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Cristina Costa Doutora em Ciéncias Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras Ciéncias Humanas da Universidade de Sao Paulo, Livre-docente em Cigncias da Comunicacao pela Escola de Comunicagées € Artes da Universidade de Sao Paulo. Protessora associada da Escola de Comunicages e Artes da Universidade de Sao Paulo. Autora de Questoes de arte e Ficcao, comunicagao e midias. SOCIOLOGIA introdug&o a ciéncia da sociedade 4 edicao =1I] Moderna @.ciistna Costa, 2010 =I Moderna CCoordenesie editorial: Mars Raia Apolo, Eusco Avast Gumarées digo de texto: Edarn Avzsta Guimeres, Jodo Caos Agostini -Aceavsoia didstico-padagogles: 30 Cais Agost ‘Asistnci eitoiak Cita Madina, ahana Gorbowe, Mare Odewe Gress, rar cordo Franco, Leandro Saran Teel Praperacto de texto: LicstaMrcodant, Sérgio Roberto Toes ‘Coordenagso de designe projetosviusis: Sone Botan de Carvalho Hora Projate grific:Aurdio Camilo ‘Gop ure Caml, Matiz Porto Imagem ca cpa: Prssoxsdeszom sade cdbde bo Bto Pal, 1895 leon KeafSarbaPowo CcoortanaySo de produ gris: Arcré Montsee, Marae Loudes Roioues ‘Coordenagto do arte: Mara Lucie Couto Edigdo de arte: Rodige Curate Mouth Editragio Eltbnica: oo Esto, D'Laros Ears @Disibuiors Lda tustragoes: lx Afno, Mercola Pier, Mario Kero ‘Cartograli: Alesse Passos da Coste, Andean de Arcade imental Coordenagi de revi: Eline Cristina del No Revindo: Ara Poul Luciano, Feanca Mixcaino, Lu M. Boa No Vea Bomar, Mrs S. Carrasco, Mivane M. Miouta Peaqultaiconogefic: Aine Cita, Ents rata, Leonard co Sous Kein, Soorns Helens, Monica da Souza ‘Coordenagie da buroau: Serco Jess ‘Tetamento de imagens: uresu Sp, Fabio N. Prcende, Rubens Wendes Rodrigues, Wagner dos Santos Lea Prbdmpresso: Halo P de Sous Filho, Marcio Hide Kemot, Everton de iver, Alexandre Petes CCoordenose ce prochigao indus Wison Rosco Toque Impressi e seabamente: Dados Intemacionss de Catalogegao na Publica (IP) {Chara Erasers do Livro, SP Bras) coma, Cristina ‘Social: Ioduna itn da sociedad / catia Casta, — 4, — Seo Palo Mesa, 200. ‘iowa 1. Sociologia 1 Tub. oasaez p00 Indies pare eatitogo sstométcn 1. Sexioioas 301 Ian 978-95-15-08585°9 (LA ISBN 978-05-16-06596-6 (LP) ero bl ht 194 do Cig Pao 3510 6 1860 fomei 8 188 Ten tae reeds Fora MODENA LON Soto: seu cr a4 aa Ingraaa om tog Kora ceeseneere CAPITULO Karl Marx e a historia da exploracao do homem _1. Teoria e revolugao Quando um espago contendo muitos objetos é iluminado por lu- zes de diversas cores vindas de varias Fontes, obtemos diferentes ima- sgens, cada uma colocando em destaque certos contornos ¢ formas De maneira andloga, é isso que acontece com 0 campo cientifico: os pressupostos te6ricos iluminam de modo peculiar a realidade, resul- tando diferentes niveis de abordagem e modelos teéticos particulares. ‘Nesta unidade, reconstruimos 0 percurso que vai desde 0 surgimento _do pensamento sociolégico até a organizagio das primeiras teorias sobre a sociedade, cada uma delas orientada por um conjunto de pres- supostos diferentes sobre a ciéncia, a realidade ea vida social. Assim como as diversas imagens que obtivemos dos objetos e do espaco na experiéncia narrada acima, os diferentes modelos te6ricos, cada qual “pondo a luz” determinados aspectos da realidade social, oferecem diferentes perspectivas que se complementam. ‘Abordamos o modelo positivista inicialmente elaborado por Comte ¢, depois, 0 proposto por Durkheim, segundo o qual a sociedade se apresenta como sendo mais do que a soma de individuos, consticufda por normas, instituigdes e valores caracteristicos do social. Passamos depois por Weber, que, por sua vez, numa perspectiva mais dinAmiica € interpretativa, explicou os fatos sociais “A luz” da historia e da subje- tividade do agente social. Simultaneamente as elaboragdes dos funda- dores da sociologia, porém iluminando outras questes propostas pela xealidade social, desenvolveu-se 0 pensamento de Karl Marx (figura 1) > Karl Marx (1818-1883) Nasceu na cidade de Treves, na Alemanha. Em 1836, matriculou-se na Universidade de Berlim, doutoran- do-se em filosofia, em lena. Foi reda~ tor de uma gazeta liberal em Colénia. Mudou-se em 1842 para Paris, onde canheceu Friedrich Engels, seu com- panheira de ideias © publicacées por toda a vida. Expulso da Franca em | 1865, foi para Bruxelas, onde par- ticipau da recém-fundada Liga dos Comunistas. Com 0 malagro das rovo- lugdes'sociais de 1848, Marx mudou- ~se para Londres, onde se dedicau a lum