticas, os fenómenos


apresentam-se sensivelmente inalterados ao longo do ano, verificando-se que a altura
das manchas correspondentes às zonas húmidas, é aproximadamente constante em cada
parede, sendo maior nas paredes interiores, comparativamente às exteriores – o grau de
evaporação é menor.

Quando a humidade é proveniente das águas superficiais, os fenómenos apresentam


durante o ano, sendo em geral mais gravosos no Inverno do que no Verão, e a altura das
zonas húmidas pode variar consideravelmente ao longo das paredes interiores do que
exteriores. Em consequência de tais variações, as zonas erodidas das paredes
apresentam grande amplitude em altura.

A influência de sais higroscópicos – tipos mais frequentes

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Os sais existentes no solo e nos materiais de construção dissolvem-se na água, sendo


arrastados por esta até à superfície da parede, onde cristalizam quando ocorre a
evaporação da água, dando origem às eflorescências e criptoeflorescências atrás
referidas.

Os sais provenientes do solo e dos materiais de construção mais frequentes de se


manifestarem são:

NITRATOS – Sais de origem orgânica, por isso mais frequentes em zonas rurais. O
mais corrente é o nitrato de cálcio, que cristaliza a 25ºC e a uma humidade relativa de
50%.

SULFATOS – Sais bastante higroscópicos e solúveis. Cristalizam com grande aumento


de volume – o Sulfato de cálcio, aumenta em 40% do seu volume.

CLORETOS – Provenientes essencialmente dos materiais de construção, da água e de


ambientes marinhos. Absorvem grandes quantidades de água quando combinados com
outros sais, particularmente com os sulfatos.

CARBONATOS – Estão também presentes nos materiais de construção,


transformando-se em bicarbonatos sob a acção da água e do dióxido de carbono.

Seguidamente enumeram-se os sais mais frequentemente encontrados nos diversos


materiais de construção:

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Entende-se por impermeabilidade como sendo; resistência que um revestimento


oferece à penetração da água líquida que pode ser proveniente da agua das chuvas ou de
águas subterrâneas existentes.

Não há dúvida de que os materiais empregues em barreiras contra o vapor de


água – papeis laminados com asfalto, películas de poliestireno e outros podem ser
considerados como impermeabilizantes.
Camadas de misturas asfálticas são largamente utilizadas como
impermeabilizantes em edificações, postes e docas, para protegê-los das água e do
apodrecimento.
Impermeabilização contra humidade – é a aplicação de asfalto sem reforço a
uma superfície de concreto ou de alvenaria, geralmente abaixo do nível do solo e pouco
exposta à acção da água.
Impermeabilização a água - é a aplicação, em tais superfícies de asfalto
misturado com fibra, para prevenir a penetração de humidade sob condições de pressão
hidrostática. Estes impermeabilizantes asfálticos para tais fins são aplicados com brocha
ou revolver.
Podem ser utilizadas como reforço, de 3 a 6 mantas de fibras de vidro em
condições de elevada pressão de água subterrânea.
Impermeabilizantes transparentes – são feitos de silicones e empregados em
alvenaria no combate à humidade e não mudam a aparência das paredes. O hypalon tem
a mesma utilização fornece uma camada impermeabilizante flexível, decorativa e
protectora, aplicada em superfícies metálicas, de madeira ou alvenaria.

Dentre os impermeabilizantes de superfícies metálicas estão os demãos de


vinil, epóxi, hypalon, borracha clorada, borracha butílica e tintas de alumínio. A
borracha clorada, produzida por reacção da borracha com cloro ,protege contra muitos
agentes corrosivos, além de proteger contra a água. Pode também ser usada em
alvenaria e concreto.

Quando se aplica uma membrana líquida que endurece por liberação do


solvente, são necessárias duas demãos no mínimo. A segunda é aplicada para fechar

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pequenos orifícios que podem desenvolver-se na primeira devido à evaporação do


solvente.

A tinta de alumínio é uma dispersão de minúsculos flocos de alumínio num


asfalto. É dotada de excelente aderência do asfalto à quase totalidade dos tipos de
superfícies. Os flocos de alumínio formam lamelas que oferecem elevada resistência á
penetração da água , mesmo que a camada de tinta seja fina.

Fases de diagnóstico

As várias fases que constituem uma intervenção com vista à resolução de um problema
de humidade ascendente podem esquematizar-se do seguinte modo:

Criação de
Determinação Eliminação Intercepção uma barreira Desumidificação Eliminação
das causas da fonte da água contra a da parede dos
subida da defeitos
humidade

A fase de diagnóstico envolve dois processos:

• A identificação do problema, incluindo a sua natureza e extensão - ex: elevado


grau de eflorescências na parede exterior da fachada norte ao nível do piso
térreo. Área aproximada de 4,0m2.

• A previsão de uma possível causa do problema - ex: o exame executado na base


da parede acima referida revelou que esta se encontra fendilhada o que constitui
um ponto de entrada de água.

• O diagnóstico idêntica a causa e o efeito do problema, usualmente começando


com a identificação deste último.

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Figura 6 - Chekup de routina a executar ao edifício na fase de diagnóstico

Exame Externo

a) Coberturas, algerozes, caleiras, etc.;


b) Estado das alvenarias, argamassas, rebocos e pinturas;
c) Verificação de possível fendilhação junto a pontos fracos da construção;
d) Estado das portas e janelas;
e) Verificação de grelhas de ventilação e outras aberturas em fachadas;
f) Verificação de chaminés e outros elementos emergentes nas coberturas;
g) Detecção de uma possível barreira anti huidade existente, incluindo a
identificação do produto e sistema utilizados.

Exame Interno

a) Verificação da existência de fungos, manchas e bolores;


b) Verificação da desagregação de pinturas e rebocos;
c) Verificação da existência de eflorescências.

Exame Seundário interno (pressupõe o uso de aparelhos de medição de teores de


humidade)

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a) Verificação dos teores de humidade no perímetro e centro dos pavimentos;


b) Determinação dos teores de humidade dentro e fora das paredes;
c) Verificação das juntas entre pavimentos/paramentos;
d) Detecção de uma possível barreira anti humidade existente, incluindo a
identificação do produto e sistema utilizados (se instalada no interior do
edifício);
e) Verificação dos teores de humidade nas superfícies das paredes sob uma linha
vertical e sob uma linha horizontal;
f) Verificação da existência de criptoeflurescências;
g) Verificação da utilização de folhas de polietileno ou metálicas em paredes;
h) Listagem do tipo de materiais utilizados em rebocos, pinturas, estuques, etc.

Exemplos de manifestações frequentes

a) b)

c) d)

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a) Caso de humidade ascendente de águas


freáticas em paredes interiores.
b) Caso de humidade ascendente de águas
superficiais numa parede exterior. A “linha”
é aqui perfeitamente visível.
c) A drenagem de um tubo de queda feita
directamente no solo é um dos motivos mais
frequentes de patologia.
d) Manifestação de eflorecências na base de
uma parede.
e) Manifestação extrema de sais numa parede
de alvenaria.

e)
Figura 7 .- Manifestações frequentes.

Factores a considerar

Os materiais de construção comuns diferem bastante entre si relativamente à sua


resistência à humidade. Este facto encontra-se relacionado com o grau da mesma
existente no ar e com a capacidade que o material possui para a atrair. Para isto concorre
a sua composição química e a presença de sais que se encontram nas paredes – seja por
ascensão capilar, seja por integrarem os componentes estruturais do material empregue.

A presença de uma ascensão capilar “activa” é indicada por quantidades excessivas de


humidade na base das paredes, que vão diminuindo na razão inversa da sua altura. Este
gradiente é, geralmente, observado até alturas de 1,5m. Contudo, este valor depende
directamente da estrutura e condições das alvenarias, podendo assim ascender a valores
mais altos.

A contaminação das alvenarias por uma banda de sais higroscópicos poderá confirmar a
existência de um problema deste tipo, mas não possibilitará a distinção entre uma
ascensão activa ou passada. Para a verificação de tais situações será necessária a recolha

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– numa faixa vertical – de amostras in situ e a posterior determinação dos teores de


humidade e higorspicidade de cada uma. De facto, a altura onde os sais estão presentes
revelará a “história” da humidade – eles maracarão sempre a altura máxima a que ela
ascendeu. Assim poder-se-á também utilizar este método para testar a eficiência de
eventuais barreiras instaladas.

É também essencial, nesta fase, proceder à eliminação de outras potenciais fontes de


humidade – especialmente de condensações em meses frios - bem como à verificação
de possíveis tratamentos anteriores nas paredes em causa, de modo a que diagnóstico se
possa executar a mais correctamente possível já que a relação causa/efeito se poderá
tornar um processo extremamente complicado.

Proposta de soluções

A humidade nos elementos de construção deve ser corrigida por secagem, através de
ventilação, aquecimento ou utilização de um aparelho desumidificador, antes de ser
efectuada qualquer reparação.

Quanto à possível reposição da situação inicial, poder-se-á optar por distintos caminhos:

ƒ Realização de pequenas obras de conservação, quando as patologias não


estão muito agravadas, apesar de muitas vezes não ser possível a
recuperação total das condições iniciais.
ƒ Realização de obras de restauro, em que se recuperam totalmente as
condições de serviço iniciais, através de avultadas reparações;
ƒ Outra hipótese consiste em aproveitar parte da situação inicial e
considerar uma nova solução técnica, em conformidade com a existente.

Revestimentos de impermeabilização.

São vários os sistemas para a impermeabilização de lajes sob telhados:

ƒ Manta asfáltica auto-protegida com filme de alumínio e manta asfáltica com


acabamento em polietileno e estruturada com geotêxtil de poliéster;

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ƒ Asfalto elastômero;
ƒ Argamassa polimérica;
ƒ Cristalizante hidráulico;
ƒ Resinas acrílicas;
ƒ Hidro-repelente;
ƒ Membrana polimérica acrílica - geocompósito.

Estas soluções, podem representar de 1,5% a 3,5% do custo total da obra, são sistemas
de grande durabilidade – a sua vida útil varia de 15 a 18 anos – e de fácil manutenção.

Se houver ausência de laje sob o telhado, será necessário instalar um sistema menos
robusto. Neste caso, uma opção para garantir a estanquidade é a subcobertura. O
mercado apresenta várias opções, com destaque para três:

ƒ subcoberturas simples, formadas por estruturante (papel kraft, tecido de


polipropileno etc.) e laminado com filme de alumínio em uma ou ambas as
faces;
ƒ subcoberturas de alumínio reforçado para resistir a pequeno peso;
ƒ subcoberturas compostas por espuma de polietileno com filme de alumínio em
uma ou ambas as faces.

Os dois primeiros tipos de subcobertura são sistemas estanques no caso de vazamento


de água pelo telhado e também oferecem conforto térmico; já a subcobertura composta
de espuma de polietileno e filme de alumínio, além de garantir estanquidade e conforto
térmico, apresenta características de isolamento acústico, dadas pela espessura da
espuma.

Manta Elastômera

Embora este seja o sistema de maior longevidade, exige mão-de-obra muito melhor
qualificada. A sua espessura mínima de 0,8mm, exige este grande cuidado, chegando a
ponto da necessidade de isolamento da área até que já tenha sido aplicada a protecção
mecânica.

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A manta elastômera é aplicada solta sobre a laje. Este sistema é chamado de sistema
flutuante de impermeabilização. Tem o inconveniente de, no caso de uma infiltração, a
água "caminhar" por baixo da manta por longas distâncias, dificultando a localização da
infiltração.

A sua aplicação é feita da seguinte forma:

1 – Regularização

ƒ Limpeza da laje na área a ser impermeabilizada;


ƒ Verificação dos elementos que virão a interferir na impermeabilização;
ƒ Verificação de corpos estranhos na superfície da laje - ex: restos de madeira
incrustações de cimento, arames e outros;
ƒ Aplicação de argamassa de cimento e areia no traço 1:3, com espessura mínima
de 3,0cm;
ƒ Arredondamento dos cantos;
ƒ Regularizar a superfície.

2 - Aplicação do “primer”

O “primer” é uma pintura de base asfáltica

ƒ A superfície deve estar totalmente seca;


ƒ O “primer” é aplicado a rolo de lã numa única demão;
ƒ Aguardar 24 horas após a aplicação do “primer” para a aplicação da manta.

3 – Aplicação da manta

ƒ Verificação dos elementos que virão a interferir na impermeabilização;


ƒ Verificar as especificações de projecto;
ƒ Dispor os rolos de manta no sentido longitudinal da aplicação;
ƒ Fazer arremates nos ralos e outros elementos;

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ƒ Inserir dentro dos ralos uma secção de tubo de PVC de 3,0cm com um corte
vertical. Este anel tem a finalidade de não deixar a manta descolar do cano.

Manta Asfáltica

As mantas asfálticas podem ser aplicadas em diversos tipos de substrato, cimento,


zinco, alumínio, cimento amianto, madeira, etc.

Depois de finalizados os trabalhos prévios a aplicação da manta, se começara o pré


tratamento dos ralos e pontos emergentes.
Estes deverão ser perfeitamente isolados com manta sendo um ponto crucial na
impermeabilização, muitos dos casos de infiltrações são erros nestes pontos.

Abrir o rolo totalmente para o alinhamento e seguida bobinar novamente. Queimar com
o maçarico o polietileno protector de alta densidade e também a tinta de imprimação
para promover uma perfeita aderência.
Nossa recomendação e que a manta seja totalmente aderida, já que se ela é soldada
somente nas juntas( manta flutuante ) e tiver qualquer vazamento é muito difícil achar o
ponto exacto já que a água pode correr entre o concreto e a argamassa de regularização
aparecendo o vazamento em outro ponto completamente diferente ao da infiltração na
manta.

A manta deverá ser colocada no sentido contrário ao caimento começando da parte mais
baixa para a mais alta até cobrir toda a área inclusive a platibanda se for necessário.
Entre uma manta e outra devera ter uma sobreposição de no mínimo 10,0cm.
Completar a aplicação até cobrir com a manta toda a área a impermeabilizar.

Depois de coberta toda a superfície se deverá fazer o arremate de todas as juntas


passando uma colher de pedreiro.
As juntas deverão ser pintadas com tinta alumínio de base asfáltica para protecção do
asfalto dos raios U.V, dando um acabamento perfeito.

Com a manta asfáltica podem ser impermeabilizadas diversos tipos de obras, garantindo
uma perfeita impermeabilização.

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Aplicação de Manta Asfáltica.

Figura 8 - Aplicação com maçarico

Figura 9 - Teste de estanqueidade após a aplicação

Figura 10.- Detalhe visual

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Figura 11.- Laje com Manta Asfáltica Alumínio

Figura 12- Telhado fibro-cimento revestido com Manta

Argamassa Polimérica

A argamassa polimérica é um revestimento Impermeabilizante Semi-flexível.


Constituída de resinas sintéticas, cimentos e aditivos especiais, produz revestimentos
impermeáveis com execelente aderência e resistência mecânica.

ƒ Aplicação em piscinas enterradas e caixas de água subterrâneas, muros de


contenção, pisos frios em contanto com o solo e estruturas sujeitas a infiltração
de lençol freático;
ƒ Resistente a pressões hidrostáticas positivas ou negativas;
ƒ Não altera a potabilidade da água. Pode ser reforçado com tela de poliéster.

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Cristalizante Hidráulico

Constitui uma barreira contra a humidade ascendente proveniente do solo, que, em


geral, é absorvida por tijolos maciços.
Impermeabilizante líquido à base de sais minerais e hidrorepelentes que "injectado"
nos tijolos, percola por capilaridade e reage com a água existente na parede,
transformando-se em cristais que selam os poros da cerâmica, bloqueando o
caminho de subida da água.

