Vous êtes sur la page 1sur 30
Propriedades de uma Substancia Pura Consideramos, no capitulo anterior, trés propriedades bem conhecidas de uma sub: taneia: volume especifico, pressao e temperatura, Agora voltaremos nossa atengao para as substancias puras € consideraremos algumas das fases em que uma subs- tancia pura pode existir, o nimero de propriedades independentes que pode Ler e os métodos utilizados na apresentagao das propriedades termodinamicas. © conhecimento do comportamento e das propriedades das substancias ¢ es- sencia] na andlise de dispositivos e sistemas termodinamicos. A central de poténcia a vapor esquematizada na Figura 1.1 eo sistema de propulsio nuclear da Figura 1.3 apresentam processos muito similares, que utilizam a agua como fluido de trabalho, Vapor d'agua a alta pressio ¢ obtido a partir da ebuligao de Agua a alta pressao no gerador de vapor. O vapor é, eno, expandido na turbina, Com pressao mais balxa, a ‘gua perde calor no condensador. Passando por uma bomba que eleva sua pressao, a gua segue de volta para o geradlor de vapor. Para atingir as trocas de energia ¢ o flu xo de agua desejado, precisamos conhecer as propriedades da agua ao dimensionar 0s equipamentos, {ais como queimadores, trocadores de calor, turbinas ¢ bombas. Por exemplo, precisamos saber o valor da temperatura de evaporagao da agua na pressio do gerador de vapor e o conhecimento do valor da massa espeeifiea da agua no estado encontrado na secao de descarga do condensador ¢ essencial no dimensio- hamento ca tubulacao que liga o condensador a bomba. Se 0 didmetro dos tubos for muito pequeno, a velocidade do escoamento serd excessiva, causando muito atrito © perda de pressio. Assim, sera necessaria uma bomba mais potente @ havera reducio de produgio de poténcia pela turbina. Ontro exemplo ¢ 0 refrigerador mostrado na Figura 1.6, Nessa aplicagao, precisa- mos de uma substancia que evapore a uma temperatura baixa, digamos -20 °C, absor~ vendo energia do ambiente refrigerado, mantendo-o frio. Na “grade” preta localizada na parte traseira ou na base do refrigerador, o fluido agora quente é resfriado pela passagem de ar ambiente através da grade, Nesse proceso, o fluido € condensado a uma temperatura ligeiramente maior que a do ambiente. Quando um sistema desses 6 projetado, precisamos conhecer as pressdes em que corre esses processos, € as quantidades de energia envolvidas ~ assunto do Capitulo 5. 0 volume ocupado pelo fluido, ou seja, sua massa espeeifica, também deve ser conhecida para calcular o dia- metro dos tubos, pelos mesmos motivos ja explicados para o caso da central de potén- ciaa vapor. O Muido refrigerante deve ser escolhido de modo que a pressao no conden- sador nao seja excessiva, por motivos de seguranga e para diminuir a probabilidade de ocorréncia de vazamentos, ¢ nem tao baixa para que a possibilidade de ocorréncia de contaminagao do fluido refrigerante com ar da atmostera seja minimizada Um iillimo exemplo de um sistema em que € necessdrio o conhecimento das propriedades da substancia é a turbina a gas (a Figura 1.11 mostra o esquema de uma turbina do tipo aerondutico). Nesses sistemas, a substincia de trabalho é unt ee Renee renee eee nT S45 (muito semelhante ao ar) e nao ocorre mudanga de fase. Combustivel e ar sa0 queimados, liberando uma grande quantidade de energia, provocando 0 aqueci mento © consequente expansdo do gas. Precisamos saber 0 quanto o gas aquecido e expandido para analisar o proceso de expansao na turbina e no bocal de descarga do motor a jato. A velocidade do fluido de trabalho deve ser alta no interior da turbina e no bocal de descarga do motor a jato. Essa alta velocidade “em- purra” as palhetas da turbina, produzindo trabalho de eixo, ¢ gera o eMPUXO No Motor a jato necessario para movimentar a aeronave. Esses sao apenas alguns exemplos de sistemas termodindmicos em que uma substancia (o fuido de trabalho) percorre varios processos sofrendo mudan- cas de estado termodinamico e, portanto, alterando suas propriedades. Ao longo do texto, varios outros exemplos serao apresentados. 3.1 A SUBSTANCIA PURA Uma substineia pura é aquela que tem composigao guimica invariavel e homogenea. Pode existir em mais de uma fase, mas a composicao quimica é a mesma em todas as fases. Assim, agua liquida, uma mistura de gua liquida ¢ vapor d’igua ou uma mistura de gelo © gua Ifquida so todas substéncias puras, pois cada fase apresenta a mesma composicao quimica. Por ou- tro lado, uma mistura de ar liquido e gasoso nao 6 uma substancia pura, porque as composigdes das fases Ii- quida e gasosa sao diferentes. As vezes, uma mistura de gases, tal como o ar, 6 considerada como uma substncia pura desde que nao haja mudanca de fase. Rigorosamente falando, isso nao 6 verdade. Como veremos mais adiante, pode-se dizer que uma mistura de gases, tal como o ar, exibe algumas das caracteristicas de uma substancia pura contanto que nao haja mudanga de fase. Neste texto daremos énfase as substdncias sim- ples e comprossiveis. Para essas substancias, os efeitos, de superiicie, magnéticos ¢ elétricas nio sio signifi cativos. Por outro lado, as variagdes de volume, tais como aquelas associadas a expansio de um gas em um cilindro, s40 muito importantes. Entretanto, faremos referéncia a outras substincias nas quais os efeitos de superficie, magnéticos ou elétricos so importan- tes. Chamaremos de sistema compressivel simples aquele que consiste numa substdncia compressivel simples. 