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por Leticia de Castro e é e \ no mundo daliteraturapolicial. 0. literario “=== NZ © para os momentos de écio en- tre as diligencias, o blog (www. verbeat.org/blogs/cultcool uando criou 0 blog freak) descrevia de forma sim- Diiicosites ot noms conn 2004,duranteumplan- __De detalhes prosaicos como tdoMMPorrentonadelegaciade a roupa amarrotada que usava Pedregulho, cidade a437kmde para trabalhar até batidas em Siio Paulo, oentao investigador _bocas de fumo, Roger passou 2 Roger Franchini, 30, nao ima- _narrar situacGes de corrup¢io ginou que ohobby virtual daria _¢ episédios de violencia expli- origemaumboomdeblogspoli- _cita. “Eu sempre descrevia os ciaisnainternet.Emais,aexpe- fatos sob a minha stica, exage- riéncia inspiraria a sua estreia_ravaum pouco, distorcia.” 24 [REVISTA DA FOLHA} 21 pe Mango = 2010 Com tal “licenga postica”, foram criadas as bases para “Ponto Quarenta” (150 pags., R$ 15,30), seu livro de estreia, E um romance policial, langa- dom margo de 2009, no qual descreve as agruras de um in- vestigador frente ao descaso do Estado com a policia e mostra uma intricada rede de corrup- fo que assola a corporagao e atinge a ctipulado governo. Com linguagem direta,aobra chama a atengdo no meio lite- rério. “O livro tem a forga da experiéneia vivida, filtrada por Oexpolical civil Roger Francini virou escrito ‘quando deiroua experi, om 2008 uma linguagem seca, direta, despida de ornamentos, o que torna sua narrativa mais con- tundente”, diz oescritor Margal Aquino, autor do policial “Ca- becaa Prémio” e de roteiros de filmes como “O Invasor”. “Ro- ger Franchini lavrou um bole- tim de ocorréncialiterério.” Para transformar as curtas narrativas virtuais em um en- redo coeso, Roger contou com uma colaboragio especial: Olivia Maia, sua mulher e es- critora de livros policiais. “Ela me introduziu nesse universo da literatura e me apresentou a autores importantes como Dashiell Hammett”, conta O projeto tomou forma quan- do Roger pediu exoneragio da Policia Civil, em 2008, apés ser alvo de uma investigacao da cor- regedoria, O proceso foi moti- vado por uma carta que 0 entio policialmandou’Folhadizendo saber onde estava o reldgio rou- bado de Luciano Huck. “Aquilo foi uma metiifora grosseira. Na carta, eu criticava o estado de abandono em quese encontrava Policia Civil” justifica-se. 0 proceso foi arquivado. Mas, desgastado com oepisédio, Roger decidiu seafastare traba- Tharcomoadvogado. No primei- ro més longe, escreveu o livro. “Nunea tive pretensio de fazer grandes novidades literdrias. Querocriarhistériasqueaspes- soasleiam”, diz oescritor. “Meu sonho é fazer livro para banca dejornal, estilo ‘Sabrina’ Fa de autores como Rubem Fonsecae Dashiell Hammett, ele ainda nao é um best-seller. Com um esquema de divulgagao na internetenobocaaboca, vendeu atéagora500 exemplares. Blogosfera Mesmo polémico, Roger con- quistou admiradores na cor Depois da criagdo de CultCoolFreak, surgiram mais de 70 blogs policiais. © tema ganhou tanta repercussio que motivou um estudo da Unesco. “Os blogs policiais represen- tam um importante meio de expresso e producao de novas ideias paraa seguranca publica no Brasil”, afirma Anabela Pa va, pesquisadora do Centro de Estudos de Seguranga e Cida- dania, umadasautoras do estu- do.“Representamumaruptura com os cédigos hierdrquicos daspoliciase coma tradigao do sigilo das foreas policiais, onde aexpressio de opinido sempre foi duramente reprimida.” O blog pioneiro continua no ar, comatualizagdes menos fre- quentes. Roger escreveu ainda um roteiro de um curta-me- tragem que vai ser rodado em julho. Eahistéria de investiga- dores que cuidam de um caso envolvendo vampiros, ‘Agora, a menina dos olhos de Roger é mesmo alliteratura. Ja terminou de eserever a conti nuagao de “Ponto Quarenta” € std na metade do terceiro ro- mance -sobre um travesti que investigaa morte de um jogador de futebol amante do prefeito. 21 ne Manco 98 2010 [EVES

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