Resinas Acrílicas:

As resinas acrílicas sintéticas tem grande aplicação em acabamento de grande efeito


estético em pedras, tijolos, blocos, betão e telhas.

ƒ Aplicação em pisos de pedra (ardósia), granito e telhas (cerâmicas ou de cimento


de cor escura);

Hidro-repelente

Trata-se de um tipo de silicone de base solvente.

ƒ Aplicação de em paredes de pedra ou tijolos aparentes e telhas cerâmicas ou de


cimento, em especial as de cor clara.

Membrana Polimérica Acrílica

Impermeabilizante constituído de Resinas acrílicas de alto desempenho, moldado


“in loco" formando uma membrana impermeável, de alta resistência e elasticidade.

ƒ Aplicação de em lajes planas sem tráfego ou abobadadas e telhados, em especial


de telhas metálicas e de fibro-cimento.

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Figura 13- Telhado com Membrana Acrílica.

Figura 14 - Membrana Acrílica em laje abobadada

Figura 15- Detalhe de aplicação da membrana acrílica.

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Tipos de revestimentos impermeabilizantes

Mantas

Manta impermeabilizante industrializada feita à base de asfaltos modificados


com polímeros de APP (polipropileno atático) e armada com um não tecido de
filamentos de poliéster agulhados, previamente estabilizado com resina
termofixada. Assim, caracteriza-se pela sua alta resistência à tração, à punção
e ao rasgamento, qualidades que se apresentam de forma homogênea por toda
a manta, reduzindo os riscos de falhas localizadas na impermeabilização.

Campo de aplicação
• Trata-se de um sistema altamente recomendado para áreas de boa dimensão,
planas e que estejam expostas às intempéries, acompanhando a grande
trabalhabilidade da estrutura.
Asfálticas
Manta impermeabilizante industrializada feita à base de asfaltos modificados com
polímeros de SBS (copolímero estireno-butadieno-estireno) e armada com um não
Tipos
tecido de filamentos de poliéster agulhados, previamente estabilizado com resina
termofixada. Assim, caracteriza-se pela sua alta resistência à tração, à punção e ao
rasgamento, qualidades que se apresentam de forma homogênea por toda a manta,
reduzindo os riscos de falhas localizadas na impermeabilização.
Campo de aplicação
• Trata-se de um sistema altamente recomendado para áreas de boa dimensão,
planas e que estejam expostas às intempéries, acompanhando a grande
trabalhabilidade da estrutura.

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Manta impermeabilizante industrializada feita à base de asfaltos modificados


(oxidados) e armada com um não tecido de filamentos de poliéster agulhados,
previamente estabilizado com resina termofixada. Assim, caracteriza-se pela sua
alta resistência à tração, à punção e ao rasgamento, qualidades que se apresentam de
forma homogênea por toda a manta, reduzindo os riscos de falhas localizadas na
impermeabilização. Da mesma forma sua aplicação fica bastante facilitada,
permitindo que se mantenha um bom ritmo de obra.
Campos de aplicação
• Trata-se de um sistema altamente recomendado para áreas de boa dimensão,
planas e que estejam expostas às intempéries, acompanhando a grande
trabalhabilidade da estrutura.
Manta impermeabilizante industrializada feita à base de asfaltos modificados com
polímeros, tendo como acabamento na face exposta um filme de alumínio,
caracterizando-se assim pela sua alta resistência ao ozônio e alta reflexão dos raios
solares.
Campos de aplicação
• Trata-se de um sistema altamente recomendado para áreas com transito leve,
não necessitando, portanto, de proteção mecânica, tais como sheds, cúpulas,
etc... É altamente recomendado para recuperação de telhados, garantindo-lhes
estanqueidade e alta reflexão térmica.

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Manta impermeabilizante industrializada feita a base de asfaltos modificados com


polímeros e armada com uma armadura de véu de fibra de vidro, caracterizando-se
assim pela sua alta estabilidade dimensional e grande durabilidade.
Campos de aplicação
• Trata-se de um sistema altamente recomendado para áreas de reduzida dimensão
tais como piso frio, terraços, floreiras, baldrames, etc...

Pinturas

É uma solução asfáltica composta de asfaltos especiais com solventes orgânicos.


Possui baixa viscosidade e alto teor de sólidos que, pela suas características,
Solução garantem secagem rápida. Garante uma superfície perfeita, proporcionando
asfáltica para ótima aderência para o sistema impermeabilizante de base asfáltica.
imprimação Campos de aplicação
• Lajes, caixas d'água, tanques e qualquer superfície que se utilize de um
sistema impermeabilizante a base asfáltica.
Trata-se de um asfalto modificado solubilizado com solventes voláteis e que
recebe cargas de elastômero. Dessa forma, o material apresenta excelente
Asfalto
memória elástica e tem a capacidade de formar uma boa camada
elastomérico
impermeabilizante com um número reduzido de demãos. É solubilizado com
moldado “in
solventes de boa volatilidade, o que reduz drasticamente seu tempo de secagem,
loco” e a frio
principalmente em áreas fechadas ou quando a umidade relativa do ar está muito
elevada .

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Campos de aplicação
• A aplicação é a frio e moldado "in loco", o que facilita na impermeabilização
de áreas de dimensões reduzidas que apresentem muitos recortes, pois se
molda perfeitamente a todas as irregularidades do substrato como em
sanitários e áreas molhadas.
É uma emulsão asfáltica para aplicação a frio. Possui baixa viscosidade e alto
teor de sólidos que garantem uma membrana de alta impermeabilidade.
Emulsão
Campos de aplicação
asfáltica
• Impermeabilização de pisos frios, lajes de pequena dimensão, baldrames,
etc.. Também indicado para mástique de calafetação de juntas de piso.
É uma tinta a base de alumínio que apresenta um excelente coeficiente de
elasticidade e, portanto, acompanha naturalmente os movimentos da base de
aplicação. Paralelamente, trata-se de elemento refletivo, de modo a proteger o
Tinta substrato dos ressecamentos impostos pelos raios infra-vermelho. Utiliza-se
alumínio como acabamento em sistemas de impermeabilização, substituindo-se as
protetora argamassas de proteção quando estas não são possíveis ou recomendáveis.
Campos de aplicação
• Destina-se a proteção da impermeabilização em lajes expostas às
intempéries.
Solução de elastômeros à base de borracha sintética de NEOPRENE (polímero
de cloro-butadieno e policloroprene) que possui ótima elasticidade. É fornecido
nas cores vermelha e preta. Por ser um produto à base de solventes inflamáveis e
tóxicos, deve-se evitar contato com fogo e faíscas, sendo indicado para ser
Elastômero a
aplicado em local ventilado. Após a evaporação do solvente, a película
base de
vulcaniza, formando um lençol monolítico de borracha impermeável e altamente
Neoprene
aderente ao substrato.
Campos de aplicação
• Indicado para impermeabilização em lajes inclinadas, telhados de madeira,
calhas, pré moldados, sheds, cúpulas e áreas de difícil acesso.
Solução de eslatômeros à base de borracha sintética de HYPALON (polietileno
Elastômero à
clorosulfonado). Produto para isolamentos e impermeabilizações em superfícies
base de
expostas às intempéries. Suas camadas resistem através dos anos, sem perder a
Hypalon
elasticidade interna. Por ser produto à base de solventes inflamáveis e tóxicos,

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deve-se evitar o contato com fogo, devendo ser aplicado em local ventilado. Sua
resiste a ácidos oxidantes, em baixa e alta concentração, bem como a álcalis.
Suporta temperaturas acima de 30oC sem que suas principais características
sejam alteradas. Produto fornecido na cor branca.
Campos de aplicação
• Aplicado como acabamento das impermeabilizações de DRYKOPRENE em
lajes inclinadas, calhas, pré-moldados, etc..., dispensando a proteção
mecânica.
Trata-se de asfalto modificado com poliuretano (PBLH). Produto bi-componente,
com excepcional característica elástica e cura rápida.
Elastomérico
Campos de aplicação
a base de
• Aplicação a frio e moldado 'in loco', o que facilita na impermeabilização de
PBLH a frio
áreas que apresentam muitos recortes, pois se molda perfeitamente a todas as
irregularidades do substrato

CIMENTOS

Trata-se de uma impermeabilização estrutural cujo material, um cimento


impermeabilizante, penetra por capilaridade na estrutura do concreto.
Dessa forma, esse processo requer que a superfície a ser
impermeabilizada esteja isenta de impurezas e, de preferência, seja o
próprio concreto. Esse sistema tem a vantagem de dispensar a
regularização, formando uma camada pouco espessa (não ultrapassando
Cimento 2mm), além de ser aplicado a frio. Produto não tóxico, permitindo o
impermeabilizante trabalho em locais fechados.
para pressão positiva Campos de aplicação
• Aplicado em impermeabilizações tipicamente estruturais, tais como
piscinas, reservatórios enterrados, cortinas e pisos de subsolos
sujeitos a umidade, baldrames, embasamento e muros de arrimo. Sua
aplicação deve ser evitada em áreas sujeitas a movimentações
estruturais constantes, uma vez que pela sua própria característica
estrutural pode vir a sofrer fissurações.
Cimento Polimérico Consiste na combinação de uma impermeabilização estrutural e resina

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semi-flexível à base de dispersão acrílica. Produto bi-componente e semi-


flexível, tem a vantagem de dispensar a regularização e formar uma
camada pouco espessa além de ser aplicado a frio.
Campos de apliacação
• Recomendado para áreas sujeitas a movimentações estruturais, tais
como reservatórios, piscinas e tanques, uma vez que suas principais
características são sua boa memória de alongamento,
impermeabilidade a pressões positivas e negativas, durabilidade e
resistência, além de ser inodoro e atóxico.
Consiste na combinação de uma impermeabilização estrutural
(um cimento impermeabilizante que penetra por capilaridade na estrutura
do concreto) e a aplicação de um impermeabilizante à base de resina
termoplástica em composição com cargas ativas. Dessa forma, esse
processo requer que a superfície a ser impermeabilizada esteja isenta de
impurezas e, de preferência, seja o próprio concreto. Esse sistema tem a
vantagem de, alem de ser flexível, dispensar a regularização e formar
uma camada pouco espessa, além de ser aplicado a frio. Produto inodoro
Resina termoplástica e atóxico que mantém sua aderência e flexibilidade a temperaturas de até
0oC.

Campos de aplicação

• O sistema é recomendado para áreas sujeitas a movimentações


estruturais constantes, tais como reservatórios superiores e
reservatórios em torres, uma vez que suas principais características
são sua boa memória de alongamento, impermeabilidade,
durabilidade e resistência.
Trata-se de uma impermeabilização estrutural cujo material, uma
combinação de cimento impermeabilizante, cimento de pega ultra rápida
Sistema e líquido selador, penetra por capilaridade na estrutura do concreto e
impermeabilizante forma depósitos cristalinos quando em contato com a água ali existente.
para pressão negativa Irá apresentar, portanto, a mesma resistência hidrostática que a estrutura
a que se incorporou, quer seja ela positiva ou negativa. Esse sistema não
é tóxico e não requerer o rebaixamento do lençol freático.

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Campos de aplicação
• Aplicado em impermeabilizações tipicamente estruturais, tais como
piscinas, reservatórios enterrados, cortinas e pisos de subsolos. Deve-
se evitar em áreas sujeitas a movimentações estruturais constantes,
uma vez que pela sua própria característica estrutural pode vir a
sofrer fissurações.

Outros

Sistema de isolação térmica, impermeabilização e acabamento, com elevado


abatimento acústico para sons de impacto e aéreo, que pode ser aplicado em
telhados de fibrocimento, metálicos, pré-moldados ou sobre lajes sem acesso
habitual de pessoas. Fabricado em poliestireno expandido (EPS), classe F II,
atende plenamente os detalhes construtivos das coberturas. É composto por uma
placa de EPS, tendo uma das faces lisas e que recebe uma manta asfáltica
acoplada de 3 mm estruturada com véu de poliéster . A outra face tem o formato
da telha ou superfície onde vai ser aplicada . É o único em sua categoria que
Sistema de
permite o uso de diversos tipos de acabamento, tais como: revestimentos acrílicos,
vedação /
revestimentos epóxi base neutra quando pintados, pinturas refletivas com base
isolação de
neutra (mesmo com elevado teor de sólidos) tipo aluminizadas ou cerâmicas,
telhados
mantas asfálticas auto-protegidas do tipo ardosiada ou com capa de alumínio.
Campos de aplicação
• Sobre coberturas com telha em fibrocimento, metálica, alumínio ou pré-
moldados;
• Locais onde haja necessidade de isolação térmica concomitante com a
formação de barreira de vapor;
• Locais onde haja necessidade de absorção acústica para sons aéreos ou de
impacto.
Produto bi-componente à base de resina epóxi e alcatrão, formando uma
Epóxi
película flexível de ótima resistência mecânica e química. Apresenta facilidade e
alcatrão para
rapidez de aplicação em locais de difícil acesso e tem total compatibilidade com
subsolos e
estruturas de concretos.
estações de
Campos de aplicação
tratamento
• Destina-se a revestimentos de concretos, impermeabilização de subsolos

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contra pressão negativa, box de banheiros, casas de máquinas, casas de


bombas, jardineiras e floreiras, impermeabilização de estações de tratamento
de efluentes, tubos de concreto, canais, etc...
Produto bi-componente à base de resinas epóxi e isento de solventes.
Epóxi isento Possui ótima resistência mecânica, química e estabilidade térmica, pois a cura do
de solvente produto se faz por meio da reação química de polimerização por ligações com o
para tanques agente endurecedor, tornando-a irreversível e estável.
e Campos de aplicação
reservatórios • Destina-se às impermeabilizações em tanques armazenadores, reservatório de
água potável, cisternas, poços de elevador, subsolos, jardineiras, etc...
Aditivo utilizado para impermeabilizar concretos e argamassas por
hidrofugação do sistema capilar, sem impedir a respiração dos materiais. Por ser
emulsão pastosa de densidade igual a 1,00 g/cm3, não altera a pega da argamassa a
Aditivo
qual é adicionado.
hidrófugo
Vantagens
para
• Excelente nos revestimentos impermeáveis de reservatórios, piscinas e
concretos e
canalizações de estruturas estáveis, bem como superfícies frias que sofrem
argamassas
ação de água, pois dispensa mão de obra especializada durante a execução.
Indicado também para revestimentos de superfícies em contacto com a
umidade do solo e para assentamento da alvenaria de alicerces.

