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ESTRADAS DE RODAGEM PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Fitho Engenheiro Civil Construgio, Pevimentagdo eConservagio de Estradas . bidim INSTITUTO PANAMERICANO DE CARRETERAS BRASIL PAN AMERICAN INSTITUTE OF HIGHWAYS - PIH Pt] © cai ietrastaecccombr~ Home Page wowpcrghr Copyright © 1998, Glauco Pontes Filho Proibida a reprodugo, mesmo parcial, ¢ por qualquer processo, sem autorizagao expressa do autor. eitoragio Eletrinica: Glauco Pontes Filho Fotolitos: Diagrama Pré-Impresso Dados Internacionais de Catalogagto na Publicagao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Pontes Filho, Glauco. ‘Estradas de rodagem : projelo geométrco / Glauco Pontes Filho, - Sio Carlos : G. Pontes Filho, 1998, 432 1 Entradas rurais 2, Rodovias ~Projeto 1. Titulo. cpp-625.725 Indices para Catdlogo Sistematico 1. Projetos geométricos : Rodovias 625.725 2. Rodovias : Projets : Engenharia 625.725 3, Rodovias ruais: Projeos : Engenharia 625.725 ‘Accada dia e hora o transporte fice mais importante para a economia ¢ 0 bem estar social, Primeiro, porque é a capacidade que o homem desenvolven a0 aprender & trocar os seus excedentes de produgao, tornando-se o principal recurso para ampliar a capacidade de sobrevivencia, alongevidade, a felicidade e 0 conforto dos sexes humanos. Segundo, porque os avangos da tecnologia contribuem para fazer de ineios e equipamentos para transporte um conjunto de elementos que ampliam o ciclo da economia, mesmo consumindo recursos humanos ¢ naturais a0 produzir a viagem de bens ou pessoas. Por outro lado, embora @ maioria dos cursos de graduacio em engenharia civil jinclua fundamentos sobre projetos de vias para transporte, boa parcela dos engenincirosformados carecem de prtica emétodos para colocr em agio teoria €-0s processas de estimativa de caracteristicas de rodovias ¢ assemelhados de maneira eficaz e eficiente. 0 pior ocorre quando livros, normas e manuals preocupan-se apenas em mostrar o subjacente ¢ a excegaio de teorias ¢ fundamentos que podem ser aplicados 20 trabalho de projeto e manutenglo de vias. [A presente obra cobre exatamente uma parcela da necessidade de engenheiros estudantes em ter acesso a resumos de teorias e especificagdes sobre procedimentos para tratamento de caracteristicas de rodovias e outras vias para estudos, projetos e verificagoes. E dirigida ao pratico e ao pesquisador iniciante, e inclui de maneira sintética e pronta para uso os métodos indispensdveis para 0 processamento do conhecimento sobre os t6picos que se dispoe a abranger. Este livro € destinado ao sucesso porque seu contetido abreviard os caminhos para o aprendizado de engenheitos, estudantes ¢ pesquisadores. Gost Bermardes Felex Professor Titular, Diretor do Centro de Processamento de Dados, ‘Chefe do Departamento de Transportes e Presidente da Comissio de Pesquisa na Escola de Engenharia de Sio Carlos da Universidade de Sio Paulo ” APRESENTACAO E AGRADECIMENTOS Escrever um livro é uma tarefa laboriosa, porém, tera experiéncia de virios anos raterializada desta maneira € um sonho de qualquer professor que se dedica a0 censino ¢ & pesquisa. No Brasil, a maioria dos professores universittios das diseiplinas de projeto geométrco de estradas adotam apostles nos seus cursos devido & caréncia de livros didéticos atualizados sobre o tema, Esperamos, com a presente obra, preencher este Lacuna. © livro é direcionado aos estudantes de cengenharia civil (cursos de graduagio), estudantes de pés-graduagéo ¢ engenheiros ivi engajados no projeto e construco de estradas. Este livro contém o programa bésico das disciplinas relacionadas 20 projet0 geométrico de estradas de rodagem, lecionadas nos cursos de engenharia civil das ‘universidades brasileiras. O objetivo principal dolivro€ transmitir, em linguagem idética e acesivel, os conceitos fundamentals para projeto geométrico de estradas de rodagem, de acordo com as mais recentes normas rodoviérias do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Tabelas, grificos, abacos ¢ programas na calculadora HP-48 G/GX sto apresentados, ssim como exereicios resolvidos ¢ proposto, que possibiltario melhor fixagbo de conecimentos ¢conceitos ‘Durante 0 longo caminho trilhado entre a idéia inicial e a publicagéo do livro, contamos com a colaboracéo dos engenheiros Roberto Toshimitsu Aramaki (RIDIM - BBA), Céssio Alberto Teoro do Carmo (VERAM Tecnologia), John Kennedy Guedes Rodrigues e Gilmar Trindade de Araijo (UFPB), Alexandre Henrique Borges Assi (QUACIL Construges ¢ Terraplenagem Ltda), Rubens Brazetti (DNER), Marcio Augusto de Sousa Nogueira, Carlos Henrique Barreiro, Femando Luiz Mendes Mariano, Adauto Medeiros Filho ¢ Romildo Teles Pinto da Frota, aos quais deixo aqui meus sinceros agradecimentos. ‘Agradecemos também aos professores Carlos Reynaldo Toledo Pimenta e Marcio Pires de Oliveira, da Escola de Engenharia de S40 Carlos / USP, pelos exercicios {que enriqueceram esta obra. Um agradecimento especial ao meu grande incentivador, mestre € amigo José Bemnardes Felex, professor titular da Escola de Engenharia de Sio Carlos da Universidade de Sao Paulo, ao qual exteriorizo aqui a minha eterna gratidao. Finalmente, 2queles que desejarem criticar e sugerir alteragées para incluso em futuras edigdes, apresento meus agradecimentos antecipados, solicitando que cenviem suas observagies pelo e-mail gpontes@usa.net. Sao Carlos, novembro de 1998. Glauco Pontes Filho “A terra ferida vinga-se produzindo flores” Tagore SUMARIO CAPITULO 1 - CONSIDERACOES GERAIS Introducéo Estudos para construcao de uma estrada Reconhecimento Exploracio. Projeto Fatores que influem na escolha do tragado Desenvolvimento de tracados Classificagdo das rodovias 1) Quanto & posigio geogréfica 2) Quanto & funcéo 3) Quanto a jurisdigio 4) Quanto as condigdes técnicas Niveis de servico CAPITULO 2- ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS Introdugio Azimutes e ingulos de deflexto Curvas de concordancia horizontal Greides Secbes transversais Exercicios on o1 03 08 12 14 20 20 23 24 27 XIL__ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Flo | giao CAPITULO 3 - CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO 51 CAPETULO 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 127 Introdugio a | Introdugio wd ‘Velucidade de projeto 52 ‘Tipos usuais de curvas de transi¢io 128 ‘Velocidade de operagio so Curva horizontal com transigio (simétrica) 131 Veiculos de projeto 4 | Calculo dos elementos da espiral (método do raio conservado) 132 Distincias de visibilidade 59 Comprimento minimo de transicio (critério dinamico) 141 Distincia de visibilidade de parada 60 Comprimento maximo de transicéo 144 Distancia de visibilidade de ultrapassagem 67 Locacdo de curvas de transicao 151 | Curva circular com transigies assimétricas 158 CAPITULO 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES m | Curvas compostas com transicao 160 | Exercicios aes. Introdugdo 1 | Geometria da curva circular nm | CAPITULO 6 - SUPERELEVACAO aa Locagio de curvas circulares por deflexio a 4 a 1) Deflexdes sucessivas 83 Introdugéo 2) Deflexdes acumuladas a | ‘Taxas de superelevacdo para raios acima dos minimos 176 Locagio de curvas circulares por offsets 87 Distribuicdo da superelevagio 182 Raio minimo de curvatura horizontal 90 Diagramas de superelevacio 190 Visibilidade nas curvas horizontais 96 1) Giro em torno do eixo 190 Curvas circulares compostas 102 2) Giro em torno da borda interna 191 Curva composta com 2 centros 102 3) Giro em tomno da borda externa ai Curva composta com 3 centros 108 Exercicios Curva composta com 3 centros (acesso-tipo DERSA/SP) 112 cael 1) Calculo dos angulos centrais A,, A, e A, 114 CAPITULO 7 - SUPERLARGURA 2) Céeuto da tangente T 4 ene 195 3) CAleulo da corda auxiliar d 15 7 196 : Célculo da superlargura 4) CAlculo das coord. Xe ¥de PT,, em relagdo ao PC, 116 203 Exercicios 7 Distribuigdo da superlargura (pistas de 2 faixas) X0V_ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Gilauico Pontes Filho suvisto 1) Alargamento simétrico da pista 203 Momento de transporte 270 2) Alargamento assimétrico da pista 204 Exercicios 274 Exercicios 207 | | CAPITULO 10 — ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 283 CAPETULO 8 ~ CURVAS VERTICAIS 209 | | Alinhamento horizontal 283 Introdugao 209 | Alinhamento vertical 288 Tipos de curvas verticais a4 | Faixas auxiliares para veiculos lentos em rampas 290 CAlculo das cotas e flechas da parabola simples 215 ‘Comprimento critico de rampa 290 Cilculo do ponto de ordenada maxima ou minima 2s | Determinacao dos pontos de inicio e fim das rampas 296 Cotas ¢ estacas do PCV e PTV 28 | a) Ponto de inicio da rampa 296 Nota de servigo de terraplenagem 29 | b) Ponto final da rampa 298 Comprimento minimo de curvas verticais 2m | Determinagio do ponto de inicio da faixa adicional 299 Comprimento minimo de curvas convexas 221 Determinacéo do ponto final da faixa adicional 301 Comprimento minimo de curvas céncavas 227 ‘Coordenagao dos alinhamentos horizontal e vertical 309 Exercicios 242 CAPETULO 11 - INTERSECOES RODOVIARIAS 317 CAPETULO 9 — NOCOES DE TERRAPLENAGEM 255 Introdugao 317 Introdugio 255 Intersegdes em nivel 318 Calculo de volumes 256 Intersegdes com 3 ramos 319 Cilculo das dreas das seg6es transversais 258 Intersegées com 4 ramos 319) 1) Segées transversais em terreno plano 258 Interseges de ramos miltiplos 320 2) Secao mista 259 Rotalbrias, od 3) Método analitico 259 Tipos de manobras conflitos a2 4) Planimetros 260 Principios de canalizagio de tréfego 324 Diagrama de massas 261 Faixas de mudanca de velocidade 321 Fator de homogeneizacao de volumes 265 IntersegGesem desnivel ou interconexdes 333 Propriedades do diagrama de massas 266 Trevo completo 335 XVI_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho "T's"yr Diamante Trevo Parcial Direcionais Caracteristicas das interconexdes Diamante simples Diamante aberto Diamante aberto com um sentido de circulagéo Trevo completo ‘Trevo completo com vias C-D (coletoras-distribuidoras) Trevo parcial (Parclo — Partial Cloverleaf) Trevo Parcial (Parclo ~ 4 quadrantes) Trombeta Interconexio giral Interconexdes direcionais. Escolha do tipo de interconexao RESPOSTAS DOS EXERCICIOS ANEXO I~ Resumo de Férmulas e Equagdes |ANEXO IT — Listagens de Programas ~ Calculadora HP-48 G/GX ANEXO III — Resumo dos Critérios Basicos para Projeto Geométrico de Rodovias Rurais, Agrupados por Classe de Projeto BIBLIOGRAFIA 335 336 337 337 338 338 339 340 341 342 343 344 345 347 348 383 427 Ad 1.2 13 14 15 1.6 17 18 19 1.10 a 1.12 1.13 144 1.15 21 22 23 24 25 2.6 ee Lista DE FIGURAS F z Diretriz geral de uma estrada Planta ¢ perfil longitudinal de uma estrada Secio transversal de uma estrada ‘Desenvolvimento de tragado em ziguezague ‘Desenvolvimento de tragado em ziguezague Desenvolvimento de tracado acompanhando o talvegue Desenvolvimento de tragado acomp. as curvas de nfvel. Diretriz cruzando espigio pela garganta ‘Transposigio de gargantas. ‘Tracado ao longo de uma cadeia de montanhas. Estudo de tragados. Estudo de tracados. Desenvolvimento de tragado em regio plana. Exemplos de rodovias do Estado de Sdo Paulo. Exemplos de rodovias federais. Elmentos geométricos de uma estrada. Elementos geométricos axiais. ‘Azimute e comprimento de um alinhamento. Cilculo de coordenadas retangulares. Dedugio do azimute de um alinhamento. Tipos de curvas horizontais. i 13 14 15 15 16 16 7 18 18 19 BRS 30 31 32 33 35 37 YVIII__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC __Glauco Pontes Filho LUSTADEFIGURAS _ XD 2.7 Tipos de curvas horizontais. 38 4.80 Curva composta com 3 centros (inverso da figura 4.8a). 110 2.8a Elementos de uma curva composta com dois centros. 38 49 Acesso-tipo DERSA/SP. 2 2.80 _Elementos de uma curva composta com trés centros. 39 2.9 Perfil Longitudinal. 41 S.la — Curvas de raio variével. 129 2.9b Perfil Longitudinal. 43 5.1b Tipos de clotéides. 130 2.10 — Tipos de greides. 43 5.2 Curva horizontal com espirais de transigao simétricas. 131 2.11 Tipos de curvas verticais (greides curvos). 44 5.3. Elementos da espiral. 133 2.12 Segdo em corte. 45 5.4 Elementos da espiral de transigao. 138 2.13 Segdo em aterro, 45 5.5a Elemento para locagao da espiral de transigao. 151 2.14 Seco mista. 45 5.56 __Procedimento para PI inacessivel. 152 5.6 Curva horizontal circular com transicées assimétricas. 158 3.1 Dimensdes do vefculo de projeto VP (em). 37 5.7 Concordancia de curvas circulares com espiral. 160 3.1b Dimensdes do veiculo de projeto CO (cm). 57 5.8 Curva composta com transicao. 161 3.1c — Dimensdes do vefculo de projeto © (cm). 58 3.1d_ Dimensdes do vefculo de projeto SR (cm). 58 6.1a Valores possiveis de e, em fungio da estabilidade. 474 3.2 Distincia de visibilidade de parada. 61 6.1 Veriagdo do atrito f, em fungao da curvatura (V=V,,,.) 174 3.3. Relagao entre o coef. de atrito longitudinal ¢ a velocidade. 64 6.2 Distribuicdo parabélica da superelevacao. 177 3.4 Esquema de ultrapassagem. 68 6.3 Superelevagées para raios acima dos minimos. 178 64 Grafico de superelevacio (V = 70 km/h). 179 4.1 Curva horizontal circular simples. B 6.5 Gréfico de superelevacao (V = 80 kmh). 179 4.2a — Locagio de curvas circulares por Angulos de deflexio. 82 6.6 Grifico de superelevaco (V = 90 km/h). 180 4.2b — Locagio de curvas circulares por offsets. 87 6.7 Grifico de superelevagio (V = 100 km/h). 180 4.3. Forcas atuantes num vefculo em curva. 90 6.8 Processos de obtencao da superelevacao. 183 4.4 Curva horizontal em aterro. 96 6.9 Secdes transversais de uma estrada. 184 4.5 Curva horizontal em corte. ” 6.10 Giro em torno do cixo. 185 4.6 Curva composta com 2 centros. 102 6.11 Esquema mostrando a variagao da superelevacao. 188 4.7 Curva composta com 2 centros (inverso da figura 4.6). 103 6.12 Distribuicdo da superelevacao em bifurcagdes. 189 4.8a Curva composta com 3 centros. 109 7.1 Trajetéria de um vefculo numa curva. 197 x ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRIC Glauco Pontes Filho LSTA DE FIGURAS —_¥XE 7.2, Elementos intervenientes no célculo da superlargura. 198 10.1 Alinhamento horizontal de uma estrada. 286 7.3. Distribuicao da superlargura numa curva de transi¢ao. 204 10.2 Escolha de raios de curvas sucessivas. 287 7.4 Distribuicdo da superlargura numa curva circular simples. 205 10.3 Terceira faixa 291 10.4 Comprimento critico de rampa para caminhdes de 201. 292 8.1 Perfil de uma estrada. 210 10.5 Disposigdo tipica de uma faixa adicional de subida. 293 8.2a Pardbolas de 2° grau: (a) simples; (b) composta. 21 10.6 — Exemplo hipotético de comprimento de rampa. 296 8.2b Elementos da paribola de 2° grau composta. 212 10.7 Curvas de desaceleragao para semi-trailer de 23 1. 301 8.3 Tipos de curvas verticais. 24 10.8 — Determinacio da distancia de aceleracao. 303 8.4 Esquema para cilculo das cotas e flechas da parabola. 215 10.9 Determinagao da velocidade de caminhées nas rampas. 304 8.5 Comprimento minimo de curvas verticais convexas ($<). 221 10.10 Forgas atuando num veiculo pesado em rampa. 304 8.6 Comprimentos de curvas verticais convexas (recomendados). 224 10.11 Localizagdo e geometria de faixas auxiliares de subida, 308 87 Comprimentos de curvas verticais convexas (excepcionais). 224 10.12 Diagrama de barras. 310 88 Comprimento minimo de curvas verticais convexas (S>L). 225 10.13 Peril longitudinal e diagrama de barras. 31 8.9 — Comprimento minimo de curvas verticais concavas (Ss). 228 10.14 Combinagao de alinhamentos. 312 8.10 — Comprimento de curvas verticais cOncavas (recomendados). 230 10.15 Combinacao de alinhamentos. 313 8.11 Comprimento de curvas verticais cOncavas (excepcionais). 230 10.16 | Combinagio de alinhamentos. 314 8.12 Comprimento minimo de curvas verticais céncavas (S>L). 231 10.17 Combinagio de alinhamentos. 315 10.18 Combinagio de alinhamentos. 316 OL Prisméide formado num tramo de rodovia. 257 9.2 Area de uma secio transversal num terreno plano. 258 11.1 Tipos de manobras. 322 9.3 Segdo mista. 259 11.2 Tipos de conflitos. 323 9.4 Método analitico para célculo de areas. 260 11.3 Intersegao canalizada de alto padrao (tipo bulbo). 325 9.5 Perfil longitudinal ¢ diagrama de massas. 264 11.4 Faixas de aceleragao (1) ¢ desaceleragao (2). 328 9.6 Expansio e contracio de solos durante a terraplenagem. 266 11.5. Alguns tipos de ramos em interconexées. 334 9.7 Onda de Briickner. 268 11.6 Recomendacdes para a definigao do tipo de intersegdesem 348 9.8 Determinagao do ponto de passagem (PP). 269 ‘reas rurais. 9.9 Momento de transporte. am di 24 22 3. 32 33 34 35 41 42 43 44 4s 5A 5.2 LISTA DE TABELAS Classes de Projeto (Areas Rurais). Largura das faixas de rolamento em tangentes em fungio do relevo (m). Largura dos acostamentos externos (1). Velocidades de projeto por re Dimensdes basicas dos veiculos de projeto (m). Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento (Vijay) Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento (V3, Disténcias de visibilidade de ultrapassagem (D,). Locagiio de curvas circulares simples. Valores méximos admissiveis para os coeficientes de atrito transversal f. ‘Taxas méximas de superelevagio admissiveis, ¢,..- Problemas tipicos de curvas compostas com 2 centros. Condigdes minimas de projeto, para borda dos pavimentos, nas. conversdes de intersegdes. ‘Valores-limite dos raios R acima dos quais podem ser dispensadas curvas de transigio. Locagio de curvas de transigao. 26 47 47 54 56 65 65 70 85 94 96 108 113 131 155 61 62 1 72 8.1 o1 10.1 10.2 10.3 ud 12 LSTA DE TABELAS XXIII EO rrr ‘Valores dos raios acima dos quais a superclevagio dispensivel. ‘Comprimentos minimos dos trechos de variagio da superelevagao (pista Unica, 2 faixas de tatego de 3,6 m). Valores de G,. Valores dos raios acima dos quais € dispensével a superlargura. Nota de Servico de Terraplenagem. Céleulo de volumes e ordenadas de Briickner. Rampas maximas (%). Determinagao do inicio das faixas adicionais e respectivos comprimentos minimos. DeterminagGo do final da 3 faixa para diferentes greides. ‘Comprimento de projeto das faixas de mudanga de velocidade para greides suaves (< 2%). ‘Vatiagdo do comprimento das faixas de mudanga de velocidade em fungio do greide. 181 187 200 219 262 289 307 307 329 330 CAPITULO 1 CONSIDERACOES GERAIS A paz £0 aaica forme de noe . INTRODUCAO Se entende por projeto geométrico de uma estrada ao processo de correlacionar os seus elementos fisicos com as caracteristicas de operacio, frenagem, eceleragao, condigdes de seguranca, conforto, etc. 0s critérios para o projeto geométrico de estradas baseiam-se em principios de geometria, de fisica e nas caracterfsticas de operagio dos vefculos. Incluem niio somente célculos teéricos, mas também resultados empfricos deduzidos de numerosas observagées e anilises do comportamento dos motoristas, reages humanas, capacidade das estradas, entre outras. A construgio de uma estrada deve ser tecnicamente possivel, economicamente vidvel esocialmente abrangente. 2. ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROIETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Muito mais do que uma causa, as estradas devem ser encaradas como uma conseqiiéncia da civilizagdo. Em todo projeto de engenharia pode-se, em geral, optar entre diversas soluges. Porém, nos projetos de estradas a indeterminagao é maior. E decisivo para a escolha da solucio final 0 critério adotado pelo projetista, ‘a sua experiéncia e o seu bom senso. Deverd entio o projetista escolher os tracados possiveis ¢ em seguida comparé-los entre si, atendendo a critérios que ao longo deste livro serao apresentados (raios minimos de curvas horizontais, inclinagdes de rampas, curvas verticais, volumes de cortes ¢ aterros, superelevagio, superlargura, etc.). ESTUDOS PARA CONSTRUCAO DE UMA ESTRADA Os trabalhos para construgao de uma estrada iniciam-se por meio de estudos de planejamento de transporte. Esses estudos tém por objetivo verificar 0 comportamento do sistema vidrio existente para, posteriormente, estabelecer prioridades de ligacdo com vistas as demandas de tréfego detectadas & projetadas de acordo com os dados s6cio-econdmicos da regidio em estudo. As principais atividades para elaboragio de um projeto visrio sio: Estudos de tréfego. + Estudos geolégicos e geotécnicos. + Estudos hidrol6gicos. Cap. 1-CONSIDERAGOES GERAIS 3 Estudos topograficos. + Projeto geométtrico. + Projeto deobras de terra. + Projeto de terraplenagem. + Projeto de pavimentacio. + Projeto de drenagem. Projeto de obras de arte correntes. Projeto de obras de arte especiais. + Projeto de viabilidade econdmica, Projeto de desapropriacio. Projetos de intersegdes, retornos ¢ acessos. Projeto desinalizacao. Projeto de elementos de seguranga. Orcamento da obra plano de execucio. Relatério de impacto ambiental O projeto geométrico de uma estrada comporta uma série de operacoes que consistem nas seguintes fases: Reconhecimento, Exploracao e Projeto. A seguir faremos uma descrigio sucinta destas fases. RECONHECIMENTO Ba primeira fase da escolha do tragado de uma estrada. Tem por objetivo principal o levantamento e a andlise de dados da regio necessdrios a definicao dos possfveis locais por onde a estrada possa passar. Nesta fase so definidos 08 principais obstéculos topogréficos, geol6gicos, hidrol6gicos ¢ escolhidos locais para o langamento de anteprojetos. 