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COMPRA Historia de Portugal CLSDE O COMEGO 04 wONBECHLA A700 FIM DO-REINHOO OF AFFORnSO Ont . A i ion oN \ A. HERCULAN ae rae \ Ag ! Chinva edigio definitiva i Cyonfurme com as edigdes da vida do. auctor ¢ \ Srgina Fon / DAVID LOPES : Profesor ila Facridade de Letras de Cniewrstdieds ue (dao Epic OWNADA DE GHAYURAS ExICU DAS SOR DOCUMENTOS AUTHENTIOOS BEiiio ba BinECGdO ne PEDRO DE AZEVEBO Uonaceeador da Archseo Nacional. c 144039 | TOMO (Introduc¢do) LIVRARIAS AILLAUD & BERTRAND Paris-Lithoa. LIVRARIA FRANCISCO ALVES Ris de Jancire. — S. Paulo, — Bello Hersam ADVERTENCIA DA QUARTA EDICAO uoLicaNno esta quarta edicgho do primeira P volume da Historia de Portugal desejaria o auctor proceder préviamente a um exame minucioso de centenores de citagies de livros impressos, de manuscriptos ede documentos em que a narraliva se ecstriba, ¢ rectificar quacsquer equivocagdes ou erros de copia ma io dos logares onde existem taes manuscriptos © documentos ou onde, nos impressos, se Liem as passagens citadas; eros e¢ equivocagies esses que, de futuro, podem tormar enfadonha « ccmparagio dos textos, Para o fazer, porém, ser-lhe-hin necessnrio frequentar assiduo- mente archiyos e bibliothecas durante alguns meses, 20 que invencivelmente obsta o teor do seu viver actual, E por isso que as correcgies da presente edigho tam a pPequenas mudancas firme estylo da narrativa, e no substituigho, o ou Supp oO de varias posse que am obscuras, inexactas ou incompletssa Vindo pela primeira vex a luz publica, o presente volume susciton vivas poldémicas sobre a critica das fontes historicas aproveitadas como legitimas on rejeitadas como impuras uo processo da nar- ragio. No meio, porém, dessa costes ardentes ene raro apaixonadas, nunea se pos em duvide gw existencia dos variados monumentos indicados 6 ADVEWTEACLA como abonudores das doutrinas do livro. Por este lado nem entio, nem agora, & whelor receava ou receia a minima aggressio fundada, porque tinha « fem a consciencia da lisura e lealdade com que escreveu. Do que nio tem a certeva é de ter sempre interpretado bem os textos obscuros dos monumen- tos ¢ sabido deduzir dellea as verdadeiras Hlagies, Se a vaidade o illudi nesta parte, os estudos de historian romana de Mommsen depois dos de Nicbohr bastariam para o desilladir. E' por isso que desejaria facilitar o exame dos textos pelo rigor da exaccio nos algarismos das citacdes. A nossa historia, mais ainda do que a de ontras nagdes da Europa, para surgir da sombra das lendas si luz clara da pealidade, carece de ndaga= odes profa ) Ode apreciacies sinceras ¢ desinte réssndus. Serd trabalho mais util, embora mais dificil, do que certas gencralisagdes © philosophias da historia, hoje de moda, em que se generalisa a erroned ol incerto, e se tiram conclusies abso lutasde factos que se reputam conformes entre ai, © que, provavelmente, mais de uma vex 05 estudos serios virio mostrar serem diversos, quando nio contrariss. A pocsia onde no cabe; a poesia na scieneia ¢ absurda. A imaginativa tem mais pro- prios objectos da sua fecundidade, (1895), PREFACIO DA TERCEIRA EDIGAO vampo ha deresele annos publiquei a primeira edicio deste volume destinava o encetado tra- hulho para estudo de um principe, endo na pus- ricia, que em futuro re to a incerteza das cosas humanis perl jo, devia reinar em Portugal. Persuadide de que o eonhecimento da vide anterior de uma nacao 6 o principal auxilio para se poder ¢ suber usar, sem olfensa dos bons principios, do influxo que de homens livres tem forcosamente nos destinos do seu paiz, tempe- rando as genercsas, Mas nen sempre eselarecidas ¢ praodentes aspiracbes do progresso pelaexperiencia @ sabedorin de um passado que tambem j& foi progresso, puigaya assim oo filho uma divide que tontrahira com o pae. Fora