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> Estacio Da graduacao para 0 mercado de trabalho: caminhos para 0 sucesso PAULA CALEFFI NEUZA CHAVES GABRIEL CHALITA GUSTAVO CERBASI LEYLA NASCIMENTO MAX GEHRINGER ILONA BECSKEHAZY WILLIAM DOUGLAS ARMANDO CLEMENTE MARILIA DE SANT'ANNA FARIA ORGANZAGAO HUGO SANTOS JR. t* EDIGRO SESES ROBE JANERO 2014 Comité editorial externo ARMANDO CLEMENTE; LEYLA NASCIVENTO E MARIA DE SANT/ANNA FARIA Comité editorial interno Rosé10 MeLzI, MARCOS LEMOS € MISUEL DE PAULA Organizador do livre Huso SANTOS Jk Autores dos originals pauta cALEFH (CAPITULO 1), NEUZA CHAVES (CAPITULO 2), GABRIEL CHALITA (CAPITULO 3), GUSTAVO CEROAS! (CAPITULO 4), LEYLA NASCIMENTO (CAPITULO 5), MAX GEHRINGER (caPiruio 6), noNA BECSKEHAZY (CAPITULO 7), WILLIAM DOUGLAS (CAP/TULO 8), ARVANDO CLEMENTE & LUARILIA DE SANTANA FARIA (CAPITULO 9) Projeto editorial roszaro PAcs Coordenagao de produgdo nooo AZEVEDO DE OLVEIRA Projeto gréfico PAULO VITOR FERNANDES BASTOS Diagramagio PAULO VITOR reRNANOES BASTOS ‘Supervisio de reviso ADERBAL TORRES SEZERRA Redagio final © desenho didético "oseRTO PAES, ROORGO AZEVEDO OE OLIVEIRA E JARGELEN RIBEIRO Revisio linguistica 10N WASCNVENTO, ADERBAL TORRES BEZERRA E DANIELA REIS Capa THAcO LOPES AMARAL Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode sar reproduzida ou transmiida por quais- «quer meos eletrico ou mecdnicoinclundo fotocépiae gravacdo) ou erqivada em qualquer sistema ou banco de dacos sem permissto escrita da Ecitora Copyright SeSes, 2014 ( Dados nracion oCatelogao na Pulao =) Ditt_Da graduagao para 0 mercado de trebalho: caminhos pare 0 sucesso Hugo Sentos Jt. orgenizador} — Rio de Janeiro: Editor Universidade Estécio de S& 2019, 2409 ison 978-85 6o923-17-5 1. Carreira. 2 Planejamento. | Tuo. 00 858.40! 2 Diretoria de Ensino ~ Fabrica de Conhecimento Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus Joao Uchoa Rio Comprido ~ Rio de Janeiro — ay — cep 20261-063 Sumario Prefécio 1. Panorama do Ensino Superior brasileiro: 0 caso Estacio Por que vamos para a Universidade? - ‘Quem vem primeiro: o professor ou @ Universidade? Explorando 0 conceito Pés-graduacao: avancando no estudo superior Do geral para o particular: a Estacio na sociedade do conhecimentto, Entendendo o curriculo de seu curso, Promissas dos currfculos da Estaci. Atividades curriculares. Avaliaco nacional da Estécio. A Educacao a Distancia na Estacio (EAD). SINAES: Sistema Necionel de Avaliagéo da Educa¢ao Superior ENADE: Exame Nacional de Desempento de Estudante Por que devo fazer 0 ENADE?. Tendéncias da educacao superior no Brasil e no mundo Sala de aula invertida “ Learning analytics (dados analiticos de aprendizagem) Conclusso ae vo - 2. Chaves para o sucesso do seu curso Introducao. . : a Ensino a distancia. Por que vale a pene gerenciar 0 curso e persistir? Chaves para o sucesso, 7 1. Chave da consciéncia do objetivo: por que esse curso? 2. Chave da gastio dos recursos, 3. A chave da meta e do método para se cheger Ié. 4, Chave da gestio da qualidade do curso. 5. Chave da organizagéo dos estudos. 6. Chave da conclusio e plano de futuro 1 17 18 19 49 a 23 24 25 25 28 27 29 29 30 30 31 2 32 33 34 35 35 36 36 38 ae 45 46 50 3. Inteligéncia Alpha: uma reflexao sobre o potencialhumano 53 Inteligéncia, Prazere foco, Olesen saa gear 5A 54 54 Inteligéncia emacional e inteigéncias mtiplas. Habilidades cognitiva, social e emocional Habilidade cognitiva es Habilidade social... : Habilidade emocional....... Inteligéncia Alpha, reflexées iniciais..... Felicidade: Aspiragao, escolha, dasejos. . DeS€]08. Escolnas Aspiragao. Inieligencia Alpha — aspiracao Inteligéncia intrapessoal Inteligéncia interpessoal Calxa de Aspiragtes, Desenvolvimento da habilidade cognitiva (Quebrando paradigmas, Nenhum aluno burro. Foco ¢ essencial Foco externo. Atengéo seletva. Tipos de “barulhos" Aprendizagom significativa - Digressées pedagégicas Desenvolvimento da habilidade social... O significado da ética...... - Construindo relagdes de solidariedade Solucionando problemas em equipe.. Valores e vicios Humitdade. nn : Responsabilidede Coragem Gentileza. Desenvolvimento da habilidade emocional Influencia das artes. O papel da escola, Amor e emocdes. A caréncia e 0s vinculos Aleveza nas escolhas. O necessério didlogo interior. Abeleza dos encontros tincteis* Inteligencia Alpha Gestdo de pessoas. Poder Abbusca da felicdade, z 55 66 a7 ‘ST 8 58 83a 6 2 63 €3 64, 66 66 67 6 Cy 6 323388 72 4 74 8 76 76 76 76 7 78 78 8 19 8 2 84 85 86 87 4, Escolhas inteligentes para seu bolso e sua vida 89 Acerteza do futuro 2 oe 90 Voo8 esté em vantagem nnn = 90 Entendendo o jogo: quem trabelha para vocé?. ee : a Esqueca muito do que voce j4 ouvit. cameraman Preservando a flexibilidade 98 ‘A formula para enriquecer.. - 95 1, Por que a férmula ndo dé certo? - con 2. O que fazer para a férmula funcionar em sua vida? 96 A teoria dos baldes. 97 O segredo esté na ordem das escolhas 8 C efeito do tempo sobre o dinheiro, 99 © consumo além do que comporta o orgamento, 100 © erto que todos querem cometer 01 Divides? Por que nao? 104 O financiamento estudanti — FIES 105 Transforme seus sonhos em realidad 108 Investimentos: como multiplicar seu dinheiro 107 Roteiro para equilibrar suas finangas 109 5, Cendrios do mundo do trabalho 113 ‘Acompanhando as mudangas....... So a4 © mercado de trabalho © VOCE. nn - 4 Dificuldades no processo seletivo 16 Mapeando es empresas de interesse..... a 16 ‘As empresas e seus recursos humanos, 16 Etapas dos processos seletivos extensos... 16 Primeira etapa, 16 Segunda etapa 07 Terceira etapa cot Quarta etapa "7 Nova fase no Planejamento de Carreira, 18 Como acontecem as relagdes de trabalho?. 18 Nossa legistacao no acompanha as atuais necessidades ng Programas de Estigios e Trainees. 420 Programas de Trainees. 120 Programa de Estagio, 120 6, Planejamento e carreira: habilidades e competéncias para a empregabilidade 123 Curso e Carreira. eres a 124 Profiss6€8 dO fUtUIO enon aseattacsesac 4 Caractertsticas dos cursos com maior taxa da aderéncia...... aa 08 Networking 126 Exercicio do bom networking... or Rede social nao é networking el cot B Outra coisa que nao dé certo em networking 6 a tética do ataque-surpresa..128 Relacionamento. . 29 Como lidar com os chatos? 129 “0 peri G0 O que as empresas avaliam no estagiério?. 131 Relacionamento com o chefe cireto. 431 Flexibilidede, 132 Esta discussfo vale a pena? 133 Proparacdo para a tlexibilidade, 193 Flexibilidade com uma dose de empatia 84 Cosréncia 195 Aprendendo a ser um chefe. : 136 O que mostram as estaifsticas? 87 Nem todo lider serd chefe, mas ninguém seré chefe som S01 Hider AST Categorias de Keres 138 Como se aprende a ser lide’. co 08 Delegacdo temporéria... a 08 Hierarquia e cisciplina 139 Marketing Pessoal. . oo AO Enfatizando apenas o lado positivo, 1a E 0 tamoso happy hour de trabalho?..... a a a3 Divulgacdo dos bons resultados 103 Entrevistas de Emprego M6 Proparando-se para a entrevista 145 Regras das entrevistas, “6 Perguntas e respostas. M47 Perfodo de agoria. 451 Curriculos 151 Tecnolégico 152 Convencional 162 Educagao Continuada, 154 Intercambio vale a pene?. 156 Educagao continuada sem sair de casa +67 Ser 0 dono de seu préprio nariz profissionalmente...... +68 7. E posstvel melhorar 0 mundo e ganhar bem trabalhando em ONGs? 161 mercado de trabalho no Brasil... eco 162 Conhecendo 0 Tercelto Setor an at a 165 © caso Greenpeace... a casei, © caso Médicos Sem Fronteiras. 170 Caso do Movimento Internacional da Cruz Vermstha e do Crescente Vermelho.....*7 Caso do Teto, eae 12 Das Fasfll para as empresas sem fins lucrativos. 