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GENEROS ORAIS EM SALA DE AULA: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE LiNGUA PORTUGUESA -RELATO DE ATIVIDADES REALIZADAS NO PIBID Fabiana Albina Borges da Silva ffafabyna@hotmail.com Ana Cecilia Cutrim Aragao ana-aragao@hotmail.com ‘Myrian Cristina Cardoso Costa ccemyrian@hotmail. com Fabia Elina Araujo fabiaelinasa@yahoo.com br Manize Barros Rocha Aranha Refletir acerca do uso dos géneros orais em sala de aula como um instrumento de otimizayao do proceso ensino aprendizagem nos leva a uma primeira considerarao que diz respeito a forma como a Lingua Portuguesa esta sendo trabalhada nas escolas. A falta de conhecimento de como se deve trabalhar essa abordagem pela maioria dos professores, que no conseguem dimensionar a sua importéncia para o desenvolvimento de capacidades comunicativas, toma o ensino de lingua portuguesa menos significative, do que ele de fato é. O ensino metalinguistico de Lingua Portuguesa ainda ¢ o que predomina nas salas de aula apesar de ja existir um querer legitimado que propde 0 trabalho interacionista, como vemos nos documentos educacionais (PCNS, PNE), mas infelizmente visualizamos uma pratica descontextualizada desse ensino. Tomando como referéncia essa proposta discutiremos a importéncia do ensino da oralidade nas aulas de Lingua Portuguesa, bem como as metodologias mais adequadas para sua efetividade, Apresentaremos atividades realizadas nas oficinas do Pibid com os géneros orais, seminérios, debates, entrevistas, apresenta;des individuais e em grupo, trabalhos realizados com objetivo de fazer com que o aluno consiga transitar nos diversos contextos comunicativos, saiba se expressar oralmente, tenha postura e saiba realizar selesdes lexicais adequadas para sua fala em diferentes contextos. Por esta razo, precisamos ensinar aos nossos alunos que a lingua nao é estatica, mas maleavel e que isso esta diretamente relacionado as nossas praticas sociais. Para isso, faz-se necessario tratar de duas modalidades que so vistas de maneira dicotdmica no ensino de lingua a modalidade oral e a escrita que podem ¢ devem ser trabalhadas paralelamente em beneficio da aprendizagem do aluno, Desta forma o professor tem a possibilidade de superar esta visio tradicional além de contribuir para o desenvolvimento de competéncias sociais dos seus alunos. Palavras-chave: Ensino, Lingua Portuguesa, Oralidade 1. INTRODUCAO Os Parametros Curriculares do Ensino Médio, (PCNs) nos orientam que 0 ensino de lingua portuguesa deve ressaltar que as linguagens ¢ seus cédigos possuem ‘um caréter histérico, comunicativo e vinculam-se com os aspectos da sociedade. Dessa forma o aluno precisa ter dominio da sua lingua para que possa comunicar-se, participar da vida social, conquistar sua cidadania através do dominio da palavra em todos os seus sentidos. Tendo em vista isso, neste trabalho discoreremos sobre as atividadles realizadas no Pibid de Letras. Iniciaremos apresentando as principais consideragdes sobre os géneros orais e sua presenga no nosso cotidiano, relevancia para o ensino ¢ a metodologia adotada para execupfo de cada atividade, culminando com os resultados apresentados pelos alunos 2. Consideragées sobre os géneros orais e escritos O trabalho com os géneros nao é recente, Desde antiguidade classica ja se discutia sobre esse assunto, os postulados de Platao, Aristoteles, passando por Horacio € Quintiliano, nesse periodo o termo fo ficou presente até o inicio do século XX. Swales apud Marcuschi (1990:33) “género” se referia a géneros literarios e essa concep: nos diz que atualmente essa a noydo de géneros ndo se restringe apenas a literatura segundo ele: “hoje, género facilmente usado para referir uma categoria distintiva de discurso de qualquer tipo, falado ou escrito, com ou sem aspira;es literarias” Atualmente o sentido da palavra géneros tem tomado dimensdes multidisciplinares, engloba 0 texto, discurso, visto da sociedade e preocupa-se com questdes do uso da linguagem em geral. Segundo Marcuschi © tuato dos géneros dic respito no tato da lingua em seu cotiéeno nas mais diversas formas E se adoteimos a posgéo de Cazolyn Miller (1984), podemos d&zex que os gneros sio wma “forma de ago social”. Eles sko um “ettefeto cultwal” importante como parte integrate da extrutura comunicative de rosea sociedade.” (MARCUSCHI, 2008, p 149) Os estudos dos géneros nos mostram como ocorre o fumcionamento da sociedade, cada produgao tanto no nivel oral como escrito possui uma intencionalidade Quando redigimos um artigo, nos pronunciamos em um seminério, estamos nos inserindo em um dominio de ayes de ordem comunicativa que visam atingir um determinado objetivo. O dominio dos diferentes géneros pode levar o aluno a exercitar a reprodu;ao, como também reinventalos por meio do exercicio de praticas de linguagem significativa proporcionadas pela escola. A.completude do trabalho com os géneros deve se pautar em uma abordagem conjunta entre os géneros textuais e orais. Comumente tendemos ver esses géneros de forma dicotémica Os géneros textuais estariam relacionados a textos que encontramos na nossa vida diaria com fungdes sécio comunicativas e que se manifestam de formas diversas, constituindo um sistema aberto, podemos citar entre eles: carta, receita culinaria, lista de compras, resenha, editais, piadas, entre outros. Em contrapartida os géneros orais estariam vinculados a atividades em que se utiliza a fala humana, sendo construidos com a lingua falada contendo caracteristicas dessa modelidade. No ¢ apenas a fala, segundo TRAVAGLIA (2013): Podem ser consideredos gineros orsis temibém aqueles que tém uma versio escrite, mas que tém uma realizagdo priosteriamente oral, usando a voz como suporte. Esteiam neste ees, enue outros géneros teis como: conferéncias, representagio de pegas teatres, telenovelas e filmes que tém um roteizo ou setipt, as notices faladas em telejomeis © no rédio que gerelmente estio prevismente cedigdas, recontos ete (TRAVAGLIA, 2013, p.1) Isto nos mostra como ambos os géneros encontram-se interligados, nao ha como concebe-los de como sistemas linguisticos diversos ao realizacdes de uma gremutica tinica, mas, do ponto de vista semiologico, podem ter pectiisridedes com diferengas bem acentuadas, de tel modo que a escrita nfo representa a fala Portanto, nfo postulamos uma simetria de representagio entze fala ¢ esctite, mas uma relagéo sistémica no aspecto central das articulagées estiitamente linguisticas (MARCUSCHI, 2008, lst) Sendo assim os géneros orais ¢ escritos sempre estardo interligados um servira de suporte para a concretizayao do outro 2.1. Qual a relevancia do uso dos géneros orais na sala de aula? Infelizmente, os géneros orais ndo séo trabalhados com tanta énfase nas salas de aula ao falarmos de géneros textuais. Sera que os géneros orais no so téo importantes quanto os géneros escritos? Pelo contrério, ambos possuem grande relevancia para os estudantes, pois, como afirma Bakhtin (1992), “sem os géneros textuais seria impossivel a comunicagao”. Entretanto, queremos destacar a importancia dos géneros orais, que auxiliam os estudantes a desenvolverem suas competéncias comunicativas por oferecem a estes a oportunidade de se expressar de modo mais dindmic cooperando assim para um dominio maior de suas linguas maternas por inseri-los em situa;des diversas, por vezes complexas, de comunicay&o. Isto solucionaria, em parte, a dificuldade apresentada na seguinte cita;ao Miitos professores queixam-se [.] da diiculdade que grande parte dos tunos tem em patticipa, em tomer a pelea em publico, em discutic problemas com os outros em corroborer ou refuter un posto de vista” Gelnewly & Dotz, 2004, p83) Ao contrario do que muitos pensam, estes géneros nao se reduzem apenas as conversas informais do nosso dia-adia, existem muitos géneros orais formais necessérios a aprendizagem do aluno. Estes géneros mais formais so dificeis de serem adquiridos pelos alunos, por esta razo 0 pouco tempo que é dedicado a eles dentro das salas de aula interfere no desenvolvimento