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So. VuUrrenmau © A visita Se safe Monologo, ele declara: “Toda mash cu me levany Se mai, ae gr aaa me SE $s is Se en el a ihe Goin asin dicen cain ae ‘hie imports, em quaisquertermos, que o aceno de jusificagfo terme i vera da promes du amor nite Ee Adda mans Sr Hay ence aa co tin“ fl cas crags 30 il frontispicio de uma aventura que pode ser positivae duradouras Guth, 1964) A Visita da Velha Senhora nfo & uma poca inteiramente original, Formando-se pela Universidade de Zurique. se a cenografia, mas resolveu, depois, Estd Escrito, sua primeira pega, € um , tendo a estréia, em 1947, constituido pe~ Cego foi representada em 1948; Rémulo, 0 romano, em 1949 (@ refeita em 1957); 0 Casamento do Sr. Mississipi, em 1952; Um Anjo vem a Babilénia, em da Velha Senhora, em Zutique, em 1956. Dirrenmatt para rdio, de novelas policiais de ensaios so- la Velha Senhora continua a ser considerada a turgo que, em 1959, obteve o Prémio Schiller, a ‘ais ambicionada léurea teatral da Aleranka. Grande, 0 ‘iltime inperadi Quem afin, esa vel sonora, que se aha sm vista? Reale so mesen tengo fantstcs,profundamente humana © dedhigad, aparéncia © nos aos, da ‘qve nos tomna homens ~ nfo vent sfonasvistar a pequons cidade natal Gillen, yu se desfar em doce miss vai ao encontro de So pasado, tem afte dlbe fc vingar-s de uma inustge de que fl vida ma movida Vista sob esse dngulo, a personagem pode evocar Orestes oy Hamlet. © autor, contudo, tomado pela vocagio de sintese, enrique ‘na tradugdo francesa & 10 portugues de Mérig tem poderes para “agit 1, qualquer coisa como fesposara essa opinido, di- da Antiguidede, como uma saber se ele as fundamentou na peca. ‘do s6 a figura da velha senhora, Chai ‘mundo fez de mim uma mulher da det”. Um dito como esse pode A Visita da Vetha Senhora, por esse lado, indicagies revelam 0 amor total J ‘Tornou-se qualquer coisa de mau, como eu pr6 para Gullen 0 caixéo de Alied, permanentemente envolto em flor®% « que seria depois transportado para Capri. Carregard o atadde para a ceternidade, ; "Amor com essa dimensio exige vida igualmente grandiosa. sim a matéria de Claire Zahanassian. 4 sua chegada na peque fp cerca-se do aparato conveniente: pra, com 0 feio de emersén- ae og expresso da Tinha internacional, E, depois das rectiminacées de 1-9 por néo estar informado de que praxe, 0 chefe da estagio dese 9 uma comit 6 juiz que the ditara a sentenga adverse na agdo de pe uneos, as testermunhas falsas, agora cegos pelos foram por cla salvos quando iam morrer na cadeira ele dos antigos, portadores dos mi 730 08 novos — um proprietrio de plantay ‘Gnewa alemfo, um Prémio Nobel. A este, pensar, enquanto, 20 anterior, que exerite 0 racocino. ‘evidente alegoria (apesar russos, deixa de atender, por capricho, o presidente do Banco Mun~ dial. Tudo parece curvar-se ao seu poder econdmico. A mégoa do amor frustrado (gostaria de casar na catedral de Gullen) desenla-se, porém, no seu fisico: uma perna mecinica, conseqiéncia de um de~ sastre de automével, © uma mio de marfim, em virtude de uma queda de avifo. Ela proclama essas realidades dest das, logo que desejam omiti-las ou embelezé-las. O @xito ou pela humanidade se afirma, entre outras caract redugio das pessoas produtos em série. Se o camarciro chama-se Bobby, o marido se chamaré Moby, porque, “afinal de contas, camsa~ rio a gente tem para a vida toda, logo, os maridos € que devem ‘adaptar-se 20 nome dele”. Os s se denominam Toby © Roby, ‘0s eumucos Koby ¢ Loby, ¢ os outros maridos, Hoby e Zoby. ‘Que leva a velha senhora a esperar com tanta calma que se cum- pra vingan¢a? A. certoza inabalvel segundo a qual se pode comprar tudo. E esse outro lugaz-comum que 0 texto nio teme enfrentar, antes tsinala com despudor entre cinico © amargo. E a reagio da cidade tem forga probante. Ao ouvir a proposta de Clara, 0 Burgomestre re~ plica: “Nés ainda estamos na Buropa, ainda nfo nos tornamos pasos. Em nome da cidade de Gullen, rocuso a sua oferta, Em nome da bis- ‘manidade, Preferimos cor pobres, a nos manchar de sangue”. ‘Aos poucos, todavia, muda-se sutilmente o pensamento d& populasio, © aniincio do dinheiro leva todos a gast leviandade, em nome do futuro. Compram sapatos © roupas. Ref dificigs. Estabelece-se 0 clima de prosperidade, sem que ningsem praucar o erime. A tentagéo assalta-todos 08 setores: 0 adm. policial, © retigioso, as _ 20 Vol i ide de Ditton ‘att atinge o climax quando a prépria famfia de Alfred acita aston, io. A mulher compro uma fitho, um automével, ea Athy aperfeigoa o francés e o inglés ‘énis. Eis 0 retrato de ume fam. - Com 0 erédito que Ihe confere a reconhecer, nessa mudanga de atitude, ito de justiga e de ética. Todos fizera algo condendvel Clare imo burgomestre. Merecia cast, ita. Concitam-no, por dever efvieo, pouco ela repudiara. A moral se rege pela