3.2 EQUILIBRIO ENTRE FASES VAPOR-LIQUIDA-SOLIDA PARAI UMA SUBSTANCIA PURA Consideremos como sistema 1 kg de égua contida conjunto émbolo-cilindro da Figura 3.la. Suponhat que o émbolo e o peso imponham a pressao de 0,1 MP no sistema e que a temperatura inicial seja igual a 20° A medida que calor é transferido a agua, a temper tura aumenta consideravelmente, o volume espect aumenta ligeiramente e a pressao permanece constat te. Quando a temperatura atinge 99,6 °C, uma trans feréncia adicional de calor implica uma mudanga fase, como indica a Figura 3.1. Ou seja, uma parte iquido se transforma era vapor e, durante esse proves So, a pressao € a temperatura permanecem constant mas 0 volume especifico aumenta consideravelment Quando a tiltima gota de liquido tiver vaporizado, wi transferéneia adicional de ealor resulta num aurnet da temperatura e do volume especifico do vapor, co mostra a Pigura 3.lc. O terme Lemperalura de saturacgao designa a ter peratura em que ocorre a vaporizagio a uma d pressdio. Bssa pressao é chamacda de rossi de sat rage para a dada temperatura, Assim, a pressio saturagdo da agua a 99,6 °C é 0,1 MPa e a temp tura de saturagao da agua a 0,1 MPa & 99,6 °C. Pat uma substincia pura ha uma relagao definitiva entre pressdo de saluragao e a temperatura de saturagao, Figura 3.2 mostra uma curva tipica e que € cham de curva de pressiio de vapor. Vapor diagua } O} Vapor o'équa © Figura 3.1 Mudanca da fase lquida para vapor de uma substance pura pressao constante Temperatura Figura 3.2 Curve de presséo de vapor para uma substéncia pura Se uma substancia existe como liquido na tempe- ratura e pressio de saturagao, ela é chamada de lil! dlp saturacio, Se a temperatura do liquide é mais baixa que @ temperatura de saturaciio para a pressao exis- tente, a substancia é chamada de ligule subrestriado Gignificando que a temperatura é mais baixa que a de saturagdo para a dada pressio) ou liquirlo comprinido GGignilficando que a pressdo é maior que a de saturagao paraadada temperatura). Ambos os termos podem ser ilizados, mas, neste texto, o ditimo serd adotado, Quando uma substancia é composta por uma par- ela na fase liquida e outra na fase vapor, na tempe- ratura de saturagao, seu titule! é definido como a ra- io entre a massa de vapor e a massa total. Assim, na Figura 3.1b, se a massa do vapor for 0,2 kg e a massa do liquido for igual a 0,8 kg, 0 titulo sera 0,2 ou 20% O titulo pode ser considerado como uma propriedade inlensiva e seu simmbolo 6.x. O titulo tem significado so- mente quando a substdncia est4 num estado saturado, isto, na pressio e temperatura de satura Se uma substncia existe como vapor na tempe- ratura de saturagao, ela 6 chamada de vapor saturaile (as vezes, 0 termo vapor saturado seco é usado para enfatizar que 0 titulo é 100%). Quando o vapor esta a luma temperatura maior que a de saturacao, é chama- do de vapor superaquecido. A pressao e temperatura do vapor superaquecito sao propriedades indepen- dentes, pois a temperatura pode aumentar enquanto a pressio permanece constante. Na verdade, as subs- tncias que chamamos de gases so vapores altamente superaquecicos Consideremos novamente a Figura 3.1 © tracemos ‘linha de presséo constante no diagrama temperatura— wlume da Figura 3.3. Essa linha representa os estados pelos quais a sgua passa quando é aquecida a partir do ‘estado inicial de 0,1 MPa e 20°C. O ponto A representa 0 estado inicial, B o estado de liquido saturado (99,6 "C) & linha AB 0 processo de aquecimento da Iiquido des- de a temperatura inicial até a de saturagao. O ponto C Ereferente ao estado de vapor saturado e a linha BC representa o processo de mudanca da fase liquida para ‘a fase vapor a temperatura constante. A linha CD re- alguns autores referem-se ao titulo coma qualidade (NT), (Pee CEES SUES FER Temperatura D Lnha de liquido saturado > Lina de vapor saturado Volume Figura 3.3 Diagrama temperatura-volume para @ agua mostrando 2s fases liquide e vapor presenta 0 processo de superaquecimento do vapor a pressao constante. Tanto a temperatura como o volume aumentam durante esse tiltimo processo. Fagamos agora 0 processo ocorrer & pressao cons- tante de 1 MPa e partindo da temperatura de 20°C. 0 ponto # representa o estado inicial, com o volume especifico ligeiramente menor que aquele a 0.1 MPa e 20°C. A vaporizagao comega a