173 O caso Fundacdo Bradesco 173 © caso GRAACC 14 Cultura e estruturacao do Terceiro Setor. 174 Nem tudo sao flores... 175 ‘As ONGs de celebridades 178 Ulimas consideracses “7 8.0 concurso ptiblico como opgao de carreira 181 ‘Ampliando a percepeao. 182 ‘Vantagens no quesito “qualidade de vida 182 Come ter um bom quadro de servidoras? ions Servigo pibico X iniciatva privada 183 Concurso como op¢ao...... oe NB Como comegou o funcionalismo pablico? oo 184 Salétios 185, uslidade do vide © estabilidade...... 185, Flexibildade 186 Vages especial i288 cee 188 Qual concurso? 187 Escolhas 188 Vagas abertas. 189 Queremos contratar voce 189 Fazer Direito. 490 Semeando 191 Guerra do sucesso Pa A querra silenciosa 192 Para passar em concutsos preciso comprar todos os materiais disponiveis? 193, uals praticas basicas nao podem faltar na rotina de quem se prepara para um concurso? Como se preperar adequadamente? 194 Quas so 0s pontos mals importantes 2 serem lidos em um edita?. 194 Quais so os principais erros cometidos pelos concurseiros nos dias de hoje?......195 Quais dicas de estudo e comportamento vocé daria para quem esté buscando uma vage no servigo piiblico?. 65 uais as qualidades dos bons profissionais? 96 (Qual a principal dica para quem quer pessar em um concurso puibico? 197 9. Empreendedorismo e inovagéo em uma era de mudangas significativas 199 Introdugao. 200 Termos ¢ conceitos. 201 Empreendedor'smo 201 Empreendedor. 202 Intraempreendedor. 202 Empreendedor social 202 Empreendedor piblico 202 Empresério. 202 EIRELL 203 Caracteristicas e comportamentos praticados por empreendedores 203 Pesquisa GEM Brasil (Global Entrepreneurship Monitor) 204 Motivos que levam as pessoas a abrirem seus negécios. 205, Empreendedorismo e prestigio social 208 Classiticagéo das atividades empreendedoras 208 Empreendedores iniciais ou em estégio inicial 207 Motivacao para a atividade empreendedora: ‘empreendedores por necessidade e por oportunidade. 207 Empreendedores estabelecidos 208 Caracterfsticas dos empreendimentos abertos no Brasil oo B08 Fetores limitantes para empreender no Brasil 208 LLinhas de financtamento..... ee ss sss 209 Cenério nacional 209 Classifica das micro e pequenas empresas 209 Microempreendedor Individual (MED. 210 Microempresa (ME) 210 Empresa de Pequeno Porte (EPP), 210 Relacdo existente entre empreendedores e grau de escolaridade. 210 Microempreendedores individuais am Empreendedores inicais e estabelecidos. 2H Empresérios de empresas constituldas an Empreendedores dgitais (Startup). 212 Empreendedores criativos. 28 Tecnologia e negécios digitais 214 Empresas brasiletes fazem pouco uso de novas tecnologiss. 24 Empresas Startups. 24 Incubadora de empresas e parques tecnolégicos, 216 Inovagao e Competividade das micro € pequenas empresas — MPE 218 Canvas Business Model. : 217 Plano de negécio : 207 Design Thinking 7 m8 Franchising. = 7 . 219 Sucessao familiar 219 ‘A Universidade e 0 empreendedorismo, . 19 ‘As Universidades brasileiras e a temética empreendedora. 220 ‘AS universidades e os quatro pilares da educagio apresentados em relatério da Unesco 220 Jogo de negécio: Desafio Universitario Empreendedor. 221 Estudo de caso 1 220 Empreender respondendo as questies da vida. 222 Para a sua inspiragdo, lela mais um caso de sucesso no Brasil 207 O professor que se tornou um dos maiores empreendedores do Bresil Carlos Wizard Martins 227 Conclusao 233 Espaco E8 em todas as unidades da Estécio 233 Espago NAME. a 234 Palestras © Aulas Nacionais 234 Eventos Locais...... - co - 234 Programas de Nivelemento co . 234 Atividades Estruturadas 234 Cursos Livres - - 234 Cursos de idiomas 235 Parcerias Nacionais ¢ Internacional : cen Atividades de Extenséo e Responsabilidade Social 235, Atividades Académicas Complementares 235 Sala de Aula Virtual 235 Cursos de Pés-graduacao Lato Sensu e Stricto Sensu 235 Prefacio No dia 20 de janeiro de 1961, durante o seu discurso ao tomar posse como 0352 Presidente dos Estados Unidos da América, John F. Kennedy proferiu uma daquelas frases que parecem fazer sentido e gerar impacto para sempre, Disse o presidente: “Por isso, meus compatriotas, no per guntem.o que seu pats pode fazer por vocés-mas.o que vocés podem fazer pelo seu pats”. Nao acho essa frase brilhante apenas pelo seu teor patriétieoe pela sua fortissima men- sagem -aliés muito propicia no atual momento que vivemos no nosso pais - contra aquilo que parece ter se tornado um habito internacionalmente difundido, o de jogar a respon- sabilidade pelo sucesso de um povo e de cada individuo dentro de uma sociedade sobre as costas dos seus respectivos governos. O que verdadeiramente me encanta nessa frase ¢ a mensagem subliminar de que, no final das contas, nés mesmos somos os senhores dos nossos destinos, tanto como individuos quanto como uma coletividade. Mas, considerando que a vida nao ¢ féeil para ninguém, e que muitos de nés nascemos no meio de adversidades e barreiras que parecem intransponiveis, 0 ato de assumir as réde- as da sua trajetéria, e assim ndo permitir que seu caminho seja tragado de forma aleatéria, acaba nao sendo trivial - embora parega ser possivel. De um modo geral, acredito que as pessoas que se tornam bem sucedidas nas sues dreas de atuagdo respeitam uma sequéncia que, com maiores ou menores variagoes, passam por trés grandes etapas. Primeiro, essas pessoas tém a capacidade, quase que a ousadia, de sonhar grande, de acreditar que as barreiras estao.af para serem vencidase que as coisas boas do mundo no so apenas para aqueles que parecem ter mais sorte nos seus primeiros anos de vida. Sao incon taveis os relatos de esportistas que nasceram nos lugares mais improvaveis, de empresérios que se tornaram miliondrios mas que passaram fome na tenra infancia, de grandes médicos, artistas, executivos, enfim, para quem a vida parecia nfio sorrir até um determinado ponto. Segundo, as pessoas que vencem nas suas carreiras demonstram uma capacidade mui to interessante de planejar os seus passos com alguma antecedéncia, uma habilidade de pensar no longo prazo c de mirar em resultados que vao além do que ocorre no presente, ‘um foco no “como” as coisas esto sendo feitas, endo necessariamente no “o que” esté sen- do obtido naquele momento ¢, por fim, uma paciéncia enorme para respeitarem o tempo aguardarem a sua vez. Sabem que as oportunidades vao aparecer um dia e, ao invés de reclamarem que a sorte parece nao vir nunca, preferem trabalhar duro e se pteparar para quando aquela janela, por menor que seja, finalmente se abrir... Porque tém aconsciéncia de que de nada adianta assistir a um desfile de oportunidades quando nao se est prepara- do para aproveitar nenhuma dessas. ‘Terceiro, essas pessoas tém uma disciplina quase “militar® para executarem os seus pla- nos. Pensem nos atletas que chegam a elite de qualquer esporte, aqueles que choram ao ouvir ‘0 Hino Nacional na hora de receber a sua tdo sonhada medalha. Esses atletas choram porque naquele momento magico acabam se lembrando de toda a jomnada que tiveram que eumprir, dos sacrificios que tiveram que ser feitos, de todas as coisas boes da vida que no puderam aproveitar, para que enfim pudessem um dia ouvir 0 seu Hino ao vivo € em cores tocado para todo o planeta. Quanto treino, suor, quantas horas extras, quantos finais de semana! Bem, nio achem que avida de um executivo muito bem sucedido, oude uma médicade ponta, umartista famoso, um pesquisador, uma juiza, um general, uma cientista, sto muito diferentes. Cada um. ‘20 seu modo, cada um no seu tempo, passou pela mesma dose de sacrificios ¢ teve 0 mesmo 1" 12 