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Guia para escolha do sistema de impermeabilização

Protegidas
Aplicação a maçarico: Manta asfáltica de polímeros APP
Aplicação com asfalto oxidado: Manta asfáltica de polímeros SBS
Expostas Manta à base de asfaltos oxidados
Sem proteção mecânica
Manta asfáltica aluminizada
Elastômero a base de Neoprene + Elastômero a base de Hypalon
Lajes Rígida
Cimento impermeabilizante
Semi-flexível
Cimento polimérico
Sob telhado
Flexível
Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio
Elastomérico a base de PBLH a frio
Manta pré-moldada : Manta asfáltica de véu de fibra de vidro
Rígida
Com pressão negativa: Sistema impermeabilizante para pressão negativa
Enterrados Com umidade de solo: Cimento impermeabilizante
Semi-flexível
Cimento polimérico
Reservatórios
Semi-flexível
Cimento polimérico
Elevados Flexível
Manta pré-moldada: Manta asfáltica de polímeros APP
Moldado "in loco": Resina termoplástica
Rígida
Cristalização: Cimento impermeabilizante
Argamassa Impermeável: Aditivo hidrófugo para concretos e argamassas
Piscinas Enterradas Semi-flexível
Cimento polimérico
Flexível
Manta pré-moldada: Manta asfáltica de polímeros APP

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Semi-flexível
Cimento polimérico
Elevadas
Flexível
Manta pré-moldada: Manta asfáltica de polímeros APP
Rígida
Cristalização: Cimento impermeabilizante
Argamassa Impermeável: Aditivo hidrófugo para concretos e argamassas
Internamente
Com pressão negativa: Sistema Impermeabilizante p/ pressão negativa
Semi-flexível
Cimento polimérico
Cortinas Rígida
Cristalização: Cimento impermeabilizante
Argamassa impermeável: Aditivo hidrófugo para concretos e argamassas
Externamente Semi-flexível
Cimento polimérico
Flexível
Manta pré-moldada: Manta asfáltica à base de APP
Rígida
Cimento impermeabilizante
Semi-flexível
Cimento polimérico
Piso frio
Flexível
Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio
Elastomérico a base de PBLH a frio
Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro
Semi-flexível
Cimento polimérico
Flexível
Sacadas e floreiras
Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio
Elastomérico a base de PBLH a frio
Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro
Flexível
Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio
Estacionamentos cobertos Elastomérico a base de PBLH a frio
Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro
Manta asfáltica de polímeros APP
Com isolação térmica
Sistema de vedação / isolação de telhados
Telhados
Com camada refletiva
Manta de face externa aluminizada

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Com ventilação
Epóxi alcatrão para subsolos e estações de tratamento
Tanques de efluentes
Sem ventilação
Epóxi isento de solvente para tanques e reservatórios

2. Coberturas em terraço

- A boa protecção contra incêndios, pois proporcionam um piso de manobra fácil


para o seu ataque;

- A relativa estabilidade e coesão do conjunto da cobertura, mesmo sob


solicitações excepcionais, com interesse no comportamento da cobertura aquando da
acção dos sismos;

- Uma maior inércia térmica que pode influir decisivamente no conforto dos
espaços cobertos.

Algumas destas características podem também ser reivindicadas por outros tipos de
coberturas, contudo, as vantagens a que correspondam podem satisfeitas de modo
diferente.

2.1.Constituição de uma cobertura em terraço

Enquanto a investigação tecnológica não for capaz de desenvolver um único


material ou elemento que possa satisfazer simultaneamente todas as exigências básicas,
vemo-nos obrigados a empregar complicados sistemas construtivos.

Estes sistemas são eficazes se a colocação das diversas camadas é oportuna,


embora o resultado possa ser nefasto quando a ordem entre elas se alteram, ou quando
são criadas descontinuidades, ou simplesmente se assiste a uma precipitação durante o
processo de execução.

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No projecto da cobertura plana deve-se ter especial cuidado em cada um dos


elementos ou camadas que integram o sistema construtivo, que estão designados pela
função que levam a cabo. Na figura seguinte pode-se observar a disposição das diversas
camadas de uma cobertura em terraço.

Fig. 16 – Disposição das camadas de uma cobertura em


Terraço
(Fonte: Lopes, 1994)

Legenda:
1- Protecção do revestimento de impermeabilização
2- Camada de dessolidarização
3- Revestimento de impermeabilização
4- Camada de isolamento térmico
5- Barreira pára-vapor
6- Camada de forma
7- Camada de regularização
8- Estrutura resistente

2.1.1.Estrutura resistente

O suporte resistente é constituído pelas lajes e demais elementos da estrutura.


É uma parte da cobertura que está estritamente ligada a exigências mecânicas. Este deve
calcular-se tendo em conta, essencialmente, as sobrecargas devidas à acumulação de
neve ou água, as necessidades de manutenção e o peso próprio da cobertura.
A superfície do suporte deve apresentar-se limpa e rugosa devendo ser
convenientemente molhada para evitar a absorção da água do betão da camada
seguinte.

2.1.2.Camada de regularização

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A camada de regularização é uma camada de pequena espessura que permite


regularizar a superfície da estrutura resistente, tornando-a lisa e, assim, dando-lhe
condições para receber a camada seguinte.

2.1.3.Camada de forma

Camada de espessura variável destinada a dar uma inclinação à cobertura para


assegurar a evacuação das águas pluviais. Quando se quer inclinações superiores a 5%,
procurar-se-á que esta se obtenha por inclinação da própria da estrutura resistente. Nos
restantes casos, as inclinações podem-se formar com betão leve de argila expandida,
betão leve de granulado de cortiça ou betão celular.

A espessura mínima será determinada de forma a garantir uma inclinação não


inferior a 0,5% às caleiras que encaminham as águas para as quedas e nunca será
inferior a 3 cm. A superfície deve ser afagada, não apresentar depressões que permitam
empolamentos e ter uma inclinação mínima de 1% (Imperalum, 2001, p.2).

As betonagens devem ser executadas em painéis com as dimensões máximas


de 3,00 x 3,00m, feitas alternadamente de modo a evitar a sua fissuração por retracção.

2.1.4.Barreira pára-vapor

A barreira pára-vapor é aplicada em certos casos quando existe uma camada


de isolamento térmico, e tem como função criar um obstáculo ao fluxo de vapor de água
para as camadas sobrejacentes, nomeadamente para o de isolamento térmico, onde a
eventual condensação desse vapor reduziria a capacidade isolante.

2.1.5.Isolamento térmico

A principal função da camada de isolamento térmico é contribuir para a


satisfação das exigências de conforto térmico dos espaços subjacentes através da
redução das trocas de calor entre o ambiente exterior e esses espaços.

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O isolamento térmico pode ser colocado em três zonas diferentes: numa


camada intermédia, sobre o sistema de impermeabilização ou sob a estrutura resistente.

2.1.6.Revestimento de impermeabilização

É o elemento essencial de toda a cobertura plana e o que confere a qualidade


de não permitir a passagem de água.

A indústria oferece duas opções de pôr em obra: lâminas pré-fabricadas


(Fig.5), que vêm enroladas e que uma vez estendidas devem ser soldadas até conseguir
uma total continuidade da cobertura; e lâminas e películas impermeáveis realizadas in
situ, mediante protecção do rolo.

Fig. 17 – Revestimentos de
impermeabilização
(Fonte: Imperalum)

2.1.7.Camada de dessolidarização

Camada colocada entre a protecção e a impermeabilização destinada a proteger


o revestimento da impermeabilização de certas acções de protecção.

Antes da colocação destes separadores deve-se certificar que não existem


vestígios de pedras ou qualquer elemento perfurante.

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2.1.8.Camada de protecção do revestimento de impermeabilização

Uma ou várias camadas colocadas em obra ou aplicadas sobre a superfície da


impermeabilização, com a função principal de a proteger dos efeitos da radiação solar e
das solicitações mecânicas.

Muitos materiais sintéticos, antes da acção prolongada do sol, sofrem a perda da


sua flexibilidade e, por migração dos seus plastificantes, desagregam-se e degradam-se.
Além disso, correm o risco de haver sucção por parte do vento, visto que apresentam
grande superfície e pouco peso.

2.1.9.Camada de independência

Camada eventualmente colocada entre a impermeabilização e o seu suporte por


forma a evitar a sua aderência, permitir os movimentos diferenciais ou para impedir que
reacções químicas se produzam entre eles. Existe um tipo de capa apropriado para cada
uma das funções que realizam.

Como caso especial, poderiam incluir-se entre as camadas separadoras as que


controlam a difusão do vapor de água que se produz em espaços habitáveis situados
abaixo da cobertura, com as quais se alcança um ambiente interior são e confortável.
Devem-se colocar sempre por baixo do isolante térmico e da impermeabilização, e têm
de estar em comunicação com o exterior mediante pequenas chaminés de ventilação ou
orifícios situados nos extremos.

2.2. Exigências funcionais

2.2.1. Generalidades

O estabelecimento de exigências funcionais para os edifícios decorre da asserção


de que os edifícios devem possuir características que permitam a satisfação das
necessidades dos seus utentes.

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Essa satisfação deve ser conseguida em condições económicas, isto é, de modo a


que o custo global dos edifícios – integrando os respectivos custos iniciais, bem como
os de funcionamento e manutenção – seja mantido num nível aceitável.

Os elementos de construção, em que se subdividem os edifícios, concorrem para


a satisfação global daquelas necessidades, contribuindo cada um com a sua quota-parte
para esse objectivo.

As exigências funcionais traduzem os requisitos a impor, independentemente


dos materiais e soluções construtivas utilizadas, para que os edifícios, os seus órgãos e
os elementos de construção estejam aptos a desempenhar as suas diversas funções,
constituindo assim a resposta técnica às necessidades dos utilizadores.

2.2.2. Exigências funcionais das coberturas em terraço

As coberturas dos edifícios têm como função principal assegurar a vedação e


estanquidade superior do espaço habitável, garantindo a protecção daqueles espaços dos
agentes atmosféricos.

A posição aproximadamente horizontal da generalidade das coberturas em


terraço, sob o ponto de vista das acções a que está sujeita (especialmente a dos agentes
atmosféricos), torna-as mais susceptíveis aos efeitos desses agentes, já que a sua
incidência é feita de forma mais directa e intensa que nos outros elementos da
construção.

O correcto desenho de uma cobertura deve considerar todas as necessidades


básicas e tratar de as satisfazer em conjunto.

A manutenção de níveis adequados de desempenho das camadas que


constituem a cobertura é garantida através da satisfação das seguintes exigências
funcionais, propostas pela UEAtc (cit. in Lopes 1994). Estas podem-se agrupar em três
classes fundamentais: exigências de segurança, exigências de habitabilidade e
exigências de durabilidade.

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- Exigências de segurança

A nível de exigências de segurança, as coberturas subdividem-se em segurança


estrutural (o dimensionamento para combinações de acções), segurança contra os riscos
de incêndio, segurança contra os riscos inerentes ao uso normal (como acções de
punçoamento, acções de choques acidentais, etc.), resistência das camadas não
estruturais da cobertura a outras acções, como as acções dos agentes atmosféricos,
variações das condições de ambientes interiores, etc.

A estrutura resistente da cobertura deve dar satisfação às exigências de


segurança.

- Exigências de habitabilidade

As exigências de habitabilidade podem ser divididas em exigências de


estanquidade (à água, neve, às poeiras, ao ar, etc.), de conforto térmico tanto de Inverno
(isolamento térmico, riscos de condensações) como de Verão (isolamento térmico,
protecção solar), de conforto acústico (sons aéreos, sons de percussão), de conforto
visual (iluminação natural, reflectividade da camada de protecção) de disposição de
acessórios e equipamento e de aspecto exterior e interior.

O revestimento de impermeabilização e seu suporte contribuem para que a


maioria das exigências de habitabilidade sejam satisfatórias, devendo-se também
garantir que a chuva que cai sobre a cobertura se escoe, criando pendentes e caleiras
perimetrais com dispositivos de saída de água.

- Exigências de durabilidade

As exigências funcionais de durabilidade de coberturas são expressas em


termos de conservação das qualidades, tais como conservação das resistências
mecânicas, conservação das propriedades dos materiais (como por exemplo a
elasticidade), resistência a acções decorrentes do uso normal, facilidade de limpeza,
manutenção e reparação.

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A camada de protecção da impermeabilização garante níveis adequados de


durabilidade.

2.2.3. Exigências funcionais dos revestimentos de impermeabilização

Segundo as “Directivas Gerais UEAtc para a homologação de revestimentos


de impermeabilização de coberturas” (1982), as exigências funcionais dos revestimentos
de impermeabilização agrupam-se em quatro classes distintas: exigências de segurança,
exigências de aptidão ao uso, exigências relativas à conservação das qualidades e
exigências relativas à manutenção e reparação.

- Exigências de segurança

O revestimento de impermeabilização com a protecção adequada, não deve apresentar


risco de levantamento, arrancamento ou de rotura aquando da acção das sucções devidas
ao vento. Estas acções na cobertura são determinadas de acordo com a regulamentação
nacional em vigor (RSA, 1983, cap. V), tendo em conta as características da construção, a
sua localização e as características do vento.

Os materiais utilizados não devem favorecer a propagação do fogo nem originar o


desprendimento de gotas inflamadas. Por outro lado, em caso de incêndio, não devem
libertar produtos tóxicos em quantidade susceptível de afectar gravemente os utentes.

- Exigências de aptidão ao uso

Dentro das exigências de aptidão ao uso podemos encontrar: exigências sobre


o aspecto do revestimento de impermeabilização, que deve ser aceitável; exigências
relativas à ocorrência de manchas, deve-se evitar componentes que possam dar origem
ao aparecimento destas na parede da fachada sob a cobertura; exigências de conservação
da resistência mecânica, além da exigência do revestimento ser capaz de se opor à
passagem de água do exterior para a camada subjacente.

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- Exigências relativas à conservação de qualidades

O revestimento de impermeabilização deve conservar satisfatoriamente as suas


qualidades durante um determinado período de tempo sob a acção dos principais agentes
susceptíveis de alterar as suas características, principalmente sob o ponto de vista da
estanquidade da água.

O sistema de impermeabilização deve resistir aos efeitos e agressões dos


agentes do meio ambiente, assim:

- Deve resistir sem deterioração às rajadas de vento de maior intensidade,


bem como ao efeito de fadiga nos materiais causados pelos ventos de velocidade
menos intensa. Esta acção manifesta-se por forças de arrancamento;

- O revestimento deve resistir aos efeitos da temperatura, variando


gradualmente entre valores baixos e valores elevados e das alternâncias bruscas de
temperatura;

- O revestimento deve resistir à radiação solar, nomeadamente, à acção da


radiação ultravioleta e infravermelha, sem que haja uma degradação das suas
propriedades essenciais. Distinguem, neste caso, os revestimentos que se encontram
directamente expostos à acção da radiação solar, e que devem apresentar resistência
intrínseca a esta acção, e os que dispõem de uma protecção suplementar contra a
actuação deste tipo de radiação. Os efeitos mais significativos da radiação solar
traduzem-se no envelhecimento precoce dos materiais e na evolução rápida da
alteração das cores;

- Os revestimentos de impermeabilização deverão resistir à acção da água


de precipitação, sob a forma de chuva, neve ou granizo, de água estagnada,
incluindo a acção do gelo, e da humidade que se forme na face interior do
revestimento, resultante de condensações ou da humidade retida durante a fase de
construção. As principais consequências da acção da água podem resumir-se na
alteração das características do revestimento e particularmente das suas armaduras,
na influência nos movimentos de origem higrotérmica do suporte, na influência da

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aderência do revestimento ao suporte, na erosão da camada superficial e na actuação


de solicitações mecânicas resultantes da formação de gelo, ou do movimento da
água com materiais sólidos.

- Os materiais utilizados nos revestimentos devem resistir ao ataque dos


agentes químicos que alterem as suas características mais acentuadamente. Entre
estes podemos encontrar os agentes atmosféricos correntes em condições de
exposição normal ( O2, O3, CO2, H2S, SO2), e agentes atmosféricos habituais na
zona de natureza marítima e industrial e agentes químicos específicos relacionados
com os locais de aplicação, como é o caso das acções dos ácidos orgânicos em
coberturas ajardinadas, ou de óleos em terraços de parques de estacionamento.

Os materiais devem ser compatíveis entre si e com as outras camadas da


cobertura e não devem favorecer o desenvolvimento de organismos vegetais (Fig.6) ou
animais (bactéria, líquens, etc.), devendo também resistir às eventuais acções de
insectos, pássaros e pequenos roedores.

