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MUNDO MULTIPOLAR

No mundo multipolar existem vários pólos mundiais de poder

Após a queda do regime socialista, diversos países se aproximaram do mundo capitalista com a
finalidade de ingressar nesse sistema e alcançar uma integração no mercado. No entanto, isso não
tem sido uma tarefa fácil, em virtude da complexidade que envolve a transição de um regime para
outro. Os países que se encontram nessa fase devem submeter a vários anos de adaptação para o
novo regime. Isso porque as mudanças executadas englobam fatores políticos, econômicos e
sociais.

O que acontece na maioria das vezes com esses países é o surgimento de problemas que
anteriormente não possuíam; dentre eles: inflação dos preços, desemprego, salários baixos,
ascensão da desigualdade social, violência, criminalidade, entre diversos outros.

Com o declínio do regime socialista em âmbito global, o capitalismo despontou hegemonicamente


como sistema político-econômico mundial. No período da Guerra Fria existiam duas potências
mundiais: Estados Unidos e União Soviética. Naquele momento o mundo era considerado bipolar.
Mas após tais acontecimentos históricos, o mundo passou a ter uma nova organização geopolítica,
de forma que há distintos centros de poder, exercendo influência no campo político, econômico e
militar, isto é, um mundo multipolar.

Hoje, a principal potência militar, econômica e política é os Estados Unidos, essa nação superou
em todos os aspectos os soviéticos após o seu declínio, e assim é responsável pela maioria das
intervenções de caráter militar no globo.

No campo econômico, o Japão atualmente ocupa a condição de segunda potência mundial. Sua
ascensão financeira ocorreu a partir do término da Segunda Guerra Mundial. A aplicação de
medidas direcionadas à saúde e educação resultou em crescimento acelerado de sua economia.

A Europa é considerada também como uma potência econômica, condição que resultou do sucesso
da União Européia, o principal bloco econômico do planeta, que tem como principais líderes
Alemanha, França e Inglaterra.

A ONU E O MUNDO UNIPOLAR

Independentemente dos argumentos a favor ou contra à Guerra do Golfo, é evidente


que ela significou o fim do sistema instaurado na Conferência de São Francisco, ao fim
da Segunda Guerra Mundial, e cujas regras do jogo se expressaram,
fundamentalmente, na Carta das Nações Unidas. Não está em discussão a oprobiosa
figura de Saddam Hussein, o modo brutal como chegou ao poder e a forma
sanguinária como o exerceu. Não importa o que tenha dito Hans Blix, o inspetor das
Nações Unidas, ao negar que havia a evidência da presença de armas de destruição
em massa (químicas e biológicas) em poder do Iraque, e nem tampouco vale a pena
recordar quem foi que, durante a guerra contra o Irã (1980/1988) lhe forneceu esse
tipo de armamento. O que está em discussão não é a estratégia de Bush, nem as
conseqüências que esta guerra possa ter para um mundo mais seguro e livre da
ameaça terrorista.

Também não é relevante destacar se o governo francês opôs-se à guerra por razões
puramente mercantis, ou se o governo Bush a empreendeu por motivos nobre e
altruistas, sem ter em mente o butim do petróleo. Tampouco importa se o Iraque violou
ou não a Resolução 1441 do Conselho de Segurança da ONU; afinal de contas, os
EUA negaram-se a acatar nada menos que uma sentença da Corte Internacional de
Justiça.

Na realidade, o que está em jogo não é precisamente a vigência do Direito


Internacional, mas simplesmente o contrário: sua irrelevância frente à arrogância do
poder e da força, não de um país, mas de seu governante.

Uma das maiores conquistas da ONU, criada como mecanismo de segurança coletiva,
foi o compromisso assumido pelos Estados no sentido de absterem-se de recorrer à
ameaças ou ao uso da força em suas relações recíprocas. Certamente, havia
excessões a essa regra. A primeira delas era o recurso à legítima defesa, em caso de
ataque armado.

A Segunda exceção correspondia às medidas coercitivas que podia aplicar o Conselho


de Segurança, em caso de ameaça à paz ou ato de agressão.

Lamentavelmente, George Bush tem sua própria interpretação do Artigo 51 da Carta, e


assim o fez saber ao mundo, depois dos ataques terroristas perpetrados em Nova
York e Washington, ao adotar medidas de represália contra o Afeganistão, e que,
evidentemente, não podem ser qualificados de legítima defesa.