rigor, a mesma disciplina para com as suas atividades que os grandes atletas demonstram. E ainda mais... todas as pessoas bem sucedidas muito provavelmente jé pensaram em desistir, certamente jétiveram motivos de sobra para nfo irem além, mas por alguma razo tém uma persisténcia que sempre, mas sempre mesmo, os levam até a linha de chegada, Costumam di- zer que “No final tudo dé certo, Sendo deu certo, é porque ndo chegou ofinal”. Aboa noticia ¢ que, se por um lado nao existem atalhos para o sucesso, por outro lado existem vias que nos levam por um caminho mais seguro, nos mantendo afastados dos pe- rigos ¢ das tentacdes da vida, ¢ oferecendo algumas janelas de oportunidades que podem. sempre mudar a sorte de toda uma familia. F, pelo menos até onde eu saiba, nenhuma dessas vias ¢ tdo segura, eficiente e transformadora como a EDUCAGAO. Aconteceu comigo. Bu venho de uma familia de classe média do interior de Sao Paulo, ‘uma familia que sempre viveu sem luxos, embora nunea tenha passado por necessidades mais alarmantes como a que tantas familias brasileiras injustamente enfrentam. Nunea ti- vemos um carro zero, roupas de marca, eletrOnicos modernos, nem viagens internacionais. Mas sempre vi meus pais se sacrifieando e deixando de fazer as coisas para eles, para que eu € meus irmaos pudéssemos frequentar boas escolas, estudar um segundo idioma, aprender € desenvolver outas habilidades que mais tarde poderiam fazer a diferenca. Também fomos estimulados a ler desde muito cedo, ¢ crescemos o tempo todo aprendendoa respeitarigual- mente todos os seres humanos, a tratar a todos com educagaoe cordialidade, ea nunca, mas nunca mesmo, desrespeitar as leis ou agir de modo que pudesse prejudicar qualquer pessoa. Eu aproveitei a chance, ¢ estudei muito, 0 tempo todo, Acreditei no que ouvia dos mais velhos, ganhef tempo, procurei sempre os caminhos ondeas oportunidades poderiam apare- cer mais naturalmente, mesmo que isso significasse muito sacrificio no curto prazo. Enfim, sonhei grande, planejei meus passos com cuidado, e tive muita paciéncia e diseiplina para seguir a trilha que eu imaginei. Acabei, sem querer, contribuindo para corroborar uma das teses que atualmente se formam muito claras para mim ~a de que estamos assistindo a uma mudanga no sistema Capitalista, que gradativamente vé o poder migrando do Capital Finan- ceiro para o Capital Intelectual. Nasce assim a chamada “Sociedade do Conhecimento”. Arealidade é que 0 mundo esta se tornando muito complexo, ¢ isso est ocorrendo a uma velocidade exponencial. Sdo intimeras as novas teenologias, que parecem surgir do nada a cada dia que passa e que, ao se tornarem de dominio piblico, potencializam todas a8 atividades desenvolvidas pelos seres humanos, e assim as tornam ainda mais desafiado- ras, Para ndo ficar no vazio, pense na complexidade que é gerir um sistema financeiro atu- almente, com todas as interligagbes entre individuos, bancos, empresas, governos e pafses. Pense na dificuldade que ¢ dirigir uma empresa em qualquer segmento, com cada vez mais ‘grupos de interesse (stakeholders, no jargio) atuando de forma proativa nas demandas pe- los seus direitos. Pense como ¢ dificil ser profissional liberal atualmente, com os advoga- dos tendo que acompanhar leis que mudam a cada dia, médicas e enfermeiros precisando aprender novos protocolos criados do outro lado do mundo, questées éticas aflorando a luz, da tecnologia (por exemplo, alguém jd pensou que no futuro os rob6s, cada vez: mais pareci- dos com seres humanos, poderio ter também os seus direitos?). Pense como ¢ complicado atuar no setor ptiblico, com tantos interesses em jogo ecom tanta exposigdo pela midia que parece ver tudo o tempo inteiro. Pense, pense, pense... estude para aproveitar a chancel Porque nesse novo contexto, os Donos do Capital “fisico” (dinheito, metais, terras, titulos etc.), tenha sido esse capital criado com muito suor, herdado, ampliado, ou mesmo ganho numa tarde de sorte em uma loteria qual- quer, nao encontram mais a mesma facilidade que encontravam até algum tempo atrés para manter ou ampliar a sua riqueza. Sabem que a competigtio é muito dura, que o fu- turo é incerto, que a qualquer momento pode aparecer um jovem empreendedor com solugdes muito mais inteligentes para um problema ainda tratado a moda antiga (nossos leitores com mais de 35 anos hao de se lembrar, por exemplo, que antigamente {amos as lojas comprar discos de vinil...até que um dia apareceu um tal de Napster em uma univer- sidade americana, ¢ 0 vinil virou uma série de zeros ¢ “1”s). Por isso, 08 donos do capital fisico” atualmente disputam os melhores cérebros. Querem atrair os jovens talentosos, as grandes cientistas, os artistas, esportistas, pesquisadotes, tecndlogos, engenheiras... Porque sabem que sem essa inteligéneia toda, sem esse “Capital Intelectual”, seu Capital fisico”, por maior que seja, pode nao resistir As intempéries. Etais, os donos do capital “fisico” sabem que para atrairem e manterem esses talentos sob as suas guardas, precisam estar dispostos a fazer coisas que antes pareciam imposs veis ~ entre as quais, compartilhar o proprio capital fisico. Muitos empresarios e muitas ‘empresas de grande porte, em diversas dreas, ja compartilham ha muitos anos através de téenicas como “remuneracio varidvel”, “planos de ages” (ou “planos de opca0”), “planos de retencdo”, beneficios, ¢ por ai afora. Ndo necessariamente fazer isso por amor ou cari- dade, mas sim por uma questao de sobrevivéneia. Pode parecer paradoxal, mas de repente 0 préprio sistema Capitalista, com todas as injusticas, ineficiéncias eimperfeigdes que podem ser geradas naauséncia de mecanismos de fiscalizagao eficientes pelos drgios governamentais, aeabard eventualmente ndo apenas permitindo um aumento na renda da sociedade, mas também gerando uma distribuigéo mais justa de toda essa renda. Isto é, pelo menos para aqueles que se prepararem a con- tento, que sonharem grande, planejarem os seus pasos, ¢ demonstrarem disciplina e per- sisténcia para fazer 0 seu caminho. Provavelmente para aqueles que nfo assumirem uma posigto de espera, aguardando que algum dia alguém (talvez 0 Governo?) vé fazer alguma coisa para melhorar a sua situacao. Especialmente para aqueles que buscarem a melhor formagao possivel através da Educaco, mesmo que isso leve muitos anos e exija muitos sactificios individuais e em familia. Quase que certamente para os que virem na Educagio uma chance de mudar de vida, ¢ no apenas uma oportunidade de buscar um diploma. Esse € 0 Capital Intelectual que pode mudaras regras do jogo para vocé também, da mesma forma que aconteceu comigo. Quis o destino que, apés ocupar varias posigoes em algumas das grandes empresas brasileiras, eu tivesse a maravilhosa oportunidade de trabalhar com Educacio, ¢ que isso acontecesse em um lugar tio especial como a Estacio. Afinal, ndo ¢ em todo lugar que se tem a chance de educar milhares de pessoas, ou melhor, centenas de milhares de pessoas, ‘com todasas responsabilidades que isso certamente pressupde. Conscientes dessa respon sabilidade, eu e meu time nos pusemos a andar pelo Brasil todo para conhecer a nossa Instituigdo cada ver mais a fundo, bem como para interagir com os nossos puiblicos. Pri- meio falamos muito com os nossos colegas acministrativos, para depois chegarmos aos coordenadores e professores, para entdo finalmente estabelecer uma relagio mais direta ‘com a nossa razio de ser....05 n0ssos alunos. Aolongo desses ultimos anos, A medida em que amplivamos essas conversas, foi fican- do muito claro para todos nés que faltava alguma coisa no nosso