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BRAEFYEYSESE I Antropologia e Fotografia rn Anntropologia e Fotografia é uma pu- blicac2o que contempla a significancia e relevancia das imagens fixas, 0 sill foto- prifico, criado € usado na antropologia britinica entre 1860 e 1920. Este acervo fotografies & a evidéncia dos primeizos anos daquilo que se tornou agora a sub- disciplina antropologia visual, com toda a parafernilia de suz pritica: grupos de especialistas interessados, conferéncias € publicagdes. Assim, ao mesmo tempo ex que considera materiais historicos, Antro- ologia e Fotografia é também uma res posta aos registros modernos © 20s pro- blemas interpretativos A imagem visual é, possivelmente, 0 modo dominante de comunicagao no fi nal do século XX e sua posiglo, estabele- Cimento integracao entre textos tradici- onais ocupa devidamente © pensamento de académicos interessados e praticantes. Gracas a isso, © material hist6rico esté passando por uma investigagao semelhan- le: existe um interesse de explorar suas possibilidades e examinar sua integrac2o como evidéncia do passado, entre outras formas mais tradicionais de transcrever € transmitirinformagdes antropol6gicas. O processo no é exclusividade da antropo- logia, mas tem havido talvez uma resis- téncia particular por parte dela devido a seu relacionamento conturbado com a his- ria, © pensamento funcionalista tradi- cional, especialmente na Gra-Bretanha, e © estruturalismo, posteriormente, estavam baseados em uma visio geral de cultura estitica, sincrénica e aist6rica (Tonkin et al. 1989:3-4). Enquanto que uma "pers- pectiva hist6rica” era algumas vezes in- cluida, @ hist6ria como tal do foi, na maioria dos casos, uma parte integrante do assunto, de sua pesquisa ou anzlise (Thomas 1989:10).” Apesar das varias ten- tativas de conciliagao (por exemplo, Evans Pritchard 1962; Lewis 1968), 0 preenchi- mento desta lacuna, por historiadores com espirito antropol6gico e antropélogos com espirito de historiadores, se deu hi pou- cos anos apenas (por exemplo, Ladurie 1980; Cohn 1987; Thomas 1989). Existem, entretanto, boas razbes para se considerar o material histérico fotogra- fico. Embora técnicas sofisticadas de re- Bistro visual integrado ~ fotografia ¢ filme ~ tenham sido desenvolvidas como parte do método antropolégico moderno (por exemplo, Hockings 1975; Collier e Collies 1986, Caldarola 1987), 0 material hist6ri- co estd apenas comecando a receber aten- 20 minuciosa.* Existe uma série de ra- 20es para isto, Primeiro, as intengoes ¢ a ideologia dos primeiros produtores des- las imagens eram radicalmente diferentes das do antrop6logo visual contemporineo. Isto gerou uma tal tensio e inacessibili- dade que a tendéncia foi descartar as ima- gens resultantes nos termos mais simplis- tas, Comtextos epistemologicos ¢ cultu- 7 Fenitlni ‘oa pth te 2 rete Anite baer brea ps aman one tio ae Panes ‘ © owe eee ‘amt oo Siete Se , ete engl se Pogo ae an nets dram sevevolnede cs Erase ones pein yer gi ce Semen Ses scene Seba tce fosrves eae me Brae em rais novos ¢ muito diferentes tornam im- possivel, naturalmente, examinar o ma- terial com 2 mesma conviegéo com a qual ele foi considerado pelos contemporane- os. Contudo, quando o submetemos @ anilise hist6rica, ficamos mais perto de compreender como as imagens eram cons- trvidas & percebidas no passado € aptos @ sugerir maneiras pelas quats elas poderi- am se encaixar na anilise contemporanea Este tipo de exercicio apresenta dificul- dades, porque a interpretacao de imagens fotograficas €, sob multos aspectos, um processo extremamente subjetivo (Skinnin- ¢gerud 1987.50). Enlretanto, espera-se que (05 ensaios incluidos nesta publicagao™ demonsirem que, com uma andlise cuida- dosz ¢ sensivel que leve em conta 0 posi cionamento do poder produtivo ¢ inter- pretalivo, esias imagens podem dar uma contribuig2o importante 4 compreensio aniropolégica e historica ‘A segunda razio para se adotar a pers- pectiva historica esté