Fig. 18 – Exemplo de penetração de raízes num revestimento de


impermeabilização.
(Fonte: Veritas, B.)

O sistema de impermeabilização deve comportar-se satisfatoriamente sob a


acção dos movimentos transmitidos pelo suporte ou outros elementos do edifício a e
ainda deve resistir à acção das cargas de serviço (que são função da acessibilidade da
cobertura), as quais não devem perfurar o revestimento ou causar outros danos.

- Exigências relativas à manutenção e reparação

No que concerne à manutenção é importante frisar que se deve proceder a uma


manutenção periódica, de modo a evitar a degradação prematura das camadas que
constituem o revestimento de impermeabilização.

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No tocante à reparação, deve ser possível a reparação do sistema de


impermeabilização onde ocorram deteriorações ou anomalias de difícil controlo, por
forma a que nessa zona seja evitado o envelhecimento prematuro dos materiais que
constituem o sistema de impermeabilização, ou mesmo evitar a passagem de água para
as camadas subjacente ou para os espaços interiores.

2.3 Classificação das coberturas em terraço

São várias as classificações possíveis para caracterizar as coberturas em


terraço. A seguinte classificação é baseada em estudos publicados pelo LNEC (Lopes,
1994), onde são apresentados vários parâmetros a ter em conta na concepção e execução
das mesmas.

2.3.1 Classificação quanto à acessibilidade

- Terraços acessíveis

Terraço acessível de uso privado ou público (Fig. 4).

Fig. 19 – Terraço acessível privado.


(Fonte: Ferreira L)

Este tipo de terraço é adequado para climas quentes e temperados. Em geral,


não se devem armazenar materiais no terraço. Deve evitar-se o derrame de produtos

43
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químicos agressivos e vigiar-se a instalação de elementos como antenas, mastros, etc.,


para que não danifiquem nenhum ponto do terraço.

- Terraços não acessíveis

São terraços acessíveis só para efeitos de conservação (Fig.8). Este tipo de


terraço não é adequado para zonas com neve.

Fig. 20 – Cobertura plana não-acessível – FEUP


(Fonte: Ferreira L)

44
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- Terraços aparcamento

A cobertura aparcamento é uma solução adequada para edifícios, que precisam


de um tratamento especial da cobertura, com o objectivo de suportar grandes cargas
pontuais, cargas dinâmicas e, em geral, solicitações derivadas ao tráfego em
movimento.

São terraços acessíveis à circulação lenta de veículos ligeiros (Fig.9). Terraço


adequado para todas as zonas climáticas. Deve ter-se especial cuidado para que os
veículos circulem a velocidade moderada e que o peso dos mesmos não exceda o
estipulado.

Fig.21– Cobertura aparcamento do Maiashopping, Maia


(Fonte: Ferreira L.)

45
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- Terraços ajardinados

São terraços para o uso de superfícies destinadas a jardim (Fig.10), para


plantações que necessitem de uma espessura de terra vegetal entre 20 e 50cm.

Adequado para clima temperado, podendo projectar-se em todas as zonas climáticas,


tendo em conta o grau de isolamento térmico e, em especial, o tipo de plantação.
Escolhem-se de preferência espécies de crescimento lento. Pode-se dispor árvores ou
arbustos nas superfícies ajardinadas com profundidade de solo insuficiente e/ou
expostos ao vento quando para isso se modifique a sua forma e altura através de podas
ou produtos de controle adequados para o efeito.

Deve ter-se em conta a criação de circuitos pedonais e as instalações de rega do terraço.

Fig. 22 – Terraço ajardinado em fase de


acabamentos
(Fonte: Texsa)

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2.3.2.Classificação quanto à camada de protecção da impermeabilização

- Coberturas sem protecção

São consideradas coberturas sem protecção aquelas em que o revestimento de


impermeabilização fica aparente, ou seja, não tem qualquer camada aplicada sobre este
ou integrada neste mesmo revestimento.

- Coberturas com protecção leve

As coberturas classificadas como coberturas com protecção leve podem ser de


dois tipos distintos: aquelas que são executadas em obra sobre o revestimento de
impermeabilização, constituída por uma pintura ou por materiais granulares; e as que
são aplicadas em fábrica sobre a superfície superior do revestimento de
impermeabilização, também chamada de auto-protecção.

- Coberturas com protecção pesada

Podem-se distinguir nas coberturas com protecção pesada as coberturas cuja


protecção do revestimento de impermeabilização é formada por uma camada rígida
(betonilha de argamassa, ladrilhos sobre betonilha, placas pré-fabricadas de betão, de
material cerâmico, de madeira, etc.) e as que são constituídas por materiais soltos, tais
como godos ou materiais britados.

Todos os materiais que formam a protecção pesada são aplicados em obra,


embora possam ser constituídos por elementos pré-fabricados.

2.3.3.Classificação quanto ao tipo de revestimento de impermeabilização

- Revestimentos tradicionais

Pertencem a este tipo de revestimentos aqueles que se conhecem


suficientemente bem as suas características e existe prática suficiente da sua utilização.

47
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Estes revestimentos podem ser constituídos por materiais aplicados “in situ” ou
produtos pré-fabricados.

- Revestimentos não-tradicionais

Quanto aos revestimentos não-tradicionais, podem-se considerar como tal


aqueles que, ao contrário dos tradicionais, não se conhecem bem as suas características
assim como não há prática na sua aplicação. Nestes casos, são feitos estudos que
envolvem não só o campo experimental em laboratório, mas também visitas a obras
onde o material irá ou esteja a ser aplicado.

Estes estudos são traduzidos num Documento de Homologação do LNEC quando os


resultados destas acções são favoráveis. O artigo 17º do RGEU obriga à necessidade
dum prévio parecer do LNEC sobre a aplicação de novos materiais ou processos de
construção.

Também este tipo de revestimentos podem ser constituídos por materiais aplicados “in
situ” como pré-fabricados.

2.3.4.Classificação quanto à localização da camada de isolamento térmico

A classificação sob este ponto de vista é importante, já que, consoante a sua


posição relativa, assim se faz sentir de forma diferente sobre as restantes camadas da
cobertura, e especialmente sobre a impermeabilização, o efeito das acções correntes a
que estão sujeitas as coberturas em terraço (acções térmicas, mecânicas, etc.).

A camada de isolamento térmico pode ser disposta ou executada,


relativamente às restantes camadas da cobertura em terraço, em três zonas distintas.

- Isolamento térmico intermédio

48
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Esta solução consiste em colocar o isolamento térmico em camada intermédia


como suporte da impermeabilização, ou como suporte da camada de forma (Fig.8).

A – Isolamento térmico suporte B – Isolamento térmico suporte


da impermeabilização duma camada de forma

Fig. 23 –Esquemas de posicionamento do isolamento térmico em camada intermédia


(Fonte: Lopes, 1994)
- Cobertura invertida
Legenda:
1 –- Impermeabilização
Isolamento térmico sobre3o– sistema
Camada de
deforma
impermeabilização
2 – Isolamento térmico 4 – Estrutura resistente

Neste caso, o isolamento térmico é aplicado sobre o sistema de


impermeabilização (Fig. 9). Esta solução é correntemente designada por “cobertura
invertida” uma vez que estamos perante uma inversão do posicionamento das
camadas de isolamento térmico e de impermeabilização, relativamente a uma solução
dita “normal”.

Fig. 24 – Esquemas de posicionamento do isolamento térmico sobre a impermeabilização


(Fonte: Lopes, 1994)

Legenda:

1 – Protecção pesada com materiais soltos 4 – Impermeabilização


2 – Protecção pesada rígida 5 – Camada de forma
3 – Isolamento térmico 6 – Estrutura resistente 49
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- Cobertura com o isolamento térmico sob a estrutura resistente

A cobertura classificada como cobertura com isolamento térmico sob a estrutura


resistente resulta, como o próprio nome indica, da aplicação do referido isolamento pela
face inferior da estrutura resistente. Pode ser aplicada em tectos falsos e como camada
ou revestimento aderente a essa estrutura.

Note-se, ainda, que esta solução deve ser evitada uma vez que conduz a uma
redução significativa da inércia térmica, especialmente se a estrutura resistente da
cobertura é pesada, como é o caso das lajes de betão armado.

2.3.5.Classificação quanto à pendente

O valor da pendente abaixo do qual as coberturas podem ser consideradas em


terraço, varia de país para país, embora na maior parte dos casos estas diferenças sejam
pequenas.

Em Portugal, para as coberturas em terraço de edifícios, segundo o RGEU


(artigo 43.2), estabelece-se em 1% o limite inferior das suas pendentes, em superfície
corrente.

A classificação das coberturas em terraço, segundo o valor da pendente, está


intimamente relacionado com a sua constituição e acessibilidade. É óbvio que em
coberturas acessíveis à circulação de pessoas, as pendentes não deverão exceder
determinados limites que ponham em causa a facilidade dessa circulação. Em relação à
sua constituição, por exemplo, soluções de protecção pesada, especialmente as que são
constituídas por materiais soltos, são restringidas a coberturas de baixa pendente.

Uma das formas de classificar as coberturas quanto à pendente pode ser feita
indirectamente, tendo em conta a facilidade de escoamento da água e a possibilidade de
aplicação de determinados tipos de protecção sobre a mesma. Este critério é adoptado
por Directivas da União Europeia para a UEAtc (1982), que pode ser aplicada tanto a
sistemas de impermeabilização tradicionais como não-tradicionais.

50
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Estas Directivas UEAtc (cit. in Lopes, 1994) especificam quatro classes de coberturas,
que são descritas da seguinte forma:

- Classe I: cuja pendente provoca estagnação das águas e permite a aplicação de


protecção pesada;

- Classe II: a pendente permite o escoamento das águas e a aplicação de


protecção pesada;

- Classe III: permite o escoamento das águas mas não aceitam a aplicação de
protecção pesada;

- Classe IV: a pendente impões medidas especiais na aplicação das suas camadas.

2.3.6.Classificação quanto à estrutura resistente

- Estrutura rígida

São consideradas como estruturas rígidas aquelas cuja deformabilidade da estrutura


resistente não é significativa para o vão e solução corrente dessa mesma estrutura.

As estruturas rígidas podem ainda ser subdivididas em contínuas e descontínuas,


conforme sejam executadas sem juntas ou com juntas distribuídas de forma regular e
com espaçamento reduzido.

- Estrutura flexível

As estruturas resistentes flexíveis são aquelas que relativamente à sua deformabilidade


apresentam deformações significativas para o vão e soluções que apresentam. As
estruturas flexíveis são, geralmente, descontínuas.

2.4. Materiais isolantes

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Matérias Isolantes podem ser do tipo:

- Esquematização dos tipos de materiais existentes:

Betuminoso

Betume asfáltico

Asfalto

Alcatrão

Materiais auxiliares

Armaduras

Feltros Telas Folhas

Matérias minerais

Materiais metálicos

Produtos elaborados

Emulsões betuminosas

Cimento vulcânico

Pinturas betuminosas

Produtos betuminosos modificados

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: Produtos pré-fabricados

Armaduras com misturas betuminosas Membranas betuminosas com ou sem armaduras

Figura 25 – Tipos de materiais tradicionais


Nos materiais de impermeabilização não-tradicionais distinguem-se

Apresentados
Emulsões
Materiais
termoendur termoplasti

Resinas
Poliureta Poliester Acrílicos
Produtos pré-
fabricados

Membranas de betumes
modificados

Membranas termoplásticas

Membranas elastoméricas

Fig 10.2 – Tipos de materiais não tradicionais

- Descrição de tipos de matérias isolantes existentes:

53
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1. Matérias Betuminosos:

- Matérias primas:
- Alcatrão : procedente da destilação da hulha, lignite ou madeira;
- Breu : resíduo da destilação do alcatrão;
- Betume asiático : procedente da destilação da petróleo;
- Asfalto natural : mistura natural de betumes asfálticos como os de Trinidad;

Classificação dos produtos betuminosos segundo NBE QB – 90:

• Imprimações:
- Emulsões asfálticas (E);
- Pinturas betuminosas de imprimação (PI);
• Colas betuminosas e adesivas:
- Oxiasfaltos (AO);
- Mástiques betuminosos (M);
• Mástiques betuminosos de alcatrão de aplicação in situ (MM);
• Materiais betuminosos de selagem para juntas de betão (BH);
• Armaduras betuminosas (AB);
• Membranas:
- membranas betuminosas de oxiasfalto (LO);
- membrana de oxiasfalto modificado (LOM);
- membrana de betume modificado com elastómeros (LBM + tipo de
eslastómero);
- membrana de betume modificado com plastómeros (LMB + tipo de
plastómero);
- membranas extrudidas de betume modificado com polímeros (LBME);
- membranas de alcatrão modificado com polímeros;
• Placas asfálticas (PA);

Os ploimeros modificados que são utilisados no fabrico de materiais isolantes têm


dois tipos de qualidades:

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- Termoplásticas – plastómeras : com a temperatura fundem, e ao arrefecer


recuperam as propriedades iniciais; e com tensão deformam-se, mas não recuperam a
forma ao cessar a pressão;
- Termoestáveis – elastómeras : com a temperatura fundem convertendo-se em outro
produto; e sob tensão deformam-se, mas recuperam ao cessar;
- Termoestáveis – elastómeros : com a temperatura fundem convertendo-se em outro
produto, e sob tensão deformam-se, mas recuperam ai cessar.
- SBS ( estireno butadieno estireno) : polímero elastómero que lhe confere as
propriedades da borracha como a elasticidade dos elastómeros: quando se lhe aplica
uma força de tracção o produto alarga-se, e quando cessa a força, o material recupera a
forma inicial.
- APP (polipropileno atáctico): polímero plastómero que lhe acrescenta plasticidade,
depois de cessas a força que o deforma, não recupera a forma inicial.

Os sistemas de colocação das membranas betuminosas, segundo indica a NBE QB-


90 são:
• Sistema aderido:
- monocapa;
- multicapa com membranas;
- multicapa in situ;
• Sistema semiaderido:
- multicapa;
• Sistema não aderido ou flutuante:
- monocapa;
- multicapa com membranas;
• Sistema cravdo;
- monocapa com placas asfálticas;
- multicapa com membranas e placas asfálticas;

1. Matérias Sintéticos:

- Principais Produtos sintéticos segundo classificação europeia:

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• Plásticos:
o CMS – clorosulfato de polietileno;
o EEA – etileno acetato de etilo;
o EBA – etileno acetato de butilo;
o ECB – copolímero de etileno e betume;
o EVAC – etileno acetato de vinilo;
o FPP – polipropileno flexível;
o PE – polietileno;
o PE – C _ polietileno clorado;
o PIB – poliisobutileno;
o PP – polipropileno
o PVC policloruro de vinilo

- Borrachas:
- BR – borracha butadieno;
- CR – borracha cloropreno;
- CSM – borracha polietileno clorosulfomato;
- EPDM – termopolímero de etileno propileno e dieno, com uma parte
residual insaturada de dieno na cadeia;
- IIR – caucho isobutileno – isopreno (borracha butilica);
- NBR – caucho acrilonitrilo – butadieno ( borracha nitrilica).

- Borrachas Termoplásticas :
- EA – aleação elastomérica;
- MPR – dissolução de caucho processável;
- SEBS – estireno etileno butileno estireno;
- TPE – O – elastómeros termoplásticos com ligação não cruzadas;
- TPE – V - elastómeros termoplásticos com ligação cruzadas;

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3. Principais anomalias em impermeabilizações de coberturas em


terraço.