curriculo, algo que nio 13 14 necessariamente tinhaa ver com as férmulas, as leis, os protocolos, oua lingua portuguesa. Sabemos que nossos alunos chegam &s nossas salas de aula com diversas lacunas em 4re- as de conhecimento variadas, mas confiamos plenamente no nosso Modelo Académico ¢ também no nosso Corpo Docente para preencher essas lacunas ¢ assim prover uma forma- @o adequada aos nossos diseentes. Mas via de regra, praticamente em todas as palestras, as questdes dos alunos acabavam migrando para outros temas, sempre ligados 2o plane- jamento de carreira, aos concursos puiblicos, as ONGs, a como estudar melhor, como pla- nejar a sua vida financeira, enfim, a varidveis de ordem mais pratica, mas que infelizmente nao constavam do nosso curriculo. De tanto ouvirmos e respondermos tais questionamentos, finalmente nos veio a ideia de criar uma disciplina para tratar desses temas de modo mais organizado, com a ajuda de diversos especialistas nessas dress. Foi assim que nasceu a disciplina Planejamento de Carreira e Sucesso Profissional, atualmente disponivel para todos os alunos que chegam nossa Institui¢Ao. Passados alguns semestres, diante do sucesso da disciplina edo feedback dos nossos milhares de alunos, ficou claro que poderiamos dar um préximo passo e entdo publicarmos um livro aprofundando os conceitos que sao tratados durante 0 curso. Esse vo, que certamente ser muito ttil para tantas vidas académiease profissionais, foi escrito por gente pensando quase que diariamente nos problemas que afligem os nossos alunos, ¢ que se esmerou para comuniear os seus conceitos como se estivessem em uma sala de aula, diante dos nossos discentes dvidos por informagdo e formagio. No primeiro capitulo, passeamos um pouco pela histéria da Educacao ¢ da Universi dade com a nossa ex-Reitora Paula Caleffi, uma Doutora em Histdria com larga experién- cia em Educagio, que depois explica como ¢ composto o sistema de Educacdo Superior no Brasil, passando pela exposicao do modelo académico utilizado pela Estéci cluindo com uma discussio sobre as tendéncias verificadas no segmento da Educacao. Na sequéncia, temos um capitulo escrito pela Professora Neusa Chaves, autora de livros. sobre educacio e consultora sénior advisor na Faleoni Consultores de Resultado, dando dicas valiosas de como um aluno pode se organizar para estudar de modo eficiente ¢ pra tico, Vale destacar que a Professora desenvolve todo seu racioc{nio utilizando ferramen- tas eriadas por algumas das maiores autoridades em gestdo empresarial do Brasil, entre os quais o Professor Vicente Falconi, ¢ aplicando esses conceitos para 0 cotidiano dos alunos, Ainda na abordagem sobre “Educagao”, a seguir temos um capitulo eserito pelo brilhante Gabriel Chalita, ele mesmo um prodigio da Educagao (aos 24 anos de idade jé tinha dois mestrados e fazia o seu segundo doutorado). Utilizando exemplos pessoais e uma linguagem muito acessivel, Chalita descreve o que chama de Inteligéncia Alpha, que diferentemente dos conceitos anteriores ligados & inteligéncia (QI, ou quociente de inte- ligéncia, ¢ QE, ou inteligéncia emocional), trata das motivagdes, ou das aspiragdes, que podem levar os individuos ao sucesso. ‘Damas ento uma guinada para aprender com 0 escritor Gustavo Cerbasi (o mesmo de Casais inteligentes enriquecem juntos outros bestsellers no Brasil) como planejaranossa vida no aspecto financeiro. Utilizando diversos exemplos do nosso cotidiano € oferecendo ferra- ‘mentas priticas para auxiliar os alunos, Cerbasi explica de modo bastante simplificado como fazer para evitar as turbuléncias causadas pelo “aperto financeiro” que parece nos perseguir de modo impiedoso e assim sufocar os nossos sonhos, ¢ ao mesmo tempo se preparar desde cedo para um dia deixar de ser um “trabalhador” e passara ser um “capitalista”. 1, con- Apés aborder um pouco oaspecto financeiro, passamosaa tratar do Mercado de Trabalho, iniciando com um capitulo preparado pela Professora Leyla Nascimento, atual presidente da Associagdo Brasileira de Recursos Humanos — ABRH —e séeia diretora do Instituto Capa- citare, para explicar a organizagao do mereado de trabalho, deserevendo as diversas formas que podem caracterizar uma empresa e passando por temas de interesse como os estigios € 08, programas trainee. Na sequéncia, apresentamos um capitulo preparado por Max Gehringer, profissional de sucesso em diversas empresas e atualmente eseritor e comentarista reno- mado em todo o Brasil. Com o jeito despojado e simpatico que lhe é peculiar, Max dé dicas, preciosas sobre temas espinhosos como, por exemplo, “curso versus carreira”, “networking”, “marketing pessoal”, “relacionamento empresarial”, “como ser chefe”, ¢ até mesmo sobre ‘como se comportar em entrevistas e como escrever um bom curriculo. Na parte final do livro, procuramos oferecer uma visio sobre os possiveis caminhos que podem ser percorridos pelos nossos alunos, além das carreiras mais tradicionais em ‘empresas do setor privado. Comecamos com uma verdadeira “aula” sobre o Tereeiro Se- tor, sua organizagdo, e a possibilidade de desenvolver uma carreira nessa trilha, preps- rada pela Tlona Becskehézy, uma das grandes pesquisadoras ¢ especialistas sobre o tema no Brasil. A seguir, 0 juiz e autor de sucesso William Douglas, um grande entusiasta da Educagdo ¢ do Ser Humane, discorre sobre o Setor Publico no Brasil, oferecendo dicas muito especiais entre outras coisas sobre como se preparar de modo efetivo para os con- ‘cursos publicos, Por fim, temos toda uma se¢do eserita por Armando Augusto Clemente, diretor do Sebrae/RJ, com vasta experiéncia nas reas de inovacao ¢ tecnologia, mestre ‘em Engenharia do Produto e professor da Universidade Federal do Rio de Janelro, e tam- bém Marflia de Sant’Anna Faria, analista do Sebrae/RJ, professora universitéria, autora de livros e artigos sobre o universo empreendedor, para tratar do tema Empreendedoris- ‘mo, ou seja, para orientar os nossos alunos que queiram ousar ainda mais e abrir 0 seu priprio negécio. Além de explicar diversos itens de interesse para quem quer ter 0 seu préprio negécio, usando muito conhecimento adquirido pelo Sebrae, Armando e Marilia concluem oferecendo um estudo de caso muito interessante com um jovem talento bra~ sileiro. Ao final da obra, temos ainda mais um caso inspirador, desta feita protagonizada pelo fundador da rede Wizard de Idiomas, o empresério Carlos Martins. Acredito que assim, cobrindo todos esses temas com a ajuda de tanta gente tao capa tada, poderemos ajudar os nossos alunos 2 escolherem os seus caminhos e assim planeja- rem melhor as suas jornadas. E bem verdade, entretanto, que ndo existe obra completa, ou. seja, nao existe texto que possa ser abrangente o suficiente para cobrir todos os temas de interesse dos nossos alunos. Isso € mais verdade ainda quando o verdadeiro tema do livro, como ¢ 0 caso aqui na nossa atividade, é a propria vida de cada aluno... Ou seja, estamos falando de milhares de obras que ainda estdo ai para serem escritas, vidas para serem vivi- das de modo intenso ¢ responsavel, ¢ histérias para serem contadas de modo que um dia possam ser compartilhadas com outros que estardo comecando as suas trajetérias. t por isso que aqui na Estécio nés acreditamos muito em cada um de vorés, e queremos ajudar cada um a escrever a melhor histéria possivel - a SUA historia! ‘Vamos juntos entdo, maos “na obra”... e depois mos a obra! ROGERIO MELZI 15 Panorama do Ensino Superior brasileiro: o caso Estacio PAULA CALEFFI Panorama do Ensino Superior brasileiro: o caso Estacio (5 comeNtério ‘Aprendendo coisas fundamentals NNesse processo, chamado