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ANA CAROLINA BROCHADO TEIXEIRA e GUSTAVO PEREIRA LEITE RIBEIRO Coordenadores MANUAL DE TEORIA GERAL po DrreITo Crvit AUTORES Alexandre Miranda Oliveira Isabela Guimardes Rabelo do Amaral Alexandre Pimenta Batista Pereira Jussara Maria Leal de Meirelles ‘Allan Rocha de Souza Leonardo Cordeiro Franco ‘Ana Carolina Brochado Teixeira Leonardo de Faria Beraldo Antonio Carlos Mathias Coltro Marcos Bernardes de Mello Brunello Stancioli_ Maria Celina Bodin de Moraes Bruno Lewicki Maria de Fatima Freire de Sé Bruno Miragem Nara Pereira Carvalho Carlos Affonso Pereira de Souza Patricia de Santana Napoledo Carlos Eduardo Pianovski Paulo Luiz Netto Lobo Carlos Nelson Konder Ralph Waldo de Barros Monteiro Filho Carlos Roberto Barbosa Moreira Renata de Lima Rodris César Fiuza__ Renata Guimaraes Pompeu Denis Franco Silva. Ricardo Fonseca Fabio Siebeneichler de Andi pane “Copyright © 2011 Ediora Del Rey Lio, Nenhuma parte deste vo poder ser rgroduzida,sejam quoisfrem os Imeios empregados, som o parmiatbo, por escio, do Elona, Impresso ne Braet | Printed i Bro aa U OEE ote See EEE EDITORA DEL REY LTDA, ners tater st nn Cena teh Soren tar ot Mov han = ot tar st nD ‘enh re ns Semcon onda ei sca es Centre Cte team cw cn Stash Ae Nr i a heaton torreon erm 1 ot ‘ronson oaromem e arm ‘Av Contormo, 4355 - Funcionérios eettetenen. Serotec Sin sata coe t iohartsas' porate Sollee ettexerai rs sae 36 eta Ser an = Simca arose nat Telefor: (11) 31019775 Sneaene ‘eeeapaynira com be ~ Bele Horizonte: Del Rey, 2011 B24. ISBN 978.85.384.0149.0 Biblioteca responsével: Maria Apoecide Coste Dvone ‘CRB/6- 1047 Menua de teoria geral do dito ch / Ana Carelina Brochado Toxera ‘Gustavo Pereira Leite Fibir, coordenadores. |. Dreto cv - Brasil. Teixeira, Ana Carclina Brochedo I. Ribeiro, Gustavo Peeir Leite (COD: 342.1098, cu: 347081) SUMARIO Apresentagio, Escreveram nesta obra Primeira Parte HISTORIA DO DIREITO CIVIL NO BRASIL FORMAGAO HISTORICA DO DIREITO CIVIL BRASILEIRO Giordano Bruno Soares Roberto Isabela Guimaraes Rabelo do Amaral.... AMODERNIZACAO FRUSTRADA: A QUESTAO DA CODIFI- CACAO CIVIL NO BRASIL DO SECULO XIX Ricardo Marcelo Fonseca. DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL Paulo Luiz Netto L6bo .. NOTAS SOBRE A RELAGAO ENTRE OS DIREITOS FUNDA- MENTAIS E O DIREITO PRIVADO, COM DESTAQUE PARA O PROBLEMA DA VINCULAGAO DOS PARTICULARES AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Ingo Wolfgang Sart oreo 59 O.CODIGO CIVIL DE 2002: INFLUENCIAS E RUNGOES ATUAIS Fabio Siebeneichler de Andrade es . 85 DIREITO CIVIL E TEORIAS DA INTERPRETACAO, César Fiuza... 7 Segunda Parte TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL E RELAGAO JURIDICA AIMPORTANCIA DE UMA TEORIA (GERAL) DO DIREITO CIVIL Carlos Eduardo Pianovski... 143 xv A RELACAO JURIDICA Francisco Amaral .....0.0 163 Terceira Parte TEORIA DAS PESSOAS E DIREITOS DE PERSONALIDADE, PERSONALIDADE E CAPACIDADE DO SER HUMANO A PARTIR DO NOVO CODIGO CIVIL Gustavo Pereira Leite Ribeiro 177 PROTEGAO JURIDICA DO EMBRIAO Jussara Maria Leal de Meirellles 2s ASPECTOS GERAIS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Ana Carolina Brochado Teixeira Renata de Lima Rodrigues. Lied cate 299) AMPLIAGAO DA PROTECAO AO NOME DA PESSOA HUMANA. Maria Celina Bodin de Moraes 249 DA INTEGRIDADE FISICA AO LIVRE USO DO CORPO: RELEITURA DE UM DIREITO DA PERSONALIDADE Brunello Stancioli Nara Pereira Carvatho .. 267 FUNDAMENTOS E TRANSFORMACOES DO DIREITO A IMAGEM Carlos Affonso Pereira de SoUzd ..1...e.sess pues TUTELA JURIDICA DA INTIMIDADE E DA PRIVACIDADE Roxana Cardoso Brasileiro Borges... 307 OS DIREITOS MORAIS DO AUTOR Allan Rocha de Souza . 339 A AUSENCIA SEGUNDO O SISTEMA DO CODIGO CIVIL BRASILEIRO Antonio Carlos Mathias Coltro. . 363 A PESSOA JURIDICA NO DIREITO PRIVADO BRASILEIRO DO SECULO XXI Rodrigo Xavier Leonardo ... . 