a este que cu devera uma situacio exempta de pesados cneargos, a qual me tornara possivel dedicara maior e melhor parte do tempo ao duro e longo lavor que hoje exige a eomposicao da historia fi a end que, trabalhando desse modo para o bem do her- deiro da corea é, virtualmente, para o bem da terra em que nascera, dava um documento, 40 mesnu tempo de gratidin e¢ amo, mais efficax do que todos os Profestos estereis com qu mais costumam saldar dividas de uma ede outra prdem. No vigor du idade, povoado oe rito dos sonhos PEA cio dourados da ambicio litteraria, unico doa viios idolos do mundo a que fiz sacrificios, habitnado ao trabalho perseverante que conquista o pao, e dis- Ppensado, cimiim, de pensar em adquirir este, podia applicar tempo e habitos 9 pagar uma divida e, conjunctamente, a satisfazer uma ambicio que hoje me faz sorrir, Excedendo pouce a idade de trinta annos quando delincei os primeiros tragos de UIA cmpreza ousada, dotadea de organisacio ro- busta, medindo os horisontes da existe ja nho tanto pelo compasso dos annes, como pela intengi- dade dos esforcos de que me sentia capaz, se dnvidei de que chegusse « completar o edificio cujos alicerees lancava, tinha firme fé em que olla subiria a uma altura no qual foase com parativi mente facil a outrem pir-lhe o remate, Tal foi a origem deste livro, A sua sorte, porém, devin sep diversa da que eg previra, A publicacio da Historia de Portugal tinha che gado ao quarto volume, ¢ as materias para o quinto, que completava o quadro da primeira epocha da tnonurchia, estavam em Parte colligidas, A obra fizera ruido ¢ suscitara a animadversio daquelles que querem accommodar a historia ds crendices do vulgo, as Preoceapagies nacionaes, aos interesses que nellas se estribam, ¢ nio corrigir ¢ allominr o presente pelas liegSes da historia, AS repetidas « varindos aggressica contra o livro e ainda mais Contra & auctor denunciavam rm peral, a existencia ¢ 08 intuitos de uma Pirelalidade irritada, enjos membros procediam de accordo é cujos intercsses a nova publicacdo viern accidentalmente ferip, Prova- cado injustamente, repelli Cssas agpressies, porren, tura com demasiada dureza, e, descubrindo nellas am pensaments mmiti-liberal, fui mais longe. Aclivro sem intengdo politica fiz seguir um que a tinha. i PREPACIC 4 Vendo no partide que engrossara a oceullas e que, igo, se recompusera com elementos novos, wm perigo para a sociedade, trouxe @ Juz ima das mais negras paginas da sua genealogia, pagina que, se mio éo seu clerno remorse, hade ser a sun cterna condemnacho perante Deus e os homens. Os: tres volumes da Historia do Katabelecimento da Inqui- sigdo provaram, som réplica possivel, uma verdade importante para a solocio do lucta que agita a Europa; provaram que o fanatismo ardente ¢ ainda asimples exaggeracio do sentiments reli, i sho mais raros do que se cuida e que o vulgar ¢a hypocrisia, de todos os fructos da perversio human o que mais severamente fe mado pr fundador do christianismo, Nalgumas linhas que precediam aquelles volumes eu aponlava a oxisten- cia, a indole, as miras, o modo de proceder da reacclo ¢, sem os cxaggerar, mas tambem sem os disfargar, assignalava os risens que a liberdade corria, Os habeis, os homens practicos, of estadistas eminentes riram-se. nie passava de um visio- nario, Cinco annos depois o reaceiio apresentava-se coma face descuberta no campo de botalha, e todos os amigos sinceros da liberdade estavam visionarios comigo (1). Pobres homens practicos! Poles estadistas! Mas para deseubrir o rosto ¢ combater franea- mente ora da cedo entie. O que cumpria era quebrar a penna na mio do visionario, do que pre- sentira of que se ultavim ia sombra e que bi os fora ferir, Alfeitos ds trevas, caminharam nas trevas. Tinham adeptos, amigos, instrumentoa nas regides do poder, talvez no scio delle : tinham ahi a reang jd sériamente « To MirFacno malevolencias pessoucs que aspiravam a saclar-sa, Assim, vencern: Depois, a uns home: Ss succederam outros homens; aos meng adversarios os que se diziam meus amigos, ¢ stinpre ¢em toda a parte « com todos encontrei a reaceso intl te que me reduzin ao-silencio © d inaceko.’ Inhi ido de prose Suir, 4m © sncrificio completo da dig lee sen riseo certo da honra, na eolleccho dos materiacs para a vasta edificagio que emprehendera, tive a final de eeder ede fechar a bem ourta distancia og limites da imprudente empreza. Niio o fiz sem Incty : disputei palmo n palmo a minha vida intellectual, Nessa lucta achel sympa- thins © allianens por todo o paiz, sobratudo entre a. mocidade das provinecias mais ntelligentes & ener gicns, a5 provincias do norte, No seio do parla- wiento © no gremio dos homens de letras houve tambem quem percebesse que vender por alTagos @ sorrisos de poderoses a causa da honestidade # da sciencia, embora essn causa so pe individuo mais ou menos obscura, cra o erro de Esai, © que o procedimento de Sueccessivas admi- histropies, diversas ontre + accordes em truncar um livro ¢ inatilisar am espirito, podia ser algum din aresto fatal contra outros livros contra outros espiritos. Se alguns desses homens, exeepeies honrosas do paiz legal, fraquearam depois, sirva deseulpa a debilidade natura! do com 5 Moe, que nic soffrem a tensio moral ada por meses ¢ annos, Entretanto, om coracdes de mais trija tempers o decurso do tempo fo alfrouxara a indignacio:¢ essa indignaciin ndo atlintion mais de wma Ifa procureu consolar o maldicts da reacghe edos poderes publicos que a serviam. Algumas dessaa vores salam do seio do pa ndecio = wry PREF Ca descia de throne. Umi principe extranho que présa maise conhece melhor og ding de grandem e de gloria deste paiz do que a maior parte dos filhos delle, apressou-se a offerecer ao perseguido um aaylo joncto de si, Se tei aoflerta, aquea oidade litteraria ¢ a nobre maneira porque era fila tirivam todos os vislumbres de hun liagdo, foi porque ainda esperava que nao podesse privar-me dos ultimos sete palmos de terra patria, a que todos temos direito. ()aem sahe se me enga- nave? Ha dex anhos que a reaccio quasi que conta fos pelas batalhas, ¢ o future assoma car riste, Mas acimade tude esté Deus. Aquellas demonstragdes incessantes ¢ sempre 4, dentro ¢ fora do paix, eram importunas lc vir, mais tarde ou mais cede, a des pertar nite a attencio dos desattentos sobre as transigencias, entio orcultas, que a6 podiam ex- plicar um facto de outro modo inexplicavel. Ei ean uma consideragio grave, porque tinka conse- quencias politicas. Os homens do poder costumam amié-loe tem subtis instinctos para manté-lo, Se nio respeitam, geralmente falando, a moral ea justiga quando estas sémente se affirmam, aeatam-nas quando ameagam ¢stribadas em qual- quer genero de forca ec quando, portanto, significam um risco, Por isso esd por isso, do mesmo modo que por meios indirectos me fora tirade, a possibi- lidade de continuar a Historia de Portugal foi-me emfim indirectamente restituida. Era tarde, Os desanimadores presagios que dous annos antes me brotavam da consciencia, recusanda aos meus collegas tia Academia conservar o cargo de seu viee-presidente, na conjunctura em que Cala Corperacio, por u Peto irrellexive de dis guidade ulteajada, pensuya em desuggravar-xe de a PREPACTO umt injuria que in merecidame Porque so achava 4 sua frente Tenccle ¢ ao seq alliado, o SOVverno (1): cases pre- sagios, digo, tinham-s» realisado. Na lucta, 9 ambipho litteraria, » conflanca no futuro, a energia © vigor da alma, o habito dos penosos eatudos e das longas meditagdes, a Perseveranca no trabalho, °. até, a robustes Physica tinham om Brande parte desa pparecido, nis Proseguir © niio pude on, fara melhor