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Nw duplo 1/2 #85 ¢ esc. 300800 NOVEMBRO 1985 tecnica Revista de Engenharia Publicag&o da Associacao dos Estudantes do Instituto Superior Técnico técnica revista de engenharia « aeist PROPRIEDADE DA ASSOCIAGAO DE ESTUDANTES DO INSTITUTO SUPERIOR TECNICO DIRECTOR M, DE ABREU FARO COORDENADOR EDITORIAL J, ANTUNES BARATA DIRECCAO E ADMINISTRACAO AEIST # Ay. Rovisco Pais 1000 Lisboa * Tels. 88 93 23 / 88 10 18 PUBLICIDADE TECNICA ¢ AEIST ® Av. Rovisco Pais - 1000 LISBOA - Tels. 88 10 18 / 89 75 15 COMPOSICAO. OFICINAS GRAFICAS DA RADIO RENASCENCA IMPRESSAO A TRIUNFADORA, artes graficas, Lda. Rua Silva Carvalho, 60 B, 1200 LISBOA PUBLICACAO TRIMESTRAL * 5000 EXEMPLARES ASSINATURAS (4 nimeros) PORTUGAL 500$00 * ESTRANGEIRO 12 USS N. 1/2 ¢85 e NOVEMBRO 1985 indice de artigos artigos 3. CONTROLO DE STOCKS DE PRODUCAO EM LINHA DE MONTAGEM convidados EM SERIE: INTERACGAO DISTRIBUIDA ENTRE OS SISTEMAS INTERVENIENTES. JOSE M. F. MOURA ec MARIA MANUELA M. A. VELOSO. 17 AS VARIAVEIS MINERALURGICAS NO PLANEAMENTO MINEIRO. JOSE QUINTINO ROGADO 24 PROCESSOS MARKOVIANOS DE RENOVAMENTO NA MODELACAO, DE SISTEMAS ESTOCASTICO! M. F. RAMALHOTO. artigos 40 RECURSOS HUMANOS NACIONAIS E DESENVOLVIMENTO LUIS AIRES BARROS 50 DIAGRAMAS POTENCIAL — pH C. A. C. SEQUEIRA 64 SIMULACAO DE UMA OPERACAO UNITARIA DA INDUSTRIA QUIMICA: EVAPORACAO DE MULTIPLO EFEITO. . JOAO F. PEREIRA GOMES ¢ CARLOS M. ALVAREZ PEREZ 69 MODULACAO DE TIPO OKPSK COM DIAGRAMA DE OLHO. PREDETERMINADO ANTONIO GUSMAO c NELSON ESTEVES notas 76 THE BREWSTER’S ANGLE FOR PERPENDICULAR POLARIZATION cientificas M. DE ABREU FARO A. S. C. FERNANDES 79 AN OPTICAL POLICY FOR CONTROLLING NON-INTERACTIVE FINITE SETS OF ELEMENTARY PROCESSES. JOSE QUINTINO ROGADO 82 CONDUTIVIDADES IONICA E ELECTRONICA DUM OXIDO PURO MOy COM DESORDEM DE SCHOTTKY C. A. C. SEQUEIRA. 86 A SIMPLE PROCEDURE TO IMPLEMENT THE TWO STUBS AND 2/4 LINE IMPEDANCE MATCHING METHOD, J. FIGANIER e A. M. BARBOSA. 90 THERMAL RECTIFICATION IN EXTENDED CAVITIES J.M. M. BARATA e D. F. G. DURAO 94 SOBRE 0 CONSUMO ENERGETICO DOS VEICULOS AUTOMOVEIS (UM COMENTARIO) F, ALMEIDA E CASTRO 917 OPERADORES ASSOCIAVEIS A RADIACAO EMMEIOS DE MOVIMENTO M. JOAO M. MARTINS 100 VARIACAO DE ENTROPIA E REVERSIBILIDADE RODRIGO DE ABREU técnica - aeist EDITORIAL ‘Com a publicago deste numero duplo pretendeu-se e conseguiu-se reduzir o intervalo entre as sucessivas edigdes da Técnica. Contribuiu de modo decisivo para a recuperagéo agora iniciada, a imediata publicacdo dos originais cujas provas de revisdo se deram por findas, Desta atitude, poder resultar que a ordem de entrada dos artigos nao seja exactamente a mesma que se observa na publicagdo, mas tal facto fica salvaguardado pelo anuincio da data de entrada do original Se a afluéncia de artigos for numerosa e se distribuir harmonicamente pelas diversas secgdes e areas, cientificas, se a revisdo das provas for rapida, o inconveniente apontado tendera a desvanecer-se. Os aspectos focados pesam de modo importante nas limitagdes materiais que temos vindo a referir em niimeros anteriores. Nesta matéria temos que ser intransigentes no que respeita a introdugao de alteragées no original inicial e jé em trabalho de composigao. Mais uma vez se solicita que se _respeitem as NORMAS relativas a extensao dos artigos. No que se prende ao estritamente material, nomeadamente & forma e tempo de composigao, continua-se a trabalhar. Relativamente & colaboragao recebida e natureza de artigos considerados, a experiéncia colhida e uma Prospeccao no dominio de potenciais leitores aconselha-nos o seguinte: — Manter dois ARTIGOS CONVIDADOS por nimero. Nesta area temos recebido pronta ¢ excelente colabora¢ao. — Reservarna secgtiode ARTIGOS uma parte importante, pretenderiamos quase total, para os a 808 de sintese que, em linguagem rigorosa mas acessivel, facultem aos estudantes as tltimas novidades da Ciencia e da Técnica, seu interesse actual e futuro. Cria-se assim um espago novo que tera significativa projeccao entre estudantes e até de outros que, embora especialistas, 0 nao sao nas diversas areas contempladas. — Manter e incentivar as NOTAS CIENTIFICAS. Trata-se de um espago eminentemente cientifico vocacionado para apresentar resultados de investigagao ou experiéncia colhida na realizagao de trabalhos técnico-cientificos. Aqui a colaboragao tem rareado. RESUMINDO — ComosARTIGOS CONVIDADOS” a TECNICA reserva-se o direitode estimularo que pre- tende publicar; — ComosARTIGOS” espera uma larga comparticipagdo entre professores e alunos e de que por ‘acgOes concertadas se construam originais de interesse; — Comas“NOTAS CIENTIFICAS” a TECNICA oferece um espago de publicagao a actividade de Investigacao e Desenvolvimento do .S.T. e nao s6. Com esperanga, continua aguardando. M. de Abreu Faro CONTROLO DE STOCKS DE PRODUCAO EM LINHA DE MONTAGEM EM SERIE: INTERACAO DISTRIBUIDA ENTRE OS SISTEMAS INTERVENIENTES* JOSE M. F. MOURA ** MARIA MANUELA M. A. VELOSO ** SUMARIO O-conirolo da gestdo de stocks de um armazém que abas: tece uma linha de montagem numa unidade industrial de produgdo em série é considerad atraves da interacgdo dis- tribuida enare os sistemas imervenientes, As actividades de- senvolvidas sao idemificadas fundamentalmente em dois ‘grupos: comunicasdo, representando trocas de mensagens entre os sistemas componentes, e processamento, corres: pondendo a acces intensivas de tratamento da informa- edo. O artigo detalha 0 diagrama temporal, analisando as actividades locais eas mensagens de comunicagdo trocadas entre os diversos sistemas componentes. Processamentos Upicos sdo referidos, apresentando-se algoritmos de selec- io de alternativas nomeadamente um baseado na cha- ‘mada regra de stock minimo. O artigo estuda a sistematizagao de actividades em an- biente que designaremos por ndo estruturado. A ndo estru- turagao é por exemplo resultado da intervengao de opera- dores humanos. A definicao do préprio sistema global, envolvendo a especificagdo de comportamentos complexos, uma tarefa que subjaz o presente trabalho, mas que no é ‘aqui considerada, Introduzindo progressivamente detalhes complementares, 0 artigo identificard no final aspectos es- senciais do problema, 0 trabalho exposio € parte integrante de um projecto ‘operacional numa empresa industrial. A redugdo da inter- venedo humana, fonte possivel de comportamentos inespe- rados (ie. eventualmente nfo reconhecidos por outras componentes do sistema) é conseguida através do maior ‘rau de flexibilidade incorporado. A contrapartida, como é ‘habitual nos problemas de engenharia, é traduzida pela complexidade adicional exigida pela soluedo, Por quesiGes de exposicdo, a apresentacdo cinge-se aos aspectos funda- ‘mentais, deixando de lado pormenores de implementacdo Por outro lado, o artigo foca apenas uma das subcompo- Trabatho parcialmente subsidiado pelo INIC e pelo projecto CAPS-EIM. Professor Catedrtico (DEE-IST e CAPS-INIC). pro- ‘fessor associado visitante no Departamento de Enge- ‘mharia Electrotéenica e Ciéncia de Computadores, ‘Massachusetts Institute of Technology (EVA). 8% Assisiente (DEE-IST ¢ CAPS-INIC), bolseira do INIC, estudante pos-graduada no Departamento de CCiéneia de Computadores, Boston University (EVA). (1) Caracteristicas bésica e especifica sdo definidas no Cap. 3, ponto 17, de{ }. Aqui, ésuficiente 0 exem- plo 1 apresentado na secgdo IIL, ponto 7. ‘original cebido para publiasto em 2/10/84 rnentes do projecto, sendo essencialmente extraido do capt- tulo 4 de (1), Esta referencia, eas referéncias nela inclul- das, detatham as outras subcomponentes do trabalho, 1—INTRODUGAO Referir-se-i por controlo da produeo, a actividade que acompanha a historia da montagem dos produtos na linha de producio em série. Esta actividade tem 0 seu inicio quando € aberta uma obra de produgio, que iremos denominar por lote. O con- trolo da produgio & descrito de fotma sequencial no proce- ‘dimento apresentado em pseudo-cbdigo na figura 1 rocesimento CONTROLO_DA_PRODUCAD; begin requisiso oe material; ormecinentos efectives; hile waterialex_falta and Lotesberto do requisigée e material en falta; forvecsmuntas efectivoss FIGURA 1 ~ Controlo da produto dentificam-se 0s seguintes passos: |) Aidentiicagito do lote define os volumes de producio 4 serem montados de produtos com determinadas ca- racteristicas basica e especfica (1), ii) Com estes dados, provede-se & requisiglo de material. ‘Com base na informagio que define a composigaio dos Produtos, é seleccionado © material a requisitar. Por analise das existencias disponiveis, feita a seleogdo das classes postiveis a serem requisitadas nos diferentes grupos de alternativas (ver 3.3, ponto 25 de [1] ) (ver ainda secgdo IV mais abaixo), £E feita uma previsfo de material requisitado que ird ser fornecido. Todo o material requisitado & eativado pari o lote em questio, iii) Os fornecimentos efectivos actualizam a informagaio de ‘material previsto fornecido e permitem determinar se ainda ha material requisitado no fornecido reterido ‘por material em falta. S40 criados movimentos de sada dde material efectivamente fornecido, iv) Enquanto o material esté em falta e o lote se mantém aberto, sto desencadcadas sucessivas requisigdes de ‘material em falta, seguidas da necesséria informago dos fornecimentos que efectivamente abasteceram a li nha de montagem, ¥) O processo termina quando o lote ¢ completado ou ‘quando ¢ introduzida uma data de fecho para o lot, © procedimento da figura I descreve assim de um modo geeral o encadeamento de actividades inerentes & histéria de um lote em particular, Estas actividades so resultado da comunicago entre tus sistemas, nomeadamente os sistemas INFORMAT, (Informatica), PRODUGAO e ARMAZEM. © estudo do controlo da produgio, que & apresentado neste artigo, esté dividido em seis seogSes. As secgSes Il, I IV referem-se a0 provesso individual de cada lote, en- ‘quanto a secgio V analisa as implicagées da cocxisttncia de vrios lotes simultaneos no tempo. A seosio II desereve a comunicagio entre os sistemas e respectivas actividades. A seegdo III aprofunda as actividades lacaise os processos de comunicagao. A seccdo IV descreve o algoritmo de seleesio de alternativas. Finalmente, a secpo VI sumariza as con- clusdes do artigo 1 — COMUNICACAO ENTRE SISTEMAS 1. Introdugto © procedimento simplificado da figura | apresenta as actividades, independentemente de qual o sistema que as ‘executa, Procurou-se com esse resumo, definir a semantica do processo em si. Como sistemas intervenientes, © to- ‘mando uma atitude simplificadora, assumir-se-io apenas (0s sistemas INFORMAT, PRODUCAO ¢ ARMAZEM. A, interacglo entre estes sistemas no Ambito do controlo da produgio seré estudada nesta secgao, 2. Dingrama temporal de actividades ¢ comunicasiio A cronologia de comunicago entre os trés sistemas em causa, descrita informalmente na secsHo I, € esquematizada na figura 2, Siio postas em evidencia as actividades locais de cada sistema ¢ a comunicagdo de informagdo entre sistemas. Notagio: No diagrama de actividades ¢ comunicagio entre sistemas, usa-se a seguinte simbologia: fe — actividade local do sistema A. HO — mensagem com origem no sistema Ae destino o sistema B <= teste intormagdo local — instrugdo interna ao esquema do diagrama . a to FIGURA 2 — Diagrama temporal de actividades © comunicapho 3. Andlise temporal do diagrama Cada eixo de tempo diz respeito a um sistema em part cular. Facto 1: Os cixos de tempo representados traduzem esca~ las de tempo distintas para cada sistema, Por outro lado, © processo é iterative, As iteragdes esto numeradas na varidvel ido diagrama e 0 bloco itera- tivo esté assinalado devidamente. Facto 2: 0 processo exibe estrutura iterativa, O bloco ite- rativo tem os instantes de tempo significativos assinalados como fungo da respectiva iteragio i A precedéncia entre actividades ¢ comunicacéo entre sistemas é expressa pela numeragdo adequada dos instan= tes de tempo significativos, Facto 3: Fora do bloco iterative, verifia-se K>K SS y>eVEK EN, Dentro do bloco iterativo verifica-se DR>K PS aW> | O VAR EN WIEN Di >| SAO >qO.ViiEN VEEN (Os instantes de tempo assinalados dizem respeito& comu- nicagio entre sistemas. Assim, por exemplo, 1 — instante de recepeio pelo sistema INFORMAT da ‘mensagem de identificagio de lote, emitida pelos sis- tema PRODUCAO. ty — instante de envio ao sistema PRODUGAO do mapa de requisicao colectiva, proveniente do sistema INFORMAT. Finalmente, o instante de tempo que assinala o fim da actividade € referenciado em cada um dos sistemas IN- FORMAT, PRODUGAO ¢ ARMAZEM por ty (i), (0), te (i), respectivamente, |. Andlise de comunieasio do diagrama (© diagrama da figura 2 indica que o sistema ARMA- ZEM no comunica directamente com o sistema INFOR~ MAT no controlo da producdo. O sistema PRODUCAO, ‘actua como meio de comunicagio entre os sistemas IN- FORMAT ¢ ARMAZEM. Este facto coloca no sistema que recebe, ¢ nil no sistema que fornece, a responsabili- dade de controlar as entradas de dados (fornecimentos efectivos) no sistema INFORMAT. Porque & previsivel, em futuro proximo, a inverso desta responsabilidade, com comunicagao directa entre os sistemas ARMAZEM e IN- FORMAT, este facto no afecta a implementagio do con- trolo da producdo, 5. Anilise de actividades do diagrama No decorrer do capitulo, sio descritas em pormenor as actividades do sistema INFORMAT no que respeita a0 controlo da produgio. As actividades do sistema PRO- DUGAO so as de gestio do material que serve a monta~ gem dos produtos de um lote. Do diagrama da figura 2 Concluem-se 08 seguintes pontos gerais, que caracterizam a Fungo de cada sistema no processo de controlo da produ- sto. Facto 4: 0 sistema INFORMAT tem a seu cargo, © pro- ccessamento automatico de dados. Facto §: O sistema PRODUGAO garante que hi, no sis- tema ARMAZEM, requisigdes de material, para Aue este seja abastecido A linha de montagem, Facto 6: O sistema ARMAZEM abastece a linha de mon- tagem com 0 material que Ihe ¢ requisitado. III — ANALISE DAS ACTIVIDADES LOCAIS E MENSAGENS DE COMUNICAGAO MILL, Identificagio do lote 6, Especificagdes Um lote é uma obra de produso, Em relago & identifi cagdo do lote, enumeram-se as seguintes especificagdes, que esto subjacentes ao funcionamento da empresa: ') Um lote diz respeito a produtos com a mesma earacte- ristlen bislen © diferentes caracteristicas specifica. ‘a montagem de produtos com caracteristicas bisi- as distinas, so abertos lotes dstintos. ii) Um lote estabelece um volume de produgdo total dos produtos a montar. Este volume de produgio € diseri- ‘minado por earscteristicaespecifica. 7. Consequancias das especificasses A especificagdo i) tem como consequéncia a existéncia fem simultinco no tempo, de virios lotes em montagem. Esta situagio ¢ analisada em detalhe na seogdo V. ‘© exemplo seguinte ilustra © impacto da especifica- sto ii. Exemplo 1: Identifique-se a caracteristica bésica com um ‘modelo de produtos e a caracterstica especifica com uma marca. Pela definigio de caractersticas basica e especitica (ver capitulo 3, ponto 17 de [1] ), um modelo pode ter vvirias marcas, Seja 0 modelo MOD, € as m marcas res- pectivas MAR\, MARy2, MAR\3,--, MARgm. © lote L001 estabelece para o modelo MOD,, o volume de produ cio VPROD, = 1000, Se VPROD4; representar, para este Tote, o volume de produgio a montar da marca MAR, verifica-se | VPRODY, imu PROD, 0 Lote fica totalmente identificado por — miimero do lote, (Ex: L001). — earacteristica bisica, (Ex: modelo MOD,). — volume de producto total, (Ex: VPROD, = 1000) — volume de produgio diseriminado por earacteristica especifca, (Ex: VPROD4;, i= 1... m). Esta informacio é enviada pelo sistema PRODUGAO ao sistema INFORMAT, como se pode ver na figura 2. A actividade de requisigio de material édesencadeada no sis- tema INFORMA, apés validago da identificagio do lote recebida TL2. Requisigfo de material 8, Entrada esaidn de dados A requisigio de material 6 uma actividade do sistema INFORMAT, que tem como entrada de dados: 4 estrotura de dados de incorporagfo de items nos produtos (relagdes INCORB ¢ INCORE, global- ‘mente denominadas INCOR), — 08 dados de identifieagdo do lote, — o nivel de existencias dos items (relag#o EXIST), — a deserigSo dos items (relago DESCRIT). Como saida de dados é criada a relagio de quantidades de items incorporados a requisitar para a montagem do lote (relagio REQLOTE); ver o esquema de blocos na figura 3, Por razées de espago, nfo & aqui possivel detalhar 0 mo- elo l6gico de dados, nem a estrutura fisica de suporte Para ficil compreensio do artigo, as relagSes anteriores podem ser assimiladas pelo leitor de forma intuitiva a tabe- las ou ficheiros convencionais. Assim, por exemplo, a rela- ‘elo EXIST definira para cada item qual a sua existéncia em armazém, FIGURA 3 — Diagrama de entrada/saida da actividade 4e requisigfo de material, [Na figura 4 apresenta-se 0 procedimento de requisigho de material, rocedinerto REQUISICIO BE YATERTAL; begin ‘equisigdo de ttas nlo pertencentes 20s grupos de alternatives (REDLOTE)); ‘seloojlo ob classes possivets a requisitar para cede gripe de arternativas (REQLOTES)s RLOTE = RELOTE, U RELOTE 5 FIGURA — Requisigdo de material Para o item I;, que nflo é elemento de nenhum grupo de alternativas, ie. Ij € Gy, a quantidade a requisitar Queg & funglo da quantidade incorporada Qine ¢ do volume de produgdo do lote. Seja 0 lote k respeitante a produtos com caracteristca bisica CBAS. O volume de produgio VPROD, do lote k ‘std discriminado por caracterstia especifica CESP,. Veri- fica-se, como jé se viu em IIL, = VPROD, ' PROD, fem que m € 0 niimero total de caractersticas especificas (pe. marcas). A quantidade Qreg ¢ obtida por £ Qin (I, CBAS,, CESP,) * VPROD: 1 Ve Gos Quel Exemplo 2: Seja o lote LOO! com a identificagdo introdu- ida no exemplo 1. Seja REQLOTE,, a relagdo resultante do processo de requisigdo de items nfo pertencentes aos grupos de alternativas. Na figura 5, REQLOTE, € deserta ‘em linguagem pseudo-c6digo. Os simbolos m, ye |X| da igura 5 tém o significado habitual dos operadores projec- ‘elo, selecefo e juncto natural da Algebra relacional [2] como = oe co) sr,oooir,ccusT CBAs,» amre,ounrt wud.» om ete raed IGORLOT (CEP, ODT COST aE, QUA HID); 16 cesPomasy, When OFED:= QUT # YPROD MLD sersue Neon. (cE3, COO, IST, FATE, ORE UND); sent = = cancomory fl nescerry vesicit, cost, a, one cust, om FIGURA $ — Definigio em pseudo-cédigo da relago REQLOTE). REQLOTE) € a relagdo de requisicdo de items pertencentes grupos de alternativas, Verifica-se REQLOTE = REQ- LOTE, U REQLOTE;, E adiada para a secsio IV a apresentagio detalhada do algoritmo de seleosio de alternativas Previsio de fornecimentos Para a emissio dos movimentos de saida de material do ARMAZEM, o sistema INFORMAT aguarda até ao ins- tante tg (ver figura 2), em que Ihe é dada informagio sobre (0s fornecimentos efectivos de cada item, Introduza-se, para cada item, 0 atributo de existéncia disponivel EXSDISP, distinto da existéncia real do item, EXS, No ponto 10, € definido exactamente 0 valor de EXSDISP para cada item. De momento, admita-se que a existéncia disponivel é uma fracglo da existéncia real de cada item. Veja-se a tabela | para a especificagdo da no- ‘menclatura usada no seguimento da apresentagio. BS = XiSteneka real BXSDISP- BLisigneia _DISPontvel QR —- Quantidade ReQuisitada QFORP - Quantiawue runnecida Prevista QFOR —- Quantidade FORneciva efectivanente QcAT —- Quantidade cativa TABELA 1 — Variaveis de processamento da requisisfo de materia, Facto 7: A previsto de fornecimentos & obtida do seguinte modo: if EXSDISP = QREQ then QFORP = EXSDISP else QFORP = QREQ. Estuda-se na subsecgdo III.4 que os fornecimentos efec- tivos apenas terfo que ser comunicados, caso contrariem esta regra. Isto é, para reduzir 0 fuxo de comunicacio, adoptar-se-a o tratamento explicito apenas das excepgSes. 10, Existencia disponivel — Relagio EXCAT. Para cada item, a quantidade requisitada traduz a quan- tidade efectivamente necesséria para a montagem dos pro- 0 (ver figura 2) sem com isso perturbar 0 controlo da produgdo leva & in- {rodugo do conceito de quantidade cativa. ‘A requisigio de material eativa para o lote, cujo processo esti a decorrer, as quantidades requisitadas para cada item, Com o controlo da produelo, surge assim uma outra relagdo bisica para o sistema INFORMAT, onde se man- tém a informagio das existéncias cativas para cada item. Seja a relaglo EXCAT (EXisténcias CATivas) com atri= butos CODIT, CCUST, OBRA, QCAT © dependéncias funcionais DEC. DFEC = {CODIT: CCUST: OBRA_ > QCAT} Resultado 1; CODIT: CCUST: OBRA éa tinica chave da relagfo EXCAT, eesta encontra-se na forma normalizada de Boyce-Codd, Definisio 1: A existencia disponivel EXSDISP, para o item A, obtem-se a partir da sua existénca eal, EXS e quantidadeeatvas, pelo seguinte pro- cediment: ExXSDISP=EXS. while not eof EXCAT begin ead EXCAT (CODIT, CCUST,Useu, CAT) $f CODIT=A ‘then EXSDISP+EXSDISP-QCAT; Esti subjacente na relagio EXCAT a existéncia de varias obras LOTE simultneas. Este ponto vai ser diseutido na seogto V. TIL3. Mapa de requisiglo colectiva mapa de requisigdo colectiva & a mensagem enviada pelo sistema INFORMAT ao sistema PRODUCAO. & ‘uma enumeragdo exaustiva dos items e respectivas quanti= ddades necessarias para a montagem de determinados pro- dutos. 11. Atributos da mensagem ‘Uma mensagem é apresentada neste estudo, como uma relagio (ver capitulo 2 de[1]). O mapa de requisigfo colec- tiva tem os eampos ou atributos apresentados na tabela 2 CopIT- CHDige ao Aten DESIGIT -. DESIGnaglo do Tex ARN = ARMazem EXSDIN = EXLSEEneta visponivel IMiciad (antes da presente requist; QUAFOR ~ Quantioooe JA FORneciéa QR —-_ Qvantidade Repusitada QFOR = Quantidade rukreviaa efectivanente TABELA 2 — Auibatos do mapa de requisigho colectiva Em [3] so apresentados exemplos coneretos de mapas de requisig&o colectiva 12, Caberatho do mapa de requisigio colectiva (© mapa de requisigo colectiva € um documento de mo- vimentago de items, em que as quantidades movimentadas so as quantidades fornecidas efectivamente. © eabegalho do mapa tem os atributos numerados na tabela 3, comuns a todos os tuplos do mapa, ‘ama = anna (Lote) cisr,, vEH00,) Aributos do eabegalho do mapa de tequisigh colectiva Como se conelui do diagrama da figura 2, 0 mapa de requisigo colectiva é uma mensagem de comunicag&o en- tre os tds sistemas INFORMAT, PRODUGAO © AR- MAZEM. Estuda-se a acpio de cada sistema em relagio a este mapa 13, Acgio do sistema INFORMAT. © mapa de requisigio colectiva é gerado automatica- ‘mente pelo sistema INFORMAT com base em: ') relagdo REQLOTE de sada do processo de requisicio ‘de material (ver figura 3); ii) informagdo residente sobre a existéncia disponivel A partir dos dados de identificagdo do ote, 0 sistema INFORMAT preenehe os atributos OBRA, CBAS, VPROD, CESP, € VPROD, {i = luo. m) do cabegaiho, Quanto ao atributo NUMD, 0 seu valor é gerado automaticamente por incremento do mtimero do ditimo documento emitido. s atributos do mapa, ver tabela 2, © a excepefo de QFOR, vem directamente da relagfo REQLOTE. A exis- ‘téncia disponivel inicial EXSDIN, 6 obtida pelo processa- ‘mento que define a existéncia disponivel (ver definigio 1), no instante inicial da requisiglo. © atributo QFOR no ¢ preenchido pelo sistema IN- FORMAT. Seri o sistema ARMAZEM que o preencherd informando das quantidades efectivamente fornecidas. A situagio em que EXSDIN < QREQé assinalada com lum alerta na existéncia disponivel incial (ver [3]). 