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Instituto de Pesquisas Jardim Botanico do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Colegées Bioldgicas ‘de Apoia a0 Inventério, Uso Sustentivel ‘Conservagd da leiversidade ge una Peete ‘ect 2003 Presidente da Republica Luiz Inacio Lula da Silva Ministra do Meio Ambiente Marina Silva Presidente do Instituto de Pesquisas Jardim Botanico do Rio de Janeiro Liszt Vieira Comissao de Publicagéo Claudia Barros (Coordenadora) Rafaela Campostrini Forzza Vidal de Freitas Mansano Ricardo Cardoso Vieira Lana da Silva Sylvestre Editoragao Renato Pizarro Drummond Capa Foco Design - Luiz Claudio Franca llustracdes Maria Alice Rezende, pag. 41:M. Menezes; pag. 215: P. Young Colegées Biolégicas de Apoio ac Inventério, Uso Sustentavel Conserva¢ao da Biodiversidade/ [organizacio de] Ariane| Luna Peixoto. Rio de Janeiro Instituto de Pesquisas Jardim Botanico do Rio de Janeiro, 2003. 238 p.: il; 20x 23 cm. C691 ‘ISBN 85-7224-012-8 1. Colecdes biolégicas - Brasil. | Peixoto, Ariane Luna DD $70.74 Copyright by Instituto de Pesquisas Jardim Botanico do Rio de Janeiro hua Jardim Botanico, 1008, Rio de Janciro, RJ, CEP 2450-180, tel.: 2294-6012 Apresentacao Colecées Biolégicas de Apoio ao Inventario, Uso Sustentavel e Conservacéo da Biodiversidade vern em boa hora. Nasce num momento em que comecamos a perceber algumas das perdas irreparaveis causadas pela destruicdo de nossos ecossistemas. A maior delas é a extingao de espécies, da diversidade biolégica que jamais serd conhecida! Dezenas de espécies de plantas, de animais e de fungos que no foram sequer coletadas desaparecem a cada ano. Ao longo do tempo, coletar, estudar e se responsabilizar pela guarda e manutengio do acervo biolégico que existe e existiu no planeta, tem sido o papel dos Museus de Historia Natural e dos Jardins Botanicos. Foi neles que nasceu a pesquisa cientifica. Plantas, animais e fungos sao indicadores altamente eficientes da histéria da vida na terra. Conhecemo-la através do estudo da modificagéo de seus caracteres ao longo do tempo. Somente de posse destes conhecimentos e aproveitando a experiéncia de alguns padrées ocorridos no passado, descobertos a partir do estudo de varias formas de vida, poderemos pensar em um futuro com mais qualidade de vida. O incalculavel tesouro escondido nas colecdes bioldgicas € muito maior e infinitamente mais rico em informagdes do que todas as bibliotecas da Terra juntas. Este livro mostra parte da riqueza que escondem nossas colecdes bioldgicas. Precisamos zelar por este patriménio, aprender as licdes do passado e reconhecer que as colecées cientificas tém um papel estratégico para o pais. Nao é preciso apenas incrementa-las com coletas em areas ainda inexploradas ou ampliar sua representatividade em regides medianamente estudadas. Esta é também uma tarefa urgente, mas de nada vale se ndo assegurarmos a manutencao deste patriménio. Assim como acontece com as espécies na natureza, as colecdes biolégicas também podem se extinguir. Olhando para traz vemos, com tristeza, que continuam atuais os gritos por recursos, por pessoal, por espaco € por reconhecimento das colecdes, de muitos dos antigos dirigentes das instituicdes que as abrigavam e que deram origem a ciéncia brasileira. A histéria do Museu Nacional, por exemplo, mostra- nos que se desde sua criaco, em 1818, tivéssemos reconhecido a importancia das colecées e assegurado sustentabilidade 4 sua manutenc¢do e crescimento teriamos hoje um museu com um acervo de riqueza comparavel ao de muitos dos grandes museus europeus e norteamericanos. Mas nao foi este o destino que Ihes estava reservado. Por falta de pessoal, de recursos e por nao atribuir as colecdes a importancia devida, milhares de espécimes foram perdidos, entre eles muitos coletados pela onda de naturalistas viajantes