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JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. DIREITO DA CRIANGA E DO ADOLESCENTE |. Constituigéo Federal de 1988 ~infancia e juventude Il, Normativa internacional atinente & infénciae juventude.. II. ECA e legislagdo complementar. IV. Prinelpios e definigdes gerais do estatutoda crianga e do adolescente. V. Dos direitos fundamentais da crianga e do adolescente. Vi. Da famfia natural, familia substtuta, poder familar, uarda, adocéo e tutela, Wil. Da prevencéo, Vil. Da politice de atendimento. IX. Das medidas de protecdo e das medidas pertinentes a pais e responsaveb. X.Da prética de atos infracionais XI, Do conselho tutelar. XIl Do acessoa justica Xill. Dos crimes e das infragées administrativas, o2 o2 02 os 04 09 2 a 26 30 37 39 43 & Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. DIREITO DA CRIANCA E DO ADOLESCENTE L CONSTITUIGAO FEDERAL DE 1988 INFANCIA E JUVENTUDE, A Constituigiio da Repiblica de 1988, em seu titulo VIII, capitulo VIL, instituin especial referéncia a protegio da erianga e do adolescente. Com as alteragdes da . © artigo 227 determina que “é dever da familia, da sociedade e do Estado assegurar & crianga, a0 adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, 0 diveito a vida, a sabde, & alimentagde, & educagio, a0 lazer, 8 profissionalizagdo, a cultura, a dignidade, ao respeito, & liberdade e & convivéncia familiar ¢ comunitaria, além de colocé-los a salvo de toda forma de negligéncia, discriminago, exploragio, violéncia, erueldade e opressdo' la Constitucional n° 65, Em trés artigos (227, 228 © 229), dispde regras gerais e direitos prioritirios que devem ser assegurados s criangas, jovens e adolescentes. S3o regras que dispdem sobre @ proterao (previdencidria ¢ trabalhista), educagdo, desenvolvimento e garantias dos menores. Cuida-se de regras programticas, de eficicia contida e imediata, cuja aplicagdo deve ser feita em consonincia com 0 isposto no Estatuto da Crianga e do Adolescente IL NORMATIVA INTERNACIONAL ATINENTE A INFANCIA E JUVENTUDE A Convengio de Genebra, de 1924 ¢o instituto que possui aa primeira previséo normativa no sentido de se proporcionar uma protegio especial as criangas ‘Na Declaragiio Universal de Direitos Humanos das ages Unidas, de 1948, temos re evocagio do "direito a cuidados e assisténcia especiais" da populagio infanto-javenil Contudo, somente a partir da Convengio da ONU sobre os Direitos das Criengas (de 20/11/1989, assinada pelo Brasil em 26/01/90 e aprovada pelo Decreto Legislativo n° 28, de 1409/90) que se deu mais visibilidade s criauyas, enquanto sujeitos de direito carentes de proteeao especial, que no mais eram vistas como mera extensiio da familia, mas como pessoas iguais aos adultos, tendo direitos proprios, oponiveis, inelusive, aos de seus pais Ba partir dessa nova concepgao, de igual dignidade e respeito, mas de peculiar necessidade de protegio, tendo em vista o estigio de desenvolvimento da crianga e do adolescente, que se desenvolve toda a doutsina da protegio infanto-juvenil, baseada na idéia de protepdo integral IIL ECA E A LEGISLAGAO COMPLEMENTAR, A Lei Federal 8.069190, denominada de Hstatuto da Crianga e do Adolescente, substituin antigo Codigo de Menores (Lei n° 6 697/79), dando novo tratamento aos pequenos, que passaram a ser dividides em criangas, pessoas com idade até 12 anos incompletos, e adolescentes, as que, tendo mais de 12 anos, ainda nao completaram 18. | y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. © Hstatuto, na esteira da Constituigao da Repiiblica de 1988, adotou a teoria da proteyao intogral prevista nas ConvengSes Internacionais, estando a clas adequadas, na medida em que reconheceu, amparado em dados bioldgicos, psicoldgicos ¢ sociais, a infieia como uma fase ‘specifica da vida humana ¢ a condigo peculiar da erianga como pessoa em desenvolvimento, ainda ndo apta a se auto determmar e manter, sustentando a impresemdibilidade de se assegurar a essa populagio cuidados e protegio especiais, Como norma @ complementar o Estatuto da Crianga e do adolescente fazemos referéncia a lei n° 12594/2012 que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativ (Sinase) © regulamenta a execugio das medidas socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato infacional. Entende-se por Sinase o conjunto ordenado de principios,regras eeritéios que envolvem a execugio de medidas socioeducativas, incluindo-se nel, por adeséo, os sistemas estaduns,distrital © rmunivipais, Dem como todos os planos, politcas © programas especificos de atendimento a adolescents em conflito com a lei Entendem-se por programa de atendimento organizagéo © 0 funcionamento, por unidade, das condigSes necessérias para o cumprimento das medidas socioeducativas, Hntende-re por unidade a base fisica necessaria para a organizagio e o funcionamento de programa de atendimento, Entendem-se por entidade de atendimento a pessoa juridica de direito ppblico ou privado que instala © mantém a unidade © os recursos humanos e materiis