3.1 Generalidades

Os revestimentos de impermeabilização de edifícios têm como função


primordial garantir a satisfação das exigências de estanquidade à água, evitando a
ocorrência de patologias. O comportamento satisfatório destes, em condições normais
de utilização, exige uma intervenção a quatro níveis: ao nível da concepção do projecto,
da qualidades dos materiais utilizados, da colocação em obra desses materiais, assim
como as técnicas usadas, e da manutenção.

Dos defeitos manifestados resultam quase sempre infiltrações de água para as


camadas inferiores, provocando prejuízos mais ou menos significativos. Estes prejuízos
traduzem-se sempre em custos que não são só devidos aos trabalhos de reparação mas
também, eventualmente, à impossibilidade de utilização dos espaços referidos por um
período de tempo muitas vezes prolongado.

Bureau Securitas, em França em 1979 (cit. in Arte & Construção, 1999),


efectuou um estudo em que foram analisadas dez mil situações de sinistros, ou seja,
deficiências construtivas em edifícios. Informações obtidas por esta via serviram de
base a vários estudos estatísticos, um dos quais correspondente à distribuição dos
sinistros em função das causas fundamentais que lhes deram origem. Os resultados
obtidos deste estudo foram os que se apresentam no gráfico que se segue.

Utilização
8%
Materiais
Projecto
6%
43%

Execução Fig. 27 - Percentagem de custos e causas de


43% sinistros, segundo Securitas.
(Fonte: Arte & Construção 1999)

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Segundo os resultados de Bureau Securitas, verifica-se que 43% dos custos


incorridos em reparações tiveram a sua origem fundamental em deficiências de projecto,
e igual percentagem (43%) em deficiências na fase de execução.

Um outro estudo semelhante levado a cabo pelo CSTC (Centre Scientifique et


Technique de la Constrution) na Bélgica, na segunda metade da década de 80,
analisando as causas de situações de patologias em edifícios. O resultado deste estudo
pode-se observar no gráfico de barras seguinte.

46%
50%
45%
40%
35%
30% 22%
25% 15%
20%
8% 9%
15%
10%
5%
0%
Fig. 28 - Causas de patologias segundo
Outros
Materiais
Projecto

Utilização
Execução

o CSTC.
(Fonte: Arte & Construção 1999)

Verifica-se uma singular semelhança entre os resultados obtidos na década de 70


por Securitas em França, e os recolhidos pelo CSTC, na Bélgica, ao atribuir 46% a
deficiências de projecto nas situações de falta de qualidade, apesar da percentagem de
anomalias resultante da fase de execução ter sido mais baixa, mas mesmo assim sendo a
segunda maior causa de patologias.

A preocupação com a qualidade na construção baseia-se, sobretudo, sob ponto


de vista do controlo da qualidade da execução dos trabalhos e certificação dos materiais
de construção. As contribuições que analisam o que se passa a montante, durante a fase
de idealização do empreendimento e da elaboração do projecto são mais raras. E, no
entanto, verifica-se que uma apreciável parcela da qualidade final do empreendimento é
definida na fase de projecto.

58
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Um outro estudo, abordando uma temática diferente, elaborada pelo Institute


Technique du Bâtiment et des Travaux Publics (ITBTP) (cit. in Lopes 1998), num
levantamento realizado em França por Fichtencwejg em 1982, revela que da globalidade
das anomalias registadas nos edifícios, 22% manifestaram-se em coberturas, e, dessas,
cerca de 37% ocorreram em coberturas em terraço.

Pode concluir-se que a principal contribuição para a ocorrência de anomalias ao


nível das coberturas em terraço parece estar, efectivamente, na falta duma intervenção
mais cuidada ou conscienciosa ao nível da concepção e execução dos sistemas de
impermeabilização. Aliás, os pontos singulares da cobertura em terraço são onde mais
se fazem notar os defeitos que ocorrem neste tipo de coberturas, como refere o mesmo
levantamento em França, em que 76% das anomalias verificadas nos terraços
manifestavam-se precisamente em pontos singulares.

Note-se que em certos casos, as infiltrações de água dão-se, não pela cobertura,
mas através das paredes exteriores em zonas adjacentes da mesma. No entanto, as
anomalias que ocorrem nessas zonas têm frequentemente a sua origem na concepção da
cobertura em terraço.

Os principais casos de patologias podem ser enquadrados em classes de acordo


com critérios diversos: segundo a causa dessa patologia, segundo a importância das
consequências que daí advêm, segundo a facilidade de reparação da zona afectada,
segundo a natureza dos materiais das camadas da cobertura, etc. (Lopes, 1998, p.5).

Neste capítulo procurar-se-á incluir as situações anómalas em três grandes


classes: anomalias referentes à concepção de projecto, anomalias resultantes da
deficiente execução e/ou colocação em obra dos revestimentos de impermeabilização e
anomalias de funcionamento e manutenção das coberturas em terraço.

Note-se que, muitas patologias verificadas em coberturas em terraço não são


apenas resultado de um factor, mas de um conjunto de factores. No entanto existem
casos, evidentemente, em que um destes factores é preponderante relativamente aos
restantes.

59
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A interpretação das anomalias a seguir descritas baseiam-se em estudos


realizados pelo LNEC, sendo estes fruto da análise dos processos de fabrico dos
materiais de impermeabilização, da observação de coberturas onde esses materiais
foram aplicados, e por outro lado, da concepção dos sistemas formados pelos materiais
em questão.

3.2 Anomalias de projecto

3.2.1 Fissuração do revestimento de impermeabilização

As principais causas da manifestação de fissuração do revestimento de


impermeabilização (Fig.24) são, geralmente, transmitidas pelas camadas subjacentes ou
sobrejacentes à impermeabilização.

Fig. 29 – Exemplo de fissuração num


revestimento de impermeabilização
(Fonte: Veritas, B)

A inexistência de uma camada de dessolidarização entre a protecção pesada


rígida e o revestimento de impermeabilização é dos casos mais verificados na
ocorrência deste tipo de anomalia. Por este facto, devido ao atrito entre essas duas
camadas, os movimentos da protecção, que são originados por retracções dos materiais
que a constituem ou por variações de temperatura, são transmitidos directamente à
impermeabilização cuja capacidade de deformação vem a ser excedida.

O envelhecimento prematuro do revestimento de impermeabilização resultante


do deslocamento, por acção do vento, dos elementos soltos, no caso de protecção pesada
com elementos soltos, leva à ocorrência de uma eventual fissuração no mesmo, ficando
o revestimento de impermeabilização aparente e sujeito portanto à acção directa da
radiação solar. A substituição dos materiais soltos por protecção pesada em camada

60
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rígida é uma solução para limitar esta possibilidade de deslocamento dos elementos
soltos, especialmente em coberturas de edifícios localizados em regiões muito expostas
à acção do vento.

No caso de revestimentos de impermeabilização autoprotegidos por granulado


mineral, a deficiente aderência desta à membrana betuminosa é geralmente a causa
fundamental do seu desprendimento dessa membrana, pondo assim aparentes os
produtos betuminosos.

Uma outra camada que contribui frequentemente para o aparecimento de


fissuração no sistema de impermeabilização é o suporte. A sua intervenção neste
fenómeno patológico pode dever-se à natureza do material que o constitui, ao processo
de ligação ao revestimento de impermeabilização e à camada subjacente, e às
disposições construtivas adoptadas em zonas particulares do suporte em questão.

Relativamente à natureza do suporte, há que ter em conta a compatibilidade


química entre o material que o constitui e os materiais de revestimento de
impermeabilização. Também o tipo de ligação do revestimento de impermeabilização
ao suporte tem influência acentuada na possibilidade de ocorrência de fissuração nesse
revestimento. É compreensível a necessidade de dessolidarizar o revestimento de
suportes com deformações significativas. Devem adoptar--se nestes casos sistemas de
impermeabilização independentes, em detrimento de sistemas aderentes. As
deformações do suporte são devidas, geralmente, ou a retracções por secagem, no caso
de suportes com base em argamassas de ligantes hidráulicos, ou a alongamentos ou
contracções originadas por variações de temperatura e humidade dos materiais.

A ocorrência de fissuras em sistemas de impermeabilização aderentes, deve-se,


sobretudo, à facilidade de transmissão das deformações do suporte a esse sistema. Essas
fissuras manifestam-se fundamentalmente nas zonas fendilhadas, no caso dos suportes
moldados “in situ”, ou nas juntas entre painéis isolantes, no caso de suportes com base
nestes elementos.

Desde já, constata-se a vantagem, sob ponto de vista do comportamento a


fenómenos de fissuração, da utilização de sistemas independentes relativamente aos

61
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aderentes. No entanto, também podem ser apontadas algumas desvantagens no seu uso.
Uma delas está relacionada com a necessidade de se aplicar sempre uma protecção
pesada, com os consequentes custos de material e de mão-de-obra, e a outra, com a
maior dificuldade em detectar, no caso de ocorrência de repasses de água para o interior
do edifício, as zonas da impermeabilização afectadas. Note-se que a água infiltrada por
uma zona fissurada do sistema de impermeabilização independente é encaminhada sob
este, manifestando-se no interior do edifício em zonas, em geral, distintas daquelas por
onde ocorreu a infiltração.

Para minimizar o aparecimento e desenvolvimento de fissuras no revestimento


de impermeabilização, pelo menos nas zonas mais críticas – juntas entre placas de
certos tipos de suportes isolantes - devem adoptar-se disposições construtivas tais que
permitam o livre movimento do revestimento nessas zonas. Com esse objectivo são
aplicadas, sobre aquelas juntas, bandas de dessolidarização, constituídas, por exemplo,
por um feltro de fibra de vidro ou de poliester (Lopes, 1998, p. 12).

3.2.2 Anomalias devidas à acção do vento

A acção do vento sobre as coberturas em terraço é associada ao efeito de forças de


sucção uniformemente distribuídas sobre a superfície corrente. As principais anomalias
que se podem manifestar nas coberturas em terraço, e que têm como origem a acção do
vento, são, essencialmente, o arrastamento da protecção pesada quando realizada com
elementos soltos e o arrancamento do revestimento de impermeabilização.

O arrastamento dos elementos soltos da protecção pesada (Fig.13) pode ser


devido, ou a uma insuficiente espessura da respectiva camada, ou a dimensões
diminutas desses elementos, facilmente arrastáveis pela acção do vento.

Fig. 30 – Arrastamento dos elementos soltos da


protecção pesada por acção do vento
(Fonte: Lopes, 1998)

62
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O arrastamento dos elementos começa, geralmente, por dar-se nas zonas


periféricas da cobertura, locais onde a acção do vento se faz sentir com maior
intensidade. Nessas zonas é muitas vezes preferível aplicar uma protecção pesada em
camada rígida (por exemplo, lajetas de betão) em vez de aumentar a espessura da
camada com elementos soltos.

3.2.3 Presença prolongada da água

Devido à reduzida pendente da cobertura ou à conformação insatisfatória da


camada de forma, ou ainda, devido a obstruções de caleiras ou de embocaduras das
saídas das águas pluviais a água permanece, muitas vezes por períodos prolongados, na
cobertura (Fig.14). A retenção de água é também muitas vezes motivada por
inadequadas disposições construtivas nas zonas das embocaduras, ou por deformações
acentuadas de suportes muito compressíveis.

Fig.31 - Acumulação de água junto a uma platibanda por deficiente conformação da camada de forma
(Fonte: Lopes, 1998)

Os sistemas de impermeabilização tradicionais com base em camadas duplas de


telas ou feltros betuminosos são um dos revestimentos mais sensíveis à acção
prolongada da água, especialmente quando a armadura dos feltros é de natureza
orgânica.

63
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3.2.4 Fissuração de remates em platibandas ou paredes emergentes

Entre as principais causas de ocorrência de fissuração nos remates da


impermeabilização com platibandas ou paredes emergentes, podem ser consideradas a
inexistência duma junta ao longo desses elementos, a inexistência duma protecção
vertical do remate, a inexistência (no caso de elementos emergentes pré-fabricados) de
bandas de dessolidarização do remate na zona das juntas entre as respectivas peças
(Lopes, 1998, p. 43).

3.2.5 Outras anomalias em platibandas e paredes emergentes

Uma das vias de penetração da água para o tardoz do revestimento de


impermeabilização e para as camadas subjacentes, é através do coroamento da
platibanda, especialmente quando constituídas por alvenaria de tijolo furado ou por
blocos de betão, sem disporem de capeamento adequado (Lopes, 1998, p. 46).

Para prevenir este tipo de anomalias devem utilizar-se, evidentemente,


capeamentos apropriados, constituídos, por exemplo, por membranas de
impermeabilização autoprotegidas, por chapas metálicas ou de fibrocimento ou por
elementos pré-fabricados de pedra ou de betão bem compactado. Além disso, a
superfície superior desses elementos deve ter uma certa pendente, preferivelmente no
sentido do terraço.

3.2.6 Anomalias em juntas de dilatação

As principais anomalias que ocorrem em juntas de dilatação revelam-se,


geralmente, ou em deslocamentos das juntas de sobreposição dos remates, ou em
fissuração ou enrugamento desses remates. As suas causas estão fundamentalmente
relacionadas com defeitos de concepção (Lopes, 1994, p. 48).
A realização dos remates das juntas de dilatação ao nível da superfície corrente da
cobertura, especialmente se esta é acessível à circulação e permanência de pessoas, é
uma solução a evitar, dada a maior probabilidade de ficarem sujeitos a acções

64
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mecânicas resultantes da respectiva utilização do que os remates sobreelevados


relativamente àquela superfície.

Mas, ainda no caso das cobertura acessíveis, a realização da camada de


protecção pesada rígida sem interrupção sobre a junta de dilatação (através da execução
duma junta de largura idêntica àquela), é motivo para a eventual ocorrência de
fissuração nos remates em questão. Esta fissuração resulta de movimentos diferenciais
dos dois corpos do edifício, ou dos dois edifícios que definem essa junta. Esses
movimentos, transmitindo-se aos remates de impermeabilização através da camada de
protecção, podem conduzir á fissuração dos mesmos quando a sua capacidade de
deformação é excedida. Para ir de encontro a estes fenómenos, devem, portanto,
interpor-se uma camada dessolidarizadora entre essas peças ou elementos e o remate.

Outra situação de possível ocorrência de anomalias em juntas de dilatação ocorre


entre edifícios com alturas diferentes. O movimento dum edifício relativamente ao outro
faz com que o remate fissure, ou as suas juntas se descolem, ou se manifestem
enrugamentos acentuados. Estes últimos são devidos a movimentos diferenciais na
direcção horizontal.

3.2.7 Outras anomalias em pontos singulares

Os pontos singulares da cobertura tais como chaminés, tubos de ventilação e


guardas de platibandas, são elementos onde é corrente haver manifestações de
deficiências nos remates da impermeabilização.

As patologias em remates com chaminés são, geralmente, do mesmo tipo das


indicadas a propósito das paredes emergentes ou platibandas.

Nos casos das tubagens emergentes, os problemas são, essencialmente, ao nível


dos processos de fixação dos remates da impermeabilização a essas tubagens. As

65
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anomalias que correntemente se verificam são descolamentos ou fissurações desses


remates, motivados, ou por acentuados deslocamentos na direcção vertical das
respectivas tubagens, ou por deficientes soluções de protecção dos bordos superiores
dos remates (Lopes, 1994, p. 58).

Para fazer frente aos deslocamentos referidos deve adoptar-se, na base do


remate, uma disposição construtiva que o permita dessolidarizar da superfície corrente
do revestimento de impermeabilização. Esta medida pode ser realizada através da
aplicação, na extensão adequada nessa zona, dum cordão flexível contornando a
respectiva tubagem.