14, Acgio do sistema PRODUCAO Como se vé na figura 2,0 sistema PRODUGAO faz uma correesio a requisiglo. Facto 8: O sistema PRODUCAO tem autoridade par terar o conteddo do campo da quantidade requisi- tada, QREQ. Relembre-se que (ver figura 5) QREQ = VPROD * INCOR. QUANT/INCOR. UNID A alterago da quantidade requisitada QREQ ¢ conse- Quéneia das seguintes situagdes possiveis, detectadas pelo sistema PRODUCAO: §) Os valores de INCOR. QUANT ou INCOR. UNID no esto actualizados, ii) Por informago da linha de montagem, 0 sistema PRO- DUCAO tem conhecimento de que hi um excesto ou uma falta de material que justifica a diminuigdo ou o aumen- to da quantidade requisitada (por exemplo, resultante de pegas defeituosas ou sobras de lots anteriores acurnula- das na linha). Enquanto a situaglo i) nfo exige nenhuma acglo ex- ‘raordinaria por parte do sistema PRODUGAO, para alem da correcgio justficada da quantidade requisitada pelo sis tema INFORMAT, o mesmo nfo sucede em relagio a si tuagio i). A situagdo i) exige que o sistema PRODUGAO desencadcie uma acsfo de envio de mensagem ao sistema {que mantém actualizada a relago INCOR, que € 0 sistema TECNICA (ver tabela 3.8 de [1]), informando-o da ano- ‘malia detectada. Facto : O sistema PRODUGAO tem autoridade para acrescentar novas requisigSes de material, através 4a inserg#o dos atributos CODIT, DESIGIT, ‘ARM, QREQ. Este facto traduz uma situagio de que o facto 8 é um caso particular. 15. Acgiio do sistema ARMAZEM (sistema ARMAZEM recebe 0 mapa de requisiglo co- lectiva © procede ao abastecimento dos items listados nas quantidades requisitadas corrigidas ou no pelo sistema PRODUCAO. Facto 10 O sistema ARMAZEM introduz a informagéo quanto & quantidade efectivamente fornecida FoR, Notago: A notacdo (x) refere-se a0 valor do atributo x de uma mensagem, Facto 11 © ARMAZEM atribui valores a QFOR, de acordo com a seguinte regra Sea quantidade fornecida no abastecimento é igual a (QREQ) V. {sinat de acordo} cento (QFOR) senio (QFOR) = valor da quantidade fornecida, Denomina-se por QFOR indistintamente a designasio do atributo ou o seu conteiido. O contexto onde & inserida 4 varivel torna claro o sentido pretendido. Com respeito ao intervalo de tempo de abastecimento (acco do sistema ARMAZEM), conclui-se da figura 2, 0 facto 12, Facto 12: ts >> ty i) — 450, 1 No Este facto traduz a constatagio de que um abastecimento nfo é uma actividade com duragio propria endo do volume de items: posteriormente, o volume de items requisitados no mapa de requisi¢fo colectiva ¢ largamente superior ao volume de items requisitado numa requisigdo de faltas. Serdo postas presentemente em evidencia, duas situagoes distintas que conduzem ao nfo abastecimento do material requisitado na sua totalidade. 16. Nio abastecimento por insuficitncia de existineia fisien sistema ARMAZEM apenas pode fornecer quantida- des inferiores ou iguais as que existem fisicamente, 17. Nio abastecimento por outros condicionamentos Apesar da existencia poder permitir o fornecimento inte- gral, hi condicionamentos particulares que o impedem. Es- {ho neste caso, os items eujo volume fisico ou fragilidade ‘no permita a sua acumulagfo na linha de montagem durante 0 periodo total de fabrico do lote, Nesta situaglo, ¢ fornecida apenas uma fraccdo da quantidade requisitada ‘Todo o material nfo fornecido, fica em falta para o lote, sendo requisitado de novo em iterag6es seguintes. TILA. Fornecimentos efectivos 18. Fornecimentos efectivos do mapa de requisisio colectiva Depois de receber 0 mapa de requisiglo colectiva prove- niente do sistema ARMAZEM (ver figura 2. > ty). 0 sistema PRODUGAO comunica a0 sistema INFORMAT 0s formecimentos efetivos abastecidos pelo ARMAZEM. Estes slo devidamente assinalados no atributo QFOR, de scordo com a regra enunciada no facto II © suporte para a comunicagdo tem os mesmos atributos 4que 0 mapa de requsigdo coletiva, Atendendo as quanti- dades previstasfornecidas (ver II.2, ponto 8), 6 ha neces- sidade de comunicar ao sistema INFORMAT a informacio ave as contaria —regra de excep referida anteriormente ¢ formalizada no facto 13. Notaglo: A notagdo (x), refere-se.ao valor do atributo x de uma mensagem, atribuido pelo sistema A. Facto 13: Osistema PRODUCAO apenas informa o sistema INFORMAT, nas seguintes situagSes: 1. (QREQ)pRopucko * (QREQ)inFoRMaT 2. (EXSDIN) > (QREQ) ¢ (QFOR) # V 3. (EXSDIN) < (QREQ) © (QFOR)* (EXSDIN) AA situagdo I traduz os factos 8 ¢ 9. As situagdes 2. 3 resultam de ma previsdo, jé que contrariam as regras apre- sentadas no facto 7. Na situagao 2, a existéncia disponivel inicial EXSDIN & superior ou igual quantidade requisitada QREQ. A quan- tidade prevista fornecida QFORP ¢ igual & quantidade re- uisitada, de acordo com o facto 7. O valor da quantidade efectivamente fornecida (QFOR) diferente de / significa {que a quantidade requisitada QREQ nio foi fornecida na totalidade (ver facto 11), o que contraria a previsio QFORP. Na situagio 3, a quantidade prevista fornecida QFORP & igual & existencia disponivel inicial EXSDIN, pois esta é inferior & quantidade requisitada QREQ. A previsio € con- trariada pelo no fornecimento efective da existéncia dis- ponivel EXSDIN, expresso em (QFOR)# (EXSDIN). ‘Uma anilise estatistca da frequéncia de ocorréncia, de cada uma destas situagées, conduz a justificagdo da Vali- dade da previsio de material fornecido. 19, Anilise estatisi Para o tuplo genérico de um mapa genérico, definam-se 0s seguintes acontecimentos: ‘A = ovorrtncia de uma das situagdes descritas no facto 13, ocorréneia da situagio i particular Porque os acontecimentos B; so mutuamente exclusivos, 3 Facto 14: Pr fA} = 5 Pr {Bi} 1 Seja No niimero médio de tuplos de um mapa, ie., N€ ‘© nGimero médio de requisigBes individuais de items numa requisigfo colectiva de material Facto 18: O nimero médio de tuplos. Nexe exigindo a aceo de excepgio € Nee = Pr{A}.N Por analise estatistica dos acontecimentos, resultaram os seguintes valores numéricos: 0.010, Pr {Bi} = }0.040,, 0.050 , donde Pr {A} = 0.1. Este valor quantifica a economia de esforgo representa pela regra de excepglo adoptada, Pelo ponto 16, este valor ser tanto menor, quanto mais five for a informagio residente no sistema INFORMAT. Os valores de Pr { By} © Pr { Bs} justficam-se pelo decorrer simultneo de varios lotes, como seré focado na secgilo V. De facto, embora a requisigfo de material fun- cione sequencialmente, 0 abastecimento no sistema AR- MAZEM nfo segue nenhuma ordem especifica, Assim as existéncias disponiveis no acto de fornecimento podem no coincidir com as disponiveis EXSDIN, no momento da requisigdo de material Quanto a Pr { By}, pode ainda decompar-se 0 seu va- lor em duas parcelas de acordo com as alternativas i) e ii) indicadas no ponto 14. Uma andlise estatistica mais fina mostrou que é a situacio ii) — exeesso ou falta de material na linha de montagem — que contribui mais significativ mente para o valor de Pr ( By} Fornecimentos efectivos da lista de requisisio de faltas Por pedido de requisicfo de faltas com origem no ss- tema PRODUGAO e destino o sistema INFORMAT € ge- rada a lista de material ainda cm falta para a montagem do lote, © sistema PRODUGAO envia esta lista a0 sistema ARMAZEM, que a preenche e devolve de novo ao sistema PRODUGAO. Sempre que éreceida a lista de requisicho de falas, 0 sistema PRODUGAO comunice ao sistema INFORMAT os fornecimentos efectivos. A regra seguida & distinta da ae foi indicada no facto 13 para o mapa de reqviigdo Colectva, A anise revela que os acontecmentos que oF07- fem slo dstintos dos discriminados anteriormente. Por ‘outro lado, as respectivas possiblidades de ocorrencia slo também signfieativament diferentes, nfo se justiicando a regra de excepgio, Esta constatagdo nfo € de extranhar, dado que se trata agora de acompanhar os fornecimentos das excepodes detectadas aquando do mapa de requisio colectva Facto 16: O sistema PRODUGAO apenas informa o sistema INFORMAT, nas seguintes situagSes: 1. (QREQ)propucko * (QREQiNroRMaT 2 (QFOR) # 0 s valores elevados da probabilidade de ocorréncia des- tas situages sfo ainda justifieados pelo significado do mapa de requisigfo colectiva versus a lista de material em falta, e pelos respectivos tempos de abastecimento. Como foi posto em evidéncia no facto 12, ¢ atendendo & figura 2, verificarse que tj — ts >> te () — tis (De ieN Facto 17: De modo a ser conhecido 0 abastecimento do ‘material em falta com a assiduidade desejada, 0 imtervalo de tempo tis (i) — tis (, 1 Ne € muito menor que ts — ts Este facto, apoiado numa anise estatistica que estuda a frequéncia das situagdes deseritas no facto 16, justifica a regra estabelecida de necessidade de comunicagio, ara concluir 0 estudo da comunicagio de fornecimentos efectives, faz-se notar que a regra de excepeio adoptada procurou satisfazer um principio geral de acgio, que subj a filosofia de processamentos distribuidos. Principio: Em processamentos envolvendo sistemas distin« tos € desejavel minimizar 0 volume de dados de comunicagdo entre sistemas. A aplicagao deste principio, ao caso particular em es tudo, levou no s6 a0 processo de previsio de material fornecido, como ainda a andlise estatsticae semantice das diferentes situagdes que poderiam conduzir & nevessaria comunicagio de dados, . Actualizasio de dados e movimentos de saida ‘A actualizagio de informagio local no sistema INFOR- MAT écompletada com a comunicagdo dos fornecimentos efectivos, que representam saida de material do sistema ARMAZEM. No capitulo 3, subseecdo 3.2.5, ponto 12 de [1]. € apre- sentada a relagio MOVIT que traduz a movimentagdo dos items, que ¢ actualizada pela actividade em estudo do con- ttolo da produgdo. Por outro lado, ¢ automaticamente i tivado o material que se mantém em falta © acesso simultneo por parte de diferentes sistemas & relagio MOVIT é estudado no capitulo 7 de [1], onde é esenvolvido um algoritmo para controlo de concorréncia de acessos. Razdes de espaco levam & omissto destes t6pi- ‘605 no presente artigo, ILS, Requisigdo de material em falta e fecho do lote O sistema PRODUGAO emite um pedido de requisigao de faltas,identificando 0 respectivo lote. Depois de testar se © lote em causa esté aberto, o sistema INFORMAT pro- ‘cede & actividade de requisigao do material em falta. Facto 1 E requisitado o material que se encontra ainda cativo para este lote © processo de requisido de faltas ¢ iterative, A actualizacio de dados mantém a iteragio k depen- dente dos dados das iteragdes anteriores. Notagiio: X* representa 0 valor doatributo X na iteragdo k. Scja k a presente iteragdo. Entio, tendo em conta as breviaturas apresentadas na tabela 2, seegfo IIL3. ponto II, QREQE = QREQ!—! — QFoRK—' ket QUAFORK= = gror’ és justficow a existencia de material em falta (ver pontos 16 17, seosdo 11.3), A quantidade jé fornecida QUAFOR é um acumulado das quantidades efectivamente fornecidas nas iteragdes an teriores. A relagdo entre QREQ* e QUAFOR® permite ter ogo da fracco de material ainda em falta A acciio de fecho de lote pode ter origem em duas situa 68es ndo exclusivas ') abastecimento integral do material em falta, ii) decisfo do sistema PRODUGAO. 10 Na situagio ii), se o material no foi integralmente abastecido, hi uma actualizagio do material cativo, liber- tando o material em falta do seu estado de cativo para o Tote fechado, IV, ALGORITMO DE SELECCKO DE ALTERNATIVAS 21, Introdusio No capitulo 3 de [1] & apresentada a constituigdo dum Produto como sujeita a definicko de alternativas. Para a Fequisigfo de material com vista & montagem de produtos especiticos, torna-se necessério estabelecer um algoritmo de selecgo de alternativas, Subconjuntos de items (nfo neces- sariamente disjuntos) (com a respectiva incorporagiio deti- nida) so ditos em alternativa se a constituigao de um pro- uto implicar a integragio de um e um $6 desses subconjuntos. No referide capitulo 3, distinguem-se dois casos depen- dendo do critrio adoptado para a seleogdo de material por ‘rupo de alternativas: CRITERIO 1: seleccdo por ordem de prioridades pré-estabelecida, CRITERIO 2: seleosio por busca de stock mini © caso 1 seré abreviadamente referide como ertério de Prioridades, enquanto que o caso 2 serd referido como o eritério da busca do stock minimo. O stock minimo no éa existéncia minima, mas sim esta normalizada pela incorpo- ragdo. Um grupo de alternativas verifica 0 eritério 2, nfo foi estabelecida uma ordem de prioridades de escolha entre as lasses possiveis que o compdem. A busca do stock minimo eonsiste na procura do item do grupo de alternativas, cujo stock seja 0 minimo. O item de stock minimo determina a primeira escolha de uma classe possivel do grupo a que Pertenece, Se 0 stock minimo ndo permitir atingir o volume dda produgdo total do lote, nova busea de stock minimo de entre 0s items das restantes classes possiveis, determina a segunda claise escolhida. A busca jiterativa termina, quando se conseguiu atingir 0 volume de produgio total do Tote ou se esgotarem as classes possiveis, [Nos dois casos, se se esgotarem as classes possiveis, sem ser atingido o volume de produgio total, 0 algoritmo requi- sita 0 volume de produgdo em falta, de uma classe possivel aleatéria ou pré-estabelecida. No decorrer desta secgdo, estuda-se em detathe cada um 440s casos possiveis, bem como o procedimento algoritmico implementado. A apresentagio ¢ acompanhada de exem- Plos ilustrativs, IVA, Selecso por ordem de prioridades pré-estabelecida O algoritmo tem como entrada os dados sobre a incorpo- ragiio dos items nas diferentes classes possiveis e determina (0s volumes de requisigo para os items de cada classe pos- sivel Entrada: 1. G & um grupo de alternativas. 2. nel €0 ndimero de classes possiveis para o gru- poG. 3. PRIOR [nel] é a matriz de prioridades por classe possivel. PRIOR [i] = significa que a classe j tem prioridade i 4, nit & 0 nimero de items do grupo de alternati- 5. QINC [nit x net] éa matriz de quantidades de incorporagao por item e por classe possivel, 6. EXSD [nit] ¢ 0 vector de existencias dispo- niveis para eada item, 7. YPROD é 0 volume de produgio a atingir. Objectivo: Determinar a matriz VCLAS [nel] dos volu- mes a requisitar de cada classe possivel de modo ‘20 tera matriz QUTEM [nit] de quantidades 4 requisitar de cada item do grupo G, tal que 1, QINC x VCLAS = QITEM nel 2 £ k= 3. Se obedeceu as prioridades definidas em PRIOR. VCLAS [k] VPROD. © algoritmo ¢ explicado com o auxilio de um exemplo particular. O procedimento que implementa este algoritmo apresentado na figura 7. O cédigo escolhido foi o Pascal, i que se considera esta uma linguagem auto explicativa, 22, Exemplo 3 Seja 0 grupo de alternativas representado na figura 6 ‘com 7 items associados em 3 classes possives, A co FIGURA 6 — Items respectvas classes possveis ‘Admitam-se « matriz de incorporagdes QINC e a matri7, de existencias disponiveis EXSD: Qinc = t 2 o o ° ° 3 1 30 1 03 2 10 EXSD = [450 825 1000 125 800 632 2500] © volume de produsio assumido VPROD = 1000 con- siderando-se 0 vector de prioridades PRIOR = (23 1] ‘Asclasses I, 2¢ 3 tem respectivamente prioridades 3, | ©2 Na iteragao 1 do algoritmo & seleccionada a classe de prioridade mais elevada, que no exemplo em considerago Ea classe 2, Comegando na classe 2, determina-se o volume ‘mAximo permitido pelas existéncias disponiveis. Os ele~ ‘mentos da classe 2 so Ia, Is € Ip, com existéncias dispo- niveis, $25, 1000 ¢ 2500. (0 volume a requisitar da classe 2, sed: 825 1000 2500 VeLAS [2] = L min (>. >.> PROD ) | conde. representa a parte intera do argumento.e min (G1. ay <4) caleula 0 minimo entre ayy 82 sty OF argumentos da fungSo min correspondem aos valores das existnciasdispontveis dvididos pela quantidade de incor- poragfo dos items da clase 2. Para o exemplo em estudo, com VPROD = 1000, VCLAS [2] = 500 VCLAS [2] <_ VPROD 1000, 1 classe de prioridade seguinte & analisada, depois de 0 algoritmo actualizar 0 vector das existéncias disponiveis EXSD = [455 325 0 125 800 632. 1000)", © 0 volume de produgio, VPROD = 1000 — VCLAS [2] = 500, Para a classe de prioridade 2, ov sejaa classe 3, obtém-se de Forma identi, vetastay=Lning 5 & verop) J O item 15 € comum as classes 2 e 3. Porque foi este o item que jé decidiu o volume de produgo possivel na iteragao anterior, isto € da classe 2, a sua existencia disponivel foi completamente esgotada EXSD [3] = 0. 0 volume de produso possivél com a classe 3 éconsequentemente aul. © algoritmo passa imediatamente & classe seguinte, neste caso diltima classe possivel, ou seja, a classe 1, de priori= dade 3, ‘0 volume de produgio possivel vem 455-325 $00 622-1000 Laine TT PTT Yeast) 2 verop) J ‘Como VPROD = $00, ver VCLAS [1] = 210. As existencias disponiveis so uma ver mais actualiza- das. O volume de produgio total nfo foi atingido VCLAS [2] + VCLAS [1] 10 < 1000, Para suprir o débito 1000 — 710 = 290, admita-se que a classe possivel a ser requisitada nesta situagHo ¢ pré-estabe- lecida como sendo a de prioridade méxima, neste caso, a classe 2. £ actualizado assim o valor de VCLAS [2] VCLAS [2] = 500 + 290 = 790, 12 As existencias disponiveis so novamente actualizadas de acordo com esta nova requisigdo, Note-se no entanto que as existencias disponiveis so limitadas inferiormente a0 valor zero, © algoritmo, neste exemplo particular, teria como saida as seguintes matrizes VCLAS de volumes de pprodusdo por classe e QITEM de quantidades requisitadas por classe, VCLAS =(210 790 oy" QITEM = [420 1000 1580 0 420 630 2580)" A existéncia disponivel para cada item & dada por EXSD = [30 0 0 125 380 2 0J7. Aomere. de 18 6 ero) (omer de conus. ysis! luntiaieagio ge vnunet) ren (ut (5 reve (289 (235 rie (alk (4335, patie; (erento nina & 1) [L:APOR ph} eae pl a grr 9) ont (GE (Sy then YS (pt) nin (UES fet), au CAINE Cpt), 6 vot (ras (e149) hen bate EVO (pes > wre ‘en beste Yous (ee) :aro-t es, "BSD [testis (2-8 (ped * ‘neti pa 136 OIE [STsefinit then Yass (41:05 ‘em bain WO (eA08 oma) Af et (QING (5,008 (mae 10 en ee (est Grae ODN (P08 (aes on a (15 fe Sie wna GOTO aI («VEE (3) # ae C131 FIGURA 7— Algoritmo de sleogio de aterativas com Driridades pré-estabeleidas © procedimento apresentado na figura 7 € uma versio sim- plificada do algoritmo implementado. Pretende-se apenas Fealgar o aspecto da selecgio das classes possiveis, no se ‘evidenciando pormenores de acesso e actualizagao de da- dos nas relagGes respectivas. Dai que a inicializagio de da dos consista na entrada de matrizes. Na implementacao Dritica, esta entrada é equivalent & leitura dos dados nas respectivas relagdes. As instrucdes de read devem ser assim interpretadas, como procedimentos de leitura dos dados nas respectivas relagdes, com criagio da estrutura de dados utilizada pelo algoritmo. O tempo de processamento da busca iterativa € minimizado pela manipulagio de dados estruturados matricialmente, pois decorre em meméria cen- tral, So assim minimizados os acessos 4 meméria de ‘massa, para optimizago do tempo de resposta. IV. Seleesio por busea do stock minimo Oalgoritmo, neste caso, procede de modo distinto, embora tenha como base os mesmos dados. Entrada: 1. Gé um grupo de alternativas, 2. mel €0 nimero de classe possiveis para o gru- po G. 3. nit € 0 nimero de items do grupo de alterna- tivas. 4. QINC [nit x nel] éa matriz de quantidades de incorporagdo por item e por classe possvel, 5. EXSD [nit]é 0 vector de existencias dispo- niveis para cada item, 6. VPROD é 0 volume de produso total. Objectivo: Determinar a matriz VCLAS [nel }dos volu- ‘mes a requisitar de cada classe possivel de modo ‘a obter a matriz QITEM [nit ] de quantidades 4 requisitar de cada item do grupo G, tal que 1. QINC x VCLAS = QITEM ea 25) votas te) = vPRop. 3. Stobedeeu bce de tock minima O algoritmo é explicado por recurso a0 mesmo exemplo {da subsecgao IV.1. Na figura 8 é apresentado um procedi- ‘mento em Pascal para a implementacdo do algoritmo. Considere-se 0 grupo de alternativas introduzido na fi- ‘gura 6, com matriz de quantidades incorporadas QINC e cexistencias disponiveis EXSD, dadas no ponto 22, da mesma subseccio IV. 1 ‘Seja mais uma vez VPROD = 1000. 