relacionada & primei- ra. QO material pertence a um periodo da fotografia antropol6gica que possui, no todo, uma coeréncia nos temas refletidos, na ideologia € na intencao dos fotdgra- fos. aié cerca da segunda década deste século, a fotografia era, falando-se em ter- mos gerais, parte da tentativa coletiva de se produzir dados antropolégicos. Como demonstra Poignant,, foram estabelecidos comités para coordenar e fazer circular material de interesse antropologico, e fo- Tografias foram reunidas, permutadas € arquivadas para o bem comum cientifico ‘como parte da coleta de “dados brutos", ‘no mundo todo, para anilise na mets6po- le. Na verdade, a dltima década do sécu- Jo XIX testemunhou um alvorogo de inte- resse pelas abordagens sistemiticas da fotografia no trabalho. de Thurn (1893), Portman (1896) e Haddon (1899). este dl timo explorando a vonsiderdvel experién- cia fotogrifica da Expedicto ao Estreito de Torres, da Universidade de Cambrid- ge, em 1898. Por volta de 1910 ou 1920, varias cor- rentes que haviam se desenvolvido du rante as décadas anteriores, na Gra-Breta- ‘nha, jntaram-se © provocaram uma gran- de mudanga de direcao nos rumos da an- tropologia (Urry 1972; Stocking 1983) Primeiro foi o desenvolvimento da antro- pologia social profissional, com base ins titucional, e 0 estabelecimento do traba- tho de campo individual como pratica cen- tral. Relacionada a isto estava 2 Enfase crescente sobre a andlise detalhads d3 corganizacdo social, que nao era necessa- riamente concebida como sendo visivel em termos fotogrificos. Terceiro, ¢ talvez ‘menos quantificavel mas igualmente cela- cionada, estava a crise de confiang na visto analégica da fotografia, argumen- tada por Pinney’ (Sekula 1989:372). Por ‘iltimo, bons equipamentos fotograficos ficaram disponiveis para os amadores. ‘A conseqiiéncia final foi que a fotogea fia passov a ser apenas mais uma ferra- ‘menta ancilar no arsenal do pesquisa- dor de campo. as fotografias tornaram- se especificas para determinados pro- jetos de trabalho de campo ¢ marginais ao processo de explicacao em vez de fazerem parte de um recurso concebi- do centralmente: a fotografia, uma téc- nica percebida mais como registro de superficie do que profundidade, que era 6 assunto do antropélogo (Malinowski 1934461). Finalmente, mudangas na percepca0 geral das préprias fotografias influencia- ram a compreensio das fotografias hist6- ricas. A época em que as fotos que sto 0 assunto deste livro foram tiradas, elas eram vistas, em grande parte, como um simples mecanismo de registro revelador da ver- dade. Hoje, 2 fotografia € tida como uma forma de comunicacao de massa ¢, na verdade, de participacio e manipulagio das massas. Sua aparente integraglo com 0 mobiltério cultural geral de fins do sécalo XX enfraqueceushe 2 poténcia. A imagem tudo penetra, mas est desvalorizada (Hun- ter 1988:200; Bourdieu 1965:41-9).* Este volume €, antes de mais nada, um exercicio em busca de critica; ¢, apesar de seu contetido histérico, ele nao pretende apresentar uma unidade cronolégica. A maior parte das fotografias apresen- tadas na obra Anthropology and Photogra- pby faz parte da colecao do Royal Antbro- ‘pological Institute(RAD, de Londres, ins- tituigao com a qual iniciamos o projet desta obra_(...) Relagies e contextos hist6ricos contexto, assim como qualquer fon- te hhistorica, & crucial para a interpretacio das fotogralias. Ele nao € sempre neces- sarlamente definitivo, mas provocative € sugestivy (Levine 1989:x). Dois podero- S08 contextos interrelacionados, um inte- lectual, © outro politico, sto relevantes 2 todas as imagens neste volume, Em pri- meiro Jugar, a percepcio do “Outro”, o8- somaaigs emp tensivamente manifestada nas teorias ract- ais, ¢, em segundo, a expansio e manuten- gio do poder colonial europeu. As circunscrigdes culturais inchuidas sob 0 moderno rétulo interpretativo de “percep- fo ocidental do “Outro” sto fundamen- tais para a criacZo € © consumo da foto- grafla, na segunda metade do