4 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRIC Glauco Ponts Filho Consideremos a ligagéo entre dois pontos A e B de uma determinada regio, esbogada na figura 1.1. FIGURA 1.1 — Diretriz geral de uma estrada (Fonte: PEREIRA). Os pontos A ¢ Bio denominados pontos extremos. A reta AB, ligando esses pontos, chama-se diretriz geral da estrada, A cidade Ceo porto D que serio servides pela estrada a construir, sio conhecidos como pontos obrigados de passage de condicéo e sio determinados pelo érgio responsavel pela construgio. A topografia da regio pode impor a passagem da estrada por determinados pontos. A garganta G 6 um exemplo, Esses pontos chamam-se pontos obrigados de passagem de circunstancia, Cada uma das retas que liga dois, pontos obrigados intermediérios é denominada diretriz parcial. Cap. 1 CONSIDERAGOES GERAIS 5. ‘As tarefas a serem desenvolvidas na fase de reconhecimento consistem basicamente de: Coleta de dados sobre a regio (mapas, cartas, fotos aéreas, topografia, dados sécio-econémicos, trifego, estudos geol6gicos e hidrolégicos existentes, etc.). Observacdo do terreno dentro do qual se situam os pontos obrigados de condigéo (no campo, em cartas ou em fotografias aéreas). ‘A determinagio das diretrizes geral e parciais, considerando-se apenas 08 pontos obrigados de condigio. Escolha dos pontos obrigados de passagem de circunstancia. Determinagéo das diversas diretrizes parciais possiveis. Selegio das diret diretriz geral. parciais que fornecam o tragado mais préximo da Levantamento de quantitativos e custos preliminares das alternativas. Avaliagéo dos tragados. (Os trabalhos de escritério consistem em preparar as plantas ¢ perfis levantados ‘no campo e comparar 0s diversos estudos realizados, indicando e justificando ‘o tracado mais conveniente para a futura estrada. ‘As escalas comumente usadas nos desenhos s4o: planta (1:20.000) e perfil da linha de reconhecimento (1:20.000 Horiz., ¢ 1:2.000 Vert.). 6 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho Deserihados os detalhes planimétricos, extraem-se das cademetas e do perfil os dados que permitem tracar as curvas de nfvel do relevo do solo da faixa estudada, No reconhecimento nio se justifica levantar grandes detalhes topogréficos, face ao cardter preliminar dos estudos, que so desenvolvidos a partir de levantamentos de natureza expedita empregando métodos de baixa Aeexploracao consiste no Ievantamento topografico de uma faixa limitada do terreno, dentro da qual seja possivel projetar o eixo da estrada, Nesse levantamento empregam-se métodos e instrumentos muito mais precisos que 08 utilizados na fase de reconhecimento. Durante a fase de exploragao sao desenvolvidos outros estudos, além dos topogrificos, ais como: tréfego, hidrologia, geologia, geotecnia, entre outros. Estes estudos possibilitam a elaboragdo dos anteprojetos de terraplenagem, de drenagem, de pavimentagao, geométrico, etc. O langamento do anteprojeto geométrico segue normalmente a seguinte seqiiéncia: Escolha dos pontos de intersegao das tangentes (PI) e determinagio de suas coordenadas, CAtculo do comprimento das tangentes. . Cap, 1 CONSIDERAGOES GERAIS—_7 Escolha dos raios das curvas horizontais. A escolha do raio € feita colocando-se diversos gabaritos sobre a planta de modo que as curvas. neles representadas tangenciem os dois alinhamentos. Dimensionamento das curvas horizontais. Estaqueamento do tragado, geralmente de 20m 20 metros. Levantamento do perfil do terreno relativo ao tracado escolhido. Escotha dos pontos de intersecao das rampas (PIV). = Determinagio das cotas e estacas dos PIV’s. Calculo das declividades das rampas. Cateulo dos comprimentos das rampas. + Escola das curvas verticais. Dimensionamento das curvas verticais. ‘A scala das plantas a serem apresentadas deve ser 1:2.000. O perfil longitudinal do terreno € feito nas escalas 1:2.000 (horizontal) ¢ 1:200 (vertical). As seqées transversais, de preferéncia, sio desenhadas na escala 1:10. ‘Com os dados obtidos nesta fase obtém-se uma avaliagéo de custos © beneficios de cada umas das solugdes propostas ¢ assim escolhe-se entre 05 diversos anteprojetos o mais adequado. 0 detathamento do projeto geométrico geralmente € feito na fase seguinte, ‘8 __ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glawco Pontes Filho PROJETO E a fase de detalhamento do anteprojeto, ou seja, 0 calculo de todos os elementos necessérios & perfeita definicio do projeto em planta, perfil longitudinal e segdes transversais. O projeto final da estrada é 0 conjunto de todos esses projetos complementado por memérias de célculo, justificativa de solugées e processos adotados, quantificagio de servigos, especificagdes de materiais, métodos de execugio e orcamento, Uma estrada, quando bem projetada, ndo deverd apresentar inconvenientes como curvas fechadas e freqiientes, greide muito quebradoe com declividades fortes ou visibilidade deficiente. Ao projetar uma estrada deve-se, na medida do possivel, evitar essas caracteristicas indesejaveis. Como regras bésicas, leva-se em consideragio o seguinte: ‘As curvas devem ter 0 maior raio possivel. ‘A rampa maxima somente deve ser empregada em casos particulares ¢ com a menor extensio possivel. A visibilidade deve ser assegurada em todo o tracado, principalmente nos cruzamentos ¢ nas curvas horizontais ¢ verticais. Devem ser minimizados ou evitados os cortes em rocha. Devem ser compensados os cortes ¢ os aterros. As distancias de transporte devem ser as menores possiveis. Cop. 1 = CONSIDERAGOES GERAIS |A planta, que 6 a representacio da projecao da estrada sobre um plano horizontal, deverd conter basicamente as seguintes informagGes: Exo da estrada, com a indicagdo do estaqueamento ¢ a representagao do relevo do terreno com curvas de nivel a cada metro. Bordas dapista, pontos notaveis do alinhamento horizontal (PC's, PT's, PI's, etc.)¢ elementos das curvas (raios, comprimentos, Angulos centrais, etc.) Localizacio limite das obras de arte correntes, especiais ede contencé0. LLinhas indicativas dos offsets de terraplenagem (pés de aterro, cristas de corte), dos limites da faixa de dominio, das divisas entre propriedades, nomes dos proprietérios, tipos de cultura e indicagdes de acessos 3s propriedades. «Servigos pablicos existentes, bem como propostas para sua relocacio, se for 0caso. 'A planta, em geral, € desenhada na escala 1:2.000. Deverdo ainda ser executados desenhos suplementares, agrupados por assunto (drenagem, pavimentagi, ett), de forma a permitir uma compreensto clara e Objetiva de todos os servigos a serem executados. 10 __ESTRADAS DE RODAGEM —PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes ithe perfil longitudinal, que é a representacéo da projegio da estrada sobre uma superficie cilindrica vertical que contém 0 cixo da estrada em planta, normalinente € desenhado nas cscalas 1:2.000 (horizontal) ¢ 1:200 (vertical). ‘Os desenhos deverio indicar: + Operfil do terreno. + Allinha do greide. Asestacas dos PIV’s, PCV’s, PTV’s. As cotas dos PIV’s, PCV's, PTV’. (Os comprimentos das curvas verticais de concordancia. ‘As rampas, em porcentagem. 0s raios das curvas verticais. ‘As ordenadas das curvas verticais sob os PIV’s. ‘As cotas da linha do greide em estacas inteiras ¢ em locais de segoes transversais especiais. ‘A localizagio e limites das obras de arte correntes ¢ especiais, com indicagio de dimensoes e cotas. Perfil geol6gico. ‘A tepresentacéo gréfica do perfil longitudinal, preferencialmente, deverd ser feita na mesma folha em que é desenhada a planta, com correspondéncia de estaqueamento, como mostra a figura 1.2. Cap. 1.- CONSIDERAGOES GERAIS 11 FIGURA 1.2— Planta e perfil longitudinal de uma estrada (Fonte: DER/SP). 12. ESTRADAS DE RODAGEM ~PRONETO GEOMETRICO Gane Pontes ho As secdes transversais si0 projegbes da estrada sobre planos verticais perpendiculares ao eixo. Devem ser desenhadas varias segdes-tipo em pontos escolhidos, que permitam a perfeita definicao de todas as caracteristicas transversais do projeto. As segdes transversais (figura 1.3) devem conter: Dimensoes e/ou inclinacdes transversais dos acostamentos, faixas de tréfego e demais elementos que constituem a plataforma da estrada. Taludes de corte e/ou aterro. Indicagdo e localizacdo de obras de arte, dispositivos de drenagem, obras de protecio, etc. Areas de corte ¢/ou aterro. Posicdo dos offsets de terraplenagem e faixa de dominio. Outras informagoes complementares. FATORES QUE INFLUEM NA ESCOLHA DO TRACADO Sao virios 0s fatores que interferem na definigao do tracado de uma estrada. Dentre eles, destacam-se: a topografia da regi as condigdes geolégicas e geotécnicas do terreno. ahidrologia ea hidrografia da regio. a presenca de benfeitorias ao longo da faixa de dominio. Cap. 1 = CONSIDERACOES GERAIS 13 Valea te anges protested cone Base Sub-tose rele fan Vaten de pedecone on renege ‘potinds vate de protepiode FIGURA 1.3 — Segao transversal de uma estrada. Regides topograficamente desfavorveis geralmente acarretam grandes movimentos de terra, elevando substancialmente os custos de construcao. ‘As condigoes geol6gicas e geotécnicas podem inviabilizar determinada diretriz de uma estrada, Na maioria dos casos séo grandes os custos necesséirios para estabilizagio de cortes ¢ aterros a serem executados em terrenos desfavordveis (cortes em rocha, aterros sobre solos moles, etc.) ‘A hidrologia da regiéo pode também interferir na escolha do tragado de ‘uma estrada, pois os custos das obras de arte e de drenagem geralmente sao elevados. O mesmo acontece com os custos de desapropriacéo. Dependendo do mimero de benfeitorias ao longo da faixa de implantagio da estrada, os custos de desapropriacao podem inviabilizar 0 tracado. 14 _ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho DESENVOLVIMENTO DE TRACADOS Aparentemente, a melhor solugao para a ligagao de dois pontos por meio de uma estrada consiste em seguir a diretriz geral. Isto seria possivel caso no houvesse entre estes dois pontos nenhum obstéculo ou ponto de interesse que forcasse a desviar a estrada de seu tracado ideal. Quando a declividade de uma regio for ingreme, de modo que nao seja pessivel langar 0 eixo da estrada com declividade inferior a valores admissiveis, deve-se desenvolver 0 tracado. As figuras a seguir mostram alguns exemplos de desenvolvimento de tracados, FIGURA 1.4— Desenvolvimento de tragado em ziguezague. 300 100 - FIGUPA 1.5 — Desenvolvimento de tragado em ziguezague. FIGURA 1.6 — Desenvolvimento de tragado acompanhando o talveaue " ha Quando o eixo da estrada acompanha as curvas de nivel (figura 1.7) i 4 que, uma redugio do volume de ‘material escavado, Esta redugao ocorre: porg! 4 menos a0 se acompanhar as curvas de nivel, a plataforma da estrada cruzars ivt0 € fssico disso. com as mesmas. A foto da capa deste livro é um exemplo cléssi 16 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho FIGURA 1.7 — Desenvolvimento de tragado acompanhando as curvas de nivel. Quando o eixo da estrada tiver que cruzar um espigio, deve fazé-lo nos seus pontos mais baixos, ou seja, nas gargantas (figura 1.8). Deste modo, fas rampas das rodovias poderdo ter declividades menores, diminuindo os movimentos de terra. FIGURA 1.8 — Diretriz cruzando espigao pela garganta. Cap.1-CONSIDERAGHES GERAIS 17 Em regra, a garganta é transposta em corte, a fim de diminuira declividade mnédia € 0 desenvolvimento do tracado, Se a garganta for estreita ¢ alta, pode ser transposta em tinel. A encosta pode ser vencida em aterro, contribuindo para a diminuigéo do tracado. Sendo H a diferenga de cotas centre 08 pontos A e B da figura 1.9, L a distancia horizontal entre estes pontos, ia ampa méxima do projetoe h altura méxima de corte ¢atero, temos: + se HIL , podemos ter: a) (H-2hyIL i, 6 necessério passar em tinel ou desenvolvero tragado. FIGURA 1.9 — Transposicao de gargantas. 18 __ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Fontes Filho | Cap, 1 - CONSIDERAGOES GERAIS __19 FIGURA 1.11 —Estudo de tracados (Fonte: CARCIENTE). FIGURA 1.13 Desenvolvimento de tragado em regio plana. 20 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho CLASSIFICAGAO DAS RODOVIAS 1) Quanto & posicSo geografica As estradas federais no Brasil recebem o prefixo BR, acrescido de trés algarismos. O primeiro algarismo tem o seguinte significado: 0 — rodovias radiais | 1 = rodovias longitudinais | — rodovias transversais | | \ 2 3 — rodovias diagonais 4 — rodovias de ligagio Os dois outros algarismos indicam a posicao da rodovia com relacdo 4 capital federal e aos limites extremos do Pais, de acordo com o seguinte critério: ‘© RADIAIS: partem de Brasilia, ligando as capitais & principais cidades. ‘Tem a numeracao de 010 a 080, obedecendo o sentido horério. Ex: | BR-040 (Brasilia-Rio de Janeiro). | LONGITUDINAIS: tém diregdo geral norte-sul. A numeracao varia da ireita para a esquerda, entre 100 ¢ 199. Em Brasilia 0 nimero ¢ 150. Ex.: BR-116 (Fortaleza-Jaguarao). Cop. 1— CONSIDERAGOES GERAIS—_24 -TRANSVERSAIS: tém diregio geral leste-oeste, sendo caracterizadas pelo algarismo 2. A numeracio varia de 200 no extremo norte do Paisa 250 em Brasilia, indo até 299 no extremo sul. Bx.: BR-230 (Transamaz6nica). DIAGONAIS PARES: tém direcSo geral noroeste-sudeste (NO-SE). A numeragéo varia de 300 no extremo nordeste do Pais 2 398 no extreme cudoeste (350 em Brasilia). © nimero é abtido de modo aproximado, por interpolagio, Ex.: BR-316 (Belém-Macei6). DIAGONAIS {MPARES: tém direcdo geral nordeste-sudoeste (NE-SO), ¢ a numeracio varia de 301 no extremo noroeste do Pais a 399 no extremo sudeste. Em Brasilia 0 némero € 351. Ex.: BR-319 (Manaus-Porto Velho). LIGACGES: em geral essas rodovias ligam. pontos importantes das outras categorias. A numeragéo varia de 400 a 450 se a igagio estiver pare 0 norte de Brastlia e, 451 a 499, se para o sul de Brasilia. Embora sejam estradas de ligacéo, chegam a ter grandes extensGes, como & BR-407, com 1251 km. Jé a BR-488 € a menor de todas as rodovias federais, com apenas 1 km de extensio. Esta rodovia faz a conexdo da BR-116 com o Santuério Nacional de Aparecida, no Estado de Sao Paulo. 22__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Gliuco Pontes Filho J4 no Estado de Sao Paulo, as estradas sao classificadas apenas em longitudinais e transversais. Sao longitudinais as rodovias que interligam pontos do intcrior do Estado a capital, ou que esto alinhadas em diregao a capital, ¢ sio codificadas por SP e um niimero que € o azimute do alinbamento médio, aproximado para ntimero par. Sio transversais aquelas que apenas interligam pontos no interior, ndo alinhados com a direco da capital, ¢ so codificadas por SP ¢ um nimero correspondente & distancia média da rodovia até a cidade de So Paulo, aproximada para valor impar, como mostra a figura 1.14. FIGURA 1.14 ~ Exemplos de rodovias do Estado de Sao Paulo. FIGURA 1.15 — Exemplos de rodovias federais. 2) Quanto a fungao ‘A classificagio funcional rodoviéria é 0 processo de agrupar rodovias em sistemas e classes, de acordo com o tipo de servigo que as mesmas a fungi $ proporcionam e as fungées que exercem. Quanto funglo, as rodovias classificam-se em: 24 __ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO _ Glauco Pontes Filho + ARTERIAIS: proporcionam alto nivel de mobilidade para grandes volumes de tréfego. Sua principal fungdo ¢ atender ao tréfego de longa distancia, seja internacional ou interestadual, COLETORAS: atende a ndcleos populacionais ou centros geradores de tréfego de menor vulto, nao servidos pelo Sistema Arterial. A fungio deste sistema é proporcionar mobilidade e acesso dentro de uma érea specifica. LOCAIS: constituido geralmente por rodovias de pequena extensao, destinadas basicamente a proporcionar acesso ao tréfego intra-municipal de reas rurais e de pequenas localidades as rodovias mais importantes. 3) Quanto a jurisdicao + FEDERAIS: ¢, em geral, uma via arterial e interessa diretamente & Nacéo, quase sempre percorrendo mais de um Estado. Sao construidas e mantidas pelo governo federal, ESTADUAIS: séo as que ligam entre si cidades e a capital de um Estado. Atende as necessidades de um Estado, ficando contida em seu territ6ri ‘Tém usualmente a funcao de arterial ou coletora. (Cap. 1 — CONSIDERAGOES GERAIS __25 MUNICIPAIS: sio as construfdas e mantidas pelo governo municipal. Si0 do interesse de um municfpio ou de municipios vizinhos, atendendo a0 municipio que a administra, principalmente, VICINAIS: sdo em geral estradas municipais, pavimentadas ou nio, de ‘uma $6 pista, locais, e de padrio técnico modesto. Promovem a integragio demogréfica e territorial da regio na qual se situam ¢ possiilitam a clevagao do nivel de renda do setor primério, Podem também ser privadas, no caso de pertencerem a particulares. 4) Quanto as condigées técnicas As principais caracteristicas geralmente consideradas nesse tipo de lassificagéo so aquelas que se relacionam diretamente com a operagio do tréfego (velocidade, rampas, raios, larguras de pista e acostamento, distancia de visibilidade, niveis de servico, etc.). Estas, por sua vez, sao restringidas por consideragées de custos, condicionados especialmente pelo relevo. tréfego, cnjoatendimento constitu a principal finalidade da rodovia, é um dos elementos fundamentais a considerar. Recomenda-se adotar, como critério para a classificagio técnica de rodovias, o volume de trfego que deverd utilizar arodovia ro 10° ano apés sua abertura ao tréfego. 26 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho ‘Além do trafego, a importincia e a funcio da rodovia constituem elementos para seu enquadramento em determinada classe de projeto. As classes de projeto recomendadas encontram-se resumidas na tabela 1.14 seguir. TABELA 1.1 — Classes de Projeto (Areas Rurais). ‘CLASSES DE PROIETO CARACTERISTICAS | Via Expressa ea Decisio administrativa Pista dupla A. | Controle parcial de ‘CRITERIO DE CLASSIFICACAO TECNICA ‘Os volumes de trfego previstos ocasionarem niveis de servigo em rodovia de pista simples acesso inferiores aos niveis C ou D® Pista simples w lemumapenan | oan aha 200 ‘Volume médio didrio (VDM) > 1400 aces80 | Pista simples -VDM entre 700. 1400 Ti _ [Pista simples -VDM entre 300 e700 ww A [Psi [VDM® ene 50.200 B | Pista simples VDM? <50 1. Os volumes de trfego bidirecionaisindicados referem-se a veiculos mistos ¢ sto aguelesprevists no 10° ano aps a aberture da rodoviaz0 feo. 2.Videitem NIVEISDE SERVICO. 3. Volumes previstos no ano de abertra a0 téfego. Fonte: DNER Cop. 1 CONSIDERAGHES GERAIS 27 NiVEIS DESERVICO © conveito de nével de servigo esté associado 3s diversas condigées de operacio de uma via, quando ela acomoda diferentes volumes de trfego. CO nivel de servigo € estabelecido em funcio da velocidade desenvolvida na viae da relacdo entre o volume de tréfego e a capacidade da via. Ovalquer seco de uma via pode operar em diferentes niveis de servigo, dependendo do instante considerado. De acordo com o Highway Capacity “Manual, os diversos niveis de servico sao assim definidos: NIVEL A: condigéo de escoamento livre, acompanhada por baixos volumes ¢ altas velocidades. A densidade do tréfego € baixa, com velocidade controlada pelo motorista dentro dos limites de velocidade e condigoes fisicas da via. Nao ha restrig6es devido a presenca de outros vefculos. NIVEL B:luxo estavel, com velocidades de operacioa serem restringidas pelas condigdes de trafego. Os motoristas possuem razodvel liberdade de escolha da velocidade e ainda tém condigdes de ultrapassagem. ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _ Glauco Pontes Filho NIVEL C: fluxo ainda estavel, porém as velocidades e as ultrapassagens jé sio controladas pelo alto volume de tréfego. Portanto, muitos dos motoristas nao tém liberdade de escolher faixa ¢ velocidade. NIVEL D: préximo a zona de fluxo instavel, com velocidades de operacao toleraveis, mas consideravelmente afetadas pelas condigdes de operacio, cujas flutuagdes no volume e as restrigdes temporérias podem causar quedas substanciais na velocidade de operagio. NIVEL E: é denominado também de nfvel de capacidade. A via trabalha a plena carga ¢ o fluxo é instavel, sem condigdes de ultrapassagem. NIVEL F: descreve 0 escoamento forcado, com velocidades baixas volumes abaixo da capacidade da via, Formam-se extensas filas que impossibilitam a manobra. Em situagdes extremas, velocidade e fluxo podem reduzir-se a zero, CAPETULO:2 >» ELEMENTOS GEOMETRICOS. '.: DAS ESTRADAS A lembranga gue um lone detsa €, ds vezes. nate tomportante gue 0 lune em et. ADOLFO CASARES Escritor argentino INTRODUCAO, ‘A geometria de uma estrada é definida pelo tracado do seu eixo em planta ¢ pelos perfis longitudinal e transversal. A figura 2.1 a seguir resume os principais elementos geométricos de uma estrada. Fixo de uma estrada €0 alinhamento longitudinal da mesma, O estudo de um tragado rodoviario é feito com base neste alinhamento. Nas estradas de rodagem, oeixo localiza-se na regido central da pista de rolamento. ‘A apresentagio de um projeto em planta consiste na disposigdo de uma série de alinhamentos retos, concordados pelas curvas de concordancia horizontal. 