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Fg ioe reek y Uanstia PREFACIO Entendemos que o deseavolvimento de uma tecnologia mecnica dificilmemte Se processa sem 0 conhecimento cientifico dos fatdres que nela intervér, © dominio déste conhecimento possibilita uma industrializacSo racional, a qual permite produtividade maior e custo operacional menor. Com éste Ponto de vista, temos trabalhado com dedicacao, pensando contribuir com slguma parcels positive no desenvolvimento tzcnolégico da Indistia Me- cdnica, A falta de literatura especializada no campo das maquinas ferramentas, a necessidade de um livro texto para utilizagio nos cursos de engenharia mecinica @ a possibilidade do fornecimento de dados para a solugio de problemas relacionados com a usinagem dos metais, nos incentivaram a elaborar éste trabalho. Esta obra baseia-se em trabalhos anteriormente publicados, pesquisas rea- fizadas pelo autor nos Laboratorios de Maquinas Ferramentas da “Tech- nische Hochschule Miinchen” e da Escola de Engenharia de Séo Carlos, da U.S.P. ¢ numa intensiva pesquisa bibliogrifica sébre o assunto. Subdividimos éste trabalho em trés partes: 1.2 Voiume — Fundamentos da usinagem dos metais 2° Volume — Ferramentas de corte 3.2 Volume — Mdquinas ferramentas No volume Fundamentos da Usinagem dos Metais sio tratados os conceitos fundamentais, as principals teorias 2 dados experimentais que possibilitam ‘© conhecimento e utilizagéio racional dos processos de usinagem, bem como suas implicagdes econdmicas. Dada a importéncia que os materiais empre- gados nas ferramentas de corte desempenham no estudo da usinagem, ésse assunto foi tratado neste volume. Deu-se especial relévo A parte de ensaios © seus aparelhamentos, com o fim de familiarizar 0 leitor com as técnicas de medida das grandezas envolvidas neste campo. No volume Ferramentas de Corte serao abordadas tédas as ferramentas de corte, agrupadas segundo caracteristicas comuns. Em cada grupo serao estudadas 4 geometria, afiagdo, fdrgas e poténcias de corte, vida da ferra- mmenta e condigies econdmicas de seu descmpenho. Seré estudada a selegdo dos metais, no ponto de vista da usinabilidade, sua correlagdo com 9 ferramenta e 0 provesso de usinagem utilizado. No volume Muguinas Ferramentas serao estudadas as partes constituintes comuns a essas méquinas. Para cada parte constituinte serio tratados os vill FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS aspectes funcional ¢ dimensional, A composigio ¢ 0 comportamento dind- mico dos principais tipos de méquinas fetramentas serio também analisados, buscando uma solugo econdmice que atende 0 fabricante ¢ usudtio. Sto desenvolvidos nesta colegio, assuntos que constam nos programas de ensino das escolas de engenharia mecinica, de produgio ¢ operacdo. Aos engenheiros ¢ técnicos industriais, possibilitam uma melhor compreensio dos problemas de usinagem dos metas Agradecemes a colaboragéo dos colegas Prof, Dr. VICENTE CHIAVERINI, Dr. Eng. Horst A. Daar, Eng.° Rosatvo T. RUFFINO ¢ Eng.° CARLOS ‘A. PALLEROSI. Aos funciondrios e secretérios da Escola de Engenharia de Sdo Carios gue colaboraram nos trabalhos de datilografia ¢ desonhos, assim como ao Editor, pelo apoio e incentivo, expressamos os nossos agradeci- mentos. Aos leitores que, mantende o objetivo déste trabalho, contribuam para scu melhoramento através de sugestdes ¢ criticas, agradecemos ante- cipadamente. Sdo Carlos, agésto de 1969, DINO FERRARESI INDICE Inredugio ..... I — CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS F AS RELACOES GEOMETRICAS DO PROCESSO DE USINAGEM 1 1d — Generalidedes . rl Piece 1.2 — Movimentos entre a pega ¢ a aresta cortante .. peeaEy 2 12.1 — Movimento de corte ......... a 2 1.22 — Movimento de avango eee Reena tered 2 1.23 — Movimento efetivo de conte ... 3 1.2.4 — Movimento de posicionamento ... 3 1.25 — Movimento de profundidade 0.000066 ccceee rece 3 1.2.6 — Movimento de ajuste F Pee 1.3 — Diresoes dos movimentos | eee 3 LBL — Diregio de corte... cess . 3 13.2 — Diregio de avango ... ‘ 7 4 13.3 — Diregio efetiva de corte 4 14 — Percurso da ferramenta em frente da pega ... Reece 14.1 — Pereurso de conte le . ice 4 1.4.2 — Pereurso de avango be ees ceeeseeeeeee ea 1.4.3 — Percurso efetivo de corte & . PERSE Re eer eeeeotea 44 = Velocidades wetee wo 15.1 — Velocidade de corte # oe... es 1.5.2 — Velocidads de avango v4 5 1.5.3 — Velocidade efetiva de corte ve Scene 1.6 — Conceitos qualliares .......0ccce series 5 1.6.1 — Plano de trabalho... : eaernsie x PUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 1.6.2 — Angulo y da diresfo de avango . . 6 1.6.3 — Angulo 7 da direcdo efetiva de conte . 7 17 — Superficies de corte . o LTA — Soperticie principal de corte... 8 1.72 — Superficie lateral de corte 9 1.8 — Granderas de corie . Doe eesietee 18.1 — Avango a .. See neat 9 1.8.2 — Avango por dente de veeeeeecsereee 10 1.83 — Profundidade ou largura de corte p .. peat eee 1.84 — Espessura de penatragio e ......... eB 1.9 — Grandezas relatives @0 caVECO . 26 eee voce eee coe. 1.9.1 — Comprimento de corte & . an B 1.9.2 — Comprimento efetivo de corte be 13 1.9.3 — Espessura de come Avoca Bees: 1.94 — Espessura efetiva de corte he vs... 1s 1.9.5 — Area da secgGo de cone eecsecetseecssssttesteeseees 1S TO — BiblOgrafia ooo eee eet e eee ete ee tec 16 11 — GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 0... ceecccteeseceteerneeees a 2M = Generatidades 1.06 17 2.2 — Superficies, arestas € pontas da cunha cortante Stic ett 1g 2.2.1 — Superticies .... ESOC ser dt cette eerie atte 2.22 — Arestas oo. eee 1 223 — Pontas oe .eecceereesees Serta a w 2.3 — Sistemas de referénela utilizados na determinacao dos angulos da cunka cortante a ieee Bae eeaee a 2.3.1 — Planos de referéncia . oe 35 23,2 — Plano de corte .. iad 2.3.3 — Plano de medida tte 26 InDICE 23.4 — Plano de trabalho 24 — Angulos na cunha cortante . 2.4.1 — Angulos medidos no plano de refer€icia oe... cece 24.2 — Angulos medidos no plano de corte 24.3 — Angulos medidos no plano de medida da cunha cortante 2.4.4 — Angulos medidos em planos diferentes do plano de medida da cunha cortante oo... eee 25 — Relagdes geométricas entre os angulos ............ 25.1 — Relages geométricas entre os Angulos de diferentes planos de medida num mesmo sistema de referéncia 2.5.2 — Relagdes entre os angulos efetivas ou de trabalho ¢ os corres- pondentes angulos da fervamenta .. 2.6 — Angulos da Jerramenta segundo as normas americanas . 2.6.1 — Angulos da ferramenta 2.6.2 — Angulos de Trabalho ........ 2.6.3 — Angulos empregados nas ftesas .. 2.7 — Conversio de angulos da ferramenta segondo a norma DIN 6581 aos dugutas especificades pelas normas omericanas € viee-Versa oo... ce. 27,1 — Exemplos de aplicagio 28 —~ Bibliograjia Ill — NOGOES SOBRE A TEORIA CRISTALOGRAFICA DOS METAIS 31 — Estrutura do dtomo . 32 — Ligagato metéiica ... 4.3 — Cristalografia 3.3.1 — Sistemas ctistalinos 3.3.2 — Cristais. metilicos 44 — Deformagio dos cristais ....... 35 ~ Origem das estruturas metdileas ......... 3.5.1 — Soliditi io de Metais puros 3.5.2 — Solidificagao de Metais com impurezas ...... 60 60 65 07 0 6. 0 n a 4 n 7 7 XI FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 3.6 — Ruptura dos materiais eristalinos 37 — Discordaneias 2. 38 — Mecanismo da deformocdo plistica 29 — Movimento des discordincias 310 — Ejeito de tiga na resisténcia .... 3.11 — Rupture des materiais diveis ¢ jrégets 3.12 — Excoamento em metal poiicristaiine BAS — Bibliogralia oe cece IV — MECANISMO DA FORMACAO DO CAVACO 4.1 — Generalidades 42 — Caracteristicas dos cavacos 4.2.1 —~ Tipos de cavaco .. 422 — Formas de cavaco 4.3 — Corte ortogonat 43.1 — Generalidades 4.3.2 — Relagdes geométricas an parce 43.3 — Relagdes. cinerniticas Fa eth teapot tee 4.34 — Grau de deformasao ¢, ¢ consideragbes complementares 4.3.5 — Forgas na cunha cortante, ConsideragGes energéticas 43.6 — Atrito na superficie de safda e no pleno de cisalhamento 43.7 — Tensdes no plano de cisalhamento recpessnt 44 —~ Dererminagio do dnguio de cisathamento .... : rad AAA — Teoria de Ernst e Merchant ...0..00ccccerecceeee 442 — Teoria de Lee e Shaffer 44.3 — Teoria de Shaw, Cook ¢ Finnie .......6...14 444 — Teoria de Huck ...0..c0.ccp ce eeteecceeee 445 — Comentirios das Woriae citadas oo... 6 ce teceeeeeenes 4.5 — Temperatura de conte ..... ceeeeees ASA = Goneralidades 0062. 8 9 3 as a5 86 a7 88 89 89 7 7 tol 106 106 109) 110 us 19 122 123 124 itd 19 130 1h 138 140 40 INDICE 45.2 — Balango energético 453 — Medida da Temperan ra de Corte... 4.5.3.1 — Medida da temperatura de cavaco pelo método calorimatrico 4.5.3.2 — Medida da temperatura do gume cortante atzavés de termo-pares colocados na forramenta . 43.3.3 — Determinagdo da temperaiura de corte pelo termo- Par peca-ferramenta 4.5.3.4 — Determinagio da temperatura de corte através de vernizes térmicas .., Berere er) 4.5.3.5 — Determinagéo da temperatura de corte através da medida da irradiagio térmica. 46 — Bibliografia ... V — FORCAS E POTENCIAS DE USINAGEM 5.1 ~ Generalidades $.2 — Pérgas durante a usinagem ......0cec veces S21 — Férca de usinagem Py... petit 5.2.2 — Componentes da forga de usinagem ......, 5.2.2.1 — Componentes da forga de usinagem no plano de trabatho Seer 5.2.22 — Componentes da forga de usinagem no plano efeti- vo de referéncia 2... ese eeeeeeseeee 53 — Poréneias de usinager S.3.1 — Poténcia de corte Ne... $32 — Potdncia de avargo Ny 53.2 — Pottneia efetiva de corte N 5.3.4 Relagio entre = potéacia de corte © de avango ....... $3.8 — Poténcia fornecida pelo motor ........+ 5.4 — Variagio das componentes da jérca de usinogem com as condigdes de srabatho 5.4.1 — Férga principal de corte. Press&o especifiea de cérte ... XI 140 144 144 14s 146 150 151 152 155 155 155 155 155 164 163 XIV 5s — FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS S.A, —- Fatdres que influem sébre a pressio especifica de corte hy. 5.4.3 — C&lculo da pressio especifien de corte 5.44 — Exemplo numérico 5.4.5 — Férga de avango P, ¢ de profundidade Py 5.4.6 — Exemplo numérico Bibliografia ... VI — MEDIDA DA FORCA DE USINAGEM ... eee 61 — 62 — 63 — 64 — 65 — Generalidades .. Requisitos que devem satisjazer os dinamdmetros 6.2.1 — Sensibilidade 6.2.2 — Precisio 623 — Rigidex . 6.2.4 — Bxatidio de reprodugo de forgas varidveis com 0 tempo 6.2.5 — Inseasibilidade quanto & variagio de temperatura ¢ & umidade Principios de medida 63.1 — Principio mecénico 63.2 — Principio pneumatico 6... ..eceeepeeeee Sear 6.3.3 — Principio hidréulice 63.4 — Principio da variegdo da indutancia .. i 63.5 —~ Principio da variagio da capacitancia . 63.6 — Principio da vari 63.7 — Principio da 6.3.8 — Principio da magneto-extricgf0 ....2.000ce0cceeeeees da resisténcia elétrica oreletricidade 6... eee e eee eee eee Medida dindmica da forea de usinagem ........60+ 64.1 — Consideragies gertis 0.0... ceeecceeereeeee 6.4.2 — Escolha da freqiiéncia natural fs ¢ do grau de amortecimento 8 6.4.3 — Medida da férca de corte P, na operagio de torneamento . Dinamémetros empregados na medida dindmica da {orca de torneamento 65.1 — Dinamdmetro modélo Ferraresi ....s.0000+ 163 7 188 193 202 203 205 tnpice xv 6.5.11 — Céleulo da freqiiéncia natural mais baixa para o dinamémetro oscilando livremente .... 250 6.5.1.2 — Aferigio estitica do dinamémetro ......... 255 6.5.1.3 — Afericio dindmica para 0 caso do dinamémetro oscilando livremente (nto em operasdo) ....... 259 6.5.1.4 — Medidas com o dinamémetro .. 264 6.5.2 — Dinamémetro Berthold 265 653 — Fendmenos wansiérios que ocorrem durante 2 medida da forga de corte na usinagem dos metais ......... 268 6.6 — Bibliografla ee eae cf 25 VII —~ MATERIAIS PARA FERRAMENTAS .......... : m7 TA — Introdugiio ....... oe 7 27 7.2 — Classificagdo dos materials para ferramentas ...... 279 72.1 — Agos-carbono para ferramentas setae 285 72.2 — Agos r8pid0s eee ce - 296 7.2.2.1 — Introdugto 296 72.2.2 — Fatdres de que depends a sclegfo de agos para ferramentas ......6.ees 00 7.2.2.4 — Classificagio dos agos répidos 302 7.2.2.4 — Efeito dos elementos de lign nos acos répides .. 305 72.2.5 — Propriedades dos agos répidos cece BOR 7.2.2.6 — Tratamentos térmicos dos agos répidos ... 314 1.2.2.7 — Selegio dos agus répidos : 325 7.2.2.8 — Agos semi-répidos 325 7.2.3 — Ligns fundides para ferramentas ........ seve 228 124 — Metal duro vee ccees i sever 330 7.2.4.1 — Nogbes de fabricago do metal duro .......006, 331 7.242 — Caracteristicas gerais do metal duro .......-... 333 7.2.4.3 — Classes ou tipos de metal duro .. seen 337 7.244 — Selegho do metal dur... es...e.. 339 XVI FUNDAMENTOS DA USINAGEM. DOS METAIS 7.2.5 -~ Materiais ceramicos . 7.2.6 — Outros materiais para ferramentas 73 — Conclusies ...... 1.4 — Bibiiogratic VIII — AVARIAS E DESGASTES DA FERRAMENTA ...... Ri == Avarias da ferramenca BAL — Quebra . . Fete tech east 8.1.2 — Trincas devidas as variagSes de temperatura . 8.1.3 — Sulcos distribuidos em forma de pente 8.2 — Desgastes da ferramenta Saat esate easiest ht 8.2.1 — Desgastes convencionais .. 