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INTELIGENCIA: 0 CONSTRUTO MELHOR INVESTIGADO EM PSICOLOGIA’ CARMEN E, FLORES-MENDOZA ELIZABETH DO NASCIMENTO Departamento de Psicologia Universidade Federal de Minas Gerais “RESUMO, ruta de inteligéncia cia, Destacai de longe, a varidvel mais investigad desde o inicio de psicologia enquanto ci se, no presente artigo, trés das diferentes concepsdes tebvicas e metodoldgicas sobre a in ‘cia humana, a sober: inteligéncia psicométrica, ineligencia como processamento de informagéa ¢ inteli- 1 tas abordagens refletem as vérias dimensBes do construto € que, por- -gradas em uma ampla visio do inteligéncia humane. -Palovras-Chavei Intligénci, eiferencasindividuis, cognicéo humane ABSTRACT INTELLIGENCE: THE BEST CONSTRUCT INVESTIGATED IN PSYCHOLOGY Intelligence is the most investigated variable since the beginning of psychology 0s @ science. At the autcle emphasis is given to three different theoretical and methodological epproeches obcut humor faneligence: psychometric Intelligence, intelligence es information processing nd: neurophysiclogica! inmeligence, lef concluded that these madels represent the several dimensions of she construct therefore being able to integrate brood vision of human intelligence Key words: Intelligence, individual differences, human cognition deste trabalho foi extrafdo das Teses de Doutorado das duas autoras: “Processamento cognit « inteligancia em deficientes mentais" e “Adaptasio e validacto do teste Weisill para um contesto brasileiro Enderego para correspondéncia: Carmen Flores Mende: ‘Av. Antonio Carlos, 6627. FAFICH - Depto. Psicologia - Sala 4042, Universidade Federal de Minas Gerals ~ Belo Horizonte, MG - CEP: 31270-901, Telefone: 031-3499-6277 Eamail: carmenflor@uol.com.br; e-mail: enasci@gotd.com.br INTRODUGAO O debi ro da inteligéncia, apés aproximadamente um século de investigacdo, ainda se faz presente e ultimamente as pesquisas sobre este construto encon- em tram-se bastante ativas. Nesta discussdo pode-se destacar (rés das principais abordagens tedricas: a_ fatorial, a cognitiva e a neurofisiolégica, Embora ainda no haja um consenso académico sobre a estrutura e natureza do construto, tais abordagens permitiram intimeras investiga- ‘GGes que resultaram em informagées valiosas a respeito das diversas facetas da inteligén- cia humana assim como de seus correlatos sociais. Desse modo, a seguir, sero descritos e analisados tanto os diferentes trata- mentos tedricos da inteligéncia quanto alguns dos principais estudos efetuados, precedi- dos da apresentacio de algumas definigdes do construto. 1, DEFINICOES DE INTELIGENCIA Existem diversas conceituagdes do que vem a ser inteligéncia. A dificuldade \ nanifestacdo, quer seja nO pode estar fortemente relacionada com a variabilidade de sua préprio individuo, quer seja entre os individuos. Sabe-se também que as habilidades cog- nitivas so valorizadas diferentemente entre culturas ou subculturas (Neisser e cols., 1996} Por outro lado, alguns autores consideram que as nadas ao enfoque dado 2 um ou outro aspecto particular, nao se tratando propriam: concepgdes radicalmente diferentes sobre o que seja a inteligéncia (Almeida,1994; Sternberg, 1992) ivergéncias encontradas esto Nesse sentido, encontra-se, nas definigdes classicas sobre a inteligéncia, a énfase em diversos aspectos como: pensar em nivel abstrato, raciocinar, julgar, adaptar-se a novos ambientes, solucionar problemas, entre outros, Mais ainda, esses aspectos podem ser-analisados ord como qualificacSes-de-compostamento (Butcher, 1972; Anastasi, 1988), ora como conjuntos de aptiddes (Carroll, 1993). fe, as