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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA

CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

IARA APARECIDA FAGUNDES

SAÚDE BIOÉTICA E SOCIEDADE


PROFESSORA: MARISA SANCHES

SÃO JERÔNIMO
2009
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SUMÁRIO

Sumário..............................................................................................pg 02
Introdução..........................................................................................pg 03
A Gravidez na Adolescência.............................................................pg 04
A Adolescência...................................................................................pg 04
Por que isso acontece?.........................................................................pg 05
Os Vários Riscos.................................................................................pg 06
Orientação Sexual...............................................................................pg 07
Gravidez Indesejada?..........................................................................Pg 09
Dados epidemiológicos.......................................................................pg 09
Conclusão...........................................................................................pg 11
Bibliografia........................................................................................pg 12
Anexo I...............................................................................................pg 13
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INTRODUÇÃO

Denomina-se gravidez na adolescência a gestação ocorrida em jovens de até 21 anos que


encontram-se, portanto, em pleno desenvolvimento dessa fase da vida – a adolescência. Esse tipo de
gravidez em geral não foi planejada nem desejada e acontece em meio a relacionamentos sem
estabilidade. No Brasil os números são alarmantes.
Biologicamente a gravidez pode ser definida como o período que vai da concepção ao
nascimento de um indivíduo. Entre os animais irracionais trata-se de um processo puro e simples de
reprodução da espécie. Entre os seres humanos essa experiência adquire um caráter social, ou seja,
pode possuir significados diferenciados para cada povo, cada cultura, cada faixa etária.
Em condições normais, a adolescência é deflagrada pela puberdade, englobando a ação do
meio, as vivências anteriores, assim como as que vão ocorrendo durante o próprio processo de
mudança. No sentido legal, a idade de 21 anos é considerada como o término da adolescência, pois a
partir desta idade o jovem é considerado independente e responsável por seus atos.
Trabalhos mais recentes vêm preferindo apontar a adolescência não como um período de
crise, mas como um período evolutivo de transição entre a infância e a idade adulta. A busca e
construção de uma nova identidade é o foco central da adolescência. Ao buscar sua identidade, o
jovem opõe-se aos valores estabelecidos. A mídia é o poder mais influente no adolescente, nos dias
atuais.
No passado, as brasileiras casavam-se e tornavam-se mães muito cedo. Possivelmente, as
avós ou bisavós de muitos de nós tiveram seus primeiros filhos com 13 ou 14 anos de idade. As
mulheres casavam-se jovens, permaneciam exclusivamente no ambiente doméstico, freqüentavam
pouco a escola, não tinham recursos, meios nem mentalidade para planejar sua vida reprodutiva. Não
havia métodos confiáveis para evitar a gravidez e, geralmente, isso nem era cogitado. Vivia-se menos,
havia muitas doenças "incuráveis", morria-se muito de parto e de complicações da gravidez e a própria
estrutura familiar era diferente.
Atualmente, tudo mudou. No entanto, embora quase todos conheçam algum método
anticoncepcional, alterações nos padrões de comportamento sexual estão contribuindo para o aumento
dos casos de gravidez na adolescência - e esta não é uma questão simples de ser encarada. Em alguns
países como a China, que não possui mais capacidade territorial para absorver um número elevado de
indivíduos a maternidade é controlada pelo governo e cada casal só pode ter um filho. Em outras
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culturas como em tribos indígenas e alguns países africanos gravidez é sinônimo de saúde, riqueza e
prosperidade.
No Brasil, onde não há controle de natalidade e onde o planejamento familiar e a educação
sexual ainda são assuntos pouco discutidos, a gravidez acaba tornando-se, muitas vezes, um problema
social grave de ser resolvido. É o caso da gravidez na adolescência.

A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Cabe destacar que a gravidez precoce não é um problema exclusivo das meninas. Não se
pode esquecer que embora os rapazes não possuam as condições biológicas necessárias para
engravidar, um filho não é concebido por uma única pessoa. E se é à menina, que cabe a difícil missão
de carregar no ventre, o filho, durante toda a gestação, de enfrentar as dificuldades e dores do parto e
de amamentar o rebento após o nascimento, o rapaz não pode se eximir de sua parcela de
responsabilidade. Por isso, quando uma adolescente engravida, não é apenas a sua vida que sofre
mudanças. O pai, assim como as famílias de ambos também passam pelo difícil processo de adaptação
a uma situação imprevista e inesperada.