8.2.2 — Medida dos desgastes ‘| 8.3 —O mecanismo do desgaste das ferramentas de wsinagem . 8.3.1 — O mecanismo do desgaste das ferramentas de metal duro. 8.3.1.1 — Curvas “desgastevelocidade de corte” 2.0.5... 8.3.12 — Aresta postiga de corte 83.1.3 — Mecanismo do desgaste da ferramenta na presence de uma aresta postiga de corte ...6eeer eos B.3.14 — Condigoes fisicas que reinam nas zonas de conta- talo do material usinado com a ferramenta, em alias velocidades de corte 831.5 — Mecanismo do desgaste da superficie de saida da ferramenta, segundo Trigger ¢ Chao .. 83.1.6 — Mecanismo do desgaste da superticie de folga da ferramenta, segundo Takeyama ¢ Murata . 83.1.7 — Transformagio g@ — y dos agas © mecanismo do dlesgaste, segundo H. Opitz, G Ostermann, M. Gappisch .....,+55 - . 43.1.8 — Difusio nas zonas de contato e desgaste das ferra- mentas, segundo E, Schaller e G. Vieregge .....- 8.3.1.9 — Oxidagio das ferramentas nas zonas de contato .- 83.2 — Mecanismo do desgaste das ferramentas de ago rapido .... 34d 347 348 350 392 392 392 382 354 360 360 362 366 366 367 368 380 382 388, 392 401 409 410 fnpice XVI 3.2.1 — Influéncia da velocidade de corte sbbre 0 desgaste da ferramenta .. i . 411 8.3.2.2 — Influéneia do avango sibre o desgasts da ferramenta 412 8.3.2.3 — Influéncia da geometria da ferzmenta sébre 0 desgaste da ferramenta o.oo ccs 412 83.2.4 — Influéncia do refrigerante sdbre o desgaste da fer ramenta . : ea 403 8.3.25 — Influtncia dos materiais da peca ¢ da ferramenta sobre © desgaste da ferramenta .......... 47 8.3.2.6 ~~ Os fendmenos fisico-quimicos responsiveis pelo des- saste das ferramentas de ago répido .. 419 84 — Bibliogratia . Peete ce Saeed HeAad: IX — DESGASTE E VIDA DA FERRAMENTA eerie 424 9.1 — Generalidades ....... oer ; sen a8 9.2 — Desgaste de Jerramentus de metal duro em operacio de desbaste .... 426 93 — Despaste de ferramentas de metal duro em operagdo de acabamento .. 436 94 — Desgaste de ferramentas de aco répido em operasiio de desbaste .... 439 9.5 — Desgaste de ferramentas de aco ripido em operacio de acabomento .. 440 9.46 — Desgaste de ferramentas de material cerdmico . Reet eat Aa 9.7 — Bibliografia oe... 454 X — CURVA DE VIDA DE UMA FERRAMENTA E FATORES ue FLUEM NA SUA FORMA + 456. 10. — Generalidades ....... viseteees 456 10.2 — Fatéres que influem na vida da ferramenta ..... ce HS 10.2.1 — Variacio dos pardmetros C ¢ y da férmula de Taylor com ‘© material da peca e da ferramenta .. Siete, O68 10.2.2 — Variaglio do pardmetro C da {6rmula de Taylor com a du- reza Brinell do material da pega ..cccsceccescesccsse 44 10.2.3 —— Influéncia da forma © da drea da secgio de corte ........ 475 10.2.3.1 — Influéneia da area da secsio de corte 476 10.2.3.2 — Influéncia da forma da secslo de cone ....., 478 XVII PUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 10.24 — Comentétios 66. 66eccccesccceenee cee BE 1024.1 — Exemplo numérico cesses 485 10,2.4.2 — Escotha do avaago e da profundidade de core .. 496 10.2.5 — Influgncie dos angulos da ferramenta na velocidade 6tima de corte eres hes seceeees 500 1025.1 — Angulo de posigio x... 102. 2 — Angulo de ponta € . 10.2.5.3 — Angulo de salda y . 102.54 — Angulo de folga a 10, 5 Angulo de inclinagio X »...- 10.2.6 — Influéncin do raio de curvatura da ponta r 10.3 — Bibliografia .. XI — FLUIDOS DE CORTE ......-65-5 eee : 512 Ml = Inroducao S12 112 — Histdrico si 113 — Fungées dos fluidos de corte 313 113.1 — Atsito na resid forramenta-cavaco +. ve SM 11.3.2 — Expulsio do cavaco da regio de corte so ..ssccceceieeey SIS 1133 — Refrigeragdo da fetramenta ..... cee 5B: 1134 — Refrigeragio da pega em usinagem .....+ 518 113.5 — Methorar © acabamento superficial da pega usinada ss 113.6 == Refrigerncho da méquina ferramenta .....c6eeeccsee $20 113.7 — Redugio do consumo de energia de corte «+++ su 113.8 — Reduce no custo da ferramenta na operagio ...-....c40+ S21 11.3.9 — Impedimento da corrostio da pega em usinagem .-.+ x 114 — Penetracdo do jluido de corte « tess 522 1141 — Peneteago dos sélidos 0.2. .sse0e m 1142 — Penetragho dos liquide... ceseeeees S22 — Penetracdo dos gases -+++++ oe SB INDICE XIX 115 — Agdo dos fluidos de corte 523 ASA Agho dos s6lid03 oe. cece : + $24 11.5.2 — Agdo dos liquides : a 4 115.3 — Agao dos gases 526 11.6 — Tipos de fluides de corte ie $26 116.1 — Sotidos eet 526 11.6.2 — Liquidos ......., S27 11.6.2. — Oleos de cone puros 327 11.6,2.2 — Gleos emuisionaveis (ou dlecs soltiveis) ....., 531 116.23 — Fluidos de corte quimicos 533, 11.624 — Meretirio ...., ‘| eee eat vere $35) 11.6.3 — Flufdos de corte gasos0s .......4.4. sees 536 163.1 = AL oe eee 536 11.6.3.2 — Diéxido de carbone (CO,) cescesees 536 1163.3 — Ovtros gases eee cceceeeees Bear esa, 11.6.4 — Outros sistemas de retrigeracio am 538 41.7 — Operacaes de corte ..... cerratarcear Pes ereeerinreeerVeeanestt | LTA — Brochamento 539 11.7.2 —~ Roscamento com macho e roscaento com cossinete ...... S40 11.7.3 — Usinagem dos dentes de engrenagers . ‘i 340 11.7.4 — Usinagem em tornos automticos ..... Bafa otactt SA. 11.7.5 — Usinagem em fresadoras 2.00... cee SA 117.6 — Furagio $42 1177 — Torneamento: sees SAB 11.7.8 — Mandrilamento 343 11.7.9 — Aplainamento com -plaina limadora .........5 543 M719 — Serramento 22... cee aaa edncet eae Hsaal 117.11 — Laminagio de résca. act {1.7.12 — Relificagio de résea : cree 543 ITS — Retificagdo eee Letters Sh XX FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 1.8 — Meteriais em usinagem 2.2... 11.8.1 — Fecolha do fluido de corte LBL — Agos 1.8.1.2 — Ferro-fundido .... 11.8.1.3 — Aluminio ¢ suas ligas ...... 118.14 — Magnésio © suas ligas LLB.1,5 — Cobre ¢ sas ligas 1181.6 — Niquel © suas ligas 1L8.L,7 — Ligas resistentes ao calor 118.18 — Materiais nfo metélicos ..... 0... 119 — Aplicagdo ¢ manuseio dos flutdos de corie oes 11.9.1 — Aplicagée do fuido de corte 11.9.2 — Manutengiio dos fluidos de corte TG21 — Oleos de corte eee eee eee 11,9.2.2 — Oleos emulsiondveis ¢ fluidos quimicos . 11.9.2.3 — Ouidados na operacao 11.10 — Bibliografia XII ~ ENSAIOS DE USINABILIDADE DOS METAIS .... 12.1 — Generalidade 12.4.1 — Principais fatéres que influem na determinagio do indice de uusinabilidade dos metais ... 12.2 — Critérios empregados nos ensaios de usinabilidade .. 1213 — Padrdo de usinsbilidade 12,14 — Relagdes entre a usinabilidade © determinadas propriedades tecnolégicas de um metal ..-..0--e0ee eed 12.2 — Ensafos de usinabilidade baseados na vida da ferramenia 12.2.1 — Método de ensaio de longa duragio .. Pasir aie 12.2.2 — Métodes de ensaio de curta duragio ..., 12.2.2.1 — Método do comprimento usinado (1938) 568 569 570 smh 515 515 317 317 INDICE 12.2.2.2 — Método do faceamento de Brandsma (1936) 12.2.2.3 —- Método do aumento progressive da velosidade de corte no torneamento 122.24 — Ensaio de sangramento com ferramenta bedame 122.25 — Método radicative de medida do desgeste . 12.3 — Ensaior de usinabilidade baseados na forca de usinagem . 12.3.1 — Método da pressiio especifica de corte 12.3.2 — Método da tensio de cisalhamento . 123.3 — Método da férga de avango constante ...... 12.4 — Ensaios de usinabilidade baseados no acabamento superficial 12.4.1 — Generalidades 12.4.2 — Caracteristicas geométricas das formas das. superticies 12.4.3 — Principais fat6res que influem sObre a rugosidade superficial 12.4.3.1 — Avango e raio de curvatura da ponta da ferra- mente... 1243.2 — Velocidade de come 6.20.6... eeceereeeeeseee 12.4.3.3 — Angulos da ferramenta ......, 12.4.4 — Influéncia do processo de usinagem no acabaments super- ficial . 12.4.5 —. Influéncia de vibragdes durante 12.4.6 — Influéncia do fluido de corte 12.4.7 — A rugosi ide de superficie como indice de usinabil 12.5 — Ensalos de usinabitidade baseado na produtividade 12.6 — Ensaio de usinabilidade boseado na andlise dimensional ... 42.6.1 — Generalidades ..... 12.6.2 — Aplicasio da andlise dimensional no cfleulo do desgaste 4 © da velocidade de corte de uma ferramenta, correspon- dentes & uma determinada vida ...... 12.6.2.1 — Aplicagio do método 2... eee eee 12.6.2.2 — Procedimento no ensaio de usinabilidade 12,6.2.3 — Aplicagdes praticas. Exemplos de céleulo . 18 583 $85 387 588 $89 590 $92 595 595 596 601 603 605 608 609 509 609 610 sis 61s 618 618 23 623 XXII FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 12.63 — CAculo da temperatura média na zona de contato ferramen- POD eecereceeeeeee : recent. 12.6.3. — Aplicas do método .... 12.6.3.2 — Obtengio de dados experimentais . 125. — Céileato da temperatura .....2... 7 12.634 — Procedimento no ensaio de usinabilidade .. 12.7 — Consideracdes sobre alguns ensaios de usinabitidade de curia duragto 630 — Ensaios de usinabilidade baseados em erltérios especificos .. see BD 12.8.1 — Método baseado na temperatura de corte .....0rcerecss 682 12.8.2 — Método baseado nas caracteristices do cavaco .-.. 5.4. 6s 12.8.2.1 — Gran de recalque : 635 12,8.2.2 — Coeficiente volumétrieo e forma do cavaco .... 636 12.823 — Freaéesia @ amplitudes de vibrago da fOrga de usinagem 6... 7 oe 638 12.8.3 — Méodo Pendular 12.9 — Bibliografia ..... XI — DETERMINAGAO DAS CONDICOES F ECONOMICAS DE USINA- GEM . : 646 13.1 — Generalidades «46 12 — Cielo e tempos de usinagem -...cc.ccc cesses 6a 133 — Pelocidade de corte para méxima produc <2... +++ vee 649 134 — Custos de produgdo .....c0.csecrseres ‘| cose 653 135 — Vetocidade econdmica de corte para o caso de maquina operatris com uma nica ferramenta de corte 656 IBS _— Céilewlo para o avango © a profundidads de corte constantes 656 13.5.2 — Caleulo da velocidade econdmico de corte para © case do avango varidvel oo... s+ os a 689 13.53 — Infludncia da profundidade de corte sdbre o minimo custo 662 13.5.4 — Influéncia dos térmos x ¢ K da formula de Taylor sobre (© custo de usinagem 663 13.5.5 — Influncia de fat5res secundérios sre as curvas de custo 666 INDICE XXIn 13.5.6 — Determinagéo da rotagio da pega na opersgio de facen- 13.5.7 — Determinsyiio da rotagdo da pega, quando a mesma € tor- eadn em diferentes didmetros com uma nica ferramenta 13.6 — Intervaio de mdxima eficiéneta .. 13.7 — Determinagdo do campo de trabalho eficiente da méquina para um determinado par ferramenta-peca 13.8 — Determinagéo das condigdes econdmicas de usinagem ¢ de méxima Produciio para 0 caso de varias jerramentas de corte 13.8.1 — Generalidades 13.8.2 — Cileulo da velosidade de corte © da vida da ferramenta para a méxima produgfo . : : ff 13,8.2.1 — Cada ferramenta trabalha com um determinado ‘avango, profundidade ¢ velocidade de corte (con- digdo de méxima produsfo) ... 13.8.2.2 — As ferramentas trabalham simultaneamente com © mesmo avango € rotagio da pega (condigao de mixima produgfo) .... 13.8.2.3 — Determinades grupos de ferramentas mittiptas trabalham com o mesmo avango e rotagio da eva (condigéo de maxima produsio) .......+ 13.8.3 — C&leulo da velocidad de corte © da vida da ferramenta ara a condigio de minimo custo . 13.8.3.1 — Cada ferramenta trabalha com um determinado avango, profandidade e velocidade de corte (con- digies de minimo custo) .......... ; 13.8.3.2 — Ag ferramentas trabalham simultineamente com. ‘© mesmo avango e rotasflo da pega (condigéo de minimo custo) .. cer 13.8.3.3 — Determinados grupos de ferramentas multiples trabalham com o mesmo avango e rotago da, pega (condicées de minimo custo) .. 13.9 — Determinagéo do desgaste econmico da ferramenta . 13.9.1 — Generalidades . 13.9.2 — Custo da ferramenta por peca .., 13.9.3 — Custo de afiagio .. 667 669 on 673 616 616, 676 676 679 683 634 684 685 685, 685 XXIV FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 13.9.4 — Niimero de afiagées da ferramema .... 689 13.9.5 — Determinago do desgaste econémico da ferramenta ...... 689 13.9.6 — ConsidetagSes sobre a quebra prematura da ferramenta .. 693 13.10 — Exemplos de aplicasiio po 697 13.10.1 ~ Exemplo 1 oT 1310.2 — Exempla n.® 2... 705 13.103 — Exemplo n° 3 708 13.104 — Fxemplo 0° 4 70 13.105 — Exemplo n@ 5. nm 1A — Bibliografia 735 APENDICE ... = ™ A— Tabelas de materiais .. . 