que aqui esteve no século XIX. Desse modo, literalmente, jogamos fora parte da nossa historia e informacdo biolégica, hoje irrecuperavel. Varias outras instituicdes brasileiras passaram por momentos similares. Na perspectiva do tempo percebe-se claramente que a sustentabilidade das instituicdes biolégicas brasileiras e a manutencao-das colecdes que abrigam sé esteve minimamente assegurada nos periodos de auge de atividade econdmica. Assim, o Museu Goeldi se estabilizou e cresceu com a borracha mas praticamente desapareceu com a crise do fim do seu ciclo. Foi também a borracha que propiciou o nascimento e a morte precoce do Museu Botanico do Amazonas, assim como foi a atividade cafeeira que permitiu a criacdo do Museu Paulista. Nao ha também como nao admitir que o crescimento surpreendente das colecdes do Museu de Zoologia da USP, oriundo do Museu Paulista, deveu-se em muito ao apoio da FAPESP. Lamentavelmente, salvo excecdes muito particulares, 0 estudo retrospectivo da historia dos Museus nos mostra que entre os ciclos de prosperidade as instituicGes definham por falta de recursos e isto tem levado a perda completa ou parcial das colecdes ou a ameacar seriamente sua integridade. Como depositarios da maior diversidade biolégica do planeta nao podemos correr este risco, mas sim assegurar sempre sua sustentabilidade, ainda que nos momentos de crise mais severa. Nossas colecées hoje nao estado mais limitadas aos Museus e Jardins Botanicos. O avanco do conhecimento levou-as a Universidades e Institutos de Pesquisa onde constituem a matéria prima para o trabalho do pesquisador. Sao ali também fundamentais para melhorar a formagao de recursos humanos, dando mais densidade cientifica ao aluno em formacdo, que cresce em contato com a diversidade biolégica. As colecées so, portanto, também ferramentas educativas do mais alto impacto. A era molecular abriu novos géneros de colecdes, muitos outros certamente virdo. As colecdes de tecidos, por exemplo, nasceram nos paises desenvolvidos associadas ao emprego de uma técnica de andlise da diversidade, num momento quando a maior parte da diversidade biolégica daqueles paises ja se conhecia, ao menos no nivel da sistematica morfoldgica tradicional. Nossa situacao nao é essa. Claro que seu crescimento no Brasil também merece incentivo, mas sem perder de vista o fato de que, como esta coletanea de textos bem mostra, o desconhecimento basico sobre nossa fauna e flora é ainda incomensuravel. De nada valera o esforco dispendido por geracées e geracées de brasileiros se a manutengdo e o crescimento das colecées tradicionais que dispomos nao estiver assegurada. Falta espaco, pessoal, infraestrutura, amostragem adequada e recursos, como clamam, com razdo, todos os autores dos artigos que seguem. Esperamos que esta tentativa de apresentar um panorama da situagao de algumas das nossas colec6es biolégicas, nao venha apenas se somar aos gritos de tantos diretores, pesquisadores e curadores que valentemente lutam pelo crescimento e manutencao das colegdes. 0 impacto das colecdes na pesquisa e na formacao das novas geracoes de brasileiros conferem-Ihe interesse estratégico, de tal ordem que sua sustentabilidade deve ser assegurada pelo Estado. Somente a partir de seu estudo poderemos tirar proveito da tao propalada megadiversidade que detemos. Ja estamos mais do que maduros para reconhecer isso e criar um plano de acao voltado para o crescimento fe a manutencao de nosso patrim6nio biolégico musealizado. Miguel Trefaut Rodrigues Instituto de Biociéncias Universidade de Sio Paulo Colegées botanicas brasileiras: situagdo atual e perspectivas Maria Regina de Vasconcellos Barbosa’ Ariane Luna Peixoto? Introducdo © Brasil é considerado um dos paises de maior diversidade biolé- gica. Estima-se que na flora brasileira existam cerca de 50 a 56 mil espécies