posigbes de importantes ricanos Sternberg € No Quadro 1 sio reproduzidas, resumidamen especialistas na érea de inteligéncia, compiladas pelos psicélogos am Detterman (1986). eT SEE 38 : \ \ Queuiu 1, Fusijues ue espetianstas sopre a mn ¢ Detterman (1986). Especialistas Brown & Campione Butterfield Carroll Detterman Eysenck Hunt Jensen oligencia, extraidas ae sernperg Definigao "Saja qual for a natureza da inteligéncia, a aprendizagem constitui uma Gas fortes determinantes,.. as diferencas indiviguais no desempenho da aprendizagem e da transferéncia se_correlacionam com o Ql ¢ s8o'2s maio- res preditoras do rendimento..." (p.60) — “Uma abordagem mais coerente € parcimoniosa seria a de considerar que a aquisigdo de novos conhecimentos e destrezas ¢ conseqiiéncia de deter- minados processos cognitivos de modo semelhante i meméria que se deri va de algumas atividades cognitivas. As diferencas individueis no conheck mento bésico, estratégias metacognitivas e processos executivos deveriam infldir nas diferengas de conduta inteligente” (p.66) “Depois de uma andlise, minuciosa das diversas teorias, das provas des mesmas e da solidez dos seus argumentos matemiéticos, estou convencido de que amis aceitével e valida & aquela que postula.a existéncia.de um inte reduzido de aptiddes importantes, talvez-ndo mais do que duas ou trés dezenas, que se diferenciam em seit grau de general dade, isto € no grau em que podem aplicarse @ diversas tarefes e rendi- mentos” (p.70-71). Em Tesumo, dling 2 inteligdncla Como um conjunto de aptidées cistin- tas bisicas, imersas num sistema complexo de relacdes (..) 0 éxito na com: preensio desse sistema de aptiddes mentais estard em funcio direta com a hossa capacidade de conseguir medidas independentes das diferentes pai tes do mesmo” (p.81). "Jensen € 0! mibros da Erlanger School tém demonstrado que Galton estava certo av estabelecer uma estreita relacao entre tempo. de reacéo € jnteliggacia, A inteligéncia do tipo A poderia ser melhor medida mediante a implicacdo direta das bases fisioldgicas responsiveis pela criagao das dife- rencas individuais. Aquelas so as medidas mais fundamentals e cientifica- mente mais significativas que podertamos fazer" (p.89-90) = As Tungdes elementares do processamento da informagao conectam 0 cérebro com'a mente. Algumas conexdes podem ser muito gerais, como & eficdcia de transmisséo de informagdo no sistema nervoso central, que seria anéloga & preciso de um circuito, enquanto que outras conexdes podem ser especializadas como a rotagao mental de imagens visveis andloga @ uma operacdo aritmética especifica que se utiliza envalguns programas de com putador, ldentificar as acBes especifcas e gerais do processamento.de infor: Inacio é um tema préprio de investigagao empirica. Essa linha de investiga- go nos levaré a uma perspectiva da inteligéncia" (p.127)- O fato de fator'g apresentar altas correlagoes com variaveis cuja ork gem é independente da anélise fatorial, como o tempo de reagao, 0 potencial médio evocado e consangiinidade, significa que 0 'g € um construto teoricamente importante e que se estende além das ope- racdes mateméticas” (p.134) en A 39 Pode-se observar que enquanto Brow € Campioné|consideram algprendinagent como a caracteristica mais importante da inteligéncia,Gutterfield pfefere compreender a inte ligéncia como representante de urn conjunto de processos cognitivos superiores e elemen res, Por outro ladol Carroll fostula a crenga em-um madelo hierdrquico em,que se inclafp fat0h {s-e-osfatores especiicok, enquanto quelgysenck Jensentapostam nawelocidade memtahe nos ‘patametros fsiol6gicos| como as principais