77 B — Considerapdes sdbre a norma de rugosidade das superficies NB-93 da ABNT . Peeters eat INTRODUCAO No estudo das operagdes dos metais, distinguem-se duas grandes classes de trabalho: As operagdes de usinagem As operagées de conformacao Como operacdes de usinagem entendemos aquelas que, ao conferir & pea a forma, ou as dimens6es ou o acabamento, ou ainda uma combinacéo qualquer désies trés itens, produzem cavaco. Definimos cavaco, a porgéo de material da pega, retirada pela ferramenta, caracterizando-se por apre- sentar forma geométrica irregular. Além desta caracteristica, estéo envol- vidos no mecanismo da formacio do cavaco alguns fendmenos particulares, tais como 0 recalque, a aresta posticu de corte, a craterizacao na superficie de saida da ferramenta e a formacao periddica do cavaco (dentro de deter minado campo de variaglio da velocidade de corte)*, Como operagdes de conjormacao entendemos aquelas que visam conferir 2 pega a forma ou as dimensdes, ou o acabamento especifico, ou ainda qualquer combinacao déstes trés itens, através da deformagio plistica do metal. Devide ao fato da operacio de corte em chapas estar ligada aos processos de estampagem profunda, dobra e curvatura de chapas, essa operagéo € estudada no grupo de operagées de conformagio dos metais isténcia de nomenclatura padronizada e de normas sObre a usinagem e suas maquinas, concuziu-nos a sugerit & Associacdo Brasileira de Normas Técnicas a instalaczo de uma comissto para elaborar tais estudes, Esta comissio, instituida com 0 nome de Comissdo de Maquinas Operutrizes © presidida pelo autor, tem como odjetivos: Nomenclatura e classificag#o dos processes de usinagem dos metais, Normas sdbre a geometria da ferramenta e dos movimentos relativos a0 proceso de usinagem. Normas sobre ferramentas de corte; nomenclatura © classificaao. Normes sdbre_miquinas ferramentas e seus elementos; nomenclatura e classificacao Ensaios de recepgo em méquinas ferramentas. Normas de seguranga de trabalho com méquinas ferramentas. Vide eapitalos IV, VIL, VEL € IX. XXVI FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Com relacdo a Nomenclatura e classificagdo dos processos de usinagem dos metais, a Comisséo j& elaborou o primeiro trabalho, ¢, por ser de interésse imediato para éste livro, apresentamos em seguida um estudo baseado nesse trabalho. Classificasio © nom processes mocénicos de vsinegem 1 — ToRNEAMENTO — Proceso mecanico de usinagem destinado a obten- cao de superficies de revolugdo com auxilio de uma ou mais ferramentas cnonocortantes*, Para tanto, a peca gira em témo do eixo principal de rotacéo da maquina e a ferramenta se desloca simultaneamente segundo uma trajet6ria coplanar com 0 referido eixo, Cuanto a forma da tra, jetéria, o torneamento pode ser retilineo ou curvilines 1.1 — Torneamento retilineo — Processo de torneamento no qual a ferra- menta se desloca segundo uma trajetéria retilinea. O torneamento retilineo pode ser: 1.1. — Torneamento cilindrico — Processo de torneamento no qual 2 ferramenta se desioca segundo uma trajetéria paralela 20 eixo principal de rotacao da méquina. Pode ser externo (figura 1) ou interno (figura 2). Quando 0 torneamento cilindrico visa obter na pega unt entalhe circular, na face perpendicular ao eixo principal de rotagho da maquina, o tomeamento & denominado sangramento axial (figura 3) 1.1.2 — Torneamento conico — Process de torneamento no qual a ferra- menta se desloca segundo uma trajetéria retilinea, inclinada em relagiio 20 Cixo principal de rotaggo da maquina, Pode ser externo (figura 4) ou interno (figura 5). 1.13 — Torneamento radial — Processo de torneamento no qual a fer~ Tamenta se desioca segundo uma trajet6ria retilinea, perpendicular ao eixo principal de rotagdo da maquina, Quando o torneamento radial visa a obtencio de uma superficie plana, © torneamente € denominado torneamento de faceamento (figura 6). Quando © torneamento radial visa 2 obtencio de um entalhe circular, 0 torneamento € denominado sangramento radial (figuca 7). 11.4 — Perfilamento —~ Processo de torneamento no qual a ferramenta se destoca segundo uma trajet6ria retilinea radial (figura 8) ou axial (figura 9), visando a obtencdo de uma forma definida, determinada pelo perfil da ferramenta, TDanominuse forrementa de usinayer mecinica » ferrementa dexinada 2 remosto, & corse. Denomina se forramente 4s cu superficie. de sa(aa, a feramenta 6 chamada ferramente Mow: Ne Ses Soest une amuse de ama superficie de sald, € chamada jerraments,micarsine Feeney Pee Stpertice ce safde, vide §22 do Copitulo MW — Geomeiria me cm Cotonte ‘das fetramsentes de wslnagers TORNEAMENTO Fig.| + Torneamenta cilindrico externa Fig, 2-Torneamente cilindrico interno Fig.3-Songramento axial Fig 4~Torneamento oSrico externa VE eae Zia Fig9 ~Perfilomento oxial TORNEAMENTO APLAINAMENTO. Figl0-Torneomento curvalinio = he Fig Il ~ Aptoinomento de quios B Fig I3~ Apiainamente de partis, Fig. 15 - Aplainamento de rosgos i Fig I2- Aplcinamen de superticies “ Fig, |4~ Aplainomento de rasgo de chavelo et C— Saunt fa wi Figlé—Aploinomento de ranhuros em" ome INTRODUCAO XXIX 1.2 — Torneamento curviiineo — Proceso de torneamento, no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajet6ria curvilinea (figura 10) Quanto & finalidade, 2s operagies de torneamento podem ser classificadas ainda em torneamento de desbaste ¢ forneamento de acabamento. Entende-se Por acabamento a operagéo de usinagem destinada a obter na pesa as Gimensées finais, ou um acabamento superticial especificado, ou ambos. O desbaste € a operacdo de usinagem, anterior a de acabamento, visando a obier na pega a forma e dimensdes proximas das finuis 2 — APLAINAMENTO — Proceso mecinico de usinagem destinado a obten- gao de superticies zegradas, geradas por um movimento retilineo alternativo da peca ou da ferramenta. O aplainamento pode ser horizontal ou vertical (figuras 11 a 18). Quanto & finalidade, as operagées de aplainamento podem ser classificadas ainda em aplainamento de desbaste e aplainamento de acabamento. 3 — Furacio — Processo mecanico de usinagem destinado a obtencao de um furo gezalmente cilindrico numa pega, com auailio de uma ferramenta geralmente multicortante. Para tanto, a ferramenta ou a peca gitam ¢ simultaneamente a ferramenta ou a pega se deslocam segundo uma trajetéria retilinea, coineidente ou paralela ao eixo principal da méquina, A furacto subdivide-se nas operagdes 3.1 — Furagto em cheio — Processo de furacio destinado & abertura de um furo cilindrico numa pega, removendo todo o material compreendido no volurte do furo final, na forma de cavaco (figura 19). No caso de furos de grande profundidad ha necessidade de ferramenta especial (figura 23), 3.2 -— Escareamento — Processo de furagao destinado a abertura de um furo cilindrico numa peca pré-furada (figura 20) 533 — Furagéo escalonada — Proceso de furago destinado & obtengio de um furo com dois ou mais didmetros, simultineamente (figura 21) 3.4 — Furagdo de centros — Proceso de furago destinado & obtengio de furos de centro, visando uma opsragdo posterior na peca (figura 22). 3.5 — Trepanagéo — Proceso de furacio em que apenas uma parte de material compreendido no volume do furo final é reduzida a cavaco, per- manecendo um niicleo macico (figura 24) 4 — Atancamento — Processo mecdnico de usinagem destinado a0 desbaste ou ao acabamento de furos cilindricos ou ednicos, com auxilio de ferramenta geralmente multicortante. Para tanto, a ferramenta ou a peca gicam ¢ a ferramenta ou a pega se deslocam segundo uma trajetéria retilinea, coincidente ou paralela ao eixo de rotacio da ferramenta, O alar- gamento pode ser: APLAINAMENTO Fig 7 Aplainaments ce sup.cilindricos de ravolugto FUR! Fig }8~Aploinamente de sup, citfndrtces ‘AGRO Fig (9 ~ Furapio em cheio Fig.20- Furogda com pré= furoro Fig, 22-Furogéo de centros be Fig 23 ~ Furog6o profunda em cheio VA = WEES NZ \K Pores SSS Fig.24- Trepenopéo ALARGAMENTO GILINORICO 4.25-Alugonosetndnce a soe HI Fig.27- Alorgamenta cénico de desbaste Fig 26-Alorgomente ellindrico de acaboment it LA WA ALARGAMENTO CONICO Fig 28- Alargamentn <6nice de acabamenta REBADXAMENTO Fig 29-Rebaixamento guiado cb ata Wii Caw Fig 3I-Rebaixamente guise Fig.32-Reboixamento guiade { iENTO Fig, 34~ Rebaixamanto Lt MANORI Fig 35-Mandrilamento citinarica ICAMENTO Fig 36-Mondrilomento rosiot FRESAI Fig 39-Fresomente cilfndrice tongenctat U MENTO. Fig. 40-Fresoments titindrice tengencial Y —W Concordante Discordante INTRODUGAO XXXII 4.1 — Alargamento de desbaste — Processo de alargamento destinado ao desbaste da parede de um furo cilindrico (figura 25) ou cénico (figura 27). 4.2 — Alargamento de acabamento — Processo de alargamento destinado a0 acabamento da parede de um furo cilindrico (figura 26) ou cdnico (figura 28). $5 — REMAIXAMENTO — Proceso mecinico de usinagem destinado & obten- so de uma forma qualquer na extremidade de um furo. Para tanto, a ferramenta ou a peca giram e a ferramenta ou a peca se deslocam segundo unta trajetéria retifinea, coincideme ou paralele a0 eixo de rotagéo da ferramenta (figuras 29 a 34)* 6 — Manpaitamento — Processo mecinico de usinagem destinado & obtengdo de superficies de revolugio com auxilio de uma ou varias ferra- mentas de barra, Para tanto, a ferramenta gira a pega ou a ferramenta se deslocam simulneamente segundo uma trajetéria determinda. 6.1 — Madrilamento cilindrico — Processo de mandrilamento no gual a superficie usinada ¢ cilindrica de revolugdo, cujo eixo coincide com 0 eixo em térno do qual gira a ferramenta (figura 35). 6.2 — Mandrilamento radiai — Processo de mandrilamento no qual a superficie usinada ¢ plana e perpendicular ao eixo em tro do qual gira a ferramenta (figura 36). 6.3 —~ Mandrilamento cdnico — Proceso de mandrilamento no qual a superficie usinada é cOnica de revolugio, cujo eixo coincide comm 0 eixo em témo do qual gira a ferramenta (figura 37), 6.4 — Mandrilamento de superficies especiais — Processo de mandrila- mento no qual a superficie usinada ¢ uma superficie de revolugéo, diferente das anteriores, cujo eixe coincide com o eixo em témo do qual gira a ferramenta, Exemplos: mandrilamento esférico (figura 38), mandrilamento de sangramento, etc, Quanto & finalidade, as operagdes de mandrilamento podem ser classificadas ainda em mandrilamento de desbaste © mandrilamento de acabamento. 7 — FRESAMENTO — Processo mecanico de usinagem destinado & obtengdo de superficies quaisquer com o auxilio de ferramentas geralmente multicor- tantes. Para tanto, a ferramente gira ¢ a peca ou a ferramenta se deslocam segundo uma trajet6ria qualquer. Distinguem-se dois tipos basics de fre- samento: 7.1 — Fresamento cilindrico tangencial — Processo de fresamento destinado a obtengiio de superficie plana paralela ao eixo de rotagio da ferramenta (figuras 39, 40 © 42). Quando a superficie obtida nfo fr plana ou o TAS operagies ‘odicadas nas figuras 33 ¢ 34 580 éenominadas por alaums aunores, ce escarcamente, FRESAMENTO Fig 41-Fresamento frontol Fig, 43-Frescmente de duas superticies ortagorois 4 Y bredeniomtenenie Predeminantemente ‘iongencial ‘ont! Fig 42-Fresomento cilindrico tongertial Fig 44~ Fresomento tongenciol de encaisesrabo de ondorinha” Fig. 45-Feesomento frontal de conuletas om fresa de topo Fig 46-Fresamento frontal (caso especial +, InTRODUGKO XXXV eixo de rotacdo da ferramenta for inclinado em relagdo A superficie originada na peca, serd considerado um processo especial de fresamento tangencial (figuras'44 e 47), 7.2 — Fresamento frontal — Processo de fresamento destinado & obtengdo de superficie plana perpendicular ao eixo de rotagdo da ferramenta (figuras 41 ¢ 45). O caso de fresamento indicado na figura 46 considerado como um caso especial de fresamento froatal. Hi casos que 05 dois tipos bésicas de fresamento comparecem simultfnea- mente, podendo haver ou nao predominancia de um sébre outro (figura 43). A operagao indicada na figura 48 pode ser considerada como um fresamento composto. 8 — SERRAMENTO — Processo mecdnico de usinagem destinado ao seccio- namento ou recorte com auxilio de ferramentas muiticortantes de pequena espessura, Para tanto, a ferramenta gira ow se desloca, ou executa ambos os movimentos @ a peca se desloca ou se mantém parada, O serramento pode ser: 8.1 — Serramento retilineo — Processo de serramento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetéria retilinea, com movimento alternative ou nfio. No primeira caso, o serramento é retilineo alternativo (figura 49); no segundo caso, o serramento é retilineo continuo (figuras 50 e 51). 8.2 — Serramento circuiar — Processo de serramento no qual a ferramenta gira ao redor de seu eixo e a pega ou ferramenta se desloca- figuras 52 a 54). 9 — BRocHAMENTO — Proceso mecdnico de usinagem destinado & obten- go de superficies quaisquer com auxilio de ferramentas multicortantes, Para tanto, a ferramenta ov a pega se deslocam segundo uma trajetéria retilinea, coincidente ou paralela ao eixo da ferramenta, © brochamento pode ser: 9.1 — Brochamenio interne — Processo de brochamento executado num furo passante da pega (figura 55). 9.2 — Brochamento externo — Proceso de brochamento executado muma superficie externa da pega (figura 56), 10 — RoscaMENTo — Proceso mecinico de usinagem destinado ® obten- do de filetes, por meio da abertura de um ou varios sulcos helicoidais de asso uniforme, em superficies cilindricas ou cOnicas de revolucio. Para tanto, a pega ou a ferramenta gira e uma delas se desloca simultaneamente segundo uma trajet6ria retilinca paralela ou inclinada av cixo de rotagéo O roscamento pode ser interno ou externo, 10.1 — Roscamento interno — Proceso de roscamento executado em superficizs internas cilindricas ou cOnicas de revolugao (figuras 57 a 60) SERRA MENTO Fig 49-Seeramento sltemotive FigS0-Serromesto continue (Seccianamente) —— serra de oes ro, Fig 5 Serene continua Fa 52- Seramene crave ‘ecae) -s < 7 Sieor m Fig 53~ Serromento crcutar serra circular ‘ 9 Fig 64- Sercomento cieuior BROGH: /AMENTO Fig.SS-Brochomente interno FFpzecaeea, brecha Fig 56+ Brochamento externo oa IZA, og INTRODUGAO XXXVI 10.2 — Roscamento externo — Processo dz roscamento executado em superficies externas cilfindricas ou cOnicas de revolugdo (figuras 61 a 66). 