conhecidas somente de Angiospermas. A alta diversidade e riqueza da flora, associadas ao pequeno numero de cientistas em atividade tem dificultado os estudos taxondmicos e os inventarios biolégicos. Esta situaco torna-se mais critica diante da rapidez com que estao sendo destruidos os ecossistemas e do longo tempo que se leva para formar um especialista em taxonomia, principalmente nos grandes grupos tropicais. : As colecdes botanicas, imprescindiveis para o estudo da biodiversidade, detém um inestimadvel acervo de plantas e de dados. Elas documentam a existéncia de espécies em um determinado tem- po e espaco; documentam elementos da flora de areas preservadas e de Areas hoje perturbadas ou empobrecidas; séo indispensaveis em Pesquisas taxonémicas e filogenéticas e essenciais na identificacao precisa das espécies. i a2 Y As coleg6es botanicas, vivas ou preservadas, incluem desde arboretos e jardins botanicos, bancos de germoplasma e DNA, herbarios, com todas as suas colecGes associadas (xilotecas, carpotecas, palinoteca, etc.), As colecdes vivas tém sido objeto de publicacées e de discuss6es por parte da Rede Brasileira de Jardins Botanicos (RBIB), que publicou, em 2000, um ditetétio dos Jardins Boténicos Brasileiros contendo uma caracterizacao geral e dados bésicos de cada um deles (RBIB, 2000). Em 2003, uma nova publicacdo detalhara as colecées & as areas de vegetacao natural em cada Jardim botanico brasileiro. Anualmente a RBJB organiza reunides e cursos de capacitacao especi- ficos para_os profissionais que lidam diretamente com questdes de conservacdo, educagéo ambiental, colegdes vivas e as demandas da ciéncia e da sociedade para estas areas. Neste texto serdo abordadas apenas as colecdes preservadas, representadas pelos herbérios e as colegdes a eles associadas. Os herbdrios serdo tratados predominantemente pelas suas siglas designativas. Uma listagem dos herbarios brasileiros, em ordem alfa- bética de suas siglas, encontra-se no final deste volume. Os herbarios brasileiros hoje No Brasil hd atualmente 114 herbarios ativos e mais cinco sem informacées atualizadas. Desses 119 herbarios, 73 estdo registrados no index Herbariorum, que reune os dados principais dos herbarios do mundo (Holmgren et a/. 2002). Uma listagem dos herbarios brasi- Ieiros com seus dados principais compilados pela Rede de Herbirios da Sociedade Botanica do Brasil encontra-se no site www8.ufrgs.br/ taxonomia, sob a responsabilidade de H. M. Longhi-Wagner, e vincu- lado a Sociedade Botanica do Brasil (SBB). Cada curador de herbario tem uma senha propria, para atualizar os dados da colecdo sob sua responsabilidade. Este site traz também uma listagem de taxonomistas brasileiros, os grupos taxondmicos de suas especialidades e os estu- dos atualmente em desenvolvimento. Em conjunto, os herbdrios brasileiros guardam um acervo de pouco mais de 5 milhdes de espécimes (Tabela 1). Esta quantificacdo, entre- tanto, € dificil de ser feita, apesar dos esforcos da Rede de Herbérios da SBB e de outras iniciativas (Siqueira & Joly, 1995; Peixoto & Barbo- sa, 1998, Peixoto, 1999; Longhi-Wagner, 2002). As dificuldades para tal so de dois tipos: 1) algumas coleges ndo desenvolveram o hal to de repassar as informacées atualizadas para a SBB e nao atualizam os dados no site acima citado, disponivel a partir de 2002; 2) 0 somatorio dos dados envolve diversas situacdes institucionais. Algu- mas vezes 0 herbério concentra todas as colecdes preservadas; ou- tras vezes as xilotecas, por exemplo, fazem parte de departamentos ou setores distintos e 05 seus dados nao so computados pela curadoria dos herbarios; em meio liquido, algumas vezes, inumeros exemplares so armazenados sob um tinico nimero, dentre muitas outras parti- cularidades que, dependendo da maneira que se coleta as informa- Ges, 0 quantitativo geral apresentado é