Ao optar unilateralmente pelo uso da força, com o propósito deliberado de interferir


com a independência política de um Estado, Bush foi muito além do permitia o Direito
Internacional. Para os "falcões"estadunidenses, não é aceitável que somente o
Conselho de Segurança da ONU determine a existência de uma ameaça à paz, e que
seja este organismo internacional o único que pode aplicar medidas coercitivas que
considere pertinentes. Ao que parece, o Direito Internacional terá que adaptar-se para
responder às novas realidades da política, colocando-se a serviço da potência
hegemônica.

Durante mais de meio século, o órgão responsável pela manutenção da paz e


segurança internacional foi o Conselho de Segurança da ONU. Tendo em conta as
relações de poder, ficou estabelecido que esse organismo não podia adotar decisões
que fossem de encontro à vontade de alguma das grandes potências que ocupassem
um assento permanente no Conselho. Partindo dessa premissa, os EUA vetaram
numerosas resoluções contra a África do Sul, na época do apartheid, ou que fossem
contrárias às ações de Israel, somente para mencionar algumas. Evidentemente, que
essa postura muitas vezes gerou protestos em todo o mundo, porém as regras
estabelecidas sempre foram respeitadas. Ou seja, seria pouco realista pretender
executar uma resolução que fosse rechaçada pelos EUA ou por qualquer das grandes
potências.

Entretanto, a partir do conflito com o Iraque, o veto de países que não sejam os EUA,
já não é relevante. Para Bush o único que vale, em realidade, é o de seu país.

O eminente intelectual francês Raymond Aron, sustentava que em política


internacional as grandes potências fazem o que querem, enquanto que os pequenos
países fazem o que devem.

Diante desta afirmativa podemos inferir que, mais do que nunca, o mundo está se
caracterizando pelas relações de poder e pelos meios à disposição das grandes
potências para impor suas vontades às menores.

Em um mundo unipolar como o nosso, o Direito Internacional continuará servindo


como marco das relações internacionais e poderá continuar regulando a atividade dos
pequenos Estados, mas não está em condições de pôr limites ao comportamento dos
Estados Unidos, sob a administração Bush. Doravante, será a superpotência
hegemônica que ditará as regras do jogo. O árbitro, evidentemente, não estará
submetido às mesmas.

Ano Polar Internacional


Teresa Sousa| 2006-12-11
Em Portugal, há cientistas que estudam, no terreno, o fenómeno e se dispõem a partilhar a
experiência com as escolas. O interesse parece crescer de dia para dia, a avaliar pela legião de
unidades de ensino apostadas em saber mais sobre o gelo, os pinguins e as baleias.

As regiões polares são muito mais do que as pontas geladas do planeta. Tudo o que por lá se passa tem
consequências no resto do mundo e tudo o que nós vamos fazendo por cá, cedo ou tarde, chega aos pólos.
O Ano Polar Internacional, que decorrerá em 2007, é um excelente motivo para conhecer um pouco melhor
estas zonas distantes e misteriosas.

O permafrost levou o geógrafo Gonçalo Teles Vieira, juntamente com uma equipa de outros cientistas
portugueses, por duas vezes à Antárctida. O palavrão significa que os investigadores foram estudar o solo
permanentemente gelado. Durante os meses de quase total isolamento, o investigador (que é o
representante português do comité do Ano Polar Internacional) ia comunicando com o mundo de cá através
de um blogue. No espaço, cabia um diário de bordo minucioso e também as perguntas de alunos de todos
os níveis de ensino. De regresso a Portugal, Gonçalo Teles Vieira continua a levar (através de palestras) a
Antártida às escolas. Enquanto isso, vai engrossando a legião de unidades de ensino ocupadas (através de
uma plataforma de ensino à distância) em estudar melhor as regiões frias.

Abrir buracos na terra


Como explica o investigador, "apesar de distante, a Antárctida é um componente fundamental do sistema
global, e as mudanças ambientais que aí se sentem terão consequências directas em todo o mundo, e
naturalmente, também em Portugal". Durante os meses que esteve na Antárctida, Gonçalo Teles Vieira
dedicou-se ao estudo da temperatura da Terra.

Foi assim que respondeu à curiosidade de uma turma do 4.º ano, no blogue: "Uma da coisas que fazemos
é abrir buracos, onde pomos termómetros que medem automaticamente as temperaturas a cada hora". Ou
seja, literalmente, tiraram a temperatura à Terra, no sentido de avaliarem a evolução das temperaturas do
permafrost e saber se estas estão a aumentar ou a diminuir.