0 algoritmo baseia- se na construco da matriz EXSREST [nit x nel]. Esta ‘matriz traduz as existencias para cada item que estariam disponiveis, se para o VPROD em causa, o item fosse re- uisitado para dada classe possivel Se para dada classe, o item tem incorporagio null, @ respectiva entrada é inicializada a infinito. Para o grupoem exemplo, a matriz EXSREST vem exsrest = [iso 175 = = 1m 26800 175-100 ee 500 © 1175 2000-2675 200 368 = ‘em que, por exemplo, EXREST (6,1) = EXSD (6) ~ QINC (6,1) * VPROD, 632 — 3 * 1000 = 2368 Por busca do elemento minimo da matrie EXSREST, 0 algoritmo identifica o item que conduz ao stock minimo. A classe possivel a que esse item pertence & a primeira a ser requisitada pelo algoritmo, Em caso do item de stock mi- nnimo pertencer a mais que uma classe, é arbitrariamente escolhida a classe de menor nimero. O processo ¢ iterative e termina quando se atingiu o volume de produglo dese- jado, ou quando ja no ha mais classes possives a requis tar No exemplo em estudo, o elemento minimo da matriz é EXSREST [4,3 ] = — 2875. Na primeira iteragio, € requi sitada a classe 3.0 volume de produgo maximo permitide para esta classe possivelé determinado por processo idéntico A selecedo por prioridades, ‘Assim, os elementos da classe possivel 3s80 Ta, Ty, La Is « Igcom existéncias disponiveis respectivamente 825, 1000, 125, 800, 632. O volume de produglo permitido para a classe 3 6 0 62 vetas (3 }= L min ( = verop) 1. Com VPROD = 1000, vem VCLAS [3 ] = 41 algoritmo actualiza 0 vector das existéncias disponiveis. (© volume de produggo em falta € VPROD = 1000 — 41 159. A matriz. EXSREST & construida com os valores actualizados, a busca do elemento de stock minimo nfo incidindo sobre as classes possiveis jé requisitadas, neste caso, a classe 3 (as respectivas entradas so inicializadas a infinito). exsp =[ 40 EXSREST at ora 7 tot 2 woe al a —e 2500 i an Por exemplo, EXSREST (7,2) = EXSD (7) —QINC (7,2) . (1000 — 41) = 2500 — 3x 959 = elemento minimo da matriz é EXSREST [6,1 ] ‘= ~ 2286, Na segunda iterago € requisitada a classe possi- vel | com 0 volume de produgio maximo permitido pelas cxisténcias disponiveis dos items que a constituem. Esse valor é 40 25 759 sot 2500 verastr ]=L min ( verop) J. Como VPROD =959, vem CLAS [1 ] =197. © volume de produsio em falta é PROD =959 — 197 =762. E escolhida a classe 2 depois de se ter actualizado 0 vector das existtncias disponiveis. EXSD =[36 $46 877 2 365 0 2303 J © volume de produgio permitido pela classe possivel 2, & sue 708 Bo) J =a, rey vetas (2 y= L min ( ‘Como nio se atingiu o volume de produgio total dese- jado e se esgotou o stock dos items do grupo, ¢ requisitado ©adicional numa classe possivel pré-definida, por exemplo, a clase 3. algoritmo determina os volumes de produgo apresen- tados em VCLAS por classe possivel,e requisita 0s items constituintes do grupo, nas quantidades representadas em QITEM. As existéncias disponiveis finais dos items esto caleuladas no vector EXSD. VCLAS = [197 438 365] 7 QITEM = [394 1365 1971 1095 759 956 1511] T EXSD = [56 0.0.0 41 0 989]? Note-se que 3 QITEM() = Z QIN (i,k). CLAS (k) ket visto que, ~ ginc x CLAS QITEM (ait x nel) (nel x 1) (nit x 1) O algoritmo difere do caso | apenas no eritrio de esco- tha de classe possvel a ser requisitada. O exemplo apresen- tado poe em evidenci a diferenga significativa que se veri- 13 14 fica entre os dois crtérios de selecgo em termos das quan- tidades requisitadas de material. E permitido alterar o critrio de seleego dum grupo de alternatvas,informando se ese grupo verfica 0 caso 1 ou 2, por actualizagto da relagdo PRIORGRUP introduzida ‘no capitulo 3 de [1]. ‘De um ponto de vista prtico, ests dais eritrios de esco- tha correspondem a motivagdesdstintas do gestor.Ocrité- rio do stock minimo ¢ 0 normalmente utlizado, pois per- nite eliminar os chamados “monos" em armazém — items em relagdo aos quais e por razSes diversas se deixam de colocar encomendas. 0 critério de priordades dé total le- xibilidade na definigdo a priori de escoha. £ ainda de refe- rir que entre iteragSes de processo de controlo da produ- so, &possive alterar 0 eritério de selecso. sessed fine do obo} elec. mara anew posts) fo dy bey ey eis satcers ree tse (3): for jo Waa ‘a 2am (yas HE C35 Th 8 for Set el 8 TSHSr (53): ate et ve (5,918 SF SHY (4,50 < tle SPA sist (1 (cians eseiisa & ero OME Cs, a) EAS ede AS (ey (5D (7 ome (41) $6 roe (0A (2150) Wess (a Tab ()eoe cd = ua fold # ame (ets ca (een Te vas (3) «Serato ua foie Yass tein) 6 Wher rot (ME (ied « 0 THSb CA0ee Bay Ga) = wake Qu Eek ses (ee) reyes de mterat) (uTo (De=OBH (4) « vA (9) ome (435 FIGURA #— Algoritmo de selecgdo de alterna por busca de stock minim V, LOTES SIMULTANEOS 23, Fases possiveis de lotes simultineos |Até agora, apresentou-se o estudo respeitante & monta- ‘gem de um s6 lote, P6s-se em relevo, porém, que varios otes| existem em decurso simulténeo no tempo, Nesta seccdo mostra-se que, 0 método de funcionamento implementado para um s6 lote, permite a existéncia de varios lotes em simulténeo, sem necessidade de complexificacto. Em relagdo a um lote, comega-se por resumir 0 processo escrito, enumerando algumas regras de funcionamento, Facto 19:Um lote tem as seguintes regras de funcionamento RI: A previsio de material efectivamente fornecido & baseada nas existénctas disponivelxsubsecsio IIL.2, ponto 9, facto 7). R2: Quando da requisicio de material, as quantidades de material necessériassio cativadaspara o lote (subseccdo IIL.2, ponto 10), Fase 1 E> INFORMAT PRODUGAO 5 ARMAZEN Fase 3 INFORMAT t49(1) pRopugdéo ARMAZEM Fase 5 “S11, 43) INFORNAT PRODUGAO —- £4502) ARMAZEM. Fase 2 ty INFORMAT ty PRODUGKO ts ARMAZEM Fase & 2 INFORMAT PRODUCAO ys (1) ARMAZEN Fase 6 ty9(3) INFORMAT PRODUCAO 45(5) t24(3) ARMAZEM FIGURA 9 —Diferenes fess possiveis para o decorrer simultineo de dos lots. foe | ME toe? CO] 16 3: A ordem de abastecimentodas requisigBes de mate- rial ndo é relevante, em termos de actualizagio de ‘dados (subseccdo IIL. 4). RA: A selecsio de alternativas € bascada nas existencias disponiveis. Estudam-se as consequéncias destas regras de funciona ‘mento no decorrer de vérios lotes em simultineo. Para tal, ‘eja-se a figura 9 em que se consideram os trés sistemas INFORMAT, PRODUGAO e ARMAZEM em comunica- ‘#0, no decurso da hist6ria de dois lotes simultineos, lote |, representado por I € lote 2, representado por I s instantes de tempo assinalados so os corresponden- tes aos apresentados na figura 2 ‘Com o encadeamento das diferentes fases, pretende-se ‘exemplificar a independéncia entre os diferentes lotes, Fase 1:0 mapa de requisigdo colectivarespeitante ao lote | € abastecido pelo sistema ARMAZEM, enquanto 4 requisigo de material para olote 2¢ processada pelo sistema INFORMAT. 3s fornecimentos efectivos para o lote I nfo sko conhe- cidos. £ a regra R2, seguida aquando da requisiglo do ‘material para o lote I, que garante que a previsio de mate- Fial calculada pela regra RI fornecido para o lote 2 seja consistente. Por outro lado, a selecpio de alternativas para © lote 2 ¢ independente da situacio do lote 1, pelas regras RreR2, Fases 2, 3, 4, §:0s dois lotes trocam as suas posigSes no tempo, A ordem de abastecimento no sistema ARMAZEM & arbitraria, na medida em que no € descrita por nenhuma regra bem definida. Este facto apenas se traduz num possi- vel numero superior de comunicagdo de fornecimentos cfectivos. A anilise estatistica mostra porém, que este fac- tor nko € relevante (subseesio IIL.4, ponto 19). Fase 6:0 lote 2 termina apenas com tres iteragBes decor- ridas, enquanto o lote I se encontra na 5, iteragio nna fase de abastecimento pelo sistema ARMA- zEM. Embora 0 lote 2 tenha iniciado apés o desencadear do lote 1, aquele termina antes deste, sem que a informagio local de cada um dos sistemas seja por isto afectada. As regras RI, R2 e R4 slo responsiveis pela desejada independéncia entre os diferentes lotes decorrendo em ‘multaneo, A regra R3 liberta a informaglo local de cada sistema de relagdes de ordem entre diferentes lotes. As re= gras RI, R2, R3 € Ré traduzem a robustez do sistema do controle da produslo implementado, Facto 20:A existEncia de varios lotes em simultineo ape- nas pode afectar 0 volume de dados na comuni- cagdo de fornecimentos efectivos 24. Comunicasio entre sistemas respeitando virlos lotes O sistema PRODUCAO pode identificar varios Iotes em simultaneo, requerendo um mapa de requisigZo colectiva comum para 0s varios lotes. O processo de requisiso co- lectiva é sequencial para cada lote, mas o mapa é comum 205 varios loes. 3s fornecimentos efectivos traduzem quantidades forne- cidas para o somatério dos lotes. HA necessidade de frac- cionar estes fornecimentos pelos diferentes lotes. ‘Seja QTOT, a quantidade total fornecida efectivamente, QREQ), a quantidade requisitada para o lote i e QFOR;, 1 quantidade efectivamente fornecida para 0 lote ji, O sistema INFORMAT actualiza os dados de cada lote, caleulande QFOR;, por simples divisfo proporcional REQ, FoR; Freq = qror donde, QREQ, QTOT ror, = ———__ % REQ: Caso o item seja inserido na requisigfo pelo sistema PRODUGAO, a comunicacii do fornecimento efectivo do item deve ser feita lote a lote, jd que o sistema INFORMAT niko pode calculé-lo por desconhecimento de QREQi, para cada lote, VL. CONCLUSAO Apresentou-se neste artigo a actividade do controlo da produgdo numa linha de montagem de uma unidade indus- trial. Descreveu-se 0 processamento sob a perspectiva de ‘comunicagdo entre diferentes sistemas. Foram analisadas as actividades locais de cada sistema interveniente no pro- cesso. Os meios de comunicagdo ¢ suas caracteristicas fo- ram estudados. Discutiu-s a interacgio dos processos com a informagio c sua actualizagdo. No capitulo 7 de [1] deta- Iha-se o algoritmo implementado para controlo de concor- réncia de acessos simulténeos por diferentes sistemas que partlham entre si os mesmos dados. Faz-se notar que a apresentago teve como objective por em evidéncia os pontos essenciais do processo, nko se tra tando de uma descrigho exaustiva, Para estudo do software desenvolvido, remete-se 0 leitor para o manual [3] Agradecimentos No decurso do trabalho aqui relatado houve numerosas discusses com o Eng’ Rogério S. Carapuga que se agra- ddecem. Reconhece-se também publicamente a disponiili- dade de todo 0 pessoal do FIM envolvido no projecto da informatizagto do seu controlo da produsdo. BIBLIOGRAFIA [1 ]- Maria M, M. de A. Veloso, “Implementagio de lum Sistema de InformagZo para 0 Controlo da Produgto: Estruturagio Légica © Operagio Dis la", Tese de Mestrado, Depi. Eng. Elect IST, Julho 1984, [2 ]— Jeffrey Ullman, “Principles of Database Systems”, Computer Science Press, Rockville, Maryland, 2nd edition, 1982. [3 ]— Maria M. M. de A. Veloso, “Manual de Utilizagao para as Aplicagdes das Seeges Técnica, Produgdo Contabilidade Analitica”, Relatério CAPS/EIM, Junho 1984. AS VARIAVEIS MINERALURGICAS NO PLANEAMENTO MINEIRO* JOSE QUINTINO ROGADO Professor do IST—CVRM (INIC) ‘RESUMO Justifica-se 0 interesse em utilizar varidveis mine- raltirgicas na avaliagdo, concepedo e controle do pro- jecto mineiro. Apresentam-se métodos globais de optimizacao usando tais varidveis e descreve-se 0 método de aloca- do local como forma mais conveniente de resolver © problema, ABSTRACT The interest of the wilization of mineralurgical variables for the assessment, design and control of the mining projects is explained. Several global methods to tackle with these varia- bles are presented. The so called local mehod is develloped and it is shown t0 be the best way for solving such a problem. 1. Tem vindo a ser reconhecida a vantagem de usar variaveis mineralirgicas na avaliagio de recursos ‘minerais, na concepgio dos respectivos projectos de exploragio © na sua execusio controlada [Z, 1980, 1984; 5, 1984; 7, 1981; 8, 1971/81]. Compreende-se a razo desta nova abordagem que, aliés, decorre da prética ainda habitual (na qual as * Este texto servi de base & principais variéveis ou atributos levados em conta sio @ mineralogia, os teores do. minério tal qual, etc.), se se notar que, em termos monetarios, a produgio mineira é 0 «metal» recuperado, isto 6, 0 metal con- tido in sir, diminuido das perdas inerentes & lavra © a concentrago. Deixando de lado a perda resultante do método de lavra, considere-se apenas a perda em metal intro- duzida pelo processo de concentragao. ‘Serd entdo (v. lista de simbolos) M=RZ, Q=RZQ Ora, fixados que seja(m) 0(s) processo(s) de bene- ficiagao, Ry ou R, dependem de varios factores: Do proprio teor tal-qual, da mineralogia (composigio mincralégica ¢ textura) ¢ da regulacdo do processo, quer quanto a operagao de concentrago, quer quanto 8 cominuigo, da qual, por sua vez, depende a granu- lometria, uma vez fixada a textura, Quer dizer, © par (Ray Z,} ou (Ry, Z.) induz duas classes de equivaléncia: + A classe i: tipo mincralirgico. * A classe j/i : ponto de funcionamento do pro- cesso para cada tipo mincraliir- gico. -omunicago «Nota sobre Economia de Sistema MineralGrgico» paresentada pelo autor a0 V Encontro Nacional de Engenheiros de Minas Portugueses em Nov./S6. Original recebido para publicagdo em 30/11/84. Na metodologia anterior, onde as variéveis utili- zadas se referiam ao minério tal-qual, apareciam: + A classe tipo mineralégico ligada por inferén- cias de légica vaga a classe i. + A classe teor tal-qual da qual derivam os térios de rejeigo denominados marginalistas. Usando as variaveis mineralirgicas, a abordagem 6 reconhecidamente mais directa ‘A classe ixj define antes de mais nada as partes exploraveis em oposiggo as nio exploraveis. Quer dizer, esta classe conduz & determinagio do VAB. médio: VABG,j)=Ra(Za,Ze/ ii) Ze A PZav/ inj + O(Zav/i,+K ie(I,...n} je (1... m/i} Se 0 VABna>Vo 08 blocos so «exploraveis», se 0 VABinei Z.. Os volu- mes ¥; do tipo i a tratar com a regulagio j corres: ponderdo apenas a pontos do espaco discreto R, XZ. Nestas condigdes, o critério seré [8, 1975] ie (,...n) ye smi) com as soguintes restrigbes mii z= i Riv, @I-Z)=0 Nesta forma discreta, o problema da alocugio é reso- livel por programacao linear [8, 1975]. 3. Em qualquer das duas variantes (continua ¢ em geral nio linear, discreta ¢ linear) este método global baseia-se em tipologia prévia onde seré valida dada relagdo média R,(Z.)® para cada um dos sub- jazigos tipologicamente criados. Aplicar este método directamente aos. pequenos locos de sclecgo conduziria & resolucdo de siste- ‘mas de equagdes que poderiam ter algumas dezenas de milhar de equagies. Com a agravante de implicar programacio inteira. Em todo 0 caso, ficaria, deste modo, alocado a cada bloco © par (Rp, Z} optimal a que corres ponderia 0 VAB global méximo. Seria, portanto, possivel verificar se tal VAB excederia certo valor minimo fixado, Vo. Porém, se nfo se houvesse passado pela alocagiio a0 nivel do bloco, 0 resultado seria vélido enquamo se pudesse aceitar a conjectura de que 05 blocos do mesmo tipo mineraliirgico constitutivos de um pai- nel mineraliirgico teriam fungGes de lavabilidade idén- ticas. E sendo estas fortemente influenciadas pela mincralogia, textura, granulometria © ceor tal-qual, € evidente que estes atributos teriam obrigatoria- mente de figurar na matriz das contingéncias, evi dentemente além do par (Ry, Z}" padrio. Tudo isto implicaria a realizagdo, para cada tipo, de krigagens e/ou cokrigagens a que se seguiriam amostragens compésitas para obter réplicas médias dos diversos tipos mneralirgicos. Sobre tais amostras médias efectuar-se-iam eestes de bancada ou piloto para construgio de fungoes de lavabilidade discretas, as quais entrariam entio na optimizagio global acima descrita, No cuso de haver que rejeitar blocos, o critério poderia ser descartar os de menor teor tal-qual ou, (© que provavelmente seria 0 mesmo, os de menor produto R,Z.. E bem claro que este segundo crité rio seria © tinico correcto, se fosse possivel a ele recorrer, © que ndo seria 0 caso ao usarem-se paingis mineralirgicos formados por varios blocos. Porém, efectuadas as rejeigdes, poderia ser neces- sério construir nova tipologia, efectuar novas amos- tras_médias e novos testes para se obterem novas fungées (Ry, Z_}° as quais se utilizariam no novo processo de optimizagao (v. Fig. 1). Trata-se como se vé, de método iterativo, trabalhoso, com certeza demorado e dispendioso, que no se aconselha quando existe a presunglo de realizar rejeigdo e de a fazer variar em face de conjuntura econémica instavel. 4, Método de alocagio local Por isso mesmo foi desenvolvido método muito mais apropriado que a seguir se descreve resumida- Mostra-se que para constituir a fungGo opti- mal Ra(S)", convexo superior, basta utilizar 0 ope- rador tafrach® —[8, 1974/75] Ou RAZ). © Se no primeiro caso a frmula de vend for linear obs tambéen esas equages. 0 Ou RAZ. Ou (Re). © Ou (RZ © Ou MO. € Em homenagem #0 filiofo érbe ALNazzam (645 de) cue, para explear © movimento, ulizou o cones de salto ara = Teor tq THPOLOGIA rmeravurstca | ~ Nineratogta ~ Textura ~ Resposta ¥ cominuicio/aranutonetria RaTnGenTTe ~ Respasta a ensaio(s) padrdo { Ry.Z,) ou 8.2) Tye Ry e/ou Ry pe! CCOLMEITA DE ca) max a, 8 (2h) a (2h) ‘AMOSTRAS MEDIAS nese ott EDEIGHO PoR| a Bafa Ze Te ee Optiniza-se, em cada tipo 0 pro- 904 ou PrLoTo| dato hg ni (zi) ‘4 -b) max ahh ef Fai ah - 2) = 9 ‘OpTIMIZAGRO R ou B+ 2h = cl 0 vAB a a Limo <> a Fig. 1 - ALOCACKO POR OPTIMIZAGKO GLOBAL Este operador define-se como 4k, IRD aR, ARaZ) E estubelece-se sobre as funges de lavabilidade discretas (normalmente bastam 2 a 4 pontos) de cada loco, permitindo construir relagio de ordem que, devidamente frequentada, conduz ao convexo supe- ior referido do conjunto de blocos e simultanea- mente, fornece 0 teor global do concentrado, que & assim um atributo livre, 20 © método autoriza portanto a rejeigéo de blocos quando © VAB nao € satisfatério, exigindo apenas reordenacdo dos tafrach, que permitiré construgio de novos VAB para diversos concentrados globais sem necessidade de utilizar qualquer combinatéria. 4. A utilizagio do operador tafrach, sendo muito mais poderosa (€ portant econémica) do que os algoritmos de optimizagio global, implica, toda- via, a construgo de alguns pontos da funcdo R,(Z.) sobre pequenas amostras € a sua subsequente esti- ago a0 nivel do bloco. £ esta mudanga de suporte que importa, portanto, analisar. Na verdade 0 essencial consiste em construir a fungio de libertacdo caracteristica da textura de cada tipo mineralirgico, © que implica andlise textural de amostras (superficies polidas, p. ex.) utilizando ana- lizador de cexturas com uma janela que simule um grio de calibre @ que seré 0 suporte dos histogra- mas de Z,. ‘A segunda etapa poderd ser a resolugdo da equa- lo integral SLE, Zy U@), dy) = Fly/o) Consistiré entdo em modelar histogramas para- metrizados em @, dados Ey (24/0) E,(Z,): no acorre cominuigo diferencial © Dy WWI 4%, Esta tiltima relagio resulta de 2, SOT %jg7 I~ TOD 1G, H= GI ajy= WD — HBB) donde Ww +e Bly WGI +e), Ora, exprimentalmente conhece-se, para dado tipo mineralargico, E,(Z,) _obtido por krigagem ou krigagem dis- juntiva, Tum simbtindo que hé variograma ein Fey -eMmitindo que _hé variograma nas amostras submetidas ao analisador de texturas. 5), Pot estatistica directa obtida no ana- lisador de texturas. A integra¢o pode pois fazer-se por simples ajus- tamento de certa fungéo de repartigdo, com um ou mais pardmetros q, que apenas dependam de 1.° ¢ 2.° momentos, aos histograma sexperimentais obtidos no analisador de texturas, fixado @. Ou pode, obvia- mente, tentar-se resolver a equacio integral, Seguidamente, hé que construir as_granulome- trias alargadas, dependentes, como vimos, da textura € do tipo e regulacdo da cominuigao. Aqui hé grande liberdade de métodos: Poder-se-do usar técnicas de bancada ou técnicas piloto (estas de aconselhar, no- meadamente quando se prevé utilizar moagem aut6- gena), etc. Em qualquer caso, obter-se-4, para cada tipo mi- neralirgico, classes de curvas granulométricas para- ‘metrizadas na composigio das cargas, no tempo de residéncia, na diluigéo das polpas, etc. TIPOLOGIA aneRac ues ta anatise vexTuae | HISTOSRAPAS 24/5) [ MODELAGEN 00 HISTOC RI2AD0] en 8, (24) © o'gyy | P (2q, (0), dy) = F(A) __t CONSTRUGEO OAS GRANULONETRLAS | HISTOGRAMA DAS GRANULONETRIAS FUNGAO OE LIBERTAGAO TEORICA NOMEROS DE FURGDES DE REPARTIGRO LAVABILTDADE REALS UuTiLtzagko 00 TaFRACH | ‘consTRUGxO 00 cowexo| SUPERIOR M(C) FIG. 2 - ALOCAGRO POR OPTIMIZAGRO LOCAL 2 ‘A construgio dos histogramas das granulometrias alargadas limita-se, como ¢ dbvio, ao estabeleci- mento de combinagGes lineares dos histogramas mo- delados F,(Z,, 4/2), ¥), 08 quais so vélidos para os blocos v por forga de E,(Z,) ¢ %,,, que foram utilizados na determinago ou ajustamento de 4. Vé-se, ainda, que a modelagem descrita € inte ramente dispensdvel, quando se disponha de F(y/) médios baseados em grandes amostras representati- vas © haja sido possivel por krigagem alocé-lo aos blocos v. s histogramas das granulometrias alargadas for- necem directamente, como é dbvio, as fungdes de lavabilidade te6ricas, isto €, F,(Z,) te6ricas, por sim- ples introdugdo de critério de rejeicao. ‘Como passo seguinte introduzem-se as fungdes de repartig&o que traduzam 0 proceso mineralirgico © que, a partir das fungdes R,(Z,) te6ricas, fornecem as suas réplicas «reaisy. (Nao se trataré nesta opor- tunidade deste importante passo do método). Fica-se assim em condigées de aplicar 0 opera- dor tafrach que conduziré & construgo do convexo superior M(C) do qual se pode deduzir facilmente 0 VAB optimal fixado Z. [8 1976]. E, assim sendo, as rejeigdes, caso haja que efec- tud-las, implicario apenas a reordenagao do tafrach (v. Fig. 2). Finalmente deve salientar-se que este método es- trutura mudanga de suporte com significado ao nivel das variaveis mineralirgicas, LISTA DOS S{MBOLOS M — metal» recuperado Re —rendimento em metal ou recuperacio Zz, —teor (ou concentrasio) tal-qual em metal a —atonelagem» tal-qaul c —«tonelagem» do concentrado R, —rendimento em peso Zz —teor (ou concentragio) do concentrado em metal Zy _-—teor (ou concentrasio) do concentrado em metal. cacessoérion a —evalor da unidade> de metal valor brute acrescentado médio por uni dade de peso tal-qual i —tipo mineralirgico genérico n —niimero de tipos minerakirgicos ifi —ponto de funcionamento ou processo de tratamento genérico, fixado 0 tipo i m/i-—niimero de pontos de funcionamento ou de processos de tratamento, fixado © tipo i > —multa por unidade tal-qual b —beneficio por unidade de peso talquel k —despesas de lavra, concentrasto, gastos ge- rais, despesas de capital, etc, por unidade dde peso tal-qual —VAB médio limite econémico de explora: bilidade Vo>0 2 a a 6 4 6) iC} a % peso do bloco ou painel do tipo minera pico 1 % —bloco ou panel do tipo i tratado no ponto de funcionamento ou processo j/i 3 —operador tafrach a —transferéncia de_um ponto de funciona mento para outro no espago R,xZ. 2 —calibre ow suporte FZ, P(@),y) —histograma cumulado (fungio de re: partigao) do bloco v —parimetro da fungdo de repartiso (ou de respectiva densidade, se existir) —escalar ‘ou vectorial —histograma médio comulado experimental, cobtide pelo analisador de texturas fixado (© suporte ©. Ou se supe especifico da textura de cada tipo mineralirgico ou por Ikrigagem se faz a sua alocugio a cada bloco v D, massa do sub-depésito i (2) FQ/2) REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ARMSTRONG, M., 1980. Aplication de la géostatisti- ‘que aux problémes de Testimation du charbon, Tese, ENSMP,, Pais, Franca, 1984, Using Geostaistics to predict the characteris. tics of washer coal, Mining Enginesring, 5, 4, 369375, USA. BONGARGON, D. F,, 1976. A new method for open pit design. Parametrization of the final pit contour, N475 Fontainebleau, Frarsa LERCHS, H., GROSMANN, L, 1969. Optimum design fof open’ pit’ mines, CAM. Bulletin, 58, 635, 7754. Sanadé, MATHERON, G., 1975. Le parametrage technique des reserves, Note Geostatistique n° 134, Fontainebleau, Franca. MILLER, V., 1984. Estimate and incorporation of ‘metallurgical data in a mineralization model, Mining Enginerring, Margo 1984, 270275, USA. MUGE, F. 0., 1979. Determinagio do contémno final dum desmonte a cfu aberto («Ultimate Pit»), 1° Se tminévio de Geomatemétics, Téenica 451/452 (1979), 261-270, Lisboa, Portugal PEREIRA, H. P., 1981. Anise estrutural ¢ seus re- flexos na’ avaliaeo econémica de recursos mineras. ‘Tese, Laboratsrio de Mineralurgia e Planeamento Mi- neiro, Instituto Superior Técnico, Lisboa, Portugal [8] ROGADO, J. Q., 1971. Optimizasdo, por um método directo, da alocasio de um minério a dois processos de tratamento, 1° CHILAGE, Lishoa-Madrid, Portugal. =1974. An optimization method for the mining and beneficiation of ore bodies, 12th APCOM, Golden Colorado, USA. =1975. Sequential optimization method dressing con- trol of ore bodies (I), 72 Pribram in Science and Tech- ‘nique, Pribram, Checoeslovéquia. = 1975. Sequential optimization method for dressing control of ore bodies (II), 15th APCOM, Clausthal, REA. =1975. An optimization method for the mining and beneficition of ore blocks, International Journal of p Processing, 2 (1975), 59-76. Amstordio, Holanda, = 1976. Nota sobre a apropriagdo dos recursos mine rais, Programador nacional de empreendimentos mi: neiros, Tésnica, 454 (1976), 281-287, Lisboa, Portugal —1977. The global parametrization of sets of several different ore deposits, 8 Pribram in Science and Tech nique, Pribram, Checoeslovéquia. = 1981. An optimal policy for controlling a set of non- interacting elementary process, entregue para public 50 na Téeniea, Jan. 1981, Lisboa, Portugal TILE, R., 1972. Etude des conditions de concentration Qui conduisent & une exploitation optimale dune en semble de gisements miniers. Annales des Mines de Belgique, 1972, Bruxelas. 