dizer, desojei,e ji nio sa 1a querer, Depois, Passado tempo, ainda lente um ésforco para reeonstruira minha vida intellectual ; Para subjugar o j leno desalento que me inya- dira o espirite ; Para renovar case mundo de ideas ‘Qe constitue a resurreicio de Passado, o qual ou IGS enpuer, comy Lazaro, de pu Sepulchral dos archives, ¢ sobre oqualos poderes publicos tinham reealeado o sudari nite reeehera, sd tn homem odioge é it) ‘® Paix amigos que haviam f spose com ard, combatide comigo f contra a it dos seus poderosos i alliados ; muitos delles ni ll O8 combecia, D, | fratidio profunda j fase da lihordade | negocio ind | mais, taly, eda civilisacin, Mas isso cra um » Privado, que €o compenilio ¢ a manifest (ue representa o¢ que exprimea sua yontade eollec- tiva, havia reprovado yirtualmente o livre © con demnado © auctor 46 silencio, Ainda quando me —___ Vej & Conta dirigida aa Aflnisterio do Aeino peta Segunda Ctease da Acoitentin Neat one Solenelas (1858), 7g. PREFACIO ra Persnadisse de que o servico que fazia era grande, seria descomedida se insistisse em faxé-lo depois de repellido. A liherdade tem consequencias inevi: faveis: a& geragiew dos povos livres Tirticipam perante o future da responsubilidade dos poderes publicos on, antes, a responsabilidade @ dellas, porque téem sempre forea ¢ meios para os revocar 4ox sentimentos do pudore do dever quanide elles o esquecem. As virtudes ou os crimes dos que ag sovernain 5a sua gloria ou a sun deshonra pertence- thes. © despotismo, esse nio o podem chamar & auctoria. Para mim a questo, vista por esse lado, eslava resolvida. Nao era, nao podia ser odeseja de reagir contra manifestagdes officiacs ¢ solemnds o que me impellie a renovar esforgos tanto bem po interrompidos. Era uma destas alleighes imdivi- duaes, modestas © desinteressadas, que naseem, come florsingela, nox pedregues da vida. Emquanto, alheio, nio ao extudo dos homens 9 do mundo, mas ds. suas ambiches vulgares, en consumia os melhores dins da vidw em trabalhos a cuja sinceridade, ao menos, o futuro ha-de fazer justica, um acontecimento impensado tinha cha- mado so throne aquel Para quem, ta sua pueri- cia, fora destinada a historia de Portugal. Divera- Ih‘a por mais de um titulo; mas, annullades, sem culpa minha, os meios de Pagar, « obrigacio desappareein. Foi, todavia, por elle, ¢ sé por elle, que, depois, ainda uma vez tentel o que a rack me representava como quasi impossivel. Na maioria das sociedades actuses falta geral- mente aos homens publicos o valor nic sé para” ousar o bem, mas, até, para practicar francamente omal. Deste facto Psychologico, que assignala as epechas de profunda deeadencin moral, deriva Principalmente a hypocrisia; a hypocrisia, que éa PREFACIO ancmia da ola. A altivesa insolente do poder que ee colloca acima do de © do legitime ¢ que ri das invectivas da opiniio indignadn, come de um clamor sem sentido, tem « que quer que seja de grandiose, como o raio de luz que serpeia ainda na fronte do anje das trevas aldade impenttente que se deseul pu, q ‘ nhir-s6 ne inanto da IDDOce mel, que a occultas se re albeias agonias, e que, feniade o I hamid fire eon at Hat fora estranka pa 6 vil, dex veres vil ,¢ 0 lodo que se fax musculo. A vie- lencia que se affirma a si contra‘o direito ¢ 0 v daval deste oceano de paixdes tenebrosas que se chama o coragio humm encia que busca sanclificar-se com as sagens da moderacho ¢ bran- dura éo vicio enraizado na alma, que, precito de si proprio ¢ de Deus, forceja por obter, como unico refrigerio, que os homens illudidos, o absol- vim on, ri ios de asco, volvam o face para o io verem ¥ Entre nag os que ix 88 riem do direito e dos principios eternos da moral universal téem dado mais de um exemplo dessa pia resignacho no martyrio. Ora é4 prepotencia estrangei dialogo festive de bastidores diplomaticos