necessarios 20 desenvolvimento de programas de atendimento. IV. PRINCIPIOS E DEFINICOES GERAIS DO ESTATUTO DA CRIANCA E DO ADOLESCENTE © objetivo maior do Estatuto da Crianga e do adolescente é a protegio integral & crianga e a0 adolescente, Considera-se erianga a pessoa até doze anos de idade incompletos Considera-se adolescente a pessoa entre doze e devaito anos de idade Toda crianga e adolescente gozam de todos os direitos fandamentais inerentes a pessoa Inumana sendo assegurado a clas todas as oportunidades ¢ ficilidades a fim de thes ficultar © desenvolvimento fisico, mental, moral, espirtual e social, em condigées de liberdade e de dignidade B dever da familia, da commidade, da sociedade em geral e do poder piblico assegurar, com absoluta priocidade, a eftivagdo dos direitos refeentes a vido sade, a alimentagao, & educagao, 20 sports, a0 lazer, protissionalizagio, a cultura, a dignidade, ao respeio, & liberdade e convivéncia familiar comunitiria das riangas dos adolescenten ‘A garantia de prioridade compreende: 2) primazia de receber protegéo e socorro em quaisquer circunstizicias, ) precedéncia de atendimento nos servigos piblicos ou de relevancia publica, ©) preferéncia na formulagdo e na execusao das politicas sociais piblicas, 4) destmagao privilegisda de recursos piiblicos nas reas relacionadas com a proteyio a infincia e & juventude. Nenhume erianga ou adolescente serd objeto de qualquer forma de negligéncia, diseriminagdo, explorapdo, violéncia, crueldade e opressao Na interpretagio do Hstatuto da Crianga e do Adolescente seri levado em conta os fins sociais a que ela se ditige, as exigéncias do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, ¢ a condiso peculiar da crianga e do adolescente como pessoas em desenvolvimento, : y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Y. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANCA EDO ADOLESCENTE 1, DO DIREITO A VIDA EA SAUDE CO artigo 7° dispse sobre a necessidade de mecanismos para aniquilar ou reduzw drasticamente © espectro da fome, da pobreza e da injustiga social, através de politicas piblicas. Essas politicas sociais so de incumbéncia do Poder Executivo, que deve reservar parte de seu orgamento para a consecugio desses objetivos (art. 227, §1°, Ida CF). A omissio do Poder Piblico no desenvolvimento dessas politicas, ou de quaisquer outras devidas positivamente pelo Estado, pode ser sanada por meio de ago civil piblica, conforme prevé 0 artigo 201, V do ECA. Titulo I Dos Direitos Fundamentals Capitulo Do Direite a Vidae a Satide Ait 7* A ctianga e 0 adolescents tém direito a protecdo a vida e @ sade, mediante a efetivacao de poltcas sociais publicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento ‘sadio e harmonioso, em condirdes dignas de existéncia Dispdem os artigos 8° a 10 sobre a protegio da erianga através do cuidado a gestante, © artigo 8° € coroliri das disposigSes constitucionais referentes @ ordem social, mais precisamente da seguridade social, pois trata do Sistema Unico de Saide e sua fungao de atendimento integral, com prioridade para atividades preventivas, sem prejuizo dos servigos assistenciais, Att_ 8° € assegurado a gestante, através do Sistema Unico de Satide, o atendimento pré & perinatal '§ 1° A gestante sera encaminhada aos diferentes niveis de atendimento, segundo critérios médicos especifcos, obedecendo-se aos plincipios de regionalzagao e hierarquizagao do Sistema '§ 2° A parturiente sera atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou ha fase pre-natal '§ 3° Incumbe a0 poder pilblico propiciar apoio alimentar a gestante e & nutiz que dele ecessitem, '§ 42 Incumbe ao poder puiblico proporcionar assisténcia psicolégica a gestante © & mae, no Periodo pré e pos-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as corsequéncias do ‘estado puerperal. (Incluido pela Lei n* 12.010, de 2009) Vigéncia '§ 5! A assisténcia referida no § 4° deste arigo devera ser também prestada a gestantes ou des que manfestem interesse em entregar sous fihos para adacao. (Include pela Lei n? 12.010) de 2009) Vigéncia 0 direito de amamentagéo é garantia const icional. A medida privativa de iberdade, seja ela de reclusdo, detenio, prisdo simples, ou mesmo a medida socioeducativa de internago, no pode implicar na privagio da crianga de adequadas condiySes a0 aleitamento materno. O remédio processiial adequado é o Mandado de Seguranga Ait 9° © poder public, as instituigdes e os empregadores propiciardo condigSes adequadas 0 aleitamento materno, inclusive aos filhos de maes submetidas a medida privata de liberdade, : % Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. © artigo 10 demonstra nao s6 a preocupagéo com a vida © a satde da crianga, m: aspectos de registro das atividades desempenhadas pelos estabelecimentos de atengio a saiide de gestantes A obrigatoriedade da manutengio de prontuarios ¢ medida de suma importineia na identificagéo de menores, principalmente os socialmente vulnerdveis, O desrespeito a essas disposiges implica no delite previsto no artigo 