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_ SOIVSNG Norse o. fot SUMARIO se net mao John Dryden, 143 a ass William Blake, 161, |Salad tect cma tm Swinbure como poets, 168, were Span Er, Tarameneuit a 1 Emin ins Sai, Ia, 8-1, Th, [As Ponsées de Pascal, 169 Baudelaire, 207 ‘Amold e Pater, 222, Notas, 238 consent eae asa INTRODUGAG (1942, The class andthe mano ters (1942), Reunion ‘by deracon (194), Wht ra classi? (84), On oes 094, Miton (194), Notes towands the dein ofeee ‘ue (9) Poy and rama (98, The rons ‘kam (1930), Essays on pos and poet 98 Coors Herbert (196), Knowledge and experienc inthe Ps ots OF FH. Braiey (1968) To etc the ene 90 Rio, agosto de 1989 36 TRADICAO E TALENTO INDIVIDUAL 1 ‘0s textos ingless & raro falarmos de tradigdo, embo- ‘a ocasionalmenté ulizemos essa palavra para lamen- tar a sua auséncia, Nio sabemos nos refrir A “tral” ova “uma tradigto"; quando muito, empregamos oadie- tivo pata dizer que a pocsia de fulano & “tradicional” ou ‘mesmo “muito tradicional”. palavra 56 ocoretalver ramente, exceto numa frase de censura. Ao contrério, ela évagamente aprobatéria se envolver, como no caso de um luabalho reconhecigo, alguma deetosa reconstrucdo ar- ‘qucoldgica Edifell tormarmos a palavra agradével aos ou- vidos ingleses sem essa cdmoda referencia tranguilizado. ra citncia da arqueologia ‘Com toda certers, a palavra ndo costuma aparece em nosas epreciagbes de escritores vives ou mortos. Cada na- ‘to, cada raga, tem ndo apenas sua tendtociacriadora, mas {também sua tendéncia critica de pensar; e etd também mais athens falhas eimitagdes de seus hibitoscrlticos do que As de seu g2nio criador- Conhecemos, ou supomos conhe- ce, @ partir da Volumosa massa de textos erteos que sut- fram em lingua francesa, 0 método ou hibito eitico dot Franceses; consluimos apenas (somos, portanto, pessoas in conscientes) que franceses so “nai eiticos” do que Gs: &svezes até nos envzidecemos deste fato, como se ” TRADICAO E ‘9s francesesfossem menos espontneos,Talvzo seam; mas «abe lembrar que a ertea€ 180 inevitével quanto o ato de respirar, e que no estarlames em piores condigées pelo fa to dearticalarmes o que se engendra em nossas ments quan do lemos um livre ele nor emocions, por ertcarmos a8 nossas proprias mentes em sua taefa de crtcar. Um dos aos capazes de vr a luz nese process € nossa tendéncia em insistir, quando eloglamos um poeta sobre os aspectos de sua obra nos quais ele menos se assemelha a quaiquer outro, Em tas aspectos ou techos de'sua obra pretende- ‘os encontrar 0 que ¢ individual, o que éaessncia pecu- liar do homer. Salientamos com satisfagdo a dferenga que ‘© separa posticamente de seus antecessores, em especial os ‘mais péximos; empeahamo-nos em descobi algo que pos- ‘ase tolado para assim nos deleitar. Ao contrério, se n0s aproximarmos de um poeta sem esse preconceit, podere- mos amide descobrir que alo apenas o melhor mas tam bém as passagens mais individuals de sua obra podem ser squelas em que os poetas morte, seus ancestras, revelam ‘mais vigorosamente sua imortaidade. E nao me refiro a ép0- «a influencivel da adolescEncia, mas ao periodo de plena ‘maturidade. “Todavia, sea nica forma detradiclo, de legado & ge apao Segunte,consiste em seguir os caminhos da gerae20 Jmediatamente anterior & nossa gragas a uma timida e cog aderéncin a seus Exitos, a “tradigio" deve ser positiramente ‘esetimolade,J&vimos muitascorrentessemelhanes se per rem nas areas; e & novidade é melhor do que