11 — LiMacem — Proceso mecdnico de usinagem destinado a obtencao de superficies quaisquer com auxilio de ferramentas multicortantes (elabo- radas por picagem) de movimento continuo ou alternative (figuras 67 c 68). 12 — RasqueTEAMENTo — Proceso manual ée usinagem destinado & ajus- tagem de superficies com auxilio de ferramenta monocortamte( figura 69), 13 — TaMBORAMENTO — Processo mecdnico de usinagem no qual as pecas so colocadas no intetior de um tambor rotativo, juntamente ov ndo com materiais especiais, para serem rebarbadas ou receberem um acabamento (figura 70), 14 — Remiicacho — Proceso de usinagem por abrasio destinado a obtencad de superficies com auxilio de ferramenta abrasiva de revolucéo* Para tanto, a ferramenta gira ¢ a pega ou a ferramenta se desloca segundo uma trajetéria detcrminada, podendo a pega girar cu nfo. A retificagtio pode ser tangencial ou frontal 14.1 — Retificagdo tangenciat — Proceso de retificagio exceutado com a superficie de revolucdo da ferramenta (figura 71). Pode ser: 14.1.1 — Retificagao cittdriea — Proceso de retificagéo tangencial no qual @ superficie usinada € uma superficie cilindrica (figuras 71 a 74). Esta superficie pode ser externa ou interna, de revolucdo ou nao. Quanto ao avango automitico da ferramenta ou da peca, a retificagao ciliadrica pode ser com avango longitudinal da peca (figura 71), com avanco radial do rebdlo (figura 73), com avanco cireular do rebdlo (figura 74) ow com avango longitudinal do rebdto** 14.1.2 — Retificagdo cénica — Processo de retificagio tangencial no qual a superficie usinada é uma superficie conica (figura 75). Esta superficie pode ser interna ou externa Quanto zo avango automético da ferramenta ou da peca, a retificagdo sonica pode ser com avango longitudinal da pega (figura 75), com avango radia! do rebélo, com avango circular do rebélo ou com avanco longitudinal do rebilo. + Derominsse de wsinagem por abratig x0 procera, mecanico de usinasem no qual aie empre- BIST SHANE ete amen ipa SERIA" eins “eta Sie "4 "Cras ctl" pi tem Beil pc Slee Se Pint, Pains Gaels SU tt ee See iach Stace nace OM Mae Mae et Sephari tS de, te al otc SSE eee ; + GEESE SSRIS, IS mimo a meron de proce sms Fig, S7-Roscomenio interno com ferromerta ROSCAMENTO Fig 58-Roscomento interne com ferramenta de pert mitticio Fig,60-Rosomente interno com freso Fig,62~Rescomenio exlerne com ferrarnent Ge perfil miltiplo tl if — 3 = Fig.64-Roscemante exerio com jogo de pectes INTRODUGAO XXXIX 14.1.3 — Retificacto de perfis — Provesso de retificagio tangencial no qual « superficie usinada & uma superficie qualquer gerada pelo perfil do rebolo (figuras 76 e 77). 14.1.4 — Retijicagdo tangencial plana — Proceso de retificagdo tangencial fo qual a superficie usinada é uma superficie plana (figura 78). 14.15 — Retificagio cilindrica sem centros — Processo de retificacio cilfndrica no qual a pega sem fixaclo axial é usinada por ferramentas abrasivas dé revolugiio, com ou sem movimento longitudinal da pega (figuras 79 a 82). A tetificacdo sem centros pode ser com avango longitudinal da peca (reti- ficagdo de passagem) ou cont avanco radia! do rebélo (retificagdo em miergulho) (figuras 80 a 82). 14.2 — Retificagdo fronial — Provesso de retificagio executade com a face do rebélo. E geralmente executada aa superficie plana da peea, per- pendicularmente a0 eixo do rebdlo, A tetificacdo frontal pode ser com avango retilineo da peca (figura 83), ou com avanco circular da pecu (figura 84). 15 — BruNIMENTO — Processo mecénico de usinagem por abrasio em- pregado no acabamento de furos cilindricos de revolugéo, no qual todos 03 gros ativos da ferramenta abrasiva esto em constante contato com a superficie da peca e descrevem trajetérias helicoidais (figura 85). Paca tanto, a ferramenta ou a peca gira e se desloca axialmente com movimento alternative. 16 — SUPERACABAMENTO — Proceso mecdnico de usinagem por abrasao empregado no acabamento de pegas. no qual os graos ativos da ferramenta abrasiva estio em constante contato com a superficie da pega. Para tanto, 2 pega gira lentamente ¢ a ferramenta se desloca com movimento alternativo de pequena amplitude e freqiiéncia relativamente grande (figuras 87 © 88). 17 — Lapipagdo — Processo mecinico de usinagem por abrasio executado com abrasivo aplicado por porta-ferramenta adequado, com objetivo de se obter dimensées especificadas da peca (figura 86)*. 18 — EspeLHaMenso — Proceso mecinico de usinagem por abrasio no qual é dado 0 acabamento final da pega per meio de abrasives, associados 4 um porta-forramenta especifico para cada tipo de opsragao, com o fim de se obter uma superficie especular, 19 —- PouiMENto — Processo mecinica de usinagem por abrasio no qual a fetramenta € constituida por um disco cu conglomerado de discos reves jos de substancias abrasivas (figura 89 ¢ 90). Sexundo & Padeoricarto Brasiiena PB36 da A.B.NT. abrasive € um produto natural ow sities, ‘eranufado, usaio de varias formas, coin @ tinallaace ‘ce temow? s materal, as Ssuperlices das pegis att © deveiade ROSCAMENTO Fig. 65-Roscomento externo com fresa de perfil mettiplo ce Fig.66-Roscamento externo com freso de perfil inica Ef LIMAGEM Fig.67-Limagem continua Fig. 68-Limogem continua RASQUE TEAMENTO Fig. 69-Rasqueteamento Fig, 70-Tamboramento TanBorawenTo | RETIFICAGRO Fig 7!~Reliticegde cilindrica externa com avance longitudinal Superticie peritérica Fig.72-Retificagio cilindrica interna ‘com evango longitudinal RETIFICAGAO, Fig. 73-1 ficagdo cllindrice externc com avange radial Fig.?S-Retificocdo cénica externo ‘com avango longitudinal Fig.74-Relificaco cilindrica Interne com avango circular mt Co ] wae A) Fig.76 otificacbo de perfil com ‘avaneo radia! rabble Fig.77~Retificagte de perfil com ‘ovanco longitud nal 3 1H veto rebdio rebdlo Fig.78+Retificagdo tangencial plana com mov, r@ilinas do peca rebélo do corte rebtie dé orraste Fig.79-Retificagdo clindrica sem centros | Fig.80-Retificagdo cilindrica sem cents evovango long. continue da peca RETIFICAGAG Fig Bi-Retificacio cifndrica sem centros com avanco em'fileira de pacas” A -rebdio de SS areste 3S eGo) E> rebblo do corte Fig 82-Retificugdo cifndrica sem centras com avango radial redsle do. orroste Fig. 83-Revifieagdo frontal com avanco reliineo da pace Fig.84-Retificocdo frontal com avonco eireuler de pega BRUNIMENTO LAPIDACKO Fig 68-Brunimenta, ‘brunidor Fig.86-Lapidacao Feega sbre a pega SUPER ACABAMENTO Fig.87-Super-acabomento clindvico oscilagdo transversal orga sdore ig. 88-Super-ocobemerto pono encagdo Sonera ~~ ‘forca sobre Sosee alte cotagio.” eco t [> saixe rotacdo INTRODUGAO XLIIL 20 — LixAMENTO — Proceso meciinico de usinagem por abrasio exe cutado por abrasivo aderido a uma tela © movimentado com pressio contra a peca (figuras 91 e 92). 21 — JaTEAMENTO — Processo mecénico de usinagem por abrasio no qual as pecas sio submetidas a um jato abrasivo, para serem rebarbadas, asperizadas ou receberem um acabamento (figura 93). 22 — Ariacko — Processo mecfnico de usinagem por abrasio, no qual & dado © acabamento das superficies da cunha cortante da ferramenta, com © fim de habilité-la desempenhar sua funcio, Desta forma, sio obtidos os Angulos finais da ferramenta (figura 94)* 23 — DENTEAMENTO — Processo mecdnico de usinagem destinado & ‘obtencdo de elementos denteados. Pode ser conseguido bisicamente de duas maneiras: formagio e geracio. ‘A formacéo emprega uma ferramenta que transmite a forma do seu perfil 2 pega com os movimentos normais de corte e avango, A geragto emprega uma ferramenta de perfil determinado, que com os movimentos normais de corte, associados aos casacteristicos de geracio, produz um perfil desejado na pega. © estudo déste processo nao é feito aqui, por fugir do nosso objetivo de fornecer os conhecimentos gerais dos processos de usinagem, Vide Capituio I — Geomerria da Cunhe Covcante das Ferramenter de Usinazem. POLIMENTO Fig.89-Polimento disco com abrasive. Fig.90~Polimente isco com ‘abrasive “ peca LIXAMENTO. Fig.9i-Lixamento com {Shas abrasives | Fig92-Likamento com fita abrasiva ca ' Ye like @) © JATEAMENTO AFIAGAO Fig. 95-votomento Fig. 94-Atizede CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS E AS RELACOES GEOMETRICAS DO PROCESSO DE USINAGEM 1.1 ~ GENERALIDADES Para © estudo racional dos Angulos das ferramentas de corte, das forgas de corte ¢ das condigées de usinagem € imprescindivel a fixagdo de conceitos bésicos sébre os movimentos ¢ as relacdes geométricas do processo de usinagem, Bstes conceitos devem ser seguidos pelos técnicos e engenheiros que se dedicam & usinagem, a fabricagdo das ferramentas de corte ¢ maquinas operatrizes. Desta forma, torna-se necessaria a uniformizagio de tais conceitos, objeto das associacdes de normas técnicas, Cada pals indus- trializado tem assim as suas normas s6bre Angulos das ferramentas, formas & dimensées das mesmas, etc. Na falta de norma brasileira sobre ésse assunto, vamos seguir a norma DIN 6580 [1], « qual, a nosso ver, € a mais completa ¢ 2 que melhor sc aplica aos diferentes processos de usinagem. A norma DIN 6580, objeto do presente estudo, substitui a antiga norma DIN 768 ~ Conceitos sdbre jerramentas de corte [2], a qual ndo satistaz mais as necessidades atuais da prética industrial, que cxige conceitos. gerais validos paza todos os processos de usinagem, A recente norma DEN contém os fundamentos sébre uma sistemética uniforme de usinagem, constituindo a base para umia série de normas referentes ao corte dos metais. Aplica-se fundamentalmente a todos 0s processos de usinagem, Quando resultam limitages através de particularidades sObre certas ferramentas (por exemplo, ferramentas abrasivas), as mesmas so indicadas através de anotagdes. A numerosidade de conceitos, qite servem sdmente para ima ferramenta ou um proceso de corte, nfo é tratada nesta norma. Por outro lado, a validade universal do concejto para todas os processos de usinagem fornece 4 possibilidade de reduzir ao minimo a quantidade de conceitos necessirios A pritica, Os conceitos tratados nessa norma se referem a um ponto genérico da aresta cortante, dito ponto de referéncia. Nas ferramentas de barra éste ponto é fixado na parte da aresta cortante préximo a ponta da ferramenta. FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 1.2 — MOVIMENTOS ENTRE A PEGA E A ARESTA CORTANTE Os movimentos no processo de usinagem sio movimentos relatives entre @ pega € @ aresta cortante, Estes movimentos sao referidos 4 peca. consi derada como parada. Devem-se distinguir duas espécies de movimentos: os que causam dircta- mente a saida de cavaco e aquéles que nao tomam parte directa na formacao do cavaco. Origina diretamente a saida de cavaco 0 movimento efetivo de corte, 0 qual na maioria das vézes € 0 resultante do movimento de corte ¢ do movimento de avanco. 1.2.1 — Movimente de corte © movimento de corte ¢ o movimento entre a pega ¢ a ferramenta, o qual sem o movimento de avango origina somente uma Unica remagao de cavaco. durante uma volta ou um curso (figuras .1, 1.2 € 1.3), av eee oe cote aman JN jes ee d Ve WW) Ve , Lemme Sesto cites aimee es arrears eee tat anastasia ee © avanco, corte € avango, 1.2.2 — Movimente de avanga © movimento de avango ¢ 0 movimento entre a pega e a ferramenta, que, juntemente com o movimento de corte, origina um Jevantamento repetido Ou continuo de cavaco, durante vérias revolugdes ou cursos (figuras 1.1. 12613), © movimento de avango pode ser o resultante de varios movimentos com- ponentes, como por exemplo 0 movimento de avanco principal © 0 movi- ‘mento de avanco lateral (figura 1.4). CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS 3 iG. 1.3 — Retiicagio plans tangencial Fae. 14 — Copiagem de uma, peva mostrando 0s movimentos de corte _-mostrando as componentes do inevi vance, mento de avango: avango principal ¢ avango lateral 1.2.3 — Movimento af Ive de cone © movimento efetivo de corte ¢ 0 resultante dos movimentos de corte © de avanco, realizados a0 mesmo tempo. 0 tomam parte direta na formagie do cavaco 0 movimento de posicio- namento, 9 movimento de profundidade ¢ 0 mavimento de ajuste. 1.24 ~ Movimento de posicionomente E © movimento entre a pega e a ferramenta, com o qual a ferramenta, antes da usinagem, € aproximada pega. Exemplo: a broca ¢ levada i Posigdo em que deve ser feito 0 furo. = Movimento de profundidade Eo movimento entre a pega e a ferramenta, no qual a espessura da camada de material a ser retirada ¢ determinada de antem&o, Exemplo: fixacao, no t6rno, da profundidade p (figura 1.11) da ferramenta. ~ Movimento de ejuste E 0 movimento de corregdo entre @ pega ¢ a ferramenta, na qual o desgaste da ferramemta deve ser compensado. Exemplo: movimento de ajuste para compensar o desgaste do rebdlo na retificagao. 