30___ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO___Glauco Pontes TANGENTES] [PLANIMETRICOS} [CURVAS HORIZONTAIS] (GREIDES RETOS] CURVAS VERTICAS] ELEMENTOS |cEOMETRICOS| FIGURA 2.1 — Elementos geométricos de uma estrada. Alinhamentos retos sfo trechos situados entre duas curvas de concordancia. Por serem tangentes a essas mesmas curvas, so denominados simplesmente tangentes. Os demais alinhamentos retos sio chamados de tangentes externas. Um alinhamento caracteriza-se pelo seu comprimento ¢ pela sua posi relativa (quando se refere A deflexio) ou absoluta (quando se refere ao azimute). Considerando a figura 2.2, temos os seguintes elementos: * Ostrechos retilineos AB, DE ¢ GH sao as tangentes. * Ostrechos retilineos BC, CD, EF e FG sio as tangentes externas. + A, eA, sfo os Angulos de deflexao. cap. 2 = ELEMENTOS GEOMETRICDS DAS ESTRADAS 31 ai in inhamentos. + ayy cy € «S80 08 azimutes dos alinh + Osarcos BD e BG sio 0s desenvolvimentos das curvas de concordaincia. FIGURA 2.2 — Elementos geométricos axiais. AZIMUTES E ANGULOS DE DEFLEXAO Pode-se calcular o azimute e 0 comprimento de um alinamento a partir de suas coordenadas retangulares (N, E),tilizando as equagbes 2.1,2.2¢ 2.3 0s azimutes obtidos estio compreendidos entre 0° e 180° porque 0 tragado das estradas € uma poligonal aberta € nos projetos seus alinhamentos tém desenvolvimento da esquerda para dircita. | 32__ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Nis ™ FIGURA 2.3 — Azimute e comprimento de um alinhamento. | ‘Com base na figura 2.3, as seguintes relagbes podem ser facilmente deduzidas: ME = BY + Win = NY = MAE + (ONY (23) Cop. 2 ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 33 © principio fundamental para 0 célculo das coordenadas retangulares de uma poligonal de estudo é o seguinte: ° te FIGURA 2.4 — Célculo de coordenadas retangulares. Sejam A e B dois pontos consecutivos da poligonal, cuja distancia é L, ‘Chamando N, ¢ F, as coordenadas do ponto A e conhecido 0 azimute do alinhamento AB (a,), tem-se: Ny = No + AN = No +l 008 E, = Ey + AE = Ey +Ly"senay 34 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Para o ponto C: No =Ng +L,-cosa, Ne = No + Ly cost +L, “coset, Eo = Ey +L, sena, Eq = Ey +Ly-senay +L, sena, E, em geral, para um ponto de ordem é: IN; = No +e. -cosar, (2.4) ue] IE; = Ey +¥e. “sen, (25) Para 0 célculo das coordenadas é necessério 0 conhecimento dos azimutes de cada alinhamento da poligonal, os quais podem ser deduzidos a partir do szimute do primeiro alinhamento a, (em geral obtido por triangulagio ou determinacao astronémica direta), e dos angulos de deflexio A. Cop. 2 - ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 35 FIGURA 2.5 - Dedugo do azimute de um alinhamento. De posse do primeiro azimute ¢ considerando os elementos da figura 2.5, 0s demais azimutes sio calculados da seguinte maneira: =a, +A, a, =a, - Ay Generalizando, temo: yyy = Oy Bay 6) 36 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC Glauco Ponts Filho Da expressio 2.6 também se deduz que 0 angulo de deflexao entre dois alinhamentos de azimutes conhecidos ¢ igual a diferenga entre eles, sendo a deflexdo direita ou esquerda, se 0 resultado for positivo ou negativo, respectivamente. [Deflextio= Azimute,,, ~ Azimut, 7) As vezes, dispomos dos rumos ao invés dos azimutes dos alinhamentos. De acordo com o quadrante onde se encontra 0 rumo, o azimute seré: CURVAS DE CONCORDANCIA HORIZONTAL ‘As curvas de concordancia horizontal sao 0s elementos utilizados para con- cordzr 0s alinhamentos retos. Essas curvas podem ser classificadas em: cap. 2~ ELEMENTOS GEOMETRICDS DAS ESTRADAS _37 «SIMPLES: quando se emprega apenas arco de cireulo, « COMPOSTAS COM TRANSICAO: quando so empregadas as radiGides na concordancia dos alinhamentos retos (figura 2.6) is ou mais arcos de « COMPOSTAS SEM TRANSICAO: sao utilizados Bens s [v6 Rgto ple Fonte: DNER 10 mflan 2D & 40 0m fitan —a egw adulode D> Gorm | Kan —————> byxo sonribonnlnte® Dp» dumish sila 2 pride do VEICULOS DE PROJETO Tame Denomina-se vefculo de projeto 0 veiculo tebrico de uma certa categoria, cujas caracteristicas fisicas e operacionais representam uma envolt6ria das caracteristicas da maioria dos veiculos existentes nessa categoria. Essas caracteristicas condicionam diversos aspectos do dimensionamento ‘geométrico de uma via, tais como: A largura do vesculo de projeto influencia na largura da pista de rolamento, dos acostamentos ¢ dos ramos de intersegées. ‘A distincia entre eixos influi no cdlculo da superlargura ena determinagéo dos raios minimos internos e externos das pistes dos ramos. cap. 3 ~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO_55 © comprimento total do vefculo influencia a largura dos canteios, @ extensiio das faixas de espera, etc. ‘Azclagéo peso bro total/pténcia influencia o valor darampa maxima ¢ participa na dterminaao da necessidade de faixa adicional de subida. A altura admissivel para os veiculos influi no gabarito vertical. ‘A-escolha do vetculo de projeto deve levar em consideragio a composig#0 do trifego que uiliza ov utiizaréarodovia,obtida de contagens de rego ude projegées que considerem o futuro desenvolvimento Ja reBi80- xistem quatro grupos bisicos de vefculos, a serem adotados conforme as caracteristicas predominantes do trifego (no Brasil, normalmente 0 vefoul0 CO): «VP: Vetculos de passeo leves fisica e operacionalmente assimiliveis 0 autom6vel, incluindo utilitérios, pick-ups, furgoes e similares. CO: Veiculos comercias rigidos, compostos de unidade tratora simples Abrangem os caminhées ¢ 6nibus convencionais, normalmente de 2eixos 6 rodas. 56 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gleuco Pontes Filho SR: Veiculo comercial articulado, composto normalmente de unidade tratora simples e semi-reboque. O: Representa os veiculos comerciais rigidos de maiores dimensdes que © veiculo CO bésico, como dnibus de longo percurso e de turismo, e ‘caminhées longos. Cap. 3 - CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO 57 Trajetéria do {Blanco dianteiro ‘Trajet6ria da roda reir esquerda 470 (min.) ‘Teajetora da roda | as sci dieta : : | 3) 3) Bye 781 (mie) As dimensbes bisicas dos vefculos de projeto esto representadas graficamente nas figuras 3.1a, 3.1b, 3.1ce 3.1d. | 3 Atabela3.2 is di basicas dos vefcul | y 1 jets rela 3.2 resume as principais dimensdes basicas dos veiculos de projeto | awcsoee te [ienerninn de veloulestepmegeieneP fen! tecomendados para utilizacéo nos projetos geométricos de rodovias no Brasil. | TABELA 3.2 ~ Dimensdes basicas dos veiculos de projeto (m). ) + Sq Testa do alango Dee VeICULO DE PROJETO yf NVA arajetriadaroda CARACTERISTICAS DO VEfCULO aaa 4 t Se dime esncrde zs SO ee Ficpoine Soke EEE eae ese else | a Traeria da rode Largura total 21 | 26 | 26 | 26 a2 aaiaie Comprimento total 58 | 94 | 12,2 | 166 R= 1340(mix) Raio minimo da roda externa dianteira | 7,3 | 12,8 | 12,8 | 13,7 Raio minimo da roda interna traseira | 4,7 | 8,7 | 7,1 | 60 Fonte: DNER |.260,! FIGURA 3.1b— Dimensées do veiculo de projeto CO (om). 58 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glawco Pontes Filho ‘N\g—_Traetona co AY balango dianteiro |__Trajetoria da roda {—dianeira esquerda 3 y= 1280 (min.) ‘Trajet6ria da rods 5 710 (ain,) ‘waseira Rams) | [260 toy FIGURA 3.1c—Dimensées do veiculo de projeto O (cm). 5 srajetoria da rods T traseiradieita Ry = 1370 (min.) Re= 600(min) R= 1410 (max) FIGURA 3.1d—Dimensdes do veiculo de projeto SR (cm). cap. 3 — CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO__59 DISTANCIAS DE VISIBILIDADE ‘Um dos fatores mais importantes para a seguranca e eficiéncia operacional de umaeestrada éa sua capacidade de poder proporcionar boas condigoes de visibilidade aos motoristas que por ela trafegam. ‘As distancias de visibilidade basicas para 0 projeto geométrico rodoviério so as distincias de visibilidade de parada e as de ultrapassagem. Segundo o DNER, as distancias de visibilidade traduzem os padres de visibilidade a serem proporcionados ao motorista, de modo que este nao sofra limitacbes visuais diretamente vinculadas as caracteristicas geométricas da rodovia & possa controlar ovefculo a tempo, seja para imobilizé-1o, seja para iterromper ou concluir uma ultrapassagem, em condigdes aceitaveis de conforto & seguranca. ( projeto de uma estrada deve sempre ser definido de forma que 0 motorista tenha a melhor visibilidade possivel em toda a estrada. A visibilidade ¢ limitada pelas mudangas de diregdo e declividade a0 longo de sua extensao, especialmente pelas curvas horizontais nos trechos em corte ¢ pelas curvas verticais.Em qualquer trecho da estrada, 0 motorista deverd dispor de visibilidade, tanto em planta como em perfil, para que possa frear 0 vereulo ante a presenca de um obstéculo. 60__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho A distancia de visibilidade € funcao direta da velocidade. As condigdes ‘minimas de visibilidade que um trecho de rodovia deve satisfazer se referem a distancia de bilidade de parada e distancia de visibilidade de ultrapassagem, definidas a seguir de acordo com estudos da AASHTO, ¢ adotadas pelo DNER. DISTANCIA DE VISIBILIDADE DE PARADA Ea distancia minima necesséria para que um vefculo que percorre uma estrada possa parar antes de atingir um obstéculo na sua trajet6ria, Distinguem-se dois grupos de valores minimos para as distincias de visibilidade de parada a serem proporcionadas ao motorista: os valores minimos recomendados ¢ os valores minimos excepcionais (ou desejaveis). Os valores recomendados representam o caso normal de emprego. O uso de valores excepcionais esté sujeito a aprovacéo prévia do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNER, ‘No caso do valor minimo recomendado, a velocidade efetiva de operagao do veiculo é reduzida, em condigées chuvosas, para um valor médio inferior & velocidade diretriz, de acordo com a tabela 3.4. A hipétese adotada para obter 0s valores excepcionais reflete a tendéncia dos motoristas de trafegarem 0 mais rapido possivel, com um velocidade igual a velocidade diretriz, mesmo em condigées chuvosas. Cap. 3~ CARACTERISTICAS TECNICA PARA PROJETO 61 ‘A distancia de visibilidade de parada é a soma de duas parcelas, conforme ‘mostrado na figura 3.2. A primeira parcela, D,,,é relativa a distancia peroorrida pelo verculo nv inter valo de tempo entre o instante em que o motorista vé 0 obsticulo e 0 instante em que inicia a frenagem (tempo de percepgio ¢ reagio).A segunda parcela, D,, érelativa distancia percorrida pelo veiculo durantea frenagem. Pn obsticulo eel Ez > Dy Pecepoerstio Penson FIGURA 3.2 — Distancia de visibilidade de parada. ‘Quando um motorista vé um obstéculo leva um certo tempo para constatar se 0 objeto é fixo. Esse tempo depende de virios fatores como condigées atmosféricas, reflexo do motorista, tipo e cor do obstéculo, ¢ especialmente, atengio do motorista. A AASHTO, baseada em virias experiéncias, aconselha ‘oso do valor de 1,5 segundos para esse tempo de percepcao. Adicionando- se a esse valoro tempo necessério & reacdo de frenagem (1,0 seg,), teremos ‘© tempo total de percepgdo e reagio de = 2,5 segundos. Logo: Dyev-t=25-v Ga) 52_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Com vem m/s e D, em metros. Como em projeto geométrico de estradas é ‘comum o uso da velocidade em km/h, torna-se necessério compatibilizar as unidades da seguinte maneira: Dy =25-u(m/sja25- HOW 9 7.y 2) onde: V = velocidade de projeto, em km/h. D, = distancia percorrida durante 0 tempo de percepcao e reagio,em m ‘Acsegunda parcela corresponde & distancia percorrida desde o inicio da atuaca0 do sistema de frenagem até a imobilizacao do veiculo. Esta distdncia € chamada de Distancia de Frenagem (D,). Para o célculo de D., basta aplicar alguns conceitos de fisica. A energia cinética do veiculo no inicio do processo de frenagem deve ser anulada pelo trabalho da forca de atrto ao longo da distancia de frenagem. Assim, temos: ‘eT re G3) G4) 5) | Cap. 3 ~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROXETO 63 Em unidades usuais, e sendo g = 9,8 m/s? a equagao 3.5 fica: i 35F (wiseF Vv? ea ‘Quando o trecho da estrada considerada est em rampa, a distincia de frenagem em subida seri menor que a determinada pela equacao 3.6, € maior no caso de descida. Para levar em conta o efeito das rampas é usada a equagio abaixo: 67) Assim, teremos paraa distancia de visil D,=D,+D, G8) Sees G9) Pp O2¥ + istAncia de visibilidade de parada, em metros. i = greide, em m/m (+, se ascendente; -, se descendente). V =Velocidade de projeto ou de operacao, em km/h. f =coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento. 54 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho O coeficiente fexprime a atuacao do processo de frenagem, seja a eficiéncia do sistema de frenagem, seja o esforgo reativo longitudinal decorrente do atrito pneu/pavimento no caso de frenagem, considerande o pavimento molhado, em condig6es superficiais razoveis (figura 3.3). 08 07 pay 06 i: rt 04 Coeficiente de atrito 03 Pavimento molhado 02 320 48 6h 80 OTs) FIGURA 3.3 — Relagao entre 0 coeficiente de attito longitudinal ea velocidade. Medidas experimentais mostram que o valor de f nio € 0 mesmo para qualquer velocidade. Além disso, esse coeficiente também varia com o tipo, resso e condigdes dos pneus do veiculo, tipo ¢ estado da superficie o pavimento, ¢ especialmente se o pavimento estd seco ou molhado. Os valores de f adotados para projeto, comespondentes & velocidade diretriz esto tabela 3.3. Cap. 3— CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROIETO 65 TABELA 33 — Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento (Vere) 30 | 40 | 50 | 60 | 70 | 80 | 90 | 100 | 120 0,40 [0,37 | 0,35 | 0.98 [0,31 | 0,30 | 0,29 | 0,28 | 0.25 Fonte: DNER ‘Alguns projtisas levam em considerago que em condigSes chuvosas, a velocidade efetiva do veiculo € reduzida para um valor médio inferior & velocidade diretriz, de acordo com a tabela 3.4. TABELA 3.4 — Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento Wreca)* ot (km/h)| 30 | 40 | 50 60 | 70 | 80 | 90 | 100 | 120 ix (km/h) 30 | 38 | 46 | 4 | 62 | 71 | 79 86 | 98 fah 0,40 | 0,38 | 0,36 | 0,34 | 0,32 0,31 | 0,30 | 0,30 | 0,28 Fonte: DNER Em todos os cflculos envolvendo a distancia de visibilidade de parada, recomenda-se adotar 1,10 metros como a altura dos olhos do motorista em relacGo ao plano da pista 0,15 metros como a menor altura de um obstéiculo que o obrigue a parar. A distancia de visibilidade de parada é utilizada nas intersecdes, nos semaforos e nas curvas verticais, entre outras aplicagoes. 66 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Gilauco Pontes Filho EXEMPLO 1: Calcular a distancia de visibilidade de parada recomendada numa estrada cuja velocidade diretriz € 100 km/h. Solucio: ve 2 act 0,7 (86) + 86 Dy = 0,7 Vipgg + eee 7 mt 255° f 255-(0,30) =156 m EXEMPLO 2: Calcular a distancia de visibilidade de parada excepcional numa estrada cuja velocidade de projeto € 100 kon/h. Solucéo: Vis 100° D, = 0,7-Vy, +a « 0,7 (100) + 20 _ fn +355. 7 07 00) + 555 0B) 2 = 210 m Denomina-se Disténcia Dupla de Visibilidade de Parada a distancia minima que dois veiculos podem parar quando vém de encontro um ao outrona mesma faixa de tréfego. Ela € utilizada no projeto de curvas verticais convexas de concordaincia, podendo ser calculada pela expressio: (3.10) Cap. 3 - CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO 67 DISTANCIA DE VISIBILIDADE DE ULTRAPASSAGEM Badistincia que deve ser proporcionada ao vefculo, numa pista simples.e de 9 Propo: Pi ‘mio dupla para que, quando estiver trafegando atrés de um vesculo mais lento, possa efetuar uma manobra de ultrapassagem em condigbes aceitiveis de seguranca e conforto. Em rodovias de pista simples e mao dupla, toma-se necessério proporcionar, a intervalos tdo freqtientes quanto possivel, trechos com a distancia de visibilidade de ultrapassagem. A freqiiéncia dos trechos que proporcionam visibilidade de ultrapassagem, bem como sua extensio, ¢ restringida pelos custos de construgéo decorrentes. Porém, quanto mais elevados forem os volumes de trafego, mais longos € freqiientes deverdo ser os trechos com essa caracteristica, sob pena do nivel, de servigo da rodovia cair sensivelmente, em conseqiiéncia da redugao da capacidade. E recomendado que devam existir trechos com visibilidade de ultrapassagem acada 1,5 a3,0 quilémetros ec tio extenso quanto possivel. E sempre desejavel que sejam proporcionadas distancias superiores, aumentando as oportunidades de ultrapassagem ¢ 0 niimero de vefculos que a realizam de cada vez, A figura 3.4 mostra o esquema de ultrapassagem. 68_ESTRADAS DE RODAGEM resco = PRONETO GEOME ; i GiaueoFontes Flo Cap. 3 CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROXETO. 69 ttrase =. See Sa ee : Distancia d,; esta distincia depende dos seguintes fatores: tempo de percepcio e rea ¢ tempo para levar 0 veiculo 1 desde sua velocidade forcada’ posigio de ultrapascagem. As distancias percorridas durante estes a ass 2) FASE Du = dit drt dat dy listincia Percorrida durante o tempo de percepio, reagdo e aceleracéo inical. jistincia percorrida pel inca percorrids pelo veiculo 1 enquanto ocupa afaixa oposta, listincia de segura i istancia de seguranca entre os vefculos 1 e 3, no final da manobra, 4, = distancia 1, = distincia percorria pelo veiculo 3 que traftga no sentido oposto FIGURA 3.4— Esquema de ultrapassagem. D trate os anos de 1938 a 1941 foram feitas numerosas observacées d le campo a respeito da manobra de ultrapassagem mostrada na figura 3.4 ce ‘mo resultado desses estudos, as distincias d,,d,,d, ¢ d., séo calculadas da seguinte maneira: tempos sio: 2) distincia percorrida durante 0 tempo de percepgio e reag (v=m)1,/3,6 onde: » = velocidade média do veiculo 1, em km/h. m = diferenga de velocidades entre os veiculos 1 ¢ 2, em km/h. tempo necessério para percorrer a distancia d,, em seg. a) distancia percorrida durante 0 tempo de aceleragéo: wh) 2 = aceleragdo média do veiculo 1, em km/h/s. onde: Somando as duas tiltimas express6es, temos: | 70___ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Filho Distancia d,: esta distancia 6 calculada pela equacéo: onde: 1, tempo em que 0 veiculo 1 ocupa a faixa oposta, em seg. v = velocidade média do veiculo 1, em km/h. Distancia d,: distancia de seguranga, variando de 30 a 90m. Distancia d,; distancia percorrida pelo vefculo 3, que vem em sentido oposto. Segundo 2 AASHTO, o valor desta distancia é estimado em 2/3 de d,. Os valores da distincia de visibilidade de ultrapassagem recomendados pelo DNER esto resumidos na tabela 3.5 e se referem a pistas com greides em nivel. TABELA 3.5 — Distancias de Visibilidade de Uttrapassagem (D,) vianin)| 30 40 | 50 | 60 | 70 | 80 | 90 | 100 Di (m) [130 270 | 350 | 420 | 490 | S60 | 620 | 680 (Obs: Nio eabem valores para V sions que 100 km/h, Fonte: DNER haplcéves a rodovies de pista dupla, CAPITULO 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES vida, “Pana que cerotcta os lurse wo nas condazem 2 vide se nda consegucmn fazer com gue bebamos dela com mats avides? HENRY MILLER Escrtor amerieano INTRODUCAO A geomettia de uma estrada ¢ definida pelo tracado do seu eixo em planta pelos perfis longitudinal e transversal. De maneira simplificada, 0 tragado em planta 6 composto de trechos retos concordados por curvas horizontais que sto usades, em geral, para desviar de obstéculos que nao possam ser vencidos economicamente. A principio, uma estrada deve ter 0 tragado o mais curto possivel. Porém, ligeiras deflexdes, quando necessérias, podem harmonizar o tracado da estrada com a topografia local. 72 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Geralmente a topografia da regio atravessada, as caracteristicas geolégicas € geotécnicas dos solos de fundagdo, a hidrografia e problemas de desapropriacéo determinam 0 uso corrente de curvas horizontais, Escolhido © raio das curvas, as mesmas devern garantir: * A insctigio dos veiculos. * A visibilidade dentro dos cortes. * A estabilidade dos veiculos que percorrem a via com grandes velocidades, As curvas horizontals circulares simples so muito empregadas em projeto de estradas. Este tipo de concordancia ¢ realizada quando se combinam duas tangentes com um arco de circulo. A figura 4.1 mostra os principais elementos de uma curva circular. GEOMETRIA DA CURVA CIRCULAR Para concordar dois alinhamentos retos, foi ha muito, escolhida a curva Circular, devido & simplicidade desta curva para ser projetada e locada, O estudo da curva circular é fundamental para a concordincia, pois mesmo quando se emprega uma curva de transigdo, a curva circular continua a set utilizada na parte central da concordancia. A figura a seguir mostra a ‘nomenclatura usada nas curvas horizontais circulares simples. PC = ponto de curva R Tr ponto de tangente ° ponto de intersecio das tangentes E desenvolvimento da curva G Angulo de deflexio 7 Angulo central da curva = raio da curva circular F leflexdo sobre a tangente irate da ore i dy Few IT FIGURA 4.1 — Curva horizontal circular simples. 