provas-da inteligéncia geal. Hunt prefere-estudat a inteligencisidentficando e iolando as estratégis mentas simples « camplexas envolidss no desempenho das tarefas cognitivas e, de forma parecida, Detterman considera a inteligén- cia como um sistema complexo, dependente de processos basicos que se apresentam indepen- dentes entre-si, Portanto a definicao de inteligéncia varia conforme o especialista questiona- do; embora diferentemente do primeiro debate, realizado em 1921 e publicado no The Journal of Edicational Psychology, atualmente se observam mais pontoS-em comum entre os especilis: tas. Um desses pontos seria a énfase dos estudos em processos cognitivos. E, na busca por uma definicdo mais precisa, tanto a psicometria quanto o cognitivismo ea neurofisiologia lide- ram o§ estudos sobre inteligéncia, Tais enfoques serdo abordados logo a seguir geral 2, ABORDAGEM FATORIAL DA INTELIGENCIA nceligéncia tem sido classicamente considerada uma juos @ seus comportamentos, nantém certa estabi- Na perspectiva fatorial, a variével_especifica e importante pata descricgo dos indiv sendo passivel de ser medida, uma vez que difere entre individuos de intra-individuo (Anastasi, 1988; Carroll, 1993). encial_ou psicom Essa abordagem é também concebida co tice. Como coloca Almeide (1988) as diferentes expressbes utilizadas para referir-se a esse cor rente, acabam por ressaltar um ou outro aspecto da mesma. Assim, a expresso diferencial enfatiza as diferencas entre individuos, enquanto a psicométrice ressalta a media € os instr mentos de mensuracio. Jé a traco-fator est associada @ investigaczo das varidveis internas explicativas das diferencas individuais e, por tiltimo, a fatori que estd relacionada cor etodologia utilizads-na maioria dos trebsllios deserivolvidos nessa corrente. ime em caracterizar a estrutura Ga A abordagem psicométrica ainda ni inteligéncia, embora a proposta de Carroll (1993) seja @ mais aceita no momento. Assim, a1é pouco tempo atrés havia uma disputa acirrada entre os teéricos defensores de um fator geral da inteligéncia com os. que avistam diversos fatores, considerados especfics. Vejamos as duas posicées. ee 40 ee 2.10 Fator g O primeiro investigador a defender o,caréter unitario da inteligéncia foi o esta- foi uma tistico inglés Charles Spearman (inclusive 0 desenvolvimento da andlise fato contribuicdo do investigador). No final do século XIX, Spearman partiu do principio de que s¢_hé correlacdo entre dois ou mais testes, essa correlacio é devida a um fator comum (ou fator g). O_que nao se correlaciona corresponderia a fatores especi a teste Portanto a andlise fatorial isola ambos os fatores: o fatar ge os fatores especificos. Para obter g, 0 método de Spearman elimina qualquer teste que viole o critério tetrddico. Este critério diz respeito a uma matriz de correlagdes entre os testes que satisfaz uma propor cionalidade, isto é, a matriz de correlacdes apresenta uma estrutura de dependéncia entre seus valores, onde a partir de algumas correlagées pode-se obter o valor das outras corre- lacdes. Se 0 método de Spearman for aplicado a matrizes de correlagBes com mais de um jam contaminados e, distorcidos. Contudo, 0 g obtido pelo método fatorial de Spearman|ngo € necessariamen] (io palcométrico.