1.2 — DIREGOES DOS MOVUMENTOS Devem-se distinguir a diregdv de corte, diregao de avanco e dire de corte. V2.1 — Dirasde de corte E a direcio instantanea do movimento de corte. 4 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 1.3.2 — Diregiio de avanco E a direcdo instanténea do movimento de avango. 1.3.2 — Diragie atetive de corte E a direcdo instanténea do movimento efetiva de corte. 14 — PERCURSO DA FERRAMENTA EM FRENTE DA PEGA‘ Devem-se distinguir 0 percurso de corte, 0 percurso de avango © 0 percurse efetivo de corie. TA — Percurse de corte O percurso de corte k & 0 espago percorrido sobre a pega pelo panto de referéncia** da aresta cortante, segundo a direcdo de corte (fig. 1.5). Erese Fis. LS — Fresamento tangencial com fresa cilindriva, Percurso de corte te: percurso efetivo de corte fr: percurso de avango 4. (Os dentes |e 2 mostram o movimento da fresa 142 — Pereurse do avenso |, © percurso de avango [, € 0 espaco percorrido pela ferramenta, segundo a direcdo de avanco (fig. 1.5). Devem-se distinguir as diferentes compo- nentes do movimento de avanco (fig. 1.4), Ad — Percurso de corte © percurso efetivo de corte € 0 espaco percorride pelo ponto de referéncia da aresta cortante, segundo a direcdo efetiva de corte (fig. 1.5). 1.3 — VELOCIDADES Devem-se distinguir a velocidude de corte, a velocidade de avango e a velocidade efetiva de corte, © © pereumo da ferramenls pose receder a denomiacio de trait oe Merttt CONCEITOS RASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS 5 A velocidade de corte v é a velocidade instantanea do pono de referéncia da aresta cortante, segundo a direc&o e sentido de corte, 1.3.2 — Velocidade avenge ve A velocidade de avango v, ¢ a velocidade instantanca da ferramenta segundo a diregio € sentido de avanco, 1.58 — Volocidnde ofetive de conte v, A velocidade efetiva de corte ve é a yelocidade instantanea do ponto de referéncia da aresta cortante, segundo a direcdo efetiva de corte, Podem-se ter ainda, conforme © pardgrafo 1.2, as velocidades de posicio- namento, de profundidade ¢ de ajuste. 16 — CONCEITOS AUXHIARES Para a uniformidade dos conceitos relativos aos diferentes processos de usinagem € necesséria a introdugdo de alguns conceitos auziliares: = Plane de trabathe © plano de trabalho € 0 plano que contém as direcées de corte e de avango (pasando pelo ponto de referéacia da aresta cortante). Neste plano se realizam, portanto, todos os movimentos que tomam parte na formacao do cavaco (figuras 1.6, 1.7 © t8) Ferrameato Fic. 1.6 — Toreamento com ferramenta de barra, Plas de trabalho contend 0 Angulo y da diresio de avango © 0 Angulo 7 da diregio efetiva de corte, 6 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Fic. 1.7 — Fresamento tangencial com Fic, 1.8 — Fresamento tangencial com movimento discordante, Plano de tra movimento concordante, Plano de tra batho com 0 fngulo g da direcio de batho com © Angule y da diregio de avango € 0 angulo 7 da diregio efetiva ——_avango © 7) da diregio efetiva de corte de corte (yp < 90°), lg > 90°), 2 — Angvie y de diresae de evange © Angulo ¢ da direcio de avanco € o Angulo entre a diregio de avan¢o ¢ a dirego de corte (ver figuras 1.6 2 1.10) Fig, 1.9 — Fresamento frontal. Vari Fic, 1.10 — Retificagio plana frontal glo do angulo g da direyio de avango. Variagio do Angulo g da directo de avango. Esta norma trata sobretudo do caso geral de usinagem, no qual a diregao de avango nem sempre perpendicular 4 diregdo de corte. Assim, por exemplo, no fresamento (figuras 1.7 ¢ 1.8) 0 fingulo @ varia durante o corte, © caso do torneamento (figura 1.6), em que ¢ € constante e igual a 90°, ¢ aqui apenas um caso particular. CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS 7 163 \gule 17 da diresée efotiva de corte © Angulo 7 da diregdo efetiva de corte é 0 Angulo entre a direcao efetiva de corte € a direcio de corte (ver figuras 1.6, 1.7 ¢ 1.8). De acérdo com a figura 1.7 tem-se: Ya sen gy a cose pv? (it) Como geralmente a velocidade de avanco v, € pequena em relagio & velo- cidade de corte v, éste angulo é, na maioria dos casos, desprezivel. Assim. nas operageds comuns de torneamento, pode-se tomar y= 0. Porém, no roscamento com passo grande y ndo ¢ desprezivel, pois representa o angulo de inclinacio da résca*. A tabela 1.1 apresenta os valores déste Angulo para 0 torneamento com diferentes avancos** em diferentes didmetros da peca. Tais valéres servirdo para calcular posteriormente os ngulos da ferramenta em fungao dos Angulos efetivos de trabalho. Supatticien principois de corte Secgb0 de corte sso pzbh romenia Fig. 1-1l — Torneamento, Superficie principal « faterat de corte. "T” Gom a introducio dox noves caneeitos dngulo da dlirsao de avenge Y . dnguto, de divesdo Geta aoe tei ane de srobeihe”centrcenne ‘ox cca Base’ ites de“ msds Serres este ace TABELA 11 direséo ofativa de corte no tornenmanto de posas do dHarontor diameter jarentex evangor per volte et ‘Avango pa [ss 7 (mn/volta)* | (fios/polegads) 0,125 200 2 10,0063 0250 100 ae 0.0126 63 0,500 50 wor 0.0252 1,000 25 pr Sy 0,0505 21000 125 seas 0,1010 0,125 200 0,0040 0,250 100 10,0080 10 0,500 50 10,0159 1000 25 90318 2000 125 90,0637 0250 | 100 0,0050 01500 50 0,0099 16 1.000 25 0,0198 2,000 128 0,0398 | 4,000 63 0.0795 0,250 100 ul 10,0032 0,500 50 Fry 00064 25 4“ 0.0127 8 0.0255 zw 3s 0,0510 50 m7 0.0040 25 | 28 0,080 12.5 ss: 0.0159 63 we 0.0318 320) ea 0,0637 0 | ° 0.0025 25 | is | 0.0051 tas as 0.0102 63 ie 8 | oom02 32 ro 19,0404 25 0.0032 12.5 0.0064 63 0.0127 32 0.0255 6 0.0510 25 10,0020 125 0,0040 63 0.0080 32 0,0159 16 0.0318 125 0.0025 33 oatan 250 8,000 32 16,000 16 10,0202 31,500 08 0.0400 SAvancor normalicados segundo = wonma DIN #03. CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS. 9 1.7 — SuPERFiciE DE CORTE As superficies de corte so as superficies geradas na pega pela ferramenta, ‘As suporficies de corte que permanecem na peca constitu trabathadas (figura 1.11}. 10 as superficies E a superficie de corte gerada pela aresta p (figura 1.11), Ver capitulo 2.2. pal de corte da ferramemta 17-2 = Superticle lateral de corte E a superficie de corte gerada pela aresta lateral de corte da ferramenta (figura 11). Como na retificagio nao ¢ possivel, de antemBo, distinguir no grav abrasive a aresta principal da aresta lateral de corte, o rebélo ¢ cstudado a parte no que diz respeito ao conccito de superficie de core 1. — GRANDEZAS DE CORTE ‘As grandezas de corte sao as grandezas que devem ser ajustadas nia ardguina direta ov indiretamente para a retirada do cavaco. 1B = he O awango 4 € © percurso de avanco em cada volta (figura 1.11) ou em cada curso (figura 1.15). Freso Fig, 112 — Fresamento discordante, Avango por dente as; avange de carte ae avango efetive de corte a, 10. FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 1.8.2 — Avange por dente ox © avango por dente aa ¢ 0 percurso de avango de cada dente, medido na direcao do avanco da ferramenia, ¢ corresponde & geragdo de duas super- ficies de corte consecutivos (figura 1.12). Tem-se assim: a ay. (1.2) onde Z é o mimero de dentes ou arestas cortantes. Quando Z— 1, por exemplo em fresas com um ainico dente ou em ferra- mentas de barra, tem-sc d= dt Nas brocas heliocoidais tem-se: a = 2 au Nas brochas 0 avango por dente corresponde ao escalonamento dos dentes sucessivos (figura 1.17) Do avango por dente derivam o avanco de corte a. © 0 avango efetive de curte de O avanco dé corte de & a distancia entre duas superficies de corte consecutivas, medida no plano de trabalho ¢ perpendicular a direcao de corte (figura 1.12). Temse: = au sen gt a3) Na usinagem com ¢ mento) resulta de = aa 12 (por exemplo, no torneamento ¢ no aplaina- © avango efetive de corte & a distancia entre duas superficies de corte consecutivas formadas, medida no plano de trabalho ¢ perpendicular i direcio efetiva de corte (figura 1.12), Tem-se ae = tg. sen (gp —)** aay Em muitos casos a relagdo v./v & tao pequena que 7 € desprezivel. Desta forma, tem-se com suficiente aproximagéo Ge ay SENG Oe as) Na retificagio as grand:zas as, de € ae poder também ser definidas. porém de forma sproximada 1.8.3 — Profundidade ou largura de carte Pp f a profundidade ou largura de penetragao da aresta principal de corte, medida numa diregdo perpendicular ao plano de trabalho (figuras 1.11 € 2.13 a 1.19), + Como no freramento vg € multe peauena, em face do dlimetro da (resk, podese tomar wPrOxt madamene a, = 4 0% s+ Como ao fresamento ay € mus pequcno, em face do didmetto da f apronimadamente 0, 4j sen 1. podemos tomar CONCEITaS BAsICOs SOBRE OS MOVIMENTOS W fre r fea Fic. 1.13 — Fresamento tangencial. Fis, 1.14 — Fresamento frontal. Largura de corte p; espessura de pe- Profundidade de corte p: espessura netragio de penctragao ¢ No torneamento propriamente dito, faceamento, aplainamento, fresamento frontal e retificagio frontal (ver tabela da Introdugao), p corresponde & profundidade de corte (figuras 1.11, 1.14, 1.15 © 1.16). Ararat 8 be ‘s Pose Fis. 1.15 — Aplainamento. Profundi- Fic. 1.16 = Retificagéo frontal, dade de corte p: avango a = ar, Profundidade de corte p: espessure de penetragéo e. No sangramento, brochamento, fresamento tangencial (em particular fre- samento cilindrico) ¢ retificaco tangencial (ver tabela da Introducio), p corresponde 4 largura de corte (figuras 1.13, 1.17 € 1.18). 2 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Fi. 1:17 —- Mrochamento, Largura de corte por dente pu Latgora de corte total p= ip Na furagao (sem pré-furagie), p corresponde 4 metade do diémetro da broca (figura 1.19) Fic. 1.18 — Retificagio plana tangen- Fig, 1.19 — Furagio, Largura de corte cial, Largra due corte p, expessura de penetragio ¢. A grandeza p & sempre aquela que, multiplicada pelo avango de corte 4 origina a area da seogio de corte s (ver § 1.19). Ela é medide hurt plano perpendicular ao plano de trabalho, enquanto que © avango de corte a. CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS 13 € medido sempre no plano de trabalho. Em alguns casos recebe a deno- minagio de profundidade de corte (figuras 1.11, 1.14, 1.15 e 1.16), en- quanto que noutros casos recebe a denominacdo de largura de corte (figuras 1.13, 1.17 € 1.18); porém, & sempre representada pela letra p. = Eepensura netragio © A espessura de penetracdo « é de importéncia predominante no fresamento € na retificagio (figuras 1.13, 1.14, 1.16 € 1.18). Ba espessura de corte em cada curso ou revoluyao, medida no plano de trabalho © numa direcdo perpendicular & diregao de avango. 1.9 — GRANDEZAS RELATIVAS AO CAVACO Estas grandézas sao derivadas das grandzzas de corte ¢ sito obtidas através Uc cdleulo, Porém, nfo so idénticus as obtidas através da medigéo do cayaco, que no momento nfo nos interessam. 1 mprimanto de corte bb © comprimento de corte b ¢ 0 comprimento de cavaco a ser retirado. medido na superficie de corte. segundo a diregao normal i diregiv de corte (figura 1.20) E, portanto, medido na intersecgao da superficie de corte com o plano normal 4 velocidade de curte, passando pelo ponto de referencia da aresta cortante. Em ferramentas com aresta cortante retilinea ¢ sem curvatura na ponta, tem-se (figura 1.20) P sen x b AP = (6) onde x ¢ 0 dngulo de posigéo da aresta principal de corte (ver § 2.3). 1.9.2 — Comprimento vfetive de corte by © comprimento efetivo de corte be é 0 comprimento de cavaco a ser retirado, medido na superficie de corte, segundo a diregdo normal & dircgdo efetiva de corte (figura 1.20). Tem-se na figura as relagdes AP.cos8 = AP. yi —sen?5 EP QP. sen AP AP be = AE sen 6 = sen 8 ~~ sent. cos x 14 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Plono de trabatho Forramenta Fio. 1.20 — Esquema de uma ferramenta, onde estio representados: segiio de corte + {normal @ velocidade de corte 1); segio efetiva de corte s, (normal a velocidade efetiva de corte v.); comprimento de corte b= AP =DC; comprimento efetivo de corte b= AE GF; avango de corte a: avango efetivo de corte as; profundidade de corte p: espessura de corte ir: espessura efetiva de corte fe, by = b. V1 — sen? cos? x. (7) Em muitos casos a relagio v/v é tio pequena que 7 é desprezivel. Logo, com suficiente aproximagio, tem-se b. = b. CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS 5 = fspenura de corte b A espessura de corte /h ¢ a espessura calculada* do cavaco a ser retirado, medida normalmente & superficie de corte © segundo a diregdo perpen- dicular & dirego de corte (figura 1.20). Em ferramentas com aresta cortante retilinea ¢ sem curvatura da ponta. tem-se: hs ae. senx (18) 1.94 — Espessura ofetive de A espessura efetiva de corte Ae é a espessura calculada do cavaco a ser retirado, medida noroalmente a superficie de corte @ segundo u diregao perpendicular & direcio efetiva de corte. Tense das figuras 1.20b, 1.20¢ © 1.20a as relaydes: 4 = AD.seny = AD é » he = AG. sen ye ~ AD con Loge . heb. b, sos 7 fig = ou ainda pela formula (1.7) A V+ sen* x. te* Em muitos casos, a relagdo vs/v é tao pequena que 9 ¢ desprezivel. Logo, com suficiente aproximacio fhe = h. Ie Para x = 90° tem-se k= & © hy = de Logo heh. cosy as) frou da seczie de corte A firea da secgio de corte s (ou simplesmente secgio de corte) ¢ a drea calculada** da secgio de cavaco a ser retirado, medida no plano norma! a diregio de corte. 