74 __ESTRADAS DE RODAGEM ~PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho © ponto de inicio da curva circular denomina-se ponto de curva (PC), que pode ser a direita (PCD) ou a esquerda (PCE). A outra extremidade recebe © nome de ponto de tangente (PT). Sio os seguintes os principais elementos da curva circular: * RAIO (R): € 0 raio do arco de citculo empregado na concordancia, expresso em metros. E um elemento selecionado Por ocasiao do projeto, de acordo com as caracteristicas técnicas da rodovia e a topografia da tegiao. A escolha do valor do raio pode ser feita também Por meio de Babaritos, que representam, na escala da planta, trechos de curvas Circulares de diversos raios, de valores convenientemente escalonados. ANGULO CENTRAL (AC): 60 Angulo formado pelos raios que passam Pelo PC ¢ PT ¢ que se interceptam no ponto O. Pode-se demonstrar facilmente que o Angulo central é numericamente igual & deflexao entre 0s alinhamentos (AC = 4). | L Cap, 4 ~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES_75 «© TANGENTE (1): segmentos de reta que unem os pontos de curva (PC) ‘ede tangente (PT) ao ponto de intersecio (PI). © DESENVOLVIMENTO (D): é 0 comprimento do arco de circulo, desde 0 PCaté o PT. + GRAU DA CURVA (G): € 0 Angulo central que corresponde a uma corda de comprimento c. O grau é independente do angulo central + AFASTAMENTO (E): € a disténcia entre o PI ¢ 0 ponto médio da curva. * DEFLEXAO POR METRO (dm): angulo formado entre a tangente Te uma corda de comprimento c = 1 m que parta do PC. As indicagies usuais nas folhas de projeto sao as seguintes, podendo variar de projetista para projetista: * Numeragio das estacas miltiplas de 5. * A indicaggo do PC e PT com 0 mimero das respectivas estacas si0 escritos ao longo dos raios extremos da curva. i a + Naparte interna colocam-se os valores dos principais elementos da curv: (R, A, G,T, D, dm). 76 __ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO DE RODAGEM \GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho Cap, 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 77 “As principais relagbes entre alguns elementos geométricos da curva circular simples, indispenséveis tanto no projeto quanto na locacéo, sio as seguintes: T= 66,37 m SD = 12545 m ‘ dm= 11" 4) Nie & (Se . |feR: cy A)__R Costuma-se também indicar cortes ou aterros, e enquadrar 0 eixo da estrada on(3| “RYE entre dois tragos paralelos, cujo afastamento ¢ igual 8 largura da plataforma Os valores dos principais elementos das curvas podem ser colocados em tabelas no rodapé da folha de projeto. are “R a im a Ea + Combinando as equacdes 4.1 e 4.2 chega-se facilmente a seguinte relagdo: ie=t-n( 7) (44) ‘As estacas dos pontos PC e PT so determinadas pelas equagées abaixo': E(PC) = E(PI)- [7] 5a) E(PT) = EPC) + [D] (4b) Sie area A notagio [T] significa: valor da tangente T, em estacas. ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Uma curva pode ser definida pelo raio ou pelo grau, Pode-se facilmente obter uma expresso que relacione esses dois elementos. Considerando a figura 4.1, temos: ERG | G_180°-arco(AB) arco(AB) = 7 FE, we as) ‘Substituindo o comprimento do arco(AB) pela corda c, chega-se A expressio: 8% iG wR (47) ‘Quando se faz a substituigio do comprimento do arco de uma curva pela sua respectiva corda se comete um erro, cuja grandeza passa a ser mais significativa & medida que se aumenta o comprimento da corda. Se adotarmos cordas de 20 metros para R = 180 m, cordas de 10 metros ara 65 = R < 180, cordas de 5 metros para 25 = R < 65 e cordas de 2 metros para R < 25 m, 0 erro sera menor que 0,01 m, portanto, desprezivel Utilizando uma corda c = 20 m, a equacéo 4.7 fica: 114592] |G; a Gun (48) (Cap. 4 = CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES __72 0 grau G,, deve ser miltiplo de 40° para facilitar a locagio. A seqiiéncia utilizada 6 seguinte: 1, Adota-se R’(provis6rio)> R,,,- 2. Caleula-seG” = 1145,92/R'. 3, Adota-se G, miltiplo de 40’, proximo a G”. 4, Caleula-seR = 1145,92/G. Outra expresso que fornece o valor do grau da curva pode ser obtida considerando a seguinte proporcio: GicwA:D G9) Na figura 4.1,sendo AB = c, tem-se: (4.10) e, para c= 20m: Gn 2-arese 2) 80_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho Aplicando alguns conceitos de geometria, pode-se verificar facilmente na figura 4.1 que os valores da deflexdo sobre a tangente séo dados por: ro} (4.11) Para célculo da deflexio por metro, basta dividir a deflexao sobre a tangente pelo valor da corda c: (4.12) para ¢= 20m: dm = 22. 40 Recomenda-se adotar valores inteiros para a deflexao por metro, para faclitar as leituras dos Angulos de deflexao para a locaco da curva. EXEMPLO 1: Dado R’ = 300 m, calcular um novo raio R > R’ de modo que o grau da curva seja méltiplo de 40°. 2 1145,92 300 = 3,82° = 229,20" cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 81 ‘Adotando G,, = 200° = 3° 20° = 3,33333°, temos: 145,92 _ 1145.92 _ 549 9 Gy 3,33333° 8m EXEMPLO 2: Numa curva horizontal circular, temos: & = 45,5°, R= 171,98 mc E(Pl) = 180 + 4,12. Determinar os elementos T, D, E, Gay , dm, E(PC) ¢ E(PT). Soluedo: ae THR (3) -inigea( >) =7212m ROA 017198-455° 136,55 m 180° 18 coe D 145,92 _ 1145.92 _ 6 6631° w 400" R 17198 Y= 3°20! an 2 82_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Gay _ 400° dn = S20 _ 00 iy 10' E(PC) = E(PI) ~ [7] = (180 + 4,12)— G + 12,12) = 176 + 12,00 E(PT) = E(PC) + [D] = (176 + 12,00) + (6 + 16,55) = 183 + 8,55 Para o célculo do afastamento £, pode-se usar também a equacio abaixo: 4 45,5° E=T-tan{<)=72,12- 5 n( ) 7212 tan 7 )=14s0m LOCACAO DE CURVAS CIRCULARES POR DEFLEXAO FIGURA 4.2a — Locaco de curvas circulares por angulos de deflexao. Cap, 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 83 1) Deflexées sucessivas A doflexao sucessiva ¢ aquela correspondente a cada estaca isoladamente, cu seja, é 0 Angulo que a visada a cada estaca forma com a tangente ou com ‘a visada da estaca anterior. A primeira deflexdo sucessiva (ds,) € obtida pelo produto da deflexdo por metro (dm) pela distincia entre 0 PC ¢ a primeira estaca inteira dentro da curva (20-a), de acordo com a expressio abaixo: ds, = 0-0-2 (4.13) De modo anilogo, a tltima deflexdo sucessiva (ds,,) € calculada multiplicando a deflexao por metro pela distincia entre o PT ea altima estaca inteira dentro da curva: G aed (4.14) dsp = b> ‘As demais deflexdes sao calculadas pela expresso : lds (4.15) 84 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 2) Deflexdes acumuladas Estas so referidas scmpie em relagdo tangente ¢ apresentam valores acumulados das deflexdes sucessivas. Admitindo-se que os pontos PC ¢ PT sio estacas fracionérias (caso mais comum), temos para as deflexdes acumuladas os seguintes valores: G da, = ds, =(20-a)- lay (20-a) GG da, = ds, + ds, =(20-a)- wei Oe) 22 GGG day = ds, + ds, +s, = (20-0) +545 G a,,, =d5,+ds, +...+d5,, =(20-a) E48... + = 00-0) 2 4(n-2y9 Para concluir, é organizada a cademeta de locacio da curva, de acordo com atabela 4.1. Para verificagio dos cdlculos, a deflexio acumulada para o PT deverd ser igual metade do angulo central da curva ‘Cap. 4— CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 85, TTABELA 4.1 — Locagao de curvas circulares simples. 1 ds, da, 2 ds, day 3 dss das PT=y+b dspr dapr = A/2 EXEMPLO 3: Construir a tabela de locacio da curva do exemplo 2(extraido do livro ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO, do professor Wiastermiler de Senco). Solucdo: Temos: —_-E(PC) = 176 + 12,00 (a= 12,00) E(PT) = 183+ 855 (b= 855) Ciilculo da primeira deflexao (ds g 400" - go 1°20" (20-4) = 20-12): a7 ARES cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCU 85 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho E IR OFFSETS RVAS CIRCULARES PO! Caleulo da sltima deflexio (ds,.): LOcAGAO DE Cul ocaggo de uma curva circular por offsets, deve-se caleular os valores G, 400! Para a locé w lar : 7 ios 3 pp = b- S22. = 855-0" 95 501295 _ 5 ‘curva sio conheci pr = 0B = B55 a 85,5'=1°25 a cular NP = y, quando AN =x eoraioRda (figura 4.2b). Do triingulo ODP da figura 4.2b, temos: CAlculo das deflexdes intermediarias: Op-VR-x e AD=y=R-OD 400" 500-3220" _— 2 TABELA DE LOCAGAO DEFLEXOES DEFLEXOES STACI Fees, sucessivas | _ACUMULADAS pees 176+12,00 (PC) 0: 177 1°20" 178 440" 179 3° 20" 8°00" 180 3° 20" 11° 20° 181 3°20" 14° 40" 182 3° 20" 18° 00" 183 3°20" 21°20" 183+8,55 (PT) 1°25" 22° 45" = A/2 '88__ESTRADAS DE RODAGEM ~PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho EXEMPLO 4: Dada a figura abaixo, deduzir as expressdes para célculo EXEMPLO 5: Calcular 0 comprimento do circuito abaixo: das estacas dos pontos notaveis das curvas e a estaca final do tracado. Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 89 2000 m A (inicio) T, =T, =500. wa( 7) -s00- Bee eee el 400. *) = 400m EPC,) = E(PL)- [2] | E(PT,) =E(PC,) + [D,] i E(PL) = E(PT,) + (4,)—[7] Desenvolvimentos das curvas: _D, =D == 9, ——= 785,40.m E(PC,) = E(PL) -[Z,] ue EQPT,) = E(PC,) +[D,] } D,=D,= Hoe =628,32m EF) =E(PT,)+[4]-[7,] ‘Comprimento do circuito: Generalizando: C =3000 +3004 2000 + 2000 -2-(7, +7, +T,+T,)+D, +D, + Ds + Dy FP) = BOT) + ya) ~ [El C = 10000 -2.(1800) + 2827,44 = 9227,44 m 90___ESTRADAS DE RODAGEM —PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho RATIO MiNIMO DE CURVATURA HORIZONTAL Os raios minimos de curvatura horizontal sio 03 menores raios das curvas que podem ser percorridas em condicées limite com a velocidade diretrize a taxa maxima de superelevagio admissivel, em condigdes accitéveis de seguranga e de conforto de viagem. ‘Um vefculo em trajet6ria circular € forgado para fora da curva pela forca centrifuga. Esta forca é compensada pela componente do peso do veiculo devido a superelevagao da curva e pelo atrito lateral entre os pneus ¢ a superficie do pavimento, como mostra a figura 4.3. Para simplificagéo do raciocinio, suporemos as forcas aplicadas no centro de gravidade do veiculo. FIGURA 4.3 — Forgas atuantes num veiculo em curva. Cap, 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 91 De acordo com o esquema de forgas da figura 4.3, temos: F, cose = P-senar + F, (4.16) 2 mY" cosa = P-sena+ f-N (4.17) -cosa = m:g-sena+ f-(P-cosa + F,-sena) (4.18) Como 0 Angulo a € pequeno, podemos considerar, sem erro aprecidvel do ponto de vista pratico, sena ~ tanc.€ cosa = 1. Logo, a equagio 4.18 fica: (4.19) Nos casos normais de rodovias rurais, 0 coeficiente de atrito f ¢ 0 valor tana (superelevagio) so pequenos, de modo que o produto f.tana se aproxima de zero. Considerando f.tanc = 0, a equacéo 4.19 se reduz a: 7 = (4.20) Ren Nas unidades usuais, ou seja, R em metros, Vem kmih e g = 9,8 mis, tem 2 ae _ RODEO GEOMETRIC Dash) Cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES: 3 is.6F Ha — 98-(e+ f) LR ee (4.22) Entretanto, na medida do possivel, recomenda-se a utilizagio de raios % (+f) Essa formula exprime a relagdo geral entre valores quaisquer de raio da curva, superelevacio, velocidade e o correspondente coeficiente de atrito transversal. Deve ser observado que o termo ( e+/) exprime uma soma algébrica, em que a superelevaco pode ser positiva ou negativa (conforme a declividade da pista tenha caimento para o lado interno ou externo da curva, respectivamente). ‘© mesmo acontece ao coeficiente de atrito transversal (conforme 0 seu sentido de atuagio se oriente para o lado interno ou externo da curva, respectivamente). Em velocidades inferiores & velocidade étima (velocidade que nao desenvolve atrito transversal pneu/pavimento), 0 veiculo tende a se deslocar para o centro da curva, ou seja, o coeficiente f toma-se negativo, Adotando-se simultaneamente os valores méximos admissiveis para a superelevacio e para 0 coeficiente de atrito transversal, pode-se calcular 0 valor do raio minimo admissivel, para uma dada velocidade. A expresso para calculo de R,., 6 a seguinte: superiores aos minimos, cuja adocio s6 6 justificével em condigdes especiais. Os simbolos empregados na deducao das férmulas tém o seguinte significado: R = raio de curvatura horizontal, em m. V =velocidade diretriz, em km/h. v = velocidade diretriz, em mis. P = peso do veiculo. = massa do vefculo. aceleragio da gravidade, em mis m 8 i = Angulo que mede a declividade transversal da pista. F, = forga de atrito transversal. F, = forga centrifuga. N = reagio normal & superficie do pavimento, devido ao peso do veiculo. f =coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento. = superelevagio, em mim. R,,,, = raio minimo de curvatura horizontal, em rt. ¢., =méxima taxa de superelevagio admissfvel adotada, em m/m. {f,. =méximo coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento. 94 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Quando um veiculo percorre uma curva horizontal circular, o maximo va- lor do atrito transversal (ou lateral) é 0 valor do atrito desenvolvido entre pneu e a superficie do pavimento na iminén do escorregamento, £ usual adotar-se para 0 maximo coeficiente de atrito lateral valores bem ‘menores do que os obtidos na iminéncia do escorregament, isto é, valores {jé comigidos com um suficiente fator de seguranga, Os valores méximos admissiveis geralmente adotados em projetos rodovi- érios para o coeficiente fconstam na tabela 4.2, ‘TABELA 4.2 — Valores maximos admissiveis para os coeficientes de attito transversal f. (km/n) | 30 | 40 | 50 | 60 | 70 | 80 | 90 | 100] 110/120 ffr_—_|0,20/0,18] 0,16 /0,15|0,15| 0,14] 0,14/0,13 0,12 0,11 Fonte: DNER A AASHTO recomenda a equacio abaixo, com V em km/h. Vv = 01 fn7 919 = eng Cap, 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _95 Quanto & superclevacéo, a utilizagdo de uma taxa maxima admissivel mais elevada, originando valores mais elevados de superelevacio para raios supetiores ao minimo, acarreta um aumento da confortoe seguranca para 0 fluxo ininterrupto de veiculos trafegando a velocidades préximas & velocidade diretriz. Por outro lado, taxas miiximas de superelevacio admissiveis com valores mais baixos sio mais adequadas para situagies com grande proporgdo de vesculos operando a velocidades inferiores, como tréfego intenso de caminhées ou situagées de congestionamento. 0s valores méximos adotados para a superelevagio, segundo a AASHTO, sio determinados em fungio dos seguintes fatores: condigoes climéticas, condiges topograficas, tipo de érea (rural ou urbana) ¢ freqiiéncia de trfego lento no trecho considerado. Valores muito altos para a superelevacéo podem provocar 0 tombamento de vefculos lentos com centro de gravidade elevado. ‘A tabela 4.3 resume os valores de ¢,,,. Cada projeto devera ser especificamente analisado, antes de ser escolhido o valor final a adotar. EXEMPLO 6: Calcular 0 raio minimo de uma curva, dados V = 80 krn/h, Sag = 9,14 € €,,, = 10%. Solucdo: a 2 Rass ¥ oo 10m “Di Gea* Fa) 127-(010014) 7 96 ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho TABELA 4.3 ~ Texas méximas de superelevagao admissiveis, €,., 12% /Méximo absoluto em circunstancias especificas. 10% [Maximo normal. Adequado para fluxo ininterrupto. Adotar para rodovias Classe 0 ¢ Classe I em regides planas ¢ onduladas. 8% Valor superior normal. Adotar para rodovias Classe I em regibes| |montanhosas e rodovias das demais classes de projeto. 6% [Valor inferior normal, Adotar para projetos em areas urbanizadas ou Jem geral sujeitando o tréfego a redugGes de velocidade ou paradas. 4% Minimo. Adotar em situagbes extremas, com intensa ocupagio do solo adjacente. Fonte: DNER VISIBILIDADE NAS CURVAS HORIZONTAIS ‘Todas as curvas horizontais de um tragado devem necessariamente atender &s condigdes minimas de visibilidade, isto é, assegurar uma distdncia de visibilidade nao inferior a distancia de visibilidade de parada. obsticulo a visibilidade FIGURA 4.4 ~ Curva horizontal em aterro. ‘Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _ 97 as percursodoolbo do motriia FIGURA 4.5 — Curva horizontal em corte. Obstrugées na parte interior das curvas horizontais, devido & presenga de mitam a visibilidade e podem requerer taludes de corte, muros, arvores, etc., co ajuste da segio da estrada ou a modificacao do alinhamento. ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho Em todas as curvas a visibilidade deverd ser verificada em funcdo dos obstaculos existentes (figura 4.4) ov, no caso de curvas dentro de cortes, em funggo dos taludes adotados (figura 4.5). Se a condicao de visibilidade minima nao for satisfeita, € necessério aumentar o raio adotado para a curva nesse trecho, ou entdo alargar ou abrandar os taludes do corte a fim de assegurar a distancia lateral minima necesséria. Da figura 4.5, temos: Na condigio limite, o comprimento do arco AB é igual & distancia de visibilidade (D). Da geometria, temos: arco(AB) _D. . Rr (4.25) a(radianos) = Substituindo o valor de a (em radianos) na equacéo 4,24, obtém-se: (4.26) ou, para em graus: Cop. 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 99 1 0 al (4.27) Desenvolvendo a expressio cos(D/2R) em série de poténcias, temos: (4.28) onde: R =raio,emm. D = distincia de visibilidade de parada ou de ultrapassagem, em m. ‘M = afastamento horizontal minimo, em m. Para efeito de edlculo, podemos considerar R = R., sem erro apreciavel do ponto de vista pratico. 100 _ESTRADAS DE RODAGEM— PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho EXEMPLO 7: Uma curva circular de uma estrada tem raio R = 600 m. Calcular o menor valor de M, de modo que seja satisfeita a condicio minima de visibilidade de parada, Dados: Velocidade de projeto V = 100 sonih e coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento ( f)) igual 2 0,28 (vide tabela 3.3). Soluedo: — Clculo da distancia de visibilidade de parada: ; = D,=0,7-V = 0,7-(100) + ———_—__ = 210 ° +355: 707 000) 355.08) Om Cileulo de M: =M =(600)- fe ox 205"-5)| =92m on DP 2 &R” 8-(600) 9,2m EXEMPLO 8: Uma estrada foi projetada com velocidade de projeto | V, = 90 kof (ey, = 12%). Uma curva circular de raio R, = 450 m esté em ‘um corte com declividade longitudinal i = 1% e segao transversal dadana figura. Verificar 0 valor do raio da curva quanto & estabilidade (ou seja, verificar se R 2 R,,,). Verificar também se a condigo minima de visibilidade | de parada é satisfeita, Considerar: linha do percurso do olho do motorista = eixo da pista (adaptado das notas de aula do professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta). ‘Verificagao do raio quanto a estabilidade. (tabela 4.2 > f= fag, = O14): v 90? cs = _2 245,31 nit 127m + fz) 127-012 +014) R=450m > R,,, (OK) ‘Verificagio do raio quanto a visibilidade. (tabela 3.3 — f, = 0,29): 2 90° a 7 __.368,88 m Dp = 01-4 355. ay OT OY” 255-029 00 Mo De 18888" 7 “SR, 8-(450) 825") yaa i 750m 0.75. Moegoyie = 8:25. > 79 (OK)! 175 m 102 _ ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho CURVAS CIRCULARES COMPOSTAS Duas curvas circulares consecutivas de raios diferentes com um ponto em comum, constituem uma curva composta quando estio do mesmo lado da reta tangente neste ponto, chamado PCC (ponto de curvatura composta). ‘CURVA COMPOSTA COM 2 CENTROS % FIGURA 4.6 — Curva composta com 2 centros. cap, 4—CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 103, FIGURA 4.7 — Curva composta com 2 centros (inverso da figura 4.6). Ascurvas circulares compostas sto utilizadas preferencialmente em terren0s ‘montanhosos onde duas, trés ou mais curvas simples de raios diferentes sto necessérias para adequar 0 tragado da estrada & topografia. Com relagio & figura 4.6, temos: 104 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho X,-Ry-senA, +R, -senA-R,-senA, (4.29) ¥, =R,-E0, +CF -BG ¥, = R,-(1-cosA,) +R, “cos, ~R, “cos (430) Nas equacées anteriores, X, ¢ Y, sio as coordenadas do ponto B, com referéncia ao ponto A como origem ¢ AV como eixo x. Sendo T, = AV (tangente longa) e 7, = VB (tangente curta), temos: (431) Da figura 4.7, temos: Cop. 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 105 X, =RysenA, +R,-send-R,-send, [ey=Ri sen A(R, -R,)-sen A, (432) ¥,=R,(1—cosA,) +R, "e082 ~R, “cos FDR eos + (R= Ry c0s (4.33) onde X, e Y, sio as coordenadas do ponto A, com referéncia ao ponto B como origem e BV como eixo x. Também temos: (4:34) (435) Da equacéo 4.34, temos: 106 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho hi- cos, Pee (4.36) Da equagio 4.29, temos: (437) Da equacio 4.32, temos: (4.38) indo membro a membro a equacio 4.35 pela equaclo 4.37, e levando ‘em consideragdo que (1-cos A,)/sen A, = tan(A,/2), temos: vas) Beet) 2), +T,-cos—R, “send 439) De forma andloga, dividindo a equacdo 4.36 pela equacio 4.38, temos: (4.40) Cap. 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 107 Da equacao 4.30, temos: Mei (l~c0s) Rok ‘cos, 7, ‘send -R,-(-c0sA) (an T-cosA, la =. + Da equagio 4.33, temos: (4.42) Como podemos observar, numa curva composta com dois raios, temos sete elementos principais: T, Ty & A, © By ‘Quando 4 desses elementos so conhecidos, incluindo um angulo, os outros podem ser determinados. ‘A tabela a seguir resume os passos necesséirios para a solugéo de problemas envolvendo curva composta com dois centros. 08 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho ‘TABELA 4.4 — Problemas tipicos de curvas compostas com 2 centros. cap. 4 ~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES % sen ¥,=T,-senA tr, 109 CURVA COMPOSTA COM 3 CENTROS Na figura 48a, temos uma curva composta com centros O,, O, € O,, € + A,+ A, eT, = AV (tangente Angulos centrais A,, 4, ¢ A,, onde A = longa) e T, = VB (tangente curta). Sendo X, e Y, as coordenadas do ponto B com relago ao ponto A como origem e AV como eixo x, temos: T [Rise diy By [AT Ta [A= Bvt Bs, Usar (4:34) para Ty (4.31) para Th XyaT,+T, 088 T,=X,-T, 008 [eC RD, | aieRs [Bar 40 pra (82a RB 8 As Ty A —_|(ouR)) _ | Dado Rs, wsar (4.39) pata Bs, (4.81) para Ry, Bo=8~ As [Rodd [Bun Te [ar 36 pre b(4.30) pare T Bs 8 Bs ralouT) _|(ov 7.) _|Dado Ty usar (4.35) para As, (4:34) para T, A= A =A [RTs AA [Riso Bs [Are A Os, usar (4.42) para Re, (431) para Ty [Rs Tu, Ba [Ru Todi [As= 8 Ax, usar 4.41) para Rs, (4.34) para Ts i, AB, Ra.T, |= VAB-+ VBA, resolver titngulo AVB para T, Ty, oe cunanaane Fa (4.40) para A (4.42) para Roy vB sar (440) para A, (442) para Re, By = A Ax cvBA (4.40) para sy (4.42) para RAB, RyTq |= VAB-4 VBA, resolver triangulo AVB para T, © Ty 7 owe? Ni 439 (4.81) para Ry, &2= a i By | sar (4.39) para As, (4.41) para Ry, a= A= A | FIGURA 4.8a— Curva composta com 3 centros. 