23 PROCESSOS MARKOVIANOS DE RENOVAMENTO NA MODELACAO DE SISTEMAS ESTOCASTICOS M. F. RAMALHOTO Prof. Associado Dep. de Matemética, IST RESUMO Este artigo consta de duas secgdes (parte A e parte B) e uma breve introducdo onde se fazem ‘alguns comentérios sobre 0 método e conteido do ensino de processos estocdsticos a quem tem de mo- delar sistemas estocésticos. Na parte A apresenta-se uma resenha dos resul- tados mais importantes da teoria dos processos Mar- Kovianos de renovamento e uma breve discussio sobre ‘as vantagens destes processos. Calcula-se a matriz Markoviana de renovamento, R(t), € 0 vector proprio @ esquerda correspondente ao valor proprio um da matriz Q(-+ co), v, no caso de espaco de estados infi- ito numerdvel, especialmente, quando a matriz semi- -Markoviana, Q(t), € tridiagonal. Neste tiltimo caso obtém-se uma formula explicita para as componentes de ¥, e mostrase que a transformada de Laplace- “Stieltjes dos elementos da matriz R(t), r(s), formam um sistema de equagdes lineares recorrentes de 2° ordem. No entanto, s6 para 0 «caso exponencial» se conseguiu encontrar a solucdo analitica explicita deste sistema. Esta solucdo & dada em ¢ermos de stries confluentes hipergeométricas. Na parte B tecem-se breves consideracoes sobre a literatura existente respeitante as aplicacoes destes processos a vida real; e mostram-se situagdes (rela- tivas @ visibilidade de alvos que se movimentam em lerrenos acidentados) que ilustram @ maneira de usar 4 teoria dos processes Markovianos de renovamento a modelagdo de sistemas estocésticos. Original reeebido para publicagio em 7/4/85. 24 ABSCTRACT This paper begins with the presentation of some views on the teaching of applied stochastic processes. The paper is dividid into two parts. Part A pre- sents a summary of the Markov renewal theory as well as a discussion of its advantages. The main pur- pose of this part of the paper is to calculate the Markov renewal matrix, R(t), and the left eigenvector associated with the eigenvalue one of the matrix (Q+c), % in the case of infinite state spaces, spe- cially, when the semi-Markov matrix, QW), is eridia- gonal. In the tridiagonal case an explict formula for the components of the vector v is given, and the Laplace-Stielties cransform of these elements of the matrix R(t), are expressed as a system of linear equations of «second order recurrence type». Explict analytical solution for r(s), in ¢erms of confluent hypergeometric series, are obtained but only for the exponential case. In part B it is shown how to use the Markov renewal theory to solve a real life problem on the visibility of a moving target. Guidelines on the lite- rature of the applications of Markov renewal theory to real life modelling are also presented. INTRODUCAO ‘Modelar sistemas estocésticos € uma arte € como tal aprende-se fazendo, Mas a aprendizagem é longa ¢ deve ser precedida de pelo menos duas fases pre- liminares. A primeira consiste em aprender os con- ceitos bésicos da teoria dos processos estocésticos mais usados, nomeadamente, cadeias de Markov, processos de renovamento, processos Markovianos, processos Markovianos de renovamento © Martinga- las. Considera-se que neste contexto 0 estudo da teoria de processos estocésticos nfo deve seguir uma abordagem baseada na teoria da medida, por esta ser demasiado exigente em termos matematicos, de- masiado abstracta e de um modo geral dando pouca énfase & interpretagdo intuitiva ¢ probabilistica das caracteriscticas fundamentais dos processos estocés- ticos; mas, por outro lado, também nio deve ser feita' uma aprendizagem tipo «livro de receitas» por no permitir uma compreensfo teérica adequada que possibilite responder as exigéncias de modelagio de problemas préticos, dada a mancira superficial © simplista com que aborda as questées importantes relativas aos processos estocésticos. © objectivo deve ser a compreensio dos processos estocésticos © suas possibilidades e limitages sob um ponto de vista in- tuitivo e probabilistico. ‘A outa fase, que aliés ver na sequéncia da ante- rior, e a que alguns autores chamam «estudo de modelos», consiste em analisar ¢ compreender as Jificuldades que os investigadores aplicados tiveram de vencer, a0 modelar os seus problemas concretos através de processos estocésticos. O estudo destas aplicagées deve ser tomado apenas como um passo intermédio na aprendizagem de como fazer a mode- aco do sistema em estudo. ¥, necessério examinar como estes utilizadores de processos estocisticos tra- taram «messy datan (dados sem interesse, dados de- sorganizados, excessivos ou insuficientes sio infeliz- mente 0 que aparece com mais frequéncia), com- plexidade do sistema, sistemas para os quais a teori existente & insuficiente ou mesmo inadequada, etc. Note-se contudo que o sistema que se esté a estudar, de um modo geral, teré sempre particularidades es- peciais, por exemplo, as dependéncias estocésticas que cexistem no nosso problema podem diferir das depen- déncias existentes em problemas jé estudados, que se apresentam em tudo o mais semelhantes. Mais especificamente, os modelos jé existentes que servi- ram para resolver determinados problemas concre- 10s, no devem ser considerados como receitas ou descrigdes de como fazer relativamente ao problema agora a resolver. Estes modelos devem ser encarados como exemplos a conhecer ¢ a estudar, através dos quais se podem abrir perspectivas de uma maior sen- sibilidade e espirito critico, as dificuldades a enfren- tare as solugdes a procurar para o problema em estudo. Na sequéncia do que se acaba de expor, neste artigo, tratar-se-4 a teoria dos processos estocisticos € suas aplicagdes segundo a perspectiva proposta, Os processos estocésticos escolhidos so os pro- cessos Markovianos de renovamento porque tém mos- trado ser titeis na modelagdo de sistemas complexos ¢ tém a vantagem de incluir a maior parte dos pro- ‘eess0s estocisticos padréo: cadeias de Markov, pro- ‘cess0s. Markovianos em geral ¢ processos de reno- vamento. Na primeira parte (Parte A— Caracterfsticas ¢ resultados mais importantes da teoria dos processos Markovianos de renovamento: vantagens ¢ desvanta- gens na aplicagio destes processos), comeca-se por fazer um pequeno resumo da teoria dos processos Markovianos de renovamento, relacionando-os com as cadeias de Markov © 05 processos de renova- mento ¢ indicando as suas propriedades mais funda- mentais. Apresentam-se também os prés € contras da teoria Markoviana de renovamento ¢ caleula-se a ‘matriz Markoviana de renovamento, R(®, € 0 vector proprio & esquerda associado ao valor préprio um da matriz Q-+ 2), ¥, no caso de espago de estados infi- nito numerdvel especialmente, quando a matriz Semi-Markoviana, Q(), € tridiagonal, Neste ultimo caso obtém-se uma formula explicita para as com- ponentes do vector v, e mostra-se que a transfor- mada de Laplace-Stieltjes dos elementos da matriz R(D, 165), formam um sistema de equacées lineares ecorrentes de 2.* ordem. No entanto, s6 para 0 «caso exponencial» se consegue encontrar a solucéo analitica explicita deste sistema a qual é dada em termos de séries confluentes hipergeométricas. Sa- lienta-se ainda as limitag6es destes processos nas aplicagdes, devido as dificuldades de célculo do vec- tor proprio v © da matriz Markoviana de renova- mento, R(t), no caso geral de espago de estados infi- nito numeravel. A Parte A foi jé integralmente pu- blicada em Ramalhoto (1984). Na segunda parte (Parte B—Utilizagio de pro- cessos Markovianos de renovamento em modelagio de sistemas estocésticos) apresentam-se situagdes que ilustram a maneira de usar a teoria dos processos Markovianos de renovamento (¢ 0 éxito alcangado) ‘na modelagio de sistemas estocisticos da vida real. A. CARACTERISTICAS E RESULTADOS MAIS IMPORTANTES DA TEORIA DOS PROCES SOS MARKOVIANOS DE RENOVAMENTO: VANTAGENS E DESVANTAGENS NA APLI- CACAO DESTES PROCESSOS A.l—CONSIDERAGOES PRELIMINARES. Os processos Semi-Markovianos (S-M) podem ser vistos como processos estocésticos que generalizam as Cadeias de Markov (CM.) em tempo discreto ¢ continuo permitindo que os intervalos de tempo entre sucessivas transig6es sejam varidveis aleatérias (v.2.) ndo-negativas com uma distribuigo de probabilidade ‘qualquer (¢ no necessariamente exponencial como nos processos Markovianos), a qual poder depender ou nio do estado de partida e do estado de chegada. Suponhamos, por exemplo, que temos k fungées de distribuigdo F,, ..., Fx € que sabemos que 0 pro- ess0 esta no «estado jv num dado instante se a sua fungio distribuiggio corrente for F;. Consideremos ainda que a sequéncia de estados do processo é determinada por uma CM. com uma matriz (de probabilidade) de transigio, P=[p,], definida do modo seguinte: Se 0 processo est no estado i a pro- babilidade do estado a ser visitado imediatamente a seguir ser j & dada por pj. O processo estocéstico pontual determinado por uma sequéncia de interva- los deste tipo & chamado um proceso S-M (em que F\=F,, como veremos mais adiante). Muitos auto- res chamam a este proceso pontual— Processo Mar- koviano de Renovamento (M.R.) —reservando 0 termo de processo SM para o estado do processo ‘como uma fungo do tempo. Esta é, alids, a nomen- clatura seguida neste artigo. A importancia da teoria Markoviana de Reno- vamento reside fundamentalmente no seu amplo do- minio de aplicabilidade quer a nivel te6rico (no estudo de outros processos estocdsticos mais complexos tais ‘como os processos semi-regenerativos) quer a nivel prético, como mais adiante se referirs, Situago idén- tica se verificava jé nos processos de renova- ‘mento, 0s quais s6 por si no so especialmente inte- ressantes mas a sua teoria (em que a equacéo de renovamento, cuja solugdo € a fungdo de renova- ‘mento, € capaz de explicar ¢ fornecer todas as quan- tidades de interesse pratico ligadas a0 processo, ver Feller (1966)) representa um dos instrumentos mais valiosos dentro da teoria das probabilidades aplicadas. Os esforcos de investigagaio em Processos MR oricntam-se, em geral, para o desenvolvimento da teo- ria das equagdes M.R. e do modo como elas aparecem no estudo dos processos semi-regenerativos (je. pro- cessos que, geralmente, ndo sio Markovianos mas que ainda possuem a propriedade Markoviana forte em certos instantes escolhidos aleatoriamente; um processo M.R. pode entio ser «embedded» nestes instantes ¢ a partir daf podem escrever-se as equa- es MR, correspondentes, cujo comportamento vem permitir estudar certas caracteristicas de interesse do processo semi-regenerativo). As equagées M.R. formam um sistema de equa- 96es integrais que generalizam de um modo natural ¢ intuitive a equagéo de renovamento, dos processos de renovamentd. A solugdo deste sistema baseia-se fundamentalmente na matriz M.R., R(), a qual ge- neraliza a fungo de renovamento. Para detalhes ver Ginlar (1969, a). Este artigo «survey» € de importan- cia fuleral dentro da teoria dos processos M.R.; 0 método ¢ técnicas usados neste artigo so muito semelhantes aos aplicados & teoria do renovamento em Feller (1966). 26 A teoria dos processos M.R., sob um ponto de vista formal, esté quase completamente feita, visto que as questées mais relevantes estio identificadas razoavelmente compreendidas. A literatura sobre es- tes process0s estocisticos encontra-se espalhada por todos 0s periédicos de relevo ligados & chamada Ma- temética Aleatéria (em oposigdo a Matematica Deter- min(stica) € suas diversas aplicagSes A Biologia, Engenharia, Medicina, Psicologia, etc. No entanto, 86 agora comeca a fazer parte dos livros de texto sobre processos estocésticos aplicados, embora tenha entrado na literatura de investigago ha cerca de 30 anos € a sua aplicagio a t6picos como, por exem- plo, Filas de Espera venha de longa data; Finch (1959) estudou 0 processo partida de um fila de espera MIGjI (processo chegada, Poisson, M, tempo de servigo, varidvel aleatéria com uma distribuico qualquer, G, © mimero de servidores, 1) através de um processo MR. Os processos Semi-Markovianos, tal como os en- tendemos neste artigo, foram introduzidos por Lévy (1954) e Smith (1955) sensivelmente na mesma altura mas de forma independente, Mais ou menos pela mesma data Takacs (1954) e (1957) estudou um pro- ess que sob varios pontos de vista é equivalente 0 proceso Semi-Markoviano, © termo processo MLR. € devido a Pyke (1961, a) que analisou extensivamente varios aspectos dos pro- cessos MLR. numa série de artigos, Pyke (1961, b), Pyke © Schaufele (1964) e (1966). # curioso notar que, até 1969 foram publicados apenas uma meia diizia de artigos sobre estes pro- cessos mas que em 1972 tinham jé sido publicados sobre eles mais de trezentos artigos. Esta répida expansio do estudo destes processos deve-se princi- palmente a simplicidade da teoria, aliada ao reco- nhecimento do seu vasto campo de aplicagées teéricas © priticas. © «Primeito Simpésio Internacional sobre Pro: ‘cessos Semi-Markovianos € suas Aplicagdes», reali- zou-se em Bruxelas, Bélgica, de 4 a 7 de Junho de 1984; a maior parte das comunicagdes apresentadas dizem respeito a aplicagdes destes processos. ‘Nesta secedo iremos tratar de processos MR. com espago de estados, E, infinito numeravel. A bi- bliografia apresentada até agora trata fundamental- mente de processos M.R. em que E é finito ou infi- nito numerdvel; no entanto, E pode ser um espago arbitrario, ver Cinlar (1969, b). Outro tipo de exten- so dos processos M.R. pode ser obtida fazendo com que estes processos representem generalizagées dos rocessos com incrementos independentes estacioné- rios, ver Cinlar (1972) € Ezhov ¢ Skorokhod (1969). A2—DEFINICAO E ENQUADRAMENTO DOS, PROCESSOS MARKOVIANOS DE RENO- VAMENTO Seja E um conjunto finito ou infinito numeravel, N 0 conjunto dos inteiros no negativos, incluindo © zero, eR, 0 conjunto dos reais nfo negativos. Scjam X, e'T, as seguintes varisveis aleatérias defi- nnidas num espaco de probabilidade (0, F, P), X,:9E;T,:2>R, © definidas para cada neN de modo que 0= =h< i G,,(0) € uma fungio distribuigio. Combinando este résul- tado com (1) podemos facilmente provar que as va- rifveis aleat rementos, T,—Ts, TT... 840 condicionalmente independentes dada a cadeia de Markov Xo,X;,..., € que a fungdo distribuigio de T,,-T, depende apenas de X, ¢ X,,- B evidente que se 0 espaco de estamos E tiver ‘apenas um ponto, os incrementos T,—Ta, ... so inde- pendentes € identicamente distribufdos ¢ © processo {Tus neN) 6 de renovamento. ‘Um outro resultado importante 6 0 seguint Seja ieE um estado fixado a priori ¢ sejam T,, Ty, ... 08 sucessivos T, para os quais X, =i, 0 processo (T;neN} € de renovamento (possivelmente retardado), Portanto, a cada estado i corresponde um pro- cesso de renovamento (T.;neN). A sobreposigdo de todos estes processos de Tenovamento dé 0 processo pontual (T,;neN). O if processo de reno- vamento contribuiré com 0 ponto T, se € 96 se X,.=i. Os estados destes pontos sucessivos, nomes damente Xo, X,,..., formam uma cadeia de Markov. © nome do processo Markoviano de renovamento fica portanto totalmente justificado. Considera-se que sup, Ts(w) = + co para todo o wee. Entdo, para qualquer wed e teR, existe algum inteiro n tal que Ta(w) <€< T,,(w). Pode-se, deste modo, definir um processo de parémetro (tempo) continuo, (Y,;teR,}, com o espago de estados Ee, em que: ¥,=X, se T,Yi(w) for uma funcdo continua a direita e b) sup, Ta (W) +2) & automaticamente um processo Semi-Mar- koviano, Para detalhes ver Cinlar (1969, a). @ortanto, relativamente a processos Markoviano, a caracteristica nova dos processos Semi-Markovia- nos € a da liberdade permitida na escolha das dis tribuigdes dos tempos de permanéncia como ja se tinha referido. Esta liberdade, porém, é alcangada & custa da propriedade Markoviana (9), a qual em vez de ficar assegurada para todo o t, agora fica apenas assegurada nos pontos de transigio T,). NOTA 1: Na definigo de processos semi-Mar- Kovianos existem algumas questdes que exigem um tratamento cuidadoso. Uma destas questdes diz res- peito ao facto de na definigo de processos Markovi nos de renovamento se permitirem transigdes de um estado para si proprio, 0 que faz com que tais tran- siges no sejam notadas por um observador de realizagées do process Semi-Markoviano (Y,;¢eR.}. ‘Assim quando em termos do processo Semi-Mar- koviano se consideram os instantes de ocorréncia To, Tis --+y como instantes de transigio © Xo X; como os estados sucessivamente visitados € preciso tomar em consideraco 0 facto de que duas ocor- réncias sucessivas nem sempre implicam uma mudanga de estado. 28 ‘Uma outra questo diz respeito a problemas de «extingdo» ¢ de «explosio» que aqui. Ver Cinlar (1969, a). referiremos A3—MATRIZ MARKOVIANA DE RENOVA- MENTO. ‘Um proceso M.R. fica, em principio totalmente definido através do conhecimento da sua matriz Somi-Markoviana Q() = [Q, (0] = [p, G,,(0]- Em que a matriz [Q,,(+2)] = [p,], € @ matriz de transigio da C.M, que governa a sequéncia de esta- dos sucessivos © em que G,,(t) representa a fungio distribuigaio do intervalo que comeca no estado i e acaba no estado j ‘Muitas das propriedades dos processos M.R. so obtidas directamente das propriedades corresponden- tes dos processos de renovamento (Iembrar que, um proceso M.R. com um estado é um processo de Tenovamento). Por exemplo, os instantes de ocor- réncia de um determinado estado, seja o estado i, {Ti;n =0,1,2,...} formam como ja se disse um rocesso de renovamento; portanto se € nestes pon- {os que estamos interessados, entiio s6 & necessario considerar a distribuicdo dos intervalos entre suces- sivos instantes de ocorréncia do estado i e usar a teoria do renovamento, Em teoria do renovamento a fungi de renova mento desempenha um papel fulcral, Em processos MR. também se define uma quantidade correspon- dente a que se da o nome de matriz M.R., ou matriz de fungi de renovamento e que desempenha do mesmo modo um papel fundamental no estudo des- tes processos. Seja N,,(®) 0 niimero de visitas a0 estado j du- rante 0 intervalo (0,1) quando é sabido que no ins- tante zero 0 processo estava no estado i. Def. 3—Seja R,,() =E [N,,(0] ¢ seja RO a matriz de ordem ($< co) com elementos R, (). A esta matriz di-se 0 nome de matriz Markoviana de renovamento. Quando s = 1, (Nu(;t > 0}, define um processo de renovamento € consequentemente R,,,() = R(®) a fungdo de renovamento usual deste proceso de renovamento, ‘Vejamos em seguida como é que a matriz M. R. esté relacionada com a matriz S-M, Q(0. &, =P, = 47, 0) an © para n=l, 2,. OHO = PK, = + PiXeu = 4, Ton Stu] Xi =k] == 5 @ Qe, ¢-o keE 0 " = - (t). (2) ec Wh AO Ou seja para que Xen =) € Ty 0), nomeadamente: 8) tempo médio. de recorréncia do estado Ky = Gz =4/C 3, m,y), em que m, representa 0 tempo médio de permanéncia no estado j e é dado por FI —C,(o]dt © em que, C,(0 = EF, p(s ver Ginlar (1969, 2) € 1975); ») distribuigio limite da C.M. correspondente, lim PIX, =k] =;'m,, ver Ginlar (1969, a) © 1975); ©) média do n° de entradas no estado k entre duas entradas consecutivas no estado j, que 6 dada por % dividido por y, ver Cinlar (1969, a @) distribuigdo condicionada, P [Y, =| Xo = j] S211 Cut—yM1AR, 4), ver Cinlar (1969,a), (7.9), se m, < ® pode também demonstrar-se que jim PIY=k|Xo=i] =Cemo/( 3, vim), ver Cinlar (1969 a) € 1975); ¢) transformadas de Laplace-Stieltjes das fungdes de distribuigio dos «tempos de recorréncia de cada estado», formula (22); f) transformadas de Laplace-Stieltjes das fungdes de distribuic&io dos «tempos de primeiras pas- sagens de um estado a outro», formula (23). Existem também outras quantidades de grande interesse prético, nomeadamente, «tempo total de permanéncia num dado conjunto de estados durante um determinado intervalo de tempo finito», que podem ser estudadas através de um outro proceso MLR. associado ao primeiro ¢ cuja matriz Semi- 0. Onde #(0) © #(t) so quaisquer fungées, conhecidas, de t de ie dos pardmetros do sistema, que satisfazem as seguintes condigdes: 0 < eft) <1 para j=1,2,..3 O 0 dada por: GO = LS 6,055) = (95 1 = 0,1, = oS em deo, 4, = LS (0055) = Fe SO; i=1,2, 4.) =0; [kj] > 1 ow j=k; j,ke (0,1,...) G4) Na deter ado de 118) = 3 q¥s) vamos usar a seguinte equagdo chave, que se deduz facilmente da definigéo de 1(s): 19) [1-4] 35) Desde que o processo M.R. seja regular esta equacio matricial tera uma solugio tinica, r(5). Ver Ginlar (1969, a). Notar que para i fixo a equagio matricial (35) juntamente com (34) permite-nos estabelecer a se- uinte condigio relativamemte aos +, (3); K=0, 1, ..: E 1-4-7011, 1,3 820 GO) (Convenciona-se ques, = 0). 32 A equasio matricial (5), vilida para qualquer processo M.R., aplicada A matriz q(s) definida em (G4) conduz-nos ao seguinte sistema infinito de equa- es lineares: 169-2, 1, = 1 “ROOF 1-4, =O “HOOF 1,O=4,O7 =0 on Ou seja, em geral, para i fixo (i= 0, 1,..) temos 0 sistema infinito de equagGes lineares em r, (3): =F, FEOF, (91, 9 Fu 35 G8) 3=0,1,...38>0 (Convenciona-se que ¢.:(8)=0). © problema de calcular os elementos da matriz x) neste tipo de processos M.R. converte-se no pro- blema de resolver o sistema (38) sujeito & condigo (36). A possibilidade de obter solugdes exactas expli- citas, 1, 9), para este sistema em termos de s, € dos outros parametros das funges 23) € o(s) depende inteiramente da forma particular das fungOes 2(s) ¢ (8) em termos de j, como € sabido da teoria das equagdes as diferencas de 2* ordem. Por exemplo, se (9) =2/Gu+%+9 © 95) =j/Gutr+9 (© que corresponde ao processo M.R. que governa toda a fila de espera do tipo M/M|=x) através da transformagio de varidveis, t, (3) = 1,,(6)/Gu+i+s) para i fixo € j=0,1,... € do uso de fungdes gerado- ras é possivel resolver o sistema infinito de equagdes Jineares (38) convertendo a sua solucdo na solugo de uma equago diferencia de 1.