7 A evpessurs cakulads de cavaco nfo deve set vonfundida com ¢ espessuth de eavaco h! Fela medigio. (cor ipstannenyo de medida; mcrOmetts, Paauinstion ete NA or ediculo tikemmctnce, centring» rma, {18 A fen aleuida da sevgio "de cavaco tao deve ser contundide cum a dire da sexo de Sevaco a qual € obta pela’ mecigio do Cavaco atravey Ge Hostrumenton ke mei, 16 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS A drea da secgdo ejetiva de corte s. (ou simplesmente seccao efetiva de corte) ¢ a area calculada da secgdo de cavaco a ser retirado, medido no plano normal & direcdo efetiva de corte. Na maioria dos casos tem-se s= pm So = Pte (10/1) Em ferramentas sem erredondamento na ponta da aresta cortante s bh Se = dee (1.12/13) No torneamento ¢ aplainamento (y = 90°) tem-se 5 = pea aa) 1.10 — ainuioaRaria [1 DIN-6380. Begritfe der Zerspuntechiik, Bewegungen and Geomerie des Zer apanvorganges, Berlin, Beuth-Vertrieb GmbH. abril, 1963, [21 DIN-768, Schurid State. Berlin, Ed. Beuth, 1936, GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 2.1 — GENERALIDADES Neste capitulo trataremos em particular dos Angulos das ferramentas de corte. As primeiras normas sobre éste assunto foram estabelecidas bascando-se has ferramentas de barra (para torneamento). Assim, em 1930 aparece a norma DIN 768 — “Fundamentos sdbre as ferramentas de corte” [1] € posteriormente a norma ASA B5.13 de 1939 — “Terminologia ¢ defi- nigdes de ferramentas monocortantes [2]. Com o desenvolvimento das maquinas operatrizes © dos processos de usinagem, estas duas especificagdes, assim como outras normas elaboradas noutros paises, no correspondiam mais as exigéncias da pratica. Posteriormente, em 1950 foi aprovada pela Comissao BS da ASA 9 norma sobre “Ferramentas de barra ¢ suportes” (ASA B5.22) [3], a qual substitu a ASA BS.13 de 1939 inclui a norma s6bre “Cabos c suportes” (ASA BS.2 de 1943}, Nesta neva norma ja ha uma tentativa de separagao entre ‘os dngulos da jerramenta e os dngulos de wabaiho, isto é procura-s¢ mostrar de certa forma a influéneia da posigio da ferramenta em retagdo 2 peca sébre os Angulos de corte. Estando porém a norma baseada na ASA BS.13 (executada para ferramentas de barra) cla apresenta dificuldades de emprégo em outras ferramentas, tais como brocas, alargadores ¢ fresas As normas sbre a técnica de usinagem devem em geral obedecer as seguintes diretrizes. a) Ser apliciiveis a tuas operagdes de usinagem: 5) Os conceitos devem apresentar-se numa dependéncia légica geométrica, ©) Qs conceites tradivionais, ja existentes, deveriam ser levados em consi- derucdo a medida do possivel Para satisfazer as exigéncias a) ¢ 6) é inevitavel a introdugdo de _novas consideracdes, que inicialmente parecerdo estranhas € nao sero adotadas de imediato nas fabricas € oficinas. Porém as desvantagens, devido & necessidade de assimilac3o de novos conceitos, sero facilmente compen- 18 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METALS sadas pela clareza ¢ Iégica obtidas. A igual validade dos conceitos para tédas as operagdes de usinagem cria a possibilidade de limitar ao minimo ‘© numero de conceitos para a pratica. Com ése objetivo, foram apresentados virios estudos por diferentes pes- quisadores, tais como Bicket, na Suiga [4]; ROWLKE, Kienzte, ScHMaDT, Wirrnorr, na Alemanha, [5] 2 [9}; KRONENBERG nos Estados Unidos [10}. Como conclusio de tais estudes, foi elaborado em 1960 pela DIN um projeto de norma sdbre “Fundamentos da usinagem, conceitos € designagoes, das ferramentas” [1]. Este projeto foi aprovado em maio de 1966 como norma DIN 6581, com a denominacao “Geometria na cunha cortante dat ferramentas” [12]. Esta norma, descrita em seguida, obedece as diretrizes acima mencionada ¢ trata do assunto de mancira uniforme a tOdas as ferramentas. Na mesma é feita a distingdo entre os angulos da ferramenta © os dngulos ejetivos ou de trabalho. Os primeiros sio obtidos pela medida direta na ferramenta, através de instrumentos de medigao; so invariiveis com a mudanga de posigio da ferramenta ¢ independem das condigdes de usinagem. Os angulos efetivos ou de trabalho se referem a ferramenta em operagéo.” Enquanto (0s dngulos da ferramenta interessam & cxecugao © manutengao da ferra: menta, os dngulos eferivos sto de grande importancia na operagio de corte, Para 0 estuda racional dos dois tipos de angulos, a norma DIN 6381 introduz. dois sistemas de referencia, 0 sistema de referéncia da ferramenta © 0 sistema efetivo de referencia. Pode-se converter um dngulo da ferra menta no seu correspondente Angulo de trabalho, ou vice-versa, através das condigées de usinagem, por meio de transformagdes trigonométricas (vide § 2.5.2), Todos 0s conceitos firmados no presente estudo se referem a um pono fixado sobre a aresta cortante, dito ponto de referéncia Estando também bastante difundidas entre nés as normas americanas, trans- ¢revemos no fim do capitulo a norma ASA BS,22 — 1950, assim como a conversio dos ngulos desta norma paca a norma DIN. 2.2 — SUPERFICIES, ARESTAS E PONTAS DA CUNHA CORTANTE Denomina-se cunha cortanre (ou gume cortante) a parte da ferramenta na qual 0 cavaco se origina, através do movimento relativo entre ferramenta e peca. AS arestas que limitam as superticies da cunha sao arestas de corte, Estas podem ser retilineas, angulares ou curvilineas. 2.2.1 — Superticies Superticies de folgs As superficies de folga sao as superficies da cunha cortante que defrontam ‘com as superficies de corte (ver § 1.7). Sao também chamadas superficies de incidéneia (figuras 2.1, 2.2 ¢ 2.3) Estas superficies podem ter um chanfro (ou bisel) junto & aresta de corte, A largura do chanfro é representada pelo simbolo ly (figuras 2.1 a 2.4), GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 19. Superticie de saida A superticie de saida ¢ a superficie da cunha cortante, sobre a qual © cavaco se forma (figuras 2.1, 2.2 © 2.3) Como no caso anterior, esta superficie pode ter um chanfro, cuja largura € representada pelo simbolo f, (figuras 2,1 e 2.4), 2.2.2 — Ares Areata principal de corte A aresta principal de corte € a aresta de corte cuja cunha de carte corres- pondente indica a direcéo de avango no plano de trabalho (figuras 2.1. 2.2, 2.3 e 2.5). Ver § 1.6. de corre A aresta lateral de corte é a a pondente nao indica a di 21, 2.2, 2.3 2.5) esta de corte, cuja cunha de corte corres- Jo de avango no plano de trabalho (figuras QUSERVACAO: Estas definigdes de aresta principal e lateral de corte pres supdem no fresamento um Angulo da direcao de avango ¢ da ordem de 90°, 2.2.3 ~ Pontes Ponte de corte A ponta de corte € a ponta na qual se encontram @ aresta principal ¢ a lateral de corte de uma mesma superficie de saida (figuras 2.1 e 2.3) cobe -roxta lateral e carte Chontra de superticie faterat de folga ‘Aresto principat de corte ‘Chantro do supecticie Superticie lterat principal de sci ée folga ‘chantre da superticie Ponta ‘eam Principal de telga. CIVIL Sasgett principal de tolge Fic. 2.1 — Superficies, arestas © ponta de corte de uma ferramenta de barra, 20 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Chontro 60 superficie principal de folga nae Principal / VV ] ‘Superticie de saida PS PLA Vu snc tas [Tf mee ae | Laat SLY / Superticie loterot de tolge do aresta lateral de corte 8810 principal de corte CORTE AB | Cunhe 4a cresto ioleral de corte i BR | [ep cmt nt \ Direcdo de a Areste principal de corte Fie. 2.2 — Superficies, arestas ¢ ponta de corte ds uma fresa Arredendemente de ponte © arredondamento da ponta de corte € feito com um raio r, medido no plano de referéncia da ferramenta (ver figura 2.6). Chanframento de ponta No lugar do arredondamento da ponta de corte ¢ executado um chanfra mento de largura {., medido na superficie de saida (ver figura 2.6), GEOMETRIA NA CUNHA CORTANLE DAS PERRAMENTAS DE USINAGEM 21 2.3 — SISTEMAS DE REFERENCIA UTILIZADOS NA DETERMINAGAD, BOs ANGULOS DA CUNHA CORTANTE Para a determinacao dos Angulos na cunla cortante emprega-se um sistema de referéncia. Este sistema de referéncia € constituido por txés_planos ortogonais, pasando pelo ponto de referéneia da aresta cortante, Sao éles plano de referénia plane de corte plano de medida vista ¥ supedice prince! resto principal /e tolae de corte S yee etna os chant presto” "superficie torerat Nenaverae 3196, Superticie taterol Estrio_ov ge tolga chontes _Sopericie 40 soide Prato de corte reste foteral ce corte Ponto oe corte Superfcie-— principal de weicercio sresta principal ce ore “hresto tronsversal Z de corte cove oe fraps } tt / Angele 63 posta de bess Eixo do ferromenta tr Fic. 2.3 — Superficies, arestas © pontas de corte de ums broca, FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS vista_x Supectiois de side ; ; Cchento do supetice chontio 6a t—/ e190 wpertioe a4 ly de sito x Z, Hi, crantra ao supwrteie—/ ALG de folge / Aresio de corte Superficie de so‘ce Chante do superficie de soige de folga ¢ de saida do chanfro. 0 plano de trabatho, definido no capitulo anterior, wtilizado como plano auxiliar. Para um estudo racional dos dnguios da ferramenta ¢ dos dngulas eferives on de srabatho, devem-se distingvir dois sistemas de referéncia (ver figuras 7 a 2.10) i Sistema de referéncia da jerramenta | Sistemu efetive de referéncia © sistema de referéacia da ferramenta tem aplicagio na execugio reparo| das ferramentas. © sistema efetivo de ceferéncia tem significado na deter-| minagio das condigdes de usinagem | Os conceitos que se seguem valem em geral para os dois sistemas de, referéncia, Para o trabalho com as ferramentas, isto é& no emprégo do: sistema efetivo de referéncia, as denomingdes so escritas juntamente com’, a palavra efetive € os simbolos com o indice ¢ (e = cfetivo). Para ai }WOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 23 ‘dabicterizagdo dos Angulos das ferramentas, as denominagécs levam a. pa- Hin ferramente®, ‘Pirando nao especificado de forma diferente, €stes. conceitos. se _referem spypre & aresta principal de corte, Caso for, necessério indicar também os wulos da aresta lateral, coloca-sc nos simbolos representatives déstes iuulos o indice b esta lateral te Diregio de avanco Aresto principal de corte jArwsta tere de corte YPM “Ponto 6e reterércia da reste loteral Fis, 2.5 — Avesta princi _nowigeganuneeg serge 4. 2.6 — Arredondamento ¢ chanframento da ponta, aw wis) [© Gounde a diferenga entre on Angutos efetivos «os Sagulos da Ferramenta for desprerivel, pede-se tmutir esta datingao, Diresdo efewa de carte LZ esi oe sar a“ Pens 36 meio Pons de retetncie (or 0 ae oe bose) lon de bose. Fic, 2.7 — Sistema efetivo de referéncia de uma ferraments de téen0, Fic, 2.M — Sivtema de referdncia Ja ferramenta de dea GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 25 2.3.1 — Planes de roferénea Plone efetive de referéacta © plano efetivo de referéncia ¢ um plano perpendicular & diregdo efetiva aig corte (ver § 1.3.3}, passando pelo punto de referéncia (ver figuras 27 © 28). OBSERVACAO: Nos casos em que o angulo da diregao eferiva de corte Yor desprezivel, pody-se substituir éste plano por um plano perpendicular ww diregdo de corte (ver $ 1.3.1 € 1.6.3). orate ie crt eco eats de care Phono tfanva de arena oe atsso er cote Pena te carte Fic, 29 — Sistema efetive de refe- HUG, 2.40 — Sistema de ceferéacia di réncia ume fresa, para x = 90°, ferramenta numa fxs, pura y = 90°. 2 dey referdncla da ferramenta © plano de referéncia da ferramenta ¢ um plano que. pasando pelo ponto de referéncia, seja quanto possivel perpendicular & diresio de corte, porém. orientado segundo um plano, eixo ou aresta da ferramenta (ver figuras 2.7 © 2.10) OBSERVAGOES. 1) Para as ferramentas de torneamento € aplainamento. éste plano & ge~ ralmente paralelo a base da fercamenta*; para as fresas ¢ brocas éste plino passa pelo eixo de rotagdio ¢ pelo ponte de referencia; nas brochas éste plano € perpendicular ao cixo longitudinal da ferramenta. 2) H& dois casos de torneamento, nos quais o plane de referéncia da fercantenta (paralelo 4 base) nio & perpendicular a direcéo de corte: 4 ferramenta € présa inclinada na maquina; a ferramenta é fixada com su ponta acima do centro de rotagdo da pega a usinar (ver figura 2.11), + Exceiuam seo cnngs de lereamentay Oe Datta curves 26 PUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS venv Merv Prono de relerercie Plono de caterencio 0 ferromenta Fis, 2.11 — Caxos em que o plano de referéncia da Kerramenta de barre née € perpendiculur & dicesiu de corte (dada pela vetovidade de corte) 23.2 — Plane de corte © plano efetive de corte ou plano de corte da ferramenta € 0 plano que, passando pela aresta de corte, & perpendicular ao plano efetivo de referéncia ou a0 plano de rejeréncia da ferramenta (yer figuras 2.7 a 2.10), No caso de arestas de corte curvas éste plano é tangente a aresta, pasando pelo pont de referéncia. 