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LESÃO ACIDENTAL POR QUEIMADURA

ACCIDENTAL INJURY BY BURN

Alice Leão*, Camila Medeiros*, George Oliveira*, Kleber Ramos*,


Regiane Pereira*, Samara Garcia*, Sara Silva*, Waleska Carvalho*
Orientação: Prof°. Francisco Grillo

RESUMO
O presente artigo aborda a lesão acidental como a queimadura. Em se tratando de
queimaduras elas são descritas de acordo com a profundidade da lesão e da extensão da área
da superfície corporal lesionada. Em uma queimadura de espessura parcial superficial, a
epiderme é destruída ou lesionada e uma parte da derme pode ser lesionada; quando ocorre
com espessura parcial profunda envolve a destruição da epiderme e camadas superiores da
derme e a lesão das porções mais profundas da derme, quando for com espessura total
envolve a destruição total da epiderme e derme, e pode em alguns casos ter a destruição do
tecido subjacente. Serão abordados neste artigo a fisiopatologia, manifestações clínicas,
diagnósticos, tratamento e assistência de enfermagem.

Palavras-Chave: Queimadura; Fisiopatologia; Manifestações clínicas; Diagnóstico;


Tratamento; Assistência de Enfermagem.

ABSTRACT
This article discusses the accidental injury as sunburn. In the case of burns they are
described according to the depth of the lesion and extent of body surface area injured. On a
superficial partial thickness burn, the epidermis is destroyed or damaged and part of the
dermis may be damaged, when it occurs with deep partial thickness involves the destruction
of the epidermis and upper layers of the dermis and the lesion of the deeper portions of the
dermis, where total thickness involves the total destruction of the epidermis and dermis, and
in some cases may be destroying the underlying tissue. This article discusses the
pathophysiology, clinical manifestations, diagnosis, treatment and nursing care.

Key Words: Burn; Pathophysiology, clinical manifestations, diagnosis, treatment, nursing


care.

*Alunos (as) do Curso de Graduação em Enfermagem pela Faculdade São Camilo, Salvador – BA
OBJETIVO

Este artigo tem como objetivo promover o conhecimento a cerca da Lesão acidental por
queimadura, sua Classificação, Fisiopatologia, Manifestações Clínicas, Diagnóstico,
Tratamento, Assistência de de Enfermagem

INTRODUÇÃO

A queimadura é uma lesão de grande complexidade, de difícil tratamento, multidisciplinar,


com alta taxa de morbidade e mortalidade em todo o mundo, afetando mais de um milhão de
pacientes ao ano.

No Brasil, não há dados estatísticos que possam comprovar o número de acidentes ou eventos
por queimaduras. No entanto, estima-se que, em média, por ano aconteçam 1.000.000 de
acidentes, dos quais, aproximadamente 100.000 procuram atendimento médico e cerca de
2.500 pessoas morrem tendo como causa direta ou indireta as lesões por queimaduras
(CRISÓSTOMO, SERRA & GOMES, 2004; GOMES, SERRA & PELLOON, 1995; NASI,
2005).

A maioria das queimaduras normalmente ocorre num cenário de baixas condições


socioeconômicas. Queimadura ocorre com maior freqüência no ambiente doméstico ou de
trabalho, como resultado de violência interpessoal, tentativa de suicídio ou de homicídio. Os
pacientes que sofrem queimaduras representam um grupo heterogêneo, desde indivíduos que
necessitam apenas de acompanhamento ambulatorial àqueles que precisam de tratamento em
unidade de terapia intensiva. Também acometem pacientes que anteriormente à queimadura já
apresentavam as mais diversas condições clínicas e, mesmo os indivíduos que antes eram
saudáveis podem apresentar uma ampla gama de situações clínicas, pois a grande lesão
exposta leva a alterações sistêmicas importantes e a evolução vai depender da reserva clínica
que o paciente apresentava antes do acidente.

O grau do dano causado por uma queimadura é extenso e a lesão física é caracterizada por um
ferimento e perda de pele (ALVARENGA, 1981; ARTZ, MONCRIEF & PRUIT, 1980). As
consequências desta lesão, frequentemente, são cicatrizes que podem causar deformidade e
limitações funcionais (FRANULIC & GONZALEZ, 2000; GILBOA, 2000; HUREN, 1983).
O dano psicológico é igualmente considerável, pois há os efeitos do trauma original que
podem deixar marcas persistentes após o acidente, mas também ocorrem profundas alterações
psicológicas consequentes do desfiguramento e das limitações funcionais (FRANULIC,
GONZALEZ, TRUCCO & VALLEJOS, 1996; HUREN, 1983; KILDAL, WILLEBRAND,
ANDERSON, GERDIN & EKSELIUS, 2004).

Dentro desse panorama desafiador, é fundamental a evolução do conhecimento para o


combate às queimaduras, compreendendo medidas e campanhas de prevenção, tratamento no
local do acidente, tratamento clínico e cirúrgico, entendimento das complicações e das
seqüelas, aperfeiçoamento da reabilitação, retorno do paciente ao convívio social e laboral
normal como antes do acidente, e atenção à qualidade de vida em todas as fases.

CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS

O conceito de queimadura é bastante amplo, porém, basicamente a queimadura é uma lesão


causada por agentes térmicos (calor ou frio) na superfície da pele. Sendo a pele o maior órgão
do corpo humano, sua destruição pode levar a alterações locais principalmente sistêmicas,
sendo essa última causada pelo comprometimento de outros órgãos e sistemas do organismo
humano ocasionado após a queimadura (SERRA, 1999; GOMES, 1999).