* ordem de coefi cientes no constantes, cuja solugio € dada em ter- mos de séries confluentes hipergeométricas, como veremos em seguida. A FILA DE ESPERA M/M|:0 Seja a macriz Semi-Markoviana, Q(®), dada por: = A eG, par live 155=1,2,.. j Gut aa it, si—k|>1 ou k;j,K=1,2,... G9) onde % ¢ 1 so niimeros reais positivos conhecidos. Ou seja o()=/(u+2+5), j=0, 1, ... © o(=G/ IGath+s) 3 30. Neste caso (38) teré a forma seguince: Se Ore Oe Ca Detits HOMO __ &tpe &+DED 8, 5k=0,1, «57, (=0;s8>0 40) Fazendo t, (6) = (1/(ku-+)+5))1,,(6) substituindo ‘em (40) temos, para i fixo ( >} A, OHHH, = K+ Dut, =8, 5K=0, 1. a Os cocficiemtes de (41) so fungdes lineares de k para k=0,1,... Definamos em seguida as funcdes geradoras yi(x) para i fixo ((=0, 1, ..., «2 1, WO) = GG 9= 2 EB = t,@x «2 Ko ® convergentes para |x|<1. Note-se que, a condigo (36) toma agora o se- uinte aspecto: yi) = GC; 8) = 1/s. (43) ‘Mubtplicando em (41) cada uma das «equagdes k» por x*! (k=0,1,...) somando-as conjuntamente € usando as fungdes geradoras definidas em (42) con- vertemos a resolugdo do sistema (41) na resolugao da equago diferencial de 1." ordem: #(—ay¥- Dd =2+5] y,00+ (44) onde y@) = d/dx yi) = ZB kt) x A for- mula (43) fornece a condigio inicial necesséria para deerminar completamente a solugio desta equagio diferencial. Estas equagdes diferenciais de 1.* ordem conver- tem-se em equagdes diferenciais exactas através do factor imegrante, «eX 4 —yG/-1,, isto 6, Hd —x)/#_e COR yxy + ([-O-t8) + + da] y(a-+x) eT CMI —aG/-E 5) € uma equago diferencial exacta, com a condicio inicial y(1)=1/s. Para x>0 ¢ s>0, 7 /u)l—x) 3) =——— 3 oy A= 8 MO Gipre 46) OSM) +K, G/M) +K+L; @/) (=x); 1=0, 1, onde #(.,.;.) € uma série confluente hipergeomé: trica, ver Erdelyi et al (1953). Pela formula (42) temos que: at ga #10 metas Te) > Gye aoe (ee 29 O Gray am OGL, tk wl | » an a =, (1-3). Usando a férmula que nos 4 a derivada de ordem n de um produto de fungdes (Leta@.d@OII/de= 3,0 /dx"), obtém-se [daa] /dx! [a(~)] / : Gs ais (9 = BEE 8 or i gd ttettsw | awe Notando que, K(k= 1)... kG DW, if k=], j+1,... ait) aw lo 49) 4 €a80 contrario; € usando ainda o resultado em Erdélyi [53; p. 254, (10)], para derivadas de séries confluentes hipergeo- métricas, temos finalmente, ’ yaw FORGED R-DOT ES “(ny Ger), * =) coe (60) A.6— CONCLUSOES 1. Sob 0 ponto de vista probabilistico e das apli- cages correntes é razodvel convencionar, que na matriz M.R., Q(), definida pela formula (33) se tenha a+ le ACF) +oC+%) =e, = 1, para i 12.04 Esta convengio adicional, juntamente com a estru- tura particularmente simples da matriz Q(t) faz com que as coordenadas %; k = 0, 1, ... do vector proprio & esquerda correspondente ao valor préprio um da matriz Q(+), (solugdo do sistema 3 v, Q, (+2)= ¥3 [= 0,1...) sejam sempre determinadas ¢ dadas por: wal K=1,2,.. (st) (=A)... =e) 2. No caso do célculo da matriz MR., R(), a situago j& ndo 6 to agradével, pois embora se saiba que ela existe, s6 nos foi possivel resolver analitica- ‘mente @ equagio matricial (35) no caso em que Q(1) 6 definida por (39). A formula (50) 44 a solucéo encontrada que aliés est Ionge de ser simples. 3. Podemos portanto concluir que para processos MR, de espaco de estados infinito numerdvel, 6 sempre possivel calcular exacta ou aproximadamente as quantidades associadas ao processo, relativas a0 34 comportamento do estado estaciondrio do processo, isto é que sejam do tipo do tempo médio de recor- réncia de qualquer estado, =; da distribui¢ao limite da CM, correspondente; da média do n.* de entradas num dado estado entre duas entradas consecutivas rum outro estado, € do lim PY. =k | X=]. ‘Visto que, estas quantidades sto definidas essencial- ‘mente & custa das componentes » do vector préprio & esquerda correspondente ao valor proprio um de Q+2), © so independentes dos elementos R, (1) da matriz R(t). O que aliés, ndo é 0 caso relativamente as distribuigdes condicionadas, P[Y, =k | Xo= i]; transformadas de Laplace-Stieltjes das fungdes da distribuiggio dos «tempos de recorréncia de cada estado» © dos «tempos das primeiras passagens de um estado outro», que como vimos, formulas (22) © (23), dependem dos elementos r, (3). 4, Em conclusio hé ainda muito a fazer na area da aplicagdo da teoria as situagdes préticas, uma vez que 0 célculo da maior parte das caracteristicas importantes destes processos, (exceptuando as carac- teristicas relativas ao comportamento estaciondrio) se baseiam na matriz MR, R(), a qual € muito dificil de calcular analiticamente, a no ser no caso de uma estrutura particularmente simples da matriz.semi- -Markoviana, Q(t). Os caminhos propostos para ultra- ppassar estas dificuldades consistem na procura de algoritmos computacionais ¢ no desenvolvimento de teorias de aproximagio para calculo de algumas destas caracteristicas. Evidentemente, que estas duas alternativas estio fortemente dependentes das aplica- ges em vista. E aqui, na ligagdo da teoria a prética que se encontram as Areas priveligiadas de inves gacdo actual em processos M.R., visto que como jé se referiu atrés a teoria dos processos M.R., sob um Ponto de vista formal esté praticamente concluida. PARTE B—UTILIZACAO DA TEORIA DE PROCESSOS MARKOVIANOS DE RENOVAMENTO NA MODELA- CAO DE SISTEMAS ESTOCAS- TIcos Os processos M.R. tém sido aplicados com sucesso na modelagdo de muitas situagdes préticas, nomeada- mente: —Filas de espera, Cheong, de Smit ¢ Teugels (4974), Disney (1975) apresentam uma vasta biblio- grafia sobre este assunto se bem que no totalmente actualizada, visto que, nestes tltimos dez anos muito se tem publicado sobre esta matéria; por exemplo, Ramalhoto ¢ Girmes (1977), Ramalhoto (1981) estu- dam, numa perspectiva unificadora, filas de espera de capacidade infinita de servigo, através de processos MAR. de uma forma exacta e, também, por aproxi- ‘mages consoante a natureza probalistica do «input» € do servigo da fila; Cole (1979) apresenta um mé- todo interessante de amostragem, numa aplicagio de um processo M.R. multidimensional ao estudo de filas de espera em aeroportos; Powers ¢ Lackey (1975), Purdue (1975), estudam tipos especificos de filas de espera, surgidas no estudo de sistemas bioldgicos, em termos de processos M.R. —Transportes, por exemplo, Daganzo (1975) estuda problemas de tréfego rodovidrio através de processos M.R. com trés estados © conclui que 0 seu modelo parece produzir resultados mais realistas do que 0s modelos existentes até aquela altura. — Redes de ambuliincias, por exemplo, Hall (1969) apresenta um longo relat6rio sobre 0 estudo dos servigos de emergéncia da policia de Detroit, U.S.A., onde trata as varias fases do problema, isto é, recolha de dados, elaboracéo de um primeiro modelo proba- bilistico grosseiro, estudo estatistico das caracteris- ticas mais importantes do sistema (de modo a fazer por exemplo, um ajustamento razoavel das distribui- ges de probabilidade que € necessério postular no modelo probabilistico escolhido, et); o sistema global do servigo de emergéncia foi estudado como sendo uma fila de espera com um processo chegada Marko- viano de renovamento, Este modelo de fila de espera € consistente com os dados observados, fornece uma estrutura mais simples que muitos outros modelos probabilsticos previamente explorados para calcular as caracteristicas de interesse pritico do sistema, & fornece ainda uma melhor compreensio dos meca- nismos do sistema na sua totalidade. Este relatério, se bem que néo muito recente é no entanto um valioso trabalho de inter-accao entre teoria de filas de espera, teoria de processos M.R., modelago esto- céstica de problemas da vida real e estatistica. inte- ressante notar que foi 0 estudo teérico e puramente analitico e abstracto sobre este tipo de filas de espera ‘com processos chegada M. R. desenvolvido pela Prof. R. L. Disney, cinco anos antes do inicio deste pro- jecto, que permitiu modelar a situagio prética con- siderada, —Situagées referentes a gestio de pessoal e socio- logia por exemplo, Bartholomeu (1982) —Estudos de fiabilidade de equipamentos, por exemplo, Di Marco (1972). — Situagdes referentes as ciéncias computacionais, & psicologia € as cincias biol6gicas, por exemplo, Sim (1976). —Em «design» de estruturas de cimento armado para reactores nucleares, Ginlar, Bazant e Osman 4977). A literatura sobre as aplicagdes & vida real dos processos M. R. é vasta ¢ ainda mais dispersa e menos acessivel que a literatura sobre a teoria destes rocessos. Na verdade muitas destas aplicages confi- nam-se a relatérios privados e algumas vezes conti denciais de empresas industriais ¢ comerciais, hospi tais, instituigdes de investigagdo, departamentos de defesa ¢ do Governo em geral, assim como, em teses de mestrado ¢ doutoramento em departamentos de Matemética Aplicada, Estatistica, Investigacdo Ope. racional, Engenharia Industrial, Civil, Mecinica, Electrotécnica, Quimica, Psicologia, Sociologia, Cién- cias Médicas, Biologia, Gestio, «Management Scien- cen, ete, Apresenta-se em seguida um exemplo, de uma situagio da vida real, que se espera ilustre razoavel- mente a maneira de aplicar a teoria dos processos MAR. a situagdo concretas. Escolheu-se este exemplo por ser suficientemente pequeno para poder ser resol- vido aqui e permitir ilustrar 0 uso de muitos dos conceitos ¢ dos resultados sobre teoria dos processos MAR. apresentados na Parte A, deste artigo. Sob o ponto de vista prético este exemplo se bem que trivial, foi no entanto usado como parte de um modelo de combate desenvolvido em Miller, White e Thompson (1979) para fornecer ensinamento sobre 0 uso de armas contra alvos méveis em terrenos agrestes. Exemplo sobre Visibilidade (Miller, White ¢ ‘Thompson (1979)). Considera-se que o alvo se movimenta em ter- reno acidentado. A ideia bésica é a de que © alvo pode estar apenas em um de dois estados: invisivel ou visivel, isto €, espago de resultados E={0,1). © objectivo € estudar a visibilidade do alvo, Seri 0 alvo visivel no instante ¢? No caso afirmativo, por quanto tempo? Alias uma das questées praticas ful- crais consiste em estudar as armas existentes ou @ desenvolver, com 0 objectivo de comparar © tempo necessirio de pontaria ¢ chegada ao alyo do pro- jéctil, com o tempo de visibilidade do alvo. Seja, O, se 0 alvo ndo é visivel nan. am a a transigio 1, se 0 alvo é visivel na n : transigao Dadas as caracteristicas do sistema nilo € poss vel distinguir se um alvo visivel muda de estado mas continua visivel ow sendo invisivel muda de estado ¢ ‘continua invisivel e por isso assume-se que: ou seja, se num dado instante 0 alvo esté no estado i, no instante seguinte em que muda de estado tem de ir para 0 estado ji. Define-se T, como sendo 0 38 instante em que 0 alvo muda de estado pela n vez e considera-se que: PIT, ,-T,y|X=i]=HGy). 69 Notar que H,(j,y,1) contém toda a informagio de visibilidade do alvo. Por exemplo, para j=1 © cla representa a probabilidade que 0 alvo seja visi- vel no instante t ¢ que permaneca visivel por mais do que y unidades de tempo dado que inicialmente © alvo estava invisivel, Vamos ver como obter est probabilidade em termos dos elementos da matriz, semi-Markoviana, Q@, definida por (54) ¢ da sua correspondente matriz Markoviana de renovamento, R(D. Para tal, e porque estamos interessados na proba- bilidade de ocorréncia de acontecimentos num instante fucuro t>0, vamos recorrer a uma partiglo bascada no instante de ocorréncia da 1." transig#o depois do instante zero, T;, de modo a essa probabilidade poder ser obtida em termos de dois acontecimentos mutua- mente exclusives: tT.. Com efeito, dado que Xs=0, quando T,>t teremos, j, com probabilidade 1, se j com probabilidade 0, se j-40 Além disto, T,>t ¢ Z>y, se ¢ s6 se, nfo tiver havido nenhuma mudanga de estado antes de ¢ (¢ ortanto no instante t, Y,=0), ¢ néo vier a haver nenhuma mudanca de estado durante as seguintes y unidades de cempo depois de t. Em geral, P[Z>y, Ti>t | X=] = PMT >tty | X= H1n 3, Qty © portanto, PLY.=}, Z>y, Ti>t | Xo=i] = iy UT 3, Query. Recorrendo agora & partigo em T, temos: HGy.0 = PIMA} Z>y, Tr>e | Xi] + +P (Y=), Z>y, TSt | Xo=i] = Ky (1-3, Qe (ty) + ' +8 SdP& xeE 0 Tsu | Xo=i) PLY, =i Z.>y | =k Hl 3, QC+y)) t + % Ff dy Qu(u) MAG, yt), KeEO para ieE, @) ‘A equiagio (60) € uma «equaglo Markoviana de renovamento», € portanto, HG 3 4, Ry) (1 - = 3 Qu eety— 1) pe RHI 1a de renovamento do processo M.R, subjacente ¢ definido através da matriz semi-Markoviana dada por (54). Como vimos na Parte A dete artigo em geral esta matriz R(®) nfo é fécil de calcular. Porém neste nosso exemplo, dada a forma extremamente simples da matriz Q(t), no vai ser dificil calcular RO. Com efeito, a transformada de Laplace-Stieltjes de QU), a(S), € dada por, a(S) = [0 gals) ] em [ao 0 ] que gy 6 a transformada de Laplace-Stieltjes de Gi(t). Como sabemos E=(0,1).¢ portanto finito ¢ pela teoria dos processos M.R., 1@)= Da)" = 1 Bal) I= gn(6) Bl) 1 Bas) Buls) Bul) 1 T= ga) 80) I~ Ba) B09) (@2) (Norar que se as fungdes distribuigsio Gy(t) no tive- rem transformadas de Laplace-Stieltjes, se poderé obter 1(3)). Se 1(5) existir, pelo menos formalmente, podemos inverter esta cransformada e obter R(t). E como sabemos, pela Parte A deste artigo uma ver cal- culada R(t) esté-se apto a resolver quaisquer tipos de questées relacionadas com 0 proceso M.R. em causa, Consideraremos agora que Gu()=Gu)=1-e™, (esta hipotese € pouco realista, mas & aqui conside- rada para simplificar os célculos. Num problema pri- tico era preciso fazer uma anélise’ estatistica cui- dada, de modo a permitir escolher para distribuicées Galt) © Gy(0) aquelas distribuigdes que «melhor se ajustassem» aos dados observados, através do uso da teoria de testes de hipéteses ¢ estimaco), entio =e49= —— = eal =Bu= Ley & 8) _— a 7 | Taw]? | 1 | ats ‘© que ndo € dificil de inverter. 1,t Re()=Rul) = tga 14-2), 120 @ = Rt) = + Laer [Be = Bd = Pt g dem) 120. (Notar que R,(t) teré sempre um salto na origem de tamanho 1, visto que se definiu esta fungéo no inter- valo fechado [0,t] ¢ se considerou a ocorréncia de uum salto no instante =0 (T)=0). Portanto o nimero esperado de visitas ao estado i € sempre pelo menos um se Xs=i). Através das formulas (61) ¢ (63) € depois de algu ‘mas manipulagSes algébricas simples, temos: 1 Hoyn=tewt Lewes, — aden Lean, =yenn em, 65) HALy, 37 Ou seja, a probabilidade de que 0 alvo que esta inicialmente invisivel, fique invisvel no instante te permaneca invisivel durante pelo menos mais y uni dades de tempo ¢ dada por (64). A formula (65) dé portanto a probabilidade de que 0 alvo que inicial- mente esté invisivel fique visivel no instante t © permaneca visivel durante pelo menos mais y unida- des de tempo, HuOy,t) + Huy) = PLZ. > y | Xo: (66) Esta formula representa a probabilidade de que o intervalo de tempo a partir do instante t até & mu- danga de estado seguinte seja maior do que y unidades de tempo, qualquer que seja esse estado seguinte que venha a ocupar. Visto que os tempos de ocpuagio dos estados sto varidveis aleatérias independentes e idénticamente distribudas, (66) € uma consequéncia da falta de memériay das exponenciais, Se em (59) fizermos y->0, teremos, HG.0,) = PLY. = j|Xs=il, on ou seja, as probabilidades dos estados (dependentes do tempo) para o processo semi-Markoviano (Y,, téR.}. Se em (64) e (65) fizermos y->0 © t>%, obtemos as probabilidades estacionérias dos estados para (¥, teR,), as quais so obviamente + porque nés consideramos Gu(t) = Gut). ‘A probabilidade do alvo permanecer visivel du- rante mais y unidades de tempo dado que neste momento esté visivel, ¢ dado por: P[Z,>y|¥i=1] = =em, t20. Visto que: HALy,t)=PLY.=1, Z.>9[Xo=0] = 1 1 =dew- dame ena 2 HiA1,0,)=P [¥,=1 [Xi Portanto, P[Z>y|Y=1, Xy=0]= APP Y YEN O a como Pix =O}=1 PIY=1X=0] ’ segue-se 0 resultado pretendido. A. simplicidade de todas estas formulas resulta de se ter escolhido Ga(t)=Gu(t)=1-e".Neste caso (¥,, teR,) € um Processo Markoviano ¢ (Xx, Ts; méN} € um processo de renovamento alternado ¢ ndo era necessério usar as ferramentas mais sofisticadas dos processos Mar- kovianos de renovamento, 0 que aliés fazemos aqui apenas com 0 intuito de ilustrar a teoria apresentada na Parte A deste artigo. 38 BIBLIOGRAFIA BARTHOLOMEU, D. J. {ts Sechie Mode for Sol Processes. 3° Edigto, Wi CHEONG, C. Rs DE SMIT, J. H. A. e TEUGELS, J. 1. (1974). Notes on SemiMarkoy Processes, Part Il: Biblio. graphy. Discussion paper No. 7297, Core, Université GINLAR, E. (1969,a). Markov-Renewal ‘Theory. Adv. in Appl. Prob, 1, 125-187, GINLAR, E, (1969, 6). On SemiMarkov Processes on Arbi trary Spaces. Proc. Cambridge Phil. Soc. 56, 381-392. GINLAR, E. (1972). Markov Additive Processes, Il, Z. Wahrscheinlich Keitstheorie Verw. Geb. 24, 94.121. GINLAR, E. (1975). Introduction 10 Stochastic Processes. 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Int, KOZL. 6, 91-05. 39 RECURSOS HUMANOS NACIONAIS E DESENVOLVIMENTO* LUIS AIRES BARROS Professor Catedrético do Instituto Superior Téenico Director do Instituto de Energia do LNETI RESUMO. O estudo apresentado consta de trés partes. Na primeira, refere-se, sinteticamente, a situagdo educa- tiva portuguesa e comentam-se as projecgées sobre necessidade de recursos humanos no pais até 1992, feitas em trabalho realizado pelo Ministério da Edu- cagdo com a colaboracdo do Banco Mundial. Na Segunda parte, apresenta-se 0 panorama nacional nos dominios da I,D&D comentando-se os valores dispo- niveis, Fecha 0 estudo um capitulo de consideragdes finais, Ai, salientando-se que 0 pais néo dispée de recursos relevantes de matérias-primas e energéticas, conelui-se que se deverd investir fortemente nos seus recursos humanos, beneficiando da posicao geogré: fica e das relagdes sécio-econdmicas tecidas ao longo da Histéria, Consequentemente, o fortalecimento dos recursos humanos nacionais € @ prioridade das prio- ridades. 1 —A SITUAGAO NACIONAL E 0 DESENVOL- VIMENTO Sendo Portugal um pais sem grandes recursos de matérias-primas © energéticas, dever-se-& investir fortemente nos seus recursos humanos, beneficiando da posigdo geografica do pais e de relagdes s6cio- -econémicas tecidas ao longo da Historia. primeiro investimento nos recursos humanos no nosso pais tera, necessariamente, de ser feito na Educagio, Todavia este esforco devera ser norteado pela ideia base de que o sistema educativo tem de ser aberto, global, cocrente, continuo ¢ flexivel néo permitinde que 0 Homem adquira posicionamento fixo na sociedade, resultante da educago recebida apenas em dada época da sua vida, Trata-se de insti wir a educagdo permanente que consiste em um sistema continuo de formagio que procura responder as exigéncias da realizagdo pessoal ¢ social de cada pessoa e da sociedade na sua evolugo temporo-espa- cial educacional, dos jovens aos adultos, feita equili- brada e conjuntamente 20 longo de toda a vida e por toda a nagio. E preciso nfo s6 formar e informar para o primeiro emprego, evitando a inadequacio entre o que se aprende ¢ 0 que a vida real exige, como ainda formar de modo dinimico de maneira a que, a todo 0 tempo, a pessoa possa reagir, adaptando-se novas situagdes. Por um lado, ha que obter boa correlacdo entre a escola ¢ 0 mundo do trabalho, pot outro, hé que ter em conta a evolucdo tecnol6gica que pressupde reciclagens € 0 ajuste aos novos saberes. Tenha-se em atengdo que a educacdo € 0 processo que permite a integragio da pessoa na colectividade Comunicasio apresentada ao Congresso da Ordem dos Engenheiros de 1985, em Coimbra. ‘original ecebld para publicasfo em 11/4/85 40 & medida que se desenvolve, favorecendo © desabro- char das suas faculdades. ‘As modificagdes profundas da sociedade actual no so apenas quantitativas, mas também qualita tivas. A cibernética tende a substituir-se a certas for- mas de actividade intelectual, a telemética permite a0 Homem colocar-se a escala da velocidade plane- téria, A mutagdo da sociedade vai no sentido do terciério, © primério torna-se residual, o minimo para garantir a subsisténcia da nacdo. A populacio migra para o secundério e, cada vez mais, deste para os servigos, concentrando-se na indtstria da informacio —rmeios de comunicagao social, informatica, tele- mética, ensino, A cultura deixou de ser veiculada principalmente pelo livro para o ser pela imagem, pelos educadores sem rosto como a televisio, o cinema, a publicidade, 05 discos, o telefone, a banda desenhada, etc. A pro- liferagdo dos meios de transmissio da cultura veio juntar-se a enorme massa de informago disponivel ‘© que exige 0 continuo reciclar dos nossos conheci- mentos. imperiosa a inter-relagdo entre a Educago, 0 Trabalho ¢ a Producdo. Tem de se acelerar o desen- volvimento e criar emprego. O desenvolvimento cor- responde a um estédio organizativo da sociedade caracterizado pela existéncia de acesso real de toda ‘a sua populacdo as oportunidades do nosso tempo, destacando 0 emprego € os bens € servigos associados as necessidades basicas. Neste contexto interessa analisar, ainda que bre- vemente, a panordmica da situagio educativa portu- . Esta sintetiza-se no seguinte quadro de situa- a) elevada taxa de analfabetismo (~234%); by baixa taxa de escolarizagio do ensino pré- ~escolar (212%); © insuficiente cobertura da escolaridade obriga- t6ria (~70% da populagéo escolarizével); 4) baixa durigdo média da escolaridade obriga- téria (6 anos); ©) baixa produtividade geral do ensino com taxas de repeténcia elevadas; f) disparidades regionais acentuadas, reveladas quer pelas taxas da repeténcia, quer pelas de abandono; 8) rede escolar com muitas insuficiéncias; h) deficiente equipamento de muitos estabeleci- mentos de ensino; 4) mimero escasso de professores profissionaliza- dos; }) recursos financeiros ins posigdo do sector; 1) inexisténcia generalizada de cursos profissio- nais. médios; dis jentes postos ‘m) grandes assimetrias quanto a frequéncia proveniéncia sécio-econémica da _juventudle universitéria; n) discreto financiamento da investigagéo cien: tifica € tecnologica (~0,35% do PIB); ©) escasso potencial humano cientifico-tecnolo- ‘wico do pais (cerca de 2,7 investigadores por 10.000 habitantes); P) fraca participagéo do sector empresarial_ nas actividades de I,D&D. Conviré ter presente que cerca de 45% dos jovens no completa 0 9.° ano de escolaridade e que cerca de 67% dos jovens ndo prossegue os seus estudos para além do 9.