A ADOLESCÊNCIA
A adolescência implica num período de mudanças físicas e emocionais considerado, por
alguns, um momento de conflitivo ou de crise. Não podemos descrever a adolescência como simples
adaptação às transformações corporais, mas como um importante período no ciclo existencial da
pessoa, uma tomada de posição social, familiar, sexual e entre o grupo.
Numerosas teorias vêm sendo desenvolvidas com a finalidade de explicar o fenômeno da
adolescência. Estas teorias resultaram em pontos de vista diferentes. A palavra adolescência é
derivada do verbo latino "adolescere" que significa crescer até a maturidade.
Existem alguns critérios quando se pensa na definição da adolescência:
Critério sociológico: adolescência é o período de transição da dependência infantil para a
auto-suficiência adulta.
Critério cronológico: adolescência é o período que se estende de aproximadamente doze anos
até vinte e um anos, com grande variações individuais e culturais.
Critério do desenvolvimento físico: adolescência é a etapa da vida compreendida entre a
puberdade e a vida viril, quando o desenvolvimento físico está quase concluído, aproximadamente aos
20 anos.
Critério psicológico: período de extensa reorganização da personalidade, onde novos
ajustamentos que distinguem o comportamento infantil do comportamento adulto têm que ser feitos.
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Pubescência é o período de desenvolvimento fisiológico durante o qual as funções
reprodutivas amadurecem e inclui o aparecimento das características sexuais secundárias e a
maturidade fisiológica dos órgãos sexuais primários.
Embora possam ocorrer mudanças fisiológicas em diversas fases da vida, a rapidez das
transformações neste período é muito maior que nos anos anteriores e posteriores.
O período prolongado da adolescência em algumas sociedades não é de caráter fisiológico e
sim uma invenção social. Atualmente já se fala na geração canguru, filhos que apesar de terem
condições de viverem sozinhos, permanecem nas casas dos pais.
Ser adolescente é viver um período de transição entre criança e adulto, é vivenciar novas
experiências, reformular a idéia que tem a respeito de si mesmo e transformar sua auto-imagem
infantil. Ser adolescente é viver entre o "ser e não ser". É um período confuso, de contradições,
doloroso, caracterizado muitas vezes por atritos de família, na escola, no ambiente em que vive. É
quando o adolescente deve deixar de ser criança para entrar no mundo adulto, mundo este tão
desejado, mas tão temido.
As transformações físicas não são as únicas que enfrentam. Suas mentes também passam por
grandes alterações. Nem sempre nos damos conta do quanto sua inteligência evolui. Entretanto, essa é
uma fase de dubiedades: num momento, o jovem pode tornar-se mais sonhador ou independente e
arrojado, passando a querer experimentar novas possibilidades e vivências; noutro, fica encabulado e
retraído, sensível ou agressivo Ao mesmo tempo em que se sente frágil e inseguro, pode achar que não
precisa de ninguém; ao mesmo tempo em que se vê retraído, acha-se capaz de tudo; apesar de temer o
mundo, acredita que nada pode lhe acontecer.. Muitos começam a trabalhar e a experimentar, cedo, um
início de independência material. Outros, trabalhando ou não, procuram, através dos estudos, um
encaminhamento para a vida profissional.
Ao adquirir personalidade própria, o jovem geralmente se distancia da família, procurando
maior autonomia. Com isso, sua vida social se modifica: passa a preferir a companhia de outros
adolescentes, recusando a dos pais e irmãos. Os amigos de mesma idade passam a ser as pessoas mais
importantes. Começa a vestir-se de acordo com o figurino do grupo, a falar a sua linguagem, a
freqüentar lugares diferentes, a chegar mais tarde em casa.
O problema é que quanto mais baixa é a auto-estima, maior é o risco de uma gravidez
precoce. Para se afirmarem, os garotos precisam transar com quem pintar pela frente. E as meninas
carentes acabam concordando, com medo de perder um afeto tão difícil de conseguir. Contudo, além
da gravidez, ainda há o risco da transmissão da AIDS.