educagao informal, somos todos eprendizes © pro- ‘essores. Aprendemos porque nos ens nam @ também aprendemos soznhos, observando e reiletinda, Educamos fr thos, audamos a educar ios, sobr- ‘thos, netos, vieinhos ete. ( comentério Explicar 0 porqué Nao nos contentamos meis em saber {que as plantas necessitam de chuva para crescer mas queremas saber e entender Porque a agua é necesséria aida. (©) comentério Merca‘ Segundo telatéio da OCDE (Organize- «Bo para Cooperaclo e Deserwolvimen- ‘tp Econbmico), diulgado em 2013, as pessoas com nivel superior no Brasil uma taca de emprego na rdem de 85%, Segundo a mesma entdade, em pesqut s@ realzada no aro de 2011, 2 renda de pessoas com nivel superior 6 de ats 186% maior que ade trabahadores com ensino médo. fe trabalho 1B = cartrucot Por que vamos para a Universidade? Educar ¢ talvez uma das préticas mais antigas da humanidade, 0 ho- ‘mem, quando nasce, é um mamifero desprotegido e indbil. Nos primei- 105 meses precisamos ser cuidados, alimentados, precisamos que nos facam a higiene, que nos protejam ete. (E97 REFLEXAO Logo precisams ser oducados: dependemos dst para falar uma lingua, por exemplo, | nenhum ser humano aprende fear se ndo ester em uma comunidade de fetantes. ‘Nossa educagio segue ao aprendermos: como andar, para evitarmos tombos; como nos alimentarmos sozinhos; como nos relacionarmos com pessoas da mesma idade e também com os mais velhos. E assim ‘vamos aprendendo coisas fundamentais que nos constituiro como hu- ‘manos/adultos/membros de determinadas comunidades. Com o passar do tempo a humanidade comecou a gerar um tipo de conhecimento que val além do necessério para vivermos odia a dia. Um conhecimento que procura explicar o porqué das coisas. Esse tipo de conhecimento reflexivo e que vai procurar responder 0 porque das coisas, ¢ 0 que depois, integrado por uma metodologia, vird a chamar-se conhecimento cientifico. Para a aprendizagem desse tipo de conhecimento especializado faz-se necessaria a Educagio Formal - asescolas e, posteriormente, as universidades. (0 svencio ‘Vamos para'a Universidade para aprendermos técnicas © métodos profissionais, mas ‘Bo importante quento isso, é que vamos pera aprender 0 porqué das coisas ~ @ ‘eoria ~ , 20 relletimos sobre esse aprendizado, pademes seguir melhorando as Pr6prias técnicas e métodos de trabalho, bem como 0 enunciado @ a teoria que embasa cada profisséo. Em continuidade, nos tornamos sujeitos produtores de conheci- mento, com espaco no mercado de trabatho, onde progredimos com nossa condigio de vida, bem como de nossa familia, e aerescentamos um tijoloa mais no legado do conhecimento humano, Quem vem primeiro: 0 professor ou a Universidade? . Antes da Universidade, que surge Sem divida o na Idade Média, existiram escolas Professor antecedeu _ jmportantissimas jé com o objetivo a instituigao de construgao de um saber cienti- Universidade. fico, especializado, que buscasse 2 compreenso do motivo dos fend- menos. Como exemplo, temos a famosa escola dos filésofos, na qual Séerates era o professor. Existiram também outras escolas, como a academia de Platio, ¢ muitas outras no mesmo estilo, porém elas nao eram uma instituigto assentadas aos moldes da Universidade, pois dependiam fundamental- mente de seus mestres. Se o mestre viajasse, os alunos deveriam viajar ‘com ele ou ficariam sem a sua formagio. (E97 REFLEXAO Essas escolas personalizadas também nao astavam preccupadas em testare atestar ‘oconhecimento dos alunos através de avaliagSes ¢ diplomas ou outros certificedos. Como vimos,o professor antecedea Universidade. Noentanto, aUni- versidade éa instituigdo que vai criaras melhores condigdes de trabalho para que ele possa educar sobre o conhecimento cientifico, formal, bem ‘como sobre os valores envolvidos nesse conhecimento. © professor segue sendo indispensdvel no processo educacional mesmo no mundo contemporaineo, onde ele nao ¢ mais a tiniea fonte de informacdo. Cabe a cle mostrar aos seus alunos como transformar ‘a mera informacio (dados) em conhecimento, ou seja, em informagzo selecionada ¢ contextualizada e que faga sentido muitas vezes para a re- solugao de problemas objetivos. (E97 REFLEXAO TTambém é pepel do professor instigar 0 aluno a ir elém, usando 0 conhecimento ad quirdo para relletr sobre diferentes sltuacbes, transiormando-se assim em sabedria. ‘Aliés,o bom professor se renova permanentemente aprendendo com seus alunos. Explorando o conceito © termo Universidade vem do latim Universitas magistrorum et scholarium (“Comunidade de mestres ¢ estudiosos”). A Universidade é fundamentalmente muitidisciplinar, j4 que deve ser constituida por uma oferta variada de cursos. I uma das instituigdes (BY autor Socrates = Socrates (Atenas, 469 aC.- 399 aC) foi um fiésofe clés ico da Grécia Anti- 7 ga Ele invertou 0 fameso método so- ‘rético de ensino, no qual respondia as ‘quests dos alunos com outra pergunta, esefiando seus alunos 2 irem em busca das respostas e assim aprofundando cada ver mais seus conhecimentos. (OY comentario Fonte de informacao interne, por exemplo, prové indmeras fontes de informacéo. Entretanto, 0 pro- ‘essor nde 6 professor porque tom mais informagio que a internet, mas sim por- {que sabe 0s caminhos € desafia seus ‘alunos para transformar a informagio fem conhecimenta, e 0 conhecimento ‘em sabedoria. (27 CURIOSIDADE Universidade A primeira Universidade a surgir no mundo fol durante a Idade Média, no século Xi, a Universidade de Bologna, mais precisamente em 1088, No Brasl, foi a Universidade do Brasil jéno século XX (1922), Antes havia instituigées de ‘educagao superior como, por exemplo, 2s tradicioneis faculdades de dircito de ‘So Paulo e de Olinda, mas que ainda nao possuiam o titulo de Universidade. capfruco1@ 19 (7 comeNTARIO ‘Submetidas as leis As insttuigbes estaduais esto subme~ ttdas também & Logislagdo 0 roguls- (Go estaduais, apesar de haver muitas discussdes sobre isto entre 0 MEC @ as Secrotarias Estaduais de Educacéo. ‘Além da Constituigao, estio submetidas 8 Logislagdo Federal e & Regulagdo por parte do Ministério da Educago ~ MEC. 90 = cairo ‘mais antigas dacultura ocidental e, como toda a instituicdo que sobrevi- ve. passagem da hist6ria, ela vem se transformando para seguir corres- pondendo aos anseios sociais. ‘As Universidades no Brasil podem ser instituigdes de origem puiblica ou privada; porém, as mesmas esto submetidas is leis maiores do pais, como a Constituigdo Federal de 1988, que assim afirma: “as Universidar des gozam de autonomia didético-cientifica, administrativa de gestdo financeira e patrimonia!”, dizendo também que as mesmas “obedecerdio 0 prine(pio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensio”, Est prevista na legislagdo brasileira a possibilidade de outras insti- tuigdes, publicas ou privadas, ministrarem a Educacao Superior, como as faculdades, os centros universitérios e os institutos superiores. As diferen- as entre Faculdade, Centro Universitdrio e Universidades ndo esto direta- ‘mente relacionadas com a qualidade dos cursos ofertados, mas sim coma autonomia ea complexidade institucional, como no quadro aseguir: AUTONOMIA COMPLEXIDADE ‘As faculdades ndo tém autonomia para abrirem ou encerrarem cursos sem a previa autorizagao do Ministério da Educaco, porém também nao téma exigéncia de serem multidisciplinares nem de oferecerem cursos de pés-graduagao, Jd os Centros Universitdrios possuem maior autonomiana abertura ou encerramento de seus cursos, da mesma forma deve corres ponder a uma maior complexidade no nimero de cursos ofertados para a comunidade da, € desejavel aoferta de