O solo permanentemente gelado não é o mesmo que os glaciares, já que estes são grandes massas de
águas congeladas e o primeiro é composto por matéria orgânica. A Tundra do Ártico, por exemplo, é uma
das zonas do globo onde o permafrost é particularmente rico em matéria orgânica. O solo
permanentemente gelado é especialmente importante porque existe uma relação íntima entre este e as
variações cilmáticas. A melhor imagem para descrever essa relação complexa é a da pescadinha com rabo
na boca. Explicando: o permafrost contém matéria orgânica (restos de folhas, animais), formando um
reservatório de carbono. Se a temperatura da Terra aumenta, o gelo começa a derreter, levando à
decomposição da matéria orgânica, que por sua vez, liberta para a atmosfera dióxido de carbono e metano,
aumentando o efeito de estufa, que faz subir a temperatura da Terra, e assim sucessivamente. Este é um
retrato muito simplificado de uma das inúmeras vertentes das populares variações climáticas. Como alerta
Gonçalo Teles Vieira, "é importante notar que o sistema climático é muito mais complicado, e que há muitos
outros factores que nele intervêm".

Mudanças no clima são antigas


As consequências da mudança climática fazem-se já sentir no presente e adivinham-se devastadoras para
o futuro. Segundo a lista elaborada pela Greenpeace, prevê-se que na Europa metade das grandes áreas
congeladas possam desaparecer até ao final do século XXI. Ao que se soma o risco de enchentes, a
erosão costeira, a perda de habitats naturais.

No entanto, não se pense que estas variações são um exclusivo do tempo presente. "As mudanças
climáticas têm caracterizado a história da Terra e no passado já houve fases mais quentes do que a
actual", ensina o geógrafo. Existe uma clara coincidência entre o aumento de concentração de dióxido na
atmosfera, a Revolução Industrial e o efeito de estufa. No entanto, Gonçalo Teles Vieira é prudente nas
conclusões: "É difícil saber ao certo em que medida as mudanças climáticas recentes são naturais ou
induzidas pelo Homem". Com os dados disponíveis no momento, e visto que se associa o aumento da
temperatura ao efeito de estufa e deste à produção de dióxido de carbono, o mundo decidiu, através do
Protocolo de Quioto - discutido e negociado no Japão, em 1997 - reduzir a emissão de gases de efeito de
estufa.

Mas, mesmo antes de estas questões estarem na ordem do dia, já o planeta manifestava interesse pela
protecção das zonas frias. Em 1959, concluiu-se, em Washington, o Tratado da Antárctida, que entrou em
vigor dois anos depois. Basicamente, este tratado tinha como objectivo assegurar que a Antártida fosse
usada para fins pacíficos e para cooperação internacional na pesquisa científica. Por isso, além do gelo,
dos pinguins, das focas e das baleias, apenas vivem na Antárctida grupos ocasionais de cientistas que,
sobretudo no Verão, ocupam bases científicas para dar a conhecer ao mundo um pouco mais sobre esta
região tão especial.

Iglus e pinguins em sabonete


O interesse crescente pelas regiões frias levou à criação, a partir de Março de 2007 e até 2009, do Ano
Polar Internacional, que não se realizava há 50 anos. Em Portugal, a iniciativa tem sido uma oportunidade
para levar as regiões polares às escolas, estimulando professores e alunos a procurarem mais informação
sobre os pólos. Para lá das conferências que o grupo de investigadores (coordenado por Gonçalo Teles
Vieira e José Xavier, da Universidade do Algarve) tem realizado um pouco por todo o país, foi criada uma
plataforma de ensino à distância, que junta as diversas comunidades de interesse à volta das regiões frias.
Na plataforma (http://projectos.ese.ips.pt/moodle/course/view.php?id=66) participam escolas de todo o país
e níveis de ensino. A criatividade anda à solta e é estimulada entre os participantes. Há quem ensine a
fazer iglus ou até mesmo pinguins em sabonete. As actividades vão-se sucedendo em catadupa: teatro,
contos, pósteres e concursos. Além de um fórum e de um blogue para partilha de ideias, a plataforma
conta, ainda, com um repositório de informação científica sobre as regiões polares.