110__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho FIGURA 4.8 — Curva composta com 3 centros (inverso da figura 4.8a). Da figura 4.8a, temos: IX, = CR Ra) sen, + (R, —R,)-sen(A, + Az) +R, send] [= Ri - (R= R2)-cosA, = (Ry = Rs): cos(A, +A2)~R, “cos A) bo Mae Relicos As =(R, =Ry)-cos(A, +A) =Ry “008A senA Ir. a4, -4e@ =R,) ‘cos. SCi= Ry SMO FAR ol Cap. 4— CURVAS HORIZONTAIS CIRCUARES 111 Outra expresso para céculo de T, é a seguinte: Bo 4 (R=R,)-c05(A; + Ay) + (Re —Ry)-c08s — Ri “C084 sen A. Deixaremos a demonstragio das equagdes anteriores como exercicio, EXEMPLO 9: Numa curva circular composta com 2 centros, temos: A,= 20°, G,= 3° 24° (grau da curva 2), A,= 25° € G, = 2°. Caleular Lek, Solucao: A= A, +A, = 25° +20°= 45° p,~ 14592 tesa =572,96m Gy ee 1145,92 _1145,92 _ 337,04m G34 1, = B= S7 96s" #(57296-397.08)-0820" 947. 21m sen 45° _ 512,96 ~337,04-os 45" ~(572,96 397.04) 0825" _ 129 52m f, a sen 45° 112 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glaueo Pontes Filho CURVA COMPOSTA COM 3 CENTROS (acesso-tipo DERSA/SP) Sio utilizadas principalmente em projetos-tipo de intersegoes, onde estas ccurvas permitem dar & pista uma conformacio mais adaptada & trajetéria das rodas dos vefculos em curva. Além disso, essas curvas também podem ser utilizadas, em certos casos, como alternativa de transi¢fo. FIGURA 4.9 — Acesso-tipo DERSASP. Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _113 ‘No caso mais comum da figura 49, 08 raios das curvas externas so iguais (ReR,). A tabelaa seguir, apresenia as condicoes _mfnimas de projeto nas conversées de interseghes. TABELA 4.5 — Condigées minimas de projeto, para borda dos pavimentos, nas conversdes de intersegoes. GSGE | CWA CONPOSTA Ganwa cnrosta [iano | sxano oe neo 08 pe 3 ceNTROS e3cENTROS Raio (m) | fm) 6 30-650 co . [30 : . [pa0t-30 ose 46 5 —] 108 [aost1-30 SA. 6 = Ie 46-12-46 ve 16 eae 30-630, co! 4. 88, 7 (30-930 on * 36 z =] 17° [7300-307 * [sk a6 [673061] 1.0 37-11-37 ve. 12 = 30-650 co 18 zoho . [30930 0) eo 13 ED | SR e251] 1 37.937_| 24 VP 1 _| 30: 08 235-23 | CO| yy. | STL OS | jog [20980 [18 ° 23 [s7aes7| 12 30:9-30 | 15 SR. = [46-15-46 | 1.7 379-57 | 23 | VP. 3 | 30-600 | 08 155-18 | 15 | CO] gg [18 _[ortea7| 08 | 100) 30.930 [1.5 0 —e712.37| 1,5 | (retorno) {30-680 | 3.0 | SR ~_ [46-15-46] 1.5 [37887 [3.3 | f=Deslocamento da tangente (m) Fonte bésica : AASHTO 114 __ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Conhecidos o angulo central (A), 0 afastamento das tangentes (f) € os raios das curvas (R,,R, € R,=R,), os demais elementos (A,, Ay Ay T, T, » TT, ¥) podem ser determinados. A seqiiéncia de célculo € a seguinte: 1) Calculo dos ngulos centrais A,, A, € A, Do tridingulo reténgulo CO,O, da figura 4.9, temos: R,-(R, +f) R,-R, cosA, Logo: [Ay ==, +A5)] 2) Calculo da tangente T Da figura 4.9,temos: T=7,+0,C A tangente da curva de raio (R, + f) € dada por: ath) om( (Cap, 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 115 Do triangulo retingulo CO,O,, temos: 0,6 =k, -(R, + f Jan, donde: r= ce, + ftan{ 2) +R, -(@, + Jhtan dy Com os valores de T, T, ¢ f; determina-se a posigéo de PC,, Ae B. 3) CAlculo da corda auxiliar ¢ Aplicando a lei dos senos no triaingulo PC, O, PT,, temos: 116 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glaueo Pontes Fitho 4) Calculo das coordenadas Xe Yde PT,, em relagao ao PC, Do triéngulo PC,EPT,, temos: Xe den( 3) e Yod-seo() 2 2 Logo, temos: Analisando a figura 4.9, podemos observar que o afastamento méximo das tangentes (f,,,) € obtido quando o Angulo central A, € igual a zero, desaparecendo a curva intermedidria. Neste caso, os pontos PT, ¢ PC, coincidem, restando apenas uma curva de raio R,. A expressio para célculo de f,,, & dada abaixo, oss} ik, Deixaremos a demonstraco como exercicio. cap, 4— CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 117 EXERCICIOS (0s exercicius assinalados com (#) foram cedidos pela professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta, da Escola de Engenharia de Sao Carlos, Universidade de Sao Paulo. 1. Dados A = 47° 30’ e G,, = 12°, calcular Te E. 2. Dados A = 40° ¢ E = 15 m, caloular Te R. 3. Dados A = 32° e R= 1220 m, calular Te E. 4. Dado R = 150 m, calcular a deflexao sobre a tangente para c= 20 m. 5. Dados A = 43° e E = 52.m, calcular o grau da curva. 6 SeA=30° 12’ eG 48", calcular Te D. 7. Usando 0s dados do problema anterior, e assumindo que E(PI) = 42 + 16,60, calcular as estacas do PC ¢ do PT. 8. Dados A=22° 36" , G,,=4° e E(PC) = 40 + 15,00. Construir a tabela de locagio da curva. 118 __ ESTRADAS DE RODAGEM —PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 9, Dados A = 47° 12’, E(PI) = 58 + 12,00. Calcular R, 7, E e D para 5°. Calcular também E(PC) ¢ E(PT). 10.Dados A = 24° 20' e R = 1500 m. Locar 0 PC € 0 PT, sabendo que a estaca do PI é 360 + 12,45. 11. Dados A = 22° 36” ¢ T= 250 m, calcular G,, ¢D. 12.Calcular o desenvolvimento de uma curva circular de raio R = 1524 metros e Angulo central A = 32°, 13.Numa curva circular com um raio de 170 m, queremos locar um ponto logo frente do ponto de curvatura (PC). Sabemos que o comprimento do arco é de 20 m. A soma das coordenadas sobre a tangente deste onto so: (considerar sen 3,3703° = 0,058789 e cos 3,3703° = 0,983): a) 0,168 m b) 0,924 m ©) 1,848 m 4) 21,14 m 14.Demonstrar que: E-T -a(2) 4 15. Dados A = 30°, R = 680 m e E(PI) = 205+2,52, calcular G, T, D, E(PC) ERT). Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCUARES 119 16.(*) Numa curva horizontal circular, conhecem-se os seguintes elementos: G = 1°, E(PC) = 55 + 9,83 ¢ E(PT) = 81 + 9,83. Se alterarmos 0 raio dessa curva para 2000 m, qual serd a estaca do novo PT? 17.(*) Dado 0 tragado da figura, adotar para as curvas 1 ¢ 2 os maiores raios possfveis. Ayes dy=35 m ds=229,52 m 18.(*) Com relagao ao problema anterior, supondo-se que as distincias de OaPl, ¢ Pl,aF sejam suficientemente grandes, escolher um valor ‘nico para o raio das duas curvas de forma que esse valor seja 0 maior possivel. 19.(*) Num trecho de rodovia temos duas curvas circulares simples. A primeira comecando na estaca 10+0,00 e terminando na estaca 20+9,43 com 300 m de rai. A segunda comecando na estaca 35+14,61 ¢ terminando na estaca 75+0,00 com 1500 m de raio. Deseja-se aumentar © raio da primeira curva para 600 m sem alterar a extensio total do trecho, Qual devers ser o raio da segunda curva? © A,=30". 4120 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICD __Gilaueo Pontes Fitho ‘Cap. 4 ~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _121 20.(*) A figura mostra a planta de um trecho de rodovia com duas curvas 20, Caloular as curvas circulares abaixo {G, T, D, E, EPO), E(PT), d, dm}: de mesmo sentido, desejando-se substituir estas duas curvas por uma aE) = 202+ 250 4=52° R= 650m c= 20m curva tinica de raio K, Calcular 0 valor de R para que o PC da nova by ERD = 1345+ 12,73 A= 10" -K=2000m = 20m curva coincida com 0 PC, do tracado antigo (inicio da curva 1). ERI = 376+19,50 A= 64°20 R= 350m c=10m a ECP) = 467+ 3,75 &= 80° R= 200m c= Sm 23, Repetr a questio anterior adotando para Gum valor méltipto de 40” Construir as tabelas de locagao das curvas (R > R’). 24.A figura mostra a planta de um tragado com duas curva circulares- t Calcular as estacas dos pontos notiveis das curvas (PC, Pl e PT) ¢ # 4 estaca inicial do tragado, sabendo que a estaca do ponto F ¢ 21.(*) A figura mostra a planta de um tragado com duas curvas circulares. "540+ 15,00. Calcular as estacas dos PI's e a estaca final do tracado. ' 122 ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho 25.(*) Num tragado com curvas horizontais circulares, conforme esquema da figura, desejando-se fazer R, = R,: a) qual o maior raio possivel? ) qual o maior raio que se consegue usar, deixando um trecho reto de 80 m entre as curvas? 26. (EXAME NACIONAL DE CURSOS-1997) No projeto bésico de um trecho da BR-101, a primeira tangente fez uma deflexao a direita de 90°, com ‘o objetivo de preservar uma érea de mata Atlantica. Originou-se o PI-1, localizado na estaca 81 + 19,00. Para a concordincia horizontal necesséria a essa deflexio, usou-se uma curva circular de raio igual a 600,00 metros. Quais as estacas dos pontos notéveis da curva (PC ¢ Pry? 27. (*) Deseja-se projetar um ramo de cruzamento com duas curvas reversas, conforme figura. A estaca zero do ramo coincide com a estaca 820 € 0 PI, coincide com a estaca 837+1,42 da estrada tronco. Calcular os valores de R,, R,, E(PI,) €E(PT,). 28. A figura é um esbogo do projeto de um circuit 10. Caleule R (em metros), sabendo que 0 comprimento do circuito é 7.217,64 m. Todas as curvas sio circulares simples. CURVA 3 Raio = 3, 120m 4124 _ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glaueo Pontes Filho 29, Calcular a distancia entre os pontos A e B pelos caminhos ® e ©. 30. Calcular 0 comprimento do circuito. CURVA1 CURVA4 R= 200 y= 200 CURVA 2 CURVA 3 R= 400 31, Numa curva composta com 2 centros temos: R, = 400 m, R, = 300m, A= 70° e T, = 120 m. Calcular os demais elementos. 32.Idem: A, = 30°, = 253 m, A= 74° eT, = 132 m. Calcular os demais elementos. 33.Idem: R, = 168 m, AB = 300 m, Angulo VAB = 35° e angulo VBA = 42°. Calcular os demais elementos (vide figuras 4.6 e 4.7). cap, 4— CURVES HORIZONTAIS CIRCULARES 125 134,Dadas as curvas reversas da figura, calcular o comprimento do trecho entre os pontos A ¢ B e os raios das curvas. 435. figura absixo representa um acesso-tipo do DERSA/SP. Calcular 4, By Ay TTT Xek z rol__| — i; a 126 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Fito 36.(*) Considere a localizacio em planta das tangentes de uma curva (Gigura 1) ¢a segdo transversal da estrada (figura 2). Pede-se: a) Raio mfnimo da curva circular. Verificar condigio minima de visibilidade e determinar o afastamento minimo necessério do talude para uso do raio minimo quanto & estabilidade. b) Calcular todos os elementos da curva circular. ©) Calcular as coordenadas (x,y) dos pontos PC PT da curva escolhida, ADOTAR: Velocidade de projeto, V = 100 km/h Coeficiente de atrito longitudinal, f, = 0,3 Maximo coeficiente de atrito transversal, f, Rampa, i= 0% Cg = 12% = GURVAS HORIZONTAIS: DETRANSIGAO’ “tom tiere deve sere mackhade 9ue quchra. 0 mar gelade cm nbs meames.” FRANZKAFKA sertortcheeo INTRODUCAO ‘Ao passar um vefculo de um alinhamento reto auma curva circular, hé ume variagdoinstantinea do rai infinito da reta para oraiofinito da curva cioular, surgindo bruscamente uma forga centrifuga que tende a desviarovefeulo de sua trajet6ria. Para assegurar 0 conforto ea seguranga nas eurvas ¢ reduzir os incbmodos dessa variagio brusca da aceleracdo centrifuga, intercala-se entra tangente ¢acurva circalar uma curva de transicéo, na qual o raio de curvatura passe gradativamente do valor infinito ao valor do raio da curva, circular. 128 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Estas curvas de curvatura progressiva sio chamadas de curvas de transig0 sao curvas cujo raio instantaneo varia em cada ponto, desde o valor R,(na concordancia com o trecho circular de raio K,) até o valor infinito (na concordancia com o trecho em tangente). Uma curva de transigdo exerce basicamente trés fungbes: + Proporciona um crescimento gradual da aceleragdo centrifuga que surge na passagem de um trecho reto para um trecho curvo. + Constitui uma adequada extensio para efetuar o giro da pista até a posicao superelevada em curva. ‘+ Faz a transigio gradual da trajetéria do vefculo em planta ¢ conduz a um tragado fluente e visualmente satisfat6rio sob varios aspectos. TIPOS USUAIS DE CURVAS DE TRANSICAO Em principio, qualquer curva cujo raio instanténco varie ponto a ponto poderd ser utilizada como transi . Entretanto, a experiéncia mostrou que algumas curvas especiais oferecem vantagens pela maior facilidade de cAlculo ou porque atendem melhor as exigéncias técnicas de um bom tracado. As curvas mais usadas em projeto de estradas séo: ‘cop. 5 ~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO 129 1. Clotéide ou espiral de Comu, onde 0 raio instantineo de curvatura (R) é inversamente proporcional a0 desenvolvimento da curva (L). +>. Lemniscata de Bernouille, onde o raio instanténeo de curvatura (R) é inversamente proporcional 20 raio vetor correspondente (p ). 3, Pardbola ctibica (y = kx*)- De todas estas curvas, a mais amplamente utilizada é a espiral de Cornu, A clotGide, como também € chamada, foi estudada no ano de 1860 por Max Leber, ¢ introduzida na prética da engenharia por L. Oerley, no ano de 1937, No Brasil 6 bastante difundido 0 uso de espirais como curvas de transigdo. Recomenda-se sempre o uso de espirais simétricas no eéleulo de ccurvas horizontais com transicio (Ls,=Ls,=L,). Oso de espirais assimétricas (Ls, Ls, 86 6 justificavel em casos especiais. FIGURA 5.1a — Curvas de raio varidvel. 4130. _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC _Glauco Pontes Fitho Considerando-se a maior conveniéncia técnica do uso da espiral, trataremos apenas desse tipo de curva, Para cada um dos pontos de uma clotéide, 0 produto do raio de curvatura R pelo seu comprimento desde a origem L, € igual a uma constante K?. A magnitude K € chamada pardmetro da clotéide. [As clot6ides de grandes parmetros aumentam lentamente a sua curvatura e, por conseguinte, so aptas a serem percorridas com altas velocidades. Jé as clotoides de pequenos pardmetros aumentam rapidamente sua curvatura, € por isso, as velocidades de percurso tendem a ser menores. eo KeS K-20 FIGURA 5.1b — Tipos de clotéides. Existem varios critérios diferentes visando orientar o estabelecimento do limite de emprego de curvas de transigio. Para fins de projetos rodoviérios convencionais, o DNER recomenda o critério associado a velocidade diretriz: resumido pelos valores constantes da tabela 5.1 a seguir. Segundo esse critério, permite-se a dispensa do uso da curva de transigao quando a aceleragio centrifuga a que o veiculo é submetido na curva for igual ou inferior 20,4 m/s? Cap, 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO 132 TABELA 5.1 — Valores-limite dos raios R acima dos quais podem ser dispensadas curvas de transiga0. ao | 50 | 60 | 70 | 80 | 90 | 100 300 | 500 | 700 | 950 |1200|1550| 1900 Fonte: DNER CURVA HORIZONTAL COM TRANSICAO (simétrica) FIGURA 5.2— Curva horizontal com espirais de transigao simétricas. 132_ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO, (0° = centro do trecho circular afastado, PI. =ponto de intersegio das tangentes A. =ponto genérico da transigao XX, = abscissa dos pontos SCe CS Y, =ordenada dos pontos SC e CS TT = tangente total K = abscissa do centro 0° p= afastamento da curva circular LX’ = abscissa de um ponto genérico A Y = ordenada de um ponto genérico A Glauco Pontes Filho AC = fngulo central A. =deflexio das tangentes D_ = desenvolvimento do trecho circular A, = aio da cmva circular L, =comprimento do trecho de transicao E. = distancia do Pla curva circular Pontos notaveis: TS =tangente-espiral SC = espiral-circular c= ST =espiral-tangente 8, = ingulo de transicio ircular-espiral \gulo central do trecho circular ¢ CALCULO DOS ELEMENTOS DA ESPIRAL ((método do ralo conservado) Para a introducdo das espirais de transicfo numa curva circular, hi a necessidade do afastamento da curva em relacéo 3 tangente. Este afastamento (p) pode ser obtido de trés modos: método do centro conservado (reducao do raio R, para o valor R.-p), método do raio conservado (afastamento do centro O da curva circular para uma nova posigéo 0”) ¢ método do raio € centro conservados (afastamento das tangentes a uma distincia p da curva circular). O método do raio conservado € geralmente o mais usado, pois nao altera 0 valor do raio R, da curva circular e a posigao das tangentes. Cap. 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 133 Por definigdo, a clotéide € uma curva tal que 0s raios de curvatura em qualquer um de seus pontos ¢ inversamente proporcional aos descnvolvimentos de seus respectivos arcos. Chamando Lo comprimento do arco e R 0 raio de curvatura no extremo deste mesmo arco, a lei de ‘curvatura da clotéide 6 expressa pela relacao RL = K?, onde K € 0 parametro . Sendo L, 0 da clotéide. No ponto SC (figura 5.3) temos R = Re L comprimento da transigio (desenvolvimento entre 0s pontos TS ¢ SC)¢ R, o raio da curva circular, a equagio da espiral é (6.1) SPIRAL. FIGURA 5.3 — Elementos da espiral. 134 _ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho cap. 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 135 Da figura 5.3, temos: aL =R-d0 -~d0 L Ldb db= J J K ee CK Sa" K-94 KY 13-6 (2) ‘Ainda com relagéo & figura 5.3, podemos obter a expressio: (6.30) cose = dx =cos0 dL. Desenvolvendo cos@ em série de poténcias, temos: 2a De maneira andloga, podemos obter a expressdo para célculo de y: sen@ =< dy =sen6-dL 136 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Gleuco Pontes Filho a 3 73 oe 0 1st Sone ek: (6.3b) Generalizando, temos: (a6 Layt gmt! (4n-+1)-(2n)! oe G43) Gn! ‘As equag6es 5.3a ¢ 5.3b definem a clot6ide pelo seu comprimento. Nestas ‘equacées, substituindo L por K-/20 obtém-se: er 10" 216 9.360 8° *} Cap, 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO _137 que correspondem & equacio da clotéide definida pelo seu parimetro. No ponto SC da curva de transiglo, temos L = L,, Logo, as equagbes para 0 cAlculo de 6, (cm radianos), X, ¢ ¥, sao as seguintes: @4) (65) (6.6) Na pratica, as express6es para X, ¢ ¥, podem ser reduzidas as expressbes abaixo, com suficiente precisio: (55) (5.6) 138 _ESTRADAS DE RODAGEM- PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Calculados X,Y, € 8, ¢ considerando os elementos da figura 5.4, podemos obter as seguintes relagbes: FIGURA 5.4 - Elementos da espiral de transi¢ao. X,-kta 3 keX,-a Y,=p+b -. ps¥,-b ‘Cap, 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGRO 139 send,-- a= R, “sen, 62 on 3) R+P (5.8) | ‘Mesclando as equagées acima, ‘obtemos as expressdes para célculo da abscissa do centro 0” (k) do afastamento da curva circular (p): (eax, —R, send, (59) (5.10) Da equacao 5.7, resulta. a expressio para célculo da tangente total: aay ara rr =k+(R, + p):tan| | (a1) 140 __ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glaueo Pontes Filho ‘Da equagio 5.8, resulta a expresso para célculo da distincia do PI ao onto médio da curva circular (E): e ey (6.12) As estacas dos pontos notéveis da curva sao calculadas pelas expressies: E(TS) = E(PI) - [77] (6.13) E(SC) = E(TS) + [,] (6.14) E(CS) = E(SC) + [D] (6.15) E(ST) = E(CS) + [L.] 6.16) Para 0 célculo do desenvolvimento da curva circular (D), a expresso é a seguinte (para espirais simétricas): g=A-2-6, (6.17) 6.18) Na equacdo 5.18, D e R, so dados em metros ¢ gem radianos. Para ¢em Braus, a equagio é a seguinte: 0 valor de D necessariamente deverd ser néo negativo. Quando forem escolhidos valores de L, muito grandes, pode acontecer 28, > A, isto é <0. Nesse caso, os valores de L, devem ser diminuidos de forma que tenhamos sempre D = 0. COMPRIMENTO MINIMO DE TRANSICAO (Critério dindmico) Como visto anteriormente, zo passar um vesculo de um alinhamento reto a uma curva circular, hé uma variacdo instantinea do raio infinito da reta para o raio finito da curva circular, surgindo bruscamente uma forga centrifuga que tende a desviar 0 veiculo de sua trajet6ria. Para minimizareste inconveniente, além de se usar uma curva de transi¢a0, seu comprimento deve ser adequado para que o efeito da forca centrifuga apareca de maneira gradual. Da fisica, a aceleragéo centrifuga que atua num veiculo em trajet6ria circular € dada por: d Gaes 442_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho Em qualquer ponto da clotéide, temos: RL=R-L, donde: ‘Sendo o comprimento de transicdo L,, igual ao produto da velocidade uniforme do veiculo pelo tempo que 0 mesmo necessita para percorrer a clotdide, temos: logo: Como 2 variagao da aceleragao centrifuga que atua sobre 0 veiculo deve ser constante: Gant Cap. 5~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 148 entdo, temos: valor da constante J mede a solicitagio radial ou reacéo transversal que cexperimentam os passageiros dos vefculos devido & variagéo da forca centrifuga. O valor aceitavel para J varia para cada condutor. Experiéncias comprovaram que os valores ideais esto entre 0,3 ¢ 0,8 mis’. BARNETT, em seu trabalho Transition Curves for Highways, recomenda o valor J.,,,= 0,6 mis?, valor este adotado pelo DNER. Sendo, = 0,6 m/s', Rem metros e V em km/h, 0 comprimento minimo do trecho de transigio, em metros, seré: (6.21) Sempre que possfvel devem ser adotados para L, valores maiores que 0 minimo calculado pela equacio 5.21, de preferéncia (Ls,,,+ L5,,,/2 08 3.Ls,,.» desde que estes valores sejam menores que Ls,,.. 144 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho elo critério de tempo de percurso na transicéo, o comprimento minimo da transigéo corresponde a distincia percorrida pelo veiculo 8 velocidade diretriz, durante 2 segundos. Logo, o comprimento minimo da transicao de acordo com esse critério é dado pela frmula a seguir, com Vem km[h € Ls €m metros: Pepe] 2) COMPRIMENTO MAXIMO DE TRANSIGAO ‘Corresponde a um valor nulo para o desenvolvimento do trecho circular (D=0), ou seja, as espirais se encontram. Entio: t E Po A-26,20 + A=28, y Pe TSyq R.A (5.23) Sendo Ls,,, ¢ R, em metros, 4 em radianos. Para A em graus, a equaci0 fica: Roa ous oee 5.24 Sano (6.24) ‘cap. 