São alterações teciduais decorrentes de alterações calóricas, incompatíveis com as exigências


fisiológicas do tecido, são chamadas queimaduras (KNOBEL, 1998). As queimaduras podem
ser causadas por fontes produtoras de energia térmica, elétrica e substâncias químicas. A
causa mais comum de queimadura por fogo. A maioria tem baixa severidade e extensão, onde
se calcula que em 80% dos casos, o acometimento é de menos de 20% da área corporal total.
A injúria determinada por este trauma assume variadas proporções, dependendo do tempo de
exposição, da extensão da área lesada e do agente causal.

Provavelmente, nenhum trauma poderá ser tão catastrófico como uma queimadura extensa. As
profundas e imediatas alterações das funções orgânicas, especialmente das alterações dos
líquidos corporais, e a grande freqüência de complicações graves, principalmente de ordem
infecciosa, mantêm o paciente sob constante risco de vida. As deformantes lesões cutâneas
afetam profundamente a psique do grande queimado. A família se depara, subitamente, com a
necessidade de enormes gastos e passa a conviver com a possibilidade de morte ou de grandes
deformidades físicas em um de seus membros. A equipe de saúde é exaustivamente
mobilizada pela necessidade de cuidados freqüentes, e, muitas vezes se sente frustrada, apesar
dos esforços (MATSUMOTO, CARVALHO; NIRSCHEIMER, 1999). As intercorrências
locais e sistêmicas causadas pelas queimaduras mostram a grande importância da pele e
conseqüentemente das suas funções protetoras ao organismo contra agentes externos
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).

AGENTES CAUSAIS DAS QUEIMADURAS

Existem vários agentes causais para as queimaduras que se incluem em quatro grupos
principais:

Queimaduras térmicas: são as mais freqüentes e que resultam da transferência de


energia de uma fonte de calor para o organismo. Podem ser provocadas por calor
seco ou úmido (água quente, vapor de água, fogo,…).

 Queimaduras elétricas: podem ser causadas por “flash” elétrico ou pela


passagem direita de corrente elétrica através do corpo. O flash elétrico produz
queimaduras idênticas às térmicas. A passagem direta de corrente elétrica pelo
corpo provoca destruição tecidular interna. A lesão visível não reflete os danos
que os tecidos subjacentes sofreram com a condução elétrica. Habitualmente este
tipo de lesão apresenta uma porta de entrada (local de contacto com a corrente
elétrica) e uma porta de saída (local de saída de corrente após uma trajetória pelo
corpo). A sua gravidade depende do tipo de corrente, da quantidade de corrente,
da duração do contacto e do seu trajeto.

 Queimaduras químicas: podem ser provocadas por ácidos ( ex. ácido


clorídrico) ou bases ( ex:. soda cáustica, lixívia). Estes produtos quando
absorvidos podem provocar lesão para além da pele, os órgãos internos. O grau de
destruição dos tecidos depende da natureza do agente químico, da sua
concentração e da duração de contacto com a pele.

 Queimaduras por radiação: são causadas pela transferência de radiação para o


corpo. A mais comum é a radiação solar.
Associado a estes tipos de queimadura pode existir também queimadura inalatória,
classificada como uma lesão causada por calor, em que existe inalação de monóxido de
carbono ou fumo (que contém outros diferentes tipos de gases).

CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

As lesões por queimaduras são descritas de acordo com a profundidade da lesão e extensão da
área de superfície corporal lesada.

Profundidade da queimadura:

As queimaduras são classificadas, de acordo com a profundidade da destruição tecidual, como


lesões de espessura parcial superficiais, lesões de espessura parcial profunda ou lesões de
espessura plena. A profundidade da queimadura determina se ocorrerá a reepitelização. A
queimadura de espessura parcial superficial, espessura parcial profunda e espessura plena, são
semelhantes, mas não idênticas, as queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus.
Na queimadura de espessura parcial superficial, a epiderme é destruída ou lesada e uma parte
da derme pode sofrer lesão, a pele ferida pode ser dolorosa e parecer avermelhada e seca,
como na queimadura solar, ou pode formar bolhas.
Na queimadura de espessura parcial profunda, há destruição da epiderme e das camadas
profundas da derme e lesão das porções mais profundas da derme. A ferida é dolorosa,
mostra-se avermelhada e exsuda liquido. O enchimento capilar segue o esmaecimento
tecidual. Os folículos pilosos permanecem intactos. As queimaduras de espessura parcial
profundas levam mais tempo para cicatrizar e é mais provável que resultem em cicatrizes
hipertróficas.
Uma queimadura de espessura plena envolve destruição total da epiderme e derme e, em
alguns casos, também do tecido subjacente. A cor da ferida varia muito, desde o branco ao
vermelho, marrom ou preto. Área queimada é indolor porque as fibras nervosas são
destruídas. A ferida parece coriácea; os folículos pilosos e as glândulas sudoríparas são
destruídos.

Extensão da área de superfície corporal total lesada:


Vários métodos são usados para estimar a ASCT afetada por queimaduras; entre eles estão à
regra dos noves, o método de Lund e Browder e o método de palma.