s repeti- #0. A tradicdo implica um significado muito mais amplo. Ela no pode ser herdada, e se alguem a desta, deve conquist-la através de um grande esforgo Ela cavolve, em primeizo lugar, o sentido histrico, que podemos conside- ‘ar quase ingispensivel a alguem ave pretenda continuar 38 TALENTO INDIVIDUAL poeta depois dos vince e cinco anes: €o sentido histérico implica a percepso, ndo apenas da eaducidade do passa do, mas de sua presenca; 0 sentido histrico leva um ho- sem a escever nao somente com a pr6pria geracto a que pettenceem seus oss0s, mas com um sentimento de queto- da iteraura europea desde Homero ¢,nsla inclulda,t0- da a fiteatura de seu proprio pais tm uma existéncia si. ‘ultfnea econstituem uma ordem simultnes, Ese senti- do histérico, que €0 sentido tanta do ateroporal quanto do temporal edo stemporal edo temporal reunidos, € que torna ‘um esritor tradicional. E €iss0 que, a0 mesmo tempo, faz ‘com que um escrtor se torne mais agudamente consiente ese lugar no tempo, de sua prdpria contemporancidade. ‘Nenhum poeta, nenhum artista, tem sua signifiarto completa sozinho. Seu significado ea apreciaeao que dele fazzmos consituem a apresagdo de sua relagdo com os por- tas eos artistas mortos. Nao se pode esti loom i € pre civo situ, para contraste comparacdo, entre of moe {s. Entendo iso como um principio de esttica, ndo ape- as histrica, mas no sentido critio. E necessrio que ele ‘ejaharménico, coer, endo unilateral; o que ovorre quando luma nova obra de art aparece ¢, is vezes, © que acerre smalteneamente com relagao a todas as obras de arte que a precedem. Os monumentos exstentesformam uma ordem ideal entre si, e eta 86 se modifica pelo aparecimento de uma nova (Fealmente nova) obra etre eles. A ordem exis teate écomplet antes que a nova obra apareca: para quea ‘ordem persisia apés a introducto da novidade, a totaida de daordem existent deve se, se jamais 0 foi veque leve- mente lteada: e dese modo as telapbes, roporgdes, v2 loves de cada obra de arte rumo ao todo slo teajustador, «cai reside a harmonia entre o antigo eo novo, Quem quer que haja aeeto ess ideia de ordem, da forma da literatura » TRADICAO E ‘europa ou ingles, no julgard absurd que o pasado eva Ser moditicado pelo presente tanto quanto o presente ext jw orientado pelo passado. F 9 poeta que diss est cente ‘erd conseitoca de grandes difculdades e responsabilida. aes, ‘Num sentido peculiar, terd ele também a consciéncia 4e que deve inevitavelmente sr julgado pelos padres €o passado. Eu disse julgado, ndo amputado, por eles ule do nfo pare se: 140 bom quanto, ou plor ou melhor do que (© morto; e decerto no julgado pelos énones de eriivos mortos, Trata-se de um julgamerto, uma comparagio, na ‘Qual duas cosas sto medidas por cada uma delas. Estar ape ‘as em harmonia poderia significar que a nova obra no cativesie de modo algum realmente em harmonie; ela m0 seria nova e, por isso, no seia uma obra de art, Endo ‘queremos em absoluts dizer que o nova é mais valioso por ‘Que se ajusta a essa harmonia; mat este ajste & um teste de seu valor — un teste, € verde, que s6 pode ser lenta ‘ecauteiosamenteaplicado, pois nenhum de nds juz inte live em matéria do que esté ou nfo em conformidade, Di- ~zemos: Isso parece estar de acordo, ¢&talvez individual, ‘ou parece individual, e pode estar de acordo; mas pro ‘velmente nos serd dificil se se trata de uma cosa, e n80 de Procedamos a uma exposigio mais intlgivel sobre a Felago entre o poeta eo passido: ele nfo deve tomar 0 pas. sado por uma massa, um minga indiscriminado, ner con- cxbé-lo ineiramente a partir de uma ou duas admiragoes Partculares, nem organizé-lototalmeate com base nur pe- ‘odo de sua preferéncia. O primeiro caminho ¢ inadmiss- segundo, uma importante experiencia da juventude; 0 terceiro, uma prazerosae altamente desejével comple: ‘mentagio. © poeta deve estar extremamente cBncio da ” principal cosrente, que de modo algum ful invariavelmen- te através das mais altasreputages. Deve estar absoluta- mente stent para.o bviofato de que em art nunca s per- feigoa, mas de que o material da arte jamais ¢inteiramente ‘o mesmo, Deve estar cOnscio de que @ mentalidade eurc- péia— 2 mentalidade de nosso pals —, uma mentalidade ‘que cle aprende com 0 tempo ser muito mais importante o que sua propria mente particular, uma mentalidade que muda, ede que essa mudanca € um desenvolvimento que ‘pada abandona en route, que ndo aposenta nem Shakes- peare nem Homero, nem os desenhos rupesires do atsta ‘agdaleniano.E que este desenvolvimento — talvez um re finamento, ecerto uma complexidade — nfo constitu, do Ponto de vista do artist, nenhum aperfeicoamento. Tal- vex nem mesmo um aperfelgoamento do &ngulo do psicd- logo ou no ambito que imaginames; taver apenas numa {ase tardia, devido a complicagSes em economia © maqu tio. Mas a dferenga entre o presente eo pastado & que ‘presente conscente constitu de certo modo uma consién- cia do passado, num sentido e numa extensdo que a cons- clénsia que o passade tem de si mesmo néo pode revel. "Or ecritares morte est dstants de ‘6s porque conhecemas muito mais do que eles conhece- ram", Exatamente, ¢ so eles aquilo que conhecemo. Estou cbnscio de uma objegao habitual dquilo que ci ramente faz parte de meu programa para o méfier da poe Sia. A objerdo & que a doutrina requer uma ridicula soma e erudicto (pedantria),alegacdo que pode ser rejeiada se revorrermos is vidas de poetas em qualquer pante. I~ soequivaleria a afirmar que uma grande cultura debilta 1 pervert a sensibildade podtica. Enquanto, porém, persis: tirmos em acreditar que um poeta deve saber tanto quanto © exjam os limites de sua necessria receptividade ou ne- TRADICAO E cessriaindolénca, nio ser desejdvlrestringir o cones ‘mento # tudo quanto posea ser posto sob forma provitosa de pesquisa, recep, ou Sab os ainda mais pretensiosor ‘modelos publcsrios. Shakespeare adquiiu mais nogdes be scas de histria nos textos de Plutarco do que a maioria dos homens poderia ter adquiido em todo o Museu Briti- nico. © fundamental consiste em insistir que o poeta deva desenvolver ou busear a conscéncia do pasado e que pos si continuar a desenvol\-a a longo de toda a sua careira (© que ocorre ¢ uma continua entega de mesmo, tl como se & num dado momento, a algo que se revela mais valios. A evolupio de um artista é um contiauo auto sscrifci, uma continua extingzo da personalidade. Resta aqui definir esse processo de despersonalizaco «sua relapdo com o sentido da tradigdo. E nessa desperso- nalizagdo que a arte pode ser vista como préima da cond ‘Ho de cincia. Convido-o, poranto, a consderer, através ‘de uma sugestiva analogi,&reagdo que se desencadea quan- do uma paticula de patna finamenteincorporada ¢inco- duzida numa cimara contend oxignioediido de eaxore. 