2.3.3 — Plone de medida © plano efetivo de medida ou plano de medida da ferramenta é um plano perpendicular ao plano de corte e perpendicular ao plano efetivo de refe~ réncia op plano de referéncia da ferramente. 2.2.4 ~ Plano de trabalho de trobathe ne sistema efetive de raferéncia Conforme se viu anteriormente (§ 1.6), 0 plano de trabalho & um plano que contém a diregio de corte © avanco ¢ passa pelo ponto de referencia. Néle realizam-se os movimentos que geram a saida Jo cavaco (figuras 2.7 € 2.9). vt Considera-se plana de trubatho da ferramenta 0 plano que, passando pelo ponto de referéncia, & perpendicular ao plano de referencia da ferramenta € € orientady segundo um plano, cixo ow aresta da ferramenta, contend sempre que possivel a diregdio de avango. fe trabalho no sistema de rafordn ferramente OBSERVAGAO: Para as ferramentas de torneamento e aplainamento éste plano é geralmente perpendicular ao cabo*; para as brocas e brochas & Paralelo ao cabo ou ao eixo; para as fresas’é perpendicular a0 cixo. WWamse 0% casos ae fertamenias dé haere cutvan UEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 27 Dinebe ce cate cone =P (Wome Wate) fle eon se tet / conte a=8 Broce Fle alte deraterin Supertice ate | ony) Nog Ponte ee saterincie Plena) rams \\\ tere ta ew Sy rye eee geo oe * \ Md , _p» 28 we A sta varems. > (rare wna ae pu ad tasl pastas au lageace fA Fis. 212 — Angules efetivos para um faa eeces pono de referencia da aresta principal de corte de ura ferramenta de t6rn0, 28 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS coon a Been ‘ecromeste wate tena, (Pine Go ow ofan) eno do visto pinoy = Plan reteréncle ‘esta pepe) Fie. 2.13 — Anglos da ferraments. pat Jum ponto de roferéncia da aresta po > de corte de uma ferramenta de tdrne. GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 29 2.4 — ANGULOS NA CUNKA CORTANTE Os ngulos na cunha de corte servem para a determinagio da posigdo ¢ da forma da cunha cortante. Devem-se distinguir os Angulos das arestas principal ¢ lateral de corte Para identificacao coloca-se o indice | nos simbolos dos angulos da aresta lateral de corte, Devem-se distinguir também os Angulos do sistema efetivo de referéncia & os dngulos do sistema de referéncia da ferramenta. Os simbolos dos angulos do sistema efetivo de referéncia levam o indice &* idides no plane de referancio x © Angulo de posigéo x é o angulo entre o plano de corte ¢ © plano de trabalho, medido no plano de referéncia (ver figuras 2.12, 2.13, 2.16, 2,17) © Angulo de posigio € sempre positive © situa-se sempre fora da cuntta ue corte, de forma que 0 seu vértice indica a ponta de corte. No caso de haver varias ou nenhuma ponta de corte, o lugar do Angulo de posicgio ¢ fixado em particular. fngule de ponte ¢ © Angulo de ponta € ¢ © Angulo entre os planos de corte correspondentes — planos principal ¢ lateral de corte —, medido no plano de referéncia (ver figuras 2.12. 2.13, 2.16, 2.17). Xbe+ y= 180° Qa) conte © Angulo de inclinagdo A é 0 Angulo entre a aresta de corte ¢ 0 plano de referéncia, medido no plano de corte (ver figuras 2.12, 2.13, 2.16, € 2.17) Angulo de inclinagao situa-se sempre de forma que o seu vértice indica 8 ponta de corte. E positive quando a intersegao de um plano paralelo ao de referéncia (que passa pela ponta da ferramenta) com o plano de corte fica fora da cunha cortante. A ponta de corte adianta-se em relagio aos outros pontos da aresta cortante, no sentido da velocidade de corte. No caso de haver varias ou nenhume ponta de corte, a posigao do Angulo € fixada em particular. © Angulo de folga a, tmbém chamado angulo de incidéncia, é 0 dngulo entre a superficie de folga e o plano de corte, medido no plano de medida da cunha cortante (ver figuras 2.12, 2.13. 2.16, ¢ 2.17). + Quand diferengs entre on Angulo efetivas ¢ os dagulos da ferramenta fOr desprezivel, pode Smtr indice © 30 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS O Angulo de folga ¢ positivo, quando a intersecgao do plano de corte com © plano de medida fica fora da cunha cortante (ver figura 2.14). No caso da superficie de incidéncia ser chanfrada, 0 2ngulo de folga correspondente seré chamado angulo de folya do chanfro a, (ver figura 2.15). Directs de core Ponto de retertneio Superticia Foie lat a eta 0 ferramente TINE / de told be angus da fge positon besa ee a tone du crte aes _Ditecdo 60 corte Suporte oe soido Plano ge reteréncio ‘do, Tecramenta, V\ Angulo de saide negative, Naa as Peco Ste positive Plona“de corte 0. ferromenta Fic, 2.14 — Designacio dos Angulos de folga © de seida, Angulo de cunho g © Angulo de cunha B € 0 dngulo entre a superficie de folga e a superficie de saida, medido no plano de medida da cunha cortante (ver figuras 2.12, 2.13, 2.16 € 2.17). No caso das superficies serem chanfradas o Angulo de cunha correspondente ¢ chamado dngulo de cunha do chanfro Pe (ver figura 2.15), |HOME TRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FFRRAMENTAS DE USINAGEM 31 CChantro de superficie de sof¢a Superticie de sofas Chonfro da superficie ce foige wots ane \ oe bot Hu 21S — Superfivies © Snguloy da euaha de corte para © cane de ol as superficiey de folga e de saida Angule de teide y © fingulo de saida y ¢ 0 dngulo enire a superficie de saida ¢ o plan de releréncia, medido ao plano de medida da cunha cortante {ver figuras 212, 2.13, 2.16 e 2.17). © fingulo de saida € positive quando a intersecgdo do plano de refe: («ue passa pelo ponto de referéncia) com o plano de medida fi du cunha cortante, A aresta de corte adianta-se portanto em reiagio i superficie de saida, no sentido da velocidade de corte (figura 2.14). No cus de haver um chanfro na-superficie de saida, 0 angulo de saida cor- respondente serd chamado dnguio de suida do chantro y. (figura 2.15) Pura os Angulos de folga, de cunha e de saida vale sempre: ath by 90% (2.2) ae + Be i Ye — 90" (2.3) 2.4.4 — Angulos medides em plan da cunhe cortente A inclinagao da superficie de folza ¢ de saida pode ser medida também em outros planos, diferentes do plano de medida da cunha cortante. De especial significado apresentam os Angulos medidos no planu de trabathe ¢ tio plano perpendicular a éste diferentes do plano de medide: Angules medid No plano de trabalho sio medidos os seguintes angulos: pe pleno de trabathe (dngules I Angulo lateral de folga a. Angulo lateral de cunha fx Angulo lateral de saida 32 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Analogamente ao caso anterior tem-se: + B+ Ver figuras 2.12, 2.13, 2.16 ¢ 2.17. Fstes angulos eram chamados Angulos radivis nas fresas. Prefere-se a denominacao de Angulos laterais pelo fato de ser mais geral, pois os angulos medidos no plano de trabalho devem ser independentes da’ posigao do eixo da ferramenta. Sdmente nas fresas © plano de trabalho ¢ perpendicular a0 cixa de rotagéo; nas brocas éle ¢ paralelo ao ix de rotacio; nas fresas copiadoras a posicao do plano de trabalho em relagiic ao cixo ¢ varidvel. Geralmente empregam-se éstes Angulos somente no sistema de referéncia da ferramenta. Valem as mesmas consideracdes de sinal vistas anteriormente, 90°. (24) Angules medides mum plane perpendicu © de referdncia (Gngulos fociels) Num plano perpendicular aos planos de trabatho ¢ de referéncia sto me- Uidos 08 Aingulos: ree plane de trabalho Angulo faceal de foiga ay Angulo faceal de cunha B, Angulo faceal de saida y. Tem-se também aqui a relagio ay + Br + yy = 0°. (2.5) Ver figuras 2.12. 2.13 € 2.16. Fistes angulos cram chamados nas fresas de faceamento de dngulos axiais, Valem as mesmas consideragdes vistas no pariigrafo anterior. 2.5 — RELAGOES GEOMETRICAS ENTRE OS ANGULOS Em. viirios casos torna-se necessirio, conhecendo-se um angulo definido num plano de medida, determinar o dngulo correspondente noutro plano de medida, pura 0 nwsmo sistema de referéncia. Outras vézes, conhe- cendo-se os dngulos eferivos ou de wabathe para uma determinada operagéo de usinagem, necessita-se conhecer (para a execugao ou afiagio da ferra- jenta} quais os correspondentes dngulos da ferramenta. Neste segundo caso tem-se a mudanga de um Angulo, definido num sistema de referénc! para o correspondente Angulo definida noutro sistema de referéncia Para a superficie de saida tem-se as seguintes relagics trigonometricas [5] tey sen x . te yx + cos x. te ys (2.6) (WA =—cos x. 1g ye + sen x. te ys (27) tye = senx.tey —cosx. ted (2.8) Wr cosyetey | senyx.ted (2.9) GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 33 seh" Jaro een som ono en taicn Pf SS cotta comme tr 6 Mame ate te see ae vterunce fe 4 Gases trom ae nese gba wa ad \ a Pome do we pny (4ene 2) + Pane alrite ab fram Siege a cate Fie, 2.16 — Angulos dv ferrument de uma fresa de facesmento 34 vistt_w (Plone ae erle Go terrameta) plone te retrénco (> feroment Pai ie ened supertice te'oige FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAM wists y Pane 2 corte 1 terromenta sere ae ntern / we terenante/ Sueertce ae saite ono a ita geneo0! © Bene e vaterinoe 0 tronic | SPs de reference — t Fru, 217 — Anpoles ds ferramyentn. nome bears tlicuida GLOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM = 35 figuras 2.18 ¢ 2.19 apresentam os nomogramas de KRONEMBERG [5], quais permitem a obtengdo répida dos angulos expressos nas equacées, roses. Anamplos numéricos 1) Determinacdo dos dngulos y ¢ d através dos angulos ys, Ye € x (figura 2.18). Sejam yx = 209, yy = —10° © x = 60°, Determinagao de y: Une-se 0 ponto 20° 2 esquerda do nomograma (na parte superior) ao ponto —10° 2 direita por meio de uma reta. O ponto de cruzamento desta reta com a vertical, passando pelo ponto x = 60° nos fornece © Angulo de saida y = 13°, Pelo calcuto, com auxilio da equacdo (2.6) obtém-se o valor y = 12,8% Determinagio de X: Une-se © ponto 20° & esquerda no nomograma (na parte inferior) ao ponto —10° a direita por meio de uma reta. O ponto de cruzamento desta reta com a vertical, passando pelo ponto x = 60° nos fornece © Angulo de inclinagao d= —18,5°, Calculando-se com auxilio da equagao (2.7) obtém-se o valor A 18,59, h) Determinasao dos angulos yx € yy através dos dngulos y, de x (figura 2.19). Sejam os Angulos y— 109, A= 20° © x = 60°. Determinagdo de yz: Une-se o ponto 20° A esquerda do nomograma (na partg inferior) ao ponto 10° a dircita por meio de uma reta. O ponto Uc cruzamento desta reta com a vertical passando pelo ponto x = 60° nos fornece o angulo lateral de saida ys — —1.5°. Caleulando-se com auxilio da equacao (2.8) obtém-se 0 valor ys = —1,6°. Determinacdo de yx: Une-se © ponto 20° a esquerda do nomograma (na parte superior) ao ponto 10° A direita por meio de uma reta. O ponto Ue cruzamento desta reta com a vertical pasando pelo ponte x = 60° nos fornece © Angulo facial de saida yy = 22°. Calculando-se com auxilio da equagdo (2.9) obtém-se o valor yy = 22°. Angulos ne Para a superficie de folga ou incidéncia tem-se as seguintes relagdes tri- ponométricas: cota = senx. cot a + 60s x. cot oy (2.10) tg A = —cos x. cot ay + sen x. cot ay Qt) cot oy = sen. cota — cos x. ted (2.12) cota, = cosx.cota +senx. ted (2.43) GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM ‘meine hen mem % ®8R Ra eead saw § Sp ts), oe ere 8 4 4 iy 4 37 & + a | fe : Te tt Pe Tl] 2S cons op on 2 | “hee spon nse nee x aad of oetes STEER conyotou SLs hop mL ry ae cannot “Lo "h ones op oeey | poe f— 7 i ps Angulos de saida 7, © 7, 1s30 A 0s wersio dos Angulos de saida y © de Fic, 219 — Nomograma para conve 38 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS, 2.5.2 — Relasdes entre os Gngules efetives ov de trnbotho © oF correspondentes Sngulos da ferromenta Geralmente, nas operagdes de torneamento o Angulo 7 da diregiio efetiva de corte (Angulo da hélice do torneamento) € sempre menor que 2,5° € o Angulo de posi¢éo x € igual ou superior a 45°. Neste caso valem as relagées aproximadas axa47 244) y=r—7 (2.15) Para © Angulo de inclinagio 4 tem-se a equagio {A= Uy de + tL. COS X (2.16) Em operagées de roseamento com passo grande, onde 7 > 3,5°, devem ser empregadas formulas mais rigorosas que as equagdes (2.14) © (2.15). © estudo das relagdes entre os angulos de um sistema de. referéncia com ‘os correspondentes fngulos noutro sistema de referéneia foi realizado por H. Daag [13]. Para tanto, éste autor empregou um processo vetorial original, chegando aos resultados: tga + (gy (Ig. IBA. Cos X —Sen X) eT emtea-teh senx teh cong ees OI? ey wey n on er eh oo ee Cc 2.18) te de (eh te 6089) (2.49) onde C = yl + 2tgy. tgh. cosy. (2.20) Para 7 < 11%, [A] < |#15°| © x2 45° tem-se as relagdes apro- ximadas: tga — gq. senx teu ee 2.21 Be = Tip (tga cosy + ha. sen x) Ace wy + wm. senX Ea T+ tay (3tgh. cos x — te y- sen x) tg de & 1g A — tg. COB X, (2.23) Para x préximo de 90° tem-se Bye (2.22) TABELA IL Condigées de torneamente com mete! dure pera dilerenter matertels, iAdoptusde de tobela du VDI 2335 [1 CONDICOES DE CORTE MATERIAL Seino dr roe 7s EF inte sora A meroaree GRE frase ecictin | Ride | S| AR Naat Rain 08 yy Aon TOY egy |. Arto or eri eB a) So ie ieee : re — Cotuna 1 a C ‘ mola "g “ ” Aen € ue fandido! [Aco somum de com: os ok Pin RM 8 eich mecknies [saammmmos ee mann) aes a Fan K a9 asa eR PKR ae ate Pas Pa Ace te ween | is rie Ge P30 Par >m 31s Pa Pat Ps Reo cetbon ara fer o trite 4 Det) [te er Ste | Colura 1 TABELA IL Condisées de torneemento com metal dure pera diferentes materiais (continvaséo) “acon de fecramenia ‘Ayes. tan oe fers [aso wean [noon tees je fanaiot ewl si el —|o lem mei ¢|—le [pau M20, pao Pas! «0 TABELA IL1 + Condliséer de torneamente com metal duro para diferentes meterials (contlaveréo) wel Gamat | of 8 [ace siverato * +e 3 lee i is ' : lace nied Vag "a ame tan sel I Jaco manemés 12 «| feet de Ma Sos i we 8 12 benetiindo eben 29 ace ‘Sima 8s onsavicoes 4 Nojtemenmenia de asos © soa fucdon, com verdes de come <5 .tmmct ay atesins cortanee devetho ser afindss com culo erect | EA ee ieee Pee eas Ame eS 4 Em ction expect prscpsinetie em wlecdadet Sb deveie war ical dard oy por KiD ov K20 Esta observacdo 6 vilise pera porate maven en, Wangs Se ("2 . . ‘Araacor soa ‘elm volta eves vr evitcos fonservasho vida apenas park oF materiale dat Usnas #10 ¢ 118 VABELA 1 Zondiges de fornenmente cam met duro para diferentes: PARA TODAS AS CONDICOES DE CORTE Matertat Serbo de conte eee a atest I “tend 4 a ne Espeeitteaciey Duresa ale, de | Aromee 6] Feeramenie ‘Gam Colne ? 