POR QUE ISSO ACONTECE?

O mundo moderno, sobretudo no decorrer do século vinte e início do século vinte e um vem
passando por inúmeras transformações nos mais diversos campos: econômico, político, social.
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Essa situação favoreceu o surgimento de uma geração cujos valores éticos e morais
encontram-se desgastados. O excesso de informações e liberdade recebida por esses jovens os levam à
banalização de assuntos como o sexo, por exemplo. Essa liberação sexual, acompanhada de certa falta
de limite e responsabilidade é um dos motivos que favorecem a incidência de gravidez na
adolescência.
Outro fator que deve ser ressaltado é o afastamento dos membros da família e a
desestruturação familiar. Seja por separação, seja pelo corre-corre do dia-a-dia, os pais estão cada vez
mais afastados de seus filhos. Isso além de dificultar o diálogo de pais e filhos, dá ao adolescente uma
liberdade sem responsabilidade. Ele passa, muitas vezes, a não ter a quem dar satisfações de sua rotina
diária, vindo a procurar os pais ou responsáveis apenas quando o problema já se instalou.
A adolescência já é uma fase complexa da vida. Além dos hormônios, que nessa etapa
afloram causando as mais diversas mudanças no adolescente, outros assuntos preocupam e permeiam
as mentes dos jovens: escola, vestibular, profissão, etc.
A gravidez, por sua vez, também é uma etapa complexa na vida. Ter um filho requer desejo
tanto do pai quanto da mãe, mas não só isso. Atualmente, com problemas como a instabilidade
econômica e a crescente violência, são necessários, além de muita consciência e responsabilidade, um
amplo planejamento. Quando isso não acontece, a iminência de acontecerem problemas é muito
grande.

OS VÁRIOS RISCOS
A adolescência é o momento de formação escolar e de preparação para o mundo do trabalho.
A ocorrência de uma gravidez nessa fase, portanto, significa o atraso ou até mesmo a interrupção
desses processos. O que pode comprometer o início da carreira ou o desenvolvimento profissional.. As
raízes destas posturas, estão vinculadas com os prejuízos que acarreta na qualidade de vida e nas
oportunidades futuras das adolescentes, nas implicações físicas, emocionais, familiares e econômicas,
que atingem as jovens isoladamente e a sociedade como um todo.
Nega a gravidez, espera a menstruação, vai ao banheiro toda hora achando que menstruou,
acorda e pensa: hoje vai descer...e os dias passam. Passada a fase da negação, finalmente ela se dá
conta de que um bebê está a caminho e normalmente está sozinha , já que o companheiro foge
assustado, e a família a recrimina. Seu emocional é fortemente abalado, a gravidez é vivida como um
momento de muitas perdas.
Os primeiros problemas podem aparecer ainda no início da gravidez e vão desde o risco de
aborto espontâneo – ocasionado por desinformação e ausência de acompanhamento médico – até o
risco de vida – resultado de atitudes desesperadas e irresponsáveis, como a ingestão de medicamentos
abortivos.
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O aborto além de ser um crime, em nosso país, é uma das principais causas de morte de
gestantes. Por ser uma prática criminosa não há serviços especializados o que obriga as mulheres que
optam por essa estratégia, a se submeterem a serviços precários, verdadeiros matadouros de seres
humanos, colocando em risco a própria vida. Em geral, condições inadequadas de acompanhamento
em torno dos processos de gravidez, parto e puerpério podem gerar dificuldades generalizadas e
obstáculos à saúde da mãe e do bebê.
Um outro problema é a rejeição das famílias. Ainda são muito comuns pais que abandonam seus filhos
nesse momento tão difícil, quando deveriam propiciar toda atenção e assistência. Há que se pensar que
esse não é o momento de castigar, pelo menos não dessa forma, o filho ou filha.
Em outras situações a solução elaborada pelos pais é o casamento. Embora hoje haja poucos e
apenas nas regiões interioranas os casos de casamentos forçados com o objetivo de reparar o mal
cometido, os casamentos de improviso, acertados entre as famílias ainda é bastante recorrente. Os
adolescentes, nessa situação, são, normalmente, meros observadores e em geral não se opõem a
decisão tomada pelos pais. Isso acontece tanto pela inexperiência quanto pela culpa que carregam ou
ainda por pura falta de condições de apontar melhor solução.
Várias formas foram criadas para que o adolescente se conscientize sobre o perigo que pode
estar correndo. Não apenas pelas DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), mais também pela
gravidez. Fazer amor, transar ou fazer sexo chame como quiser, é algo que deve ser feito com cuidado
e estando ciente das conseqüências. De fato, os adolescentes têm o acesso facilitado às pílulas
anticoncepcionais, ao diafragma, à camisinha.. Os meios de comunicação e as escolas fazem
freqüentes campanhas de esclarecimento. Os serviços de saúde estão à disposição para prestar
informações.