| Segundo Jensen e Wang (1994) uma anélise fatorial requer, entre s empregados no estudo de g. demandem capacidades_“men- fator comum, os varios testes saturados de fator g s! otras coisas, que os test tais" isto €, 0 desempenho dos sujeitos no deve depender da capacidade motora: requer também que as provas apresentem diversidade de contetidos al, numérico, espacial € outros); diversos tipos de entrada do estinmulo (visual, ttl, auditivo € outros) ¢ diversos modos de resposta (verbal; escrito, manual, etc.). Ao satisfazer todas essas exig€ncias, os autores aconselham, ainda, observar-a possibilidade de ocorrer erro de amostragem de tes- tes, Isto porque 0 universo das capacidades mentais nao é perfeitamente amostrado por qualquer conjunto limitado de testes. A saida para obter-umna.aproximacio do g verdadel: ro seria incrementar 0 mimero de testes. Na opiniéo'dos- autores, nove testes seriam.a_ m_g-psicométrico. quantidade minima necesséria para obt jensen e Wang (1994), portanto, chamam a atencio para adiferensa-entte.o g-psicométrico ¢ 0 g de Spearman. Este tiltimo extraig a partir de uma matriz-de-corre- lacBes de{pasigaa Tews! a 1 (Rmatrix of unit rank), isto &, existe um fator comum devide as ciferencas tetrédicas Serem iguais a zero ¢ haver uma proporcionalidade direta entre ‘95 elementos das colunas com as das linhas que compéem a matriz, No caso-de exttsir a partir de uma matriz de correlagdes de\posicéo maior que Ls por qualquer-método fatorial, deve-se chamar de “g psicoméirico". A idéia de “posicao da matriz" a partir do midmero de fatores comuns teria sido de Thurstone (ver uma explicagéo detalhada em Guilford, 1954) oy metig oe g de Speers © que a pratica psicométrica tem demonstrado? Os resultados bastante contundentes em apontar a existéncia de um fator geral, As maiores evidéncias piladas na obra ddarchar Jensen: "The g Factor (1596). Nela, encontram-se resultados de centenas de investigagSes que mostram correlagbes entre o fator g-e variéveis nevrofisio- \gicas (como velocidade neuronal}, educacionais {como nivel de instrugdo, rendimento escolar) qu sécio-comportamentais (como delingiiéncia, bem estar social). Os indices de correlaco variam. O fator g, por exemplo, se correlaciona em: 0,53 com aprendizagem 0,50 com rendimento escolar; 0,50 2 0,90 com treinamento ocupacional; -0,31 com deline ajincia; 0,30 a 0,50 com provas de velocidade mental; 0,55 com anos de educacéo; 0,50 0,70 com adaptabilidade neuronal. E de se ésperar, pois, que o fator g, ou inteligéncia geral, seja 0 aspecto mais ressaltado e amplamente investigado na érea da inteligéncia humana até os dias atuais pearman (1955) entendlia o fator ¢ tanto do ponto de vista fisiolégico, definindo-o como meca- ergia mental, quanto do ponto de vista psicoldgico, caracterizando-o em t (9 de conhécimentor apreenséo do significado da informacao, capacida: de de estabelecer relacoes e capacidade de derivar correlato: uma el Ultimamente Neisser e cols. (1996) afirmaram que o fator g pode ser dlescrito como uma regularidade estatistica, um tipo de energia mental, uma habitidade geral de raciocinio abstrato ou um indice de medida da velocidade de processamento neural. 2.2, Aptidées e as Teorias Fatoriais Hierérquicas e Nao-Hierdrquicas ntro da abordagem fetorial é constituida por aqueles A gutra vertente ¢ dependen- res que.defendem a inteligéncia como sendo composts por diferentes fatores § entre si, conhecidos também como habilidades ou aptiddes. Os fatores podem ser arranjados de duas formas: de manelrs ndo-biesarquics ou-hlerirquica ‘As teorias ndo-hierérquicas concebem a inteligéncia como. um sistema em que as _dimensdes_sio_claramente_diferenciadas_e, portanto, sem generalidade_nenhuma: Diferentemente, as teorias fatoriais hierdrquicas concebem a inteligéncia como um sistema de dimensdes em que as-de menor generalidade (¢ as mais numerosas)_se localizam_na parte inferior da estrutura da inteligéncia e-as.mais gerais (e menos numerosas} se locali- zam na parte superior (Colom, 1998). Edward