2 3 4 ‘ = — eee - i a ole cinzento — Kojo moleel — Fofer branco ‘ato eterno comum [HB Kw , oon xs/mmt ky 8 lec ~ on R20 ku \Eoto cinzenco comum [MB 170 ate| 08 wos ta [0 te ae G6 30 ws clei tame 6 20 w Vs 1D ee i Fote sweats tina | WR asima | Kes i: te 20/9 kab | sim |e Kio |s0 KW 4 ee ease 1 ota maleevet branco | HB 1x8 | 0s 1 ctw me 40 ‘ a kaya 6 Foto maicivel préw | HB 120 | 05 1» St ae wo | 7 lFoto wasuar ooo | MB as | ¢ Be até GGG 7 ste 280 Foto teense swore |_0s i esate | = Cobre ¢ teas de cobre come uaa | 1 [hae mote : 20 Brome veeretho TABELA ILI Condigées de torneamanta com metal dure pare diferentes moteriais (continung: No] ome D athe 20 | Bronze wie 200-2 te | me} o ‘ky/eomt | * = e Metas tees ieee wo we co! i s 32 |Ligas de AI matesveis | kg/mm! § ————g-| K20 Wo) ae Kite ae rngneio ca luisas ae stuminio Hm 60 os oa |Kw Maly, 2 sea [3 ux, Kw 1% treme | & we a ele i ASHE i lisse de Atuisto a3 x4 com wor S13 19% o | i Lips de uluminio > : os 2 fomaes wor oie] e TEEeeEeEeed eee i Materes vnticos Resinws sintticas (d| los ko kes} w | 6 | o na poaticen Rectan} 3 Kio” es) eo fice comin, é Kio raputaces ow tametores |Ptisticos de polimerice eo Gerinoptdticus) Matertas sineticos 28 |precssdos x10 Fiben vulcenieady 4 PUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS MPTAIS. TABELA IL} Condisées de ment com metal dura pura diferentes m ia (continuasao} Representagdo dos dngulos @ dos chanfros Agzi Simm [| cehantra chantro positive | negative Corte AB ea y+n Das relagdes (2.18), (2.19) © (2.20) obtém-se as formulas priticas tg A= te he + tg. C08 x (2.16) tear + 129 (Ig ae tg A cos x + sen x’ ieee Be bE D (1B ee «1B x + sen x) (2.24) l= tga. ten. seny tw ye + ten (te Ye 1B A. Cos x — sen x) ages wy VH py tem sen x Exempla 1 Deseja-se usinue uma rdsca trapezoidst (DIN 103), de difmetro 40 mm © passo Tmni em aco ABNT 1065, empregando-se uma Unica ferramenta, com pastitia de metal duro, Determinar os angulos da ferramenta. GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 45 Selugio Pela tabela U4 tem-se para usinagem em ago de construgdo, com ov = 50 170 kg/mm®, corte rigido sem interrupcdo, os seguintes Angulos de trabalho (fig. 2.20) — Avesta lateral 2 *Feveomeato Fic, 2.20 — Fsquema da rdscu © da ferramenta empregada na sua execrcie. Angulo de folga do chanfro «x, vie 80 Angulo de folga ay : =P dngulo de saida ye 2.0.0... coe = 20 mgulo de saida do chanfro Yee... ........ = 3° Angulo de inclinagio A. see eae Tratundo-se de usinagem de résca trapezoidal com uma tinica ferramenta. emprega-se geralmente (para ndo haver deformacao do perfil da rdsca) y= ¢ A= 0%. Logo, deve-se calcular somente os Angulos de folga da ferramenta, + © pussivel executie ferramentay de eowcamento com 7 ¢ 4 diferentes de rer9, porém, a forme ue Vferramenta deve oer ealculeda ‘Ge manta que Gy eftay de. perfil esiejem Gentian dae Tolerkineias espesifiadin. pelas. norms “Oubetion dos exemple nuimérisos na eitadoe sommeate pace mowiur” Sousréy. cas formula de "vorwersio. dos. kegulon 46 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Pela norma DIN 103 de rdscas trapezoidais tem-se os seguintes dados (fig. 2.18): didmetro nominal (maior) ........... d = 40mm dimetro menor .. 6. eee eee ee dy = 32,5mm diametro efetivo ........ 6.5m PASSO ccc eee 7mm © Angulo da ditegéo efetiva de corte (§ 1.6.3) sera: 7 57 0.06108. y= 3,58 ope Bn hk @S Logo, para a aresta principal de corte tem-se X= 75° = 35° Me = 5° y= 0; A= 0. Aplicando-se a f6rmula 2. folga, resulta, para para o chanfro da superficie principal de tg ae + tgp. sen yx To tae te. sen x tg5 + 1g3,5. sen 75 T—tg5. 1235. sen 75 tg ae tga = 0.1473 a, = 85° Pela formula (2.14) chega-se neste caso ao mesmo valor: S435 = 85° & Met Yo. Ae © Angulo de folga da aresta principsl poderé ser admitido, somando-se 2° 40 Angulo de folga do chanfro: a= ae t+2 a= 85 +2 = 105°, Para a aresta lateral de corte 2, a direita da ferramenta (fig. 2.19), tem-se andlogamente: Oe 22 ee — aie 5 3S = 15° Oh & Oe +2 a 1S $2535" GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE OAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 47 Quadra dos resultados [sem tert | tr tural 2 Angulo de foie, Aaaulo de folga ‘0 chanivo Angulo de sida Angle de tneli- co Onseasagio: De acéio com esa solugéy ov dngulos cletiwos de ssida y, ¢ 74, 8 valdven 7, 043.5% 9/0 —33°. Outre solugéo consistiris em inetiner a feeramenta, de um Angie = 3.8% Nese caso et forma da feeraments deverie ser covtgis para cvitar a deformagio do perfil da tOven (vide fScrmalas corretivas em aionuain de iecastogier Exemple 2 Na construcio de uma prensa de fricgdo, de capacidade de 250 toneladas. empregou-se um parafuso com rosca dente de serra (norma DIN-315) de caracteristicas: diametro nominal (maior). - d = 200mm didmetro menor ........ 2. d= 144,462mm didmetro efetivo . ceceeeees de = 178,179mm Passo ceseeeeeeees p = 3.32 = 96mm (3 entradas) Material do parafuso ..-......... ago ABNT 1045 metal duro P40 e P30, Para a exeeugdo da rdsca do parafuso empregou-se uma ferramenta de sangramento, uma ferramenta de desbaste acabamento da superficie incli- nada de 30° © uma ferramenta de acabamento da superficie inclinada de 3° (figs. 2.21a, b c ¢). Determinar os angulos das ferramentas, Material da ferramenta Solugao Pela tabela ILI tem-se os angulos: angulo de folga do chanfro ........... cee se $0 Angulo de folga 0... 6. cece te 7 Angulo de saida do chanfro , Yo 30 Angulo de safda ... 2... Angulo a8 NDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAlS a ” 8 Fic. 2.2) — Faquema da rOsea ¢ das ferramentas empregadas na sus exect Para as ferramentas a 2 ¢ a determinagao dos angulos da ferramenta ¢ imediata, pois x = 90° 87° respectivamente; 0s resultados encontram-se na tabela que se segue. Vejamos o caleulo dos angulos da ferramenta & utilizada para desbaste ¢ acabamemo, com Angulo de posicao x = 60°. A rasca sendo de trés entradas, 0 Angulo 7 da diregio efetiva de corte vale: _3ep 3.32 ease a. 178,2 =ONTIS 2. y= 9.89 © Angulo de inclinagao da ferramenta sera* Zh= We + 1B H- COSY IgA = —tg 4° + tg 9,8. cos 60 igr= 0.0158 A= 09° (© Angulo de folya do chanfra da aresta principal serd de acérdv com a formula (2.24) 8 Oe 18 7 (1B ata t2 A608 + Sem xX) wax Bo T= t@ ove. te .8cn x 25 +1298. (tg 5.tg 0.9 cos 60 + sen 60 Se T— 5129.8. sen 6 +A doformugis na superficie inctiaada Ua rica, causada peTn usinagem comm fercamenta We éngulo OS fotSvao oterece gustquer problem, poly esia superficie do paratuso do. webslha quand 2 renee saté san carga. Exiig ure cetio! jogo entre © parsfuso € 9 pores GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 49 Pela {6rmula (2.25) tem-se para o Angulo de saida do chanfro da aresta principal tg Yeo + 12 (3.1 Yoo. Ig A. cos X —Sen x) 1+ tg ¥e. 1g 9-sen x. tg 3+ tg 9,8 (3.1g 3.12 0,9. cos 60 — sen 60) 1} tg3.1g9,8.sen 60 tg ye tere yo = 5,30. Para o fingulo y tem-se andlogamente ty = BIZA 29.8 B-t8 12.14 0,9.c08 60 — sen 60) TF tg 12.tg9,8-sen 60 © quadro que se segue da os resultados finais. 3,69. Quadro dos singutos das ferramentas X=909 (Jerr piaangrar) Anuwio de tals Angulo Ye folga do chante Anguo de saida Angulo de said do chants Angulo Je iaslt- Angols tateial oe flee do chas Angulo laevat de | aida 1 No fal rio, ma superticie dk nica da fertamenta_¢ em vide a operacie ver de acabamento e para nao exfraguecet a fecramentas 2) Uhiteae, Ae u® nore nit Seformat suredicie de waboltio do paraiusa., 3) A'patte. anterior da fecramesta e Jol imelinnga Sum mio’ = 946" Ge “alow acta dem str avedandados 3 nimeros inion €6° Putt 2.6 — ANGULOS DA FERRAMENTA SEGUNDO AS NORMAS AMERICANAS A Comissiio Técnica n.° 2 do grupo BS da ASA, que claborou em 1950 a norma sdbre Ferramentas de barra ¢ seus supories [3], foi posterior- 50 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS mente em 1955 subdividids em trés subcomissoes. para tratar dos seguintes assuntos Comissaa TC-14 — “Bits” ¢ seus suportes Comissdo TC-15 — Pastithas ¢ ferramemas de metal duro Comissao TC-16 As comissées TC 14 © 15 ja elaboraram respectivamente as normas ASA B5.29 — 1959 [15] ¢ ASA BS.36 de 1957 [16]. as quais serao transcritas no segundo volume déste trabalho. Nomenclatara de jerramentus de barre 2.6.1 — Anguios da terramente Segundo a norma ASA BS.22 de 1950 tém-se os segui ferramentas: ws Angulos das 1) Tool-holder angle “Fo Angulo entre o plano de assentamento do “bit” no suporte ¢ 0 plano de base do suporte.” (figura 2.22.) 2) Shank angie “E 0 Angulo entre © eixo da porgdo anterior c © cixo da porsdo posterior (ou cabo) da fersamenta.” (figura 2.23,) 3) Back rake angle “Eo ngulo entre a superficie de saida ¢ a reta paralela a base do cabo ou do suporte, medido num plano paralelo 20 cixo da porgio anterior da ferramenta e perpendicular a base. E positive quando a aresta cortante estiver inclinada para baixo, a partir da ponta em direc3o ao cabo.” (figuras 2.22 ¢ 2.24.) OpssRvagio: Conforme se constata nos desenhos da norma ASA B9.36 de 1957 sobre Pastithas ¢ ferramentas de metal duro, 0 plano de medida Bara a medigio do back rake angle foi alterado, passando a set paratelo & aresta principal de corte e perpendicular 2 base da ferramenta (figura constata também no Tool Engineers Handbook [17 © 18]: enquanto a defini¢do back rake angle na edigao de 1949 tinh a redagéo acima (baseada no projeto da aorma ASA B5.22), na edi¢do de 1959 a redagio desta definigde apresenta a nova posigdo do plano de medida (paralelo & aresta principal de corte). Desta forma éste Angulo equivale ao dngudo de inclinacdo X da ferramenta, definido pela norma DIN 658i 4) Side rake angle “Bo Angulo entre a superficie de saida ¢ uma reta paralela & base da fetramenta. E medido mum plano perpendicular & base ¢ perpendicular 40 cixo da porcéo anterior da ferramenta (figuras 2,22 ¢ 2.24)," GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM SI od cana ada 8, Site tone ene we fe ne cing ge ange Sn ety Cae ange Nine cosy Fig, 222 — Angulos © designagies da ferramenta seguado # norma ASA 85,22 de 1950 (3) “Para facilitar a afiagdo 0 rake angle pode ser medido num plano perpen dicular @ aresta principal e lateral de corte, recebendo as denominagdes normal side rake © normal back rake engle,” (figura 2.24.) 52 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS OpseRvacio: Conforme se constata na norma ASA BS.36, 0 normal side rake angie recede atualmente a denominacdo de side rake angle (figura 2.25). Verifica-se porém que éstz angule ¢ medido num plano normal 3 base da ferramenta e perpendicular 4 projegao da aresta principal de corte sébre 0 plano da base da ferramenta: equivale portanto ao Angulo de saida da ferramenta, segundo a norma DIN 6581 4 ol holder / Tos holder / Lwochined surface / Entering angle Side cutting edge angie Shank ZL ole ~~ Fntecing orgie 90° Ne Fond Setting — Work \ ‘angie surface \ “Machined surtoce Fi, 2.23 — Angules da ferramenta © designagées segundo 2 norma ASA BS5.22 dé 1950 (3) 5) Side reliej angie “© Angulo entre a porgdo da superficie principal de folga, imediatamente abaixo da aresta de corte, e uma reta passando pela aresta de corte, per- pendicular @ base da ferramenta ou suporte. E medido num plano normal GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 533 [Pere atone oe Tow vise lee caren “ son nie , " ens etigt ocmat ond rel Neemel ora caren Lent ceorance ais nites en me Soe “ee on my Fe op vie ‘ae cate Porat beck rake va sit ee er alt Normal sige rebat =

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