228 do ECA. © inciso II toma obrigatéria a identificag4o do neonato, com o escopo de se evitar a troca de bebés. © inciso HII menciona a obrigatoriedade de testes visundo ao diagnéstico e terapéutica de anormalidades, como o famigerado teste do “pezinho” © imeiso IV dispSe sobre o documento habil para a lavratura do assento de nascimento, servindo, ou ‘crianga e da mae, como forma de auxiliar no seu regular desenvolvimento. ‘ossim, como fomte para o acompanhamento médico, © V sobre o alojamento conjunto da Ait_10, Os hospitais e demais estabelecimentos de atengdo a salide de gestantes, plblicos & partculares, sao obrigados a |= manter tegistto das atividades desenvolvidas, através de prontudrios individuais, pelo prazo de dezoto anos, Il identificar o recém-nascido mediante o registto de sua impressdo plantar e digtal e da impresséo digital da mae, sem prejuizo de oubtas formas normatizadas pela autoridade adminstrativa competente; Ill = proceder a exames visando ao diagnéstico @ terapéutica de anormalidades no metabolismo do recem-nascido, bem como prestar orientagdo aos pais IV - fomecer declaracao de nascimento onde constem necessariamente as intercorréncias do parto e do desenvolvimento do neonato V-manter alojamento conjunto, possibiltardo ao neonato a permanéncia junto a mae. © artigo 1 também diz com o atendimento integral a saiide da crianga e do adolescente, por meio do Sistema Unico de Saiide, Prevé atendimento especializado a crianga portadora de deficiéneia, jf previa a Constituigio da Repiiblica no art, 227, §1°, II, e © fomecimento gratuito de medicamentos, préteses © outros recursos relativos ao tralamento da erianga ou adolescente. No mesmo sentido dispée 0 art 14 do Estatuto, Att 11. E assegurado, atendimento integral sade da ctianga © do adolescents. por intermédo do Sistema Unico de Saude, garantdo o acesso unversal e igualitario as acdes ‘servigos para promogao, protecao e recuperagao da saide, § 1" A ctianga e 0 adolescente pottadores de deficiéncia receberdo atendimento ‘especializado, '§ 2° Incumbe ae poder pliblico fornecer gratuitamente aqueles que _necessitarem os edicamentos, proteses © outos recursos relativos ao tratamento, habiltagao ou reabiltacao. Ait 14. Sistema Unico de Salide promovera programas de assisténcia médica e ‘odontolégica para a prevengao das enfermidades que ordinarlamente afetam a populacdo infantil, e campanhas de educagao sanitaria para pais, educadores e alunos. Pardgrafo inico. E obrigatéria a vacinagdo das criancas nos casos recomendados pelas autoridades santarias, Para efeito do disposto no artigo 12, considera-se responsivel a pessoa que, niio sendo pai zela pela ctiagéo ¢ educagéo do menor, suprindo-Ihe, com regularidade, suas necessidades bbasicas, mesmo que no tenha assumido em juizo tal encargo. Nessa interprelagio, ineluem-se no 36 ‘o tutor © o curador, mas também o guardito de fato Att. 12. Os estabelecimentos de atendimento a satide deverdo proporcionar condigées para a permanéneia em tempo intagral de um des pals ou responsavel, nos casos de Intemagao de ‘rianga ou adolescente : y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. A existéncia de qualquer suspeita de maus tratos deve ser imediatamente comunicada a0 ‘Conselho ao Tutelar da respectiva localidade. A comunicagao pode advir de qualquer pessoa ‘ou entdade, entretanto, esto obrigadas a efetuar a comunicacao, as pessoas previstas no art. 245 do ECA: medico, professor ou responsavel por estabelecimento de atengao a sade fe de ensino fundamental, pré-escola ou creche, A inexisténcia de conselno tutelar, forte no aft. 262 do ECA, implica no fato de que a ‘comunicagdo deva ser direcionada 4 autoridade judicidria competente Att_13. Os casos de suspeita ou confrmagao de maus-tratos contra crianga ou adolescente ‘sero obrigatoramente comunicados a0 Conselho Tutelar da respectva localidade, sem Prejuizo de outras providéncias legais. Paragrafo Unico. As gestantes ou mes que manifestem interesse em entregar seus filhos para adocdo sero obrigatoriamente encaminnadas 4 Justa da Infancia e da Jwentude incluido pela Lei n® 12.070, de 2009) Vigéneia 2. DO DIREITO A LIBERDADE, AO RESPEITO E A DIGNIDADE, © capitulo I do Bstatuto da Crianga e da Adolescente traz, em rol nfo extensive, diteitos relatives a liberdade, ao respeito © a dignidade. Trata-se, em verdade, de repercussio dos direitos & arantias fundamentais previstos na Constituigao da Reptblica Capitulo I Do Direito & Liberdade, ao Respeito e Dignidade Att. 15. A crianca e 0 adolescente tém ditelto a liberdade, ao respeito @ a dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeltos de difeltos evs, humanos e sociais garantides na Constituicdo e nas leis, © duvito a liberdade compreende o diveito de no ser privado da mesma senio em flagrante de ato delitivo ou por ordem escrita e fandamentada do juiz (art. 106). Compreende, segundo previsio do antigo 16, os seguintes direitos, em rol meramente exemphificativo Att. 16, O diteito a liberdade compreende os seguintes aspectos: | i, vir @ estar nos logradouros publicos e espacos comuritanios, ressalvadas as restrigSes legais; Il opiniao e expresso; IIl-crenga e culto reigioso; IV - brincar, praticar esportes e diverti-se, \V- pattic/par da vida familiar e comunitéria, sem discriminagao; VI- participar da vida politica, na forma da li Vil - buscar refugio, auxilio e orientacao. Os direitos ao respeito © a dignidade visam assegurar direitos basicos referentes a integridade fisica, psiquica e moral da erianga e do adolescente. A preservago da imagem, por exemplo, se dé na hipatese de proibigao de fotografias de adolescentes apreendides por atos infiacionais. Att 17. 