Mundo Bipolar
Depois da 2a.Guerra Mundial, o mundo ficou praticamente dividido entre as "potências
ganhadoras" da guerra: os Estados Unidos e a União Soviética. As atividades sócio-
econômicas,políticas e militares estavam praticamente concentradas em torno desses
dois países, que tinham regimes político-econômicos antagônicos: os Estados Unidos,
capitalista e a União Soviética, socialista. Ambos passaram a disputar áreas de
influência geopolítica internacional. Apesar de acordos, ficou impossível não haver
confronto entre eles. Foi a luta do capitalismo norte-americano contra o socialismo
soviético. Isso provocou uma divisão política no mundo que se configurou BIPOLAR,
outro fato importante decorrente dessa divisão, foi a chamada "Guerra Fria”.

FIM DA GUERRA FRIA

A crise do socialismo soviético, causada por:


excessiva centralização do modelo administrativo, inadequada às transformações da
produção e dos mercados, típicas da III Revolução Industrial; crescente defasagem
tecnológica com relação ao Ocidente. O Japão supera a produção industrial soviética em
1982.
Ascensão de Gorbatchev em 1985, que introduziu na União Soviética a:

-Perestroika: reforma do modelo econômico administrativo, baseada na remodelação


da produção e na abertura para a entrada de capital estrangeiro;

-Glasnost: reforma política que determinou o fim do monopólio ideológico do PC.


Afrouxamento dos laços políticos que mantinham o Leste Europeu sob hegemonia
soviética, acompanhado de um significativo corte de gastos, com ajuda militar e
econômica.
Campanha internacional soviética pelo desarmamento nuclear, o que permitiu a redução
dos gastos com orçamento militar e com a indústria bélica:

• em 1986, a URSS declarou uma moratória unilateral dos testes nucleares;


• em 1987, assinou com os Estados Unidos o INF (Intermediate Range Nuclear
Forces), um acordo para eliminar mísseis de médio alcance na Europa e na Ásia;
• em 1989, retirou as tropas do Afeganistão.
• Queda do Muro de Berlim.
Crise, desmembramento e fim da URSS, em 1991:
• junho: extinção do Pacto de Varsóvia
• julho: extinção do Comecon
• agosto: golpe militar, tirando temporariamente Gorbatchev do poder
• setembro: reconhecimento da independência das três repúblicas bálticas
• dezembro: criação da CEI
• dezembro: renúncia de Gorbatchev

Deslocamento do eixo geopolítico mundial: a questão ideológica (socialismo X


capitalismo - bipolarização) é substituída pela questão econômica (ricos X pobres
-conflito norte/sul) com três centos de poder econômico: Os EUA, a U.E e o JAPÃO.

l -NOVA ORDEM MUNDIAL

Com a queda do Muro de Berlim, o fim do Mundo Bipolar e da Guerra Fria, não
significou a eliminação automática dos conflitos e dos atritos internacionais. O
confronto hoje é muito mais econômico-comercial, do que político-ideológico. A nova
ordem dos anos 90 e do final de século XX e início do século XXI, pode ser definida
como uma ordem MULTIPOLAR. Isso quer dizer que atualmente existem vários pólos
ou centros de poder no cenário mundial. Os "destinos do mundo" agora estão divididos
entre os Estados Unidos, Japão e a União Européia , liderada pela Alemanha, que
concentram ao seu redor, países ou grupo de países; formando blocos econômicos. Por
esse critério, o "Mundo Multipolar"está assim distribuído:

1.BLOCO AMERICANO - liderado pelos Estados Unidos e que engloba os países da


América;
2.BLOCO EUROPEU - liderado pela União Européia, com destaque para a Alemanha,
envolvendo a Europa Ocidental, parte da Europa Oriental e a África.
3.BLOCO ASIÁTICO - tem o Japão como o país mais importante, e engloba o sul e
sudeste asiático, além da Oceania.

Se observarmos o mapa do mundo, vamos perceber que existem áreas ainda não
definidas dentro desse contexto sócio-econômico: parte do Oriente Médio, países da
Comunidade dos Estados Independentes (ex-União Soviética) e parte da África , ainda
não estão definidos em nenhum bloco de poder ( como os três citados acima), apesar de
manterem relações com alguns países. A China, por exemplo, pode ser periferizada pelo
Japão ou formar um outro grupo econômico, mesmo que secundário.