* ano. Apenas 8 a 10% dos jovens segue estudos superiores. ‘Temos uma situago pouco invejével em todos os niveis de ensino, desde o primério, pelo secundario até a0 tercisrio. Pode discutir-se por onde comecar, se pelo primario, base de todo o edificio, se pelo terciério procurando impulsionar rapidamente desenvolvimento técnico-cientifico do pais, suporte de politicas industrial, agricola, sanitéria, etc, coerentes, se pelo secundério terminal que apresenta lacunas Braves entre nés. Creio que as trés frentes tém de ser cuidadas simultaneamente j& que a delicadeza da situago © @ eminéncia de roturas graves a isso obrigam. © Ministério da Educagao publicou em 1981 um estudo sobre a vestratégia de desenvolvimento dos recursos humanos». Este estudo foi elaborado em colaboragio com o Banco Mundial. Procurou-se determinar as necessidades da méo-de-obra e a evolu- so do mercado de trabalho no nosso pais para o erfodo 1980-1992. Usou-se 0 chamado «Modelo integrado de previsio das necessidades de m&o-de-obray. Trata-se de um ‘modelo computorizado que usa indicadores dos siste- ‘mas econémicos ¢ educacional bem como da oferta © da procura de mao-de-obra. © bloco econémico foi projectado com base no PIB por sectores de actividades ¢ na produtividade média da mio-de-obra no ano de base. O bloco educacional faz acompanhamento de cerca de 1200 grupos de alunos (100 cursos X 2 sexos X 6 grupos ctérios) a0 longo do sistema escolar. A simulacio do mercado de trabalho baseia-se nos «outputs» de blocos anteriores que dio os fluxos que afectam as disponibilidades de mio-de-obra para 0 ano base. © modelo usado baseia-se na matriz. do emprego por sectores de actividade € por grupos profissionais © na afectago dos alunos provenientes do sistema educativo a essa matriz, AS projecgdes realizadas civeram a tripla preo- ‘cupacdo seguinte: —manter um ritmo de crescimento do PIB » 41 QUADRO 1 ‘Comparagio entre emprego potencial e emprego festive em 1992 i a Breeso (4) smprego | Emoreso | Dice (—) NIVEIS DE PROFISSOES cect) | soma | SG) Pessoal superior eientifico © téenico a5 2A 19 Engenheiros © Arquitectos 346 47 -1 Diet, Contabilidade e Eeonomistas 360 485 1225 Professores 1099 1260 164 Outro pessoal superior 3311 333 =12 Quadros médios 8553 1233 =380 Empregados altamente qualificados 4031 6258 212.7 ‘Trabalhadores manuais altamente qualificados 2284 347 —1187 Empregados qualificados. Nivel intermédio 1907 190,7 . Operirioe qualificados. Nivel intermédio 25211 2511 . Emprogados semi-qualifcados e trabalhadores agricolas 161.1 219, . Operitios semi-qualificados 7865 | 10799 ~584 Nilo qualificados 4243 4243 2014 * Possiveis excedentes de miodeobra, Fonte: REIS A. (1981). ‘QUADRO I Ensino Politéenico (valores médios anusis) cursos i polea seta mio-deobee em 1992 Contabilidade ¢ Administrago Administrago Pablica ‘Agronomia Eng? Alimentar Eng? Textil ‘Arles Graficas Eng? Mecinica Eng” Electrdniea e Telecomunicases Eng Civil Eng’ Quimica Eng de Pesca ‘Artes Decorativas ¢ Design Linguas © Turismo 218 270 188 451 a 7 309 357 24 8 650 1000 600 350 300 100 800 ‘700 600 300 50 200 00 750 2.000 700 450 400 150 1000 ‘200 900 400 100 350 700 Fonte: MEU (1981) Bol. Inf. n 14. 42 niveis comportaveis com a necessidade de dimi nuir a lacuna que nos separa das capitagées ceuropeias. —modernizar a estrutura profissional portuguesa tendo em vista colmatar, na presente década, cerca de metade da distancia que nos separa da média europeia. —admitir que a escolaridade obrigatéria passaré, até ao fim dos anos oitenta, de 6 para os 9 anos. Embora as hipéteses de partida se tenham reve- lado optimistas, os valores encontrados ¢ que se apre- sentam so os Ginicos disponiveis e funcionam como indicadores desejaveis. No Quadro I é feita a comparagio entre o emprego potencial e 0 emprego efectivo no ano de 1992, para os diferentes niveis profissionais. Verifi- ca-se que as caréncias mais acentuadas se notam nas categorias de empregados altamente qualificados e para trabalhadores manuais altamente semi-quali- ficados. © estudo referido do ME/BM calculou os «out- puts» do ensino politécnico para 1992 em duas situa- ‘Ses: mantendo-se a politica educativa actual ¢ modi- Ficando-se esta de modo a satisfazer as necessidades referidas em 1992 de acordo com os pressupostos apresentados (Quadro II). Para o ensino secundério profissionalizante que urge generalizar no pais, temos os valores do Qua- dro TI. ‘Trata-se de valores médios de diplomados com ‘0s cursos profissionalizantes a criar ao nivel do 9.° ano € com trés anos de educagéo média. Quanto ao ensino superior universitario, 0 rela- t6rio do Banco Mundial que temos vindo a seguir, diz que as taxas actuais permitirio a satisfagéo quan- titativa das necessidades de mio-de-obra durante a década de 80 € principios de 90, salvo os casos que se referem a seguir. Assim, se no houver melhor redistribuig&io e utilizagio dos engenheiros agréno- mos, haverd excedentes no final da década de 80. Podera também haver excedentes em engenharia qui mica, electronica e ciéncias naturais. O maior exce- dente, todavia, verificar-se-A entre os médicos. (Os maiores défices serdo nos seguintes casos: —professores do ensino secundé- rio e universitario — 15 a 36000 — gestores de empresas — 12 a 16000 —engenharia civil e arquitectura—2,5 a 4500 —A I,D&D NACIONAL E 0 DESENVOLVI- MENTO Vive-se na época da investigacdo cientifica. As ages que ocupam a vanguarda do desenvolvimento ¢ que pontificam politicamente procuram ter e «fazer» cientistas. E assim que 0 Homo investigans 6 um recém-chegado, E uma sub-espécie do Homo sapiens sapiens gerado pela revolugdo industrial e que tem como ambiente privilegiado a civilizagdo tecnotrénica que estamos vivendo, Nao esquegamos que estilo vivos 904% de todos os investigadores que houve no mundo desde a antiga Grécia. © conhecimento cientifico ¢ téenico em um pais © a mancira como ¢ usado nos processos de producio constituem elementos de poder que se reflectem nas relagdes desse pais com os restantes. A superioridade ou a dependéncia cientifico-tecnolégica tém signifi- cado politico € slo factores fundamentais do exer- cicio do poder. ‘A capacidade de uma sociedade em assimilar, adaptar, melhorar ¢ criar conhecimento em activi- ras baseia-se em trés pressupostos inter- © primeiro diz respeito ao conhecimento cienti- fico © téenico que essa sociedade possui e a0 modo ‘como 0 usa para fins produtivos. © segundo refere-se i disponibilidade em recursos humanos treinados capazes de compreender e usar eficazmente aqueles conhecimentos nas suas actividades. O terceiro en- volve a estrutura e a eficiéncia das instituigdes ligadas ‘20 progresso cientifico € técnico © as suas aplicagées nas actividades econémicas ¢ sociais, nomeadamente as Universidades, 05 Laboratories Nacionais de investigagéo cientifica © tecnol6gica, os departamen- tos governamentais reguladores, orientadores ¢ finan- ciadores das actividades de D&D ¢ as empresas. ‘A aplicagéo desta principiologia de modo a que ‘a Cigncia ¢ a Tecnologia se tornem instrumentos de desenvolvimento econémico ¢ social da nagio, supoe que, 0 pais tenha infraestrutura cientifico-tecnol6- gica adequada, suporte de capacidade cientifico-tecno- QuapRo ut Contabilidade © Administra cio 12.000 —15 000 Administeagdo Pablica Design industrial ¢ Comercial ‘Artes decorativas e marcen ‘Artes gréficas Linguas, hotelaria, turismo, Pesca Fonte: MEU (1981) Bol. Inf. n° 14. 4 ‘QUADRO IV Evolugo do nimero de prémios Nobel FISICA, ‘QUIMICA “MEDICINA Pats ‘Ante 160 Pos 160 ‘ave 1540 re ry 6 2 6 o 3 4 Inglaterra 10 10 6 5 7 “4 ‘Alemanha 10 3 15 8 8 3 Extados Unidos 6 40 3 23 6 31 Uniti Sovisticn ° 1 ° 1 2 0 Fonte: Le Monde Aujourd’hui, 14-10-1984. logica. Esta capacidade exige recursos de vario tipo, fa saber: humanos, financeiros ¢ institucionais. Se os dois primeiros tipos de recursos so féceis de avaliar, 6s institucionais englobam os niveis do planeamento, da coordenagio, da promogéo ¢ da realizacao de actividades de 1,D&D. Este facto foi muito recentemente posto em evi- déncia em um suplemento cientifico do jornal francés «Le Monde» que, para ilustrar a «fraqueza» da com- petitividade francesa no mundo tecno-cientifico publi- cava 0 Quadro TV que mostra bem como no apés guerra a Europa tradicionalmente mée-cientifica se deixou marginalizar. E que a dependéncia cientifico-tecnologica paga- caro pois se traduz na perda do controle na deciséio da programagio, produgio.e mercado, na importacio no apropriada de conhecimentos e na perda de poder de negociagdo na aquisigao de tecnologia. Os trés pontos explicitados: conhecimento cient fico © técnico disponivel, recursos humanos treinados, estrutura institucional so pressupostos bisicos que nos permitiréo procurar perspectivar © prospectivar © caso portugués. ‘A consideragao dos trés pontos referidos tem de se relacionar com a politica tecnolégica industrial e energética definida até ao fim do presente século. Os principais vectores de tal politica aparecem men- cionados em documentos oficiais como 0 Plano de Desenvolvimento Tecnologico da Indistria Transfor- madora portuguesa ¢ 0 Plano Energético Nacional. Sio eles: —reforgo da infraestrutura cientifica e tecnolé- ‘gica industrialmente orientada; —apoio & modemizacio, aumento de produti dade, melhoria da qualidade ¢ inovagio dos sectores industriais eradicionais bem como desenvolvimento de novas tecnologias para 0 uso mais racional da energia; —aquisigio, demonstragdo € desenvolvimento de tecnologias avancadas; —maximizagdo do uso dos recursos naturais na- cionai 44 —acompanhamento da evolugdo internacional das diversas tecnologias e suas aplicagves; —riagéo de mecanismos financeiros, fiscais ¢ institucionais de apoio & inovagdo industrial © uma melhor ligago entre as Instituigdes de Investigagdo © a Industria © Plano de Desenvolvimento Tecnol6gico da Indiistria Transformadora portuguesa esté dividido em seis programas de que apenas citaremos 0 pri- meiro: Reforgo das capacidades cientificas ¢ tecno- logicas com énfase na Investigacio ¢ Desenvolvi- mento do sector produtivo. Embora este programa exija participagdo intensa do Estado, so esperadas acgdes relevantes de D&D znas empresas privadas. Todavia este programa supbe ‘ atribuigdo de uma percentagem mais significativa do PNB as actividades de I,D&D orientadas para 0 desenvolvimento econémico procurando-se atingir valores aceitveis a nivel dos padrées internacionais, Prevé-se que os gastos de investigacdo © desenvolvi- ‘mento industrialmente orientados passem do valor actual de 0,12 do PNB para 0,40% no espago de uma década, © financiamento global dos programas referidos teré uma componente de 60% proveniente do Estado © de 40% proveniente da Indistria. Servindo-nos dos valores globais disponiveis sobre recursos humanos em I,D&D publicados pela JNICT em 1983, verificamos que em 1980, em termos de equivaléncia a tempo integral (ETI), aqueles recursos tinham as seguintes distribuigdes (Quadro V); QUADRO V Se Tr = Estado 37113 48,1 Ensino superior 23785 309 LPs/FL. 202,1 26 Empresas 14192 184 TOTAL 77109 100.0 [P/F = Instituigdes Privadas 6/fins Iuerativos. Fonte: JNICT (1985) Est. Doc. Cién. & Tecnologia n.* 2. Se agora procurarmos discriminar estes 7710,9 ETI por fungdes exercidas, temos os valores do Qua- dro VI. Verifica-se que 34,5% correspondem a fungio de investigador, 37,2% slo técnicos © os restantes 28,3% slo operarios. Um facto relevante a reter da andlise dos Qua- dros V e VI refere-se & modéstia, em termos rela tivos, dos efectivos de I,D&D no sector Empresas devido ao discreto méimero de investigadores quando ‘comparados com os ntimeros correspondentes dos sectores do Estado ¢ Ensino Superior. Averiguando quais as qualificagdes dos recursos humanos em I,D&D obtém-se os valores do Qua- dro VIL Este quadro permite ter uma visio bimodal dos recursos humanos adstritos & D&D. Assim temos a distribuigio percentual pelos quatro sectores ai refe- ridos e ainda a distribuigdo por qualificacées. Os trés quadros apresemtados (Quadros V, VI ¢ VIL) podem sintetizar-se em cermos percentuais como se aponta no Quadro VIII. A complementé-lo estio os valores do Quadro IX em que 0s recursos humanos aparecem desagregados por dominios cientificos © tecnolbgicos. Valera a pena considerar 0 Quadro X onde se fazem algumas comparagdes entre paises curopeus Para se ter uma nogéo mais exacta das assimetrias da I,D&D no nosso pais conviré atentar nos valores do Quadro XI onde o pais aparece dividido em qua tro grandes Areas. Procurando mostrar um panorama razoavelmente actual, geral e funcional de recursos humanos nacio- nais apresentam-se os quadros seguintes (Quadros XII a XY). Ai aparecem a distribuigdio dos recursos finan- QUADRO VI eerie | pado nine Sepeior | LrayP. Engen Tora Investigadores 8362 153802 12 3750 26626 ‘Técnicos 16784 5490 7 3149 28670 Operitios nis 289.1 310 ‘nines ie ian s2_| jos | jams TOTAL 3713 25785 2024 14192 a) Fonte: Mem Quadro V. QUADRO vit Teor ae ToL exo] nde | nino Supeior| rsa. | empes uesto * Curso Superior 14540 15196 ris 3750 33005 | 454 Curso médio 1050.6 3796 140 5749 20a | 263 Outros * 11967 49 662 46953 2isis | 283 TOTAL sms 23783 2021 18192 77109 | 100 % 48 309 26 184 1000 Fonte: Mem Quadro V._» Vidé note Quadro VIII QUADRO VIII Bao Tine Seperon TPP 7 * % * FUNCAO Investigadores 2s 580 352 260 ‘Técnicos 452 2a 320 419 perros 195 22 153 Administrativos 128 67 173 330 QUALIFICAGAO (Curso superior 392 652 603 264 Curso médio| 286 160 69 ws utros* 322 188 328 33 ‘om eatadon wecundiion insompletn, operiion expen fon oa Fonte: idem Quadro V, 45 QUADRO 1x Dien Chet sade Basing Supeioe Lear. Empress a * %, S. * ign, Exactas e Natur 172 29 To, 45 ign. da Engenharia 243 122 74 710 Cin. da Savide 116 224 64 29 Cién, da Agricultura, silvicult Pecuéria e Pescas 304 16 oa of ine. Sociais ¢ Humanas 159 152 159 12 Fonte: idem Quadro V. ‘QUADRO x Pessoal de I&D em ETI, lados referentes a 1977 ists Powel em YaST Ginn Uren "Foal Jo te fore or R, Fed. da Alemanha 19454 2 23 Belgica 29532 7 3 i 13801 5 2 maui 10 rio disponivel 52857 1" 28 5857 5 iio disponivel 97345 5 37 6543 2 “ Fonte: Situago do sistema cientiico e tecnoldgico portugués MCC (1982) ‘QUADRO XI L,D&D por regides do pais (1978) ss FD] Pool et Distritos EntreDouro ¢ Minho Distrtos EntreDouro e Tejo (ealvo Lisboa) 2 Grande Lisboa 2 Alenicjo, Algarve © regides auté rnomas dos Acores © Madeira] 5 100 Fonte: KIM, H.K. (1982). ceiros para 1983 que contemplaram os principais laboratérios nacionais estatais (Quadro XII) ¢ a ilus- tragio dos recursos humanos por ramos de actividade (Quadros XII a XV). Os valores apresentados sio eloquentes ¢ falam por si, mais do que os glosar interessa que meditemos neles. 3 —CONSIDERAGOES FINAIS importante, apés a quantificagdo que se pro- curou a0 juntar os quadros apresentados, referir que © Plano Tecnolégico identificou as areas programé- ticas de alta prioridade que representam as necessi- 46 dades € oportunidades tecnol6gicas para a indistria portuguesa. So elas: —Necessidade de aumentar ¢ fortalecer a capa- cidade analitica nacional necesséria ao desen- volvimento de uma politica tecnolégica. —Necessidade generalizada de melhorar a capa cidade tecnologica das empresas existentes. ‘QUADRO XII Recursos financeiros dos organismo nacionals de I,D&D em 1985 (106 escudos) Tora oni onekie| PIDDAC imac] LNETI Energiae Tecnologia) | r10 | res | sass | 279 LNEC Engenharia cil) | aoa | Sar | zor | 225 INIAER (Agricultura) oi | in | ‘72 | ise NIC (lng onversite esr | 86 | 755 | ssi ICT (nv tropa) se | 2 | 3a | ‘6s INP (Pesas vr | wo} m7 | 43 1H (Hidogratiy a7 | “6 | 2 | 42 UNIV ln veterindra) ny] ss] in| 32 a ciatica teenage) ss |_m | 10 | 2 1000 Fonte: Examens des politiques nationales de la science. Portugal. OCDE (1984). —Necessidade de reformulagéo da estrutura fis- cal mais apropriada a incentivagio do desen- volvimento tecnolégico. —Necessidade de introduzir novas tecnologias € novas firmas de base tecnol6gica. —Necessidade em apostar no aumento das capa- cidades nacionais nos dominios da metrologi microclectrénica, ciéncias dos materiais ¢ no biotecnologi —Necessidade de melhorar o capital humano que esté na base do processo de desenvolvimento tecnologico. ‘QUADRO XIII Recursos humanos em I,D&D, por funglo © por ramo de actividade econémica (1982) Tavestigadores | Teenicon | Anatares Tot ae a mm Ea ea a Extracgio de minérios metéicos 625 238 313. 6105 Alimentago, bebidas e tabaco 15,78 801 597 4565 Madeira e Cortica 087 167 033 267 Papel © Artes Graticas 30 28 32 90 Ind. Quimicas dos derivados do petréleo e do carvlo 79.08 105,25 1257 31003, Produtos farmactaticos 1585 105 115 3785 Ind. prod. minerais no metslicos 57 1856 049 8485 2028 154 50 2682 Fab. produtos metélicos 695 925 18 180 Miquinas ndo eléctricas 100 264 2476 61,16 Miquinas e aparelhos eléctricos ns: 1235 105.0 3380 Material de transportes 560 1060 310 1950 Aparelhos de medida, fotogréticos e épt 383, 60 30 1283 Electricidade, gis e vapor 182.0 1240 460 3520 Construgdes © Obras Pablicas = 20 30 50 ‘Comunicagses 330 280 360 1179 Servigos prestados as Empresas 204 80 30 34 544 62056 519,18 1734008 (Gam cane tecndins ou equivalent, Fonte: 1&DE. Dados de actualizagio a 31-1282. Valores provisérios. JNICT (1984). ‘QUADRO XIV ‘Recursos humanos em actividades de Controlo de Qualidade, por funséo € por ramo de actividade econdmicn (1982) Cleo com | reeioon Ausiise ‘Tora. AMO DE ACTIVIDADE Care speror Son ETE ETT en Ext. de mingrios metélicas 20 20 119 150 Alimentagdo, bebidas e tabsco 3738 6796 122 226,64 Madeira © Cortiga 43 2,1 1803 2175 Papel e Artes Grificas 10 267 40 797 Ind. Quim. deriv. petrl. ¢ carvio 65,69 27259 17781 51589 Produtos farmacduticos 180 330 400 910 Ind. prod. min. nfo metélicos 5a 163 80,47 102,57 Ind. Metaldrgicas de base 50 60 3690 3800 Fab. produtos metélicos 50 — = 50 Miquinas no eléetricas 3,86 2675 315 eit Maquinas e aparelhos eléctricos 240 11025 15055 264,75, ‘Material de transportes 160 680 05 85 Aparelhos medida, fotog. 6ptica 10 998 350 45.98 Electicidade, gis e vapor 800 49, 240 1980 Construgées © Obras Pablices 10. 50 - 60 Comunicagses 180 13 30 23 Servigos prestados as Empresas 28 52 20 769 322,72 7928 1235413 2.350,66 Ponte: I&DE. Dados de actualizagio @ JNICT (1984). ‘QUADRO xv Recursos humanos em actividades cientificas excluindo Controlo de Qualidade, por fungio © por ramo de actividade econémica (1982) “Tenioo com RAMO DR, ACTIVIDADE ‘curso sapere | Ténlone ae TH = eT EIT EIT Extracgio de minér, metilicos 1216 13 34.29 5758 Alimentagio, bebidas © tabaco 1931 468 m5 7126 Madeira e Cortiga 19 80 08 105 Papel © Artes Graticas 34 30 = 64 Ind. Quim. deriv. petréleo € carvlo 265 14 345 15: Produtos farmacuticos 13165, 193,12 1013 42607 Ind, prod. min. no metélicos 80 510 1720 2310 Ind. Metalirg. de base ost 24 8g21 9125 Fab, produtos metilicos 35.76 104 12 m4 ‘Miquinas néo eléctricas 3.05, 475 72 150. Méquinas e aparelhos elécticos 3.15, 203 15 3155 Material de transportes 319 550 210 1199 ‘Apar. med., fotog. e 6ptica 10 30 10 119 lectricidade, gis ¢ vapor 850 810 260 1900 Const. e Obras Pablicas 20 49 = 60 Comunicacies 92.25 3235 30 1376 Servigos prestados as Empresas 25753 4365 135 8673 TOTAL, 70082 95789 6674 2326.11 Fonte; I&DE, Dados de actualizagio 31-12-82. Valores provisios. INICT (1984). Devem estas seis necessidades basicas ser satisfei- tas para que o pais entre na via de um desenvolvi mento harmonioso. © suporte humano é essencial, para obviar a estas necessidades e hé que aproveitar as oportunidades que elas nos pGem, procurando: —Criar um conjunto de organizagées que acom- panhem desenvolvimento tecnol6gico em Por- tugal © no estrangeiro, identificando as neces- sidades © oportunidades tecnolégicas © desen- volvendo as acgSes oportunas. —Melhorar a produtividade © a qualidade dos produtos ¢ o desenvolvimento de novas tecno- logias através da actividade de normalizagéo certificagio de qualidade, do estabelecimento de centros tecnolégicos © de uma melhor colabo- ago entre as universidades, 0s laboratérios nacionais ¢ a indistria promovendo uma crite- riosa transferéncia de tecnologia. —Promover a inovagio inclusivamente pela cria- do de um organismo, que a incentive, tipo agéncia para o desenvolvimento de tecnologias de ponta. —Difundir a informagio técnica de modo a pro- vocar 0 arranque de empresas de base tecno- 16gica acentuada. —Perspectivar 0 apoio no uso dos recursos natu- rais do pais procurando cobrir campos cruciais para © nosso desenvolvimento no contexto da insergo no mundo fortemente tecnotrénico. 