ORIENTAÇÃO SEXUAL E AFETIVA É O REMÉDIO


O problema é que, muitas vezes, os jovens pensam ou dizem saber tudo sobre sexo, e não
sabem, pode ser que não tenham informações corretas ou que não saibam como aplicá-las às suas
vidas, ou que seus pais achem que eles já estão suficientemente esclarecidos e não mais precisam de
informação ou conversa sobre um assunto que ainda traz certo constrangimento. E, principalmente,
pode ser que os jovens, embora saibam das coisas, acreditem que com eles nada acontecerá. Isto revela
uma característica fundamental da mentalidade do adolescente: achar que as coisas só ocorrem com os
outros.
Muitos pais julgam ser desnecessário conversar sobre sexo com os filhos, pois a televisão já
fala tudo ou eles têm aulas de educação sexual na escola. Ledo engano, pois os filhos necessitam
conversar com alguém em quem confiem, possam fazer perguntas pessoais e tirar dúvidas.
A desinformação e a fragilidade da educação sexual são também questões problemáticas,
temas como sexualidade, gravidez, drogas, entre outros, ficam restritos, quase sempre, aos projetos,
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feiras de ciência, semanas temáticas, entre outras ações pontuais. Os pais, como já foi dito
anteriormente, além do afastamento dos filhos, enfrentam dificuldades para conversar sobre essas
questões. Isso se dá devido a uma formação moralista que tiveram
As campanhas educativas têm um papel apenas informativo, bastante útil, porém não
suficiente para atingir o(a) seu (sua) filho (a) em particular. Falam sempre para um grupo como um
todo.
As conversas sobre sexo devem ser iniciadas já na infância, assim, à época da adolescência, o
assunto voltará com mais naturalidade. Sempre que o jovem demonstrar curiosidade, é importante dar-
lhe atenção, mesmo que isto seja constrangedor no início. Os pais devem ter a liberdade de inclusive
falar abertamente ao filho que não consegue falar no assunto, porém que está disposto a tentar.
Na verdade, o adolescente não quer saber informações técnicas sobre o aparelho reprodutor,
ou métodos anticoncepcionais, o que ele necessita é discutir algo mais pessoal. Se os filhos percebem
esta abertura em casa com um dos pais, ou mesmo um irmão mais velho, com certeza irão aproveitar a
chance, pois sentem-se pressionados e sem saída. Mas, atenção: dar apenas informações técnicas aos
jovens não basta.
A superação das dificuldades de comunicação e diálogo entre os pais e os filhos pode ajudar
em muito a diminuir a ocorrência da gravidez indesejada entre adolescentes. Se os pais não
proporcionarem um ambiente propício para essas conversas, os jovens irão "decidir-se" usando a
impulsividade e inconseqüência natural desta idade. Como resultado poderemos ter adolescentes
grávidas, geralmente interrompendo estudos e atrapalhando seu desenvolvimento físico e emocional.
Do outro lado teremos, meninos pressionados a assumirem o papel de pais ou a darem apoio a uma
menina , sendo que eles ainda precisam disto também. Além da gravidez, o grande perigo de doenças
venéreas e a temida Aids.
A gravidez na adolescência tem sérias complicações biológica,familiares,emocionais e
econômicas,além das juridico-sociais, que atingem o indivíduo isoladamente e a sociedade como um
todo,limitando ou mesmo adiando as possibilidades de desenvolvimento e engajamento desses jovens
na sociedade. pode ser desestruturante, pois pode apresentar pesada carga emocional, física e social,
fazendo com que não sejam vivenciados importantes estágios de maturação psicossexual, além de ser
identificado como um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil.
Me refiro a esses jovens porque não é só a mãe que engravida o pai também, temos que
lembrar que sempre que há uma gravidez, há um casal grávido, pois a relação sexual é feita a dois, e os
dois são responsáveis pelas conseqüências dela; também para os rapazes as conseqüências de uma
gravidez inoportuna são graves e trazem grandes prejuízos à vida e à auto-imagem;
A gravidez de uma adolescente/criança é a conseqüência de dois comportamentos
relacionados, mas distintos: manter relações sexuais e não usar métodos contraceptivos eficientes. A
ambigüidade da posição crianças tendo crianças acarreta conseqüências no campo da intervenção.
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Quando se considera a grávida adolescente como criança, os procedimentos vão no sentido de
coibir sua sexualidade (discursos moralistas, alarmistas, ênfase dada aos cursos de educação sexual),
pois o exercício pleno da sexualidade é reservado a mulheres adultas. Ao contrário, se a ênfase for
dada ao sexo responsável, trata-se a adolescente como adulta, pelo menos no plano da sexualidade,
abrindo caminhos para políticas públicas em consonância com a aceitação de que mulheres
adolescentes também são ativas sexualmente.
Como vimos, a gravidez adolescente vem sendo problematizada, esquadrinhada,
patologizada, prevenida, qualificada, de forma repressiva ou mais compreensiva, como nos últimos
anos, a gravidez adolescente é objeto de discursos e de ações. , precisamos estar atentos às
formulações no plano das idéias e ao uso de termos e conceitos, pois estes conduzem e direcionam
práticas, em maior ou menor grau. Consideramos, por exemplo, inadequado o uso do termo prevenção
para trabalhar as questões da gravidez na adolescência, pois esse termo está intimamente associado ao
campo da patologia. A paternidade adolescente, por sua vez, tem sido coberta pelo silêncio, que,
timidamente, transforma-se em sussurro.