comunicativo dos estudantes. Devemos entéo utilizar os géneros eficientemente dentro de nossas escolas, proporcionando interaro entre os estudantes ¢ a comunicap&o resultante destas para que estes alunos desenvolvam plenamente suas habilidades orais E importante ressaltar que a proposta de trabalhar estes géneros néo cumpriria a mesma tarefa caso trabalhassemos em face deste a escrita formal, pois ao tratar de géneros orais formais néo abordamos a gramética normativa, pretendemos contribuir para a atuardo dos estudantes nas diversas situaydes comunicativas realizadas na modelidade oral Sabemos que 0 ensino de Lingua Portuguesa em nossas escolas esta voltado para aescrita, em seu sentido normativo. Como sera explicito a seguir Hé mais géneros na escrita do que aa fala [..] explicével pela diversidade das ages linguisticas que praticeos die-adia oa aodalidade escrite” (Mezcusei, 2008, p 207) Muitas vezes apresentam-nos a concepgdo de que néo ha a necessidade de trabalhalos, pois os estudantes ja possuem aquele conhecimento, este advindo das experiéncias do aluno enquanto “falante” da lingua De fato, os estudantes possuem conhecimentos acerca da lingua, porém colocar-se perante uma plateia em sua escola ou universidade nao possui o mesmo grau de formalidade ¢ comprometimento com 0 como falar do quando vocé dispée-se a discutir a trama da novela das nove com seus vizinhos. Neste ultimo momento essa transmisséo de ideias e opinides ocorre naturalmente (vernaculo) enquanto que o primeiro momento requer uma preparagao, preocuparao com o que ira transmitir e de que modo e com que palavras o fara necessitando de conhecimentos que sero apreendidos dentro dos géneros textuais orais. Porém, trabalhamos prioritariamente com a escrita formal na sala de aula e esquecemos de apresentar os géneros orais, além disso, nem sequer mencionamos a importéncia que possuem. Algumas pessoas defendem que os géneros orais apenas so utilizados nas turmas da Educayao Basica quando nao ocorre um planejamento prévio do professor, considerando o trabalho com os géneros uma valvula de escape, um sinénimo de “enrola;o” por parte do docente ou em alguns casos, uma total perda de tempo. Segundo o que vimos anteriormente, estas tltimas concepgdes so equivocadas ¢ imprecisas. A seguir, demonstraremos como alguns géneros orais formais, como seminérios e aulas expositivas, podem e esto contribuindo para o desenvolvimento da competéncia comunicativa oral dos alunos do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola publica, localizada no Maranhao 3. Relatos das atividades com géneros orais nas oficinas do Pibid ‘Nas atividades realizadas nas oficinas do subprojeto de Letras do Pibid iniciamos o trabalho com os géneros orais, tendo em vista que essa modalidade ainda ¢ pouco trabalhada na sala de aula, As atividades foram propostas com turmas do primeiro ano do ensino médio, onde trabalhamos com os géneros, seminério, entrevistas exposigées. A primeira atividade desenvolvida foi a elaboragao de um seminério, esse tipo de género por sua oralidade, e para sua concretizayao, ¢ necessério um planejamento ¢ organiza;ao das ideias a partir do tema proposto. O tema dos seminérios foi A vida e obra dos escritores maranhenses. Foram elaborados roteiros com os passos para a pesquisa, biografia do autor, informa;Ses sobre suas obras com exemplifica;tes e exposigdes das informardes obtidas ‘A segunda atividade realizada se constituia na elaborago de uma entrevista em forma de video com a temética Girias, um saber linguistic que faz pate do contexto social dos alunos, facilitando a coleta dos dados. Previamente, organizou-se esta atividade como uma pesquisa de campo sem a utilizaggo de midias, pois buscava-se retratar apenas o uso das variantes. Foi apresentado aos estudantes um exemplo desse tipo de pesquisa e em seguida, os alunos fizeram sua propria pesquisa, onde distribuidos em equipes compostas de cinco membros selecionaram qual grupo social seria 0 objeto de estudo, elaborando posteriormente uma dissertayao a