385 xvi PROBLEMAS DE DESCONSIDERACAO SEM DESCONSI- DERACAO? BREVE ANALISE SOBRE A TECNICA E AS. TEORIAS DA DISREGARD Sergio Marcos Carvalho de Avila Negri .. . 427 PESSOA JURIDICA E DIREITOS DE PERSONALIDADE, Fernanda Borghetti Cantal. . 445 REGIME LEGAL DAS ASSOCIAGOES Rodrigo Almeida Magalhaes 467 REGIME LEGAL DAS FUNDACOES Gustavo Saad Diniz .. 479. Quarta Parte TEORIA DOS BENS NOVOS BENS PARA NOVOS TEMPOS: POR UMA TEORIA COERENTE E UNIFICADA DOS BENS Simone Eberle 499, UTILITAS IN RE IPSA: UM REEXAME DA CLASSIFICACAO DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS. Denis Franco Silva Flavio Henrique Silva Ferreira ... 513, DAS PARTES INTEGRANTES AS PERTENGAS: O ESTATUTO JURIDICO DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS, Alexandre Pimenta Batista Pereira . 533 Quinta Parte TEORIA DOS FATOS JURIDICOS CLASSIFICACAO DOS FATOS JURIDICOS Marcos Bernardes de Mello ..... 549. NEGOCIO JURIDICO Torquato Castro Jiinior... . 565 NEGOCIO JURIDICO E SEUS ELEMENTOS ACIDENTAIS Renata Guimaraes Pompeu .... 581 REPRESENTAGAO Bruno Lewicki ERRO, DOLO FE COAGAO: AUTONOMIA E CONFIANGA NA CELEBRAGAO DOS NEGOCIOS JURIDICOS Carlos Nelson Konder.... 2 ESTADO DE PERIGO E LESAO Rodolpho Barreto Sampaio Jtimior 0. DA FRAUDE CONTRA CREDORES Alexandre Miranda Oliveira Leonardo Cordeiro Franco’... SIMULACAO Ralpho Waldo de Barros Monteiro Filho ... ‘APLICACAO DA TEORIA DAS NULIDADES AOS ATOS JURIDICOS EXISTENCIAIS Taisa Maria Macena de Lima Maria de Fatima Freire de Sé CONVERSAO DO NEGOCIO JURIDICO Carlos Roberto Barbosa Moreira .. ABUSO DO DIREITO E ILICITO CIVIL Bruno Miragem... ATO ILICITO E EXCLUDENTES DE ILICITUDE Felipe Peixoto Braga Netto... PRESCRICAO E DECADENCIA. Patricia de Santana Napoledo ENSAIO SOBRE ALGUNS PONTOS CONTROVERTIDOS ACERCA DA PRESCRICAO NO DIREITO BRASILEIRO Leonardo de Faria Beraldo .... xvii 595, 609 633 64L 655 667 617 693 15 749 785 DIREITO CIVIL E TEORIAS DA INTERPRETACAO CESAR FIUZA Sumirio 1. Introdugdo. 2. Crise das instituigdes. 3. Crise da sistematizasio, 4. Crise da imterpretapdo. 4.1. Contextualizagio: Da Escola da Exegese & Teoria da Argumentaglo. 5. Referéncias Bibliogrificas, anTRODUGAO Com base na breve exposi¢Zo acerca das virias escolas que cuidaram da inter- juridica, podemos contextualizar o tema da interpretag3o no Direito Civil grafia civilistica, a partir de um enfoque teérico e pritico. Para 0 sucesso do mento, é fundamental entender a crise por que passa o Direito Civil, que jcausando um redesenho em sua geografia tradicional. De plano, carece esclarecer que a palavra crise deve ser entendida num sentido itivo. Como superagao de paradigmas, nurning point, virada. Acctise do Direito Civil pode ser analisada sob diversos aspectos, Em primeiro ,acrise das instituigdes do Direito Civil, basicamente de seus trés pilares tradi- 4 autonomia da vontade, a propriedade e a familia. Em segundo lugar, a crise sistematiza¢do. Em terceiro lugar, a crise da interpretagao, CRISE DAS INSTITUICOES As instituigées de Direito Civil foram tradicionalmente aprisionadas em quatro ramos, quais sejam, o Direito das Obrigagdes, 0 Direito das Coisas, 0 Direito Familia ¢ o Direito das Sucessdes. Assim esté disposta a matéria nas grandes codifi- dos sécs. XIX ¢ XX, assim se a ensina nos cursos de Direito. Na verdade, proce- ‘um corte epistemol6gico, descobre-se que o sustenticulo desses quatro grandes 6, tradicionalmente, a autonomia da vontade, a propriedade ¢ a familia. _ ODireito das Obrigagdes tem como principal escopo o estudo e a regulamentagao contratos. Sendo eles entendidos, classicamente, como fenémeno volitivo, cal- ‘a autonomia da vontade, principio vetorial de todo o Direito das Obrigaydes. {evidente que nao constitui o tinico principio, mas é o principal. Em outras palavras, conratos s6 podem ser entendidos