Thorndike, fatorialista do inicio do século XX, que estabeleceu um debate acirrado com Spearman quanto & definigdo e & medida da inteligéncia (1909, apud el 42 R. M, Thomdike, 1990) representaria um dos defensores do_modelo_nio-hierérquico. Thi a inteligéncia ndo poderia ser considerada tinica, como propos Spearman, Na sua concepsao, haveria diferentes tipos de inteligéncia, sendo que os testes de cia mediariam somente um aspecto limitado do comportamento intelectual, a inte ligéncia abstrata, Para ele, no minimo, dois outros tipas de inteligéncia poderiam ser conce- eligéncia social (a habi mndike argumentava qu bidos: a in dade de entender e trabalhar satisfatoriamente com pes- soas) e a inteligéncia mecanica (habilidade para entender e lidar com objetos concretos}. jerava que a jas € espe: Nessa mesma direco, Thurstone (1938, apud Sattler 1988), ¢ nteligéncia deveria ser compreendida como composta de habilidades diferenc! cificas pase em estudos fatoriais, propds sete fatores basicos, aos quais cha- mou de habilidades mentais primérias (compreensao verbal, fluéncia verbal, aptidao numé- rica, velocidade perceptiva, aptidto espacial, meméria, racjocinio teste Primary Mental Aptitudes foi especialmente elaborado para medir esses fatores € cons: titui um dos instrumentos mais conhecidos na area da avaliacao psicolégica, ‘Assim, com Outro pesquisador, Guilford (1988), também defensor da inteligéncia compos ta de varios componentes, construiy um modelo denominado Structure of Intellect, em que propés a existéncia de, no minimo, 120 fatores, Essesfatoresresultaram da combinagdo de Ginco operagées mentas (tipo de processo envolvido na operagao mental), cinco contet dos (tipo:de material em que'a operacio é executadal e seis produtos possivels (tipo de res, posta emitida pelo individuo). Posteriormente, Guilford, expand o seu modelo pars 180 ngio e de recordagao. ria em meméria de ret aptidées ao subdividir a operacdo de mem Nesta iiltima, estaria envolvida a memoria de curto prazo. ‘As teorias nlo-hierdrquicas mostraram-se especialmente sitels para propos to de selecio de pessoal e orientacio vocacional.-Sob tais princfpios construiram-se ins- trumentos americanos como a Armed Services Vocational Aptitude Test (ASVAB) ou © Differencial Aptitude Test (conhecido em nosso meio simplesmente como DAT), No entarr to, como bem informa Cronbach (1997), os instrumentos de “multipontuacdo” si0 exces: sivaménte detalhados e provavelmente acorre redundancia nas pontuagdes. No caso da proposta de Gullford (1980), diversos estudos mastraram a falta de parciménia do mode- To, Por exemplo, Undheim e Horn (1977, citado por Colom, 1995) caleulam que contras- tar o modelo de 120 fatores implica em administrar, nd minimo, 480 testes em 2.400 sujeitos em um periodo de 96.000 horas de trabalho. Dispensar tamanho esforco mere ceu, pois, uma dura critica por parte de Carroll (1993), que afirmou se tratar de uma “excentricidade” de Guilford ET errr : 43 Como contraponto as teorias no-hierdrquicas, encontram-se as modelos hier ‘quicos. Entre estes, destacam-se as propostas de P_Vernon e RB. Cattell. Q_primeito propos que.a inteligéncia deveria ser entendida em trés dimensSes: inteligéncia AJinteligéncia herda- a), inteligéncia B {inteligéncia fenotipica) ¢ inteligéncia C (inteligéncia psicométrica). Segundo ses se situariam em trés n of § ol inteligéncia geral. Vernon (1969), os fatares subjacentes a essas dim iveis, sendo que no terceiro nivel se Jocalizaria apenas um fator, 0 No que se refere a Raymond B. Cattell, 0 pesquisacor concebeu um dos mode- f2ados, até o presente momento, nas investigacdes sobre