temperatura de 179,9°C (ponte ). O ponto G representa o estado de vapor sa~ turado ¢ a linha GH 0 process a pressio constante, Um processo aniilogo ao anterior, para uma pres- sao constante de 10 MPa, é representado pela linha LIKL, Nesse processo, a temperatura de saturacao igual a 311,1 °C. Se a pressio do mesmo processo for alterada para 2,09 MPa, representado pela linha MNO, verificamos que nao ha um proceso de vaporizacao a temperatura constante. NV é um ponto de inflexao com inelinai nila e é chamado de ponto critivo, Nesse ponto, 0s e: tados de liquide saturado ¢ vapor saturado sao idén- ticos. A temperatura, a pressao ¢ 0 volume especifico do ponto critico so chamados temperatura critica, pressdo critica e volume critico. A Tabela 3.1 indica as propriedades no ponto eritico de algumas substéin- cias ea Tabela A.2 do Apéndice A apresenta um cor Junto mais extenso de propriedades eriticas. Um processo a pressdo constante, numa pressio ior que a critica, é representado pela linha PQ. Se a dgua a 40 MPa e 20 °C for aquecida dentro de um cilindro como o da Figura 3.1, num proceso a pressio constante, nunca haveré cas fases presentes ¢ 0 e: tado mostrado na Figura 3.1b nunca existira. Bm vez disso, haverd uma variacao continua da massa espec » de superaquecimento 40 Fundamentos daTermodinamica TABELA 3.1 Alguns dados de pontas criticos Temperatura Presséo ‘Volume critica,°C critica, MPa. critico, m’/kg Agua 374,14 22.03 0003185 Diéxido de carbono 31,05, 733° 0,002143 Oxigenio 118,35 5.08 —0,002438 Hidrogénio ~239,85 1,30 0.032192 fica © haverd sempre apenas uma s6 fase presente, A questo que surge &: quando teremos Iiquido e quando teremos vapor? A resposta é que essa nao é uma ques- tao valida para pressées supereriticas. Chamamos a substancia simplesmente de luido. Entretanto, con- vencionalmente, para temperaturas inferiores 2 cri- tica usualmente referimo-nos ao fluido como tiqreido comprimido © para temperaturas acima da critica, como vapor superaquecido. Deve ser enfatizado, no entanto, que, para pressdes acima da erftica, nunca te- emos as fases liquicla e vapor de uma substancia pura coexistindo em equilibrio, A linha NJFB da Pigura 3.3 representa a linha do guido saturado ea NAGC a finha do vapor satutrado, Por convengao os subscritos {2 » sao utilizados para designar os estados de liquid saturada & de vapor saturado. Lima condigao de saturagéo em que existe mislura de liquido e vapor saturados, coma a mostrada na Figura 3.1b pode ser representada em coordenadas 7-0 como na Figura 3.4. Todo o liquide esta no estado J cam volume especifica 0, @ todo vapor no estado ® com volume especifico v,. 0 valume total ¢ igual a soma do volume de liquide com o volume de vapor, ou seja, at Voap = Mig 81 + May 2: 0 volume espeeificn médip do sistema 6 dade por Vi Pig Sue mm (-2y,tav, B.D em que foi utilizada a definigao de titulo, ou seja, Hayap ht Utilizando a definigao Dy = Vy pode-se reescrever a Equacao 8.1 da seguinte forma: + Oy (3.2) Ponto critica Figura 3.4 Diagrama T-v para a reido bifésica liquido-vapor Litulo pode ser interpretado como a fragio (© - aie» da distancia entre os estados de liquida ¢ vapor saturado, como indicado na Figura 3.4 Consideremos uma outra experiéneia com 0 com junto cilindro-pistao, Suponhamos que 0 cilindro contenha 1 kg de gelo a -20 °C © 100 kPa, Quando calor é transferido ao gelo, a pressao permanece cons- tante, 0 volume especifico aumenta ligeiramente ea temperatura aumenta até atingir 0 °C, panto no qual © gelo funde a temperatura constante, Nesse estado © gelo é denominado sdlido saturado. O volume es: pecifico da maioria das substaneias eresce durante 0 processo de Tusdo, mas no caso da gua o volume es- pecifico do liquido ¢ menor que o volume especffica do S6lido. Quando todo o gelo tiver fundide, qualquer uransferéncia de calor adicional provocaré um aumen- to na temperatura do liquid. Se a pressio inicial do gelo a -20 °C for 0,260 kPa, uma transferéncia de calor ao gelo resulta num aumento da temperatura até -10 °C. Nesse ponto, en: tretanto, p gelo passa diretamente da fase sdlida para ade vapor, num pracesso conhecido como his iva. Qualguer transferéncia de calor adicional implica no superaquecimento do vapor Finalmente, consideremos que a pressiio © a tem- peratura iniciais do gelo sejam ignais a 0,6113 kPa e =20 °C. Como resultada de uma transferéncia de ca- lor, a temperatura aumenta até 0,01 °C, Entretanto, a0 atingir esse ponto, qualquer transferéneia articional de calor podera resultar numa parte do gelo passando a liquido © outra passando a vapor, pois neste ponto é possivel a existéncia das trés fases em equilibrio. Esse ponto & chamado de pon'a {riplo, definido como o es- tado no qual as trés fases podem coexistir em equil brio. A Tabela 3.2 apresenta a pressao e a temperatura do ponto triplo de algumas substaneias, Esse assunto é mais bem resumido pelo diagrama da Figura 3.5, que mostra como as fases solida, liquida e vapor poder coexistir em equilibrio, Ao longo da) Je sublinwieae, as fases sélida e vapor estao em equilf brio, ao longo da iit!) lv [1isio as fases sélida e liquida TABELA 3.2 Dados de alguns pontos triplos (stigo-tiquido-vapor Temperatura,°C_—_Pressio, KPa Hidrogénio (normal) 259 7194 Origéio -219 015 NitregBrio 210 1253 Difido de carbono 564 5208 Mercirio -39 0.000013, Agua 0,01 06113 neo aig 5,086 Prata 961 001 Cobre 1083 o,c00079 esido em equilfbrio e ao longo da linha de vaporizagao, sido em equilfbrio as fases liquida e vapor. 