 Regra dos noves: uma estimativa da ASCT envolvida em uma queimadura é


simplificada pelo uso da regra dos noves, que é uma maneira rápida para calcular a
extensão das queimaduras. O sistema designa percentuais em múltiplos de nove para
principais superfícies corporais. (Fig. 1)
 Método de Lund e Browder: Um método mais exato de estimar a extensão de uma
queimadura reconhece o percentual da ASCT de diversas regiões anatômicas,
principalmente a cabeça e as pernas e as alterações com crescimento. Ao dividir o
corpo em áreas muito pequenas e ao fornecer uma estimativa da proporção da ASCT
compatível com certas regiões do corpo, pode-se obter uma estimativa confiável da
ASCT queimada. A avaliação inicial é feita na chegada do paciente ao hospital e é
revisada no segundo e terceiro dia pós-queimadura porque comumente a demarcação
não está clara até este período.
 Método palma: Nos pacientes com queimaduras disseminadas, o tamanho da palma
do paciente é de aproximadamente 1% da ASCT.

FISIOPATOLOGIA E RESPOSTA LOCAL E SISTÊMICA AS QUEIMADURAS

As queimaduras são causadas por transferência de energia a partir de uma fonte de calor para
o corpo. O calor pode ser transferido por condução ou radiação eletromagnética. As
queimaduras são caracterizadas como térmica (incluindo as queimaduras elétricas), por
radiação ou químicas. A destruição tecidual resulta da coagulação, desnaturação da proteína
ou ionização do conteúdo celular. A pele e a mucosa das vias aéreas superiores são os sítios de
destruição tecidual. Os tecidos profundos, incluindo as vísceras, podem ser lesionados por
queimaduras elétricas ou por contato prolongado com uma fonte de calor. A ruptura da pele
pode levar a uma maior perda de líquido, infecção, hipotermia, cicatrização, imunidade
comprometida e alterações na função, aparência e imagem corporal.
A profundidade da lesão depende da temperatura do agente etiológico da queimadura e da
duração do contato com o agente. Por exemplo, no caso das queimaduras por escaldadura em
adultos, 1 segundo com a água quente a 68,9°C pode resultar em uma queimadura que destrói
a epiderme e a derme, causando uma lesão de espessura total (terceiro grau). Quinze segundos
de exposição à água quente a 56,1°C resulta em uma lesão de espessura total similar. As
temperaturas abaixo de 43, 8°C podem ser toleradas por longos períodos sem lesão.
As queimaduras que não excedem a 25% da ASCT produzem uma resposta principalmente
local. As queimaduras quem superam a 25% da ASCT podem produzir uma resposta tanto
local quanto sistêmica, sendo consideradas lesões importantes por queimadura. A resposta
sistêmica é causada pela liberação de citocinas e outros mediadores dentro da circulação
sistêmica. A liberação dos mediadores locais e as alterações no fluxo sanguíneo, o edema
tecidual e a infecção podem provocar a progreção da lesão por queimadura.
As alterações fisiopatológicas decorrentes de queimaduras importantes durante o período
inicial do choque por queimadura incluem a hipoperfusão tecidual e a hipofunção orgânica
secundária ao débito cardíaco diminuído, seguidas por uma fase hiperdinâmica e
hipermetabólica. A incidência, a magnitude e a duração das alterações fisiopatológicas nas
queimaduras são proporcionais a extensão da lesão por queimadura, com uma resposta
máxima observada nas queimaduras que abrangem 60% ou mais da ASCT.
O evento sistêmico inicial depois de uma queimadura importante é a instabilidade
hemodinâmica, a qual resulta da perda da integridade capilar e um subseqüente desvio do
liquido, sódio e proteína do espaço intravascular para dentro dos espaços intersticiais. A
instabilidade hemodinâmica envolve mecanismos cardiovasculares, hidroeletrolíticos, do
volume sanguíneo, pulmonares e outros mecanismos.

Resposta Cardiovascular

A hipovolemia é a conseqüência imediata da perda de líquidos, resultando em perfusão e


aporte diminuído de oxigênio. À medida que a perda de liquido continua e o volume vascular
diminui, o débito cardíaco continua a cair e a pressão arterial cai, esse é o inicio de Choque
por queimadura. Em resposta, o sistema nervoso simpático libera catecolaminas, resultando
em aumento na resistência periférica (vasocontrição) e o aumento do pulso. A vasocontrição
periférica diminui ainda mais o debito cardíaco. A contratilidade miocárdica pode ser suprida
pela liberação da citocina inflamatória fator de necrose (Wolf, Prough & Herndon, 2002).
A reanimação imediata com líquidos mantém a pressão arterial normal baixa e melhora o
debito cardíaco. Apesar da reanimação adequada com líquidos, a pressões de enchimento
cardíaco( pressão venosa central, pressão artéria pulmonar e pressão artéria pulmonar cunha)
permanecem baixas durante o período de choque por queimadura. Quando acontece a
reanimação inadequada com líquido, ocorre o choque distributivo.
Edema por queimadura

O edema é definido como a presença de liquido excessivo nos espaços teciduais (Lund, 1999).
Conforme observado nas queimaduras que afetam menos de 25% da ASCT, a perda da
integridade capilar e o deslocamento de liquido é localizado na própria queimadura,
resultando em formação de bolha e edema apenas na área da lesão. O edema nas feridas por
queimaduras pode ser reduzido evitando liquido excessivo durante o período inicial pos –
queimadura, a reanimação além do necessário aumentará a formação de edema no tecido
queimado e no não- queimado. Com o aumento do edema na queimadura a uma pressão sobre
os pequenos vasos sanguíneos e nervos nas extremidades distais provoca uma obstrução do
fluxo sanguíneo e conseqüente isquemia. Esta complicação é conhecida como síndrome
compartimental. O médico pode precisar realizar uma escarotomia, uma incisão cirúrgica
dentro da escara, visando aliviar o efeito constritor do tecido queimado.