1 A.cctea honesta a avalingo sensivel diigem-se, nto ‘4 poeta, mas a poesia. Senos dispusermo & ouvir os con. fusosclamores vindos dos erticos de jornais eo cochichos 4e reiteragdo popular que se seguem, ouviremos 0s nomes de uma grande quantidade de poctas; se procurarmios, 80 © conhecimento dos almanaques, mas 0 prazer da poe «eperguntarmos por um poems, raramente o encontraremos, ‘Tente ressltar a importancia da relagdo entre determina do poema c outros de autores diferentes, e suger a concep- TALENTO INDIVIDUAL Ho da poesia como tum conjuato vivido de toda a poesia Ji escrta até hoje O outro aspect dessa teoriaimpessoal dda poesia etd na flapdo do peema com 0 seu autor. Ein- ‘intel, por uma andlogis, que a mente do poeta maduro flifere da mente do imaturo nao exatamente em nennuma valorizagio da “personalidade”,ndo por ser necessriamen- te mais interessante, ou porter “mais a dizer", mas antes por constitu um mio mas finamente eperfeigoado em que Sertimentos especiais, ou muito variados, esto Hives para partcipar de novas combinabes. ‘A analog fo a do catalisador. Quando os dois gases anteriormente rofeidos so misturados em presenya de umn filamento de patna, eles formam dco sulfirico. Essa com- binagdo #6 ocorze sea patina estiver presente; todavia, 0 ‘novo écido formado nzo contém qualguer inicio de pat- na, ela mesma parentemente no éafetada, permanecendo inert, neutra. inaltereda. A monte do poe'a #0 fragmen- to de platina. Ela pode, parcial ou exclusivamente, atuar sobre a experincia do proprio homem, mas, quanto mais ereio foro artista, mas interamente separadoestarénele ‘Shomem que sofre ca mente que cra; e com maior perfe- ‘fo saberda mente digeriretransfigurar as paixbes que Ihe Server de matéra-prima 'Na experiencia, perceber-se, os elementos que atuam ‘em presenga do catalsador tansfigurante sto de duas e- péses: emogSes e sentimentos. Oefeto de uma obra de at- fe sobre a possoa que dla desruta é uma experiencia dis- tint em espcie de qualquer outra que nao pertenga ao cam po da are, Ela pode ser formada a partir de uma emosio, ‘ou resultar de combinagdo de muias; evrios sentimentos, Inerentes para um etritor a palavras, frases ou imagens, podem ser scretcentades pare compor 0 resultado final. Ou {bprande poesia pode ser escrta sem o emprego direto de “ TRADICAO E cemogdcs, seam clas quas forem, isto, composta sem qual- ‘er recurso aos sentimentos. O Canto XV do Inferno (Bru- eto Latin) constitui uma gradual sscensio da emocio cevidente no contexto; mas 0 efito, embora nico, como ‘© de qualquer obra de arte, &obtido por considerével com plexidade de dtalhe. Altima quadra dé uma imagers, umn Sentimento incorporado a uma imagem, que “ven, que ‘io se desenvoive simplesmente a partir da situagdo Que a recede, mas que provavelment se encontrava suspensa na ‘mente do pocta até que a propria combinacao suis pa- a ela ser acresentad também por si mesma. A mente do poeta € de fato um receptacle destinado capturar ¢ ‘armazenar um sem-nimero de entimentos, frees, imagens, ‘que ali permanecem até que todas as partiulascapazes de ‘¢unir para formar um novo compost estejam presentes Juntas. ‘Se alguém compararvirias imagens represetatvas da Poesia mals elevada, veré como é grande a variedade dos Yipos de combinagto, e também como se apaga por com pleto a mares de qualquer critério semi-tico de “sublimi dade”. Por isso, o que conta ndo éa “grandea inten. sida, das emooSes, dos componentes, mas aintensidade do procestoanistico, a presto, por asim dier, soba qual corte a fusdo. O epiédio de Paolo ¢ Francesc utliza uma ‘emogio definida, mas a intensidade da posta & por vezes absolutsmene