0 direito a0 respeito consiste na inviolabllidade da integridade fisica, psiquica e moral da crianga e do adolescente, abrangendo a preservacao da imagem, da identidade, da ‘autonomia, dos valores, idéias e crencas, dos espacos e abjetos pessoais. Ait. 18. E dever de todos velar pela dignidade da crianga e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, vioiento, aterrorizante, vexatorio ou constrangedor , y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. 3. DODIREITO A EDUCACAO, A CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZE Além dos direitos supra mencionados, dispoe garantias fandamentais das eriangas ¢ adolescentes: ia 0 Estatuto sobre os seguintes direitos e Capitulo IV Do Direito & Educacéo, a Cultura, ao Esporte e ao Lazer Att §3.A crianga e o adolescents tm direito a educagdo, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercicio da cidadania e qualificagdo para o trabalho, assegurando-se thes: | -igualdade de condicdes para o acesso e permanéncia na escola Il- direito de ser respeitado por seus educadores: Ill - direito de contestar ctitérios avaliativos, podendo recorrer as instancias escolares IV - direito de organizacao e partcipacao em entidades estudantis; V-acesso a escola piiblica e gratuita proxima de sua residéncia. Paragrafo tinico, E diteito dos pais ou responsaveis ter ciéncia do processo pedagagico, bem ‘como paiticipar da defnigao das propostas educacionais, Att 54. dever do Estado assegurar a crianca e ao adolescente: 1s ensino fundamental, obrigatério e gratuit, inclusive para os que a ele no tiveram acesso na idade propria, Il- progressiva extensdo da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio, IIl- atendimento educacional especializado aos portadores de defciéncia, preferencialmente nna rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola as criangas de zero a seis anos de idade: V- acesso aos niveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da ctiacdo aristica, segundo a capacidade de cada um, VI- oferta de ensina notume regular, adequado as condigdes do adolesconte trabalhador, Vil - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didatico-escolar, transporte, alimentagao e assistancia a saide. '§ 1" Oacesso ao ensino obvigataro e gratuite ¢ direto publico subjetivo § 2" O nao oferecmento do ensino obrigatorio pelo poder pilblico ou sua oferta irregular importa responsabildade da autoridade competent. '§ 3° Compete a0 poder piblico recensear os educandos no ensino fundamental, fazershes a ‘chamada e zelar, junto aos pais ou responsdvel, pela freqéncia a escola ‘Att. §5. Os pais ou responsavel tim a obrigagdo de matricular seus fihos ou pupilos na rede regular de ensino. Att. 58. Os dingentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarao ao Conselho Tutelaros casos de | - maus-tratos envolvendo seus alunos: Il- reiteracdo de faltas injusticadas @ de evasdo escolar, esgotados os recursos escolares; IIl- elevados niveis de repeténcia, Att_S7. O poder publico estimulara pesquisas, experéncias @ novas propostas relativas a ‘alendario, seriarao, curticulo, metodologia, didatica @ avaliagao, com vistas a insercao de cchiangas e adolescentes excluidos do ensino fundamental obrigatotio, Att_§8. No proceso educacional respeitar-se-do os valores cutturals, artisticos e histéricos, proprios de contexte social da crianga © do adalescente, garantindo-se'a estes a liberdade da : y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Ait 59. Os municipios, com apoio dos estados © da Unido, estimulatdo e faciltardo a destinagdo de recursos © espacos para programagées culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infancia e a juventude. 4. DIREITO A PROFISSIONALIZACAO E A PROTECAO NO TRABALHO, Capitulo V Do Direito & Profissionalizacao @ & Protecao no Trabalho Att 80. E proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condigao de aprendiz. (Vide Constituigao Federal) Att. 61. A protego ao trabalho dos adolescentes ¢ regulada por legislaco especial, sem Prejuizo do disposto nesta Lei Ait. 82. Considera-se aprendizagem a formacdo técnico-profissional ministrada segundo as ditetizes e bases da legisiagao de educagao em vigor. At 63, A formagao técnico-profissional obedecerd aos seguintes principios: | -garanta de acesso e freatiéncia obrigatoria ao ensino regular, Il -atividade compativel com o desenvohimento do adolescente Ill -horario especial para o exercicio das atvidades. At 64, Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem, Ait. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, so assegurados 05 direitos trabalhistas e previdenciarios, At 66, Ao adolescente portador de defciéncia & assegurado trabalho protegida [Ait 67, Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola ‘tecnica, assistdo em entidade govemamental ou ndo-govemamental, é vedado trabalho | -noturmo, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; Il perigoso, insalubre ou penoso; IIl-tealizado om locals prejudiciais & sua formagao © ao seu desenvolimento fisico, psiquico, moral e social IV - realizado em horatios e locals que ndo permitam a freqlancia a escola Att. 68. 0 programa social que tenha por base o trabalho educative, sob responsabilidade de fentidade govemamental ou ndo-governamental sem fins lucrativos, devera assegurar ao adolescente que dele participe condicdes de capacitagao para o exercicio de atividade regular remunerada '§ 1° Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigénclas pedagdgicas Felativas a0 desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo, '§ 2° A remuneragao que 0 adolescente recebe pelo trabalho efetiado ou a patticipagéo na Venda dos produtos de seu trabalho nao desfigura o carter educative, Att. 69. O adolescente tem diteito & profissionalzagdo e protegao no trabalho, observados (0s seguintes aspectos, entre outros: | respeito a condic&o peculiar de pessoa em desenvoWimento; Il - capacitagao profissional adequada a0 mercado de trabalho. : y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. VL DA FAMILIA NATURAL, DA FAMILIA SUBSTITUTA, DO PODER FAMILIAR, GUARDA, ADOCAO E TUTELA 1, DA FAMILIA NATURAL Entende-se por familia natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles ¢ seus descendentes, Abrange a familia constituida por casamento civil, relagio estivel e a mono parental (formada por qualquer dos genitores e seus filhos). Base muicleo familiar € 0 que possui prioridade para manutengio da erianga e do adolescent, Entende-se por familia extensa ou ampliada toda aquele que sendo parente possti vineulo de afinidade ou afetividade, Bxemplo: avés, tios, primos: Att. 25. Entende-se por familia natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles & ‘seus descendentes. (Vide Lein* 12.010. de 2009) Vigéneia Paragrafo Unico. Entende-se por familia extensa ou ampliada aquela que se estende para ‘além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes proximos com os ‘quais a crianca ou adolescente convive e mantém vinculos de afinidade e afetvidade. Incluido pela Lei n® 12.010 de 2009) Vigéneia 2. DO RECONHECIMENTO DE FILHOS Dispéem os artigos 26 e 27 do ECA sobre o reconhecimento de filhos. © escopo ¢ facilité-l, a0 maximo, principalmente para 0 pai Admitem-se diversas formas de reconhecimento: no proprio temo de nascimento, por testamento, mediante escritura on escrito particular, a ser arquivado em cartério, ou ainda por manifestagdo expressa ¢ direta perante o Juiz, amda que 0 reconhecimento nio haja sido objeto principal au tinico do ato que o coutém (art. 1° da Lei 8560/92) Pode se feito anteriormente ao nascimento do filho, ou posteriormente a seu falecimento, se este deixou descendente (art. 26, finico do HCA e art, 1.608, §iinico do CC} © direito ago de mvestigagéo de paternidade & personalissimo (38 podendo ser exercido pelo filho, representado ou assistido), indisponivel (no se pode renuncii-lo), impreseritivel (pode ser exercido a qualquer momento) ¢ irrevogavel (no se pode desistir de reconhecimento ja realizado) =) BS; o filho maior nfo pode ser reconhecido sem o seu consentimento STeleeane soda aera Tol soe amcastooFensTaTaa Seguro f taprladr oe emancparie (at Téld to CC) Ino pa Searfof conaecaet foods ch ara oh afer Sorcanad not bens dese Stes OBS 2: senpto eqcel ty promgSer 0 a queio de (eonda Stulogssheterdega previ no igo Corl OBS 3:0 dredo 4 iwergnedo de patemidade nfo pode ser niiado por herdeios, mas uma vez comegado pelo filho, aqueles tém pasa vee eoasgiy seas OBS 4 O Minuto Piblico pon legitinidade ava pars propsiura da agao de investigagao (art. 2°, §4° da Lei 8 560/92). ‘Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Att 26. Os filhos havidos fora do casamento podetdo ser reconhecidos pelos pais, conjunta ‘ou separadamente, no proprio termo de nascimento, por testamento, mediante escrtura ou ‘outro documento piblico, qualquer que seja a origem da filacao. Pardgrafo unico. © reconhecimento pode preceder 0 nascimento do filho ou suceder-ne ao falecimento, se deixar descendentes, Ait 27. O teconhecimento do estado de filagdo direito personalissimo, indisponivel © imprescritvel, podendo ser exercitado conta os pals ou seus herdeitos, sem qualquer restrigdo, observado 0 Segredo de Justica 3. DAFAMILIA SUBSTITUTA Familia substituta no implica, necessariamente, em adogio: trata-se de previsio sui generis do Batatuto da Crianga e do Adolescente. Ocorre quando nenhum dos pais tem a minima condigao de criar a