O texto discute como o Dia Internacional da Mulher não deve ser visto como uma comemoração superficial, mas sim como um dia para debater os desafios contínuos da luta pelos direitos das mulheres e pelo fim da opressão e violência que ainda enfrentam. A autora argumenta que pequenas manifestações contra estereótipos e padrões prejudiciais são válidas nessa luta, e que conquistas não significam igualdade enquanto o patriarcado persistir e 7 em cada 10 mulheres sofrerem agressão.
Description originale:
Texto da revista Carta Capital sobre o dia internacional da mulher e suas contradições.
Titre original
AVERBUCK. O Dia Da Mulher Não é Homenagem Bonitinha
O texto discute como o Dia Internacional da Mulher não deve ser visto como uma comemoração superficial, mas sim como um dia para debater os desafios contínuos da luta pelos direitos das mulheres e pelo fim da opressão e violência que ainda enfrentam. A autora argumenta que pequenas manifestações contra estereótipos e padrões prejudiciais são válidas nessa luta, e que conquistas não significam igualdade enquanto o patriarcado persistir e 7 em cada 10 mulheres sofrerem agressão.
O texto discute como o Dia Internacional da Mulher não deve ser visto como uma comemoração superficial, mas sim como um dia para debater os desafios contínuos da luta pelos direitos das mulheres e pelo fim da opressão e violência que ainda enfrentam. A autora argumenta que pequenas manifestações contra estereótipos e padrões prejudiciais são válidas nessa luta, e que conquistas não significam igualdade enquanto o patriarcado persistir e 7 em cada 10 mulheres sofrerem agressão.
TEXTO 1 / UNIDADE 1 / ARTE LABORAL (OFICINA DE TEXTO) / TF.
VII - EJA
O Dia da Mulher no homenagem bonitinha
O dia 8 de Maro importante porque a mulher ainda oprimida: quando formos realmente tratadas como iguais, poderemos transform-lo em uma comemorao. por Clara Averbuck O Dia da Mulher no pra ser uma homenagem singela e bonitinha para as lindas mulheres sorridentes e fofinhas, ah, essas mulheres, to lindas e to geniosas, mas que os homens amam. um dia pra botar todas as questes que precisam ser debatidas em pauta, pra falar sobre a luta dos direitos da mulher, no sobre TPM e manicure. No pra ter um "tom leve". Tom leve no combina com assunto srio, da tantas manifestaes negativas a campanhas paternalistas. Algumas pessoas vm com aqueles papos de que as reaes so desproporcionais, que deixa disso, que no tanto assim, que frescura, que exagero, que devemos tambm falar das mulheres "normais". Como se a nica agresso que contasse fosse a fsica. Como se a nica opresso que valesse fosse a explcita. Como se, por exemplo, um padro de beleza massacrante tambm no fosse uma forma de opresso. Entendo que para as pessoas menos familiarizadas com o feminismo algumas coisas possam parecer exagero. J fui assim tambm. Achava algumas reaes exacerbadas, motivadas por "bobagem". A eu descobri duas coisas: primeiro: no temos o direito de cagar regras sobre como algum se sente a respeito de algo. Segundo: nenhuma reao exacerbada quando se trata de quebrar um paradigma milenar. Cada minicoisinha conta. Cada reclamadinha que a gente d pode gerar questionamento em algum - apesar de gerar chacota dos que nunca sentiram na pele o que a mulher passa e, por serem incapazes de empatia, minimizam qualquer manifestao com o papinho da feminista histrica. Querem uma feminista mansa, que no fale alto, que no incomode e fique no seu lugarzinho. No, n? O dia 8 de Maro importante pelo simples motivo de que a mulher ainda oprimida. O dia em que formos realmente tratadas como iguais poderemos transformar o dia em uma comemorao, mas, por enquanto, ainda um dia para abrir os olhos da galera que prefere no saber, por exemplo, que sete de cada dez mulheres sero agredidas ao longo da vida - este um dado da ONU - e que essas mulheres no esto longe. A violncia acontece no seu prdio. Na sua rua. Pode ser que acontea na sua famlia, com a sua sobrinha, sua vizinha, sua colega de trabalho, sua chefe, a chefe de sua chefe, uma juza, enfim. Pode ser que acontea com voc. Violncia contra a mulher no escolhe classe social. E a violncia acontece porque ainda vivemos sob o patriarcado, onde a mulher est abaixo do homem. Sim, conquistamos muitas coisas, mas ainda no chegamos nem perto de realmente reestruturar o funcionamento da sociedade para que seja igualitria e justa. Temos um longo caminho pela frente. Enorme. Milhares de anos precisando de desconstruo e reconstruo. Milhares de paradigmas incrustados em nossas cabeas. Milhares de esteretipos para quebrar. Anos e anos e anos e anos de violncia suportada em silncio pra gritar. FONTE: AVERBUCK, Clara. O Dia da Mulher no homenagem bonitinha. Carta Capital. 6 mar. 2015. Disponvel em < http://www.cartacapital.com.br/blogs/escritorio-feminista/o-dia-da-mulher-nao-e-pra-ser-uma-homenagembonitinha-724.html>. Acesse em 07 mar. 2015.