0 tinico ponto no qual todas as trés fases podem existir em equi- Iibrio é 0 ponto triplo, A linha de vaporizagao termina ho ponto critico porque néio existe uma distingao clara entre as fases liquida e vapor acima desse ponto, Considere um sélido no estado A como mostrado na Figura 3.5. Quando a temperatura aumenta, man- tendo-se 4 pressio constante (@ inferior a pressio do ponto triplo), a substancia passa diretamente da f sélida para vapor. Ao longo da linha de pressio cons lante BF, a substancia passa da fase sélida para liquida auma temperatura, e depois da fase liquida para vapor uma outra temperatura mais alta. A linha de presstio constant CD passa pelo ponto triplo e ¢ somente nesse onto que as trés fases podem coexistir em equilibrio, A.uma pressao superior a critica, como a da linha GH, ‘nao ha distingéo clara entre as tases liquida e vapor. Embora tenhamos feito esses comentarios com referencia, especifica a Agua (somente pela nossa fami- liaridade com ela), todas as substancias puras exibem ‘© mesmo comportamento geral. Entretanto, a tempe- ratura do ponto triplo e a temperatura critica variam dastante de uma substancia para outra. Por exemplo, ‘atemperatura critica do hélio, de acordo com a Tabela A2, 5,3 K. Portanto, a temperatura absoluta do hélio na condigao ambiente € cerca de 50 vezes maior que sua temperatura critica. Por outro lado, a temperatura, critica da agua é 374,14 °C (647,29 K). Assim, na con- digo ambiente, a temperatura da gua é menor que ametade da sua temperatura critica. A maioria dos ‘metais apresenta temperatura eritica muito mais alta EE ee ee eR SN ame Temperatura Figura 3.5 Diggrema pressdo-temporatura pare uma substéncia com 0 com portamento semelhante ao da agua que a da Agua. Ao se considerar o comportamento de uma substancia num dado estado, é sempre interes- sante comparar esse estado com o eritico ou com 0 ponto triplo. Por exemplo, se a pressao for maior que a critica, sera impossivel ter as fases liquida e vapor em equilfbrio. Ou, para considerar outro exemplo, os estados em que € possivel a fusdo a vacuo de um dado metal podem ser determinados pela observagao das propriedades no ponto triplo. O ferro, a uma pressio lum pouco acima de 5 Pa (pressao de ponto triplo), se fundiria a uma temperatura de aproximadamente 1535 °C (temperatura do ponto triplo). A Figura 3.6 mostra o diagrama das trés fases do Gidxido de carbono. Observe que a pressio no ponto triplo € maior que a pressio atmosfériea normal, 0 que € pouco usual. Portanto, a mudanga de fase ge- ralmente observada em ambientes em que a pressio € préxima de 100 kPa 6 a sublimagao do didéxide de carbono, ou seja, a transformacao de séliclo em vapor sem passar pela fase liquida. Esse ¢ 0 motivo para que © diGxido carbono sélido seja chamado de gelo seco. A observacdo da Figura 3.6 também revela que essa mudanga de fase a 100 kPa ocorre numa temperatura inferior a 200 K. Devemas também frisar que uma substneia pura pode existir em diferentes fases s6lidas. A mudanca de uma fase sélida para outra é chamada de transfor- ipica. A Figura 3.7 mostra diferentes fases sélidas da agua. Uma substaneia pura pode apresentar diversos pontos triplos, mas somente um apresenta- ri sélido, liquido e vapor em equilibrio. Outros pontos triplos para uma substancia pura podem envolver duas fases sélidas e uma liquida, duas fases sdlidas e uma vapor, ou trés fases sélidas. magiio ale 42 = Fundamentos da Termodinamica so . Liquide We Ponto eritico F Sélido € woh . Ponto triplo 107| Vapor 10 J 10° 1 1 160 200 250 300 350 r Figura 3.6 ng Diagrama de tases do didxide de carbone, a Golo vil Ponto ertica Liquide 200 go 400~=«CB0D.SCODSC«OSC«O Figura 3.7 Diggrama do fases da dua, QUESTOES CONCEITUAIS a. Se a pressio for menor que Pay a uma dada T, qual sera a [ase? b, Uma torneira de jardim tem a valvula acionada por um cixo longo, cle modo qué o mecanismo de fechamento fique dentro da parede. Por qué? Qual é a temperatura mais baixa (aproximada- mente) na qual a agua pode ser encontrada na fase liquida? sa questo fara sentid se voc imaginay essa tarneina nus pais ‘de ingerno rigoroso (NT). 