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO__145 EXEMPLO 1: Celcular as coordenadas (x,y) dos pontos TS, SC, CS ¢ ST em relagio ao sistema de eixos da figura (extraido das notas de aula do professor Carlos Reynalda Toledo Pimenta). Rep Rep TS, (kK+L;R+P) SC, (+k +L3R.+P-¥) CS, (+ k+L3¥,-R.-P) ST,k+L5-R,-P) ST, (k;R,+P) EXEMPLO 2: Numa curva de uma rodovia, temos os seguintes elementos: V=80 kan(h, A= 35°, R, = 500m ¢ E(PI) = 228 + 17,00. Determinar Ls, Ls__., 0X, ¥,4,D, kyp. TT, E, E(TS), (SC), E(CS), EST). 146 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROIETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Solucéo: 2 2 L>qig = 0,036 ~ 0,036 80" | 36,06 m R. 500 Adotando L, = 120 m Rann _ 50-35% @3.Ls,,) mx 180" 180° Ls, = 305,43 m sf = 01200 rad x = A-2-0, =35°-2_- 2-0,12 = 0,370867 6 7 370867 rad D =R,-¢ =500-(0,370867 rad) = 185,43 m =9 est +5,43 m k =X, -R,-senO, =119,83-500-sen(0,12 rad) = 59,98 m P=Y,-R,-(1-cos0,)= 4,80 -500-[1-cos(0,12 rad)]= 1,20 m Tr =k+(R +p}t0( 5) =59,98 + (500+1,20) aa ) = 218,00 m X,=119,83 m ae os Cap. 5 - CURVAS. HORIZONTAIS DE TRANSICAO 17 +P _p _ 5004120 _ 599. 25,52 m a ad (3) 2 E(TS) = E@P1) —[TT]= (228 + 17,00) — (10 + 18,00) = 217 + 19,00 E(SC) = ECTS) + [L,] = (217 + 19,00) + (6 + 0,00) = 223 + 19,00 E(CS) = E(SC) + [D] = (223 + 19,00) + (9 + 5,43) = 233 + 4.43 E(ST) = E(CS) + [Lg] = (233 + 4,43)+ (6 + 0,00) = 239 + 443 PI T7218 % b=AC=35" Z\ Dassen TCS | 148 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho EXEMPLO 3: Calcular as estacas dos pontos notaveis das curvas ¢ a estaca final do tracado (ponto B), sendo dados: a) Estaca inicial do tracado (ponto A) = 0 + 0,00 b) Raio da curva 1 = 600 m (transi¢ao) ©) Raio da curva 2 = 1000 m (circular) 4) V, = 60 komt AN Ply 000 4 \Z 4000 1000 = 01000) 4000 Coordenadas: [3 T1000 {1.000 ‘Cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 149 Caéleulo dos azimutes: 0-400 4 : sotan( 07 4000_) | sretan( +) =5313 ds, ~octan( a) (5) 53. =143,13° -11000 i Azy = 180° tn pone )2857 3000-1000 Calculo dos ngulos centrais: 12, — Az, = 143,13° - 53,13° = 90° A, =|Az,—Az, = 143,13" - 116,57° = 26,57° Calculo dos comprimentos dos alinhamentos: d, = (4000-7000) + (0- 4000" = 5000 m ,, = ¥(7000-3000) + (4000-7000) = 5000 m Cap. 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 151 4150 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho d, = \(000-1000)' + (7000-11000 = 4472.14 m T= 236,11 m D = 463,73 m ‘Calculo da curva 1 (transigao): | E(PC) = 475 + 1,01 E(PT) = 498 +.4,74 E(PI,) = [d,] = 250 est + 0,00 m | Bstaca final do tragado (ponto B): E(B) = ET) + [4,)- (7) E(B) = (498 + 4,74) + (223 + 12,14) — (11 + 16,11) = 710 est + 0.77 m Ls gig =12,96 m X =199,45 m D = 742,48 m 2,48 m Yq =11,09 m E(IS)=214+1732 | LS siento * 200 k=99,91m B(SC)= 22441732 LOCACAO DE CURVAS DE TRANSIGAO 0, = 0.166667 rad p=2,78m E(CS) = 261+19,80 is 6 =1,237463 rad TT = 702,68 m E(ST) = 27141980 mn % Caleulo da curva 2 (circular): R,= 1000 m 4, = 2657" ' E@PL) = E(ST) + [a] ~ [77] E(PI,) = (271 + 19,80) + (250 + 0,00) — (35 + 2,68) = 486 + 17,12 FIGURA 5.8a — Elementos para locagao da espiral de transiga0. 152 _ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho Dados R, Ly 4, E(PD) ¢ fixadas as diregdes das tangentes, calcula-se os valores de X, Y., 8p, ke TT. A locacio da curva de transicao ¢ iniciada pela localizagao do ponto TS sobre a primeira tangente a uma distincia TT do ponto de intersecio PI, quando este for acessivel. Para o caso do PI ser inacessfvel (figura 5.5b), procede-se da seguinte maneira: + Prolongar as diregdes das tangentes ja conhecidas no sentido do PI. + Escolher dois pontos A e B em locais convenientes. + Determinar a distancia AB ¢ os angulos a e B. + Calcular as distaneias 1, € ¢,, ‘Aplicando a lei dos senos no tridngulo da figura 5.5b, temos: FIGURA 5.5b — Procedimento para PI inacessivel. ap. 5 = CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO __153 Como sen = sen(180° —a ~ B) = sen(a + B), temos: aban ayer ree 2 sen(a + B) sen(a + f) Logo: 4-TT-b 1,=TT-a ‘As distincias f, €f, assim calculadas, permitem a localizagio do TS e do $7. Feito isto, ¢ com o instrumento centrado no TS, dé-se inicio & locagio do primeiro ramoda espral, que poders sr locado pelo método de ordenads sobre a tangente com 0 uso dos valores calculados para X e Y (equagies 5.26 5.27) ou pelo método das deflexdes sobre a tangente, usando-se para *jss0 0s Angulos de deflexéo ie 0s comprimentos dos arcos correspondentes c, obtidos através das equagdes 5.28 ¢ 5.29. vb 5.25) O-T RL, 6 6.26) YeL 627) 154 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO_ GEOMETRICO Glauco Pontes Fitho Cap, 5 — CURVAS HORIZONTALS DE TRANSICAO 155, : y¥ : cc imarctan( > (5.28) © procedimento para locar o segundo ramo ¢ idéntico, Centra-se © jastrumento no STe loca-se no sentido ST para o CS, usando-se as deflexdes suteriormente caleuladas. Fm qualquer métodousado ésempre aconselhavel ost (529) | oredleulo de i, ¢ da corda c, para a verificagéo da locagio executada. cosi | Caleulados todos os elementos, confecciona-se a tabela de locacao representada absixo. donde: 7 | TABELA 5.2 — Locagéo de curvas de transigao. 630) | 7 LTABELA DE LOCACAO aad ¥ | i 63) | 3c l= (632) Feita a locagdo da espiral pelo método das deflexdes, muda-se o instrumento para o SC e visa-se 0 TS com a deflexio j, = @,~ i, lida no sentido da curvatura. Quando se voltar 0 instrumento a zero, tem-se a diregio da tangente no SC, que permite realizar a locagao da curva circular pelo processo das deflexdes, EXEMPLO 4: Construira tabela de locago do primeiro ramo de transigéo da curva do exemplo 2. Solugdo: Célculo dos elementos da linha correspondente 3 esiace 222 +0,00 (oeéleulo € semelhante para todas as outras inhas da tabela de locagio).. 156 _ESTRADAS DE RODAGEN ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Distancia entre a estaca 222 + 0,00 € 0 TS: L=81m sr 2-500°120 = 0,054675 rad g1-(1 2.054675" , 0,054675¢ <6i(1- 2, Cee 10 216 ) 80,9758 m 054675 _ 0,054675° eee )-14759m 1,4759 i= arctan(~) = arctan x 80,9758, )-u01tiss 120239" x 80,9758 cost cos(l,044183°) — 80,9893 m Cap. 5 ~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO Jj, = 9, ~i, = 0,1200 - 0,040035 = 0,079965 rad 4, = 0, -i, = 4,581638° = 4° 34'53,90" 157 ‘TABELA DE LOCAGAO ESTACA mt [rrac| ” cD | % i 7s)217 |419,00] - - ~ zie |+t0,00| 11,00 | 11,00 | 0,00 | o°or'os" 219 2100 | 21,00 | 0,03 | 0°04" 13" +10,00| 31,00 | 31,00 | 0,08 | 0*09'11" 220 4ico | 41,00 | 0,19 | 0° 16°03" +10,00| 51,00 | 51,00 | 0,37 | 0*24'50" 221 61,00 | 60,99 | 0,63 | 0°35'32" +10,00| 71,00 | 70,99 | 0,99 | 0°48’ 08" 222 ico | 80,98 | 1,48 | 1°02'39" 410,00] 91,00 | 90,96 | 209 | 1° 19°04" 223 101,00 | 100.93 | 2,66 | 1°37'24" isc) 223 |+19,00/ 12000 | 119,83 | 480 | 2° 17°90" JRVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGHO 159 158 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRIC __Glauco Pontes Filho | Se. CURVA CIRCULAR COM TRANSIGOES ASSIMETRICAS | Segundo o professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta, definidos os valores dos comprimentos Ls, eLs, das espirais de transigao, as equagdes de célculo Sao curvas que possuem transig6es com comprimentos diferentes. Com | dacurva paras, excecdo dos valores de IT, ¢ TT,, 0s demais elementos das transig6es so | caleulados de forma anéloga as espirais simétricas. | SPIRAL) | | | =X, -R,-send, | pn, -R,-(\-cos0,,) © (R +P, (5) " TT, =k,+(R, spy 3) ee A i \ 2)” send @ (R, + p,)-tan(> 6. <2 \ (R. + Po) =(3} i 2 ER, | es | ESPIRAL2 P2-P @ am o-A-(, +0,,)20 FIGURA 5.6 — Curva horizontal circular com transigdes assimétricas (Fonte: PIMENTA). 160 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 6,* i ; 1320 TT, =k, +(R, +p,)-tan( 4) 4 22-2 2)" send CURVAS COMPOSTAS COM TRANSICAO Esta concordancia é utilizada quando se deseja tornar continua a variagao da curvatura entre duas curvas circulares consecativas de raios diferentes, como mostram as figuras 5.7 € 5.8, FIGURA 5.7 — Concordancia de curvas circulars com espiral. (Cap, 5 ~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 161, Tangente de referéncia 0, FIGURA 5.8 — Curva composta com transigao (Fonte: PIMENTA). Sendo L, 0 comprimento da espiral entre os pontos A e Ce, comprimento da espiral entre os pontos A e D, temos: R, 1, =K? (ponto C) R,, +L, =K? (ponto D) Cap, 5 ~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 163 362_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROETO GEOMETRICO __Glanco Pontes Flo R, Lal, bah RR 164 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO ___Glauco Pontes Filho B=0,-0. 0, =0+f6 (Re, + Pa) 058, Pe AR, ~ EXERCICIOS Os exercicios assinalados com (*) foram cedidos pelo professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta, da Escola de Engenharia de Sao Carlos, Universidade de Sao Paulo. 1, Calcular as curvas de transigéo abaixo: a)E(PI)= 342+ 2,50 A=55° R= 680m V=80 km/h b) E(PI) = 1350 + 12,73 A= 12° 100m = V=120 km/h c)E(PI)= 476+ 9,50 A=66°24' R= 830m V=100 km/h d)E(PI)= 757+6,75 A=82° R= 600m V= 70kmih 2. Construir as tabelas de locagio do 1° ramo de transigéo das curvas da questdo anterior. Cap, 5 CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO 165, 3, Numa curva de transigéo, para a determinagéo do comprimento de transi¢do (L,) foi escolhido o valor J = 0,4 m/s? (variagao da aceleracéo ceutuifuga por unidade de tempo). Calcular a estaca do ST. Dados: ‘A= 50°, R_= 500m, V, = 100 km/h e E(PT) = 210 + 0,00. 4, Com relagao ao exercicio anterior, calcular as coordenadas X ¢ ¥ da estaca 22040,00. 5. (*) No tragado da figura, sendo V,=100 km/h, verificar se € possivel projetar a curva 2 de maneira que a variagdo da aceleracao centrifuga por unidade de tempo (J) seja a mesma para as duas curvas. Se nfo for possivel, justificar. Dados: Curva 1: EPI) = 72+ 9,27 A,= 11°36" R,=1000m ECTS) =65+15,26 B(SC,) = 69 + 0,10 (CS) =75+17,72 EST.) = 79 +2,56 Curva 2: E(PI,) = 91 + 10,00 R, = 600m 4,240" Ph, 166 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 6. (*) Numa curva onde a deflexdo entre as tangentes (A) € igual a 0,8 radianos, calcular a velocidade, em km/h, que a curva permite desenvolver sem que a variagu Ua aceleragdo ceutiifuga por unidade de tempo na transicao (J) ultrapasse o valor 0,5 m/s°. Dados: E(TS)=14+0,00; E(SC)=18+0,00; E(CS)=22+0,00; E(ST)=26+0,00. 7. (*) Numa curva horizontal, adotando-se 0 comprimento de transigio (L,) igual a média entre o comprimento minimo eo comprimento maximo pos 4) a variagio da aceleracio centrifuga por unidade de tempo na transigo. 1, calcular: ) 0 afastamento necessério entre a curva circular e a tangente externa (p). ) 0 comprimento do trecho circular da curva. 10 m; A= 30°, 8. (*) Dado o alinhamento da figura, sendo o raio da curva 1 igual a 500 me fixada a velocidade de projeto V,=72 km/h, calcular as estacas dos pontos TS,, SC,, CS,, ST,, PC,, PT, e estaca final do trecho, respeitando as seguintes condig6es: a) a curva 1 terd transigbes simétricas de comprimento L,, calculado para uma variagao de aceleracio centrifuga por unidade de tempo J = 0,2 m/s*; b) a curva 2 ser uma curva circular sem transigées; c) entre o ST, ¢ o PC, existe um trecho em tangente de corprimento 200 m; d) a curva 2 tera o maior raio possivel, respeitadas as condigies 2, be c. Cop. 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 167, 452,66 m 9. (*) Dada a curva horizontal da figura, calcular os valores de X ¢ ¥ do ponto P que esté na estaca 100 + 0,00. Dados: R, = 350 m, E(PI) = 90 +15,00, Z,= 150 me A = 60°. 10. (*) Deseja-se projetar uma curva de transigéo comJ = 0,4 m/s*. Calcular a deflexdo que deve ser dada no aparelho (colocado sobre o TS) para locar a estaca 200. Dados: V, = 100 km/h, A = 40°, R,= 600 m, E(PI) = 209 + 3,23. 168 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho 11. (*) A figura mostra trecho de uma via contendo tangentes perpendiculares centre si ¢ duas curvas circulares com transigio, reversas e consecutivas. Dados R, = 200 me L, = 80 m, calcular as coordenadas do ponto ST, em relagio ao sistema de coordenadas dado. 12. (*) A figura mostra trecho do eixo da planta de um autédromo formado por 3 tangentes paralclas concordadas entre si por curvas circulares com transigio. Sabendo que R, 0 me L, = 50 m, caleular as coordenadas do ponto ST, em relacio ao sistema de coordenadas dado. ‘Cap. 5 ~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO 168 st: 13.(*) A figura mostra uma pista de teste composta por duas curvas horizontais de raio R, = 80 m, concordadas com duas tangentes de comprimento 150 m através de curvas de transigéo de comprimento L, = 100 m, Calcular as coordenadas dos pontos TS, SC, CS ¢ ST em relagio ao sistema de eixos da figura, que tem como origem o centro de ‘uma das curvas. y, Sh fe cs sc, oS Ts ‘ST; 170 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 14. Calcular as estacas dos pontos notaveis das curvas e a estaca final do tracado (ponto B), sendo dados: a) Estaca inicial do uagado (pontw A) = 0 + 0,00 b) Raio da curva 1 = 300 m (transicao) ) Raio da curva 2 = 600 m (transigio) 4) V, = 80 km/h AN Pl, 000 4000} Gf 1000 fe 0 1000 CAPITULO 6 SUPERELEVAGAO “tom professor aia educa tadividuos. Ele educa uma copicie.” (GEORGLICHTENBERS Fisicoalemio INTRODUCGAO Superelevagdo € a inclinagio transversal necesséria nas curvas a fim de combater a forga centrifuga desenvolvida nos veiculos ¢ dificultar a derrapagem. Ela éfungio do raio de curvatura e da velocidade do vefculo. Para cada velocidade V, 0 raio R, a superelevacio e, bem como 0 coeficiente de atrito transversal fconstituem um conjunto de valores inter-relacionados, ccuja vinculagio € expressa pela formula abaixo: (6.1) 172__ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO —_Gllauco Pontes Filho Fazendo 1/R = C (curvatura), a equagio 6.1 se reduz a: 2 eo -C-f (6.2) Dada uma velocidade Ve escolhido um raio R (ou uma curvatura C), 0 valor para a superelevacdo e deverd estar compreendido entre os seguintes valores, onde e,,, > €,> €,> 0: Pana f=0; 0 veiculo é equilibrado exclusivamente pelo 1127 efeito da superelevacdo. oe We c-f, fFogs 9 Veiculo € equilibrado com a contribuigao ‘1227 me de todo o atrito lateral possivel. Plotando-se os valores da superclevacao (e) em funcio da curvatura (C)em um gréfico, podemos observar que os valores de e que satisfazem a equagéo 6.2 se encontram num paralelogramo definido pelas linhas correspondentes aos walores e = 0, € = €,,.. f= 0€ F=f... Qualquer valor da superelevacdo que esteja no interior do paralelogramo atende as exigéncias minimas de estabilidade dos veiculosna curva. Cap, 6 - SUPERELEVAGKO 173 Para.a escolha da melhor superelevacao para cada curva deve-se, entéo, levar ‘em conta o fator conforto, ou seja, definir dentro do paralelogramo a curva de conforto maximo. Basicamente, existem 5 métodos (figuras 6.1a ¢ 6.1b): 1. Bscolha do valor da superelevagio diretamente proporcional & curvatura C (Método de La Torte). 2, Bscolha de um valor tal que um veiculo trafegandona velocidade de projeto tenha toda a forga centrifuga compensada pela superelevacao (f=0. 3. Ocritério2, usando-se a velocidade de operacio no lugar da velocidade de projeto (Método de Barnett). 4, Escolha ée um valor para a superelevagio numa relagdo néo linear entre 108 valores compreendidos entre os valores dos critérios 1 ¢ 2 (Método da AASHTO) 5, Escolha de um valor tal que o veiculo ¢ equilibrado com a contribuigao de todo o atrito lateral possivel (f= f 2.) 174 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho ‘SUPERELEVACAO 0 a) Ten FIGURA 6.1a— Valores possiveis de e, em fungao da estabilidade (Fonte: AASHTO). ? ATRITO LATERAL fr FIGURA 6.1b— Variago do atrito f, em funcao da curvatura, para V= Vigo (Fonte: AASHTO). _ Cop. 6 - SUPERELEVAGAO 175 Das figuras 6.12 ¢ 6.1b, percebe-se que: [No processo 1 a variagio da suporclevagio é linear com 0 inverso) do raio dacurva No proceso 5, 0 atrito lateral responde integralmente pela estabilidade do veiculo nas curvas de maior raio, até o limite de f,,,- A partir dat, a estabilidade ¢ obtida somando-se a contribuicéo da superelevacéo, na regido das curvas de menor raio. No processo2hé uma inversio da situaglo descrita para o process0 5. © processo 3 & semelhante ao processo 2, apenas com a velocidade de projeto sendo substituida pela velocidade de operacio. No processo 4 hi uma variagéo curvilinea de ee fcom 0 inverso do raio de curva, situando-se entre os processos 1 ¢ 2. Analisando 0s t6picos acima, temos: O processo 1 seria ideal se todos os veiculos trafegassem a uma vyelocidade constante. © processo 5 se aplica a vias urbanas de baixa velocidade, onde as restrighes laterais limitam o uso da superclevacio. 176 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho No processo 2, para veiculos trafegando com a velocidade de operaclo, 0 cocficiente de atrito lateral torna-se negativo. processo 3 procura minimizar as desvantagens do anterior, limitando-as a um ndmero menor de curvas. processo 1 garante que uma vasta gama de curvas deixaré de utilizar da maxima superelevacio possivel. processo 4 combina 0s dois iltimos requisitos citados. Para contrabalangar a tendéncia de aumento de velocidade nas curvas de raios mais amplos é desejével que a superelevacao aproxime-se daquela obtida por este processo. ‘TAXAS DE SUPERELEVACAO PARA RAIOS ACIMA DOS MiNIMOS ‘Um estudo feito com varias curvas compreendidas no paralelogramo da figura 6.1a, levou a AASHTO a optar pela forma parabélica para a distribuigo da superelevagéo, aconselhando o uso de uma curva intermediéria entre as curvas dos processos 1 ¢ 2. Da figura 6.2, temos 0 seguinte: Cap, 6 - SUPERELEVAGIO 177 FIGURA 6.2 - Distribuigao parabélica da superelevagao. pax 6 = "(Coax CY e, max -cy on EE Coe “CF e, (3) 3178 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho A formula 6.3, representada graficamente nas figuras 6.3 a 6.7, € adotada pelo DNER para o célculo da taxa de superelevagao para raios acima dos ‘minimos. Neste grafico, a partir da situagao correspondente ao raio mfnimo (ponto A), tanto as taxas de superelevacao ¢ como os coeficientes de atrito transversal f decrescem gradual simultaneamente (trecho I da figura), até 0 valor do raio R,, onde ¢ atingida e mantida a taxa minima de superelevacéo admissivel. Esse decréscimo é realizado segundo uma relacio curvilinea entre os raios de curvatura e as taxas de superelevacio. A partir desse valor dee, entio, iria se reduzindo o atrito-transversal (trecho II). ge toiny 'SUPERELEVACAO. si R RAIOS R (m) FIGURA 6.3 - Superelevagées para raios acima dos minimos (DNER). Superelevacio (%) Cap. 6 SUPERELEVAGO 179 “GRIFICO De, SUPERELEVACAO V=70 kv 2450 m1 ‘Superelevagio necessirin a R Ras 500 1000) 1500 2000 = 70 km/h). FIGURA 6.4 — Grafico de superelevacao (| aaa [ 10 (GRAFIOD De SUPERELEVACAO v= 60 km/s Superclevagio necesséria até R = 3200. Raios(m) 500 1000) 1500) 2000 FIGURA 6.5 — Gréfico de superelevacao (V = 80 km/h) 180 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho FICO DE SUPERETEV V= 50 rvs ASO me ‘eimal_[ necessanax Supetclevagio(%) ‘Superelevacio necessiria até R 7 eiosom 500 1000 1500 2000 2500 FIGURA 6.6 — Grafico de superelevagao (V = 90 km/h). [GRAFICO De SUPeRELEVA ante 3000 Superetevagio (%) i) uperelevacio necessiria at@R 7 Raley 500 7000) 1500) 2000 2500 FIGURA 6.7 — Gréfico de superelevagao (V = 100 km/h). Cap. 6 SUPERELEVACAO 181 Para curvas com grandes raios, a superelevagio € desnecesséria. Adotando- se para estes casos a seco normal em tangente, 0s veiculos trafegando na faixa de rolamento com superelevagao negativa ficam sujeitus # atritos transversais inferiores aos valores méximos admissiveis. Também os esforcos necessérios no volante para manter o veiculo na pista situam-se dentro de limites aceitaveis. Um critério simples, associado a velocidade diretriz, para estabelecer 0s valores dos raios acima dos quais a superelevacdo pode ser dispensada encontra-se resumido na tabela 6.1. Foi considerada em seu céleulo uma superelevacdo negativa de 2% para os veiculos que percorrem o lado externo da curva, mas séo adequados também para pistas com abaulamentos diferentes. - TABELA 6.1 — Valores dos raios acima dos quais a superelevacao & dispensavel. 4o | 50 | 60 | 70 | 80 | 90 | 2100 g00 | 1250 | 1800 | 2450 | 3200 | 4050 | 5000 Fonte; DNER EXEMPLO 1: Numa rodovia de Classe I, temos: ¢,,, = 10%, V-=90 mh, Se uma curva nesta rodovia tem raio de 900 metros, calcular a superelevacio a ser adotada. 