GRAVIDEZ INDESEJADA?
Como entender a garota que tem bom conhecimento da sexualidade, conhece os métodos
anticoncepcionais, tem acesso a eles, não quer engravidar e, apesar disso tudo, engravida? Que força
“do mal” é esta que, contrária à todas possibilidades, fez vingar uma gravidez?Embora não seja a
regra, tem sido comum encontrar adolescentes felizes, depois do susto do resultado positivo do exame
de gravidez, dizendo que a criança é bem vinda e que, apesar de seu pai ter ficado muito bravo, todos
já estão festejando a vinda do mais novo membro à família.
Na opinião dessas jovens quase deslumbradas com a gravidez (muitas dissimulando, como se
estivesse muito tristes), a pílula falhou, a tabelinha falhou, a camisinha rasgou... ou coisas assim mas,
de qualquer forma foi alguma coisa “completamente” acidental, emancipada da vontade dela. Mas,
será mesmo que não havia nenhuma vontadezinha, ainda que inconsciente, de engravidar?Algumas
adolescentes grávidas, entretanto, continuam dizendo, depois do exame positivo, que não queriam e
não querem ter o filho, que não se vêem criando uma criança.

DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Em 1999, do total de 2,6 milhões de partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 31
mil foram feitos em meninas com idade entre 10 e 14 anos e 673 mil entre 15 e 19 anos.
A proporção de nascimentos de filhos de mães menores de 20 anos no Brasil caiu de 20,8%,
em 2003, para 20,6%, em 2004, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada pelo
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IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano passado. Este é o menor percentual desde
1997, quando a proporção havia sido de 20,4%.
Aumentando a escala da pesquisa para um prazo de 10 anos, porém, verifica-se uma elevação
no número de gravidez na adolescência. Entre 1994 e 2004, os percentuais cresceram mais nas regiões
Nordeste (18,4% para 23,9%), Norte (20,8% para 25,4%), Sul (17,8% para 19,1%) e Sudeste (17,0%
para 17,7%) e caiu apenas na região Centro-Oeste (22,7% para 22,1%).
No município de Butiá foi coletado dados estatísticos referentes ao ano de 2005 ao ano de
2009.
Ver tabela em Anexo I.
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CONCLUSÃO