distinto. Embora com as ressalvas feitas acima e sabendo-se que as colecées boténicas ainda nao detém espécimes que representem toda diversi- dade da flora brasileira, 0 numero de exemplares depositados nas colecdes botanicas de instituig6es brasileiras, sem duivida, certifica sua riqueza. Constitui-se em um fabuloso e crescente acervo que além de documentar a riqueza da flora brasileira, respalda pesquisas em muitas areas do conhecimento, especialmente em sistematica ve- getal, e conta parte da historia da ciéncia no pais. Entretanto, a re- presentacdo em numero de herbarios, espécimes depositados e di- namismo das colegdes, é diferenciada nas distintas regides geografi- cas. As regides sudeste e sul concentram os maiores quantitativos de herbarios, exemplares depositados e pesquisadores. As regides nor- te e centro-oeste detém os menores nimeros (Tabela 1). A regiio Norte embora represente 2 maior Area territorial do pafs e concentre ‘© maior contingente de terras cobertas por ecossistemas naturais, é a que apresenta os menores indices de coleta por Km? e a menor quan- tidade de herbirios. Cerca da metade dos herbarios brasileiros, detém menos de 20.000 espécimes em seus acervos; 10 herbarios possuem de 50 a 100 mil espécimes; 23 mais de 50.00, dentre os quais 13 possuem mais de 100 mil espécimes. Dentre as instituicées que detém os grandes herbarios com representacio nacional destacam-se o Jardim Boténico do Rio de Janeiro (RB), 0 Museu Nacional (R), 0 Instituto de Botanica de Sao Paulo (SP), 0 Museu Botanico Municipal de Curitiba (MBM), a Universidade Estadual de Sao Paulo (SPF), a Universidade Estadual de Campinas (UEC) € a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ICN), tanto pelo ntimero de espécimes, quanto pela amplitude de suas colecdes. Outros herbarios possuem grandes acervos concentram pre- dominantemente espécimes oriundos dos ecossistemas nos quals es- tio inseridos. Neste contingente destacam-se os herbarios da Uni versidade de Brasilia (UNB), do Instituto Nacional de Pesquisas da Ama- z6nia (INPA), da Embrapa AmazOnia Oriental (IAN), do Museu Paraense Emilio Goeldi (MG), do Instituto Anchieta (PACA) e da Fundacao Zoobotanica do Rio Grande do Sul (HAS). Todos estes herbarios cita- dos possuem mais de 100 mil espécimes em seus acervos. ‘bein, Acervo dos herbérios brass nas cferentee regoes geogrticas do pals RENTER ee a ee ee ee: 1) eS sae None asic 10718800 Nite tesnoont aw Sidese su2ses 30000 ee Sos anon ano Oeste seoceses = 20700 BASIL esis tia 5316800 ae Ei aS * Da copie do inex Heron. A maioria dos herbarios brasileiros possui representacao predo- minantemente regional ou local, com acervos oriundos de programas de coletas intensivas, em éreas ou ecossistemas especificos. Dentre estes podem ser destacados os herbarios da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecudria (IPA), do Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), da Universidade Federal de Juiz de Fora (GFP) e da Reserva Natural da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), como exemplos de colecSes voltadas para areas ou ecossistemas, e os herbarios Alberto Castellanos (GUA) e Barbosa Rodrigues (HBR) como representativos de floras locais, do Rio de Janeiro e de Santa Catarina respectivamen- te. Os herbarios com colecdes bem representativas de ecossistemas ou floras locais tém tido sua importancia reconhecida em diferentes foruns cientificos. ‘Com base nos dados numéricos da representati lade regional das colecdes e em visitas realizadas por especialistas em grupos taxonémicos a alguns herbarios no ano de 2002, pode-se inferir que em todos os biomas brasileiros ha ainda trechos pouco representa— dos nos herbarios. Os workshops, para definicéo de areas prioritarias para conservacéo nos diferentes biomas brasileiros, realizados sob a coordenagao do