Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Haroldo Queiroz, Carlos Magno Vaz Gontijo, Maria Helena Mesquita Londe, Nils Peter
Chister Nilson, Acir Augusto César Parreira Júnior, José Eustáquio Dornellas Penido,
Oranício Menezes, Conceição Maria de Souza Azevedo, Marco Aurélio Bezerra Gontijo
Santos, Ernane de Oliveira Silva, Vera Lúcia Cardoso Couto, Joice Martins Silva
Quirino, Francisco Xavier Tavares, Maria da Conceição de Carvalho Queiroz, Rosalva
Flores Fernandes Leandro, Paulo Sérgio Teixeira Leite, Alisson Luciano da Silva, Pedro
José da Costa, Léa Mírian Castro Couto, Cecília Franco Cançado, Rosalina Aparecida
da Silva, Adilson José da Silva Xavier
Considerações preliminares
O interpelado é vereador no Município de Bom Despacho. No desempenho de
seus afazeres legais tem constatado que diversos agentes políticos e alguns funcionários
usam seus cargos e funções para cometer crimes, ilegalidades e irregularidades diversas.
Por falta de combate, os atos nefandos têm se alastrado metastaticamente.
Muitas licitações foram e são abertamente fraudadas.
A administração de pessoal é perversa e comete ilícitos às catadupas.
Há enriquecimento ilícito com prejuízo para o erário. Veículos, máquinas,
equipamentos e pessoal são desviados para uso particular.
A contratação temporária de pessoal fere o espírito e a letra da Constituição e
das leis que regem a matéria.
Os desvios de função ilegais e imorais proporcionam vida folgada a apaniguados
em detrimento do andamento dos serviços.
Servidores que não seguem a cartilha dos poderosos são perseguidos às
escâncaras.
A execução orçamentária e financeira foi tornada um lamaçal inextricável na
tentativa de confundir quem tenta analisar as diversas irregularidades aí ocorridas.
O desvio e o abuso de poder são constantes em todas as áreas da administração.
Os culpados chafurdam na lama da mentira e fogem à sua obrigação de prestar
contas ao legislativo municipal e aos cidadãos. A administração omite informações,
destorce fatos, impede que os vereadores cumpram seu papel de controle externo.
Diante desse quadro de anomia, patrimonialismo, má administração e crimes
contra a administração pública é obrigação de todo cidadão reagir e exigir a volta ao
reinado da lei, da moralidade, da administração proba.
Com tanto mais razão, é essa a obrigação do vereador. Mais do que o cidadão
comum, ele tem o dever de lutar para botar cobro a essas imoralidades.
Há uma quadrilha atuando a prefeitura. Ela saqueia o erário, corrompe
funcionários, coarcta servidores honestos e lança uma emanação mefítica sobre o futuro
de nossa cidade.
Os quadrilheiros que dela fazem parte precisam ser identificados, processados,
condenados, afastados da administração municipal e presos.
Essas pessoas precisam aprender que Bom Despacho não é um antro de jogatina;
que o setor de compras não é um entreposto da corrupção; que a prefeitura não é a
caverna de Ali Babá.
Impropriedades da interpelação
Em vez de interpelar o vereador, os interpelantes deveriam ter mandado apurar
os fatos e punir os culpados. Esse era seu dever. Invés disso, preferiram fazer vistas
grossas aos desmandos e interpelar quem revela os ilícitos.
A interpelação é descabida.
A uma, porque o vereador está sob cláusula excludente de ilicitude quando se
trata do disposto no art. 144 do Código Penal.
A duas, porque só cabe interpelação quando há dúvida quanto ao que disse o
interpelado. Não é esse, porém, o caso. O que o interpelado disse, disse-o com clareza
meridiana: há fraudes em licitações; há uma quadrilha operando na Prefeitura; há
ilegalidades diversas no governo municipal.
Onde a dúvida que pudesse justificar a interpelação?