século XIX € primeira metade do XX. Ao passo que a definigao e rotulaglo destas relagbes pas- sadas so uma manifestac2o da interpre- tagdo vigente no final do século XX, elas inclufam todavia crencas, valores ¢ classi- ficagbes que , por um lado, expressavam- se fisica e politicamente, e por outro eram impressas, em maior ov menor escala, sobre as imagens (Pinney, 1990). Como tal, este conjunto de idéias culturais € cru- cial para o historiador avaliar € compre- ender o material analisado neste volume Nao se pode fazer aqui nada além de resumir um conjunto complexo de idéias que jf foram exiensamente examinadas em outros trabalhos (por exemplo, Gould 1981; Stepan 1982; Stocking 1987). A se- gunda metade do século XIX e 0 comego do XX testemunharam uma grande expan- sho e consolidaclo colonial das poténcias européizs. Este movimento pés os euro- peus em contato com diferencas culturais em uma escala sem precedentes. Apoian- do esta apropriacio da maior parte do glo- bo nao evropéia, e estruturando respos- tas para ela, havia um Conjunto de hip6- teses relacionadas a superioridade do ho- mem branco € aos deveres e direitos que esta superioridade conferia. Paralelamen- te, desenvolveu-se uma predominancia de idéias que dava valor as descobertas tec- nol6gicas e cientificas. Em combinagao com a re-emergéncia de uma atinude reli oO oe treo mes ines (a onenso 13) Le ‘giosa mais evangélica,criov-se um cima no ‘qual os europeus ¢ seus descendentes no Novo Mundo podiam afirmar uma suposta superioridade e jostificar esta posicto politica cientificamente. As relagdes de ppoderna situagao colonial no eram apenas de opresso declarada, mas também de relacionamentos desiguais, insidiosos, que ppecmeavam todas as facetas da confrontacio cultural. Na verdade, este confronto incluia relagdes de poder locais nas terras ocupadas pelos brancos. Enquanto este relaciona- ‘mento, em muitos casos, era temperado, 4 nivel individual, por um desejo genuino de compreensio amigével entre os povos, ‘em termos humanos estas intengdes fo- ram inevitavelmente confrontadas pelas di- ficuldades intelectuais de um tal empreendimento e o relacionamento desigual foi sustentado através de um conhecimento controlador que se apropriava da “realidade” das outras culturas na estrutura organizada. A fotografi, de muitas formas, simbolizava este relacionamento. Elz representava a superioridade tecnol6gica su- bordinada ao delineamento € controle do mundo fisico, fosse através de levantamen- tos de fronteiras e projetos de engenharia para exploragzo de recursos naturais, ou da descricio e classificacao da populacto (Bir- +e] 1981; Monti 1987; Falconer 1990), © surgimento da antropologia cientifi- 2 foi um episodio coincidente e relacio- nado 2 estes processes, pois fol através da antropologia que o poder do conheci- mento foi transformado em uma “verda- de" racionalizada e observada. Fundamen- tals para nossa preocupacio aqui sto as nogdes de raca, porque estas sio comuns tanto 2 justificativa e racionalizacao da dominacao colonial quanto ao estudo cten- tifco da antropologia que, por sua ve2, conferiu peso de verdade cientfica as hi- péteses de cariter racial. © modelo inte- lectual dominante durante © periodo era © evolucionismo, o qual abracava idéias como progresso, regressio, recapitulagao e sobrevivéncia “arcaica”. Primordial para estes modelos era a crenga no relaciona- mento inirinseco entre a natureza biold- gica € fisica do homem e sua natureza cultural, moral e intelectual. Assim, a cul- tura era vista como sendo biologicamente determinada. As ragas no européias, que pareciam menos dotadas tecnologicamen- te, foram interpretadas como representan do a “infancia da humanidade’, fase pela qual c homem europeu havia passado em seus periodos pré-hist6rico e proto-hist- rico, em uma progressao linear em dire- cdo a civilizacdo. Através destas teorias, a cléncia era vista como avalista das rela- ‘goes de poder e das estruturas sociais exis- lentes €, 20 mesmo