crianga. Note-se que, conforme se referiu alhures, niio se trata de condigSes ideais para 0 desenvolvimento do menor, mas de existir condigSes minimas de vida, saiide e desenvolvimento, OBCA apresenta dois eritérios para detinir qual a melhor familia substituta para o menor: a) grau de parentesco: os parentes proximos afastam os parentes longinquos; b) grau de afinidade e afetividade: na impossibilidade dos supra referidos, deve-se acolher @ familia com maior afinidade ow afetividade com a erianga. A colocagio em familia substituta pode se dar por trés formas: a guarda, a tulela e a adogdo. A colocagao em familia substituta estrangeira, entretanto, ¢ excepeional, e s6 é admissivel em caso de adogao E importante se destacar que a colocagdo do menor em familia substituta depende de interessado que se apresente com tal intengdo, Caso no haja, © menor ir para um instituto de assisténcia social, O responsivel legal, contudo, ao assumir a guarda ou tutela, deveri prestar compromisso, visando ter ciéncia da responsabilidade assumida. No que tange a esta, vide a diseiplina dda responsabilidade civil, especialmente o disposto no artigo 932, II de CC. Sega Il Da Familia Substtuta Subserao! Disposigdes Gerais [Art 28. A colocagéo em familia substituta far-seé mediante guarda, tutela ou adocéo, independertemente da situagao juridia da crianga ou adolescente, nos termos desta Lei § 12 Sempre que possivel, a crianga ou 0 adolescente sera previamente ouvido por equipe interprofssional, respeitado seu estagio de desenvolvimento e grau de compreensdo sobre as implicagSes da medida, e tera sua opiniéo devidamente considerada. (Redacéo dada pela Lei 1! 42,010, 60 2008) Vigencia '§ 2 Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, sera necessario seu consertimento, colhide em audiéncia, (Redacao dada pela Lein* 12.010, de 2002) Vigéneia § 3° Na apreciacéo do pedido levar-se-d em conta o gra de parentesco © a relacéo de alinidade ou de afetvidade, a fim de evtar ou minorar as consequéncias decorrentes. da medida. (Incluido pela Lein® 12.010, de 2009) Vigéneia § 4 Os grupos de irmaos seréo colecads sob adocdo, tutela ou guarda da mesma familia substtuta, ressalvada a comprovada existéncia de fisco de abuso ou outa sitvagéo que justfique plenamente a excepcionalidade de solugéo diversa, procurando-se, em qualquer 10 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. ‘caso, evitar © rompimento defini 2009) Vigéncia '§ 5 A colocagdo da crianga ou adolescente em familia substituta sera precedida de sua preparacdo gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a servico da Justica da Infancia e da Juventude, preferencialmente com 0 apoio das técnicos responsaveis pela execugéo da politica municipal de garantia do direito a convivéncia familiar (ncluido pela Lein® 12.010 de 2009) Vigéneia '§ 6 Em se tatando de crianga ou adolescente indigena ou proveniente de comunidade femanescente de quiombo, @ ainda obrigatorio: (Incluldo pela Lei n* 12010, de 2009) Vigancia T-- que sejam consideradas @ respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes ¢ tradigGes, bem como suas instituigbes, desde que nao sejam incompativeis com os direitos fundamentas reconheckios por esta Lei e pela Consttuigéo Federal; (ncluido pela Lei n® 12.010, de 2009) Vigancia Tl - que a colocaco familiar ocomra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia, (Incluido pela Lei nt 12010. de 2009) Viganeia lil = a intervencao e oftva de representantes do éigao federal responsavel pela politca indigenista, no caso de criangas © adolescentes indigenas, e de antropélagos, perante a ‘equipe interprofissional ou muttidsciplinar que ira acompanhar o caso. (Incluido pela Lei n® 12.010, de 2009) Vigéncia fo dos vinculos fraterais,(Ineluido pela Lei n? 12.010, de Att 28. Nao se deferira colocacdo em familia substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou ndo ofereca ambiente familiar adequado. Ar. 30. A colocagéo em familia substituta no admit transferéncia da erianga ou adolescente a terceitos ou a entidades govemamentais ou ndo-govemamentais, sem autoriza¢ao judicial. Art 31. A colocacao em familia substtuta estrangeira constitui medida excepcional, somente. admissivel na modalidade de adogao. Art 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, 0 responsavel prestaré compromisso de bem fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos. 4. PODER FAMILIAR, © poder familiar & diteito e dever que os pais assumem sobre os filhos para que a familia esteja ajustada, buscando a convivéneia pacifica entre os seus membros. A sociedade em que vivemos prevé a igualdade entre at pessoas e isto se estende 4 autoridade dos pais. Sao poderes conteridos aos pais, sempre com a finalidade de proteger a crianga ou adolescente quanto aos perigos que possam vir a existz, bem como para a preparagio da vida A legislagio prevé ot eneargos relacionados aos bens dos menores, bem como casos de extingo do poder familiar. Ainda, os casos de suspenso do poder familiar, que tem cariter temporirio e