48. —Formar pessoal técnico a todos os niveis, ges- tores de tecnologia e trabalhadores especializa- dos, eudo gente capaz de responder aos desa- fios da civilizagdo nfo s6 actual, mas que se antevé para amanha. © esforco para melhorar a qualidade dos recursos humanos do pais teré que ser muito grande. Por um lado, precisamos de empresérios ¢ gestores profissio- nai com formaclo em engenharia ou pelo menos técnica, capazes de gerir actividades inovadoras. Por outro lado urge incrementar a preparaclo dos traba- Thadores nos seus locais de trabalho de modo a aumentarmos 0 niimero de téenicos ¢ de operdrios especializados. $6 procurando a satisfasio dos pontos acima mencionados, a transferéncia de tecnologia seré via transitéria para independéncia nacional ¢ néo via permanente para subordinacdo ao exterior. Recordamos que uma das causas determinantes dda nossa falta de desenvolvimento tecnol6gico esté na escassez de I,D&D a suporté-lo. Acresce que s6 cerca de 13% da D&D portuguesa ¢ de iniciativa do sector dustrial privado enquanto que cerca de 66% é de iniciativa do governo. Mostram 0s factos que nos paises industrializados a I,D&D privada esté mais ralacionada com 0 crescimento econmico que a LDAD estatal. Um estudo envolvendo cem empresas nacionais de diferentes tamanhos ¢ referente a 1981 ¢ 1982 mostra que estas empresas se repartiam pelos seguin- tes niveis tecnolégicos de acordo com os valores per- centuais do Quadro XVI. QUADRO XVI Nie — 16 3 6 2 Fonte: Plano de Desenvolvimento Tecnolégico da Indistria ‘Transformadora Portugess. Conclusées e Recomen- ddapses LNETI (1983). s niveis so caracterizados como segue: Nivel 1: Empresas que tém actividades de I&D © engenharia (com departamentos pr6ptios), que podem desenvolver novos produtos ¢ processos e introduzir alteragées importan- tes em produtos processos jé existentes. Nivel 2: Empresas s6 com departamentos de enge- mharia ¢ que podem introduzit modific Ges importantes em produtos € processos (geralmente com tecnologia adquirida no exterior). Nivel 3: Empresas com pouco pessoal técnico ¢ que podem apenas introduzir pequenas altera- es em produtos e processos (com tecno- logia adquirida). Nivel 4: Empresas com orientagdo tecnolégica mas sem capacidade interna para além de ope- rarem competentemente a tecnologia que possuem (se uma fabrica subsidiéria de uma ‘multinacional for indexada ao nivel 4 isto pode querer dizer, por exemplo, que apenas procede & montagem dos seus produtos em Portugal, com tecnologia importada, de forma a tirar partido do prego vantajoso de mio-de-obra). Nivel 5: Empresas nos sectores tradicionais ¢ sem grande interesse por melhoramentos tecno- Logicos. ‘A vantagem que a economia nacional tem tido, decorrente da m&o-de-obra barata, tende a esbater-se. Resulta daqui que a rendibilidade da producéo seré © factor determinante da competitividade dos novos Produtos nos mercados internacionais. A desvantagem em relago aos paises estrangeiros s6 pode ser ven- cida com 0 aumento da capacidade inovadora do pais. Entende-se por inovacdo a aplicagdo de uma inven- so ao processo produtivo ou a estruturago de um servigo. Ou dito de outra forma, & a arte de associar elementos pré-existentes para criar novas formas, produtos ou processos comercializaveis. A inovaciio, exige enorme esforgo de gente capaz de tomar as invengées ¢ as passar ao processo produtivo e em tal acgdo promover 0 desenvolvimento da nacéo. Entende-se por desenvolvimento a evolugio glo: bal de uma colectividade —no geral uma nagio para uma direcgdo positiva permitindo a satisfacio equitativa das necessidades fisicas, psfquicas, culturais © morais das gentes. Esta perspectiva de desenvolvi- mento supde que o Homem é 0 valor supremo ¢ © fim da Histéria e que a Ciéncia e a Técr fungSes meramente instrumentais. Nesta perspectiva 0 fortalecimento dos recursos hnumanos do pais é a prioridade das prioridades. BIBLIOGRAFIA AIRESBARROS, L. (1985) —Ensino téonico terminal. A rea lidade dos némeros ¢ as necessidades do pais. Brotéia, vol. 117, pp. 262279 e 375395, BERTELMAN, T. et al (1980) —Resourees Society and the future. Pergamon press Oxford. KIM, H. K. (1982)— Assessment of scientific and technolo- ‘ical infrastructure in the Republic of Portugal with particular reference to education and training of scientific ‘and technological personnel. Lisboa. REIS, A. (1981) —Formasio téenico-profisional © unive dria. LNETI. Lisboa, REYNOLDS, A. (1984) — ‘Technology transfer. Residel Publ Co, Boston, RICHARDSON, J. (1979) — Integrated technology transfer Leomond Maryland. ROCHA, M, (1962)—A reforma do ensino da engenharia Comunicagio m. $3. Congresso do Ensino de Engenharia, vol. 1. Lisboa. SOARES, M. C. et al (1981)—Procura social do ensino Bol. inf. n. 13 MEU. Lisboa (1981) —Estratégia de desenvolvimento dos recurso hhumanos. Bol. Inf. n° 14. MEU. Lisboa. (1982) —Situaglo do sistema clentifico e teenol6gico por ‘ugués, Ministério da Cultura © da Coordenaao Cien Uifiea, Lisboa. (1982) — Propositions pour une strategie scientifique et techniques européennes. Commission des Communautés Buropéennes. Bruxelles: 11982) — Workshop on the management of research for ‘economic development. JNICT/NAS/USAID. Lisboa, (1985) — Plano de Desenvolvimento Tecnolégico da In- distria Transformadora Portuguesa. Sintese. LNETI Lisboa. (1983) —Plano de Desenvolvimento Tecnolégico da. In stria Transformadora Portuguesa. Conclusées ¢ Reco rmendagGes. LNETI. Lisboa. 1985) — Recursos da Ciénct 1980. JNICT. Lisboa (1984) —Examens des politiques nationales de la scienos Portugal Rapport général (Partie I). Rapport des exe ‘minateurs. (Partie 11) Lisboa. Dados de actualizagio a 31-12-1982 rios. JNICT. Lisboa. © Tecnologia. Portuge! 49 DIAGRAMAS POTENCIAL — PH C. A. C. SEQUEIRA Laborati RESUMO. Uma das contribuigdes mais importantes das tilti mas décadas para a compreensiio dos fendmenos de corrosio metélica deve-se a Pourbaix e seus colabo- radores que construiram diagramas de equilibrio ter- ‘modindmico (potencial-pH) para o estudo sistemético da previsao das reacgdes de metais em solugdes aquo- sas. Neste artigo estabelecem-se estes diagramas por uma via simplificada, baseada no uso directo da equacdo de Nernst, método que se tem mostrado particularmente adequado na introdugio do assunto ‘aos estudantes. Faz-se ainda referéncia ao emprego ¢ limitagdes dos diagramas, bem como a alguns exem- plos de sistemas de cardcter industrial. ABSTRACT One of the most important contributions to corro- sion science and engineering in recent decades has ‘been the work of Pourbaix and associates in the deve- lopment of termodynamic equilibrium diagrams (po- tential vs pH) for the behaviour of metals in aqueous solutions, The author presents herein a simplified procedure for constructing these diagrams, based on the direct use of the Nernst equation, which has been successful in presenting the subject to students. Applications and limitations of the Pourbaix dia grams, as well as some examples of systems with technological interest are also given herein. Original recebido para publicagio em 22/5/84. 50 de Electroquimica, Instituto Superior Técnico, Lisboa INTRODUCAO ‘Um dos problemas mais importantes que se poem em Corroséo, consiste na selec¢do de materiais téc- niicos que vio ser usados em contacto com meios aquosos, em processos tecnologicamente importantes. A aprovacio ou recusa de um determinado material deve decidir-se em funcao da velocidade de dissolucto desse material no meio em que vai ser usado, Em geral, porém, e para evitar tentativas intteis e anti- -economicas, € costume comecar por se recorrer & termodindmica pois esta permite prever o sentido possivel das reacgdes de dissolucio ¢ de redugo, que constituem 0 processo corrosivo. Note-se que 0 mé- todo termodinamico nao permite sendo prever, isto é, afirmar quando uma reacgio € possivel ou impossivel, sem poder garantir, naquele caso, que ela realmente se dé. Contudo estes conhecimentos so, por si s6, suficientemente importantes ¢ titeis para a abordagem jal do problema da seleccao de materiais. © estabelecimento do sentido da evolugéo provavel de uma reaccdo electroquimica, por via termodina- mica, pode atingir-se por diversos caminhos, mas vulgar escolher como grandezas que melhor se pres- tam para representar as condigdes de evolugdo das reacgies electroquimicas ¢ as respectivas fungées de estado, 0 potencial (ou tensio) reversivel de elécrodo ea energia livre duma reacglo. Fixa-se entio 0 sen tido da evolugio daquelas pelo sentido de variagio da energia livre que as caracteriza. Se 4G <0 para um processo corrosive, entéo a corrosio do metal verifica-se espontaneamente. Isto equivale a dizer que fa tensGo (ou potencial) do sistema metal/meio subiu acima do seu valor de equilibrio. Efectivamente, se GG, tal que AG = G'— G=nF (E-E) <0, entio E>E’e AE=E’—E>0, cad. Para os sistemas electroquimicos em que um ou mais dos seus constituintes esto envolvidos em diver- 505 tipos de equilibrio, € extremamente itil recorrer aos métodos grificos porque ¢ entdo possivel estabe- lecer 0 diagrama referente a todas as condigées pro- vaveis de evolugdo dos constituintes do sistema perante todo o conjunto de circunstancias que afec- tam os factores internos dos equilibrios, desde que os factores externos (P ¢ T) se mantenham constantes. Diversos diagramas tm sido estabelecidos por diver sos modos. Dentre estes destacam-se os diagramas devidos a Marcel Pourbaix [1] que se destinam essen- cialmente a por em evidéncia a influéncia dos ides H* sobre os equilibrios. Intimeros s40 0s problemas que os diagramas permitem resolver, de Quimica Anali- tica, Electroquimica, Quimica Inorganica, etc., mas sua principal importancia resulta da forte contri- buigdo que trouxeram ao estudo da Corrosio Meti- lica, Neste dominio, como € dbvio, 0 estudo da influéncia dos iGes H* sobre os equilibrios reveste-se de especial significado pratico visto que grande parte dos sistemas electroquimicos de interesse tecnoléxico so do tipo metal/solugdo aquosa, em que esto pre- sentes os ides H’ os quais, dadas as propriedades que Ihes so peculiares, tém acco preponderante sobre fa tensio de eléctrodo. As representagdes graficas de Pourbaix baseiam-se no principio termodindmico exposto inicialmente; tais representagdes.permitem ‘englobar sistematicamente num tinico diagrama, todos os estados de oxidacdo-reducio referentes a todas as formas oxidadas ¢ reduzidas, que um mesmo elemento quimico pode formar com dado reagente, Estes dia- gtamas so construdos de modo que cada linha ~- uma recta —represente condigdes de equilibrio entre duas formas, apenas, do sistema global; estes equi brios podem ser do tipo acido-base ou do tipo oxida- so-reducdo. Resulta que 0 encontro de linhas com formas comuns, delimita zonas de estabilidade de cada uma delas; esta constitui uma das particulari- dades mais importantes destes diagramas. REPRESENTAGOES GRAFICAS ‘A construgio dum diagrama E-pH, a 25°C, im plica a representagdo de equagdes do tipo: ape 4 OOM gg OF _ 00591 E=E+ le ye e «wy OY = log K—b pH log A eg bp que caracterizam, respectivamente, equilibrios lee troquimicos do tipo: a0+bH+ne=cR + dH0 € equilibrios quimicos do tipo: aAt+bH © D+dHo onde b ¢ d so geralmente inteiros e digitos podendo ser positivos ou negativos; a, ¢ € n so sempre niime: ros positives geralmente inteiros e quase sempre Adigitos, Note-se que se fizeram intervir os electries no L* membro da reacgio electroquimica a fim de respeitar a Convencdo Europeia de Sinal, convenga essa que & adoptada a0 longo deste artigo. Observe-se ainda que se considerou a actividade da agua cons- tante, isto é, supde-se tratar-se de solugdes suficiente- mente diluidas. ‘A representacdo linear das equagdes escritas acima faz-se fixando previamente uma rela¢do, arbitra mente escolhida, para os quocientes (0) /(RY © (Dy / (AY. Hé portanto familias de rectas correspon- dentes aos diversos valores destes quocientes. Esta representago oferece a vantagem de poder traduzir as variagdes de E (ou de pH) quando se fazem variar aqueles quocientes © ainda a de mostrar que cada zona do plano E-pH delimitada por rectas represen- tativas de equilibrios em que intervém um mesmo constituinte representa também além da estabilidade a predominancia desse constituinte. Cada ponto do plano possui trés coordenadas, duas de referencia aos cixos ortogonais e uma terceira em relagdo as rectas, fronteiras de cada dominio; assim uma forma predo- minaré tanto mais sobre as outras quanto mais afas. tado se encontrar o ponto representativo do sistema das linhas fronteiras do dominio. Com efeito, consi derando a concentragéo 10* moles/litro como limite de detecséo analitica corrente para as formas dissol- Vidas, a distancia entre cada linha correspondente a variagdo de 10 unidades das concentragdes molares, 6 de 0,0591/z volt, para os ides de valéncia z a tem- peratura de 25°C, donde resulta que a variagdo das actividades desde 1 molar até 10° molar ocupe dimen. ses do plano geralmente restritas em relagio a rea de cada dominio. A zona correspondente a estabili- dade dum dado constituinte delimitada pelas linhas de concentracao 10° molar, representa pois também © dominio de predomindncia da forma respectiva. Feitas estas consideragdes representemos sucess vamente no plano E-pH as linhas correspondentes aos diversos equilibrios susceptiveis de ocorrer nos sist mas do tipo metal-solugio aquosa. Reacgdes electroquimicas dependentes do pl ‘A. representagdo das rectas correspondentes 0s cequilibrios de oxidagio-redugdo em que intervém os 51 ides H+ ou OH" pode fazer-se por uma familia de linhas obliquas paralelas cuja inclinagao sera fungio do coeficiente estequiométrico que afecta oH’ ou © OFT na reacgio © do niimero de electrdes postos em jogo, € cuja posigio face ao eixo dos potenciais dependers da actividade dos diferentes. consttuintes, ionisados, ou no, que tomam parte na reaccio. ‘Como exemplos destas reacgdes podemos apontar os seguintes: MnO; + 8H’ + Se = Mn* + 41,0 Fe(OH), + 3H' + ¢ = Fe + 3H 2H + 2e = Hy (no) E = + 1,507 ~ 0,0946 pH + 000118 log E = + 1,057 ~ 0,1773 pH —0,0591 log (Fe) E = 0,000 ~ 0,0591 pH —0,0295 log pu, Observe-se que estas familias de linhas se reduzem a Tinhas apenas nos casos em que nas reacgdes nio participam constituintes gasosos nem dissolvidos para além dos ies H', como acontece com 0 equilibrio: Fe(OH), + 2H! + 2e = Fe + 2H,0 0,047 ~ 0,0591 pH fee lee ee etogimieas pede: ets ee Na Fig. 1 representase a familia de linhas corres- pondentes a0 equilfbrio MnO,/Mn*, Estas linhas divi- dem o plano E-pH em duas regides: a de estabilidade termodinamica dos ides MnO, e a de estabilidade ter- ‘modinamica dos ies Mn*. Note-se que se 0s ides Ht aparecessem no membro da reac¢o onde se encontra a forma reduzida (Mn*»), 0 poder oxidante do sistema aumentaria com 0 pH. ReacgGes electroquimicas independentes do pH A representagio das rectas correspondentes. aos equilibrios electroquimicos independentes do pH pode 52 fazer-se por uma familia de linhas horizontais cuja posigaio dependerd da actividade dos diferentes cons- tituintes, ionisados ou néo, que tomam parte na reac- cdo. Como exemplo destas reacgdes podemos apontar as seguintes: Fe" +e = Fe Fe" +2e=Fe Ch+2e=2 Cr Fe) Fe) E = ~ 0,440 + 0,0295 log (Fe*) E= +0,771 + 0,0591 log Pen B= + 1,359 + 0,0295 log — ena je Fg fepreseaas de egliios fletreqmees neers oon Na Fig. 2 representa-se a famflia de linhas corres- pondente ao equilibrio Fe%/Fe. Estas linhas dividem © plano E-pH em duas regides: a de estabilidade ter- modinamica dos ies Fe ¢ a de estabilidade termo- dindmica do sélido Fe. Reacgdes quimicas dependentes do pH ‘A representagdo das rectas correspondentes aos equilibrios quimicos que dependem do pH pode fazer- se por uma familia de linhas verticais cuja posiséo dependera da actividade dos constituintes, ionisados ou no, que tomam parte na reaccao. Como exemplo destas reacgdes podemos apontar os seguintes: HCO; + Ht = H,CO, Fe(OH), + 2 Ht = Fe* + 2H,O HCO; + Ht = CO, + HO (HCO;) log ~~ = ~ 6,37 + pH °8 COD ” Jog (Fe*) = 13,29 — 2pH- Poo, tog ——— = 7,80 — pit (HCO;) mas deve fazer notar-se que 0 caso mais corrente £ © da precipitago dum hidréxido. gett tnt Fig eprestaga de ios (wires pends ph Na Fig. 3 representa-se a familia de linhas corres- Pondente ao equilibrio Fe(OH),/Fe*. Estas linhas dividem 0 plano E-pH em duas regides: a de estabi- lidade termodinamica dos ides Fe ¢ a de estabilidade termodinamica do hidréxido Fe(OH), A precipitagao deste € tanto maior quanto mais elevado for o pH. Como é dbvio, as reaegées quimicas independentes do pH no podem ser representadas num diagrama E-pH, Representando da maneira descrita acima, num mesmo diagrama potencial-pH, as condigbes de equi- librio de todas as reaceGes quimicas e electroquimicas susceptiveis de se verificarem num determinado sis- tema, obler-se-4 um emaranhamento de linhas ¢ de familias de linhas que representaré de maneira sin- tética © conjunto dessas condigdes de equilibrio. Tal diagrama de equilibrios electroquimicos permite representar as condigdes de estabilidade ou instabili dade de cada um dos constituintes considerados, ¢ isso, em principio, seja qual for a complexidade do sis- tema em estudo. A este propésito veja-se a Fig. 4 onde 5 Daa cositens 2-4 se representa um diagrama muito simples do sistema inco-igua considerando apenas as espécies quimicas Zn, Zn", Zn(OH); € ZnO}. Como se vé nesta figura, verifica-se que 0 diagrama contém trés zonas distintas: uma zona de equilibrio do metal com os seus ides Zn; uma segunda zona correspondente ao equilibrio do metal com 0 seu hidréxido Zn(OH); € na qual a tensio do metal varia com o pH duma maneira independente da natureza do hidréxido; finalmente, uma terceira zona de equilibrio entre o metal 0 seu complexo soliivel ZnO}. Quer dizer: 0 zinco com- porta-se como um redutor tanto mais enérgico quant mais alto for © pH do meio com o qual esti em contacto e esta conclusio € valida para a maioria dos metas. A propésito da influéncia da Agua nos equilibrios E-pH, refira-se desde j& que nos diagramas de equi brio electroquimicos, 6 vantajoso indicar a provavel estabilidade dos diversos constituintes em presenga da 4gua € por conseguinte hé que sobrepdr a0 grama do tipo metal-égua o diagrama da agua pura (a 25°C © a 1 atmosfera). Na secc#o que se segue, iremos estabelecer e analisar o diagrama da gua pura pds o que ficaremos dotados de ferramenta suficiente para poder estudar mais pormenorizadamente um diagrama de equilibrio dum sistema metal-solucio. Resta-nos a concluir esta seccio, fazer uma breve referéncia ao célculo das constantes Ee K e colec- ‘t€neas onde parte delas se encontram tabeladas. Caleulo de constantes-Tabelas © uso pritico das equagées caracterizantes dos equilibrios que se representam nos diagramas E-pH. implica 0 conhecimento das constantes E® ¢ K. Quanto ao valor de E*, as relagdes: E = aGe/nF e E*=(RT In K)/nF mostram que pode ser obtido ou a partir de dados cenergéticos, ou & custa de dados de equilibrio. No primeiro caso, 0 célculo de E* pode fazer-se, dadas as propriedades aditivas dos potenciais termo- dinamicos, a partir das energias uteis de formacio (energias parciais molares) de cada constituinte refe- ridos ao mesmo estado-padrio. Porque este estado se refere habitualmente a concentragdes ou a presses, unitérias, aqueles valores confundem-se com os poten- ciais quimicos dos constituintes na mesma base. Assim, a energia global do sistema poderd cal- cular-se por uma relagio da forma: OnE Eten TET, AG* pode ser calculado ainda por dados termoqut- micos uma vez conhecidos 4 H® € 4°, pois AG?=aHe-Tas Igualmente se pode calcular K pela relagdo: AG=-RT Ink Em muitos casos os valores de E* e K encontram-se 8 em tabelas; 0 mesmo acontece com os potenciais quimicos padrio. 33 As actuais melhores colectineas destes. valores, por mais completas ¢ pela confianga que merece os seus autores so: —Selected Values of Chemical Thermodynamic Pro- perties, Série 3, U.S.A. Bureau of Standards, Was- hington, 1954-56, —The Oxidation States of the Elements and their Potentials in Aqueous Solution, W.M. Latimer, 2 ed., Prentice Hall, New York, 1961, —Oxidation Potentials, W.M. Latimer, Prentice- -Hall, New York, 1952 —Mettallurgical Thermochemistry, O. Kubaschewski, E.LL. Evans ¢ C.B. Alcock, Pergamon Press, London, 1967. Stability Constants, L.G. Sillén, The Chemical Society, London, 1964, —Contribution to the Data on Theoretical Metal- lurgy, XIII High Temperature Heat Content, Heat Capacity and Entropy Data for the Elements and Inorganic Compounds, ed. K. K. Kelley, U.S. Bur. Mines Bull., 584, Washington, 1960. —JANAF Thermochemical Tables, Advanced Rese- arch Projects Agency Program, U.S. Air Force Contract n. AF 33(616)-6149, —Standard Aqueous Electrode Potentials and Tem- perature Coefficients at 25°C, A. de Bethune e NN. A. Suendenman Loud, Hampel, Skokie, Illinois, 1964 —Allas d’Equilibres Electrochimiques a 25°C, M. Pourbaix, Gauthier-Villars, Paris, 1963. DIAGRAMA DE EQUILIBRIO ELECTROQUI- MICO DA AGUA Sendo a agua um dos constituintes principais dos sistemas metal-solugio aquosa é de toda a conve- nigncia estabelecer e analisar o diagrama de equilibrio lectroquimico da agua, antes de proceder ao estudo dum diagrama do tipo metal-égua. A presenga da égua num sistema metal-solugdo aquosa tem consequéncias muito variadas em virtude das suas diversas propriedades fisico-quimicas que Ihe permitem actuar, entre outras, das seguintes ma neiras: a) Como sistema Acido-base; b) Como sistema de oxidacdo-redugéo embora Iento; ©) Como solvente propriamente dito presidindo as dissolugdes iGnicas ¢ ainda pela sua acgio polar de hidratacao. A sua accio mais enérgica é a primeira ¢ deve-se a0 facto de ser um solvente antiprético, isto é tanto € dador como aceitante de hidrogenides. Devido a esta dupla acco os ides da Agua estéo sempre presentes 34 num meio aquoso e dadas as propriedades que thes so peculiares, tém acco preponderante sobre 0s festados de equilibrio das diversas formas sélidas ou dissolvidas. Quanto a acco Sxido-redutora da gua pode dizer-se que € menos enérgica do que a sua acco ficido-base, embora este termo nada represente de ‘quantitative nem seja possivel comparar acgdes tho diversas; devera antes dizer-se talvez, mais restrita. Apesar de tudo, a accdo Gxido-redutora da égua poderd também influenciar a estabilidade de certos constituintes de alguns sistemas, acco da qual resulta a decompbsic¢éo da propria égua. Convém pois ao estudar um meio aquoso, nio s6 atender as influéncias possiveis da agua, como fazé-lo de modo a poder avaliar quantitativamente essas influéncias. Daqui a importancia do pH das solugdes, como dos potenciais de oxidagio-reducéo da propria gua. A fim de analisar a acco da agua sob 0 ponto de vista Scido-base considere-se entdo 0 equi de dissociagdo existente entre a agua ¢ os seus ides Ht e OH, o qual nos é extremamente familiar: HO = OH +H A 25°C, a condigiio de equilibrio para esta reacgio escreve-se: Bhs + Hour — oo Jog (E*) (OH) = log K = — “7 YO tee Be © como ih, = 0, ily = —37595 cal € Wao = —56690 cal [2], resulta log K = — 14,00 ou log (H*) + + log (OH) = — 14,00. Visto que pH = — log (H*) tem-se, para pH= 7,00 (H')= (OH) solugdes neutras PH <7,00 (H')>(OH) _solugdes Acidas pH>7,00 (H)<(OH) _solugGes alcalinas A linha vertical de pH = 7,00 tragada na Fig. 5 separa portanto © dominio onde ha predominio de hidro- genides em relacdo aos ides OH” (solugies dcidas) do dominio onde hé predominancia de ides OH" em rela- #40 a0s ides H’ (solugGes alcalinas). Fig. § Meas dee, lees, cna #eedlres. bee também sabido que a Agua e seus constituintes ignicos pode ser reduzida (com libertagio de hidro- génio) ou oxidada (caso em que a reacgdo € acom- panhada pela libertago de oxigénio), de acordo com as equagées: 2H +25 redugdo em meio acido a) 2H,0 + 2e > Hh +2 OW redugio em meio alcalino (a) 2HO > 0, + 4H + 4e oxidagio (b) Isto conduz as seguintes condigdes de equilibri Reacgio 2H* + 2e = Hy E, = 0,0 ~ 0,0591 pH — 0,0295 log Px, 0,0 — 0,0591 pH + 0,0295 rH, com rH = = log Pn, Reacgio 0; + 4H' + de = 2 H,0 E, = 1,229 ~ 0,0591 pH + 0,0147 log Po, 1,229 ~ 0,0591 pH — 0,0147 10, com 10 = = — 108 Po, Fig 6 Dine de eabieate termeginimica iid 3 ress de Tain, As linhas paralelas a ¢ b de declive —0,0591, tragadas na Fig. 6, representam as duas condigdes de equilibrio para as reacgdes (a) € (b), com py,=Po,=1 atmosfera, ou, 0 que & equivalente, com rH=r0=0. Entre estas linhas, as presses de equilibrio em hidrogénio € em oxigénio so ambas inferiores a 1 atmosfera; a regido entre estas duas linhas ¢ portanto 0 dominio da estabilidade termodinamica da agua & pressio de 1 atmosfera. Abaixo da linha a correspondente 20 Pa, =1 atm. a gua sob uma pressio de hidrogénio de 1 atm. tenderd a decompdr-se por reducio segundo a reacgio 2H’ + 2e > Hz Acima da linha b corres- pondente 20 po, =1 atm., a gua sob uma