3.3 PROPRIEDADES INDEPENDENTES DE UMA SUBSTANCIA PURA Um motive importante para a introdugao do cone de substancia pura é que o estado de uma subst cia pura simples compressive (isto 6, uma substar pura na auséneia de movimento, agao da gravidac efeitos de superficie, magnéticos ou elétricos) é det do por duas propriecavies inlepenclontes, Por exem se 0 volume especifico ¢ a temperatura do vapor supt quecido forem especificados, o estado do vapor est determinado, Para entender 0 significado do termo proprie de independent, considere os estados de liquide turado e vapor saturado de uma substaneia pura. ses dois estados apresentam a mesma pressao e mes temperatura, mas sao totalmente diferentes. Ass ho estado de saturagao, a pressao e a temperatura sao propriedades independentes. Duas proprieda independentes, tais como pressao ¢ volume especit ou pressiio e titulo, sao necessarias para especit um estado de saturagao de uma substaneia pura. O motivo pelo qual foi dito anteriormente que t mistura de gases, como 0 ar, apresenta as mesmias racteristicas de uma substaneia pura, desde que | apenas uma fase presente, tem sua explicacao pree mente nesse ponto, O estado do ar, que ¢ uma mist de gases de composigao definida, ¢ determinado especificacaa de duas propriedades, contanto que | manega na fase. 3.4 TABELAS DE PROPRIEDADES TERMODINAMICAS Existem tabelas de propriedades termodinamicas muuitas substancias e, em geral, todas elas apresent 6 mesmo formato, Nesta se¢ao vamos nos referir As belas de vapor d'agua, Estas foram selecionadas cc veiculo para apresentagao das Labelas termadina cas porque o vapor diégua & largamente empreg, em instalagées geradoras ¢ provessos industriais, U vez entendidas as tabelas de vapor, as outras tabs termodindmieas podem ser usadas prontamente. Varias versées diferentes de tabelas de va agua foram publicadas ao longo do tempo. O conju apresentado no Apéndice B (Tabela B.1) é um resu baseado num coniplexo ajuste ao comportamento agua. Os resultados dessa tabela sao similares aos, Tabelas de Vapor de Keenan, Keyes, Hill ¢ Moore, blicadas em 1969 1978, Nés concentraremos a aten nas trés propriedades jé discutidas no Capitulo 2 ¢ Secdio 3.2, sao elas 7, P ev, mas note que existem out propriedades — u, le ¢ s — relacionadas no conjunto Tabelas BL que se io apresentadas mais adiante, O conjunto de tabelas de vapor do Apéndice B é formado por cinco tabelas distintas, como represen- tado na Figura 3.8. A regiao de vapor superaquecido na Figura 3.5 6 descrita na Tabela B.1.3 ea do liquido comprimido na Tabela B.14, 0 Apéndice nao conten luma tabela referente & regiao de sélido comprimide. As regides do liquido saturado e do vapor saturado, vistas na Figura 3.3 ¢ na linha de vaporizagao da Fi- gura 3.5, foram representadas em fungao cle valor de T na Tabela B.1.1 e de P na Tabela B.1.2 (Te P sio propriedades dependentes nas regides bifasicas). De modo andlogo, a regiao de saturacao solido-vapor € re- presentada seguindo valores de 7’ na Tabela B.L.5, mas ‘o Apéndice nao contém uma labela referente & regio de saturaco sélido-liquido (que corresponde a tercei- ralinha de fronteira entre fases da Figura 3.5) Na Tabela B.1.1, a primeira coluna ao lado da tem- peratura fornece a pressaa de saturagio correspon- dente em quilopascal ou megapascal. As duas colunas seguintes fornecem o volume especifico em metro et- bico por quilograma. A primeira delas indica o volume especifico do liquido saturado, v4, ¢ a segunda fornece ‘volume especifico do vapor saturado, »). A diferenca entre estas duas quantidades, #, ~ vy, apresentada na Sedo 3.2, representa 0 aumento do volume especifico quando o estado passa de liquide saturade para vapor saturado, e 6 designada por vj). A Tabela B.1.2 apre- senta. os mesmas informagoes da Tabela B.1.1, mas os, dados esto organizados em fungao da pressao, como jdexplicado anteriormente. Como exempla, calcttlemos 0 volume especifico de uma mistura de Ifquido e vapor d’égua saturados a 200 °C que apresenta titulo de 70%. r B bi BIg: L B1S:S+V Fi _/ Sem tabela s Sem tabela v BAS B13 r Figura 3.8 Regides des tabalas de vapor en eee Dene OR ER AE = Utilizando a Equagio 3.1, » = 0,3 (0.001156) + 0,7 (0,12736) = 0,0895 m/kg A Tabela B.1.3 apresenta as propriedades do v: por superaquecido. A pressao © a temperatura sio propriedades independentes na regido do vapor supe- raquecido e, portanto, para cada pressao 6 fornecido um grande niimero de temperatura, e para cada urna delas sio tabeladas quatro propriedades termodina- micas, sendo a primeira o volume especifico. Assim, © volume especifico do vapor a pressao de 0,5 MPa & 200 °G ¢ 0.4249 m'/kg. A Tabela B.1.4 do Apéndice fornece as proprieda- des do liquiclo comprimido, Para demonstrar a sua uti- lizagao, considere um cilindro-pistdo (como mostra a Figura 3.9) que contém 1 kg de agua liquida saturada a 100°C. As propriedades podem ser encontradas na Ta- bela B.L.1: a pressio e o volume especifico sao iguais a 0,1013 MPa e 0001044 m’/kg, Suponhamos que a pres- sao seja elevada até 10 MPa e a temperatura seja manti- da