diferencas individuals cia (1963), Trata-se da estrutura da inteligéncia em 19 fatores primarios e cinco ores secundirios extraidos da andlise das relagdes entre as pontuacdes de pessoas obtidas 3s psicométricas. Dois dos cinco fatores secunddrios tornaram-se importantes nas nteligéncia fluida) e Gc (inteligéncia cristalizada). A primeira se 3 solugio de problemas novos e demoTistracio de flexibilidade e adaptacdo em tare- depends nfnimarente Be Tenamento eexperiécis de aprendizasem. Asegur da-refere-se a inteligéncia cristalizada que estaria relaciona se rando dependent das experiéncias los mais ui demonstt ragio de conhecimentos, es conhecimentos adquiridos pelo indi jiduo ao longo da vida 0 aperfeigoamento do modelo Gfe Ge se deve a Joh L. Horn da Universidade de Califémia (Horn e Cattell, 1966; Horn, 1987; Horn e Hofer, 1992; Horn e Noll, 1994), cujas investigacdes mostram a pertinéncia dos principais postulados, sendo aquelas ¢ bem reforcadas pelas investigagdes de Stankov e Roberts, ambos da Universidade de sydney (Roberts e Stankov, 1999; Roberts, Pallier e Goff, 1999, Roberts ¢ cols., 2000). Estes tiltimos investigadores tentam definir, entre outras coisas, o lugar a ser ocupado pelos Pro- cessos sensoriais no modelo Gfe Ge. Por outro lado, alguns estudos teriam indicado que\GFSe surentaneh {eligado 20 fator g..o que, de certo modo, representarigum aprimoramento da teoria bife torial de Spearman (Colom, 1998, Gottfredson, no prelo). Na avaliacdo psicolégica, os modelos hierdrquicos parecem ser\mais-parcimd- \Gigsos & menos dispentiososylo que os modelos nao-hierézquicos. isto porque demandam menos tempo € menos instrumentos para estimar a inteligencia geral de uma pessoa, Isto nao quer dizer, no entanto, que néo continue a busca, no terreno cientifico, pela elucid cio da estrutura da inteligéncia, E a0 que parece, é 0 longo e volumoso estudo de Carroll que propicia, no momento, a melhor. proposta teérica dentre os modelos fatoriais oe 44 : 2.3. A teoria dos trés estratos de Carroll : uma alternativa fatorialista Atualmente, encontra-se em destaque a teoria hierdrquica da inteligénc’ posta por Carroll (1993), intitulada “Teoria dos Trés Estratos das Capacidades Cognitivas” (Three stratum theory of cognitive abilities). Trata-se de uma teoria que integra diferentes posi gbes até entdo defendidas dentro da abordagem fatorial da inteligéncia Carroll (1993) realizou um levantamento de mais de 460 conjuntos de dados encontrados na literatura sobre a andlise fatorial ¢ estudos correlacionais realizados na drea da inteligéncia. A gnalise fatori ados possibilitou a confirmacao eampliagio da teoria hierdrquica das aptidaes superiores. Os resultados desse levantamen- to g levaram a propor a existéncia de grupos diferentes.de_ aptides e da relacdo existente entre eles. Para Carroll (1997) essa teoria oferece um mapa cas apriddes cognitivas que Per" aptiddes cognitivas conhecidas | exploratéria desses nite identificar, enumerar e estruturar as Como 0 préprio nome indica, ateoria dos trés estratos € um modelo h quico que prev um fator getal ocupando 0 estrato mais elevado da estrutura ¢ que corres poncde ao fator g. Este fator encontra-se correlacionado com arefas de indugao.raciocinio, sigualizaglo, compreensio da linguagem e medidas de velocidade do processemento de informagio.e capacidade-de-meméria de trabalho. Q segundo estrato ¢ composto port ‘oito fatores amplos: inteligéncia fluida, inteligéncia cristalizada, meméria gerale aprendizagem, percepcao visual, percepsao aucitiva, habilidade de recuperagzo, velocidade cognitive © velocidade de processamento. No primeiro estrato, encontram-se