como fruto da autonomia da vontade. DIREITO CIVIL ETEORIAS DA INTERPRETACAO procuravam adequar a norma fria as exigéncias da equidade. As teorias da herme- néutica, que buscaram fechar 0 sistema, s6 0 fizeram, porque a realidade era outra, era argumentativa, aberta. Ademais, temiam a arbitrariedade de um judiciério pouco téenico e isento. Lembremo-nos de que 0s juizes eram nomeados pelo rei ¢ escolhidos dentre pessoas de sua confianga, nao sendo necessariamente bacharéis em Direito, A ideia de que a verdade ¢ inatingivel; de que depende mais dos argumentos do que da realidade, que ndo pode ser apreendida, nao é nada nova. Jé os sofistas, muito antes de Cristo, destacavam que as filosofias anteriores a eles a nada chegaram. Os fildsofos se contradiziam, o que provava, definitivamente, a impossibilidade do co- nhecimento concreto, Segundo os sofistas, o maximo que poderiamos era formar uma ‘doxa (opinidio) sobre a realidade. A verdade nada mais seria do que aquilo que alguém conseguiu fazer com que todos acreditassem ser verdadeiro. O sabio, portanto, nio é aquele que conhece a verdade, mas aquele que desenvolve a habilidade de provar suas proprias conviegdes. (0s sofistas mais famosos foram Protigoras de Abdera (490-491 a.C.) e Gorgias de Leontini (484-375 a.C.).'* Sem eles, no haveria as modemas teorias da argumentagdo. Eevidente que o intérprete, uma vez consciente de que o sistema juridico ¢ aberto, de que se retroalimenta da propria interpretagdo, de que o sistema moderno oferece garantias de decisdes técnicas e isentas e de que a luta por um sistema fechado é uma vez ciente disso tudo, é Sbvio que o hermeneuta tem melhores condigdes de senvolver um trabalho sério e de aprimorar as técnicas de interpretagdo, para construir tum ordenamento juridico que promova a justiga no caso concreto, sem abrir mao dos ideais de seguranga juridica. 5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AMARAL, Francisco. Direito civil introdugao. 3. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2000. ATIENZA, Manuel. As razdes do direito. Sio Paulo: Landy, 2000. BONNECASE, Julien. La escuela de la exégesis en derecho civil. Puebla: Cajica, 1944. CAMARGO, Margarida Maria Lacombe. Hermenéutica e argumentagdo. Rio de Ja- neiro: Renovar, 1999. FACHIN, Luiz Edson (org.). Repensando fundamentos do direito civil brasileiro con- ‘tempordneo. Rio de Janeiro: Renovar, 1998, FACHIN, Luiz Edson. Teoria critica do direito civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2000. FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Introdugdo ao estudo do direito. 3, ed. Sao Pau- Atlas, 2001. GORLA, Gino. II potere della volonta nella promessa come negozio giuridico. fn DOTA, Stefano (org.). 1! diritto privato nella societé moderna. Bologna: Mulino, 1971. SELL, Sérgio. Histiria da ilosofia, Palhoga: Unisal, 2008, p. 79. 139 MANUAL DETEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL LORENZETTI, Ricardo Luis. Fundamentos do direito privado, Sto Paulo: Revista dos Tribunais, 1998. MEIRELLES, Henrique da Silva Seixas. Marx e o direito civil. Coimbra: Coimbra, 1990. NORONHA, Femando. 0 direito dos contratos e seus principios fundamentais. Sto Paulo: Saraiva, 1994 PLANIOL, Marcel. Traité élémentaire de droit civil. 3. ed. Paris: LGDJ, 1906. SELL, Sérgio. Historia da filosofia. Palhoge: Unisul, 2008. TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. REGIME LEGAL DAS ASSOCIACOES RODRIGO ALMEIDA MAGALHAES Sumario 1. Introdugio, 2. As pessoas juridieas de direito privado. 3. O conceito de as- sociagio. 4. A associago no Cédigo Civil. 5. associagdo na Constituigao da Repaiblica Federativa do Brasil. 6. Referéncias Bibliogriticas. 