Relativamente às guardas das platibandas, a maioria das anomalias surge quando


as mesmas são realizadas com base em elementos metálicos, cujos montantes, ou são
aplicados posteriormente à execução do sistema de impermeabilização, ou são
rematados com soluções de impermeabilização de execução deficiente. No primeiro
caso é corrente não se refazer a zona de impermeabilização afectada, ou, quando tal é
feito, sê-lo apressadamente sem os cuidados necessários que os pontos singulares
sempre exigem.

3.3 Anomalias resultantes da execução em obra

3.3.1 Perfurações do revestimento de impermeabilização

Segundo Schild (cit in Lopes, 1998), uma estudo de casos de patologia de


coberturas em terraço, ocorridos na Alemanha, mostra que 20% das infiltrações de água
pela cobertura são devidas a perfurações localizadas no respectivo revestimento de
impermeabilização.

A perfuração do revestimento pode resultar da acção de cargas pontuais de


natureza dinâmica ou de natureza estática. As acções mais frequentes de acções
dinâmicas são resultado de quedas de objectos diversos de acção cortante durante a

66
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execução do revestimento. Isto acontece porque é normal realizarem-se trabalhos sobre


a cobertura, posteriormente à aplicação do respectivo revestimento de
impermeabilização, sem se tomarem medidas de protecção do mesmo.

São ainda causa de perfurações dos revestimentos de impermeabilização as


cargas resultantes da aplicação de cavaletes, andaimes, ou ainda da circulação de carros
de mão de transporte de materiais.

As medidas que impeçam ou minimizem os riscos apontados consistem


naaplicação de camadas de distribuição uniforme das cargas pontuais em questão.

3.3.2 Anomalias resultantes da acção do calor

A ocorrência de anomalias resultantes, da modificação das principais


características de alguns revestimentos devida ao efeito do calor, traduzem-se, em geral,
em fissurações do revestimento.

Um dos nefastos efeitos da elevação da temperatura sobre os materiais


betuminosos consiste na perda progressiva das matérias voláteis que entram na
constituição da maioria desses materiais, a qual provoca o seu endurecimento, retracção
e consequente fissuração. Estes fenómenos são naturalmente agravados por efeito da
radiação ultravioleta.

Outro efeito da elevação da temperatura é a possibilidade da formação de pregas


no revestimento. A formação de pregas é devida, essencialmente, à impossibilidade do
revestimento acompanhar a deformação da abertura e fecho das juntas ou fissuras.

A acção do calor pode ainda manifestar-se na técnica de aplicação em obra das


membranas de impermeabilização, quer na ligação das mesmas ao suporte, quer na
ligação das membranas entre si. Duas técnicas de realização dessas ligações consistem
na utilização do calor como processos de ligação: uma delas recorrendo à acção da
chama de maçarico (para o caso das membranas betuminosas), e a outra à acção de ar
quente de pistolas apropriadas (ligações em membranas de PVC plastificado).

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3.3.3 Empolamentos

Os empolamentos são sobreelevações do revestimento de impermeabilização em


superfície corrente, visíveis à superfície e são o resultado da formação de bolsas de ar e
vapor de água sob pressão, quer entre as camadas dum sistema de impermeabilização,
quer entre este e o seu suporte (Lopes, 1998, p. 32).

Estas bolsas de ar são bastante susceptíveis à perfuração ou à rotura quando


sujeitas à acção de pressões exteriores, tais como as que resultam da circulação de
pessoas, da queda de equipamentos ou objectos cortantes.

Algumas das principais causas da ocorrência de vazios são, nomeadamente, a


inexistência de colagem das camadas do sistema, em zonas localizadas; a falta de
planeza do suporte quando constituído por painéis isolantes, ou encurvamento
acentuado do mesmo; o uso de membranas de rolos achatados, devido ao
armazenamento incorrecto dos rolos, dificultando assim o seu posicionamento plano
sobre o suporte; materiais estranhos confinados entre a impermeabilização e o suporte
(gravilha, pedaços de papel, etc.).

A qualidade de execução é um factor essencial para minimizar a ocorrência dos


vazios em questão, os quais possam vir a possibilitar a formação de empolamentos
significativos.

Se nestes vazios existir, além de vapor de água e ar, humidade sob a forma
líquida, então evidentemente que o crescimento da bolsa se processa com maior rapidez.
Esta humidade pode ter origem não só nos materiais do suporte do sistema de
impermeabilização (são mais susceptíveis sob este ponto de vista, por exemplo, as
camadas de forma moldadas “in situ”) mas também nos próprios materiais do sistema e,
entre estes, os feltros betuminosos, especialmente os de armaduras orgânicas, são os que
contêm teores de humidade mais significativos. É também importante referir a
propósito, a influência das condições ambientes dos locais de armazenamento dos
feltros betuminosos deste tipo, nomeadamente em termos da humidade relativa do ar.

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Para evitar ou minimizar a formação de bolsas ou empolamentos deve-se usar


materiais com características apropriadas, tais como materiais com baixos teores de
água, suportes resistentes desempenados, etc. Outras medidas preventivas que podem
ser tomadas estão relacionadas com a protecção dos revestimentos de
impermeabilização, especialmente os de base betuminosa, com vista a evitarem-se
variações acentuadas de temperatura nesses revestimentos (Lopes, 1994, p.35).

3.3.4 Descolamento de remates em platibandas ou paredes emergentes

O descolamento dos remates do revestimento de impermeabilização dos


paramentos dos elementos emergentes da cobertura pode estar relacionado com a
superfície de aplicação ou com a configuração do elemento emergentes, ou com as
condições de realização da colagem.

No primeiro caso, a irregularidade dos paramentos, nomeadamente devido à


inexistência dum reboco satisfatório, o teor de humidade demasiado elevados dos
mesmos, ou a dificuldade de acesso a esses paramentos por deficiente concepção da
solução de remate, são as razões que geralmente estão na base do deslocamento
referido. A falta de disposições construtivas de protecção do bordo superior do remate,
contra a acção do escorrimento da água da chuva pelo paramento de elementos
emergentes de desenvolvimento significativo em altura, poderá ser uma razão para o
início do descolamento desse remate.

3.3.5 Fluência ou deslizamento dos remates

A fluência ou deslizamento de revestimentos de impermeabilização em


elementos emergentes da cobertura, é particularmente importante quando esses
revestimentos são de base betuminosa, e entre estes, quando se trata de revestimentos
com base em betumes insuflados.

A ocorrência deste fenómeno dever-se, geralmente, ao facto da inexistência


duma fixação mecânica complementar do remate da impermeabilização, cujo
desenvolvimento em altura é demasiado elevado. Esta fixação é geralmente realizada
junto ao bordo superior do remate.

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altura dos remates

Sob o ponto de vista da altura dos remates da impermeabilização, acima da


superfície aparente da última camada da cobertura, torna-se necessário garantir que ela
não seja demasiadamente baixa, para não pôr em risco a possibilidade de infiltrações de
água por essas zonas. Como ordem de grandeza da altura mínima admissível, para a
generalidade dos revestimentos de impermeabilização, pode indicar-se o valor de 0,15
m.

A não realização desta disposição construtiva, deve-se geralmente a uma falta de


definição das camadas a aplicar sobre a impermeabilização, ou a alterações que se
venham a verificar posteriormente. É exemplo deste caso, a modificação da
acessibilidade da cobertura, de não-acessível para acessível à circulação frequente de
pessoas, a qual torna necessária a aplicação de camadas suplementares que não estavam
previstas na solução de cobertura não-acessível. No caso de terraços-jardins, a reduzida
altura do remate pode ter resultado da necessidade de aumentar a espessura da camada
de terra vegetal, devida, por exemplo, à alteração do tipo de vegetação a plantar.

Os remates com paredes emergentes sob soleiras de portas são também, em


geral, pontos críticos, quer ao nível de projecto, quer de execução. É tendência corrente
não sobreelevar demasiado a soleira das portas, relativamente à superfície corrente da
cobertura, resultando portanto, necessariamente um remate com altura não superior á
cota da soleira. Torna-se evidentemente sempre indispensável prolongar o remate da
impermeabilização sob essa soleira, protegendo-o superiormente com, por exemplo,
uma argamassa, sobre a qual assentará então a referida soleira. Com frequentemente a
coordenação dos trabalhos em obra leva a que seja montada em primeiro lugar a
caixilharia e respectivas soleiras de portas, o remate da impermeabilização nessa zona já
não é executado conforme referido.

As exigências relativas à altura dos remates da impermeabilização resultam da


necessidade de garantir uma resistência satisfatória aos esforços que tendem a provocar
o deslocamento ou deslizamento desses remates ao paramento da parede ou platibanda.

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3.3.7 Anomalias em caleiras

As principais anomalias que se podem apontar nestes elementos singulares das


coberturas quando realizadas com revestimentos de impermeabilização são o
descolamento de juntas de sobreposição das respectivas membranas e fissuração dessas
membrana.

As manifestações de humidade resultantes podem detectar-se no interior do


edifício e também pelo exterior quando as caleiras são periféricas.

Para o descolamento das juntas de sobreposição contribuem vários factores, dos


quais são mais importantes a reduzida largura dessas juntas, o sentido segundo o qual
foram aplicadas as membranas, a reduzida pendente da cobertura, senão quando nula ou
mesmo invertida, ou, evidentemente, a utilização de produtos de colagem insatisfatórios
ou a deficiente execução da colagem.

A fissuração ocorre no revestimento de impermeabilização das caleiras devido,


ou a um envelhecimento mais acentuado dos materiais que o constituem, ou a
disposições construtivas insatisfatórias.

3.4 Anomalias de funcionamento

3.4.1 Perfurações do revestimento de impermeabilização

As acções de natureza estática de longa duração, podem apontar-se como


principais causas de perfuração, a colocação, sobre o revestimento, de suportes de
instalações ou de equipamentos diversos (por exemplo, suportes de depósitos de água,
estendais, antenas, etc.).

Da mesma maneira que as acções de pequena duração, mencionadas atrás, as


medidas que impeçam ou minimizem os riscos apontados consistem na aplicação de
camadas de distribuição uniforme das cargas pontuais em questão.

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3.4.2 Anomalias em pontos de evacuação de águas pluviais

Os principais casos de anomalias nestas zonas singulares da cobertura são as


obstruções criadas à evacuação da água e os defeitos de ligação da impermeabilização
em superfície corrente com os dispositivos de evacuação de água.

A acumulação de detritos diversos junto às embocaduras dos tubos de queda, a


conformação inadequada das pendentes nas zonas circundantes das embocaduras e a
obstrução das próprias embocaduras, são factores que dificultam a descarga normal das
águas pluviais da cobertura, fazendo assim com que ela se acumule e permaneça durante
períodos mais ou menos prolongados sobre o revestimento de impermeabilização.

Rígida
Cristalização: Cimento impermeabilizante
Argamassa impermeável: Aditivo hidrófugo para concretos e argamassas
Externamente Semi-flexível
Cimento polimérico
Flexível
Manta pré-moldada: Manta asfáltica à base de APP
Rígida
Cimento impermeabilizante
Semi-flexível
Cimento polimérico
Piso frio
Flexível
Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio
Elastomérico a base de PBLH a frio
Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro
Semi-flexível
Cimento polimérico
Flexível
Sacadas e floreiras
Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio
Elastomérico a base de PBLH a frio
Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro

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Flexível
Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio
Estacionamentos cobertos Elastomérico a base de PBLH a frio
Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro
Manta asfáltica de polímeros APP
Com isolação térmica
Sistema de vedação / isolação de telhados
Telhados
Com camada refletiva
Manta de face externa aluminizada
Com ventilação
Epóxi alcatrão para subsolos e estações de tratamento
Tanques de efluentes
Sem ventilação
Epóxi isento de solvente para tanques e reservatórios

Impermeabilização para telhados já existentes - Caso prático

A cobertura da edificação é uma área bastante susceptível a infiltrações. Mas existem


soluções que, previstas em projecto, podem evitar muitos problemas.
Telhas mal colocadas, um vento mais forte ou mesmo a inclinação errada podem
provocar infiltrações de água na cobertura. Os cuidados começam pela qualidade da
telha e pela montagem bem-feita do telhado. Este deve ter inclinação mínima de 18% e
um perfeito encaixe das áreas de sobreposição das telhas. A integridade do telhado
também resulta da estrutura de cobertura. Mas tudo isso pode não ser suficiente para
evitar problemas futuros. O ideal é incluir a impermeabilização na fase de projecto.

Projecto e Execução

Ao projetar o sistema de impermeabilização, os detalhes mais importantes são os


rodapés, calhas, encaixes, coletores e sobreposições. Essas são as áreas críticas, onde
qualquer desatenção pode representar futuros pontos de vazamento. A laje a ser
impermeabilizada deveria ter inclusive um ponto de escoamento de água (ralo), para o
caso de infiltrações.

Em caso de telhados já prontos com problemas de infiltração recomenda-se a


impermeabilização com manta asfáltica auto-protegida com alumínio. Ela evita a

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remoção do telhado. O sistema oferece não só estanquidade à água, mas também


conforto térmico, devido à reflexão dos raios solares pelo alumínio. Deve-se tomar
cuidado com a espessura da manta nessas situações - espessuras menores terão a
preferência de uso. A manutenção do sistema é simples: qualquer pedaço de manta
danificado pode ser substituído por outro sem uso. A vida útil do sistema oscila entre 15
e 18 anos.

Em geral, os sistemas externos conjugam isolamento térmico e impermeabilização.


Alguns deles se destinam a coberturas com telhas de fibrocimento ou telhas metálicas,
geralmente em indústrias. Esta manta é constituída de um painel em poliestireno
expandido retardante à chama, tendo numa das faces a forma do telhado ao qual será
aplicado (ondulado, trapezoidal etc.) e na outra uma superfície plana, revestida com
manta asfáltica estruturada com véu de fibra de vidro, que servirá de base para a
aplicação de uma manta auto-protegida.

Figura 32 – Pormenor da aplicação da manta em polietino.

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Figura 33. – Colocação da manta.

Figura 34 – Aspecto final.

Figura 35.- Aspecto visual.

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Por ser aplicada do lado externo da cobertura, permite sua recuperação e elimina gastos
com a remoção, substituição e montagem de um novo telhado, o que pode ser muito
vantajoso conforme as condições da cobertura.

Protecção mecânica

Se o sistema impermeabilizante for instalado na laje do telhado, recomenda-se que a


protecção seja feita com argamassa de cimento e areia, no traço volumétrico de 1:4.
Caso o sistema instalado escolhido seja o de manta de alumínio, dispensa-se a protecção
mecânica - a aplicação exige apenas que a superfície esteja limpa e seca. Se for outro
tipo de manta, a protecção pode ser feita com argamassa de cimento e areia.

Impermeabilização de áreas frias – Caso prático

Os cuidados para uma perfeita proteção de banheiros, cozinhas e áreas de serviço devem
ser tomados antes mesmo da construção dos ambientes.

Projeto

Durante a elaboração do projecto de arquitectura é


necessário programar quais áreas estarão sujeitas à
presença constante de água e verificar a
localização dos lençóis freáticos e dos muros de
contenção.

É importante definir as cotas internas e externas, prevendo os enchimentos e os


caimentos necessário para os ralos.

Os diâmetros dos ralos devem ter 25,0mm a mais do que o previsto em cálculo
hidráulico e deve-se fazer o rebaixamento de 1,0cm ao redor dos ralos com diâmetro de
40,0cm.