Efeitos sobre líquidos, eletrólitos e volume sangüíneo

O volume de sangue circulante diminui drasticamente durante o choque por queimadura.


Além disso, a perda hídrica por evaporação através da queimadura pode alcançar 3 a 5 litros
ou mais durante um período de 24 horas até que as superfícies queimadas sejam cobertas.
Durante o choque por queimadura, os níveis séricos de sódio variam em resposta a
reanimação com líquidos. Em geral, está presente a hiponatremia (depleção de sódio). A
hiponatremia também é comum durante a primeira semana da fase aguda, à medida que a
água se desloca do espaço intersticial para o espaço vascular.
Imediatamente após a queimadura, sobrevem a hipercalemia (excesso de potássio) devido à
destruição celular maciça. A hipocalemia (depleção do potássio) pode acontecer tardiamente
com deslocamento de liquido e reposição inadequada de potássio.
No momento da lesão por queimadura, alguns eritrócitos podem ser destruídos e outros
lesados, resultando em anemia. A perda de sangue durante os procedimentos cirúrgicos,
cuidados com a ferida e exames diagnósticos, alem de hemólise continuada, contribui ainda
mais para anemia. As transfusões de sangue são periodicamente necessárias para manter os
níveis de hemoglobina para a liberação de oxigênio. As anormalidades na coagulação,
inclusive uma diminuição nas plaquetas (trombocitopenia) e os tempos de coagulação e
protrombina prolongados, também acontecem com a queimadura.
Resposta pulmonar

A lesão por inalação é causa principal de morte em vitimas de incêndio e apresenta um


impacto significativo sobre a capacidade de sobrevivência de um paciente queimado. A
deterioração em pacientes gravemente queimados pode ocorrer sem evidência de uma lesão
por inalação de fumaça. A broncoconstrição causada pela liberação de histamina, serotonina e
tromboxane, um poderoso vasoconstritor, e a constrição torácica secundaria as queimaduras
de espessura plena em todo o perímetro do tórax provocam essa deterioração. Um terço de
todos os pacientes queimados possui um problema pulmonar relacionado à lesão por
queimadura (Flynn, 1999). Mesmo sem a lesão pulmonar, a hipoxia (privação de oxigênio)
pode estar presente. Mesmo no período pos queimadura, a liberação de catecolamina em
resposta ao estresse da queimadura, altera o fluxo sanguíneo periférico, reduzindo, assim, a
liberação de oxigênio para a pereferia. Mais adiante o hipermetabolismo e a liberação
continuada de catecolamina levam ao consumo tecidual aumentado de oxigênio, o que pode
levar à hipoxia.
As lesões pulmonares situam-se em várias categorias: lesão de via aérea superior; lesão por
inalação abaixo da glote, incluindo a intoxicação por monóxido de carbono; e defeitos
restritivos. A lesão da via aérea superior resulta do calor direto ou edema. Ela manifesta-se por
obstrução mecânica da via aérea superior, inclusive a faringe e a laringe. Por causa do efeito
resfriador da vaporização rápida no trato pulmonar, a lesão da via aérea superior é tratada
através da intubação nasotraqueal ou endotraqueal precoce.
A lesão por inalação abaixo da glote resulta da inalação dos produtos da combustão
incompleta ou de gases nocivos. Esses produtos incluem o monóxido de carbono, óxidos de
enxofre, óxido de nitrogênio, aldeídos, cianeto, amônia, clorina, fosgênio, benzeno e
halogênios. A lesão resulta diretamente da irritação química dos tecidos pulmonares no nível
alveolar. As lesões por inalação abaixo da glote provocam a perda da ação ciliar,
hipersecreção, edema de mucosa grave e, possivelmente, broncoespasmo. O surfactante
pulmonar é reduzido, resultando em atelectasia (colapso dos alvéolos).
Os defeitos restritivos aparecem quando o edema se desenvolve sob as queimaduras de
espessura plena que envolve o pescoço e o tórax. A excursão torácica pode ser muito restrita,
resultando em volume corrente diminuído. Em certas situações, é necessária a escarotomia.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As queimaduras de sol são induzidas preponderantemente por radiação UVB. Os danos que
provocam manifestam-se pelo aparecimento tardio de vermelhidão e inchaço, seguidos de
bronzeamento e descamação da pele. Algumas vezes, a pele escurece sem antes avermelhar, o
que não significa que não tenha ocorrido lesão. Após 48 a 72 horas pode ser didaticamente
dividida em queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus.
As queimaduras de primeiro grau são superficiais e as lesões restringem-se a epiderme, as
manifestações clínicas são hiperemia local, quadro doloroso pronunciado pelo fato das
terminações nervosas encontrarem-se intactas, ausência de bolhas ou exsudato e apresenta
alterações na estabilidade hemodinâmica do paciente.
Na queimadura de segundo grau acontece lesão de toda a epiderme e parte da derme. São
geralmente hiperemicas, podendo ser pálida se o edema alcançar uma profundidade que
comprometa o aporte sanguíneo; apresentam exsudato e bolhas; e a dor existe pela irritação
das terminações nervosas intactas.
Na queimadura de terceiro grau a epiderme e a derme são destruídas, podendo estar ou não
acompanhada a perda de substâncias musculares, exposições ósseas ou de vasos trambosados.
A cicatrização é muito difícil, demorada e deixa muitas seqüelas; a dor é menor do que nas
outras duas devido à presença das terminações nervosas lesadas. Como esta queimadura é
profunda, há liberação exagerada de catecolaminas e isto agrava o quadro cutâneo com
vasoconstrição e fragilidade capilar, passando líquido para o tecido, formando assim o edema.

