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-MORTE DA PINTURA 11a obriga-nos a um retrospecto. Quando 0s pintores impressio. 1 eee lfinand 0 seler polo ar Ive, prociraram apreender objeto mesa na luminosidade natural, a pintura figurativa comegou a morrer. Nos quadros, de Monet os objetos se dissolvem em manchas de cor @ a face usual das coisas se pulveriza entre os reflexos luminosos. A fidelidade ao mundo na- tural transferira-se da objetivagao para a impressdo. Rompidos os contornos que mantinham os objetos isolados no espago, toda possibilidade de contro. le da expresso pictérica se limitava & coeréncia interna do quadro. Pouco depois, Maurice Denis diria que “um quadro — antes de ser um cavalo de batalha, uma mulher nua ou alguma anedota — é essencialmente uma superticie plana coberta de cores dispostas de certa maneita’. A abstracao nao tinha nascido ainda, mas os préprios pintores figurativos, como Denis, ja a anunciavam. Cada vez mais o objeto representado perdia significagéo aos seus olhos, € em conseqdéncia disso 0 quadro, como objeto, ganhava impor- tancia. Com 0 Cubismo, o objeto é brutalmente arrancado de sua condicao natural, transformado em cubos, 0 que virtualmente the imprimia uma natureza ideal: esvaziava-o daquela obscuridade essencial, daquela opacidade Invencivel que caracteriza a coisa. Mas 0 cubo é tridimensional, ainda possui lum niicleo, um dentro que era preciso consumir — e isso foi feito pela fase dita sintética do movimento. J& entéo 0 que sobra do objeto 8 pouca coisa. E é com Mondrian e Malevitch que a eliminagao do objeto continua, © objeto que se pulveriza no quadro cubista 6 0 objeto pintado, o objeto re- presentado. Enfim, é a pintura que jaz ali desarticulada, & procura de uma nova estrutura, de um novo modo de ser, de uma nova significagao. Mas nesses quadros (fase sintética, fase hermética) nao ha apenas cubos desarticulados, planos abstratos: ha também signos, arabescos, papéis colados, nimeros, letras, areia, estopa, prego etc. Esses elementos indicam duas forgas contré- rias ali presentes: uma, que tenta implacavelmente despojar a pintura de toda © qualquer contaminagao com o objeto; outra, que retorna 0 objeto ao signo © que para isso necessita manter o espago, o ambiente pictérico nascido da epresentagao do objeto. A esta ultima tendéncia pode-se filiar a pintura dita abstrata, de signo e de matéria, que se exacerba hoje no Tachismo. Mondrian 6 quem percebe o sentido mais revolucionario do Cubismo e Ihe 4 continuidade. Compreende que a nova pintura, proposta naqueles planos uros, requer uma atitude radical, um recomego. Mondrian limpa a tela, retra dela todos os vestigios do objeto, nao apenas a sua figura, mas também a cor, a matéria e © espaco que constituiam o universo da tepresentagao: sobra- the a tela em branco. Sobre ela o Pintor n&o representard mais o objeto: ela 6 9 esPaco onde o mundo se harmonizaré segundo os dois movimentos basicos a horizontal @ da vertical. Com a eliminagao do objeto representado, a tela ae Presenca material — torna-se 0 novo objeto da pintura. Ao pintor : 'ganizé-la mas também dar-Ihe uma transcendéncia que a subtraia cbscuridade do objeto material. A luta contra o objeto continua © problema que Mondrian se oe ae sntts Propés néo podia ser resolvido pela teoria. lestruir 0 plano com 0 uso das grandes linhas pretas que

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