intimeras aptidées espe nte relacionadas a cada fator de segunda ordem, O autor adverte que nedida em que apre- cificas mais fortem 0 fatores apresentacos neste estrato sio fatorialmente complexos na centam cargas fatoriais com mais de um fator. de segunda ordem, Nese estreto estao nelufcos fatores de velocidade e nivel de maestria. A teoria de Carroll apresenta-se relevante no contexto psicométrico porque, além de contemplar as intimeras visdes acerca da estrutura fatorial da inteligéncia histemey Tzafum_grande_conjunto de _dades, permitindo, sustentar a concepgao hierrquica da mesma, Outra conteibuicae-impostante de Carroll refere-se_ao fato-de-ter-incorperalo.o desenvolvimento dafabordagem cognitive 8 bordagem fatorlalJna medida em que utlizou a primeira para interpretar os resultados obtidos com a anilise fatorial tanto no que 56 refere 3 andlise das propriedades das tarefas cognitivas quanto na observacio de varias tarefas cognitivas que foram largamente ignoradas na psicometria (Carrol, 1997). nn ne : 45 Carroll indica que 2 sua visio da estrutura da intelig rante das propostas de outros representantes da abordagem psicométrica. Carroll, 20 propé-la, teve a intengio de suplantar, expandir ou complementar as teorlas sobre a estru tura das aptiddes cognitivas existentes, No entanto, ele destaca o cardter provisério de sue teoria, visto que hd necessidade de realizar numerosos estudos que poss#m corrigir even tuais lacunas e oferecer as bases para sua validacao (Carroll, 1987 ¢ 1997). Uma proposta de integragSo do modelo de Cattell-Horn com 0 de Carroll, chama- do modelo C-H-C, suscita alguma atenco académica’. Mas, ao que parece, 0 pr6prio Hom nao estarla plenamente convencido sobre o modelo C-H-C pela simples razdo de que o modelo de Carroll reconhece como terceiro estrato o fator g, enquanto que seu modelo reconhece somente os fatores Gf e Ge. No ill Seminério Intemacional de’ Spearman, realizado ne Universidade de Sydney (novembro, 2001), Horn afirmou que, se é certo que no século passa do a teoria elegante de Spearman era o modelo que melhor se aproximava de uma compreen= so da estrutura cognitiva humana, ainda, de fato, no se teria encontrado o fator 's'. Para Horn, as pesquisas mostrando a existéncia de algumas capacidades que methoram @ outras que declinam nias mesmas pessoas, seriam indicativas que a orgenizacéo das capacidades cos: nitivas nao € unitaria, No entender de Roberss (especialista no modelo Gfe Ge), 0 modelo do C-H+C pode ser visto apenas como uma proposta sincrética (comunicagso pessoel Grande parte dos autores, ctados acima, com suas respectivas teorias fatoriais d2 inteligncia, foram também responséveis pelo desenvolvimento e aperfeigoamento dos méto- dos corelacionais ¢ das teorias de construcio e utilizagio dos testes psicoldgicos. Neste sen tido, temos como iinplicacio prética da abordagem fatorial a. construcdo e 2 wtilizacao-de ind eros testes. que visam mediras diversas hablidades intelectueis ¢ predizatos-cOmporeinSh: 10s individuais nas situagdes quotidianas, como desempenhoracadémico e ocupacional. Pode-se afirmar, portanto, que 0 ceticismo em relacdo ao trabalho dos psicome- tristas no é devido a alguma dtvida sobre a estabilidade dos testes psicol6gicos e nem sobre a predicio de alguns comportamentos socialmente importantes, posto que a construcao € @ validade preditiva dos testes so ciemtificamente aceitas. 