A queimadura de quarto grau é a queimadura elétrica, envolve completa destruição de todos


os tecidos desde a epiderme até os tecidos ósseos subjacentes. Haverá uma ferida de entrada,
que estará carbonizada e deprimida e uma ferida de saída que normalmente exibe bordas
explosivas; será necessário tratamento cirúrgico da ferida e possivelmente amputação parcial
total do membro acometido para que o paciente retorne com algum grau de capacidade
funcional.

DIAGNÓSTICO
O paciente queimado tem um tratamento muito complicado e existem diferentes fatores sobre
os quais se determina o diagnóstico do paciente.

T20-T32: Queimaduras e corrosões.


T20-T25: Queimaduras e corrosões da superfície externa do corpo, especificadas por
local. Inclui: queimaduras e corrosões de: primeiro grau (eritema), segundo grau (bolha e
perda epidérmica), terceiro grau (necrose profunda de tecido subjacente e perda cutânea de
todas as camadas da pele)
T20: Queimadura e corrosão da cabeça e pescoço. Inclui: couro cabeludo, lábio, nariz
(septo), olho com outras partes da face, da cabeça e do pescoço, ouvido, região temporal.
Exclui: queimadura e corrosão (da): boca e faringe (T28.-), limitada ao olho e anexos (T26.-)
T21: Queimadura e corrosão do tronco. Inclui: ânus, dorso [qualquer parte], escroto,
flanco, lábio da vulva (grande ou pequeno), mama, nádega, parede: abdominal e torácica,
pênis, períneo, região interescapular, testículo, virilha e vulva. Exclui: queimadura e
corrosão da: axila (T22.-) e região escapular (T22.-).
T22: Queimadura e corrosão do ombro e membro superior, exceto punho e mão. Inclui:
axila, braço (qualquer parte, exceto punho e mão), região escapular. Exclui: queimadura e
corrosão (da) (do): punho e mão somente (T23.-) e região interescapular (T21.-).
T23: Queimadura e corrosão do punho e da mão. Inclui: dedo (unha), palma, polegar
(unha).
T24: Queimadura e corrosão do quadril e membro inferior, exceto tornozelo e do pé.
Inclui: perna (qualquer parte, exceto tornozelo e do pé somente). Exclui: queimadura e
corrosão do tornozelo e do pé somente (T25.-).
T25: Queimadura e corrosão do tornozelo e do pé. Inclui: artelho(s).
T26: Queimadura e corrosão limitadas ao olho e seus anexos.
T27: Queimadura e corrosão do trato respiratório.
T28: Queimadura e corrosão de outros órgãos internos.
T29: Queimaduras e corrosões de múltiplas regiões do corpo. Inclui: queimaduras e
corrosões classificáveis em mais de uma das categorias entre T20-T28.
T30: Queimadura e corrosão, parte não especificada do corpo. Exclui: queimadura e
corrosão informadas com a extensão da superfície corporal (T31-T32).
T31: Queimaduras classificadas segundo a extensão da superfície corporal atingida.
Nota: Esta categoria só é utilizada para a codificação de causa única, quando o local da
queimadura não é especificado. Pode-se também utilizá-la, se necessário, como código
suplementar com as categorias T20-T29 quando o local for especificado.
T32: Corrosões classificadas segundo a extensão da superfície corporal atingida. Nota:
Esta categoria só é utilizada para a codificação de causa única quando o local da corrosão não
é especificado. Pode-se também utilizá-la, se necessário, como código suplementar com as
categorias T20-T29 quando o local for especificado.

L55 Queimadura solar: L55.0:Queimadura solar de primeiro grau, L55.1:Queimadura solar


de segundo grau, L55.2:Queimadura solar de terceiro grau, L55.8:Outras queimaduras
solares, L55.9: Queimadura solar, não especificada

Exames: Hemograma, eletrólitos, proteinograma, uréia, creatinina, glicemia de jejum. Pedir


exames específicos quando houver alguma indicação. Solicitar raios X do tórax diariamente
para os pacientes da UTI e, conforme avaliação clinica, para os outros pacientes internos.

TRATAMENTO DO PACIENTE COM LESÃO POR QUEIMADURA

O atendimento da queimadura deve ser planejado de acordo com a profundidade da


queimadura e resposta local, extensão da lesão e presença de uma resposta sistêmica. Então o
atendimento da queimadura prossegue nas três fases: fase de emergência/reanimação, fase
aguda, fase de reabilitação. Embora as prioridades existam para cada uma das fases, elas se
sobrepõem e o histórico e o tratamento de problemas específicos e complicações não se
limitam a essas fases, porem ocorre durante todo o atendimento da queimadura.