dstnta de qualquer intensidade na suposia ‘experiencia que ela pode dar aimpeessio de er. Alem dis 40, ela nfo € mais intensa do que no Canto XXVI, a ‘gem de Uiises, que nfo depende diretamente de urna emo- ‘so. E possivel uma grande varedade no proceso de trans ‘mutagdo da emocdo: 0 assasinato de Agamémnon, ou 8 agonia de Otel, proporciona um efeito artsicaaparente- ‘mente mais préximo de um possivel orignal do que as ce- “4 nas de Dante, No Agaménon’, a emosio artistica em verdade tangencia ado espectador de nossos das; em Othe {o, emocto do pr6prio protagoniss. Masa diferenga en- luca arte eo aconteimento & sempre absoluta; a combina- eo que embasa assassinato de Agamemnon &talvez (20 ‘omplexa quanto da viagem de Ulises. Em ambor 0 ca- sos houve uma fuse de elementos. A ode de Keats contem uum muimero de sentimentos que nada tém, em perticular, «ue ver com o do rouxinel, mas que rouxinot — talvet ‘em parte gracas a seu nome atraent,talvez em parte por caus de sun reputapto — serviu para juncar (© ponto de vista que me empeno em atacarrelaciona se talver& teoria metafisica da unidede substancial da al- ‘ma: segundo entendo, 0 que o poeta tem no € uma “per- sonaldade” a ser express, mas um médium particular, que apenas um médium, © nto uma personalidad, no qual impresses e experiéncas se associam em pecullates eines perados caminhos. Impressdes eexperfncias queso im- Portantes para © homem poder no ocupar nenhurn lugar a poesia, eas que se tornam importantes na poesia podem nfo representar quase nada para o homem, para a perso- nalidad, CCitare! uma passagem pouco familiar 0 bastante para ser olhada com viva atene20& hur — ou em meio as revas = dessas observagoes: ‘And now methinks I could e'en chide myself For doating on her beauty, though her death ‘Shall be revenged after no common action. ‘Does the silkworm expend her yellow labours For thee? For thee does she undo herself? Are lordships sold to maintain ladyships For the poor benefit of a bewildering minute? 4s TRADIGAO & Why does yon fellow foify highways, ‘And put his life between the judge’ ips, To refine such a thing — keeps horse and men To beat their valours for her? ..* [esta passagem (como & dbvio se for tomada em seu con: texto) hi uma combinacio de emogdes positives e nega vas: uma fore atrardointensamente drigida a beleza € uma ‘também inenss faseinagio pela fer, que com ela con- trasta e que a desr6i, Esse balango de emoges confltan tes anima a stuagdo dramatica adequada linguagers, mas ssa situagdo € apenas insuficent. Ess é po assim dizer, ‘emocao estrurural, fornecida pelo drama. Mas o efeto tlobal,o tom dominante, édevido ao fato de que um ni ‘mero de sentimentos fatuantes, tendo uma afinidade por ‘ssa emogto que nlo se expres através de qualsquer meios ‘uperficialmenteevidentes, a ela secombinon para nos pro: poreionar uma nova emoyao artistes. ‘Nao € em suas emoySes pessais, as emosbes ind «as por epsédios patiulares em sua vide, que o posta se toma, de algum modo, notavel qu interessante. Suas emo- 8es particulares podem ser simples, ou res, ou rasa. Em Sua porsi, a emo seré algo de muito complexo, mas nfo ‘com a complexidade das emoyées de pessoas que revelam ‘em vida emopdes muito complexascinusuais. Na verdade, Ib um erro de excentrcidade em poesia que deve ser cred tado a busca de novas emozdes humanas a serem expres- “ sas; € nessa busca da novidade em lugares errs aflora ‘operverso, O objetivo do poeta nlo &descobrir novas