cursos de pésgraduacao). As universidades sao as que possuem maior grau de autonomia den- tro do sistema, inclusive para a abertura ¢ encerramento nao apenas de cursos, mas também de novos campi. (07 aTencAo ‘As universidades, em compensacéo, tém a responsabildade da oferta mutidisciplina, oferecende curses preferencialmente em todas as éreas de conhecimente: humenes, socials, sade, tecnolécica e engenharies Ainda, devem se comprometer no epenas ‘com © ensino, mas também com o desenvchimento da pesquisa e a promogio da ‘extenstio.A pds-graduacto stricio sensu, composta pelos cursos de mestrado e dour torado, & obrigatéria para que uma instituio seja reconhecida como Universidade. Faculdades, centros universitdrios e universidades podem oferecer cursos de graduacdo de bacharelado, de licenciatura e também tecnolé- _gicos, Bstes iltimos possuem a caracteristica de serem cursos de menor duracdo, em torno de 2000 horas, focados em nichos especificos de mer- cado, como Logistica, Recursos Humanos, entre muitos outros. Nos tiltimos 15 anos, o Brasil vem abrigando um excelente erescimen- to da classe média, atualmente 52% da populacao brasileira est enquar drada nesta classe. Essa methoria econdmica despertouo interesse dos jo- vens e adultos pela educagdo superior. E dificil trabalhare estudara noite, maso esforgo ¢ recompensaco para aquele que atinge a formatura. E_EXeMPLO DSTRIUCAD DE MATRCULAS EM |WSTITUIGOES PUBLIGAS E PRIVADAS PRINS Pius 0197019801880 20002012 geese e38 Com 0 objetivo de incentivar os jovens ¢ adultos a ingressarem na edueagio superior, 0 governo criou dois importantes programas para auniliar no pagamento das mensalidades das instituig6es privadas: O PROUNI ¢ 0 IES. Ps-graduacéo: avancando no estudo superior ‘No Brasil existem duas categorias de pés-graduacéo: aJato sensu, dirigi- da & especializacio profissional; e a st do e doutorado, que visa a formagao de pesquisadores. to sensu, composta de mestra- Pés-graduacao leto sensu Os cursos da categoria Jato sensu sao 0s de especializacdo ¢ os MBAS (Master in Business Administration). A especializagao costuma ter um foco mais delimitado e busca aprofundar o tema proposto, jd os MBAS atuam no campo da Administra¢do, ou nos estudos relacionados & ges- tio. Os cursos de especializacio tém duragio minima de 360 horas; os MBAs costumam ter uma carga-horiria maior. (SY COMENTARIO Tecnolégicos Os cursos superires de tecnologia ou ‘ecnolégices,confarom diploma do gre- vacéo, esiando cs formands desses ‘cursos aptos para cursarem qualquer categoria de cursos de pés-graduacio. (© comeNtARIo Melhoria econémica Informe-se sobre o Progrema Universi- dade pare Todos (PROUNI) © sobre 0 Programa de Financamento Esiudanti (FIES) na sua instiigao de ensino ou no site do MEC. (7 COMENTARIO PROUNI ¢ FIES Em 2019, 0 total de matriculas no en= ‘sino superior seltou para 7.087.688, E a participacio das instituigbes particu- lares (com 5.140.312 matriculas), subiu para 73%. Grande parie destes alunos ‘escolhe estuder no turno da noite, pois ‘tabalha durante o cia. (concerto Lato sensue stricto sensu Em tradugao literal do latin, aexpressto [ato sensu significa Yer sentido ampl stricto sensu, por sua vez, significa sentdo esto” capfruco1@ 2] (7 comeNTARIO Banca qualificada A aprovagao da dissertago (mestrado) @/ou da tose (doutoredo) pela banca especiaizada € fundamental para a cb- tengo do respect to, (© comentario CAPES ‘A Coordenadoria de Aperfeigoamento de Pessoal de Nivel Superior (CAPES) & ccomposta por representantes das éroas de conhecimento escolhides & organ zados om grupos de trabalho, respensé- ‘eis pela avaliagdo dos cursos das éreas 2 quais partancem. E 2 metodologia da evalagio pelos préprios pores, 22 © capiruLo 1 1 Atencio ‘A pés-graduacio lato sensu concede certficado de conclusio, enquanio a pés- graduacio siicto sensu concede diploma. Pés-graduacao stricto sensu A pés-graduacio stricto sensu compreende cursos de mestrado ¢ douto- rado. No mestrado, como produto final, o mestrando deve elaborar e de- fender uma dissertacao frente a uma banca de professores qualificados. A dissertagio deve demonstrar familiaridade com o tema escolhido, € apresentar bibliografia pertinente ao assunto. No doutorado, como produto final, o doutorando deve elaborar e defender uma tese, frente auma banca qualificada, 4 tese de doutorado deve conter proposigoes e elementos inéditos para que a rea de conhecimento nela utilizada se desenvolva e avance. ‘Atualmente a pés-graduacio stricto sensu & regulamentada e avaliada no pais pela CAPES. A evaliago dos chamados programas de stricto sensu (mestrado e doutorado), tem como prineipais indicadores a qualidade da produedo cientifica, materializada em artigos cientifieos; produtos teenol6- -gicose patentes; ainda, curriculo dos professores e qualidade da produgao das dissertagoes e teses produzidas pelos alunos, entre outros elementos. ‘Como expresso dessa avaliacdo, a CAPES utiliza uma réguade zero 7, sendo que 3 6 0 minimo para que um programa possa operar du- rante 3 anos ~ deverd obrigatoriamente subir para 4, sob pena de ter seu fechamento estabelecido pela CAPES. O nivel 7 ¢ 0 mais dificil de atingir e exige uma importante insergao no cendrio internacional das universidades ¢ da producao cientifica. 0 Avencao Brasil possui virios érgios responsaveis polo desenvolvimento cientifico tec- noiégico € a formaco de pesquisadores, como o CNPO — Consetho Nacional de Desenvolvimento Cienttioo e Tecnolégico — que integra o Ministério da Ciencia, Tecnologia Inovacéo;¢ a FINEP — Financiadora de Estudos e Projetos — que tom por miso promaver 0 dasenvolvimento do pals, a partir do fomento a cléncia, tec nolegia e inovacdo @ também esta vinculada 20 Ministério da Ciéncia e Tecnologia e Inovaco. A maioria dos estados possui suas fundagGes de amparo & pesquisa, como a FAPERYJ do Rio de Janeiro, ou FAPESP de Sao Paulo, entre vérias outras. © Brasil desenvolveu uma pés-graduagao siricto sensu muito respei- tada internacionalmente, porém, e apesar de toda malha de fomentoe suporte & pesquisa, ainda ocupamos um dos tiltimos lugares do mundo no ranking internacionel de patentes, ou seja, temos muito para avancar em pesquisa e inovagio. Do geral para o particular: a Estacio na sociedade do conhecimento AA Esticio € tinica instituigdo no pais ~ e uma das poucas no mundo ~que desenvolyeu um projeto nacional de Educago Superior baseado nos conceitos contemporane- - 08 da sociedade do conheci Pela primeira vez na mento, focado no desenvolvi- historia da humanidade mento dos seus alunos parao © que tem mais valor mundo do trabalho. é um bem intangivel, o A sociedade do eonhete ob cimento. mento, presente no conceito de 7 Educagio da Estéclo, foi possivel em decorréncia do desenvolvimento téenico-cientifico nas transmissdes de dados por satélites/fibras épti- «as, levando ao desenvolvimento da internet, ao armazenamento de in formagtes em nuvens ete., baixando o custo de transagio das informa- ‘des, democratizando o acesso is mesmas ¢ a0 conhecimento. A Estdeio é composta por faculdades, centros universitérios e uni versidade presentes em todo o territério nacional. Preocupada em levar qualidade de educagao para todos os seus alunos nacionalmente, garan- tindo um espago e creseimento no mercado de trabalho, iniciou-se um. projeto que teve por base os conecitos de sociedade do conhecimentoe de economia do conhecimento. (7 RESUMO Na economia do conhecimento, o que tem valor & 0 conhecimento produzido coleti vamente mediado por plataformas digits. Ou seja, cabecas pensantes trabalhando escolhas porque capaz do organizé-tas. Umma