1, INTRODUGAO Todo ser humano ¢ dotado de capacidade juridica, ou seja, & capaz de adquirir direitos ¢ obrigagdes, mas nao somente o homem. O Direito concede personalidade Juridica, que ¢ 0 atributo para aqueles que sdo titulares de direitos e obrigagbes nas suas relagdes juridicas, a outros entes formados pelo conjunto de pessoas ou bens com. objetives ou interesses sociais comuns. Estes entes slo as pessoas juridicas constitui- das em fungao da complexidade das relagdes humanas. As pessoas juridicas so criagdes do Direito para justficar determinados atos rea- lizados por estes agrupamentos de pessoas ou bens. Atos que as pessoas individual- ‘mente nio seriam capazes de praticarem. surgimento da pessoa juridica ocorre no Direito Romano, mas foi o Direito Germinico ¢ Canénico que melhor o defini ‘A idgia de pessoa juridica comegou a se desenvolver com a expansio territorial ro- ‘mana, o que, mais ou menos, coincide com o inicio da época cléssica e do chamado Direito Clissico. Iss0 ocarre por volta do século II a.C. e se estende até, mais ou ‘menos, 300 d.C. quando Roma iniciou a conquista das cidades italianas, passou a Ihes outorgar estatutos e certa autonomia. De outra parte, porém, reirava-Ihes toda 1 sobcrania, anulando sua existéncia politica, na medida em que passavam a inte- ‘rar o Estado Romano. Com a perda da soberania, do imperium, a cidade passava a receber 0 mesmo tratamento dispensado aos cidadios, em relagio aos atos que praticava, como, por exemplo, os contratos que celebrava.! Appartir do tratamento das cidades como pessoas, 0s juristas passaram a desenvolver ssa ideia ¢ a expande para outros entes coletivos, sobretudo as de interesse piblico, como as universitates, os collegia € 0s sodalitia. Mas, ainda, nao havia a atribuigao de personalidade juridica, apesar de possuir alguns direitos. '" FIUZA, César, Direito civil: curso completo, 8, ed, Belo Horizonte: Del Rey, 2004, p. 134 MANUAL DETEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL lids, no Direito Romano, nem mesmo a ideia da pessoa fisica estava bem delimi- tada. A palavra persona estava vinculada a ideia de uma fungiio praticada por qualquer ‘pessoa, até mesmo por escravo, Foi somente no periodo pés-clissico, 300 a 565 d.C., {que a palavra pessoa passou a designar o homem livre. Para Paulo Nader: A grande evolugio que se processou entre as romanos nessa parte Foi com a noglo de fiscum, pela qual se passou a distinguir o patrimonio do imperador daquele outro que se destinava a atender os interesses da coletividade. O fscum, porém, no pos- sta uma personalidade juridica? 0 Direito Germanico também nao regulamentou a pessoa juridica, apesar de, como 0s romanos, haver agrupamento de pessoas para fins comuns, como as comu- rnas, em que cada membro possuia direitos obrigagdes, mas nio 0 grupo como um todo, ¢ 0s feudos, no qual o senhor feudal era o titular de todos os direitos, Foi o Direito Candnico que melhor estruturou a pessoa juridica, A pripria Igreja nfo foi concebida como 0 conjunto de figis. Era o corpo mistico de Cristo, organismo vivo, com forma abstrata, alegériea. Os crstdes estavam sob a prote- $40 da Igreja; nlo compunham sua estrutura. Assim como a lereja universal era um ente personalizado, também as igrejas paroquiais, singulares, detinham essa caracteristca, possuindo personalidade propria, embora fossem membros do corpo universal.” 0 Direito Canénico concedia personalidade ao conjunto de bens da Igreja e nfo a0 conjunto de fis. encontro do Dircito Romano, Germinico e Candnico ocorreu a partir do século XII, 0 que favoreceu o instituto da pessoa juridica, Mas a expresso pessoa juridica somente surge no século XIX, com o alemao Heise, sendo difundido por Savigny, em substituigdio a pessoa mistica, moral, entre outras. Atualmente, a pessoa juridica & conceituada como “conjunto de pessoas ou bens destinados it realizagao de um fim a quem o direito reconhece aptidio para ser titular de direitos e obrigagdes na ordem civil”.