162 __ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRIC __Glauco Pontes Fitho Solugdo: Da tabela 4.2, obtemos f._. = 0,14 para V = 90 km/h. Logo: DISTRIBUICAO DA SUPERELEVAGAO, Distributigdo da Superelevacao 60 processo de variagao da seco transversal da estrada entre a seco normal (adotada nos trechos em tangent) ¢ a segao superclevada (adotada nas curvas). A variagao da inclinagéo transversal necesséria & obtencdo da superelevagio nas curvas horizontais deve ser feita de forma a evitar variagbes bruscas dos perfis das bordas da pista. ‘Varios processos podem ser utilizados para a distribuiao da superelevacio. Os mais utilizados so baseados na posico do centro de giro do pavimento, € sio os seguintes (figura 6.8): * Giro em torno do eixo da pista (A). * Giro em tomo da borda interna da pista (B). ‘* Giro em torno da borda externa da pista (C). . Cap. 6~ SUPERELEVAGAO__183 “ ® © BI FIGURA 6.8 — Processos de obtengao da superelevacao. No caso mais usual de pistas simples de mao dupla com eixo no centro € segdo transversal abaulada, o eixo de rotacéo geralmente coincidiré com 0 eixo do projeto. Nessa hipétese, sio obtidas as menores rampas de superelevagio e as variagées altimétricas so também distribuidas de forma simétrica. O processo do giro em torno do eixo é mais usado porque acarreta menores alteragdes das cotas do pavimento em relacio ao perfil de referéncia, resultando numa distorgo menor do pavimento. ‘A adogio da borda da pista do lado interno da curva como eixo de rotagio 6 justificada onde houver risco de problemas de drenagem devido a0 abaixamento daborda interna, O processo do giro em torno da borda externa da pista favorece a aparéncia e a estética, a0 evitar a elevacao dessa borda, normalmente a mais perceptivel pelo motorista. 184 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Nos 3 processos, 0 giro do pa ento para a obtencdo da superelevagao e% é feito de forma que tanto as bordas como 0 eixo tenham uma variagéo linear. Essas variagdes de cotas das bordas e eixo em relagao a0, perfil de referéncia esto sujeitas a valores maximos recomendados, pois a variagio da superelevagio deve ser feita de forma segura ¢ confortavel. Como nos trechos em tangente a estrada geralmente possui inclinacio transversal simétrica em relagio ao eixo de a%, 0 processo de distribuicio da superelevagdo pode ser dividido em duas etapas, como mostra a figura 6.9: * 12 ETAPA: climinacdo da superelevacao negativa. © 22 ETAPA: obtencao da superelevacio e% do trecho circular. nivel (0%) a L& FIGURA 6.9 - Segées transversais de uma estrada. Cap, 6 - SUPERELEVAGIO 185 ‘No.caso comum quando o trecho circular ésucedido por curvas de transiga0, a variagio da superelevagio (2° etapa) deverd ser feita dentro da curva de uansigio. Neste cxs0, ocamprimento de transigioL, define ocomprimento do trecho de variagio da superclevagio (L,), € portanto a inclinagéo Jongitudinal o,, Para.a 1 etapa, o comprimento L, €definido em fungao do valor da inclinagGo a, Os dois processos mais usados séo: * AASHTO: <«, * BARNETT: a, = 0,25% (1:400)° € o 0,5% (1:200) (valores =a (valores maximos - tabela 6.2) méximos). scones oS ‘ Tswst el, sind {rei 1b momey_ | ; ot \ a 2 etapa 4 nt eer | FIGURA 6.10 — Giro em torno do eixo. “De acorn com pressor Greso Peixoto, 0 adotarL = 1, eve se cleaadoo nov valor 6 fon de, ue deverd set menor OU igial 80.5% (BARNETT), ¢ menor ov igual a0 vale plo método da AASHTO. F Veicds anata, o valor de , pelo crtério de BARNETT conservrse mas nfo Severs Set imaiar que o valor de , (quando Gs 0.25% —* , = 0.) 186 __ ESTRADAS DE RODAGEM~PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho A variagio da superelevacao deverd ser feita em um trecho de comprimento nunca inferior a0 minimo estipulado pela tabela 6.2, recomendados pela AASHTO. Esta tabela deve ser usada nos casos em que o valor de L., esteja abaixo da linha cheia. Caso contririo, adotar os valores da linha Le,,,, que correspondem ao espago percorrido por um veiculo, durante 2 segundos, & velocidade de projeto. Quando o valor de Le,., for menor que o comprimento de transicao L,, adota-se L, = L,, Caso contririo, deve-se analisar a possibilidade de aumentar 0 comprimento L, para o valor ‘Quando a curva horizontal ¢ circular simples, a variacio da superelevagio oderd ser feita parte no trecho em tangente ¢ parte no trecho circular, ou ‘mesmo toda a variacZo no trecho em tangente de forma que no trecho circular a superelevacéo seja constante. A escolha da melhor posicao depende da andlise de cada caso. Considerando-se 0 ntimero infinito de disposigies do perfil ea necessidade de se levar em conta os problemas de drenagem, greides eriticos, estética da estrada, etc., a adogio generalizada de qualquer dos métodos nao 6 aconselhavel. Cada trecho de variagao da superelevacio deve ser considerado ‘como um problema individual. cap. 6 SUPERELEVAGKO_187 TABELA 6.2> Comprimentos minimos dos trechos de variagao da superelevagdo (pista Gnica, 2 faixas de tréfego de 3,6 m). “VELOCIDADE (knit) | =» | | 7 | 80 | 9% | 100 | 10 | 20 | \ | a(%) 050 | 047 | 043 | 0,40 | 0,37 €%), 056 | 0,60 | 0.54 DEL. (m) Fonte: AASHTO Para pistas com némero de faixas maior que 2, a AASHTO recomenda os seguintes valores: 3 faixas: L = 1, 4 faixas: L 188 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pon . LJ ‘Cap, 6 - SUPERELEVACAO Figut e FIGURA 6.12 — Distribuigéo da superelevagao em bifurcacoes IRA 6.11 ~ Esquema mostrando a variagéo da superelevagao. : Fa CARCIEN = 390 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho DIAGRAMAS DE SUPERELEVACAO. 1) Giro em torno do eixo oma [r, (S=7A)] a 2a; * 3) Giro em tomo da borda externa 192 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho EXEMPLO 2: Confeccionar o diagrama de superelevagio de uma curva de transicdo pelo método de BARNETT, dados e = 10% ¢ L, = L,. Adotar giro em torno do cixo ¢ seco transversal dada ua figura (extrafdo das notas de aula do professor Creso Peixoto). 1 a=2% L=3,6m | Critério de BARNETT: 4, = 0,25% (1:400) e a, = 0,5% (1:200) Eliminacao da superelevagio negativa (comprimento de giro em tangente): 3,6:(2) A T90 2072 100 100+ _ 100-(0,072) _ Ae as op. 6—SUPERELEVAGKO 193 Comprimento do giro em curva: 2-Le 2-36-10 = 0,72 m 100 100 _100-(5 2-h) _ 100-[0,72-2-(0,072)] s16m tate 2-05) Lp slg they =14,4+57,6~ 72m 194 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho RNS PROUETO GEOMETRICO __Gilenco Pontes Filho EXERCICIOS 1. Numa rodovia de Classe I, tomos: ¢...-8% , V = 100 km/h. Se uma curva nesta rodovia tem raio de 600 metros, calcular a superelevacio a ser adotada, segundo o DNER. 2. Numa rodovia de Classe II, temos: © nm =9% , V= 80 km/h. Se uma curva nesta rodovia tem raio de 400 metros, calcular a superelevacio a ser adotada, segundo o DNER. 3. Fazer o diagrama da superelevacio de uma curva de transigio em espi- ral, anotando todas as cotas e pontos em relacao ao perfil de referéncia (extraido das notas de aula do professor Creso Peixoto). Dados: E(TS) = 40 + 2,00 Considerar L, = L, © =8% Método de giro em tomo da borda interna (BI) Critério de célculo: BARNETT (a, = 0,25% e a, = 0,50%) CAPITULO 7) SUPERLARGURA “Hem professor sempre afeta a cteraidade, Ele uunca sabert onde sue taflutncte termina HENRY ADAMS Historiador americano INTRODUCAO Superlargura 6 o aumento de largura necessdrio nas curvas para a perfeita inscrigio dos vefculos. Quando um vefculo percorre uma curva ¢ 0 angulo de ataque de suas todas diretrizes 6 constante, a trajet6ria de cada ponto do veiculo é circular, © anel circular formado pelas trajetérias dos diversos pontos do veiculo é mais largo que o gabarito transversal do vefculo em linha reta. "| Para compensar esse aumento de largura, & largura padrio das pistas é acrescentado 0 valor S (superlargura) nos trechos em curva. Cop. 7 SUPERLARGURA 197 196 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Filho CALCULO DA SUPERLARGURA ‘Segundo o DNER, a superlargura é obtida calculando a largura total da pista necesséria no trecho curvo, para 0 vefculo de projeto adotado (geralmente 0 veiculo CO), deduzindo a largura basica estabelecida para a pista em tangente, segundo a seguinte formula: (yy Ly =2-(Gc +G,)+Gp + Fy (7.2) onde: S_ =superlargura total da pista. - nea 7.4 —Trajetoria de um: 7 ZL, = largura total em curva da pista de 2 faixas de trafego, Lemma L,, = largura basica da pista em tangente. G.,= gabarito estitico do veiculo em curva, q : No tridngulo BOO da figura 7.1, temos: G,,= folga lateral do vefculo em movimento. G, = actéscimo devido ao balango dianteiro do veiculo em curva. 24 (R- F, = folga dindmica, determinada de forma experimental e empirica. EP +(R-aLy aver \RE aa) A figura a seguir representa a trajet6ria de um vefculo numa curva. 138 FIGURA 7.2 — Elementos intervenientes no calculo da superlargura (Fonte: DNER). Logo, a expresso para célculo do termo G, é: Gc=L+AL 6. =L+(k-VR-F) 4) sendo AL 0 acréscimo devido a diferenca na trajet6ria da rodas dianteiras € trasciras. A expressio entre parénteses fornece valores muito semelhantes as da expressio £?/2R. Desta maneira, a equagio 7.4 resulta em: ik Cap. 7 SUPERLARGURA 199, Be (75) 2R GoaL+ Aplicando a lei dos cossenos no ABO, temos: R? =F? 4(R+G,) -2-F-(R+G;)-cosa E+F R+G, R =F? +(R+G,) -2-F (R+G,)- (R+G,) =R?+F?+2°E-F G, = \R?+F-(F+2E)-R (7.6) A folga dinamica F,, € calculada em fungio da velocidade diretrize do raio de curvatura pela equacio abaixo: a (77) F, ?*100R Fazendo as devidas substituigdes, a formula geral para célculo da superlargura 6 a seguinte: (78) 200__ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho onde: $= superlargura, em metros. L. = largura fisica do veiculo, em m. E = distancia entre eixos, em m. F =balango direito do veiculo, em m. R = raio da curva, em m. V = velocidade diretriz, em km/h. G, = folga lateral do veiculo em movimento, em m. L,, = largura bésica da pista em tangente, em m. 0s valores do termo G, sio adotados em fungio da largura da pista de rolamento em tangente (L,), de acordo com a tabela abaixo: TABELA 7.1 — Valores de G,. 6,00/6,40 | 6,60/6,80 7,00 / 7,20 0,60 0,75 090 ‘| Fonte: DNER Para caminhées ¢ énibus convencionais de dois eixos e seis rodas, nio articulados (veiculo CO), os valores adotados para projeto sao: L = 2,60 m; E = 6,10 me F = 1,20 m. Em pistas com largura bésica 1, = 7.20 m e adotando o veiculo CO como veiculo de projeto, a equacao 7.8 fica reduzida a: (Veiculo CO) Para veiculos comerciais articulados, compostos de uma unidade tratora simples ¢ um semi-reboque (vefculo SR), os valores adotados para projeto si: L = 2,60 m; E = E,, = 10,00 me F = 1,20 m. Em pistas com largura ,20 m e adotando o veiculo SR como veiculo de projeto, a bisica L, equagio 7.8 fica reduzida a: (Veiculo SR) "A férmula para célculo da superlargura anteriormente adotada pelo DNER ‘cutilizada em alguns paises, denominada formula de VOSHELL-PALAZZO, €a seguinte: 7.11) onde: E = distancia entre eixos do veiculo, em m. R= raio da curva, em m. V = velocidade diretriz, em km/h. n= nimero de faixas de rolamento, 202___ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Deve ser observado que a necessidade de superlargura aumenta como porte do veiculo e com a redugao da largura basica da pista em tangente. A tabela 7.2 apresenta os valores dos raios acima dos quais é dispensdvel a superlargura. TABELA 7.2 — Valores dos raios acima dos quais 6 dispensével a supertargura. ain i Pll [=[@[=| =| «| w | nee Cenfh) efculo R(m) | 130 | 160 | 190 | 220 | 260 | s10 | 360 | 420} CO Rm) | 270 | 00 | 240 [980 | 490 | 480 | 40 | 600 | SR LARGURA BASICA DA PISTA EM TANGENTE = 7,20 m. nh)| 22 | 40 | 80 | 60 | 70 | ao | Tipode (kerf) Veiculo Rim) | 40 | 430 [550 | 680 | 840 [1000] CO LARGURA BASICA DA PISTA EM TANGENTE = 6,60 m. Fonte: DNER Em coeréncia com a ordem de grandeza das larguras de pista usualmente adotadas, os valores teéricos da superlargura devem, na pratica, ser arredondados para miiltiplos de 0,20 metros. Considera-se apropriado um valor minimo de 0,40 metros para justificar a adogo da superlargura. Valores menores podem ser desprezados. Para pistas com mais de duas faixas, 0 ctitério recomendado pelo DNER consiste em multiplicar os valores da Superlargura por 1,25 no caso de pistas com trés faixas de tréfego, e por 1,50 no caso de pistas com quatro faixas. (Cop. 7- SUPERLARGURA 203, DISTRIBUICAO DA SUPERLARGURA (pistas de 2 faixas) ‘A superlargura adotada pode ser disposta metade para cada lado da pista (alargamento simétrico) ou integralmente de um s6 lado da pista {(alargamento assimétrico). 1) Alargamento simétrico da pista Nos casos de curvas circulares dotadas de curvas de transigao', a superlargura sera distribuida linearmente a0 longo da transicio, sendo mantido 0 valor total a0 longo do trecho circular. Neste caso, seré aplicada ‘metade da superlargura para cada lado da pista, como mostra a figura 7.3 Se 0 eixo de projeto se localiza no centro da pista em tangente, continuara no centro da pista no trecho de transigdo e no trecho circular. ‘O mesmo acontece com a sinalizacdo horizontal ou a junta longitudinal de construgo do pavimento (especialmente de placas de concreto de cimento portland). "Todas as curvas que requerem supeslargura possuem fos que requerem também eurvas de transgio, 204 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho Borda Concordancia redone Borda Teérica TRaNsicao Da TS. ‘sc SUPERLARGURA ‘y= Large piste gene Sauget EDO CENTRODAPISTA Ron Rio curs SINALIZACAO HORIZONTAL SUNTA DE CONSTRUCAD DO PAVIMENTO sz be sR FIGURA 7.3 — Distribuicao da superlargura numa curva de transigao (Fonte: DNER). 2) Alargamento assimétrico da pista ‘No caso de curvas circulares simples, a superlargura ser4 disposta do lado interno da curva. A distribuigo da superlargura devers ser feita parte na tangente parte na curva, no mesmo trecho usado para a variagio da superelevacio. Caso 0 eixo de projeto se localize no centro da pista em tangente, se situard de forma assimétrica em relacdo 20 centro da pista. A sinalizago horizontal © a junta longitudinal de construgio do pavimento (especialmente de placas de concreto de cimento) deverd ser disposta no centro da pista alargada ¢ néo coincidente com o eixo do projeto. Eixo de projeto “TRANSIGAO DA SUPERLARGURAEDA ‘SUPERELEVACAD cenrno anista argu bse da psa em ange SINALIZACAD HORIZONTAL 3 2Suein JUNTA BECONSTRUGADDO PAVIMENTO, R= Rao cur FIGURA 7.4 — Distribuiggo da superlargura numa curva circular simples (Fonte: DNER). Em qualquer situagio, deve-se suavizar as quebras do alinhamento das bordas da pista a0s pontos de infcio e término do alargamento, introduzindo curvas de arredondamento com extenso entre 10 ¢ 20 metros. Geralmente, o alargamento da pista de rolamento para obtengao da superlargura ¢ feito de forma linear. Porém, de acordo com 0 DNER, onde se verificar uma combinag4o geométrica desfavorivel, pode-se estabelecer um critério que permita obter grandes alargamentos ja no inicio do trecho de transicao entre tangente ¢ curva circular. 205 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glaueo Pontes Fitho EXEMPLO 1: Calcular a superlargura necessaria numa curva. Dados: a) Raio = 400 m; Largura bésica = 7,20 m; V = 100 km/h (Veiculo SR). b) Raio = 300 m; Largura bésica = 7,20 m; V = 90 kmih (Veiculo CO). Solusao: 8) Sreeeico = V25,44 + 400? 00 = 400 -0,20 = 0,58 m [400 heob sao 3021, 9 ©) Sreomco = ¥16,08 + 300 +300 * 70/300 ~200-020= 0,47 m EXEMPLO 2: Calculara superlargura, sendo dados os seguintes elementos: Largura do veiculo: L = 2,60 m, Distancia entre os cixos do veiculo: E = 1,00 m. Raio da curva: R = 250 m. Velocidade de projeto: V = 80 km/h. Faixas de trafego de 3,5 m (L,, = 7,0 m). ‘Niimero de faixas: 4. Soluedo: —Tabela 7.1 > G, = 0,90m. z & Gc -L+ - ob = 260+ Tan 2672 Cap. 7 SUPERLARGURA 207 [RP + F-(F + 2B) -R = [250° +1,0-[1,0+2-(6)] - 250 = 0,026 m Fr “ews S=[2-Ge +6,)+6,]+ Fy -Le S =[2- (2,672 +0,90) + 0,026] + 0,51-7,00 S = 0,68 4 faixas > S'=150-S = 10m " EXERCicIOS 1. Calcular a superlargura, sendo dados os seguintes elementos: Largura do vefculo: L = 2,50 m. Distincia entre os eixos do veiculo: £ = 6,50 m. Distancia entre a frente do veiculo e 0 eixo dianteiro: F = 1,10 m. Raio da curva: R = 280 m. Velocidade de projeto: V = 90 ken/h. Faixas de tréfego de 3,3 m (L,, = 6,6). Numero de faixas: 2. 208 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO Glaus Pontes Fillo 2. Idem, para: Largura do vefculo: L = 2,50 m. Dista CAPITULO 8 ia entre os eixos do veiculo: E = 6,10 m. . Distincia entre a frente do veiculo ¢ o eixo dianteiro: F = 1,20 m. Raio da curva: R = 200 m. Velocidade de projeto: V = 80 km/h. Faixas de tréfego de 3,6 m (L., = 7,2 m). Niimero de faixas: 2, CURVAS VERTICAIS k “ao existe profeason qu. ua prttica. nde termine acreditends 5. Idem, para: xa magla gue sc opera durante umm bom discarse. Largura do veiculo: L = 2,40 m. Ps fgermeese: Distancia entre os eixos do veiculo: E = 7,0 m. Distancia entre a frente do veiculo e o eixo dianteiro: F = 1,40 m. q Raio da curva: R = 180 m. ~ , INTRODUCAO Velocidade de projeto: V = 100 kan/h. Faixas de tréfego de 3,6 m (L,, = 7,2 m). O projeto de uma estrada em perfil é constituido de greides retos, Nenion Ge sae: concordados dois a dois por curvas verticais. Os greides retos sio definidos pela sua declividade, que € a tangente do ngulo que fazem com a horizontal. 4, Calcular a superlargura necesséria numa curva: a) R = 250 m; L = 7,20 m; V= 100 km/h (Veiculo SR). b)R = 280 m; L, = 7,00 m; V= 90 km/h (Vefculo CO). Na pritica, a declividade é expressa em porcentagem. [Nos greides ascendentes os valores das rampas (i) so considerados positivos € nos greides descendentes negativos, conforme indicado na figura 8.1. 5. Calcular a superlargura pela formula de VOSHELL-PALAZZO: Para fazer esta convencao € necessério dar um sentido ao perfil, que Dados: E = 6,00 m, R = 350 m, V = 80 km/h, n = 2. geralmente 0 mesmo do estaqueamento. 210 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho FIGURA 8.1 — Perfilde uma estrada. A iintersegio dos greides retos dé-se a denominagao de PIV (ponto de intersegio vertical). Os pontos de tangéncia sio denominados de PCV (ponto de curva vertical) e PTV (ponto de tangéncia vertical), por analogia com curva circular do projeto em planta. A medida do comprimento de uma curva vertical (L) é feita sobre a projegio horizontal da curva. ‘As curvas clissicas de concordancia empregadas em todo 0 mundo séo as seguintes: parébola de 2° grau, curva circular, elipse ¢ parébola ctibica. O DNER recomenda o uso de parsbolas de 2° grau no célculo de curvas verticais, de preferéncia simétricas em relacdo ao PIV, ou seja, a projecio horizontal das distancias do PIV a0 PCV ¢ do PIV a0 PTV sao iguais a L/2, como mostrado na figura 8.2, Essas parsbolas sio definidas pelo seu parimetro de curvatura K, que traduz ‘taxa Ce variagio da declividade longitudinal na unidade do comprimento, Cap, 8 - CURVAS VERTICAIS 211 estabelecida pare cada velocidade. O valor de K representa 0 comprimento da curva no plano horizontal, em metros, para cada 1% de variagéo na " declividade longitudinal PIV Entre as vantagens da parabola de segundo grau, podemos citar: A equacio da curva é simples. ‘A transformada da pardbola devido as 2 escalas no perfil é também uma parabola, 212 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Filho (Cap, 8~ CURVAS VERTICAIS 213 < A taxa de variacao de declividade da pardbola é constante. e OPCV eo PTV podem ser locados em estaca inteira ou +10,00, como convém no projeto e no perfil definitivo, _ Acexpressao ii, é algébrica, Na utilizago da formula 8.1, os sinais das rampas i, € ¢, devem ser mantidos. E desnecessario 0 uso de tabelas ou gabaritos para desenhar a curva no 7 __ Pelo sinal de g podemos dizer se a curva é céncava ou convexa, Quando Projeto. ; > 0a curva sera convexa e se g < 0 a curva serd cOncava, A parabola simples é uma curva muito proxima a uma circunferéncia. Por isso, é usual referir-se ao valor do raio R, da curva vertical, que deve ser entendido como o menor raio instantineo da parabola. A equacio abaixo relaciona Re L. (82) Pehth (heh) Fath g Fg? Fo: fi ri fi 7 Um proceso pritico para a escolha do valor L consiste no uso de gabaritos __especiais para curves verticais, que colocados sobre o desenho das rampas FIGURA 8.2b — Elementos da pardbola de 2° grau composta. Preestabelecidas definem o valor de R, que melhor atende &s condigbes do Projeto. Obtido R,, 0 valor de L pode ser calculado pela equacio 8.2. NNos estudos de curvas verticais € muito utlizada a expresso i, variagdo total da declividade do greide, ip que éa iy " ; Em curvas de mesmo raio,o conforto nas convexas é maior que nas cOncavas. Nas céncavas, a aceleracdo da gravidade terrestre e a aceleracao centrifuga | © se somam, Nas convexas, as referidas aceleragbes sto subtrativas, gerando lg =i, -i (8.1) "um certo efeito de flutuacao, 214 __ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Cop. 8-CURVAS VERTICAS 215 TIPOS DE CURVAS VERTICAIS CALCULO DAS COTAS E FLECHAS DA PARABOLA SIMPLES A figura 8.3 mostra os tipos usuais de curvas verticais, CURVAS CONCAVAS CURVAS CONVEXAS: Ply oS ‘TIPO1 wos a 2 ~ bO Ne oN nee ‘TIPOL FIGURA 8.4 — Esquema para céloulo das cotas e flechas da parabola. Para a determinagéo dos coeficientes a, b e c da equagio da pardbola y= ax’ + bx +c, procedemos da seguinte maneira: 1) Na origem do sistema de eixos, temos: x=0 = c=0 y=0 2) A derivada da curva no ponto PCV ¢ igual a inclinagdo da reta tangente curva: FIGURA 8.3 - Tipos de curvas verticais. ovis vas 217 216 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROIETO GEOMETRICO _Giaucn Pontes ho : See 4) a 2ax +b = iy eo Eee stec)ai > beh r=0 3) A derivada da curva no ponto PTV € igual a inclinacdo da reta tangente curva: 2ax+b =i, die P Klee +br+e)mi, Dal. +, =i, 5) xeL a=(,-4)/L f =flecha da parébola. g = diferenca algébrica das rampas. Substituindo os valores dea, b ¢, ¢ fazendo g = i, ~i, a equacéo