convertido « monologe tragico ne proscenio da pub logo 0 terror do alvorote popular da policia + depo a pressio da coroa, historia murmurada ao ouvide para que nem sequer suspeite a coroa a existencia -do proprio attentado, Perfrita de Augustulo onda Constantinopola dos Paleologns, Yo procellit em que nanfragara o meu pobre livre o nome do seberano fora murmurade em vor baixa, associado ao dos satellites da reacedo, calumniado, PREFAGIO aS como Uinka de o ser depois, com lorpera sem exem- plo, em negocio mais grave. O 60 MUCMUrlo : conhecia bem os homens de que vinha, deithes o aseo que pediame volvi a face. © facto linha oma significacdo e wm valor bem sabidos, Malquistar o soberano com o cidadio era nobree completo. mpletay, Ls quistande o cidadio com o sobcrano. Infelizmente a tentative falbou. 0 vago o lerrifien lem attraclivos para as | 6 de prefunde e energico sentir; para as intelligencias juvenis ¢ robustas que o ambicio da idéa devorase que, im- pacientes, force) Por se precipilar mas vastiddes. do mundo moral pura Ihe devassar os segredos. A alma do rei era dessas. Buscou-me ¢ desecen, como diria o mundo, a justificar-se, porque nunca in- quiriu se para chegar do throno ds regides do dever ou da justica era preciso deseer ou subir. Mow além disso, o instincto proprio da sua idade Queria sondar o abysmo de orgulho, vlacaveis, de impicdade, de paixdes tempestuosas de que The falavam com susto, Parece que a lenda exaggeraya : o precipicio, o abysmo, nensdes menos amplas. Verdade ¢ que os precipicios ¢ abysimoa fascinam ¢ altrahem : pide tambem ser que fosse isso. Que, povém, s¢ isse ou que acertasse, o rel achara que todas essas ne- gruras do feror plebeu se reduziam a uma sincer! dade talyez rude, ¢ a sinceridade, ainda rude, para clle o altractivo do nove, do impensado. Achava onde retemperar o animo lasso do ineessante espectaculo da condescendencia interessada, do applause grosseiro que vale o insulto, da devogio requerente, doregirar ¢ mentir dos que buscam recomarse de ayelorios .¢ leniejoulas para se ine- briarem, para esquecerem que s¢ arrastam porque 16 sho Tesos: Entray: symyethia: para com tudo o que vista em ol ade hom, Magestade no rej, Da immortalidads esponta Foi na alfe comprazer que ach, ingreme ladeira do ne mundo wm lives em vex XPreisa apenas como desejo, Yontade tinhase tornado do do serpear Mexuose vas: altrahia-o por isso irresistiv da linha pe pendiculun, recta, Aqui rica de abnegacio de si, quanta « a sun, a da ranko, da Omni poten, PREFACIO a &penas na idade de homem o Sor todes os opprrin Bio abai “om o-dogma horrivel ei alentes ode me exercer, se vivesse, no * Singular especie de abeol uti a @ esperanca da régeneracio dog Publicos e, consegui Dlewente, & unica tsp ela do fermente homem que¢ homem, dsse é que prova Deus, fie de D, Pedro V, no desejo de the Mira galgar de novo a animada por elle qte prosogni das linhas cur. Hite a dures la alma tho vera de alfectuosy milo, para Padeee,- compra rinse em fitar a fcheia » Nto tinke:ciume de uma sobcrania tm o humilhava 9 © que repugnava Profundamente # ease espirito raro rao bal infusorio em Brande, inqu da de um fragmento, Pouce a pone a sun para mim irresistivel - geral dog SEO, te en costumed crane de PREF AC 19 mantiendio da nossa aulonemia eda nossa liber. dade; autonomiane liberdade que forum para elle erenga ¢ colte, porgn vom sanctas a yor de ume conseiencia vir as revelacdes de oma poderosa intelligencia Complete com o resto da historia das instituictes primitives da monarchia, como ¢ minha intencio tormi-lo, este livro apenas signilicard wma saudade di hada ao pé de uma sepultara. Digo-o, porque Mio espero nem quero dos vi nem agrade Inenlo Hem recompensa, su ppostoque estes volumes ‘os merecessem ou ¥alessem. Recompensa tivew inteira no affecto da mais nobre e mais