constante a 100 °C em decorréneia da transferéncia de uma quantidade de calor Q. Como a agua é muito pouco compressivel, havera uma diminuigao muito pequena no volume especifico durante esse processo. A Tabela B.L.4 fornece esse volume especifico, que € 0,001039 m*/kg, Note que praticamente nao houve va~ riagio e que o erro seria pequeno se admitissemos que ‘© volume especifico do liquide comprimido seja igual ao do liquido saturado a mesma temperatura, Em mui tos casos, esse 6 0 procedimento mais conveniente, particularmente quando nao se dispoe de dados sobre 6 liquide comprimido. No entanto, ¢ muito importante notar que o volume especifico do liquide saturado & pressio dada, 10 MPa, nao fornece uma boa aproxima- ‘cao, Esse valor, obtido da Tabela B.1.2, a temperatura de 311,1 °C 6 0,001452 m/kg, o que corresponde a um. erro de quase 40% A Tabela B.1.5 fornece as propriedades do sélido e do vapor saturados em equilfbrio. A primeira coluna Tranteréncia do calor (em quantidade que mantonha a temperatura cconstante) i i Figura 3.9 Ihystragao do estado liquide comprimico EE | ESAS L EN naS ee eR Ee fornece a temperatura, e, a segunda, a corresponden- te pressio de saturacdo. Naturalmente, todas essas pressoes sio menores que a pressdo no ponto triplo. As duas colunas seguintes indicam, respectivamente, os volumes especificos do sélido saturado e do vapor saturado, © Apéndice B também apresenta tabelas de pro- priedades termodindmicas de outras substancias como 0s fluidos refrigerants R-134a e R-410A, amonia didxi- do de carbono, e 0s fluidos eriogénicos nitrogénio e me: tano. NOs s6 apresentamos duas tabelas para cada uma dessas substancias: uma para a regiao de saturagio’ liquido-vapor ordenada pela temperatura (equivalente 8 Tabela B.l.1 da digua) e uma para a regidio de vapor superaquecido (equivalente a Tabela B.13 da agua) Vamos agora apresentar alguns exemplos que uti lizardo as tabelas termodinamicas presentes no Apén- dice B. EXEMPLO 3.1 Considere a gua como fluido de trabalho e os esta- dos termadinamicas definidos por: a, 120°C e 500 kPa b, 120°C e 0,5 mi/kg, Determine a fase de cada um dos estados fornecidos utilizando as tabelas do Apéndice Be indique a posi- cao desses estados nos diagramas P-v, 1-2, ¢ P-T. Solugao: a, Encontre a temperatura de 120 °C na Tabela B.1.1 A correspondente pressao de saturagao é 198.5 kPa, © que indica que temos um liquide comprimido ~ ponto a na Figura 3.10. Esse ponto esta acima da linha de saturagao a 120 °C. Poderiamos tam- bém ter consultado a Tabela B.1.2 que mostra que a temperatura de saturagdo para a pressao de 500 kPa € 151,9 °C. De modo andlogo, nés pode- mos afirmar que a égua est no estado de liqui- do comprimido, que corresponde a um porto & esquerda da linha de saturacao & prossiio de 500 kPa do diagrama P-2. b, Consulte a Tabela B.1.1 e veja que: v, = 0,00106 m/kg v, = 0,1000 mi/kg Do diagrama P-» conelui-se tratar-se de vapor superaquecido, Podemos encontrar 0 estado na Tabela B.5.2 entre 40 °C e 50 °C, » ’ Pc Po. 1187 30°C sy) * Y 4000 1167 BC 1000 |- ° 1318 200) Fropriedades de ume Substancia Fura 30|- 25 Pe. 1167 KPa “1000 Figura 3.11 Diagrams pera o item 2 do Exemplo 3.2 Po. 200 kPa Figura 3.12 Diagramas para 0 item b do Exemplo 3.2, EXEMPLO 3.3 Determine a temperatura ¢ o titulo (se aplicavel) para a égua a 300 kPa e com os seguintes volumes especitficos a. 0,5 mvkg b.1,0m'/kg Solugao: Para saber qual a tabela adequada para a obtengao das propriedades de estado desejadas, 6 necessdrio determinar qual a fase, ou fases, que estao presentes. Ou seja, precisamos comparar a propriedade dada com os valores na fronteira da regidio de mudanga de fase. Consicere um diagrama 7» (ou mesmo o P-») como o ca Figura 3.8. Para a linha de pressio cons- tante igual a 300 kPa da Figura 3.18, os valores 0, ¢ indicadlos foram obtidos na ‘Tabela B.1.2. a. Comparando-se cont os valores apresentados na Figura 3.13, 0 estado em que v vale 0,5 m°/kg lo- caliza-se na regio de mistura liquido-vapor, em. que 7 = 1386 °C. O titulo é calculado pela Equa- fo 32 como: 05 001073 = 0.60475, a = 0,825 Se uma tabela do tipo da B.1.2 nao estivesse dis ponivel (como é 0 caso para as outras substan- cias presentes no Apéniice B) teriamos de fazer interpalagdes com os valores da Tabela B.L1 en- tre 130 °C e 135 °C para obter 2) e 2, a 300 kPa. b. Comparando-se com os valores. indieados Figura 3.13, coneluimos que a agua no estado em que v € 10 mi/kg se encontra como vapor superaquecido, 0 titulo nao é aplicavel nessa condicao e a temperatura pode ser determina- daa partir das informagoes contidas na Tabela B.L3. Nesse caso, a temperatura pode ser en- contrada pela interpolacao linear mostrada na Figura 3.14, com os valores de volume especifico 4.300 °C © 400 °C a 800 kPa, Esse procedimento é aproximado porque a relagao real entre a ter- peratura e 0 volume especifico ao longo da linha de pressao constante nao 6 exatamente linear. Analisando os valores da Figura 3.14, temos 400-200 T-300 1,015 - 0,8753 1,0 -0,8753 inclinaga A solugdo desta expressio fornece T = 79,8°C. 193,60 0.001073 Figura 3.13 Esbogo do diagrama T-v para o Exemplo 3. 