vida eem aspiragdo é ‘uma vide desperdiceda. ‘A aspiracao faz com que fas escolhes ordenem os desejes, ‘Avida no pode se resumir ‘a uma busca incessante © Insana pelo prazer. BD = cartruco 3 Foi quando conversei com meu paie conte ele o que estava correndo, Perguniei Ihe © que doveria fazer. Ela, que sompre fol meu inspirador, meu sdbio questonou quem era ele para dizer 0 que eu deveria fazer Ninel, nessa idade, eu jé era duos vezes mestre e jécursava o segundo douterado. Eu insist Disso quo sua exporiénca do vida ¢ sou amor por mim valiam mais do quo 05 tfulos acedémicos. Ele me olhou com mansiddo e pexguniou: Voce est feliz {io"? Eu respond: Nao, pal’. Ele emendou: Entio voce sabe a resposta’ Lembro ime de que minha mae gritou da cozinha: “imagine! Onde ele vai gerhar um saléro desses, vocés estio malucos”: Meu pal apenas sortu ¢ eu pedi demisszo. Escolhas Em uma ocasio, um amigo quote deixar a poltica © so docicar ao toatra Dsse que noiava a poca um jogo de perversidadee que antes, tina muitos sonhos pois achava que 2 police ora 0 methor lugar para ajuda as pessoas e, agora, én pensava assim. or outro lado, no entanto, muitas pessoas the dziam que era uma loucura larger a polfica para se dedicar a algo to incerto como a carrera de ator. Eu apanes ouva, quando ele deu uma pause e um soriso izendo:*Mas 0 teatro é a minha clog. LLembreie, enldo, do meu pale tente ajudéto “Se essa & sua compreensao entre a perversidade e 2 alegria, acho que a escolha certa é ficar com a alegre’ Aspirago A aspiracao é superior as escolhas porque é eapaz de organizé-las. A as- piragdo é 0 elemento fundante da Inteligéncia Alpha. f 0 que dé sentido vida. 0 que faz com que se assuma o comando da prépria histéria ‘Um atleta nao escolhe ser um campedo olimpico, aspira. Ao aspirar serum campedo olimpico,o atleta escolhe comer adequadamente, dor mir adequadamente, treinar adequadamente e assim por diante. Dessa forma, ele harmoniza os seus de 3 piracsio 6 o sejos. Tudo isso porque ele é mo- vido por uma aspiragio. elemento fundante da Umavida semaspiracaoéuma_/nfeligéncia Alpha. Eo vida desperdicada Eumbarcoque gue da sentido a vida. vai oceano adentro sem diresio.E ~—E 9 que faz com que umcaminhante quecaminhasem 6 aesuma o comando ter para onde i A aapiusfo faz propria histéria, com que as escolhas ordenem os desejos. A vida ndo pode se resumir a uma busca incessante e insana pelo prazet. O prazer nao é proibido, mas hé algo superior ao prazer, porque ¢ mais consistente, mais duradouro: a felieidade. A maior aspiragio de um ser humano deve ser, simplesmente, a busca pela felicidade. 7 EXeMPLo Um dia, dando aula na faculdade de Direita, comecamos a falar sobre aspiragao. LLembro-me de que cada aluno dizia qual era sue aspiracéo. Aiguns queriam ser juites, culos advogados, outs promotores, cuttos delegatos etc: Um deles disse, findo, que sua asplragdo eraser rico. Outro aproveliou @ oportunidade @ disse que ‘25a aspiragdo era ter um ite. Quito falou de casas fora do Brasis E eu denei que cada um colacasse os seus desejos para fora até para tentar ajudé-os a perceber a Aiforonga entre decejo, oscolha 0 acpirago. Perguniel novamenie, para o aluno que falou que queria um ite. Eu disse a ele: “Entto, 2 aspirago da sua vida 6 ter um late?” Quando eu disse “aspiragto da sua vide", acho que ele pensou melhor. Ele, entio,respondeu que ‘no’. Que era uma aspiraglotlver, pare uma fase de vida. ‘aspiragdo néo 6 para uma ace. & para a vida toda. Tiramos disso 08 desojos materiais. Caro, jae, apartamento, case, dinheiro. Tudo isso & desejo. NBo ha mal nenhum em querer esses bens, mas estamos na esfera dos desejos. Frgunte outta aluna, que dissera que sue aspiragéo eraser juze se cla estava carta disso. Ela disse que ‘sn’. Que sua aspracéo era passar no concurso da ma- sictratura. Eu porguntsi:"E dopoie? Se a espracdo 6 apenas passar no concurso, 20 ‘se aprovada, acaba a aspirecao7 Ela fo um pouco além. “Preiendo ser uma jutca justa, coreta, quo ‘aca o bem para es passoas'. A’ chegamas, de fato, o concoito de aspiracdo que ro se encerra quando se passa em um concurso. A aspiragdo é {fazer o bam, é acreditar que. ustga pode ser um instrumanto para fazer com que as pessoas sojam folzes. E acscolha 6 sor juiea Da mesma forma, um meécico néo aspraa ser médico.Aspiraa cuidar de gente, as- pira.aminimizar a dor do outro E parasso, escelhe ser mécico. Um professor aspira ‘a methorar 0 mundo, melhorando as pessoes. Ou melhor, asia a ser fez, ebrindo as jane'as das possblidades aos seus aluncs, mostrando 0 significado da educagao ‘como um pessaporte da iberdade. Ese quem escoheu ser professor, médico ou jz, cu qualquer outta profssao, nao se esquecer de sua aspiragao, sua escoha tera sido acertada Inteligéncia Alpha — aspiragao Aaspiragdo, como dissemos, ¢ 0 que nos move, nos comove, nos envolve, ela que nos ajuda a suplantar as dificuldades que surgem ou “as pedras do meio do caminho”, como diria Drummond. Inteligéncia intrapessoal Na inteligéneia interpessoal ou intrapessoal, hd sempre entraves. © proces- so intrapessoal, ou seja, de relagao comigo mesmo, deconvencimento pré- prio, nao é simples. Asvezes, é mais fécil convivercomo barulhoexternodo que com as angiistias internas, Pensar dé trabalho. O pensamento nos leva acontrariarmos os nossos desejos, ¢ isso é mais complexo do que parece. Muitas vezes, quando hd algum problema, é comum que se converse ‘com muitas pessoas, que se fale muito, que se reclame por todos os la- (BY autor Drummond Carlos Drummond de Andrade (1902- 1987) foi um pote, contcta © cronista brasilero, considerado por muitos 0 mals Influente poeta brasteio do século XX. cavtruro 3 = B3 (2 curiosinave Fernanda Montenegro Femanda Montenegro (1929) & uma atti brasiloira do testo, cinoma o tole- viséo, considereda tanto pelo piblico {quanto pela erica como uma das maic- ros dames dos paleos ¢ da cramaturgia brasiera de todos os tempos. la jé ge ‘hou o Emmy internacional efiindicada 20 Oscar, além dos inconidveis prémios recebidos er uma impecdvel carreira (27 CURIOSIDADE Nelson Mandela Nelson (1918-2019) foi um advogado € lider rebelde. Em 1984, fol condenad 8 prisdo e permanoceu proso até 1990. estes 26 anos, lomourse o simbolo da luta contra o sistema de apartheid (rag rme de sogregacio racl) em seu pat Em 1994, Mandala elegeu-s2 0 primeira presidente negro da Afrea do Sul, gover nandora aié 1999. Fo! responsive! pelo fim do regime segregacionista no pais ¢ também pela reconciiagéo de orupos Internos, send considerado 0 mais im portant lider da Aca Negra, ganhador do Prémio Nobel da Paz de 1998 Bd = cartruco3 dos, mas ¢ incomum que se pate e se converse consigo mesmo. Isso éa inteligencia intrapessoal. Para se ter uma aspiragdo, o pri- Pensar faz bem. meiro passo € o didlogo interior. & Pensar faz fazer o © caminho que deve ser pereortido bem, Para si mesmo. pelo pensamento € pela emosio® 6 para o outro que harmoniza esses dois polos. ensar faz bem. Pensar faz fazer o bem. Para simesmo € para o outro, Inteligéncia interpessoal Quando se pensa na rela¢io com 0 outro ou, em outras palavras, na in- teligéncia interpessoal, surge outra questo. Qual a importancia que 0 outro tem na minha vida? A resposta é: a importancia que eu der ale. Parece estranho, mas é preciso refletir sobre isso, Perde-se muito tempo dando mais valor as pessoas do que, de fato, elas tém na nossa vida. Brigas desnecessérias, discussdes sem a menor necessidade pelo simples fato de se tero desejo de se sentir vencedor. Vencedor de qué? Voltamos 20 desejo. 0 desejo de vencer o outro. 