pure alma que encontrei na terra, Oxali , nesta pia pere- Fg jo de umespirite até a heira de um tumulo, oromeiro nio deponha descorocoado o baculo, ow nioadormeca do grande somno da morte antes do voto cumprida, ADVERTENCIA DA PRIMEIRA EDICAO Commettendo uma empreza, cuja importancia, grande ‘ou peqwend, ‘ que outros aval lalver seria o melhor abster-me de quacsquer re. flexdes preliminares. Sto, por via de regra, o% pro- logos destinades a captara benevolencia do publica; Mas, numa obra histories, nem o muctor dev ja, nem & leitor coneedé-ln. existencia das geragdes que passuram, cis o mister da historia, O seu Om éa verdade. Onde o auc errou involuntariame condemnavel o livro; onde pretended i ines que oltem, a condennmigio deve cair sobre o livre ¢ conjunlamente sobre o auctor, Ne nas consideragies hum podem allerar esta fa; ¢ por isso, longe de pedir ims dulgencia, pedirel ao8 homens com petentes a se ridade para com este eseripto. E' o imleresse da scienein que o exige. Nas wtontrinas de opinifio talvez sejam licitas as comcesstes ; nas materias de factos seriam absundas. A verdade histories é uma. ‘Os que nic sabem abstrahir do amor proprio, para sé porem am progresso da sciencia, mentens s¢ dizem quem amar 5 como ingensates. Se os contemporancos calarem o# defeitos do vosso livro, 05 historindores futures tecer-vos-hio sobre a campa a lista dos erros que commettestes, ¢ ainda daquelles que, por temor de AbVENTEN tes recebid sles de con- un havé-los-ha neste volume, bem como nos que se Ihe seguirem. O que, porém, posse afl coma mio na consciencia, é que elles fo luntarios. Tenho f que mio para com os estranhos, nem pare! natal, Para o hom ra longas e aridaa investigacées, frequent - resultado, todas as faculdades do expirito, pcre todas as horas da vida, com o intu senkio bon, so menos algum amor da patria, Convertondo om realidade o teu pensamento, 7 cure: esquecerme de que sou portugués, © pareces me té-lo alcangada, o patriot sme pode i inspirar a dde avive heire do historiador. Gunite veres, levado manu guia, elle v4 os factos através do prisma ‘3 nacionmes, « Hem sequer sus- peita que o mundo se ri im portura, mas tam be runcia de sen 7 i. s lisongeivos das multiddes sio tao come o8 lisongeirs dos neis, quando os reis cram os dispensadores das- repulagies e das Pecompensas, ignore 0 riseo da situaugio cm que quel. Ha muitos para quém os seculos legitima sunctificam txlo o genero de fabulas mo | mam oo sanctilicam as dynustios mase de uma usurpagio. Acs alhos destes as cons da mentira sie tambem respeitaveis, A critica, dizem elles, mata a pocsia dias é¢ras anligas, como s¢ a poesia de qual- quer epocha estivesse nos potranhas mui poste= ADWERTENGIA al riormente inventadas. Sio excellewtes talvex as suas intengies; nio sei seo mesmo se poderd dizer da sun intelligencia. Para estes o men livro sera um grande escandalo, eo melhor fora déixarem de o ler, Nao faltam entre nés monographias histo- rivas : hi acharae fonte copiosn em que possam saciarse | pony SPevo apenas para os singelos amigos da verdade, ¢ ainda rectoso, apesar da pu- rn 5 jos, de nio ser exacto, ou pela escacera por engano proprio na apreciagha s to 1 Successes Mm ravilhosos, a tradigdes embusteiras ataviadas para bem, parecerem ao vulgo, no at lbusquem neste livro os que, movidos por um false pundowor na= clonal, seriam capares de tomar por materia histo rica as londas das Mil ¢ Uma Noites, se li encon trasserm alguma que lhes lisongensse 7, sem d custoso ver d zerem-s¢ em fumo crencns arreigudas por seculos, a ¢ ins| racho nossos avis devcram, em parte, o online dos grain riseos da |) mtadas, talwer, pen cspertar o# animes abatidos i aneiag dif- ficultosas. Sei isto; M sei, que a seiencia da liste alia Urop COM JNSOR AO mesme temper firmes ,P que se mio tiver- nos a T68 proprios