Preparo da superfície

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Para a regularização do pavimento pode-se utilizar uma argamassa de cimento e areia,


traço 1:3 em volume com uma espessura mínima de 2,0cm e caimento mínimo de 1%
em direção aos coletores de água. Todos os cantos vivos e arestas devem ser
arredondados com raio mínimo de 5,0cm.

Sistemas de impermeabilização para áreas frias

Produto Vantagens Desvantagens Consumo

» Não necessita de
mão-de-obra
especializada
» Tempo de
» Sistema a frio e Aproximadamente
Membrana execução maior
sem emendas 1,0kg/m² (por 2
asfáltica » Espessura não
» Maior facilidade de demãos)
homogênea
aplicação em áreas
com muitas
interferências.

» Requer mão-de-
obra especializada.
» Maior velocidade » Sistema com
Manta de aplicação emendas Aproximadamente
asfáltica » Espessura » Dificuldade de 1,15m²/m²
constante aplicação em áreas
com muitas
interferências

» Não necessita de
mão-de-obra
» Aplicação a quente
Cimento especializada Aproximadamente
» Inconstância na
polimérico » Sistema monolítico 2 a 4,0kg/m²
espessura
» Maior facilidade de
aplicação em áreas

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com muitas
interferências

Proteçãomecânica

Esta protecção é executada com uma argamassa de areia e cimento, traço 1:5 (em
volume), com espessura mínima de 1,5cm, o que pode variar, dependendo da cota final
para execução do acabamento.

Detalhes de execução

Os ralos devem ser instalados em uma caixa de diâmetro 40,0cm com 1,0cm de
rebaixamento em relação ao nível da regularização. Os diâmetros dos ralos devem ter
25,0mm a mais do que o previsto em cálculo e a tubulação deverá ficar 10,0 cm afastada
das paredes e outras interferências. Colocar nos ralos impermeabilizados uma protecção
mecânica (anel de PVC) para evitar eventuais danos

Figura 36 - Banheira – pormenor.

Todo o piso da casa de banho, bem como a base onde será instalada a banheira deve ser
impermeabilizada. As paredes adjacentes da banheira deverão ser impermeabilizadas a
uma altura de 1,0m.

É importante fixar rigidamente as tubulações de eléctrica e hidráulica reforçando esses


pontos com cimento asfáltico elastômero.

No caso de impermeabilização com manta asfáltica,é importante verificar que a manta


tenha altura suficiente para proteger a água que sobrepõe a altura da banheira.

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Figura 37 – pormenor construtivo.

Quando a impermeabilização for executada com membrana moldada in loco, deve-se


aspergir areia de granulometria média seca e peneirada sobre a última demão do produto
para aumentar a aderência entre a impermeabilização e a argamassa de assentamento do
revestimento.

Para os sistemas de manta pré-fabricada, deve-se tomar o cuidado estruturar a protecção


mecânica a colocação de uma tela galvanizada ou plástica.

Figura 38 - Gesso cartonado.

Para ambientes vedados com dry wall – resina acrílica, a camada de regularização deve
ser aplicada apenas no piso, pois a superfície vertical já está pronta para receber a
impermeabilização. Os procedimentos de impermeabilização e proteção mecânica
seguem os mesmos requisitos da execução em ambientes com paredes de alvenaria.

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Figura 39.- Pormenor da aplicação.

::Dicas

• Nos rodapés, recomenda-se ancorar a impermeabilização 30,0cm no sentido


vertical, prendendo a ponta da manta asfáltica a uma profundidade de 3,0cm.
Deve-se, ainda, utilizar uma tela galvanizada ou plástica para aplicar o
acabamento

• Para uma limpeza mais eficiente da superfície a ser impermeabilizada, utilizar


vassoura de pêlo

• Usar aguarrás ou querosene para a limpeza de ferramentas

• Executar bizelamento de emendas de mantas, apenas após o teste de


estanquidade, evitando que defeitos de aplicação sejam encobertos pelo
bizelamento.

• A superfície a ser impermeabilizada deve estar curada e seca.

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4. Estudo de um caso – fissuração do revestimento de


impermeabilização

4.1 Introdução

Existe uma grande diversidade de patologias da construção que podem afectar os


diversos elementos que constituem os edifícios. A sua origem poderá dever-se a uma
má concepção, à deficiente execução ou simplesmente ao “envelhecimento” dos
materiais e componentes. Apesar do crescente investimento na qualidade de construção,
nem sempre o produto final apresenta um desempenho desejável pelo facto de não
existir uma conveniente pormenorização construtiva e a compatibilização entre as várias
exigências. Em Portugal não é possível conhecer a verdadeira dimensão do problema,
uma vez que não existem estudos estatísticos.

A cada anomalia poderão corresponder diferentes acções a desenvolver para


restabelecer as características funcionais ou estéticas dos elementos degradados, sendo
necessário consulta de uma vasta bibliografia, que deverá incluir documentos de ordem
normativa e tecnológica.

Daqui se compreende a dificuldade que existe em fazer a análise de uma


patologia de um elemento construtivo para a resolução dos problemas detectados, sem
que se proceda a uma demorada procura de informação. Existe ainda a possibilidade de
não se ter acesso a toda a documentação necessária.

Para o tratamento das patologias da construção é necessário um profundo


conhecimento dos diversos mecanismos associados ao comportamento das construções.

A descrição da patologia deve ser sintética, privilegiando-se a informação


gráfica. Deve, ainda, incluir imagens que permitam identificar, de forma inequívoca, a
anomalia em causa. É também importante obter testemunhos dos utilizadores do

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edifício, bem como, se possível, aqueles que tenham estado envolvidos na sua
concepção, construção ou em posteriores intervenções.

Então, com base nos dados recolhidos é possível fazer um diagnóstico definindo
as causas e finalmente apresentar algumas soluções de reparação. Nos trabalhos de
reparação a efectuar, interessa adoptar procedimentos que assegurem resultados
satisfatórios a longo prazo, muito embora seja sempre difícil uma resolução total dos
problemas associados ao comportamento dos elementos do edifício sem uma
intervenção global.

4.2 Estudo de um caso

Para enquadrar a temática apresentada, segue-se uma aplicação prática de uma


patologia muito comum em coberturas em terraço.

4.2.1 Descrição da patologia

Cobertura em terraço de um edifício antigo com fissuração generalizada do


revestimento de impermeabilização (Fig.35).

Fig. 40– Fissuração generalizada


dum revestimento betuminoso.
(Fonte: Lopes, 1998)

A cobertura em terraço é constituída por:

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- Laje horizontal de betão;


- Camada de forma em betão;
- Várias camadas de membranas betuminosas;
- Revestimento autoprotegido com granulado mineral.

A cobertura em sistema tradicional de camadas múltiplas é do tipo acessível à


circulação e permanência de pessoas e está colocada em sistema de impermeabilização
aderido.

4.2.2 Análise da patologia, possíveis causas e soluções

Como qualquer outra anomalia de um elemento de construção, este caso de


estudo pode ter origem em diversos factores. Atendendo que o caso proposto é um caso
imaginário, mas que ocorre frequentemente, depois de detectada a anomalia no
revestimento de impermeabilização da cobertura em terraço, deveriam ser feitos exames
mais detalhados da anomalia, nomeadamente exames físicos, para que com base nesses
exames fosse possível um diagnóstico exacto. Sendo este um caso imaginário, como
referido, são apresentadas neste capítulo algumas possíveis causas da patologia em
questão, assim como algumas propostas de reparação.

A presença de qualquer fissura pode ser indicadora do início do


“desfalecimento” generalizado do revestimento. Neste caso, refazer completamente é a
solução mais indicada, doutro modo, se apenas efectuar a reparação, a fissuração poderá
tomar novas proporções posteriormente.

Uma reparação localizada é oportuna se se tratar de uma fissura ou perfuração


acidental e se a sua caracterização for clara e precisa. Para a reparação deve-se remover
as partes degradadas e proceder, normalmente, à colocação de várias camadas destas
membranas, em perfeito estado. Este procedimento só deverá ser adoptado se o conjunto
do revestimento se encontrar em bom estado.

4.2.2.1 Patologia devido ao suporte do revestimento

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A fissuração pode ser devida ao suporte do revestimento, uma vez que este pode
ser incompatível quimicamente com o revestimento aplicado. Neste caso, não se
conhecem incompatibilidades químicas entre o suporte de betão e o revestimento
utilizado (membranas betuminosas), ou seja, esta causa está descartada (Lopes, 1994,
p.109).

O tipo de ligação do revestimento ao suporte de impermeabilização pode ter


influência na ocorrência de fissuração, sendo uma cobertura com sistema de
impermeabilização aderente. A necessidade de uma camada de dessolidarização é
indiscutível, uma vez que o suporte admite deformações devidas, geralmente, a
contracções originadas por variações de temperaturas e humidades dos materiais. Nestes
casos, devem adoptar-se sistemas de impermeabilização independentes, em detrimento
de sistemas aderentes (Lopes, 1998, p.10).

A acção do calor sobre alguns revestimentos de impermeabilização aquando a


sua ligação ao suporte pode produzir efeitos, mais ou menos significativos, de acordo
com a natureza e as condições de aplicação. Neste tipo de membranas, a ligação ao
suporte de impermeabilização deverá ser feita com betume insuflado a quente ou a
soldadura por meio de chama (Lopes, 1994, p.109). Depois de analisar o caso em
questão e verificar que a fissuração poderá resultar de um tipo de ligação inadequado, a
reparação é uma hipótese a rejeitar. A substituição completa do revestimento de
impermeabilização com a ligação adequada ao suporte é o recomendado nestes casos.

4.2.2.2 Patologia devido ao próprio revestimento

Em casos de envelhecimento do próprio revestimento de impermeabilização, ou


porventura, o mesmo não tenha sido o adequado para o objectivo da cobertura em
terraço, não haverá outra solução credível a não ser a substituição por um novo
revestimento.

4.2.2.3 Patologia devido à camada de protecção

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Neste caso, com o revestimento de impermeabilização autoprotegido por granulado


mineral, a deficiente aderência deste à membrana betuminosa é, geralmente, a causa
fundamental do seu desprendimento dessa membrana (Lopes, 1998, p.9), pondo assim
aparentes os produtos betuminosos. A dessolidarização pode ser motivada ou por acção
do vento ou pelo escoamento da água na superfície corrente da cobertura. Desta forma o
envelhecimento do revestimento de impermeabilização processa-se mais rapidamente,
facilitando assim a fissuração. Uma maneira de resolver esta questão, será a substituição
desta protecção por, por exemplo, uma protecção pesada ou em camada rígida.

4.3 Prevenção na fase de projecto

Como se pode constatar, a fissuração do revestimento de impermeabilização é


uma patologia de difícil reparação, excepto em casos de fissurações localizadas e/ou
acidentais. Quando a fissuração é generalizada, a opção a tomar é a total substituição do
revestimento de impermeabilização.

Contudo, a fase do projecto é essencial, pode prevenir muitos casos de


anomalias. Para este caso de fissuração generalizada do revestimento de
impermeabilização, apresenta-se, de seguida, uma proposta de um esquema de
disposição de camadas constituintes do sistema de impermeabilização (Fig.36) que
pode, também, ser utilizada aquando a substituição do revestimento por outro.
A aplicação da protecção pesada em detrimento do revestimento autoprotegido
com granulado mineral, deve-se, como já foi referido, à deficiente aderência deste à
membrana betuminosa, e que pode ser causa de fissuração. A camada de protecção
aplicada será esquartelada e com preenchimento das juntas por mastique, uma vez que,
também este factor, poderia ser motivo de fissuração ou descolamento do revestimento
de impermeabilização.

Por uma questão de conforto, economia de energia e aumento da vida útil dos
componentes do sistema de impermeabilização recorreu-se a uma solução com
isolamento térmico. Este isolamento que poderá ser, por exemplo, com placas isolantes
de poliestireno extrudido.

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Optou-se por um sistema de cobertura invertida, ou seja, as membranas de


impermeabilização são colocadas sob o isolamento térmico. Este sistema apresenta
algumas vantagens relativamente ao tradicional: durante a construção as membranas não
ficam expostas a esforços mecânicos, o risco de condensação é menor, reduz o risco de
envelhecimento precoce da camada impermeável devido ao impacte das variações
térmicas bruscas, etc.

A utilização de um sistema independente, relativamente ao sistema aderente, é


vantajoso sob ponto de vista do comportamento a fenómenos de fissuração (vd. 4.2.2.1).

4.4 Recomendações de carácter geral

Ao executar o sistema de impermeabilização da cobertura em terraço, deverá


ter em consideração algumas recomendações, que são, aliás, de carácter geral. Estas
recomendações, por vezes, podem eliminar o risco de ocorrência de futuras patologias.

As membranas a utilizar devem ser manuseadas com cuidado, sobretudo


quando a temperatura do ar for inferior a 5ºC. A sua aplicação não deve fazer-se em
tempo de chuva, neve ou de nevoeiro intenso, nem quando a temperatura do ar for
inferior a 0ºC.

A pendente nominal não deve ser, em princípio, inferior a 1% de modo a


permitir o escoamento adequado das águas à sua superfície.

Antes da aplicação das membranas, a concordância da superfície da cobertura


com os paramentos verticais deve ser arredondada ou chanfrada, de forma a permitir um
ajustamento contínuo das membranas, sem dobragem em ângulo.

4.4.1 Processo de aplicação

4.4.1.1 Colocação dos rolos

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Os rolos devem ser desenrolados sem ficarem sujeitos a tensões, e alinhados


sobre o suporte de maneira a que a largura de sobreposição dos mesmos nas juntas não
seja inferior a 0,10m.

4.4.1.2 Ligação das membranas

Estes sistemas são formados por camadas múltiplas de telas betuminosas


coladas entre si com betume insuflado ou por soldadura por meio de chama. A ligação
entre membranas faz-se ao longo das juntas de sobreposição, em toda a sua largura.

4.4.1.3 Camada de dessolidarização

Previamente à aplicação do revestimento de impermeabilização desenrolam-se


sobre o suporte os rolos que constituem a camada de dessolidarização da
impermeabilização, com uma sobreposição de 0,10 m dos seus bordos. Esta camada
pode ser constituída por diversos materiais, tais como: papel “Kraft”, papel siliconado,
mantas de geotêxtil, etc.

4.4.1.4 Zonas ou pontos singulares

O tratamento das zonas singulares (juntas de dilatação, platibandas, chaminés,


tubos de queda, etc.) é de suma importância para a satisfação das exigências funcionais
de uma cobertura em terraço. Todavia, a influência da generalidade destes parâmetros
foi já referida no capítulo anterior deste trabalho.

4.4.2 Cuidados de execução

Na execução das impermeabilizações deverão ser tomadas as seguintes


condições:

- Durante ou após a aplicação do revestimento de impermeabilização, deve


evitar-se a utilização ou o manuseamento de certas substâncias químicas,

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nomeadamente, gasolina, petróleo, solventes orgânicos e produtos oxidantes


concentrados;

- Evitar a perfuração das impermeabilizações por deficiente colocação de


andaimes e equipamentos electromecânicos nas coberturas, bem como evitar a
presença de pessoas estranhas aos trabalhos e garantir a limpeza inferior do calçado
(ausência de britas, areia, etc);

- O manuseamento dos produtos auxiliares de colagem ou de acabamento


deve ser efectuado utilizando equipamento individual de protecção adequada,
nomeadamente luvas e fatos de trabalho;

- Evitar o aparecimento de humidades na face interior dos tectos e mesmo


apodrecimento do material de isolamento em consequência de humidade retida
quando os trabalhos de impermeabilização são realizados em tempos de chuva;

- Dotar as coberturas de uma inclinação mínima para permitir a fácil


evacuação das águas pluviais;

- Evitar ângulos vivos na ligação pavimento-parede e realizar uma


conveniente ligação de impermeabilização com o elemento vertical;

- Adoptar um tratamento especial sem que a impermeabilização cubra


juntas de dilatação.