grandioso estude critico da econo- ‘mia politica. Foi um dos fundadores da Associacio Internacional dos Operérios ‘ou Primeira Internacional. Morreu em 1883, apés intensa vida politica e inte- lectual. Suas principais obras foram: A ideatagia aloma, Miséria da filosotia, (O manifesto do Partido Comunista, Para a crltca da economia politica, A luta de classes em Franca e O capital Figura 1 «Nar Mane sua idias Infuenciavam a desenvowimonte 4a ‘nea €aloseise co movimento ‘paciio muna Retratodesenhaco orautordesconhecica sco XP i t i : i i i é i Karl Marx dew origem a uma corrente de pensamento revolucionacia tanto do ponto de vista teérico quanto no da pratica social. E também fim dos pensamentos dificeis de compreender, explicar ou sintetizar. ‘Com o objetivo de entender o sistema capitalista e modificé-lo, Marx escreveu sobre filosofia, economia ¢ sociologia. Ele produziu muito, suas ideias se desdobraram em varias vertentes e foram in- corporadas por diferentes estudiosos. Sua inteneao, porém, no era apenas contribuir para o desenvolvimento da ciéncia, mas propor uma ampla transformacao politica, econdmica e social. Marx nao escreveu particularmente para os académicos ¢ cientistas, mas para todos os homens que quisessem assumir sua vocagio revoluciondria. Sua obra maxima, O capital, destinava-se a todos e nao apenas aos estudiosos da economia, da politica e da sociedade (figura 2). Esse € tum aspecto singular da teoria marxista. Hé um alcance mais amplo nas suas formulagdes, que adquiriram dimensdes de ideal revolucio- nario e ago politica efetiva. 2. As origens © pensamento marxista foi sintetizador de diferentes preocupagoes, filos6ficas, politicas e cientificas de sua época, assim como foi herdei- ro de fundamentos elaborados por outros pensadores. Em primeiro lugar, deve-se fazer justica & influéncia da filosofia hegeliana, da qual Marx absorveu uma diferente percepcio da histéria — nao um movi- mento linear ascendente como propunham os evolucionistas, nem 0 resultado da agao voluntariosa e consciente dos agentes envolvidos, como pensavam os historiadores romanticos. Hegel entendia a hist6ria como um processo coeso que envolvia di versas instdncias da sociedade ~ da religiao 4 economia ~ e cuja din: mica se dava por oposicdes entre forcas antagénicas — tese ¢ antitese. Desse embate emergia a sintese, que fechava 0 movimento “dialético” da histéria. Marx.utilizou esse método de explicago hist6rica para 0 qual os agentes sociais, apesar de conscientes, nao so os tinicos res- ponsiveis pela dindmica dos acontecimentos ~ as forgas em oposi¢ao também atuam sobre o devir. Outro cantato significativo de Marx foi com os pensamentos socia~ listas francés ¢ inglés do século XIX, de Claude Henri de Rouvroy, ou conde de Saint-Simon, Francois-Charles Fourier ¢ Robert Owen. Marx admirava o pioneicismo desses criticos da sociedade burguesa ¢ suas propostas de transformagao social, apesar de julgé-las “utépicas”, ou scja, idealistas e irreais. Esses autores, influenciados por Rousseau ~ que atribuira a ori- gem das desigualdades sociais a0 advento da propriedade privada -, propunham transformar radicalmente a sociedade, implantando uma ‘ordem social justa e igualitéria, da qual seriam eliminados o individua- lismo, a competi¢ao e a propriedade privada. Os métodos para isso variavam do uso intenso da propaganda até a realizagio de experién- cias-modelo, que deveriam servir de guia para o restante da sociedade. Entretanto, nenhum deles havia considerado seriamente a lta politica Figura 2 Cope dole Ocaptl 22008, publeado aca Citas Brac, E20 bra compost de umconjant de ios, os qun or Man anaencrtcamerte 0 Sapte. © pensamento marxista foi sinetizador de diferentes preocupagdes filossficas, politicas¢ cientificas de sua época, Figure 3» Robert Owen chamad por Engel de scsi uti, plant ‘snus fabricate New Lanark ra scocia,um sistema de abso ‘cooperative, em que: operas ‘umpriam jnaca eet eres dias, ‘empress subsdaveeslmentagao cos ‘perros enSotovis abso inant Noe trde, em 1825, nos Estados Unidos ‘Owen cious Newhamony, cj projto reproduzido acm una cemumidede fetruturads no# mexmoe moies poem fs dou somente di sno | iatética. A nog maderna de dialética a define coma 2 | cantrapasizo de frcas de ‘apaciga0 om dada momento | histérco, eu confronto provoca | atransformacae social. Foi com Karl Marx queé-o termo 3¢ tornou recorrente no campo das ciéncias entre as classes sociais € 0 papel revoluciondrio do proletariado na implantagZo