Ministério do Meio Ambiente, evidenciaram que ha enormes lacunas de conhecimento em todos eles. Entretanto, a Ama- z6nia e o Pantanal, com seu cerrado associado, sio aqueles que mais necessitam de levantamentos para apoiar os inventdrios de diversida- de, Fazendo uma extrapolacdo da representatividade regional para a representatividade por bioma, pode-se dizer que a Mata Atlantica e ‘os biomas do sul sido, provavelmente, os melhor representados nas colegées, uma vez que os herbarios do sudeste e sul englobam prioritariamente estes ecossistemas. Além disso, os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul sdo aqueles que hd mais tempo e de forma continuada tém projetos de flora em desenvolvimento, basea- dos em programas de coleta consistentes. Entretanto, mesmo esta afirmativa pode ser questionada com base nos dados disponiveis para © projeto Flora do Rio de Janeiro (Tabela 2). Mesmo com a ressalva de que alguns municipios do Rio de Janeiro foram emancipados recente- mente, ¢ portanto seus nomes nio poderiam constar nas etiquetas dos exemplares, os dados mostram que ha espacos territoriais neste estado, ainda florestados, muito pouco representados nas coleces de herbarios. O desafio da informatizacao A informatizacao dos acervos € reconhecidamente uma necessi- dade, néo sé para o gerenciamento da prépria colecéo, como tam- bém para o acesso e disponibilizacéo dos dados (Wilson, 2001). En- tretanto ainda é um desafio. Em 1998, a situagdo de informatizacio dos herbarios no pais era referida como lenta e desordenada (Peixo- to & Barbosa, 1998) em funcdo da falta de incentivo institucionalizado e de padrdes que buscassem a integracao dos dados. De la para ca muito se avancou, porém, muito ainda esté por ser feito. A coleta de dados sobre as colecdes brasileiras, realizada entre agosto e dezembro de 2002, mostrou que cerca de 52% dos herbarios 7, estio atualmente com mais da metade ou com o acervo totalmente informatizado. Isto nio significa, entretanto, que 52% do acervo de- positado nos herbarios esteja jé informatizado, tendo em vista que, de modo geral, 0s maiores herbarios do pais estdo dentre os 37% que apenas iniciaram 0 processo ou esto com menos da metade do acervo informatizado. Além disso, 11% dos herbarios sequer iniciaram © processo de informatizacao (Peixoto & Barbosa, 2002). Tabela 2, Numero de espécimes coletados no Estado do fio de Janeiro, ordenado por ‘municipio (Baseado em Marques & Novaes (1996); Marques ef al. (1997) @ acrescidos dos ‘dados copilados no GUA, até 2001, por D. Araujo -com.pess.) ‘Muri Alode Janoro| 189 Resende 5773 Favors! 64 Potspols ano Paraita do Su 7 Teresspois 3875 Peal sa ‘Angra dos Reis 2438, Porokincula tH Cato Frc 25 ‘care 103 Maca ar Flic Benito 100 Para 109 “Tiés fos 9 Mage port Bor Jardim, 2 Maca 1850 ‘Cantaglo 2 Nova Friburgo| 1510 Mendes a Saquarema iaiz io Gebaatto de Ato a Sta Ma. Madabna 1088 So Gongab 7 Campos 52 Sapueaia ™ ‘Sha Jarcim ast Yalenga ™ tarot mM Natividad 2 ‘Vola Redonda 708 Miguel Perera 54 Nova iguagu 527 Duss Barras 53 ‘So Joda da Berra 497 6 472 Eng. Paulo Front 38 420 ‘ara Mansa Ed 408 Flo das Flores Ea sor Cordis 2 ‘Sao Peore Adela 206 Naoeara 20 Cacho de Macacu 392 Camtost 8 2 Rebepoans 380 Ni6pols 8 Casimir de Abreu 365 ‘Concsigo de Macau 4 Mogul 339 So Jodo de Mest 1 Peracanbi 238 Nava ° Vascouras ear Lae Marie ° 200 etc.), software (programas computacionais para andlise de dados, como pacotes estatisticos e programas filogenéticos). Insumos para a rotina de pesquisa (produtos quimicos, vidraria, material para manipulacao e preparacéo de pecas para exame etc); material bibliografico (biblio- grafia_essencial para a sistematica e taxonomia dos grupos bioldgi- cos, como periodicos, livros, manuais de identificacao). sinsumos para a manutencdo dos acervos (conservantes, vidraria, produtos para preparaco