geral da parabola é a seguinte: L =comprimento da curva vertical. x. = distancia horizontal do ponto de célculo da flecha ao PCV. (83) Em particular, no ponto PIV, temos a flecha maxima, que € a seguinte: 2 g (Lb Fee {= A equagio 8.3 fornece a ordenada y de qualquer ponto de abscissa x da 2b (3) curva, permitindo a determinacao das coordenadas dos pontos da curva em relagdo a0 PCV. Para 0 célculo das cotas de um ponto genérico Pem relagio (86) a.um plano de referéncia, a equacio utilizada é a seguinte: : 218 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glawco Pontes Filho CALCULO DO PONTO DE ORDENADA MAXIMA OU MINIMA Derivanda a equacio 8.3, temos: No ponto de maximo ou minimo, temos: Fazendo as devidas substituigdes: (87a) (8.76) Onde L,€ a abscissa ey, a ordenada do vértice V em relagdo ao PCV. COTAS E ESTACAS DO PCV E PTV Para o célculo das estacas ¢ cotas dos pontos PCV e PTV utilizamos as seguintes relacbes: E(CV) = E(PIV)- [2/2] (88) E(PTV) = E(PIV) + [L/2] (8.9) Cota(PCV) = Cota(PIV)—i,.L/2 (8.10) Cota(PTV) = Cota(PIV) + i,1/2 (1) Cap. 8 CURVAS VERTICAIS 219 NOTA DE SERVICO DE TERRAPLENAGEM Para preparat a nota de servigo de terraplenagem para o trabalho de construgio, 0 primeiro passo € calcular as cotas do greide reto projetado. Partindo de uma cota conhecida, vao sendo calculadas as cotas dos diversos pontos do greide reto, de acordo com a rampa, passando pelo PCV até atingir o PIV. Em seguida, tomando-se a inclinago do segundo greide reto, prossegue-se 0 cilculo até o novo PIV, e assim por diante. Os valores de f, calculados pela expresso 8.5, inscrevem-se na coluna “ordenadas da pardbola” da tabela 8.1. Para a curva parabélica simples, » calcula-se os valores das flechas para o primeiro ramo (do PCV ao PIV) ¢ repete-se, em ordem inversa, para 0 ramo simétrico. Calculados os valores de f, soma-se ou subtrai-se do greide reto e tem-se entao as cotas do greide de projeto. Para o célculo das cotas vermelhas, basta fazer a diferenca entre as cotas do terreno natural ¢ as cotas do greide de projeto. TABELA 8.1 — Nota de Servigo de Terraplenagem. [ALNHAMENTOS| _COTAS(n) | ORDENADAS | GREIDE | COTAS VERMELHAS 4 GREDE| DA ve | conre [aTenRo ORG. | VERT. | TERRENO'| “nero | pardgota | Provero| «) | _@ 220 __ ESTRADAS DE RODAGEM— PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho COMPRIMENTO MINIMO DE CURVAS VERTICAIS (Critério da Distancia de Visibilidade) Os elementos retos que constituem o perfil longitudinal de uma estrada sio concordados por curvas verticais, convexas ou céncavas, cujos comprimentos minimos devem satisfazer os requisitos de visibilidade. Definidos os valores minimos do comprimento da curva devemos, sempre que possfvel, usar comprimentos maiores que os mfnimas estabelecidos. A adocdo de valores proximos aos minimos admissiveis leva a curvas muito ‘curtas que devem ser evitadas. ‘O comprimento das curvas verticais se fixa de acordo com as distancias de visibilidade. Sao duas as principais distincias de visibilidade a serem consideradas: * parada (situago minima). + ultrapassagem (situagio especial). A consideragio da distancia de visibilidade de ultrapassagem geralmente leva a valores exagerados para o comprimento das curvas verticais, que sio de dificil aplicagio na pritica. (Cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 221 COMPRIMENTO MINIMO DE CURVAS CONVEXAS © minimo comprimento das curvas verticais convexas € determinado em lidade nas curvas, de forma a dar fungio das condigdes necessérias de visibi so motorista o espaco necessério a uma frenagem segura, quando este avista, um obsticulo parado em sua trajet6ria. O critério recomendado' requer que um motorista com seu campo de visio situado a uma altura H=1,10m acima do plano da pista enxergue um obstéculo situado sobre a pista, com altura h = 0,15 m. CASO I: a distincia de vi jade (S) 6 menor ou igual ao comprimento da curva (L), isto 6, S = L. | 10 de curvas verticais convexas (S < L). FIGURA 8.5 ~ Comprimento mi em sede 1 Outro critério considera um veiculo ultrapassando que se defronta com outro veiculo em sent a Cane ann lara, panos ole os motors una tah, pr 0 ec me dtu cpa de visbiade de pra Tai 222 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROIETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Fle Gop. $= CURIS VERTIEASS_723 Na figura anterior, a equagio da parabola para o sistema de eixos escolhido é& ‘numa curva vertical: F zeke = (2F donde: Ainda com relagio figura 8.5, temos: 2 ; i" A H-k-S? e hek-S? 200: (Wi + vh, fazendo as devidas substituigées, temos: substituindo os valores H = 1,10 me h = 0,15 m, temos: 2 pe AaK-A a2 Na condigéo limite, temos 5 = D,, Logo, 0 comprimento minimo da curva donde: vertical é: (8.12) substituindo estes valores na equacio S = S, +5,, temos: L,,, = comprimento minimo da curva vertical, em metros. istncia de visibilidade de parada, em metros. liferenca algébrica das rampas, em %. K__=parametro da parsbola, em metros. LH L/2+Ji-L/2_ Lb F 2 5 224 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fiho (Cap, 8 CURVAS VERTICAIS 225 ve30 Vot0_Vaso__Vos0___veTo ves v-50 PES r > Os valores correspondentes a esse critério, arredondados para fins de projeto, iF esto representados nas figuras 8.6 e 8.7. Segundo o DNER, para valores res que 43, a drenagem no trecho devers receber maior atencéo. € a ‘ ys z° i 3 8 zs = 2 2 6 He CASO II- a distincia de visibilidade € maior que 0 comprimento da curva, 2s - isto 6, S>L. Fé re = £3 car 1 ok 100 20 300 00 500) L=KA = comprimento da curva vertical (m) FIGURA 6.6 ~ Comprimentos de curvas verticals convexas (condigbes recomendacas). 2 ~ ube F g yu Bs a8 gt 3 * FIGURA 8.8 — Comprimento minimo de curvas verticais convexas (S > L). as Ba 23 A ee % : 33 j BS Da figura 8.8, podemos deduzir: y ZA 1 ; ApS 100 200 30 700 300 L= KA = comprimento da curva vertical (m) FIGURA 8.7 ~ Comprimentos de curvas verticals convexas (condigSes excepcionss) 1 226 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Para S minimo, a linha de visio deve ser tangente ao vértice da curva. Logo, a taxa de variagio de m deve ser igual e oposta a de m, ou seja: escrevendo m e n em funcio da diferenca algébrica dos greides (A), temos: A/100 substituindo os valores de men na equacio $= L, Wa+Jaf 2° A/100 isolandoL: Cap, 8— CURVAS VERTICAIS 227 Leos ind) 4/100 substituindo os valores H = 1,10 meh =0,15 m, temos: L = 25 - “2 Na condicao limite, temos $= D,. Logo, 0 comprimento minimo da curva vertical é: Law = 2 Pap — AE HBCB fo snr onde: ‘comprimento minimo da curva vertical, em metros. L, D, = distancia de visibilidade de parada, em metros. A. =éiferenca algébrica das rampas, em %. COMPRIMENTO MiNIMO DE CURVAS CONCAVAS Durante o dia eno caso de pistas iluminadas artificialmente, geralmente nio ocorrem problemas de visibilidade. Para pistas nao iluminadas, aplica- -se 0 critério da visibilidade noturna, ou seja, a pista deve ser iluminada & distancia de visibilidade de parada pelo farol do veiculo, por hipétese situado {10,61 m acima éo plano da pista, supondo que o seu facho luminoso diverge de 1° do eixo longitudinal do veiculo. 228 _ESTRADAS DE RODAGEM~ PROIETO GEOMETRICO Glace Ponte io CASO I: a distincia de visibilidade (8) é menor ou igual ao comprimento da curva (L), isto é,S <1, i = 0,61 m v=1,75% st Le ARK A 122435°S FIGURA 8.9 - Comprimento minimo de curvas verticais céncavas (S < L). Na condigéo limite, temas 5 = D,. Logo, a equacio se reduz a: Da figura 8.9 pode-se deduzir: (6.14) vs _F 100°" i 2 . * anys spade: inao8s +35 = Lg = comprimento mfnimo da curva vertical, em metros. D, = distincia de visibilidade de parada, em metros. ‘A. = diferenca algébrica das rampas, em %. K = pardmetro da pardbola, em metros. Os valores correspondentes a esse critério, arredondados para fins de projeto, estio representados nas figuras 8.10 ¢ 8.11. 230__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho (Cap, 8 CURVAS VERTICAIS 231 2p-— en FI “5, Seve sh (CASO II: a distancia de visibilidade é maior que o comprimento da curva, eu Fe LZ > jsto 6, S>L. Eo. “haa g8 ft HA cates g? a & 6 = 2s A ee p¢ = £3 a a2 e < 1 o ctl 100 200 3007 “00 300 L snprimento da curva vertical (m) FIGURA 8.10 ~ Comprimento de curvas verticals concavas (condicbes recomendadas), FIGURA 8.12 — Comprimento minimo de curvas verticais céncavas (S > L). van ve vaso vaso__ vero oso ves 2 = L Z eu 7 a L % 0 4 Na figura 8.12, podemos observar que: Sas, Bo A asl 2 37 Bo Dos tridngulos semelhantes ABC e ADE podemos deduzir: a5 Ba 2oHY sue 72 vs 4F eh ae 100 100 200 300 200 500 ‘L-= comprimento da curva vertical () podemos escrever: FIGURA 8.1 ~ Comprimento de curas verticals céncavas (condigbes excepcionas) 232_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Cap. 8—CURVAS VERTICAIS 233 (5/100) +h ‘A/100 Para ambos os casos (curvas convexas e curvas céncavas), valores muito pequenos para L ndo sio desejveis. Pelo critério do minimo valor absoluto, ‘© comprimento mfnimo das curvas verticals deve permitir a0 motorista S +1004 A donde: perceber a alteracao de declividade longitudinal. ‘Adotando para essa percepco um perfodo de tempo minimo de 2 segundos, Isolando o valor de Z e empregando os valores recomendados h = 0,61 me ,73%, temos: © comprimento minimo da curva vertical de acordo com esse critério € dado pela formula a seguir: 122435-S A L=258 [Laie =0,6:V| 6.16) Na condigiio limite, temos 5 = D,, Logo, a equacio fica: onde: V = velocidade diretriz, em km/h. = comprimento minimo da curva vertical, em metros. 8.15) _ EXEMPLO 1: Calcular os elementos notaveis da curva abaixo ¢ completar onde: Lg, =Comprimento minimo da curva vertical, em metros. D, = distancia de visibilidade de parada, em metros. A = diferenga algébrica das rampas, em %. Para facilidade de calculo e locagao, os valores adotados para L sio Est. 8040,00 4V (Tem, Vemkm/h) - 4 ¥ Cap, 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 285, Curvas de transigéo sucessivas em sentidos opostos deverdo ter suas extremidades coincidentes ou separadas por extensdes curtas em tangente. No caso de curvas reversas sem espiral, 0 comprimenty suiniimi0 dda tangente intermedisria deverd permitir a transigio da superelevacio em qualquer hip6tese. A escolha inadequada do tragado em planta é causa de acidentes, limitagdo da capacidade de tréfego da estrada ¢ aumento do custo de ‘operagio, além de causar mé aparéncia do ponto de vista estético. O tracado deve ser o mais uniforme ¢ homogéneo posstvel. Curvas fechadas no fim de longas tangentes séo pontos potenciais de acidentes. 0 mesmo ocorre com curvas de raios muito diferentes dos raios das demais curvas. Para &ngulos centrais pequenos as curvas devem ter grandes raios de forma que os seus desenvolvim tos nio sejam muito pequenos, a fim de evitar a aparéncia de dobras. ‘Qualquer mudanga brusea no tracado deve ser evitada. Curvas dotadas de raios muito grandes (> 5.000 m) apresentam dificuldades para serem percorridas e seu uso deverd ser evitado. ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glawco Pontes Filho = As curvas devem ter desenvolvimentos maiores que 150 m, para angulos centrais de 5°, e seus comprimentos devem ser aumentados de 30 m para cada grau de aumento do angulo central. Curvas sucessivas, por consideragdes operacionais e de aparéncia, deverdo desejavelmente manter um inter-relacionamento, de modo a evitar variagdes abruptas de curvatura, situagio que pode surpreender e confundir 0 motorista. ALINHAMENTO. RETILINEO CONTINUO ‘TANGENTES LONGAS CCURVAS DE PEQUENO RAIO TANGENTES CURTAS CCURVAS DE GRANDE RAIO ALINHAMENTO CCURVILINEO CONTINUO FIGURA 10.1 —Alinhamento horizontal de uma estrada. Cop. 10 ~ ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 287, Um critério desejavel e que pode ser usado para orientar a escolha dos raios de curvas sucessivas encontra-se resumido na figura 10. ZONA —Sueessio desejivel ZONA II —Sucessfo accitével ZONA II ~ Sucessio boa ZONA IV ~ Sucessao a evitar quando possivel Raio da curva 1 (om) 30 100 200300 Raio da curva 2(m) FIGURA 10.2 — Escolha de raios de curvas sucessivas (Fonte: DNER). 288 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Gleuco Pontes Filho (ALINHAMENTO VERTICAL projeto do greide deve evitar freqiientes alteragées de menor vulto nos valores das rampas. Estas deverio ser tio continuas quanto possfvel. Devers ser evitadas sempre que possivel curvas verticais no mesmo sentido separadas por pequenas extensoes de rampa, Em trechos longos em rampa, é conveniente dispor as rampas ingremes na parte inferior eas rampas mais suaves no topo, para tirar proveito do impulso acumulado no segmento plano ou descendente anterior & subida. Greides excessivamente colados sio indesejaveis por motivos estéticos ¢ por proporcionarem situagdes perigosas em terrenos levemente ondulados. A sucessio de pequenas Jombadas e depressdes oculta vefculos nos pontos baixos, dando uma falsa impressio de oportunidade de ultrapassagem. As rampas tém grande influéncia sobre a capacidade das rodovias, especialmente naquelas de duas faixas ¢ mao dupla. A tabela 10.1 resume 0s valores méximos recomendados para as rampas das diferentes classes de rodovias. Obviamente, o uso das rampas maximas deve ser limitado a casos especiais. ae (Cap. 10 ~ ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 289) © uso de trechos em nivel ( 0%) no apresenta problemas desde que 0 pavimento tenha uma inclinagGo transversal suficiente para um bom escoamento das aguas superticiats Entretanto, em trechos em corte, o uso de rampas com declividade mula cria problemas para a execugao dos dispositivos necessérios ao escoamento da gua superficial. Nos casos usuais, 0 greide minimo nos trechos em corte é de 0,5%. Para pavimentos de alta qualidade e execugio cuidadosa, pode-se admitiro greide minimo dos cortes de 0,35%. ‘TABELA 10.1 —Rampas maximas (%). CLASSE DE RELEVO PROJETO. PLANO. ONDULADO _| MONTANHOSO 0 3 4 5 1 3 45 6 W 3 5 67 UL 340) 5-6" 738" WA 4 6 8 VB 6 8 10 1. Valor iz absoluto Fonte: DNER 2. Aextensio de rmpas acima de 84 seri desejavelmenteimitada a 300m continues 290 __ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glaueo Pontes Filho FAIXAS AUXILIARES PARA VEICULOS LENTOS EM RAMPAS. COMPRIMENTO CRITICO DE RAMPA Entre as recomendagées gerais do tragado em perfil, inclui-se também a implantagio de faixa adicional para veiculos carregados nas rampas ascendentes cujo comprimento seja superior a0 comprimento critico de rampa, desde que 0 Volume de trifego ea porcentagem de caminhdes pesados justifiquem 0 seu custo. Define-se comprimento critico de rampa como sendo 0 comprimento maximo no qual um caminhao cartegado pode operar sem grandes perdas de velocidade. © uso de comprimentos de rampa nao superiores ao comprimento critico garantem 0 escoamento de tréfego em boas condigdes. Porém, quando é necessai © uso de um comprimento de rampa maior, deve 0 projetista procurar solugdes que evitem que a capacidade de tréfego da estrada fique abaixo de valores desejaveis, A implantagio de 3* faixa nas rampas para veiculos lentos pode constituit- Seem solugio de boa relagéo custo/beneficio, mantendo em toda g extenso da estrada o mesmo nivel de servigo. Tal solucao pode afastar ou adiar por ‘muitos anos melhoramentos como aumento de faixas e duplicagio de pistas, que geralmente so onerosos. Cap. 10 ~ ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 291 Trechos de estradas com sucessio de rampas muito curtas devem ser evitados, pois criam a necessidade de um grande nimero de curvas verticais, e problemas de visibilidade de ultrapassagem que acaham por diminuir sensivelmente a capacidade de tréfego da estrada. Por outro lado, o comprimento méximo de uma rampa nao pode ser fixado previamente, pois em regides montanhosas muitas vezes a topografia exige 0 uso de rampas com varios quilometros de extensio. FIGURA 10.3 - Terceira faixa, Em geral, a implantagio de uma terceira faixa deve ser considerada quando forem satisfeitas duas condigies: a) 0 comprimento critico for excedido, ‘ou seja, quando 0 comprimento da rampa causar uma reducdo de 25 km/h ‘ou mais na velocidade de caminhdes carregados; b) constatagio de que o item esté fora do escopo deste livro. E desejavel que o inicio de uma terceira faixa seja precedido por um teiper (figura 10.5) com comprimento de no minimo 50 metros. A faixa devera ser estendida além da crista da rampa até um ponto tal que um caminhao- tipo possa atingir uma velocidade minima admissivel para sua reentrada no 202__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho fluxo normal, seguida de um teiper de 60 m. A escolha das larguras a adotar para as terceiras faixas dependeré do bom senso do projetista, bem como 0 padrao técnico geral da rodovia nos demais segments (vide figura 10.11). A figura 10.4 mostra as curvas de perda de velocidade para um caminhao- tipo de 20 1, para 0 caso em que a rampa ascendente é precedida por um trecho horizontal retilineo ¢ a velocidade de entrada na rampa é de 80 kmih. (Cap. 10 ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 293, Hm oe 384 kmh 50 iol L 4% 4056 kmih 12m 335m 160m 350m ae St FAIXA ADICIONAL DE SUBIDA 785m RAMPA (2%) oi 200300500 ea 700 COMPRIMENTO CRITICO DE RAMPA (ni) FIGURA 10.4 — Comprimento critico de rampa para caminhes de 20 t. ae FIGURA 10.5 — Disposigdo tipica de uma faixa adicional de subida (Fonte: CARCIENTE). No caso em que a rampa considerada € precedida por outra rampa ascendente, pode-se calcular a perda de velocidade na rampa precedente com 0 uso da mesma figura 10.4, que somada & perda de velocidade na rampa seguinte fornece a perda total de velocidade. 294 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glaueo Pontes Fuho Para o estudo do comprimento critico de rampa e comprimento de 3° faixa, 0 projetista deverd dispor dos seguintes dados: + Dimensdes ¢ poténcia de um vefculo que seja representative dos caminhées que percorrerio a estrada. + Dados relativos as perdas de velocidade desse caminhiio-tipo nas rampas (curvas de aceleracao e desaceleracio do veiculo). + Velocidade de entrada na rampa critica, que dependersi da inclinacio da rampa que precede a rampa considerada. * Menor velocidade com a qual o caminhio-tipo possa chegar ao fim da rampa sem prejuizos acentuados do fluxo de trifego da estrada. Para a determinagéo do comprimento critico das rampas com o uso da figura 10.4, basta seguir a seguinte seqiiéncia: 1, Escolha do caminhao-tipo. 2. Escolha da perda de velocidade que nao cause prejuizos & corrente de trafego. 3. Entra-se no grafico com i (inclinagio da rampa) e AV (perda de velocidade) e determina-se o comprimento critico. EXEMPLO: Dado o perfil da figura, determinar a inclinagio do trecho ¢ 0 comprimento critico da rampa (C,,,)- Cap. 10 ~ ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL u0m 752-740 350 Solueéo: — Declividade da rampa: ‘Comprimento critico da rampa: caminhio tipo de 20 §=3,42% AV = 25 kmlh 152m = 342% RAMPA (%) 25 206 __ESTRADAS DE RODAGEN ~ PROJETO GEOMETRIC __Glaueo Pontes Filho DETERMINAGAO DOS PONTOS DE INICIO E FIM DAS RAMPAS L=L | ined Tneio da Fim da oe P| praia 3° fixe 4 Talos] 4 amp | 7 ry, Pev, PVs % | bb Cuaplaegs e cerca de range FIGURA 10.6—Exemplo hipotético de comprimento de rampa. a) Ponto de inicio da rampa A distancia do ponto de inicio da rampa ascendente ao ponto de infcio da terceira faixa constitui o comprimento critico da rampa. Tendo em vista a existéncia de curvas verticais de concordancia no inicio de todas as rampas, que influenciam o desempenho dos caminhdes, o ponto de inicio da rampa a considerar no célculo do comprimento critico situa-se antes do término (no sentido do tréfego ascendente) da curva vertical, de acordo com os seguintes critérios: (Cop. 10 ~ ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 297, 1. Quando a rampa ascendente € precedida de uma rampa descendente, 0 ponto de inicio da rampa ascendente ¢ eqitidistante do vértice e do PTV da curva vertical céncava de concordancia das duas rampas. Sua posigéo dada pela expressdo a seguir: 2d +Ly =L (10.1) distancia do ponto de inicio da rampa ao PTV, em m. L = comprimento da curva vertical, em m. valor algébrico da rampa descendente, em %. valor algébrico da rampa ascendente, em %. K = parimetro de curvatura da parabola de concordncia, em m. 2. Quando arampa ascendente em andlise ¢ precedida de uma outra rampa ascendente ou de um trecho em nivel, a estaca do ponto de inicio da rampa coincide com a estaca do PIV da curva vertical formada pelas dduas rampas. Por razées de ordem prética, a estaca a adotar para o ponto de inicio da terceira faixa deverd preferencialmente coincidir com estacas inteiras ou +10, sendo sempre antecedida por um teiper adequado. sé 298__ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glawco Pontes Fitho b) Ponto final da rampa ‘Tendo em vista a existéncia de curvas verticais de concordancia ao final de todas as rampas, que influem sobre o desempenho dos caminhies, as distdncias de aceleragao dos veiculos pesados so medidas a partir de um onto situado antes do término da curva vertical (ponto final da rampa), de acordo com os seguintes critérios: 1. Quando a rampa ascendente ¢ seguida de uma rampa descendente, as distancias de aceleragao sio obt sa partir do vértice da curva vertical parabélica, cuja posigéo é dada pela expressdo abaixo: (20.2)

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