de uma nova ordem social. Era por esse aspecto que Marx ‘0s denominava utépicos, em contraposigzo ao socialismo defendido por ele, que denominava cientifico (figura 3). Na obra de Marx ha, ainda, toda a leitura critica do pensamento classico dos economistas ingleses, em particular Adam Smith ¢ David Ricardo, trabalho que tomou a tengo de Marx até o final da vida ¢ resultou na maior parte de seu esforgo teérico. Essa trajetéria € mar- cada pelo desenvolvimento de conceitos importantes, como aliena- cio, classes sociais, valor, mercadoria, trabalho, mais-valia e modo de produgio. Finalmente, impossivel nao fazer referéncia ao seu grande interlocu- tor ~ Friedrich Engels ~, economista politico e revolucionério alemao que trabalhou com Marx de 1844 até a morte deste, sendo cofundador do socialismo cientifico, também conhecido por “comunismo”- doutri- nna que demonstrava pela anilise cientifica e dialética da realidade social ‘que as contradigdes histéricas do capitalismo levariam, necessariamen- te, A sua superacao por um regime igualitério e democratic que seria sua antitese ou seu aprofundamento na barbarie social Nasceu em Barmen, na Alemanha, ¢ marreu em Londres, na Inglaterra. Filho de uma familia burguesa, dedicada & inctistra, fai um revolucionario, grande observador da realidade do seu tempo. Participau ativamente da Tormagao de uma Associagao Internacional de Trabathadores, fi coautor de O manifesto do Partido Comuniste e organizador de 0 capital. Escreveu trabalhos préprios, como A situaeao da classe trabalhadora na Inglaterra e | Aorigem da familia, da propriedade privada e do Estado. | Friedrich Engels (1820-1895) | SUN NRRERS eS saneasemtnng 3. O materialismo historico Para entender o capitalismo ¢ explicar a naturcza da organizagio econémica humana, Marx desenvolveu uma tcoria abrangente e uni- versal, que procura dar conta de toda e qualquer forma produtiva criada pelo homem. Os principios basicos dessa tcoria estiio expressos em seu método de andlise ~ 0 materialismo historico. Marx parte do principio de que a estrutura de uma sociedade qualquer reflete a for- ma como os homens se organizam para a producio social de bens, que engloba dois fatores fundamentais: as forcas produtivas e as relacées de produgio. As forgas produtivas constituem as condigdes materiais de toda producio. Qualquer processo de trabalho implica mat identificadas e extraidas da natureza ¢ 0 conjunto das ferramentas ‘ou maquinas utilizadas segundo uma orientagdo técnica especifica © homem, principal elemento das forcas produtivas, 0 responsavel pot fazer a ligagio entre a natureza e a técnica ¢ os instrumentos. © desenvolvimento da produgio vai determinar a combinagao ¢ 0 uso desses diversos elementos: recursos naturais, mao de obra dispo- nivel, instrumentos ¢ técnicas produtivas. A cada forma de organi- zacio das forgas produtivas corresponde uma determinada forma de relacao de produgio. As relagées de produgdo sio as formas pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva. Elas se referem 3s diversas maneiras pelas quais sio apropriados e distribuidos os ele- mentos envolvidos no proceso de trabalho: as matérias-primas, os instrumentos e a técnica, os préprios trabalhadores ¢ o produto final. ‘Assim, as relagdes de produgdio podem ser, num determinado momen- to, cooperativistas (como num mutirao), escravistas (como na Anti- guidade), servis (como na Europa feudal) ou capitalistas (como na indistria moderna) (figuras 4 ¢ 5). Forgas produtivas e relacdes de produgao sio frutos das condigoes naturais e historicas de toda atividade produtiva que ocorre em socieda- de. A forma pela qual ambas existem e sao reproduzidas numa determi- nada sociedade constitui 0 que Marx denominou “modo de produca0”. s-primas Materialismo histérico 0 conceito refere-se a me. todologia elaborads por Karl Marx para explicar 0 desenvol- Vimenta histérico da socieda: de humana desde sua origem, Segundo seus pressupastos, toda @ qualquer transforma fe social tem origem nas ba- ses materials da vida social, ou soja, na sua infraestrutura Figurasses0A ‘equerdseamponesos tosquiam ovelhas Horas ‘saVrgem,c 1515, ‘aaa tabresdorate banquet comemortvo (| damnation, Loroder reashores do dave ‘eBay, séelo x4, Segundo accra Europa feudal asrlgbes apradugsocrom ets Nexpongio ‘otrbaho dee ‘amponesesfomeda siento materia da Socedad, nce loqulescventas restos obra Figura « Linha de montagern de farco

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