Fase de Emergência /Reanimação do cuidado da queimadura

A fase de reanimação do tratamento consiste no período de tempo necessário para resolver os


problemas imediatos resultantes das lesões provocadas pelas queimaduras. As medidas
imediatas têm como objetivos tratar as conseqüentes alterações sistêmicas, lesões
concomitantes e as áreas que sofreram queimadura.
A primeira prioridade do atendimento local a uma vitima de queimadura consiste em evitar a
lesão para o agente resgate, depois as prioridades iniciais na emergência são com a via aérea,
respiração e circulação. Para a lesão pulmonar branda, o ar inspirado é umidificado e o
paciente é encorajado a tossir, de modo que as secreções possam ser removidas por meio de
aspiração. Para situação mais graves, é necessário remover as secreções por meio de aspiração
brônquica e administrar broncodilatadores e mucoliticos. Quando se desenvolve o edema de
vias aéreas, pode ser necessária intubação endotraqueal. A pressão positiva continua nas vias
aéreas e a ventilação mecânica também pode ser necessária para atingir a oxigenação
adequada, o paciente é avaliado também para lesões da coluna cervical ou trauma de crânio
quando o paciente se envolveu em uma explosão, queda, salto ou lesão por eletricidade. É
importante validar um relato do cenário da queimadura fornecido pelo paciente, testemunhas
do fato e paramédicos. As informações precisam incluir horário da queimadura, fonte da
queimadura, local onde ocorreu, com a queimadura foi tratada no local e qualquer história de
queda ou lesão, obtém uma historia das doenças pré existentes, alergias, medicamentos, bem
como o uso de drogas, álcool e tabaco, visando planejar o cuidado.
Quando a queimadura excede a 25% da ASCT, ou quando o paciente está nauseado, deve-se
introduzir uma sonda nasogástrica, sendo esta conectada à aspiração, visando prevenir
vômitos em virtude de ausência de peristalse. Avalia a condição geral do paciente, examina a
queimadura, determina as prioridades do cuidado e direciona o plano de tratamento
individual, o qual é dividido em tratamento sistêmico e cuidado local da área queimada.
A avaliação da ASCT queimada e da profundidade da queimadura é concluída de, pois que a
fuligem e os resíduos foram delicadamente retirados da queimadura, lençóis limpos são
colocados sob o paciente para proteger a área contra a contaminação, manter a temperatura
corporal e reduzir a dor provocada pelas correntes de ar que passa pelas terminações nervosas
expostas.
Uma sonda urinária de demora é inserida para possibilitar a monitorização mais exata do
debito cardíaco e a função renal para os pacientes com queimaduras moderadas e graves.
Como as queimaduras são feridas contaminadas, administra-se a profilaxia contra o tétano,
caso o estado de imunização do paciente não esteja atualizado, ou seja, desconhecido. Embora
o principal foco do cuidado, durante a fase de emergência, seja a estabilização física, a
enfermeira também deve assistir as necessidades psicológicas do paciente e da família. Como
a perfusão tecidual deficiente acompanha as queimaduras, administram-se apenas
medicamentos analgésicos intravenosos.