0.60582 ° 0.8753 40 109150 Figura 3.14 Interpolagao linear do Exemplo 2.3 EXEMPLO 3.4 Um recipiente estanque contém uma mistura satur: da com 0,1 m* de Ifquido e 0,9.m* de vapor de R-134a a 30 °C. Determine a fracao massica de vapor. Solugao: Os valores das propriedades «lo R-134a na regiio de saturacio podem ser encontrados na Tabela B.5.1. A relagiio entre massa e vohime nos fornece O41 ting =o 118,6 = 0.00088 3 Vig * Mg 0,9 . Magy = =3 "0.02671 M0 Hyg + Magy 1528 ke Yeap = May? ‘ap = Maye Mop 33,7 m — 152,38 221 Portanto, o recipiente contém 90% de vapor em vo- lume, mas apenas 22,1% de vapor em massa. EXEMPLO 3.5 Um vaso rigido contém vapor saturado de aménia a 20 °C, Transtere-se calor para o sistema até que a temperatura atinja 40 °C. Qual ¢ a pressao final? Solugio: Como o volume nao muda durante esse processo, 0 volume especifico também permanece constante. Com as tabelas de aménia, Tabela B.2.1, temos m= 0,14922 m/kg Como , a 40 °C é menor que 0.14922 m'Vkg, € evi- dente que a aménia esta na regido de vapor supera- quecido no estado final. Inverpalando entre os valo- res das colunas referentes a 800 kPa ¢ 1000 kPa da Tabela B.2.2, obtemos P,=945 kPa EXEMPLO 3.6 Determine a propriedade que falta dentre P, ve Te 0 titulo, se aplicdvel, para os seguintes estados: a. Nitrogénio: ~ 53,2 °C e 600 kPa; b. Nitrogénio: 100 K e 0,008 m*/kg. Solugdo: As propriedades termodinamicas do nitrogenio po- dem ser encontradas na Tabela B.6, em que as tem peraturas estao em Kelvin, a. Consulte a Tabela BS. que € maior que a temperatura critica, forneci- da na Gltima linha dessa tabela. Va, entao, para as tabelas de vapor superaquecido. Também teriamos percebido que se trata de vapor supe- raquecido consultando as propriedades criticas na Tabela A.2. A Tabela B.6.2 indica que, para a pressao de 600 kPa, o volume espectfico do va- por a 220 Ké 0,10788 m‘/kg, Da Tabela B.6.2 a 600 kPa (Tua, = 96,37 K) » = 0,10788 mizkg __correspondente aos pontos a na Figura 3.15. “b,ATabela B6.1 mostra que, para a temperatura de 100K, Ee CSS SS NS Sane nnn nee a ‘Temos, entao, um estado de duas fases coma pres- so igual A pressao de saturagao, correspondente aos pontos b na Figura 3.15: Pay, = 779,2.KPa 0 titulo pode ser doterminado com a Equagao 3.2: t 2 = 0001452 mi/kg 0, = 012736 mskg, Portanto, temos vapor superaquecido. Proceda & ‘Tabela B.1.3 em qualquer valor de pressio a 200 °C. Suponha que paramos de 200 kPa. Nesse esta do, # = 1,08034 m*/kg, que € muito alto, de modo que a press deve ser maior. Para 500 kPa, 0 = 200) ora | 0.42 1,08 0,36 Figura 3.16 sramas para 0 Exemplo 37. 0,13 0,95 042 108 ¥ 0.42492 mi/kg e para 600 kPa p = 0,35202 m°/kg Portanto, nosso estado esti entre esses dois tilti- mos valores, como mostra a Figura 3.16. O valor da pressao pode entao ser encontrado a partir de uma_ interpolacao linear, como mostra a Figura 3.17 0,4 —-0,42492 P= 500 + (600 — 500) 10,3502 -0,42492 = 534,2 kPa P 600 200 kPa 500) 095 04 042° A verdadeira curva de T constante ¢ levemente ccurvada @ nao linear, mas para efeluar a ‘nterpolagao manual, admitimos a variagao linear Figura 3.17 Interpolagae linear do Exemplo 3.7 ae FEET POTTS ALCS QUESTOES CONCEITUAIS d, Algumas ferramentas precisam ser limpas com aigua liquida a 150 °C. Que valor de pressao é necessario? ¢. Para a Agua a 200 kPa e titulo 50%, a fragio Vi1Vq.@ menor oti maior do que 50%? f. Por que grande parte das propriedades nas re- sides de liquido comprimido ¢ sélido nao estio incluidas nas tabelas? &. Por que nao 6 comum encontrar tabelas como as da secao B para 0 argonio, hélio, nednio ou ar? h, Qual a mudanea percentual do volume da agua quando ela congela? Cite alguns efeitos possi- veis dessa muidanga de volume na natureza e em, Nossas casas Presséo Figura 3.18 Superticle presso-volume-temperatura para ume: ‘So-liquido 3.5 SUPERFICIES TERMODINAMICAS Podemos resumir bem a matéria discutida neste oa tulo, considerando uma superficie pross’in-volume pecifico-lemperatiira, Duas dessas superticies es mostradas nas Figuras 3.18 ¢ 3.19. A Figura 3.18 ra uma substéncia, como a agua, para a qual o woh especifico aumenta durante a solidificagao e a Figura. mostra uma substdncia para a qual o volume especi aiminui durante a solidifieagao, Nesses diagramas, a pressio, 0 volume especifico temperatura sao colocadios em coordenactas cartesian ortogonais © cacla estadta cle equilibrio possivel é, er representado por um ponto sobre a superficie. Isso deete re diretamente do fato de que uma suibstaneia pura t somente duas propriedacles: intensivas independent Todos 0s pontos ao longo de ttm proceso quase-estati estaa na superficie P-p-T, pois tal processo 6 constitull