depende de decisio judicial como a tucionais da dignidade da pessoa humana como aos prineipios do Bstatulo da Crianga © Adolescente de protesio integral © do melhor intereste para a erianga e adoleseente. perda definitiva deste poder, sempre em cumprimento aos prineipios const GUARDA A guarda, normalmente, é exereida pelo casal, porque é uma das atibuigées (¢ também uma das obrigagdes) decorrentes do Poder Familiar. Quando uma erianga vive na companhia dos pais, a guarda ¢ exercida dentro do exercicio do poder familias, Entretanto, ndo ¢ deste tipo de guarda que "1 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. tratam os artigos 33 a 35 do ECA, mas sim da guarda exercida por um terceiro, diferente dos genitores Sio ttés os tipos de guardas previstos no Estatuto: a provisdria, a permanente e a peculiar. A guarda proviséria (art 33, §1° do ECA) é a que se di em carter preciio, de forma liminar ou incidental, nos processos de tutela e adogdo (exceto adogdo por estrangeiros). A guarda permanente (att. 33, §2°, primeira parte, do ECA), destina-se a atender situagdes pecliares, onde no se logrou, formalmente, uma adogio of tutela, que séo mais benéficas ao menor 1 medida perene A guarda peculiar (art, 33, §2°, segunda parte do ECA), por sua vor, visa ao suprimento de uma falta eventual dos pais, permitindo que o guardifo represente 0 guardado em determinada situagao Todas as formas de guarda implicam no direito de ser dependente, forte no §3° do art, 33 do Estatuto. Dessa forma, o simples “termo de guarda” conferido permite incluir o menor como dependente de plano ou seguro de saide. Entretanto, a Lei 9.528197 afastou, por definitive, da condigdo de dependentes dos beneficios da Previdéneia Social, criangas ¢ adalescentes suibmetidos & ‘medida judicial de guarda. Da Guarda Ait 33. A quarda obriga a prestacdo de assisténcia material, moral e educacional a crianca ou adolescent, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. § 1° A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de ‘tutela © adogao, excelo no de adoca0 por cestrangeiros, '§ 2° Excepcionaimente, deferi-se-4 a guarda, fora dos casos de tutela © adogéo, para atender a sttuagées peculiares ou suprira falta eventual dos pais ou responsavel, podendo ‘ser deferido o direito de representagao para a pratica de atos determinados. '§ 3° A guarda confere a crianga ou adolescente a condigdo de dependent, para todos os fins 2 efeitos de direito, inclusive previdenciarios. '§ 4 Salvo expressa e fundamentada determinago em contario, da autoridade judiciaria Gompetente, ou quando a medida for aplicasa em preparacao para adocao, o deferimento da guarda de crianga ou adolescente a terceiros nao impede o exercicio do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que setdo objeto de tegulamentagao specifica, a pedide do interessado ou do Ministerio Publico, (incluido pela Lein’ 120%0. de 2008) Vigéneia ‘Att 34. © poder piblico estmulara, por meio de assisténcia juridica, incentvos fiscais © subsidios, © acolhimento, sob a forma de guarda, de crianga ou adolescente afastado do convivio familar. (Redacao dada pela Lei n* 12010 de 2000) Vigéncia '§ 1! A incluso da crianga ou adolescente em progiamas de acolhimento familiar tera Breferéncia a seu acolhimento insttucional, observado, em qualguer caso, carater temporano e excepcional da medida, nos termos desta Le. (incluldo pela Le: n* 12.010, de 2003) Vigencia § 2 Na hipdtese do § 1% deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de Acolhimento familiar podera receber a cfianga au adolescente mediante guarda, observado 0 isposto nos arts. 28.2 33 desta Lei, (Incluido pela Lei n’ 12,010, de 2009) ‘Att 36. A guarda poder ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, duvide o Ministério Publico, A quarda é sempre precaria, no sentido de que pode ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Publico, Essa precariedade ¢ que a diferencia da tutela 12 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. ou da adosio Entretanto, a alteragio da guarda ou seu cancelamento é medida que deve ser levada com extrema cautela, resguardando especificamente o interesse dos filhos, ¢ niio a pretensio do pai ou @ mae. Dessa forma, ainda que a genitora biologica venha a ter condigSes de recuperar a guarda do filho, tal ndo se dé imediatamente, devendo ser resguardados os interesses do menor. Dispée 0 art. 34, por fim, que constitu: obrigagio do Estado fornecer assisténcia juridica, visando 4 fucilitgdo dos meios de se pleitear a guarda, e incentives, visando o acolhimento, sob a forma de guarda, de crianga ou adolescente afastado do convivio familiar 6. TU LA. Até 05 18 anos, criangas e adolescentes nao dispe de plena capacidade civil. Em face dessa auséncia, ¢ necessério que outrem supra tal caréncia, assistindo ow representando © menor Normalmente, essa funglo 6 exercida pelos pais, protetores naturais Entretanto, deixando a crianga ou adolescente de estar sob 0 poder familiar dos genitores, & necessirio que alguém se responsabilize por ela. Neste