Fase aguda ou intermediária do cuidado da queimadura

A fase aguda do tratamento começa no final da fase de reanimação até a cicatrização das
lesões, sendo a sua duração variável. Se tratar de uma lesão de espessura parcial, a fase aguda
prolonga-se por 10 a 20 dias; se a queimadura for uma lesão de espessura total, numa grande
percentagem do corpo, exigindo enxertos de pele, a fase aguda poderá durar meses.
Durante a fase aguda, há dois princípios orientadores a respeitar:
1. Tratamento das lesões da queimadura
2. Evitar, detectar e tratar as complicações. As complicações mais comuns são: infecção
(septicemia e pneumonia), doença renal e falência cardíaca.
Durante essa fase, a atenção é direcionada no sentido da avaliação continuada e da
manutenção dos estados respiratório e circulatório, equilíbrio hidroeletrolíticos e a função
gastrointestinal.
Apesar das precauções assépticas e do uso de agentes antimicrobianos tópicos, a queimadura
é um meio excelente para o crescimento e ploriferação bacterianos. A escara da queimadura é
uma crosta invisível, sem aporte sanguíneo, portanto nem leucócitos, nem anticorpos, nem
antibióticos sistêmicos conseguem alcançar a região. Quantidade fenomenais de bactérias,
mais de 1 bilhão por grama de tecido podem aparecer e disseminar-se subseqüentemente para
a corrente sanguínea ou liberar suas toxinas, que alcançam locais a distância. A infecção
impede a cicatrização da queimadura.
Varias medidas são empregadas para limpar a queimadura. A hidroterapia, na forma de
tanques de banho, chuveiros individuais e banhos de leito, podem ser usados para limpar as
feridas. A hidroterapia fornece uma excelente oportunidade para exercitar os membros e
limpar todo o corpo. Depois que as queimaduras são limpas, elas são secas suavemente com
toalhas e o método prescrito de cuidado da ferida é efetuado.
A terapia antimicrobiana aplicada na queimadura é o melhor método de cuidado local na
queimadura extensa. A terapia antimicrobiana tópica não esteriliza a queimadura; ela apenas
reduz a quantidade de bactérias, de modo que a população microbiana global possa ser
controlada pelos mecanismos de defesa do hospedeiro. A terapia tópica promove a conversão
da ferida aberta e suja em uma ferida limpa e fechada.
À medida que os resíduos se acumulam na superfície da ferida, eles podem retardar a
migração dos queratinócitos, atrasando, assim, o processo de epitelialização. O debridamento,
outra faceta do cuidado da queimadura, apresenta duas metas:
1. Para remover o tecido contaminado por bactérias e corpos estranhos, protegendo,
assim, o paciente contra a invasão de bactérias.
2. Para remover o tecido desvitalizado ou a escara da queimadura na preparação para
enxertia e cura da ferida.
Quando as feridas são profundas ou extensas, não é possível a repitelialização espontânea.
Portanto a cobertura da queimadura é necessária até que seja possível o revestimento com um
enxerto de pele do próprio paciente. As finalidades da cobertura da ferida consistem em
diminuir o risco de infecção; evitar a perda adicional de proteína, líquido e eletrólitos através
da ferida e minimizar a perda de calor através da evaporação. Vários métodos de coberturas
de feridas estão disponíveis, alguns são temporários até que a enxertia com cobertura
permanente seja possível.
A dor é inevitável durante a recuperação de qualquer lesão por queimadura, o desconforto
relacionado com a cura tecidual, como o prurido, formigamento e opressão decorrente da
contração da pele e articulação, aumentam a duração, quando não a intensidade, da dor por
semanas ou meses. Como a dor não pode ser eliminada logo depois da anestesia completa, a
meta consiste em minimizá-la com agente analgésico ate um nível aceitável estabelecido pelo
paciente.
A ansiedade e a dor caminham lado a lado nos pacientes queimados. Toda a experiência com
queimadura pode produzir ansiedade intensa, a qual, por sua vez exacerba a dor. Portanto, o
regime de tratamento ideal da dor deve incorporar o tratamento da dor e da ansiedade,
devendo ser individualizado para cada paciente. A sedação com medicamentos ansiolíticos, o
uso de medidas não-farmacológicas também se mostrou efetivo no controle da dor da
queimadura. Essas medidas incluem as técnicas de relaxamento, exercícios de respiração,
toque terapêutico, humor, fornecimento de informações e musicoterapia (McCaffrey &
Pasaro, 1999).
As lesões por queimadura produzem profundas anormalidades metabólicas nutrida pela
resposta exagerada ao estresse da lesão. A resposta do corpo foi classificada como
hiperdinâmica hipermetabólica e hipercatabólica. O hipermetabolismo pode afetar a
morbidade e a mortalidade ao aumentar o risco de infecção e lentificar à velocidade de cura.
As demandas metabólicas dos pacientes variam com a extensão da queimadura. O
hipermetabolismo fica imediatamente evidente depois da queimadura. O grau da resposta
depende do tamanho da queimadura e da idade, constituição corporal, tamanho e resposta
genética à agressão por parte do paciente. O hipermetabolismo persistente pode durar até 1
ano depois da queimadura (Hart et al., 2000).

Fase de reabilitação do cuidado da queimadura

A reabilitação como 3ª fase inicia-se quando a queimadura está reduzida a menos de 20% da
área da superfície corporal e o doente seja capaz de assumir uma parte dos cuidados. No
entanto é uma preocupação a ter desde o dia do internamento. Os princípios do internamento
visam à recuperação funcional e cosmética e a recuperação de um lugar produtivo na
sociedade por parte do doente. A reabilitação prolonga-se até que o doente atinja um nível
máximo de ajustamento emocional e físico. Em conseqüência dos estágios agudos da lesão, o
paciente queimado concentra-se cada vez mais nas alterações de auto-imagem e do estilo de
vida que podem acontecer. A cura da ferida, o apoio psicossocial e as restaurações da
atividade funcional máxima permanecem como prioridades. Prossegue o foco sobre a
manutenção do equilíbrio hidroeletrolitico e a melhoria do estado nutricional. Pode ser
necessária a cirurgia reconstrutora para melhorar a aparência corporal e a função.
As lesões por queimaduras podem ter um impacto importante sobre a qualidade de vida.
Podem ocorrer alterações na atividade físicas e estadas social, psicológicas e vocacionais e a
referência para os grupos de apoio podem ser valiosos para promover a recuperação e a
qualidade de vida. Os membros da família também precisam também precisam de apoio e
orientação para assistir o paciente a retornar ao seu nível ótimo de saúde.

SALA DE RECEPÇÃO DE QUEIMADOS

A sala deve reunir uma série de características e estar devidamente equipada. Assim, a
temperatura ao redor de 24°C, com a possibilidade de ser regulado através de lâminas,
ventilador ou, no caso de ar condicionado, mediante os filtros oportunos. A ventilação desta
sala deve ser independente; Umidade entre 40 e 50%; A iluminação deve estar bem iluminada
(como nas salas de cirurgia), com focos móveis de forma a poder deslocar a luz para
diferentes pontos; Cama equipada com material antiaderente para o paciente e esterilizado no
que diz respeito à roupa; Carro de curativos provido do material necessário: lençóis, aventais
e campos esterilizados, algodão esterilizado, gazes, gazes vaselinadas de diferentes tamanhos,
compressas de campo, ataduras, adesivo, malhas de fixação de diferentes tamanhos,
instrumentos vários (pinças de Péan, de dissecção, tesouras, espátulas, caixas de dissecção de
veia e de traqueostomia); sabão cirúrgico e pomadas de maior uso ( de acordo com a
padronização existente no serviço); Material de oxigenoterapia ( máscara, óculos); Seringas,
agulhas e tubos para análises laboratoriais; Material de cateterismo vesical ( sistema horário);
Material de cateterização de vias venosas periféricas; Material para sondagem nasogástrica;
Armário de medicamentos, com medicação analgésica (Sosegon, Dolantina, Buprex, Noloti
ou outras drogas usadas no serviços de queimações), diurética (Lasix), broncodilatadora
(Aminofilina) e relaxante (Valium), além de toda a fluidoterapia necessária ( Lactato de
Ringer, Hemacel, Soro fisiológico, Soro glicosado, Bicarbonato 1 e 1/6M) e a medicação de
PCR para caso de ser necessária.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