A adolescência é a fase da vida em que o indivíduo é criança em seus jogos, brincadeiras, e é


adulto com seu corpo, com seus novos sentimentos e suas expectativas de futuro. E é nesse turbilhão
de emoções que normalmente a adolescente começa a entrar em contato com sua sexualidade.
Pesquisas sobre sexualidade e reprodução na adolescência, em suas que as abordagens
privilegiam populações e vivências femininas, sendo o tema mais recorrente a gravidez na
adolescência na perspectiva da adolescente e de seu filho, deixando ausente a abordagem masculina.
Portanto, a gestação na adolescência ocorre por falta de informação, por desconhecer os
métodos anticoncepcionais, por não acreditar que realmente pode ficar grávida , por necessidade de
agredir a família, por carência afetiva, por ansiar ter algo somente seu ou como penitência
(inconsciente) por ter mantido relações proibidas.
Uma outra causa da gravidez inoportuna é a falta de diálogo em casa, de uma forma geral,
casais adolescentes que engravidam vêm de famílias onde a sexualidade é tabu, assunto no qual não se
toca, um grave erro de grande parte das famílias brasileiras. Por não terem com quem dialogar sobre a
própria sexualidade, os jovens acabam por fazer uso inadequado da sexualidade recém-descoberta.
Precisamos incentivar os pais a conversarem mais sobre esse tema!
Já que a gravidez significa uma rápida passagem da situação de filha para mãe, do "querer
colo" para o "dar colo". Nesta transição abrupta do seu papel de mulher ainda em formação para o de
mulher-mãe, vive uma situação conflitiva e, em grande parte dos casos, penosa. A adolescência é
também uma fase em que a personalidade da jovem está se formando e, por isso mesmo, é
naturalmente instável. Se é fundamental que a mãe seja uma referência para a formação da
personalidade de seu bebê, os transtornos psíquicos da mãe poderão vir a afetar a criança.
Considerando-se que, a gravidez na adolescência pode resultar no abandono escolar e que, o
retorno aos estudos se dá em menores proporções, torna-se difícil a profissionalização e o ingresso no
grupo de população economicamente ativa, com agravamento das condições de vida de pessoas já em
situação econômica desfavorável
Após o parto, é importante que a adolescente tenha a oportunidade de juntar seus pedaços e
de retomar seu papel de mulher, de adolescente e de cidadã. Precisa experimentar seu papel de mãe, e
de se permitir ou não ter outros relacionamentos. Planejar sua atividade sexual, repensar sua vida
escolar e profissional e desenvolver sua auto-estima para poder viver plenamente.
A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública de caráter social, que necessita a
implementação de políticas públicas saudáveis para sua redução e melhoria da qualidade de vida das
adolescentes.
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BIBLIOGRAFIA

BEHLE, I. Reflexões sobre fatores de riscos na prevenção primária da gestação na adolescência. In:
Maakaroun, M. F.; Souza, R. P.; Cruz, A. R. Tratado de adolescência: um estudo multidisciplinar. Rio
de Janeiro, Cultura Médica. 1991.

CABRAL, Maria da Graça S. R. - Conseqüências da gravidez na adolescência: riscos para a saúde da


mãe e do recém nascido. Dissertação (Mestrado em Pediatria), Recife: UFPE, 1997.
Gláucia da Motta Bueno Ataliba Camargo de Andrade, 186 - Cambuí - Campinas, S.P.
CORREA, M. G. B. R. N. & Coates, V.; Gravidez. In : Coates, V.; Françoso, L. A.; Beznos, G. W. -
Medicina do Adolescente, Sarvier, São Paulo. 1993, p. 259 - 62.

GUIMARÃES, E. B. Gravidez na adolescência: fatores de risco. In: Saito, M.I. & Silva, E.V.
Adolescência - Prevenção e Risco. São Paulo, Atheneu, 2001.

LIMA, C. P.; Luz, N. P.; Luz, S. H.; Bemfica, M. B.; Araujo, M. R. P.; Kripka, R. - Gestação na
adolescência. Acta med. (Porto Alegre). 1985; 10: 477-90.

PROJETO Ministério da Saúde-Programa VIVA LEGAL/Canal FUTURA SÉRIE 1 – 98/99 –


Educação em Saúde/ UFMG
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Anexo I

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