caso, a representagio ¢ atribuida a uma terceira pessoa: o tutor, que ocupa o lugar juridico deixado pela auséneia da autoridade parental A tutela &, nos dizeres de Maria Berenice Dias, um miinus piblico concedido, de preferéneia, um parente ou até a um estranho, para zelar por uma pessoa menor de idade e administrar seus bens. Huma das formas de colocagio do menor em familia substituta de modo definitive, mas serve também para que os itmios ou avs possam ter a representagao legal do menor, j2 que @ lei, pela proximidade sanguinea, veda a adogio (art 42, § 1°) Dispée o artigo 36 que a tutela sera deferida, nos termos da lei civil. Dessa forma, no estudo dessa matéria, € imprescindivel que tenhamos presentes os conceitos e determinaySes explicitados na apostila de Direito Civil, no tépico referente 4 tatela (arts. 1728 @ 1766) Da Tutela At 36. A tutela sera deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoite) anos incompletos, (Redacdo dada pela Lei n* 12.010, de 2009) Vigéneia Paragrafo Unico O deferimento da tutela pressupde a prévia decretagdo da perda ou ‘suspensio do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda. (Expresso ‘substituida pela Lein’ 12.010, de 2009) Vigéncia [Att 87. © tutor nomeado por testamento ou qualquer documento auténtco, conforme provisto no paragrafo Unico do art. 1.729 da Lei n® 10,408, de 10 de janeito de 2002 - Cadigo Givi, devera, no prazo de 30 ftinta) dias apés a abertura da sucesséo, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, abservando 0 procedimento previste nos arts. 765 a 170 desta Lei, (Redacao dada pela Lein’ 12,010, de 2008) Vigéneia Paragrafo unico. Na apreciacao do pedido, serdo obseivados os requisites previstos nos arts 28 © 28 desta Lei, somente sendo deferida a tutela a pessoa indicada na disposigao de ima Vontade, se restar comprovado que a medida @ vantajosa a0 tutelando e que nao existe outra 13 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. pessoa em melhores condigées de assum'-la, (Redacdo dada pela Lein’ 12.010 de 2009) Vigéncia Ait 38, Aplica-se a destituigao da tutela 0 disposto no art. 24 7. ADOGAO [A adogio é um ato juidico em sentido esto, cuja elivécia esta condicionada @ chancela judicial Bla cria um vineulo fiticio de fiiagao, que & analogo ao que resulta da filigao biolégica A adogio no Brasil foi reformulada pela nova Lei de Adogao (Lei 12.010/2,009), Asnovas regras, em sintese, estio dispostas abaixo de forma direta, vejamos - Foi crindo o Cadastro Nacional de Adogao, o qual reine os dados das pessoas que querem adotar e das criangas ¢ adolescentes aptos para a adogio, de modo a impedir a "adogao direta" (em que o interessado ja comparece no Jnizado da lnfincia e Javentude com a pessoa que quer adotar), tambem cstabelece uma preparagio psicologica, de modo a exclarecer sobre o significado de uma adogio € promover a adoglo de pessoas que nio sio normalmente preferidas (mais velhas, com problemas de saiide, indjgenas, negras, pardas, e amarelas) - Traz o conceito de familia extensa (ou ampliada), pelo qual se deve esgotar as tentativas de @ crianga ou adolescents ser adotado por parentes proximos com os quais @ mesmo convive ¢ mantém vineulos de afinidade ¢ afetividade. Assim, por exemplo, tos, primos, ¢ eunhadot tém prioridade na dogo (no podem adotar os ascendentes os irméos do adotando) ~ A familia substituta 6 aquela que acolhe uma crianga ou adolescente desprovido de familia natural (de lagos de sangue), de modo que faga parte da mesma ~ Bstabelece a idade minima de 18 (dezoito) anos para adotar, independente do estado civil (casado, soltero, vivo, ete). Contudo, em se tratando de adogo conjunta (por casal) & necessario que ambos sejam casados ou mantenham unio estavel ~ A adogao dependerd de concordancia, em audiéncia, do adotado se este possuir mais de 12 (doze) anos. - Inmiios niio mais poderio ser separados, devem ser adotados pela mesma familia, - A adogdo conjunta por unio homoafetiva (entre pessoas do mesmo sexo) é vedada pela lei Nao obstante, o Poder Judiciario j se decidiu em contrério, em caso de unio homoafetiva estavel. =A gestante que queira entregar seu filho (nascituro) & adogdo tera assisténcia psicologica e juridica do Estado, devendo ser encaminhada a0 Tuizado da Inficia e Juventude. = A lei estabelece também como medida protetiva a figua do acolhimento familias, a qual a crianga ou o adolescente é encaminhado para os cuidados de uma familia acolhedora, que cuidard daquele de forma provisoria = A lei ainda determina que criangas ¢ adolescentes que vivam em acolhimento institucional terdo sua situagio reavaliada de 06 (seis) em 06 (seis) meses, tendo como prazo de permanéncia ‘maxima na instituigao de 02 (dois) anos, salvo excegdes. y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. - Em se tratando de adogao intemacional (aquela na qual a pessoa ou casal adotante é residente ‘ou domicilinds fora do Brasil), esta somente ocorrerd se niio houver, em primeiro lugar, alguém da

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