fo- de Diirrenmatt revela-se profundamente negativa, de s&- ico pessimismo quanto & natureza humana, ios, nesse entrecho, o itinerario de Alfred Ill. A prineipio, acha grasa na proposta de Clara. Parece nfo acreditar no destino que io, como em holocausto. Acreditaré Dirrenmat na redengio do homem que aceita o papel de vitime? A arquitetura da peca sustenta a multiplcidade d 808 so ma maioria cSmicos, desde a aparente brincadeira, até 0 elitio da repetigéo chapliniana. B claro que riso se transforma em icamente sobre a nossa condicfo. Sem cingir-se 38 leas, © texto. m ea de um destino que 8 ‘cumpre. A linguagem € seca, aproveitande os melhores modelos expressionistas. No pi velha lana © problema, © cspera, O segundo descreve o envolvimento de Alfred, inclusive n ‘simultansidade contrastante com 0 qual se avoluma 0 perigo, ¢ Clara, impassivel, vai atingindo seu objetivo. Escapa-se a fera trazida na ba- jgagem © a caga adquire 0 valor simbdlico da perseguisio a Alfred. (0 terceiro ato deveria fazer a catarse: de inicio, a particular, em que ‘05 antigos amantes se purgam no dislogo da floresta; ¢ depois, a cole- tiva, decidindo a assembléia de cidadios por um Morto, Alfred Il transforma-se de novo na idilica (Clara, identficando em definitivo seu destino a0 do animal (A ninguém passaré despercebido que Dirrenmatt € um Virulento, que se compraz na confidéncis 3s aves: decorrem do texto: nfo hd preserigfo moral, ¢ 0 encont tino € comum a toda 2 humanidade. ‘bém para nds chegard uma velha senhora ey ‘0 que, agora, se passa com o senhor”. Talvez, a culpa seja menos de Alfred que da socicdade, que o levou a casar por interesse. A corrup- ‘gio do dinheiro, 0 absurdo dos valores materiais padecem em A Visa da Yelha Senhora wma das eriticasltersrias mais pungentes. (Novembro, 1958) Guaho, 1967) VcID> A instrugio de um processo & a fase de levantamento de dados, de cotejo de provas ¢ de audincia de testemunhas, para que se produza a ‘verdade. $6 uma instrucdo completa permite julgamento isemto, live de consideragées subjetivas. Pois bem: O Interrogatério, peca de Peter ‘Weiss, consiste num tratamento para o paleo da instrugo do processo. do campo de concentragéo de Auschwitz (onde foram exterminados ‘mais de dois milhées de judeus), feita durante vétios meses de 1964 e 1965, na cidade de Frankfurt am Main, dramaturgo alemao procurou substancialmente mostrar a verda- 6, em O Interrogaisrio (os tradutores Teresa Linhares ¢ Carlos de Queiroz Telles preferiram esse tftulo, com acerto, a0 de A Insirugdo, porque esta palavra, fora da técnica jurica, esté associada, na lingua- gem corrente, aos problemas do ensino). A verdade vai saltando, com extrema clareza, dos sucessivas de- poimentos, sem que seja nevessério dramatizar os fatos. A frieza do es- tilo narrativo, aiés, apresentando os dilogas em versos brancos, € que sublinha 0 horror do sucedido, e provoca até mal-estar fico, ‘Que verdade ¢ essa? Realmente, slo muitas as verdades da pega. A. «que mais impressiona se prende & degradagdo a que chega o ser huma- 10, quando motivado apenas pelo imperative da sobrevivéncia animal. [No apenas os carcereiros oficisistorturam: delega-se a tarefa aos pr6- prios prisionciros, que se convertem em algozes, para chegar ao dia se aguinte. Quando desaparece o iltimo resquicio de dignidade, o homem ‘nfo recua ante as agdes mais torpes. No pode haver nada mais terrivel do que todos nés, aparentemente distantes do que sucedeu nos campos, ‘vermos refletidas neles a nossa prépria imagem. Mas Peter Weiss niio se esqueceu de proceder a exaustiva investi- ‘gugio. A poga dsixa muito claro como as indstriasnazistas se aprovel= | taram do trabalho escravo no campo de concentragiio. A sede nica do onsabilidade individual ¢ coletiva. Incr, desigada de qualquer contra sobre a transccndéncia humana, © interrogatrio faa instrusio. Cabe 20 pablico 0 ulgamento. na trajet6ria da desumanizagdo,e assim se apro- (Noversbro, 1970) 8 capazes do produzi e se climinam as que tveran, Jnal tem n° 4 e alo 3. A segunda parte pode- sgeneralizada e das torturas: 0 canto da Hi teatralidade evidente reproduziu em vérias pogas. ve testemunhas, um uiz, um promotor e um advogado de defes, Peter (© termo exato para definir a pega € teatro-documentétio, ¢ ela abriu para o autor ¢ para a dramaturgia moderna um caminho rico de possibilidades. A realidade chegou, em 15 campos totalitérios. © teatro-documentério encontra mate- artar-se em nossos dias. Weiss néo usou uma s6 vez, na pega, as palavias nazista, ju- ‘dev, Alemanha ou campo de Auschwitz. Estd claro que ele visou a uma generalizacio, deixando subentendido que fendmeno semelhante pode E de onde ela tira 0 faseinio, se € que se pode utilizar esse substan~ tivo, tratando-se de acontecimentos sinistros? Com extraordingria luei-

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