y dizer com mais involumtarios do s, que ima inet a repulacho dos ante pass SUCCesss Ol vies, on engrandéeidos com particnlaridades nfo rovadas nem provaveis. Acase Por ugal nie acharh nas memorias veridicas da sua longa existencia reconlacies formesas ¢ puras pura nos reprehender, coma energia ¢ gloria de outros tempos, da dege- ADVENT neragio e decadencia presentes? Quem assim ocrd insulta a memoria de geragies, que validm mais que nds, ¢ que recusariaim, se podesson facanhas que no practicaram, virtudes que mi SMUT) PANU? POSSuiram outras que mM suas, ede que nonea os progressos da historia hiode esbulhi-las. Temei que o resultado desse afferro a tradigies mentirosas seja perfeitamente. contra S08 vossos Hesejos, que o scalpelo da critica, ds vears demasiado subtil, querenda apagar of vesti- gies da cred involuntariamente edrte pelo 880 Gm Sucecsso4, alia Brandes indubitaveis, Conte com as refutagies is. Estas nfo me income porque rece nio serem argumentos historicos dem concludente: : cstimo-as, porque entre ellas é possivel encontrar abse vagies que sirvam para corrigir on ro. "Muitas destas refalacies, fio prevejo, hiode estribar-se na opiniia de historiadores, © antiquarios, eruditos, iMustres, gravissimos, profandos, © com todas as mais quali- fiencdes, que se costumam AgErcgAr ao nome de qualquer escriptor moderna, quando, na falta de entos ou diplomas te quercm sustentar opinides absurdas ou infundadas. Ags que assim mo impugnarem desde ja declaro, que ‘har na bemaventary tre nds fora in iversos. Elles tractay a historia como uma questo de partido litterurio: en apenns a considero como materia do sciencia. Nesias linhas que lanco a fr eu trabalic, reriam talver, alguns, que oxpusessc o plano ea ordidura da rs i, m eu i que py Era diger em ADVERTENCEA resamoo que o leitor ha-de ver ¢ julgar no pro- resso do livro, Pareceu-me uma inutilidade, ¢ por isso a omitti. O tempo, como é facil de suppor, nio te sobeja, para o consumir em cousasinteiramente escusadas, O que, porém, nao se escusa ¢ confessar ou aqui as obrigagbes que devo, As collecodes impressas de nonumentos historicos, que todos ou quasi tados os paizes possuem, faltom neste nosso. Tkcumentos avulsos, derramades por obras excriptas em epo- chos, nas quaes as luzes diplomaticas quasi que nio existiam, mal podem, ds vezes, pelo errado da sua leiturae por se acharem confundidos com di- plomas forjados, ser acccitos como anctoridades se= guras. Outro caracter téem os que se encontram nas Memorias da Academia Real das Seiencius: ou nas obras publicadas pelos seus socios; mas esses documentos, na maior parte, reduzem-se a simples extractos, como convem aos fins, que se propiem os auctores que os citam. Assim quem se occupar da historia portuguesa, ha-de scpultar-se nos ar- vos publicos, ¢ deseubrir entre milhares de per- hoe, frequentemente difficeis de docifrar, le que fazao seu intento : ha-de indigar nos los estrangeiros onde que se encontram i a historia do seu paiz + Je avivar as inseripeoes, conhecer os cartorios particulares das cathedraes, dos municipios, « d mosteiros; la-de ser paleographe, antiquario, vi jante, hibliographo, tudo. Como bastaria um viduo sem abundantes recursos pecuniarios, sem influencia, sem uma saude de ferro, a tio grande empreza? Vora impossivel, FE’ na verdade vergo- nhoso, que Portugal se nao tenla associado ainda Oe BT impulse historico dado pela Allemanha, por esse foco do saber grave c fundo, a toda a 4 ADV ERTEN CIA Europa; masa culpa niio ¢ dos nosses homens de letras, ¢ sobre tudo da juv tude, entre a qual mic falta engen nem boa vontade. A culpa éde quem pretende, que o architecto dé a traca edificia, o carrele para elle a pedra eo cimento. A primeira colleceao diplomatica portuguesa, tentada e re tida em parte a cileito, nio conta mais de tres annos de