respeito deste © expondo suas ideias oralmente em um seminério, Obtivemos um resultado bastante significative, isto nos levou a organizer esta segunda atividade acerca do mesmo tema, Os alunos com seus alvos definidos, iniciaram com a elaborapo das perguntas, uma parte importante para execugao de uma entrevista. Apresentamos aos alunos as caracteristicas de uma entrevista como o entrevistador deve se posicionar interagir com os entrevistados, ter simpatia, persuasdo para conseguir seus objetivos Apés esses passos, os alunos se reuniram para realizar as entrevistas e expé-las para os demais grupos, nessa atividade alcangamos resultados satisfatérios, pois conseguimos relacionar uso das midias, contetide curricular e 0 género oral de exposigo, mostrando como ¢ possivel fazer um trabalho conjunto com modelidades diferentes da lingua Outro tema explorado em nossa sala de aula foi a Mitologia. Os alunos, ainda organizados em grupos, escolheram qual o deus ou a deusa trabalhariam. Apés isto, fizeram pesquisas em diferentes midias, utilizando os resultados obtidos como base para a produ;ao de dissertapdes acerca dos deuses. O segundo passo foi a discusséo das ideias entre os estudantes com a patticipago de todos os grupos, esta discusséo era oriunda da apresentagdo dos seminérios de cada equipe. As pesquisas incentivaram nossos estudantes a debater os temas com colegas e orientadores, possibilitando assim ‘um interessante debate de proposisGes, tormando o trabalho atrativo e significative A atividade seguinte teve como tema o género textual cartac, porém trabalhado sob a perspectiva do género oral, pois apesar de nfo ser caracterizado como, utilizou-se o cartaz como base para a elaborapfo de um seminario, Os alunos, divididos em grupos, receberam a instrupéo de confeccionar cartazes explicitando algum tema recorrente na escola, alguns dos escolhidos foram o bullying, 0 culto evangélico na escola e 0 uso de drogas, entre outros. Apés a confecedo, partiu-se para a modalidade oral onde os estudantes apresentaram em seminérios todo o conhecimento que possuem acerca dos temas propostos por eles. Assim, promoveram grandes debates acerca dos seus objetos de estudo, principalmente do uso de drogas licitas ¢ ilicitas, cooperando assim para a construpo dos alunos enquanto suyjeitos na sociedade 4. Consideragées Finais Os trabalhos com os géneros orais nos proporcionam uma possiblidade para 0 ensino significative de Lingua Portuguesa, A aprendizagem torna-se significativa quando percebemos a sua utilidade e interferéncia no cotidiano, quando conseguimos utilizala para executar algo, nos comunicar, ou seja, manuseamos com liberdade 0 universo linguistico. Como apresentamos, o géneros no séo entidades apenas de nivel linguistico, esto também no dominio social, como produtos das rela;des humanas ‘Na sala de aula precisamos mostrar aos alunos qual a relevancia de aprender sobre sua lingua materna e desenvolver competéncias importantes para sua formarao pessoal e social. Com as atividades do Pibid pudemos observar como é possivel realizar exercicios dinémicos em conjunto com os professores titulares, seguindo um planejamento e organizapao para execusao das atividades REFERENCIAS BAKHTIN, M. Os géneros do discurso. In ___Estética da criagao verbal. Sao Paulo: Martins Fontes, 1992, p. 277-326 MARCUSCHI, L. A Produgéo textual, andlise de género e compreensio. Séo Paulo Parabola, 2008 MENEZES, L. F. Ensino do género oral na escola: A pratica do seminario. Linguagens & Cidadania, v. 10, p. 1-10, 2008 ROSA A A C. Géneros orais na escola publica: 0 género debate na formacio 010 critica do sujeito. Produyao académica (UFT), v 1, p. 8, SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. Géneros orais e escritos na escola. Tradugdo ¢ organizagdo Roxane Rojo e Glais Sales Cordeiro. Campinas/SP- Mercado de Letras, 2004 TRAVAGLIA, Luis Carlos. Géneros orais - conceituagao e caracterizacao, Anais do SILEL. Volume 3, Numero 1. Uberléndia: EDUFU, 2013

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