de pecas para estocagem ett *Apoio a formacdo de colecdes didaticas em Instituicoes de Ensi- no e Pesquisa, Relagoes entre Colecées e Inventarios Varios pontos de contato entre os componentes de Colecdes € de Inventdrio foram reconhecidos na elaboracdo das diretrizes do PPBio, além da dbvia necessidade de dotar as colecées cientificas de infra-estrutura necessaria para absorcio do material coletado nos in- ventarios a serem viabilizados pelo Programa. Com relacdo ao ap moramento da qualidade e disponibilidade de informacées, a princi- pal conexao € 2 garantia de que todos os dados obtidos em campo nao sejam perdidos no processo de tombamento do material. Assim, uma vez definido um protocolo minimo de coleta de dados em cam- po, este deve ser associado a um protocolo de curadoria equivalente. A inclusio, em colecdes, de informacao ecolégica sobre os habitats (incidéncia e abundancia relativa de espécies), obtida pela implanta— G40 de protocolos estruturados de amostragem, ainda é pouco usual em instituigées brasileiras e mesmo em nivel mundial. A incorporacao dessas informacdes implica no aumento do esforco de curadoria, de Custos com material e de espaco para estocagem, principalmente em colegdes nas quais os lotes sio as unidades de curadoria. Os lotes Passam a ser definidos como a reunido de espécimes de mesmo taxon € evento amostral e no mais como a simples reuniao de espécimes de mesmo taxon coletados em determinada area e periodo de tem- po. Porém, como salientado por Bonaldo et a/, (no prelo). tais des vantagens séo amplamente compensadas pelo aporte de informacdes que permitem a utilizagéo efetiva de dados bioldgicos na plementacao de politicas de conservacao. A perpetuacao destas informagées nas colecdes permitira que andlises prévias sejam revis~ tas & luz de eventuais avancos taxonémicos ¢ metodolégicos. A conexio entre as acées de informatizacdo das colecdes ea disponibilizagao dos dados biolégicos oriundos dos inventarios é prescindivel para evitar duplicagéo de esforcos no Ambito do Progra~ ma. Tecnologias bioinformaticas disponiveis e relativamente acessi- veis garantirao o gerenciamento do grande volume de informacdes taxondmicas, biogeograficas e ecolégicas gerado pelos inventérios € incorporado as colecées biolégicas. Dentre as mais importantes tecnologias bioinformaticas a serem utilizadas no PPBio estado os ban- cos de dados eletrdnicos relacionais, que permitem o registro, extracéo e integracdo de dados por meio de campos padronizados vinculados entre si. Estes bancos devem ser desenvolvidos de forma a garantir a compatibilidade da informagao gerada em inventérios estruturados com a inerente as colecées cientificas, agindo como aglutinantes dos protocolos de inventario e de curadoria. Magalhaes er a/. (2001) dis~ Cutiram essa questo € apresentaram uma proposta de arquitetura de um sistema de informacdo para armazenar, analisar e disseminar_ os dados biolégicos e resultados provenientes de inventarios e colecdes biolésicas. Os pontos de contato entre as acbes de formacdo de recursos humanos para a qualificacdo de colecées cientificas e para a viabilizacao de inventirios biolégicos estruturados sao também prementes, pois © material humano para o desempenho dessas tarefas & essencial- mente o mesmo. Assim, existira uma relacio de retro-alimentacdo na capacitaggo para curadoria € pesquisa e para a execucdo de inventa- rios. Consideracées finals Faz-se a seguir uma breve discussao sobre a funcao das colecoes com base na andlise feita por Fonseca et a/ (2002) para os bioacervos das seguintes instituig6es amazénicas: Centro de Pesquisa Agroflorestal ‘da Amaz6nia Oriental, EMBRAPA (CPATU) Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazénia Ocidental, MBRAPA (CPAA) Instituto de Pesquisas Cientifi cas e Tecnolégicas do Estado do Amapa (IEPA), Universidade