tempo, oferecia 20 hhomem branco a resposta para sua pro- pria hist6ria (Gould 1981; Kennedy 1976) A antropologia, apesar de sua natureza cclética nos primeiros anos, tomou gran- de parte dos seus métodos das ciéncias biologicas, dando énfase 2 observacko, & classificacio € a0 registro, Sobre isto cons- ‘ruiv-se uma estrutura s6lida para 0 co- nhecimento positivo, cientfico e empi 0. Os fatos observados, a saber, o que era concedide come “verdade", exam cvi- dadosamente construidos, Na Gra-Breta- nha, o pequeno livro da Associagao Briti- nica para o Progresso da Ciéncia, Noles and Queries on Antbropology (que teve seis edigdes entre 1874 e 1951), construiu uma visio antropolégica de mundo, mol- Gada por preocupacoes disciplinares que, por sua vez, deram forma a representacao ; } da coltura (Stocking 1987; Tomas 1987; Edwards 1989; Coote 1987; Uy 1972) Isio tem implicagdes importantes para a fotografia antropoldgica, pois determinou, ‘em grande parte, o que era fotografado €, portanto, que fragmentos eram criados, estabelecendo, assim, quais 0s “fates”, in- tencionalmente registrados, que se torna- ram dados hist6ricos. No final do século XIX, os modelos mais rigidos do pensamento evolucion’- rio comecaram a se dissolver sob a luz das mudangas no pensamento cientifico Houve um movimento geral em direcao 4 ‘uma visto mais relativista da cultura e aos primérdios da observagio antropol6gica extensiva, em trabalhos como os de Boas nos Estados Unidos, Spencer na Australia, € Rivers e Seligman na Gra-Bretanha.’ Contudo, as hipéteses culturais de su- perioridade sacial, cultural € moral foram completamente absorvidas perpetuadas pelas estruturas socials € politicas européias e continvaram como um poderoso sistema de apoio as relacdes coloniais ¢ a0 pensamento antropolégico (Stepan 1982; Stocking 1987; MacKenzie 1984, 1986) A histéria e 0 momento Sotografico Muitas andlises de fotografias hist6ri- cas concentraram-se sobre a fotografia enquanto documento, como revela a pes- quisa de Scherer! Ao se usar fotografias fem antropologia, tenta-se interpretar di- ferencas culturais através do manejo da tecnologia (objetos da cultura material) da cultura interpretadora, Este paradoxo, Area tote naturalmente, no € de modo algum exclu- sividade da criagao e aplicacao da fotogra- fia e o problema, no que se refere & pratica tnogrifica mais ampla, tem sido muito discutido nos diltimos anos (por exemplo, Clifford 1983; Marcus € Fischer 1986). A fotografia se torna sedutora por sua capacidade de ser direta€ por sua realidade aparente. © problema é, na sva esséncia, mais hist6rico ¢ ideoldgico do que fotogré- fico ou foto-histérico, pois as Fotografias nunca sto simplesmente evidéncia. Elas sto histricas em si mesmas (Tagge, 1988:65), € a complexidade dos contexsos de percep- ‘Go da “realidade’, enquanto manifestada na criagio de imagens, cruza-se com a comple- sxidade da natureza da fotografia em si, de vrias formas. A circunscricao cultural que possibilitow uma imagem, determinou va- lidou © momento fotogréfico expressa ac ‘menos uma *parcialidade” cultural, um conceito sobre o que ¢ “fotografavel (Bourdieu 1965; Clifford e Marcus 1986:6).~ Por um lado, a subordinagzo @ uma atitu- de coletivista de controle social € disci plinar jf foi discutida (Tagg 1988: Tomas 1987; Bourdieu 1965). Todavia, as cicuns- ancias, a visio e intencao pessoais esto ppresentes no interior desta estrutura geral ¢ eristem sob forma de um relacionamen- to reflexivo com estruturas culturais mais amplas (Carr 1987:32-5; Lloyd 1986:280- 4). Como os casos estudados neste voly- ‘me revelam, particularmente o ensaio de ‘Tayler (Very loveable human beings’ The Photography of Everard im Thurns), 0 de Hocking sobre Rivers € Macintyre ( The Yellow Bough: Rivers's Use of Photogra- phy in The Todas), o de MacKenzie so- bre trés fot6grafos na Nova Guiné ( Focal Lenght as an Analogue of Cultural Distan- ce), as resposias individuais na cragao de 7 pd + agi este setae longa Sinemet ‘ghar aus ee ‘a tomgaie roe sin ‘ta togata ‘act or es imagers dferem entre siconsseravelnente, $9 mesmo tempoem que ninguém discorda sero hak ido ur procito de sua cultura, ©€I1PFERO de uma visio: excessivament® coletivista no onsegue se acomodara dversiade infin do registro fotograco. Fundamental para a natureza da foto: guafiae de seus demas intexpretavos é eeu deslocamento constante do tempo «do espace. Sontag, comparando 2 foto” frafia com o filme, enfatiza o seguinte: Dima fotografia estdtca, 2 qual permite que nos demoremos sobre um ginko Me” Mento 0 tempo que desejarmos, contra: diza propria esséncia do filme, da mesms forma que um conjunto de fotografias que congelam instantes de uma vida ov Soci dade coniradiz sua esséncia, que € Pro” tesso, um fluxo no tempo. © tmundo fo- toprafado encontra-se na mesma relag2? eetameate inexata com o mundo real, Go mesmo modo que @ fotografia estitica esti para o filme” (197881). A forga ¢ @ fraglidade da fotografia estao contidas este paradoxo. A forografia, pela pro- prin natureza, € *do" passado, Contudo, também é do presente. Fla preserva um fragmento do passado que € transportado com apacente totalidade para o presente © cli e entho” transforma-se no “aqui © agora" (Barthes 1977:44).Os proprios me Giatismo € realismo da fotografia diferce- tdamena de todos 05 outros mecanismes faravés dos quals temos acesso 20 Passi: Go. Como afisma Barthes, © que 2 folo- gratia reproduz 2 infinidade ororreu ae fas uma vez: “2 fotografia repete meca- rricamente © que jamais poderis ser TEP tido existencialmente” (19844). A repet cao do tempo aprisionado tem muta for Ge, pois permite a0 espectador emorar se, maginar ov analisar de uma forma que tio seria pessive] nofluxo natural do tem po! Poderia-se também argumentar nes fas paginas que 2 fotografia perpetus © passado de um modo insidioso, negando Pempo, apresentando uma visio de inf nitude temporal, wm “presente etnogrifi fot e, como tal, transforma-se em oulra Tpanifestaczo do discurso atemporal da antropologia (Fabian 1983). Intimamente relacionado ao deslocs mento temporal em um contexto fotogré- fico esi o deslocamento espacial. Na cri) sgio de wma imagem, 2 tecnologia foto fpifica dé forms a0 mondo. © Angulo da Bimera, a capacidade das lentes, @ tipo de filme ¢ 0 memento de exposicio sco” \hido determinam ¢ woldam ainda mis 0 momento. Exposizo € um termo rele- vrante, pois wransmnne nao sO um significa do wenico, mas descreve também aquele momento “exposio” 20 escratinio da his- Téria. A fotografia contém e restringe den” tro de suas propeias fronteiras, excluindo todo o mais, um andloge microcosmico do enquadramento do espaco, o qual € co” ftheciments (Szarkowski 1966; Ardener 1989.23). Come tal, ela torna-se uma raetifora do poder, tendo a capacidade de descontestualizar © sé apropriar do tem po ¢ do espazo e daqueles que exisiem | dentro dele. A fotografia isola um Gnico incidente da hiséria. Ela pode tornar © invisivel visivel, o despercebido percebi do, 0 complexo aparentemente simples dcice-versa (para um exemplo, ver Poig: ~ fant 1989). A fotografia auxiliou © Pro: | fecso de teatar absiragbes como objetos, Tateriais, na medida em que as criagbes) ‘dz mente tornaram-se realidades concretas; Gheersadas,regisradas no olho mecinico de camera, Atravésda fotografia, por exemplo, fo “tipo’, a esséncia abstrata da variagao ‘mana, foi percebido como sendo uma realidade observavel (Edwards, 1990). © detalhe inevitavel criado pelo fot6grafo transforma-se em um simbolo para 0 todo snduz oespecadora admit o especiico como generalidade, tornando-se um emblema de verdades mais vastas,"' sob 0 risco de esereotipar e deturpar. Contudo, apesar destes deslocamentos, a autoridade inegivel da fotografia est baseada ‘em sua presenca temporal efisica, Ela estava lg. A fotografia confirma a presenca € @ ebservacio do fotbgrafo e a “verdade’ do seu selato, Como tal, uma fotografia é um andlogo

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