0 desejo de se vingar do outro. O desejo de aparecer, de ser mais rico, mais amado, mais esperado ete. (9 EXeMPLo Uma das maiores atrizes brasileias, Fernanda Montenegro foi convidada, mais de uma ver, para ser minstra. E racusou Na carta que enviou, a0 entao presidente Sammey, justficou que no estava prepa rada para abandonar a carrera artistca, néo por medo do desafio que Ihe era ofe- recido, mas por entender que sua vocacto, sua aspiraco era ade ser uma operéria da arte € era, no paleo, a sua escolha de vida, que essa aspiragio se concretizava. O interessante & que toda a classe arfstica, na época, apoiou sua ida 20 ministéio, Eles tinhem certeza de que ola faria um excelente trabalho. E, certamente, faria, Mas no era essa sua aspiragdo. N3o ea 2 poltca o lugar escolhido por ela para exercer 0 seu oficio Indubitavelmente, ela teve desejos. Um canvite desses mexe com a vaidede de qualquer pessce. Os aplausos dos amigos. O poder para fazer acontecer uma poltica cultura sigificaiva. A tudo isso, ela renunciou, dizendo “nao” Imagine quantas dividas ela teve a0 fazer a escolha O que pesou, com certeza, ‘ar no desvia da rota Os {oi a aspiracdo, Quem sabe o caminho que quer palcos @ as telas agradecem Outro exemplo significative 6 © de um dos maiores estadistas de nassos tempos, Nelson Mandela. O homem que nos ensinou que: Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou por sua religdo, Pera oda, as postoas prcisam aprender «9, so olas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois 0 amor chaga mais natura ‘mente ao coragéo humano do que seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser coculta, mas jamais extinta, Pris bem, a espiraczo de Mandela era a de construir uma Afica live é éxio, do preconceto, da dito. ie lutou mute per ist, Ficeu reluso por quase 30 anos. Sofeu 05 horrores da pristo. Fo! umhado um dia, 20 sair da priséio, apciado pelos seus irméos, elegeu-se presidente da Repiblica da Africa do Sul, ‘Ao ser elto, mutios daqusles que, como el, por serem negros softer 2s piores pivagdes © humiha~ 4808, quoriam que ele co vingaste des brancos. ele poder fazer iss. Tinhe poder pera ies Era man- datdio maior da nacéo. Tavez ee até tvesse esse deseo depois de tudo 0 que passou Talver ele tvesse tid a tentagzo de mestrar © ceu poder, de cizer “agora quem manda cu eu’ de dar treco. Mas ele fez, exatamente, o contratio, Ele no se vingou de ninguém por essa nao ser a sua aspiracdo. A vin- ganca é um desejo menor Mesquinho E Mandela compreendau isso e ro negigenciou a sua aspiracto. Sua aspirago ore a unigo de um pove como coneequéncia do amox E a vinganga seria 0 opceto, Soria voltarparatrés, Seria permtr que ouras pessoas comandassem a sua alma. el, Mandela eao coman- dante da prépria am, como eiz um poem, invctus, que ole leu muias vezos ra prisao de Robben send. (27 CURIOSIDADE Invictus Mendela dizia que nesse poema, escito pelo poeta inglés William Emest Henley, ele encontrou a forga necesséria para continuar vio @ manter acesa a chama da luta contra 2 desigualdade Dentro da nolte que me rodela Negra como um poco de lado a lado Agradeco aos deuses que existem por minha alma indomével Sob es garras cruéis das circunsténcias eu nd tremo e nem me desesparo Sob os duros golpes do acaso Minha cabeca sangra, mas continua erguida Mais além deste lugar do lagrimas e ire, Jazem os horrores da sombra. Mas a ameaca dos anos, ‘Me encontra © me oncontrard, som modo. Nao importa quio estreto 0 portao Quao repleta de castigo @ sentenca, Eu sou o senhor de meu destino Eu sou o capitio de minha alma, catruto 3 = BB LEITURA Artigo 205 Aceducacto, ditelto de todos @ dever do Estado 0 da familia, cord promovida © incentivada com a colaboraclo da so- Cledade, visando ao pleno cesenvolv mento da pessoa, seu preparo para 0 exercicio da cidadania e sua qualifica- ‘e para o trabalho. BB = carts Caixa de Aspiragdes Afirmamos, no inicio deste capitulo, que a inteligéncia trabalha com. uma caixa de ferramentas e com uma caixa de brinquedos. Mas néo sao estanques. Um poema, por exemplo, eaberia melhor na eaixa de bringue- dos, porque, aparentemente, ndo tem uma utilidade. Serve apenas para alimentar a alma. Como um pér do sol, uma cangdo, um beijo na boca, uum café despretensioso com um amigo que nada tema oferecer, além da amizade. Mas todosesses exemplos da caixa de brinquedos nos ajudam a viver melhor, a encontrar a nossa esséneia, a fortalecer a nossa aspiracao. A aspiracao ultrapassa esses sentimentos menores. Vai além. Eleva. Huminaa vida, (E97 REFLEXAO A aspragio € invita. Se eu projetar a minha fecidade no outro, nunca ser! fz Porque essa rasponsabiidade no ¢ do oo, 6 minha Por mais que ou‘ameo meu pa aamiha mée, inna esposa,o meu ‘iho, aspacio é minha as escohes também Ninguém tem octet de asprar palo curo ‘ampouco de faze as escofnas pel ou ‘ro € preciso que cade um aoa o reaponsével pela sua histra E, para ooo, aspire. E. asiranda faga as escola comelas A lnteligénciaAlpha¢aaspiracio no sentido de fazer com que cada um te- nha aconsciéneia doquequer da propria vida, deonde querchegar, decomo quer gastara existéncia. Diaa dia, a vida vai se esvaindo, o tempo vai passan- do eas questdes fundamentais permanecem: “o que estou fazendo aqui?”. ‘A Inteligéncia Alpha nos ajuda a dar essa resposta e, por isso, é pre- ciso desenvolvé-la. Todos tém inteligéncia em potencial. A questio ¢ ‘transformar o potencial ou a poténcia em ato. Desenvolvimento da habilidade cognitiva Habilidade cognitiva, como dissemos, ¢ a habilidade de compreenstio © a¢do, Ea habilidade de absorver o conhecimento e de trabalhé-lo de forma significativa. Um dos desafios do educador é selecionar, adequadamente, oconte- \ido da aprendizagem, adequando-o para cada fase do aprendiz, A Cons- tituigao Federal de 1988, quando apresenta os objetivos da educagio, no artigo 205, refere-se ao pleno desenvolvimento da pessoa, do seu prepa- ro para o exercicio da cidadania e sua qualificagao para o trabalho, (7 comentario Com base nesse principio, a estratigia de selagdo de conteddo tom que se preocupar ‘coma formago ca pessoa, em primeio lugar. Depcis, coma sua laro como ou, ou Sojp a idadania.E, porfm.e nto menos importants, com sva quafcacio perao trabalho, Nao que 0 desenvolvimento da pescos.c 0 exerccio de cdadaniaestejam exchidos «da qualiicagdo pare o trabalho, Mas quis 0 legislador constitute fortalecer esse oncoito de formar « pessoa o de sou exercicio de cidadania, para evitar quo 0 con tetido soja exegeradamente espectco. Um profissonal precisa de ume visto ampla, de um conhecimento de humanidade, 0 ‘quo.es gregos chamavam de Paid, estance ele inserido nesse contexto.O conhe- ‘cmento no pode ser reducionista fragmentado. (97 EXeMPLO LLembro-me de uma mulher reciamando no balcio de uma empresa aérea pelo atra- 80 do woo. A recepcionista diz, corrind, cue, infelzmente, no havia previséo do horétio que 0 voo salvia, A mulher cisse que era a quinta vez que ela perguntava ‘2 que o atraso jé era de mais de cinco horas. E 0 que mais a incomodava,akém do ‘atraso, era o soriso da funcionéria da companhie aérea. Mas um sotiso incomoda’? Por incivel que pareca, pode incomodar. Porque colocado nna hora errada Ea, corfamente, fez un treinamento ¢ aprendeu que, toda vez que des: ‘se uma resposta a um cliente, deveria sor, parecer simpatica, Sua formacao fo sim- pista incorreta. Ela ndo 6 uma maquina e nao pode agircomo se fosse programada, Um médico, mesmo sendo especialista de ume tnice érea, precise conhecer © corpo humano. Ou isso ou 0 remédio para 0 coracio val destruir 0 estdmago do seu par

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