do Amazo- fas (UFAM) e MPEG. Embora 0 INPA, talvez a Unica outra instituicdo ta e o herbario O taxonom Graziela Maciel Barroso © Taxonomista sem herbario é como um herbario sem taxonomista. Um depende do outro. O crescimento de um esta vin- culado ao crescimento do outro. ‘As colecdes botdnicas depositadas nos herbarios tém importan- cia fundamental para 0 desenvolvimento nas areas de taxonomia, morfologia, ecologia, engenharia florestal, e multas outras. Entretan- to, os exemplares de herbario, especialmente para embasarem estu~ dos comparativos, devem ter condi¢ées de permitir uma idéia mais ‘ou menos perfeita da planta do qual foi colhido; suas etiquetas de- vem registrar as observacées de campo, de forma minuciosa, anotan- do-se todas as localidades onde foram coletadas as amostras. As es- pécies devem ser estudadas em exemplares completos, com flores € frutos, e analisando-se um ntimero apreciavel de exsicatas. Felizmente, além dos herbarios em instituicdes de pesquisa, na maioria das universidades do Pais ja esta havendo a preocupacio de se formar bons herbarios e se reconhecendo a necessidade do manu— seio de suas colegdes pelos alunos, principalmente os de pds: gradu- acdo. Manter um herbario fechado ou s6 franqueado a botanicos ja formados, ndo é boa medida, Herbério nao trabalhado € um “cemité- rio de plantas", como o classificava o velho Ducke. Aluno que procura herbario, em geral, ja tem conhecimento do que ele representa e etna sstoomenmcmt tic coa 2 como deve trata-lo. Cabe aos professores ¢ pesquisadores a tarefa de mostrar mais e mais vezes 0 quanto o herbario é importante para a cigncia botanica, especialmente para a taxonomia. Os herbarios podem ser importantes pelas colecdes antigas que incorporam, como 0 do Museu Nacional do Rio de Janeiro, por exem- plo, no qual sdo encontrados tipos de Gardner, Regnell, Sellow e Glaziou, entre outros. Tambem, um herbario pode ser importante pelas colecées bem trabalhadas por especialistas, seus exemplares constado nas relacdes de materiais estudados nas revisdes de géne- ros ou de familias. Coleges montadas, constantes de um Unico exemplar, nem sem- pre bem selecionado, mantidas todas as exsicatas juntas, sem protecdo de uma “saia” para cada exemplar, nao é recomendavel, em nossa opiniao, pols como ja se verificou, muitas vezes, pode haver mistura de partes florais, de folhas ou de frutos, de uma para outra exsicata Guardar as duplicatas em separado, sem deixar, pelo menos um exem- plar junto ao material montado, nao funciona bem, pols todas as vezes que se deseja vé-las, para melhor apreciar a variacdo das amos- tras, ndo se consegue obté-las, por dificuldade de encontra-las. Também considero, ainda, que a melhor forma de se organizar um herbario € usando a ordem alfabética, tanto para familia, como para género e espécies, na arrumacao do material. E 0 método mais simples, tanto para 0 boténico, como para os técnicos que guardam 0s exemplares. Todo o taxonomista, quando visita um herbario, deve dar a sua contribuicao, revisando os armarios ou caixas de “incertae sedis’, tentando identificar o maior nimero de espécimes. Falo assim, porque, geralmente, os especialistas procuram, apenas, o material que hes interessa, aquele de sua especialidade. Restam poucos botanicos que conheceram Ducke, Brade, Kuhlmann, Hoehne, Froes, Toledo, Rambo, Pickel. Eles fizeram siste- matica numa época em que a “scientia amabilis" era uma ciéncia fe chada, € seu conhecimento, um privilégio para os eleitos. Com a cri- acdo das Faculdades de Filosofia e seus cursos de Historia Natural, depois, das universidades em todo o territério nacional com cursos de Biologia e, mais recentemente ainda com a implantacdo dos cursos de pos-graduacdo, a sistematica tornou-se mais difundida, mais co-

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