II - CRISES INTERNACIONAIS

Recessão e crise não são novidades: foram nove desde a II Guerra Mundial até hoje.
Mas nenhuma se compara à Grande Depressão de 1929, quando a produção norte-
americana caiu 30% e as taxas de desemprego chegaram a 25%, criando um problema
mundial.
A crise atual já é grave para alguns países, como a Indonésia, onde o PIB caiu 15% só
em 1998. A crise asiática, que chegou à América Latina, esta fez despencar os índices
de crescimento mundial. Veja os exemplos:

PAÍSES/REGIÕES 1997 1998


Desenvolvidos______ 2,5__________ 1,8
Emergentes________ 4,9__________ 1,7
Ásia_____________ 5,9 __________ 1,8
EUA______________ 3,8__________ 2,3
China_____________ 12,1_________ 6,0
Mundo____________ 3,2__________ 2,0

A fuga de capitais é o que mais preocupa, pois vem gerando declínio econômico em
vários países. Estados Unidos, Japão e Europa poderiam compensar esse processo se
acelerassem seu crescimento econômico: não está claro se pretendem, ou mesmo se
podem, tomar essa iniciativa.
O comércio mundial, influenciado pela crise, tem apresentado uma forte queda,
especialmente porque a Ásia, responsável por 25% do consumo das exportações
mundiais (US$ 372 bilhões), está consumindo menos.
O lento crescimento da economia japonesa, maior investidora e compradora da Ásia,
tem contribuído para dificultar a superação da crise regional.
A queda dos índices de crescimento do comércio mundial está afetando principalmente
os países que dependem das exportações de commodities: apenas durante o 1º semestre
de 1998, os produtos agrícolas sofreram queda de 12% de seu valor, e os metais, queda
de 17%.
O primeiro choque, ocorrido em 1997, deveu-se a desvalorizações cambiais elevadas,
que afetaram os países dependentes de exportações. Agora, no segundo choque, estão
entrando em colapso os sistemas bancários assentados em capitais especulativos, que
realizaram maus investimentos: calcula-se que há mais de US$ 600 bilhões em
empréstimos incobráveis. Pesquisa Prof .Waldemar
Em 2001, a Argentina afundou-se numa crise de grandes proporções, que culminou na
renúncia do Ministro da Economia Domingo Cavalo e do Presidente Fernando Del Rua
( dezembro ).

III– MERCOSUL CHEGA AOS DEZ ANOS EM CRISE

O Mercosul completa dez anos afundado na crise, como se tornou rotina ao longo de
sua história. A ameaça de estagnação econômica na Argentina, a instabilidade política
no Paraguai e problemas no comércio entre Brasil e Uruguai lançam dúvidas sobre a
coesão do bloco, justamente quando seria necessária uma união para enfrentar a posição
dos EUA na formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
" O Mercosul hoje não é o que se imaginava, algo que traria um tremendo crescimento
para os países associados", afirmou o ex-secretário de Política Econômica do Ministério
da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros. O vice-presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Osvaldo Douat, lamenta que, nesses dez anos, "não foram
construídos os fundamentos para uma aliança estratégica" entre os empresários dos
países.
Os números da balança comercial mostram que o Mercosul ampliou as exportações do
Brasil. Em 1990, as vendas para os sócios eram de US$ 1,320 bilhão, de acordo com
dados do Ministério do Desenvolvimento. Dez anos depois, chegaram a US$ 7,733
bilhões, uma expansão de 485,8%.
A adoção do câmbio flutuante pelo Brasil, enquanto a Argentina permaneceu com sua
moeda atrelada ao dólar americano, lançou o Mercosul em sua crise mais profunda,
segundo apontam técnicos do governo.
Depois da desvalorização do real, surgiu uma série de contenciosos entre Brasil e
Argentina, como as barreiras impostas por aquele país à entrada de carne de frango e de
açúcar. A principal razão: comparados aos argentinos, os produtos brasileiros ficaram
mais baratos em dólar e, portanto, mais competitivos.(Texto do jornal O Estado de
São Paulo)

AINDA HÁ SOLUÇÃO PARA O MERCOSUL?


Em artigo, Albert Fishlow, economista-sênior da Violy, Biorum & Partners Holdings de
Nova York, diz que a população argentina não “agüentou” e a crise finalmente
explodiu. Agora espera-se a ocorrência de eleições, a resolução do problema da dívida e
a flutuação da moeda. Segundo ele, há várias lições para o Brasil assimilar, como a
importância de uma política macroeconômica inteligente e constante, ao invés de
procurar precipitadamente sucedâneos miraculosos. Fishlow acredita que o Brasil está
ansioso para reativar o Mercosul. Entretanto, diz, o compromisso do país com o bloco
não parece se estender inteiramente à Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Segundo ele, agora que os EUA pretendem negociar com os países sul-americanos, o
Brasil transmite hostilidade e desinteresse. Para Fishlow, o bloco renascerá quando a
Argentina começar a se recuperar. ( JORNAL O Estado de S. Paulo)

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