data, Falamos do Quadro Elementar das rela- goes de Portugal com a5 outras potencias, base de uma compilagio importante incumbida pelo go- verno a um dos nossos mais celebres escriptores, 0 senhor Visconde de Santarem. Fira d'aqui nie pos- suimos senio o ainda pequeno resultado dos es= forgoa da Academin neste genero, e dos diligencias heterogeneas e desconnexas de varios individu nio podia de modo algum yencer as diffl- que apontdmos. seu acaso? Kram fracos os meus hombros cederem ao peso, debsixo do qual ontros param mais robustos vergaram. Pondo de parte os de- Be contro nesta sin critica de Por- er, nao se sOecorros feites, que necessariament cir tentativa de uma hh tugal, o que mella hou me deve agrade alheios, serme-hia provavelme trar © proseguir no ence! me dize-lo aqui; « e que tornay res. Muito d Perpetuo da iocho o meso di er a il Secretario > facultando-me sem res- sua livraria, tio rica © escolhida em tudo, princif nte em traballios historicos 1o8, eno menos ao senhor José Manuel So- vero Aureliano Basto, digno Official-maior do Ar- chivo Nacional da Torre do Tombo, & » Lente de Di- plomatica, patenteando-me, a “, Any TES de quem ama o sciencia, os inestimaveis thesouros historicos confiados d sun guarda, As copias exactas de muitos documentos do archivo da cathedral d Hraga,da modo habil paleographo osenhor Aran Esmeriz, alcanceias pelos esforcos do Exm'. Go- vernudor Civil daquelle districto, Joao Elias da Gosta Faria ¢ Silva, modelo dos homens serv favorecedor desinteressade das letras patring. Ac- ecitem, fi ite, os 8 bons amigos, Antoni Luiz de Seabra, Vicente Ferrer Neto de Pa Joaquim Heliodora da Cunha Rivera, ogredec mentos sinceros pela prom »e bom anime que mostraram, accopando-se em busear ¢ revolver documentos nos archivos do Porto, de Coimbra © de Evora, a beneficio de uma tentative, no qual, por isso, eu de certo mado uma pa Mas cu seria sobre tudo ingrat ausee nesic logar, A face do peuiz, uw So nie oom! Mi grails v dade. oda situacio tranquilla em que me vejo eollocade, 1 “ome teria abalangade a uma em- prez, que en pr iio Peconheco merecer a imnpu- tacho de alrevida. Em geral, os cultores das letras nio saem das classes pxderosas ¢ abastadas; ¢ em Portugal, ainda hoje, o escriptor mais bem! do publico, ¢ mais labori » obbert for independente sé a ews! suas vigilias. Taqui milte que os homs os quaes mestes ul- Limos tempos a nessa terra © Jubitayelmente jwoduatde, sito for perm Mk wlemge~ phera mirradora manda politica, ¢ i re argos publicos, que thes conse cacanham por fim as faeuldades do F' assim que a litteratura deste seculo tem perdide em profundesa o qne vu ganhando em brilho oe extensae, © servico doe 1 dos partidos, nfo consen ie soveros cludes. Cumpre ob ADVEIRTE, que o talento seja como o relampage, que fulge e passa: chama por elle a terra, E’ por isso; ¢ pela minha situagho especial que ¢ ultimo, talvez, entre os filhos desta epochs, aos quaes a provi- dencia allumiou com um raio da intelligencia na, 400 0 primeiro a votar-me a um trabalho, ' io do qoal ha muitos mais fortes, ( a. Esta situacio vantajosa ¢ excepciunal de 5. M. ElRei, Elle a creou para mim espontanea ¢ generosamente : espontanca ¢ gencrosamente m'a to de mais dé uma procella vio- i lenta, que tem ameacado afundar o meu deb esquife, porque sou navegante assis rude e inhabil em evilar com arte a furia das tempestades. Se eate livre nio for inteiramente inutil para a gloria da putria, a 5. M. mais que a mim o ogradeca a magi. Digo isto com verdade ¢ singelesa. Elle sube, como sabem todes os que me conhecem, que nio costume lisongear os principes, ou, 0 que nio é me as poixOes das turbas;e que nem 4 populari ade entre estas, nem oo favor daquelles eu sa nunca as minhas doutrinas e conviegdes, On a —o

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