emo- ‘es, mas uli as eorriquiras, trabalhando-ss no cl- “ado nivel pttico, exprinr sentimentos que nfo se encon- {ram em absoluto nas emogées como tas, F emogSes que tle jamais experiment servirto, por sua ver, tanto quan- {oas que Ihe st familiares. Conseqlentemente, devemos acredtar que “emosio recolhida em tranguilidade”™* & uma férmalaineata, Isso porque nto se rata nem de emo- ‘a nem de recolhimento, como tampouco, sem disiorsao {0 significado, de tranqilidade. Tratase de uma concen- teagdo, eo nove produto resulante da concentragfoexpressa tum imenso nimero de experncia que, para as pessoas pri tics eatvas, poderiam nko ser entendidas de modo algum ‘como experiénces uma concentracdo que no ocorrecons- Clentemente nem resulta de deliberardo. Tai experincias ‘no slo ecolhidat’,e afina ve einem numa atmosfera ‘que somente & “tranqiila” na medida em que consti a ‘pera pesiva de um aconteimento. Naturalmente, esa 80 ‘de modo algum toda a historia. Hé um punhado de coi- fas, nos textos podtices, que devem ser consientes ¢deli- beradas, Na verdade,o mau poeta ¢habitualmenteincons- lente onde deve ser conscient, econscente onde deve ser Inconseiente. Ambos os eros teadem a toriclo “pessoal” [A poesia no € uma liberapao da emogio, mas uma fu dda emogao; nto &« expessio da pessonalidade, mas uma fuga da pervonaidade. Naturalmente, porém, apenas aqe- ler que em personaidade e emogbessabem 0 que significa ‘querer escapar desses cosas a TRADICAO E TALENTO INDIVIDUAL m 5 ae vous ious Basregsy 14 xal arable tor™ Ese ensio se propde a deter-s¢nafrontera da meta fisca ou do miscismo, ea restrngir-s as conclusoes pr ticas de uma pessoa responsive que Se interese por poe sia. Dewviaro interese do poeta para a poesia é um objet vo louvével, pois isso levaria em verdade a uma svaligao ‘mais justa da poesia atual, quer sea boa, quer seja ma. H4 ‘uitas pessoas que apreciam a expressdo de uma emorao sincera em verso, ed um grupo mais seleto de pessoas que podem aprociar a excelénca téenia. Mas muito poucos sa bem quando ocorre ma expresso de significaiva emoxio, ‘emogdo que tem sua vida no poema, ¢ no na historia do Poeta. A emordo da arte €impessoal E 0 poeta ndo pode Aaleansar esa impestoaidade sem enregar-2 le prpro in teiramente& obra que seri concebida, Eno ¢ provével que cle siba o que seréconcebido, a menos que viva naquilo que ndo ¢ apenas 0 presente, mas 0 momento presente do pasado, a menos que esteja consciente, nfo do que estd ‘morto, mas do que agora continua a viv cana ptt sum emp aan nae dee: A FUNGAO DA CRiTICA‘ 1 scrovendo, muitos anos aris, sabe o problema da es 20 entre nove ¢o antigo em art, forsmusi uma con ‘xpeio qual ainda permaneso fel, através de frases que tomo a Hberdade de transcrever, pois 0 presente estuo & uma aplicagao do principio que elas expressam: “Os monumentos existentes formam uma ordem ideal ‘enue si, e esta sé se modifia pelo aparecimento de uma ‘ova (Fealmente nova) obra entre eles. A ordem existente completa antes que a nova obra sparera; para que 2 dem perssta apés a introduio da novidade, a ‘otalidade Ga ordem exstente deve se, se jamais o fol sequerlevemente, alterada; edesse modo as relages, proporsdes, valores de ‘ada obra de arte umo ao todo s80reajustados; ea reside ‘tharmonia entre o antigo e 9 novo. Quem quer que aja fctto eva idéia de ordem, da forma da literatura europea ‘ulnglesa, nao julgardabsurdo que o passado deva ser mo-

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