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O Trigo e o Joio

Romance neorrealista de Fernando Namora, publicado em 1954.


"Gostaria de vos contar coisas dessa gente. Coisas da vila, do Alentejo clido e
brbaro e dos heris que lhe do nervos ou moleza, risos ou tragdia. [...] E
gostaria de vos falar ainda dos trigos e dos poentes incendiados, dos maiorais e
dos lavradores, do espanto dos dias, do apelo confuso da terra, da solido."
assim que, no primeiro captulo de O Trigo e o Joio, o narrador-contador de
histrias, recuperando a sua funo milenar, e uma oralidade manifestada na
extrema sobriedade da linguagem, se prope falar de vidas simples, unidas numa
histria rocambolesca e trgica.
Para alm de qualquer conotao social, o romance parece situar-se num tempo
imemorial, procurando desmontar o modo como um ato aparentemente irrisrio,
a compra de uma burra, pode transformar irremediavelmente a existncia das
personagens nele envolvidas. Desde o desejo ardente de a comprar at ao
momento em que abatida, no ltimo pargrafo, o narrador, sem pitoresco rural,
sem qualquer quebra narrativa, esboa com extraordinria mestria as paixes, as
angstias, as alienaes que agitam a alma humana, mostrando como as
personagens, a burra e a terra se encontram unidas numa epopeia comum.
O livro foi objeto de uma adaptao cinematogrfica, realizada por Manuel
Guimares em 1965, com destaque para as interpretaes de Eunice Muoz,
Igrejas Caeiro, Manuel da Fonseca, Ldia Franco, Maria Manuela e Virglio
Macieira.

Resumo
um livro de violncia contida,de uma fora dominada,excepcional,o Trigo e o
Joio,desvenda.nos as lutas de um pequeno povo rural a debater-se,sozinho na
sua pobreza,frente ao egosmo e ao orgulho dos grandes proprietrios.
Euma obra que importa valorizar pelo mrito artistico,to evidente se manifesta
o escrupuloso trabalho literrio do romancista,constitui pois,ao mesmo tempo, o
quadro fiel de determinada situao social,e um documento notvel sobre os
sentimentos,as aspiraes e os erros humanos.
Circua-o um sopro pico marcadamente progressista,to larga a atmosfera de
sonho que rodeia as criaturas e amplos os horizontesabertos para l da aventura
cmica,com as suas promessas indefinidas e logros inevitveis:o sonho do trigo(
e da abastana) que o joio das crendices aniquila,repe uma vez mais,a
impressionante noo muito pessoal de esperana que,modo geral,atravessa toda
a obra do romancista, e que este livro mais no que uma grandiosa alegoria..

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