A assistência ao paciente com lesão por queimadura precisa de um conhecimento profundo


sobre as alterações anatômicas e fisiológicas que ocorrem após a lesão. Torna-se necessário
que a equipe de enfermagem procure manter a oxigenação tecidual adequada; Incentivar o
paciente a mudança de decúbito; Observar sinais vitais e débito urinário, e ficar alerta para
sinais de hipovolemia ou de sobrecarga hídrica; Elevar a cabeceira do leito do paciente e
elevar os membros queimados; Manutenção da temperatura corporal adequada; Usar escala de
intensidade da dor para avaliar o nível da dor, diferenciando inquietação decorrente da dor da
agitação decorrente da hipóxia; Observar se há depressão respiratória no paciente; Avaliar
resposta ao analgésico; Fornecer apoio emocional e a tranquilização; Minimização da
ansiedade do paciente e da família; Individualizar as respostas no nível de enfrentamento do
paciente e da família; Explicar todos os procedimentos para o paciente e para a família em
termos claros e simples; Avaliar se há inquietação, confusão, dificuldade em responder às
perguntas ou nível de consciência decrescente; Avaliar se há edema progressivo à medida que
ocorrem os deslocamentos de líquidos; Verificar se na urina há presença de hemoglobina;
Examinar as fezes para detectar a presença de sangue oculto; A enfermagem colabora com a
nutricionista responsável por planejar uma dieta hiperprotéica e hipercalórica que seja
aceitável pelo paciente; Monitorar rigorosamente a ingesta de líquidos IV e oral, usando
bomba de infusão IV para minimizar o risco de infusão rápida de líquidos; Administrar os
medicamentos conforme prescrição médica e monitorar resposta do paciente; Proteger o
paciente das fontes de contaminação; A enfermeira deve estar em alerta para os sinais de
necrose dos órgãos viscerais decorrentes de lesões por eletricidade; Manter a articulação
através da aplicação apropriada das talas; Os visitantes devem ser triados para evitar a
exposição do paciente imunocomprometido aos patógenos; Promover a troca de roupa de
cama para evitar a colonização de microorganismo, evitando uma fonte de infecção;
Incentivar o banho regular das áreas não queimadas e a troca das roupas podem ajudar a evitar
a infecção; Verificar presença e aspectos da diurese e dejeções; Avaliar diariamente os
padrões de sono do paciente; Ensinar técnicas de relaxamento para o paciente; Evitar
complicações de mobilidade; Monitorar áreas imobilizadas para detectar os sinais de
insuficiência vascular e compressão nervosa; Estabelecer expectativas realistas para o
autocuidado, incluindo a auto-alimentação; O encaminhamento para serviços sociais ou
aconselhamento psicológico devem ser feitos quando apropriados; Incentivar o sentar e a
deambulação precoce; Avaliar e registrar quaisquer alterações ou progresso na cicatrização da
ferida e manter todos os membros da equipe de saúde informados das alterações na ferida ou
no tratamento; Incentivar a família a assumir uma parte ativa nas trocas de curativo e cuidados
da ferida, quando apropriado; Incentivar a adaptação e ajuste às alterações na imagem
corporal, autoconceito e estilo de vida; Planejamento da alta do paciente, sendo as forças do
paciente e da família avaliadas e usadas na preparação para alta e o cuidado domiciliar do
paciente.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada através do estudo exploratório sobre queimadura, tendo como fontes
de informações revisão de literaturas, artigos e periódicos científicos.

CONCLUSÃO

Poucas são as doenças que trazem conseqüências tão importantes como a queimadura, por
isso ela deve ser encarada como uma patologia que pode ser evitada, levando em
consideração, que as queimaduras afetam pessoas de todos os grupos etários e grupos
socioeconômicos, deve ser discutida campanhas de prevenção, conscientização e
aconselhamento, nos meios de comunicação, escolas, empresas, entre outras, a fim de educar
a sociedade para evitar que essas graves lesões interfiram diretamente em suas vidas.

Essa pesquisa nos chamou atenção para as lesões causadas por queimadura, quanto a sua
classificação, como deve ser tratada. Podemos perceber também o quanto é importante o
papel da enfermagem, desde o abordar do paciente na unidade, até o tratamento e orientação
depois da alta.

Os profissionais que atendem aos pacientes queimados devem estar sempre atualizados no
tratamento destas lesões. A troca de experiências e informações através de reuniões,
simpósios, congressos e publicações, bem como a humanização da equipe e do ambiente de
trabalho, são fundamentais na melhoria da qualidade de atendimento a estes pacientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 IRION, Glenn. Feridas: Novas Abordagens, Manejo Clínico e Atlas em Cores. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

 BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica: Cuidados aos


Pacientes com Lesão por Queimadura. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

 RODRIGUEZ, Javier Morilho. Emergências: Guias Práticos de Enfermagem. Rio de


Janeiro: 2000.
 SANTOS, Nívea Cristina Moreira Santos. Urgência e Emergência para a
Enfermagem. São Paulo: Iátria, 2003.

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