pressio de oxigénio de 1 atm. tender a decompér-se por oxidagdo segundo a reaccéo 2 H,0 > O;+ +4 HF + 4c. (Ora, da mesma maneira que a Agua se pode disso: xr em ides Ht e OH” segundo a reacgio H,0 = ‘OH + Hr e € considerada como neutra no ponto de vista dcido-base se (H') = (OH), a agua pode decompér-se em hidrogénio e oxigénio gasoso segundo a reacgao: 2 HAO = 0, +2 Hb © pode ser considerada como neutra sob 0 ponto de vista da oxidagio-redugo quando py, = 2Po,, quer dizer Jog Pr, = 108 Po, + log 2 = log po, + 0,30 ou se rH = 10 ~ 0,30. ‘Se se combina esta relagio com as relagdes E, ¢ Ey ‘obtém-se, como condigo de neutralidade da agua sob © ponto de vista da oxidagio-redugo, a 25°C: rH = 27,56 ¢ 10 = 27,86. Combinando estes valores com a relagéo pH = 7,00 que exprime a neutralidade de uma solugio aquosa sob © ponto de vista dcido-bésico, obtém-se as carac~ teristicas seguintes para a condigdo de neutralidade absoluta de uma solugo aquosa diluida a 25°C (ponto N, Fig. 5): Estas caracteristicas de neutralidade permitem dividir um diagrama tenséo-pH_ nas quatro regi representadas na Fig. 5. Esta divisio de M. Pour- baix [2] em meios oxidantes ou redutores ¢ Acidos ou bisicos segundo os valores de pH ¢ do potencial de oxidagio correspondente, é, sob 0 ponto de vista de coordenagio ¢ classificagao I6gica, muito interes- sante; tem também ainda interesse prético no caso dos sistemas quimicos em que participam oxidantes ou redutores enérgicos, ¢ ainda mesmo no caso dos sistemas clectroquimicos embora as sobretensbes pos- sam fazer alterar, frequentemente, a ordem por que se dio certas descargas. EMPREGO E LIMITACOES DOS DIAGRAMAS Aplicagies em Corrosio Os metais com maior interesse econ6mico, (ais como 0 ferro, 0 zinco e o aluminio, pertencem, como se pode ver na Série Electroquimica dos Elementos, 4 categoria dos metais «no nobres». A transform desses metais em ides, seguida pela formacio dum $5 sal ou dum éxido, efectua-se quase sempre com liber- taco de energia, isto é, trata-se de metais que se dissolvem espontancamente em certas condigdes favo- raveis, que sio usuais na pritica corrente (presenca de humidade, acesso a0 oxigénio atmosférico). Para obter uma visio de conjunto téo completa quanto possivel das reacgdes de interfase que sto termodinamicamente exequiveis num caso particular determinado, 0s diagramas de equilibrios electroqui- micos so extremamente tteis. Estes diagramas per- mitem prever, como jé acima se disse, 0 que pode acontecer a um eléctrodo do tipo metal-solugio caracterizado por determinados potencial ¢ pH. Seja qual for o metal, admite-se geralmente que um metal & incorroivel quando, mergulhado numa solugo aquosa inicialmente isenta desse metal, a ‘quantidade desse metal que a solucdo pode dissolver, em condigdes de equilibrio termodinamico, néo ultra- passa 10 étomo-grama/litro (ou seja 0,06 mg/l para © Fe; 0,03 mg/l para 0 Al € 0,2 mg/l para o Pb). Por conseguinte, nos diagramas tenséo-pH, as linhas que correspondem a uma solubilidade de 10* &tomo-grama/litro (isto é, as linhas de equisolubili- dade de cota —6) separam os dominios de corroséo € de nao corroséo. Neste iiltimo dominio, hé ainda que distinguir entre a imunidade (ou protecgao caté- dica) que corresponde a0 dominio de estabilidade do ‘metal, ¢ a passivago que corresponde a uma regio em que 0 metal nio é estivel mas esté recoberto por um 6xido, hidr6xido, hidrido ou sal. No estado de imunidade o metal ¢ absolutamente incorrofvel porque a reacgio de corroséo & energeti- camente impossivel; por conseguinte, 0 metal € a forma sélida estavel. No estado de passivagio, 0 metal, embora nio se encontrando em condigdes de imunidade, deixa de apresentar as propriedades de superficie correspon- dentes a0 estado metélico solivel; a forma estavel € agora um 6xido (ou hidréxido, ou sal sélido) inso- Iivel. Se este depésito que recobre o metal é aderente © no poroso, 0 metal no sofreré praticamente corrosio dizendo-se que esté num estado de passivi dade; se 0 depésito & poroso pouca protecgéo confere a metal, isto é, a passivagio nao implica forcosa- mente a auséncia de corroséo. No caso particular do ferro, por exemplo, 0 Oxido que se forma por passivagio é, em geral, no poroso € protector no caso das solugdes isentas de cloretos € nilo protector quando em presenga de solugées com cloretos; eto, no 1.° caso 0 6xido «passiva» o metal, climinando praticamente a sua corroso, enquanto que no 2° caso 0 metal fica «passivado» mas a sua corrosio é apenas minimizada. Na Fig. 4 esto representadas as condigdes te6- ricas de corrosio, imunidade ou passivagao do zinco. (O estado de imunidade corresponde a zona delimitada superiormente pelas rectas representativas dos equili- 56 brios entre 0 Zn € os ies Zn’, 0 Zn € 0 seu hidr6- xido Zn(OH); € 0 Zn ¢ os ides ZnO}. O estado de passivacio corresponde & zona delimitada lateralmente pelas rectas representativas dos equilibrios entre os Zn** € 0 Zn(OH), € 0 Zn(OH); € 08 ides ZnO}, € infe- riormente pela recta representativa do equilfbrio entre 0 Zn € 0 Zn(OH); Finalmente o dominio de corrosio abarca duas regives: as de cstabilidade termodinamica dos ides simples ¢ complexos Zn™ ¢ ZnO}, respectivamente. Nesta figura a e b repre- sentam as rectas limites inferior © superior, respec- tivamente, do dominio de estabilidade da agua. Vé-se, pois, que o zinco é um metal nfo nobre uma vez que as linhas de equilibrio Zn/Zn" se situam fora do dominio de estabilidade da gua. Ensaios experimentais conduzidos com 0 zinco ajustam-se & interpretaglo permitida pelo diagrama. Duma maneira geral, os metais que resistem a gua pura, a cerca de 25° C, so aqueles para os quais, os diagramas potencial-pH correspondentes sio tais que as rectas pH = 7 s6 atravessam os seus dominios de imunidade ou de passivagio aos potenciais com- preendidos entre —0,8 +0,7V (telativamente 20 eléctrodo padrdo de hidrogénio), potenciais que sto 65 tinicos possiveis nas condigdes normais de utiliza- ‘gio dos metais de construgio, pois que noutras con- digdes verifica-se a decomposi¢&o da agua com os efeitos consequentes. Estes metais sfo, para além dos seis do grupo da platina, os treze seguintes: berilio, aluminio, gélio, indio, estanho, prata, ouro, titénio, Zircénio, hAfnio, nidbio, tantalo e crémio, No caso do estanho e do titanio ha possibilidade de corrosio 4 potenciais de eléctrodo muito baixos, pelo que con- vvém evitar acgdes redutoras ¢ assegurar um bom poli- ‘mento da superficie desses metais. Aplicagio em Electrodeposicio Metélica Os diagramas potencial-pH permitem-nos obter uma ideia sobre as possibilidades de deposicio caté- dica eficiente de um metal a partir duma solugéo dos seus ides. Para que o problema da libertagio simultnea do hidrogénio néo assuma_proporgées demasiadas (originando depésitos metélicos pouco aderentes e conduzindo & precipitagdo de éxidos ou hidroxidos na interfase cétodo-solu principio, que o dominio de estabilidade do metal caia dentro do dominio de estabilidade da égua, © isto numa gama de pH em que os ides metélicos possam existir em concentracéo elevada na solucio. Quando tal nio acontece, a electrodeposicao meté- lica 36 se faré convenientemente se a sobretensdo associada A libertagdo do hidrogénio sobre o metal for elevada © a sobretensio associada a descarga dos ides metilicos sobre 0 metal for desprezivel. Ha ortanto, neste caso, interesse em trabalhar em con- digdes de electrolise tais que os potenciais reversiveis ) & preciso, em (ou de Nernst) dos sistemas M*/M e H’/H,(M) sejam aproximadamente iguais. Reparese que uma depo- sigio em meio fortemente dcido tem o inconveniente dda codescarga do hidrogénio © numa deposicio em ‘meio Tigeiramente écido corremos o isco de deparat com a precipitagio de um hidréxido sobre 0 cétodo. ‘A vantagem das solugées alcalinas € pois aparente sendo 05 depésitos metilicos obtidos nestes meios, em geral, de muito mé qualidade. Os diagramas potencial-pH também nos auxiliam na questo da deposigo de um metal sobre outro (metal-base) a partir duma solugdo que contém ides do metal a descarregar. Suponhamos, por exemplo, que pretendemos cobrear 0 ferro. O cobre pode ser depositado catodicamente em meio cido, originando tum depésito metélico desde que o pH no ultrapasse © valor de 2,5 e 0 potencial catédico seja igual a cerca de 0,1 V para que ndo se atinja o potencial de descarga do hidrogénio [3]. Acontece que nestes, meios, 0 ferro corr6ise a potenciais superiores a cerca de —0,7V, isto é em banhos Acidos os ides Cu promovem a dissolugéo do Fe, pelo que sio de rejeitar. Recorre-se ento a banhos cianetados alca- linos (de pH 11 a 12) que permitem cobrear o ferro devido, no so as caracteristicas alcalinas desses banhos, mas ao facto de que a presenga do cianeto tem por efeito estender consideravelmente até aos potenciais vizinhos de —1V (aos quais 0 Fe ja se no corr6i), 0 dominio de corrosio do cobre, por causa da formagio de complexos cuprosos. Aprovei- tase para informar que 0s anides, como os cianetiGes, que formam complexos soliveis tendem a aumentar as zonas de corrosio, enquanto que 0s anides, como (0 sulfatides, que formam compostos insoliveis ten- dem a ampliar a zona de passivagao. ‘Tal como quando falamos do emprego dos diagra- mas E-pH em corroséo, também agora se vé, a pro- pésito do seu uso na electrodeposigéo dos metais, que é conveniente recorrer ao diagrama da agua pura para melhor compreender o alcance das afirmagées, feitas acima. Fica pois mais que justificada a necessi- dade de sobrepér a diagramas de sistemas M-H,O 0 da gua pura. Limitagdes dos diagramas (Os diagramas de equilibrios electroquimicos dos ‘metais constituem uma forma eficiente de represen- tagio de dados termodindmicos caracteristicos dos sistemas de corrosfio, Contudo, apresentam certas limitagdes que devemos ter presente sempre que eles recorramos; assim: 1. Dizem apenas respeito a0 comportamento de metais puros (por exemplo, ferro puro), na presenga de solugGes isentas de substancias capazes de formar complexos soltiveis (ciane- tos) ou sais insoldveis (fosfatos) com ess metais. Néo se aplicam portanto as ligas me: télicas. 2. Os diagramas tebricos de «orroséo-imunidade- -passivagiio» que se podem deduzir dos div gramas de equilibrios electroquimicos, apoia~ dos em certas hipéteses de base, aplicam-se apenas aos sistemas € condigdes para os quais se constuiram esses diagramas de equilibrios, 3. Pressupdem que todas as reacgdes repesen- tadas no diagrama so reversiveis e rapidas. Ora, na prética, as reacgdes entre o metal ¢ os seus iGes ou entre estes ¢ os 6xidos ou hidré- xidos do metal, por exemplo, so, em geral, inreversiveis, encontrando-se afastadas do seu estado de equilibrio. 4, Requerem © conhecimento das actividades individuais mas como, na pritica, estas so desconhecidas, substituem-nas nos céleulos por concentragdes. 5. Nao nos informam acerca da cinética dos processos (velocidade de corrosio), visto que so diagramas termodindmicos, ideais. 6. Aplicam 0 termo passivago as zonas de est bilidade dos 6xidos € hidréxidos, independen- temente das suas propriedades protectoras. 7. Identificam o pH & superficie do metal com (© pH no seio da solugdo. Acontece que o pH ‘que se costuma medir (pH do conjunto ou pH da solugéo) € normalmente diferente do pH na vizinhanga do metal (pH da fracco da solusiio que esta em contacto directo com a superficie —ou com a fracgio da superficie — do metal examinado) e, além disso, ha também ‘uma variagéo local do pH na superficie meté- lica sendo este mais baixo nas éreas anddicas (zonas onde se forma um éxido ou hidréxido, ‘como € 0 caso da ferrugem) € mais alto nas fireas catédicas (Zonas onde 0 oxigénio dissol- vido se reduz, por exemplo). ‘A propésito da limitagio acabada de apontar, é interessante referir que as variagSes locais do pH, as ‘quais se manifestam essencialmente aquando da ocor~ réncia de corrosdes localizadas, motivaram uma apa- rente diserepancia entre os fenémenos observados © ‘os previstos pelos diagramas E-pH, o que dificultou os estudos tendentes a estabelecer os mecanismos da corrosio tipo pitting ¢ de certas formas de corrosio sob tensfio, Efecivamente a medigao de pH junto aos, metais onde esses fenémenos ocorriam conduziu valores de pH superiores a 8, isto é, de acordo com 05 diagramas correspondentes estar-se-ia em zonas de passivagdo sendo dificil explicar a dissolustio que necessariamente teria de ocorrer nos pits © outros locais de dissolucdo a superficie do metal. A diver géncia explicou-se s6 recentemente [4], quando foi 31 possivel medir os pH dentro dos pits ¢ outras caver- nas (ou fendas) e observar que, de facto, podem verificar-se variagdes locais da ordem de 5 unidades de pH (Fig. 7); assim, Brown e outros [5] determi- naram o pH de uma solucio exsudada de uma fissura, Propagando-se num ago imerso numa solucao neutra de NaCl ¢ verificaram que o pH junto ao metal era de 6,5 € no interior da fissura foi decrescendo, com a sua propagaco, para cerca de 3, DIAGRAMAS DE SISTEMAS DO TIPO METAL- AGUA Baseando-nos em tudo o que atras dissemos, utili zando 05 dados quantitativos mencionados, contentar- ~nos-emos agora com 0 estabelecimento e a anélise do diagrama do sistema ferro-solugo aquosa, em que © pH varia gracas & presenca dum Acido cujo aniio se supe nio exercer qualquer efeito complexante sobre os ides em solucdo, nem participar na forma- io de nenhum dos constituintes sélidos postos em jogo. Estabelecimento do diagrama Para estabelecer um diagrama E-pH 6 itil pro- ceder como se segue: @) Estabelece-se um quadro com as férmulas das espécies quimicas que se propde considerar ¢ os valo- res dos potenciais quimicos padrio u° de todas estas, espécies. No caso presente, ¢ para no alongar esta expo- sigdo consideram-se apenas os seguintes constituintes principais: Férmula da epécie quimica ™ 1H" (cal/mole) Formas sélidas: Fe 0 Fe,0, =177100 Fe,0, 242400 Formas dissolvidas: Fe* =20300 Fee —2530 HFeO; 90627 b) Escrevem-se as equacdes das diferentes reacgdes nas quais estes corpos podem tomar parte dois a dois, fazendo-se intervir eventualmente a Agua, os seus ies © a carga eléctrica livre e; seguidamente cal- culam-se as condigdes de equilibrio destas diferentes Fig 7 Arane para ametiad dp go near de am pit titel eacgdes. No nosso caso, ¢ continuando-nos a as reacgdes principais, teremos: 1. 2 Fe +3 HO = Fe,0, + 6H Fes +3 HO Fe +4 HO 2. Fe,Oy+ 6H? + 2¢ 3. FeO, + 8H! + 26 4, Fe + 2¢ = Fe 5. 3 Fe,0, + 2H’ +20 6. FeO, + 8H' + 8e 7. FeO, + 2H, + 2e = 3HFe0, + Ht 8, HFeO; + 3Ht + 2e = Fe + 2H 9. Fos +e = Fe log (Fe) = ~0,72 - 3pH E = 0,728 ~ 0,1773 pH — 0,0591 log (Fe) E = 0,980 — 0,236 pH — 0,0886 log (Fe) 0,440 + 0,0295 log (Fe) 221 — 0,0591 pH E = ~0,085 ~ 0,0591 pH ~1,819 + 0,0295 pH — 0,0886 log (HFe0;) ,493 — 0.0886 pH + 0,0295 log (HFeO:) (Fe) 7 + 0,0591 los Gea ©) Tragam-se sobre 0 mesmo diagrama as dife- rentes linhas e familias de linhas de que se falou acima obtendo-se um diagrama de conjunto que representa as condigdes de equilibrio de todas as eacgdes consideradas. No caso do sistema Fe—H,0, considerando como constituintes precipitados 0 Fe,O, © 0 FeO, obtém-se o diagrama representado na Fig. 8 Neste diagrama, as linhas a e b dizem res- Peito, como ja se viu aquando do estudo do diagrama da Agua pura, a libertacéo de hidrogénio ¢ de oxi- génio, respectivamente: a. 2H’ +2e =H, b. 0, + 4H + de =2H,0 E = — 0,0591 pH (px, = 1 atm) E = 1,229 ~ 0,0591 pH (p., = atm) A Fig. 8 representa portanto as circunstancias de equilibrio termodinamico do sistema ferro-dgua, a Fig 8 Dingama de etabiitae @ sistema feria 2° 25°C, na auséncia de espécies complexantes e de espécies que formem sais insoliveis com 0 ferro. Interpretagio do diagrama © diagrama Fe-H,O mostra nitidamente que, segundo as condigées de pH e de potencial de eléc- trodo realizadas, a oxidagio do ferro pode conduzit fa produtos soliiveis (jGes ferrosos verdes Fe™, ides férricos amarelos Fe", ides hipoferrosos verdes HFeO,) ou produtos insoliveis (magnetite negra Fe,O,, oxido ferrico castanho Fe,Os, 0 qual pode ser hidratado e € 0 constituinte principal da ferrugem). ‘Uma vez que o ferro se pode corroer em presenca Ge uma solugo quando a quantidade de ferro que pode dissolver esta solucio & superior a 10% étomo- -grama/litro €, por outro lado, que o ferro pode ser passivado se se puder revestir com um 6xido inso- livel (por ex. Fe,O3), as linhas que, tragadas na Fig. 8, tém cota —6, dividem 0 diagrama em zonas, de imunidade, de passivagdo ¢ de corrosio, tal como se representa na Fig. 9, que foi deduzida da Fig. 8 para 0 caso em que a passivacdo € devida a presenca da pelicula de FeO. Fg 8 Coren, image & pas ago fer, sents tia pastas jr I met fedy Corrosiio Como mostra o diagrama, desde que se criem na solugfio em contacto com o ferro condigdes para as quais o Fe nio seja estavel ele dissolver-se-A ou trans- formar-se- dando-se 0 que se chama a corrosio. Ora verifica-se que 0 potencial do sistema redox 2H’ + 2e =H; da dgua € sempre maior que 0s po- tenciais correspondentes a estabilidade do Fe donde se conclui que sempre que o ferro é mergulhado numa solugdo no contendo oxidantes enérgicos ele pode ser corrofdo, qualquer que seja 0 pH dessa solugio, A maneira como se efectua essa corrosio € que é diferente conforme o pH da solugdo. Assim: Solugdes Acidas (pH <5)—Nestas solu- ges a reacgGo directa dos ides H* da gua ‘com o ferro € termodinamicamente posstvel, uma vez que 0 potencial reversivel do sistema H¢/H € superior ao do sistema Fe'/Fe. Por conseguinte, a corrosio dé-se por dissolugao do ferro com passagem ao io Fe* (Fe + + 2H! Fe® + Hy; ponto 1, Fig. 8) € poste- rior possibilidade de precipitago de FeO, para as solugdes de maior pH (Fe + “+4H,0 -> Fe,0, + 8H* + 2e; ponto 2, Fig. 8) Solugées fortemente bisicas (pH 5 13,5)— Nestas solugées, uma vez que o ferro € sus- ceptivel de ser complexado pelos ides da fgua, © pH intervém directamente sobre a tensio do metal-solugdo, a qual decresce com 0 au- mento do pH. Por conseguinte, a corrosio ise por dissolugdo do ferro € formagio do iio HFeO; que é estavel na dgua a esses valo- res de pH (Fe + 2H,0 > HFeO; + 3H' + 2c). Solugses de pH intermédio—Nestas solu- ces a corrosio dé-se com precipitagio de FeO, que rapidamente passa a Fe:0; (passi vacio). Ha pois possibilidade de reaccao di recta entre os H* da solugio e 0 éxido que recobre 0 metal (FeO, + 8H’ + 8e = + AHO). A equagio de Nernst correspondente a este equilibrio, admitindo que ele & reversi vel, escreve-se: E = 0,085 ~ 0,059 pH, isto & © ferro recoberto pelo seu Oxido Fe,0, (ou Fe,O,, Fe(OH); ou Fe (OH);) comporta-se de modo anélogo a um eléctrodo de hidrogénio: M/MO/H’ ou M/MO/OH’. Por conseguinte, vése que a influéncia do pH sobre a tensio dum eléctrodo resulta da possibilidade de se darem os trés tipos de reacgdes de corr acabados de expér. No caso do ferro essa influéne pode pois indicar-se pelas linhas 4’68 sobre o dia. grama da Fig. 8 59 Imunidade A imunidade do ferro metilico sera pois conse- guida sempre que 0 potencial do dnodo constituido Por esse metal for obrigado a manter-se, por pro tecedo catédica, inferior a ~0,62 V para solugdes de pH <8,9; inferior a valores de potencial variando lineamente desde 0,62 a —0,90V quando 8,9 < HFeO; + 3H + 2e pode levar a uma acidificagao do meio sobretudo se © andlito estiver convenientemente isolado do cat6- lito. Esta acidificacdo, como é evidente a partir do grafico da Fig. 8, leva a formagio da magneti FeO, De qualquer maneira, mesmo sem esse iso- lamento, a acidificagio do meio verifica-se sempre, visto que formacdo de trés hidrogenides no anodo corresponde a descarga de apenas dois, no catodo. ‘Verificagées experimentais A fim de verificar © de precisar as conclusdes deduzidas do diagrama do Fe —H,O, Pourbaix [3] fez varias experiéncias, que confirmaram as previsbes te6ricas. Assim, introduzindo fios de ago em provetas com gua ou com diferentes solugdes aquosas, ele observou que: —o ferro se corréi na égua destilada 60 (pH = 8,1; E = —0,486V) com formagio de ferru- ‘gem castanha; a gua da cidade de Bruxelas corréi © ferro (pH = 7,0; E = —0,450V); a corrosii aumentada na presenca de cido sulfirico (g/l) havendo um desenvolvimento de hidrogénio (pH=2,3; E = ~0,351 V); a corrosio € diminuida por adicéo de um redutor tal como 0 bisulfito de sédio (1 g/D, sendo nesse caso 0 metal recoberto de uma camada negra de magnetite (pH = 64; E=—0,372V); a corrosio pode ser suprimida por adigio de cromato de potissio (pH = 8,5; E = +0,235 V). Noutra série de experiéncias, Pourbaix introduziu fios de aco, ligados por ligagio simples a fios de outros metais, em provetas contendo agua de distribuicéo urbana, © verificou que o par com cobre ou com platina provoca um acréscimo da yelocidade de corrosio © © par com zinco ou com magnésio suprime geral- mente 2 corroséo: Par Fe-Cu: pH=7,5 E=-0,445V —> © ferro corrdi-se Par FePt: pH=7,5 E=—0444V —> ferro corrdise Par FeMg: pH=75 E=-0,910V —> © ferro nao se corroi Par FeZn: pH=7,5 E= —0,690V —> 0 ferro nao se corr6i Assinalemos a finalizar que, de acordo com as consideragbes feitas a propésito do diagrama do ferro, € possivel protegé-lo contra a corroséo por trés pro- ceessos, como se indica na Fig. 9:—ou se desloca 0 ponto representativo do metal para baixo (proteccto catédica), para cima (proteccio anédica ou passivacao), ou para a direita (proteccio por alealinizagao). A titulo exeriplificativo, introduzamos uma vareta de ferro nu- ‘ma solugdo Acida (pH = 3); nesta solugio o ferro, em condigSes de abandono, corréi-se, assumindo uma tenséio mista mais alta que a sua tensio reversivel (Ponto 1, Fig. 8)*. Suponhamos agora que preten- demos proteger catodicamente 0 ferro, podendo para isso fixar o seu potencial num valor correspondente * Reparese que pela mesma razio que o sistema redox 2H* + 2e =H, & capaz de clevar a tensio do metal para 0 onto 1, também o sistema redox O, + 4H" + 4e = 2H,0 a poderé clevar para um ponto (ponto 5, Fig. 8) algures abaixo dda recta limite superior do dominio de estabilidade da égua, E por isso que no caso dos sistemas do tipo metal nobre: -solugdo aquosa, em que as Tinhas de equilforio do metal com © seu catido se situam dentro do dominio de estabilidade da gua, € conveniente desarejar a solugio se se pretende fazer coincidir a tensio efectiva com a que traduz o equilfbrio reversivel do metal com os seus ides. O equilibrio 0,/H,O nfo € no entanto relevante, especialmente mo caso dos metas comuns em meios fcidos, em virtude da fraca solubilidade do O, na solugdo © porque # corrente de permuta para 0 equilibrio O,/H,O muito menor que a corrente de permuta para 0 equilibrio H:/H, (no caso do Fe € 10! vezes menor)

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