0 ceticismo é com relaggo a suficé eza da inteligéncia (Neisser e cols., 1996) cia do conceito psicométrico para explicar a ne No debate conceitual organizado por Sternberg e Detterman (1986) ¢ no estu- do fatorial de Carroll (1993) percebe-se a entrada macica dos modelos cognitivos e/ou de processamento de informacio. Talvez porque, além da quantidade de fatores, interess2 também reconhecer o$ processos que estéo ativos no momento de resolver problemas. Esses processos, se bésicos, teriam cardter universal. ee RE ES 46 2Ver site do Institute Applied Péychometric (htppufhome.att.new~gfgefindes..tm) 3. Abor gem Cognitiva da Inteligéncia O.arcebougo teérico do processamento de informagia tem-se revelado extre- mamente stil para as investigages na abordagem cognitiva da inteligéncia, cuja énfase recai sobre as formas como as pessoas representam e processam mentalmente. Nesse sen- tido, tem-se modelos que se preocupam com os processos globais (ex. resolucao de pro- blemas) e outros com os processos especificos (ex. discriminagdo}; assim como hé modelos que s¢ relacionam aos processos de ordem superior (ex. raciocinio) e outros aos pracessos OF ferior (ex. memoria a curto prazo), Sternberg (1992), por exemplo, classifica os métodos do processamento de informacao em: método dos correlatos, método componen- cial, método de treinamento e método de perito. Mora (1993), por sua vez, di cafnpos de pesquisas sobre inteligéncia e cognicdo: estudds dos processos, estudos das estratégias e estudos relacionados ao conhecimento. ingue trés Assim seiido, no cenério da investigagao cognitiva sao encontrados diversos trabalhos apontando facetas diferenciadas da cognigio humana, Entre os mais conhecidos tem-se os trabalhos de Sternberg (1977, 1985). Este uum primeiro momento (1985) 0 modelo triédico da inteligéncia ("Triarchic autor propés e: Theory of Human Intelligence”). O modelo foi construfdo com base nos seguintes pressupos- tos: jnteligéncia ndo pode ser entendida fora de um contexto social. sendo.esta.uma caps" cidade para obter solugées efetivas, resolver problemas do mundo o real e do-dia.a dial(ned [igeicta prsticd; a inteligéncia seria orie ; estando envolvidas as habilidades para lidar co wins rows eis alm do ie dado, gerandoistias interes- awedinealaiea aaivaye 2 inteligencia depende das habilidades e estratégias envol vidas no processamento da infarmaclo.Taciociner, analisar e a raliancriticamentd Gnteligent (Cia analitical. Logo, Stemberg'e cols. (2000) propuseram a teoria da inteligéncia prética aseada no conhecimento (Knowledge-Based Theory of Practical intelligence"). Neste sltimo modelo propdem a inteligéncia acad@mica, a inteligéncia ctiativa ea inteligéncia pratica. A primeira representaria aTacilidade de aquisiglo do conhecimento académico formal e seria medida por testes psicométricos convencionais. A segunda forma de inteligéncia mantém as caracteristicas apontadas no primeiro modelo enquanto que @ terceira forma,.a inteli géncia pritica, ganha maior forga-teérica-no.modelo de StembersEssa int independence da intligéncia académica e a medida criada para avalitlao Tacit Knowledge ‘est conseguiria predizer o sucesso na vida quotidiana de maneira igual, ou melhor, do que a inteligéncia académice. Contudo, Gottfredson (no prelo), recentemente apontou diversos problemas metodolégicos nos estudos de Sternberg e concluiu que o fator g (ou inteligén- cia psicométrica) ainda prediz melhor o sucesso quotidiano das pessoas. ae AT AEE SSE a7 47 Outro trabalho que constitui um marco de referéncia na andlise de process mento de informacio ¢ o estudo de, Mulholland, Pellegrino e Glaser (1980). Segundo os autores, o modelo tedrico é bastante parecido com a inteligéncia analitica proposta por Sternberg em 1977 e por Evans em 1968. Enquanto © estudo de Sternberg procurava xpi

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