por estados de equilibria sucessivos. Ponto critica Liquide i Pressao g = as] f Vapor substancia que expande na solidifacao. Temperatura As regides da superficie que representam uma Gni- e,asaber, iquidla, solida ou vapor, estao indicadas, S superficies sao curvas. As regides bifasicas, que ida-liquida, s6lida-vapor e liguida-vapor, sao sui- representadas por retas paralelas ao eixo dos 5 espeefficos. Isso acorre porque as linhas de constante também sao linhas de temperatura fante na regiao biftisica (embora o volume especi- eo possa mudar). O pontto triplo aparece como a linka na superficie P-v-T, pois nesse estado a pressio a temperatura so fixas, mas o volume especifico pode at (dependendo da proporcao entre as fases) E também de interesse observar as. projecies 2o-femperatura s40-volume. Ja foi considerado, anteriormente, fama pressdio-Lemperatura para uma substan- como a gua. E nesse diagrama que se observa o nto triplo. Varias linhas de temperatura constante “Temperatura Propriedades de uma Substancia Pura 49 sao mostradas no diagrama pressdo-volume e as se- Goes correspondentes de temperatura constante sao mostradas, com as mesmas letras, na superficie P-»—T. A jsoterma critica apresenta um ponto de inflexaa no ponto eritico, Deve-se notar que, para uma substancia como a guia ~ que se expande na solidificagao, a temperatura de solidificagao decresce com 0 aumento na pressao que 0 oposto ocorre para uma substneia que se con- trai durante a solidificacao. Assim, aumentando-se a pressio do vapor ao longo da isoterma abedef da Fi- gura 3.18, uma substaneia que se expande durante a solidificagao primeiramente torna-se solida e depois liquida, Da mesma forma, para uma substéncia que se contrai durante a solidificagao, a isoterma correspon- dente na Figura 3.19 indica que, sendo aumentada a pressao do vapor, ele se transforma primeiro em liqui- do ¢ depois em solid. Figura 3.19 Superticie presséo-volume-temperatura para ma substncia que contrai na solidficagéo. 90 Fundamentos da Termodinamica 3.6 O COMPORTAMENTO P-V-T DOS GASES NA REGIAO DE MASSAS ESPECIFICAS PEQUENAS OU MODERADAS Uma das formas de aetimulo de energia em nivel mo- lecular discutida na Secao 2.6 & a energia potencial Intermolecular, relacionada com as forgas que atuam entre as moléculas. Nés afirmamos naquela segao que a energia potencial intermolecular pode ser despreza- ‘la quando & massa especifica 6 muito baixa devido a grande dist’ncia média entre as moléculas, Nessa con- digho, as particulas so interdependentes ¢ o fluido & denominado sis ilea|. A partir de observagoes experi- mentais percebeu-se que 0 comportamento P-v-T dos gases a baixa massa espectfica 6 dado, com boa preci- sito, pela equacdo de estado dos gases ideais: PV=nRT oe PO =RT (3) em que m6 0 ntimero de kmols de gés, m___ke MM ke/kmol © R 6a constante universal dos gases, cujo valor é 0 seguinte para todos os gases (34) kN kanol K R B14, © a temperatura 7 que deve ser utilizada na Equagao 3.3 € a absoluta (escala de gas ideal), dada em Kelvin: TK) = TCC) + 273,15, A escala absoluta de tempera tura sera discutida detalhadamente no Capitulo 7 Combinando as Equacdes obtemos }.3.e 3.4 e reordenando, PV=mRT * Pu=RT (3.5) em que ree 66) a M FR 6 uma constante diferente para cada gas particular. A Tabela A.5 do Apéndice fornece » valor de R para algumas substancias. EXEMPLO 3.8 Qual é a massa de ar contida dentro de uma salad 6m x 10m x 4 m quando a pressao e a temperate ra forem iguais a 100 kPa e 25 °C? Solugao: Admita que o ar se comporte como um gis ideal Utilizando a Fquagao 3.5 © valor de & da Tabela AS, temos PY 100 kNém? x 240 mit = 2805 ke RT 0,287 KN wkg K x 208,2 K EXEMPLO 3.9 Um tanque com eapacidade de 0,5 m' contém 10 kg, de um gas ideal que apresenta massa molecular igual 24. A temperatura € 25 °C, Qual 6a pressio? Solugao: Primeiramente, determina-se a constante do gas: R | 8,3145 kN nviamol K M 24 kg/kmol = 0,34644 KN mvkg K R O valor de P pode ser calculade com a Equagio 3.5. Assim, pa MRT, _ 10 kes x 0.34644 kN reg K x 298,2 K v 05m? = 2066 kPa A utilizagao do modelo de gas ideal & bastante conveniente nas analises termodinamicas devido a sua simplicidade. No enianto, duas questocs sao pert nentes para o momento. Sendo a equagao de gas ideal uum bom modelo para baixas massas especificas, a pri meira pergunta ¢: 0 que @ uma baixa massa especifica? Ou, em outras palavras, em qual faixa de massa espe cifica a equagao dos gases ideais fornecer’ resultados coin uma boa precisao? A segunda questao 6: qual ¢0 desvio entre os comporiamentos do gas real e do sés ideal numa dada temperatura @ pressio? Um exemplo especifico para responder a ¢ bergunitas é dado na Figura 3.21, um diagrama T-0 para a agua, que mostra o erro associado ao modelo de sas ideal para condigdes de vapor saturado e vapor st Deraqueeido, Como.era de se espera, o erro pequen |

Vous aimerez peut-être aussi