* Assim, @ pessoa juridica € uma criagdo do Direito que confere personalidade a uma coletividade de pessoas ou bens para a consecucdo de determinado objetivo, Esta capacidade juridica tem que ser reconhecida pelo Direito, pois ¢ diferente do ser humano cuja personalidade é um atributo natural. Caio Mario da Silva Pereira elenca trés requisitos para se ter a personalidade juri= ica: a vontade humana criadora, a observancia das condigdes legais de sua formagio ea liceidade de seus propositos.’ 2 NADER, Paulo, Inrroduco ao estudo do dieito. 8. ed, Rio de Janeiro: Forense, 1993, p. 318 » FIUZA, César. Direito civil: curso completo. 8. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2004, p. 136 + DAIBERT, Jefferson. Repertirio enciclopédico do direito brasileiro. Rio de Janeiro: Borsoi, 198%, v.37, p. 137 apud NADER, Paulo, Inrroduedo ao estudo do direito. 8. ed. Rio de Janeiro: Forenss, 1993, p. 318, + PEREIRA, Caio Mario da Silva, Instituigdes de direito civil. 23. ed. Rio de Janeiro: Forense, 209, v. p.287, 468 REGIME LEGAL DAS ASSOCIACOES A pessoa ao destacar bens de seu patriménio para um motivo relevante ¢ social- ‘mente itil ou as pessoas ao se unirem para determinada atividade devem ter a vontade de criar um novo ente que serd responsavel por estes objetivo. Além disso, para sua Constituigdo, deve obedecer as condigdes estipuladas em lei ¢ a atividade desenvolvi. da tem que ser licita, pois ndo se compreende que o Direto va permitir a constitugto dde uma nova pessoa para atuar em descompasso com o ordenamento juridico AP6s uma nogdo da pessoa juridica, o artigo passara a analisar as pessoas juridicas de direito privado para depois estudar as associagdes previstas no Cédigo Civil e na Constituigao, 2. AS PESSOAS JURIDICAS DE DIREITO PRIVADO © Codigo Civil prevé as pessoas juridicas no Titulo II (arts. 40 a 69), do Livro 1 + Das Pessoas, da Parte Geral, sendo que as sociedades esto no Titulo II (arts. 981 a 1.141), do Livro I — Do Direito de Empresa, da Parte Especial. A classificagdo realizada pelo Cédigo Civil das pessoas juridicas é de acordo com © scu regime juridico, ou seja, as pessoas juridicas sao de direito publico, interno ou externo, ¢ de direito privado (art. 40), As pessoas juridicas de direito piblico sto reguladas pelo Direito Piblico, que resereve as normas de constitui¢do, estrutura, funcionamento e extingao. Jé as de direito privado estio disciplinadas, em sua maior parte, no Cédigo Civil, (-.] qual a importincia de classificarmos uma pessoa juridica? Bem, ao considerar- ‘mos, titulo de ilustragdo, empresa pibica como pessoa juridica de Direito Privado, estaremos dando a ela todo um trtamento legal especifico para as pessoas de Direite Privado Seus empregados, por exemplo, sero tratados como empregados privacios, ¢ nilo como servidorespiblicos, como soe acontecer com os empregados das pessoas Juridicas de Direto Piblico. Esta é apenas uma das conseqiéncias, s6 para demnonstrar como é importante esta classificagdo, Nao ¢ nem preciso falar que o regime juridico as pessoas juridicas nacionas er totalmente diferente do regime das estrangeiras* As pessoas juridicas de direito piblico intemo (art. 41 do Cédigo Civil) sto a Unido, os Estados, o Distrito Federal, os Municipios, as autarquias e as demais enti- dades de cariter piblico criadas por lei, como as fundagdes piblicas, O art. 42 do Cédigo Civil estabelece que as pessoas juridicas de piiblico exteno Sto os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito interna. ional pablico, como a Santa Sé, a ONU e a OEA, F as pessoas juridicas de direito privado sio, segundo o art. 44 do Cédigo Civil, 8s associapbes, as sociedades, as fundagdes, as organizagdes religiosas e os partidos politicos. As pessoas juridicas de direto privado sto entdades que se originam do poder criador

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