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5. Processos construtivos

5.1. Impermeabilizar caves em betão

Nos parques subterrâneos e caixas de elevador, constituídos em betão armado,


podem aparecer problemas de humidade ou aparecimento de água.
Às vezes o betão original não é totalmente impermeável ou a
impermeabilização exterior é insuficiente.

Fig. 41– Sapata em betão

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Noutras ocasiões o betão apresenta defeitos localizados, como fissuras ou


uniões defeituosas.

...ou ainda corrosão das armaduras na presença da água e do ar;

A resistência das paredes à água em contra pressão pode não ser suficiente,
sobretudo quando o nível é alto

Assim a superfície interior das paredes e do pavimento saturam-se de água. Os


revestimentos degradam-se, aparecem sais, desenvolvem-se microorganismos

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Para eliminar estes fenómenos é necessário efectuar um tratamento pelo


interior com uma argamassa que resista á força da água em contra pressão e assegure a
impermeabilização.

A solução para este casos cinge-se num impermeabilizante mineral mais


precisamente “motex dry capa fina” que é usado nas impermeabilizações de construções
enterradas como é o caso dos depósitos ,tanques piscinas, lagos, caves, parques
subterrâneos... e tem como revestimento associado rebocos minerais, revestimentos
orgânicos espessos., este material não resiste à fissuração do suporte, em pavimentos ou
em caso de tráfego intenso, deve ser revestido, não utilizar em meios ácidos.
Temperatura de aplicação 5 a 35 ºC , não aplicar em gelo, não se deve aplicar
com pleno sol, em subterrâneo, garantir uma boa ventilação para evitar condensações, a
espessura final deve ser de 2 mm em qualquer ponto, limpar a ferramenta com água e
tratar sempre os pontos singulares .Os suportes devem estar sãos, limpos, resistentes,
sem descofrantes ( recomenda-se lavagem a alta pressão ou com jacto de areia), o betão
novo deve estar estabilizado (28 dias), encher todos os buracos e irregularidade do betão
com motex, encher também as juntas entre blocos, molhar bem o suporte antes da
aplicação.
Assim procede-se a eliminar todos os restos de sujidade , pó e gorduras, se
possível com água a alta pressão ( 80 bar),tratar o betão degradado:

Abrir as zonas com entrada de água formando arestas e tapar com o referido
material;

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Tratar fissuras e esquinas

Amassar o material com 6 a 7 litros de água limpa por saco num batedor
eléctrico lento até obter uma mistura homogénea com a consistência da tinta.

aplicar a primeira camada do referido material e deixar secar 4 horas no


mínimo, humedecer a primeira camada e aplicar a segunda prependicular à primeira,
realizar o acabamento com uma talocha ou esponja.

5.2. Como Impermeabilizar uma Cave pelo Interior


- Preparação do suporte;

Picar os salitres bem como os revestimentos antigos, lavar ou raspar para obter
uma superfície limpa e dura

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Em casos de infiltrações de água, formando arestas rectas, e tapar com motex


dry obturador ( argamassa para selagem de vias de água)

Eliminar as juntas defeituosas até 2 cm de profundidade, encher com motex dur


ou motex obturador

Amassar motex dry capa grossa (argamassa anti-humidade) manualmente ou


mecanicamente com 3.5 litros de água limpa por saco

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Humedecer o suporte e estender o produto com uma talocha até conseguir uma
espessura de 10 mm, no caso de grande espessura aplicar camadas sucessivas de 5 a 10
mm.

Por fim regularizar o acabamento com uma talocha para obter uma superfície
plana e regular

5.3. Como Impermeabilizar Caves pelo Exterior


- Preparação do suporte

Esperar que as paredes estabilizem ( 28 dias ), eliminar a sujidade, leitadas e


resíduos com lavagem de alta pressão( 80 bar)

Encher todos os buracos do betão com motex dur

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Em alvenaria, encher as juntas com motex dur, nivelando-as para obter uma
superfície o mais plana possivel

Aplicação:

Amassar motex dry capa fina ( impermeabilizante mineral) com 6 a 7 litros de


água limpa por saco, num batedor eléctrico lento ( 500 rpm ) até obter uma mistura
homogénea e fluída com a consistência da tinta.

Molhar com água limpa o suporte, aplicar motex dry capa fina no minimo 2
kg/m2. Deixar secar 3 a 8 horas

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Humedecer a primeira camada e aplicar uma segunda perpendicularmente à


primeira. Realizar o acabamento com uma talocha ou esponja.

5.4. Como Impermeabilizar uma Piscina ou Tanque


Preparação do Suporte:

Sondar as superfícies, eliminar nas zonas defeituosas, eliminar os


revestimentos antigos e limpar

Se existem fugas evidentes de água , abrir formando arestas rectas e tapar com
motex obturador

Tratar as armaduras de betão armado com ibofer, encher os buracos do betão


com motex dur

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Tratar adequadamente todos os pontos singulares ; fissuras, esquinas

Aplicar uma camada de motex dry capa fina sobre o betão ou reboco plano.
Uma vez seca (2 a 4 horas ) aplicar uma segunda camada. A espessura minima final
deve ser de 2mm

No caso de ser necessário regularizar o suporte , aplicar motex dry capa grossa

5.5. Como Garantir a Estanquidade de um Depósito de Água Potável


Preparação do Suporte

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Limpar bem o suporte de modo a obter uma superfície limpa e dura, lavar se
possível.

Tratar os pontos singulares ( fissuras, esquinas..)

A capacidade dos depósitos deve ser pelo menos 4 vezes superior á superfície a
impermeabilizar (relação superfície - volume inferior a 0.25)

Sobre o suporte em alvenaria humedecer e aplicar motex dry capa grossa. A


espessura final deverá ser, no mínimo, 10 mm em todos os pontos

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Sobre betão ou reboco aplicar duas camadas de 1mm cada e perpendiculares


entre si, de motex dry capa fina
Lavar com água limpa a superfície impermeabilizada com motex dry 24 horas
a aplicação. Repetir a operação pelo menos duas vezes antes de encher o depósito.

5.6. Como Garantir a Impermeabilização de uma Caixa de Elevador


Preparação Pontos Singulares

Nos ângulos e arestas, colocar uma junta estanque, selá-la com mastique
elástico e realizar uma meia cana com motex dur.

As selagens da estrutura metálica devem ser feitas verificando a profundidade


(P) e largura (A) em função do diâmetro da peça a selar, selar com motex dur

As penetrações directas da água devem ser abertas formando arestas rectas


numa largura mínima de 2 cm, tapar com motex dry obturador

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Limpar bem, eliminar as zonas degradadas do suporte

Sobre as superfícies irregulares aplicar duas camadas sucessivas de motex dry


capa grossa até uma espessura total mínima de 1 cm

Sobre as superfícies lisas aplicar duas de mão perpendiculares de motex dry


capa fina até uma espessura máxima de 2 mm

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Índice Geral

1. Introdução...............................................................................................................................2
2. Coberturas em terraço...........................................................................................................33
2.1. Constituição de uma cobertura em terraço...............................................................33
2.1.1. Estrutura resistente.......................................................................................34
2.1.2. Camada de regularização .............................................................................35
2.1.3. Camada de forma .........................................................................................35
2.1.4. Barreira pára-vapor .....................................................................................35
2.1.5. Isolamento térmico.......................................................................................35
2.1.6. Revestimento de impermeabilização ...........................................................36
2.1.7. Camada de dessolidarização ........................................................................36
2.1.8. Camada de protecção do revestimento de impermeabilização ....................37
2.1.9. Camada de independência...........................................................................37
2.2. Exigências funcionais. .............................................................................................37
2.2.1. Generalidades...............................................................................................37
2.2.2. Exigências funcionais das coberturas em terraço.........................................38
2.2.3. Exigências funcionais dos revestimentos de impermeabilização.................40
2.3. Classificação das coberturas em terraço...................................................................43
2.3.1. Classificação quanto à acessibilidade...........................................................43
2.3.2. Classificação quanto à camada de protecção da impermeabilização ...........47
2.3.3. Classificação quanto ao tipo de revestimento................................................47
2.3.4. Classificação quanto à localização da camada de isolamento térmico ........48
2.3.5. Classificação quanto à pendente ..................................................................50
2.3.6. Classificação quanto à estrutura resistente...................................................51
2.4. Materiais isolantes ...................................................................................................52
- Esquematização………………………………………………………....…52

- Descrição dos Materiais……………………………………………………53

3. Principais anomalias em impermeabilizações de coberturas em terraço..............................56


3.1. Generalidades ...........................................................................................................57
3.2. Anomalias de projecto .............................................................................................60
3.2.1. Fissuração do revestimento de impermeabilização......................................60
3.2.2. Anomalias devidas à acção do vento ...........................................................62

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3.2.3. Presença prolongada de água .......................................................................63


3.2.4. Fissuração de remates em platibandas ou paredes emergentes....................64
3.2.5. Outras anomalias em platibandas e paredes emergentes .............................64
3.2.6. Anomalias em juntas de dilatação................................................................64
3.2.7. Outras anomalias em pontos singulares .......................................................65
3.3. Anomalias resultantes da execução em obra .............................................................66
3.3.1. Perfurações do revestimento de impermeabilizações ..................................66
3.3.2. Anomalias resultantes da acção do calor .....................................................67
3.3.3. Empolamentos..............................................................................................68
3.3.4. Descolamentos de remates em platibandas ..................................................69
3.3.5. Fluência ou deslizamento dos remates.........................................................69
3.3.6. Insuficiente altura dos remates.....................................................................69
3.3.7. Anomalias em caleiras .................................................................................71
3.4. Anomalias de funcionamento ...................................................................................71
3.4.1. Perfurações do revestimento de impermeabilização ....................................71
3.4.2. Anomalias em pontos de evacuação de águas pluviais ................................71

4. Estudo de um caso prático – Fissuração do revestimento de impermeabilização ................80


4.1. Introdução.................................................................................................................81
4.2. Estudo de um caso ....................................................................................................82
4.2.1. Descrição da patologia....................................................................................82
4.2.2. Análise da patologia, possíveis causas e soluções....................................83
4.2.2.1 Patologia devido ao suporte de revestimento ......................................83
4.2.2.2 Patologia devido ao próprio revestimento ...........................................84
4.2.2.3 Patologia devido à camada de protecção.............................................84
4.3. Prevenção na fase de projecto .................................................................................85
4.4. Recomendações de carácter geral............................................................................86
4.4.1. Processo de aplicação .....................................................................................86
4.4.1.1. Colocação dos rolos............................................................................87
4.4.1.2. Ligação das membranas......................................................................87
4.4.1.3. Camada de dessolidarização...............................................................87
4.4.1.4. Zonas ou pontos singulares .............................................................87
4.4.2. Cuidados de execução ...................................................................................87

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5. Processos construtivos..........................................................................................................89
5.1. Impermeabilizar caves em betão ..........................................................................89
5.2. Como Impermeabilizar uma Cave pelo Interior ...................................................92
5.3. Como Impermeabilizar Caves pelo Exterior ........................................................94
5.4. Como Impermeabilizar uma Piscina ou Tanque...................................................96
5.5. Como Garantir a Estanquidade de um Depósito de Água Potável .......................97
5.6. Como Garantir a Impermeabilização de uma Caixa de Elevador ........................99

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Distribuição da água nas camadas do solo…………….……………………..3


Figura 2 – Tensão superficial…………………………………………………………....4
Figura 3 - Tubo capilar………………………………………………………………….5
Figura 4 – Ascensão da água pelas juntas de argamassa………………………………...7
Figura 5 – Esquematização geral da ascensão da água por capilaridade………………...8
Figura 6 – Chekup de rotina a executar ao edifício na fase do diagnostico……………12
Figura 7 – Manifestações frequentes…………………………………………………...14
Figura 8 – Aplicação com maçarico……………………………………………………19
Figura 9 – Teste de estanquidade apos aplicação……………………………………....19
Figura 10 – Detalhe visual…………………………………………………………...…19
Figura 11 – Laje com manta asfáltica alumínio………………………………………..20
Figura 12 – Telhado fibro-cimento revestido com manta……………………………...20
Figura 13 – Telhado com membrana acrílica…………………………………………..22
Figura 14 – Membrana acrílica em laje abobadada…………………………………….22
Figura 15 – Detalhe de aplicação da membrana acrílica……………………………….22
Figura 16 – Disposição das camadas de uma cobertura em Terraço………………...…34
Figura 17 – Revestimentos de impermeabilização…………………………………..…36
Figura 18–Exemplo de penetração de raízes num revestimento de impermeabilização.42
Figura 19– terraço acessível privado…………………………………………………...43
Figura 20 – cobertura plana não acessível……………………………………………...44
Figura 21 – Cobertura aparcamento do Maiashopping, Maia………………………….45
Figura 22 – Terraço ajardinado em fase de acabamentos………………………………46
Figura 23 – Esquemas de posicionamento do isolamento térmico …………………….48
Figura 24 – Esquemas de posicionamento do isolamento térmico………………..……49
Figura 25 – Tipos de materiais tradicionais ……………………………………...…….53
Figura 26 – Tipos de materiais não tradicionais …………………...…………………..53
Figura 27 – Percentagem de custos e causas de sinistros, segundo Securitas……….....57
Figura 28 - Causas de patologias segundo o CSTC………………………………….....58
Figura 29 – Exemplo de fissuração num revestimento de impermeabilização………...60
Figura 30 – Arrastamento dos elementos soltos ……………………………………….62
Figura 31 – Acumulação de água junto a uma platibanda por deficiente conformação..63
Figura 32 - Detalhe da aplicação da manta em poliestireno numa cobertura………...74

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Figura 32 – Pormenor da aplicação da manta em polietino……………………………75


Figura 34 – Aspecto final………………………………………………………...…….75
Figura 35.- Aspecto visual……………………………………………………………...76
Figura 36 – Banheira pormenor……………………………………………………...…78
Figura 37 – pormenor construtivo…………………………...…………………………79
Figura 38 - Gesso cartonado………………………………………………..………….79
Figura 39.- Pormenor da aplicação……………………………………………………..80
Figura 40 – Fissuração generalizada dum revestimento betuminoso……………...…..82
Figura 41 – Sapata em betão……………………………………………………………89

Bibliografia

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Construções Civis FEUP – Inovação e desenvolvimento na construção de
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Montijo, Imperalum Sociedade Comercial de Revestimentos e
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Construção, Julho/Agosto

• Martins, P. (2001). Impermeabilizações – Combater patologias, Arte &


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• Martins, P. (2002). Isolamentos e Impermeabilizações – Melhorar a construção,


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• Petrucci, E. (1975). Materiais de construção. Porto Alegre, Globo.

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(Decreto-Lei nº 235/83, de 31 de Maio). Lisboa, Imprensa Nacional.

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• Soares, F. (1999). Francisco Sousa Soares – Engenheiro, Materiais de


Construção, Maio/Junho 1999
• Texsa. [Em linha]. Disponível em <http://www.texsa.pt>. [Consultado em
06/10/2002].

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• Veritas, B. (1993). Guide technique du patrimoine réhabilitation et


maintenance. Paris, Edition du Moniteur.

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GLOSSÁRIO

LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil

UEAtc – Union Européenne pour l’Agrément Technique dans la Construction

RSA – Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes

RGEU – Regulamento Geral das Edificações Urbanas

CSTC – Centre Scientifique et Technique de la Construction

FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

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