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APOSTILA CONCURSO PMPE - 2016 ouicth Mit "Tap yy ° SRNAMBY? - Portugués - Matematica - Geografia - Historia - Direito e Garantias Fundamentais *COM QUESTOES E GABARITOS* Com SUNOR do TAF atualizado incluso Sunor* Regulamentagio do Teste Fisico da PMPE APOSTILA CONCURSO PMPE 201b INDICE PORTUGUES 1. Andlise de textos, objetivando reconhecer, entre outros aspectos 1.1. O tema ou a ideia global do texto ou, ainda, 0 tépico de um pardgrafo ...... 1.2. O argumento principal defendido pelo autor . 1.3. 0 objetivo ou finalidade pretendida 1A. A sintese do seu contetido global . 1.5. As caracteristicas do tipo ou do género textual em que se realizam 1.6. A fungao (referencial, expressiva, apelativa, poética) que desempenham ..... 2. Padrao escrito no nivel culto: Ortografia .. Acentuagéo gréfica . . Pontuacdo . . 3. Categorias Gramaticais: Funcionalidade no texto 4. Flexo nominal e verbal . . .. Goncordancia Nominal e Verbal .......6.00s0eesee esses eeeeneeee seen es Regéncia Nominal e Verbal. .. Uso do sinal indicativo da crase ..... 6.6. e0eseecee esse seen eeeneeeea tees Exerefcios finais Gabarito o1 02 04 05 06 06 16 19 26 28 32 63 68 73 77 79 83 INDICE APOSTILA CONCURSO PMPE 2016 MATEMATICA 1. Miiltiplos e Divisores (M.M.C e M.D.C.); 2. Numeros Inteiros;. 3. Nuimeros Racionais; 4, Equagoes do 1° Grau. Sistema de Equagio do 1° Grau, Problemas do 1° Grau; . 5. Sistema de Medidas; . .. 6. Raziio e Proporgio; 6.1 Regra de Trés Simples ¢ Composta; . 7. Porcentagem. ...... GEOGRAFIA 1, Populacio: Crescimento, Distribuigéo, Estrutura e Migracdes; ... 2. Urbanizagao Brasileira; . . 3. 0 clima na Regidio Nordeste; .. 4, As Regides de Pernambuco Sertiio, Agreste e Ma 5. A Economia de Pernambuco; . 6. 0 Mercado Importador e Exportador de Pernambuco; 7. A Regio Metropolitana de Recife; 10. Blocos econémicos: Mercosul, Unio Européia, Nafta e Alea. . Questies HIsTORIA 1. Invasées Holandesas em Pernambuco; 22 2. A Revolugdo Pernambucana de 181 3. Independéncia do Brasil; . 4. A Aboligdo da Escravatura; 5. A polit 6. A Era Vargas; . . do café com leite;. 7. Os Governos Militares; 8. 0 Brasil Atual. Questies. . . DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMEN i eNQanaAeENe 10. il. 12, 13, 14. 15. 16. 17. 18. 19. ~ 20. 721, Dos Direitos e Garantias Fundamentais 1 Conceitos 1 Destinatérios dos Direitos Fundamentais e Principio da Universalidade 2 Relativizagao Restrigdes dos Direitos Fundamentais, 3 Dos Direitos e Garantias Fundamentais em Espécie . ... 5 Direito a Vida 5 Direito a Liberdade ..... : ccoetnann 9 ste 6 Principio da Igualdade (art.5°, Dd . sees ll Principio da Legalidade e Anterioridade Penal (an. 5°, Te ‘e XXXIX) 15 Liberdade da Manifestagao de Pensamento (art.5°,1V) .... aE 16 Inviolabilidade da Intimidade, Vida Privada, Honra e Imagem (ar:5%,%) ......... 17 Inviolabilidade do Lar (art.5°, XI) ...... Siglo de Correspondéncia e de Coraunicagdo (ar, XI) Liberdade de Locomogéo (art.5°, XV) ~~ ere Direito de Reunido ¢ Associagao (art.5°, XVI, XVII, XVII, “xx, XX, xXD ne we Direito de Propriedade (art.5°, XXII, XXIII) 19 Vedagio ao Racismo (art.5°, XLII) 25 Garantia a Integridade Fisica e Moral do Preso (art. XLIX) eee Vedacao as Provas Ilicitas (art.5°, LVI) bette eee eee tenes 26 Princfpio da Presungao de Inocéneia (art.5°, LVI)... 000.0... seeee eve eeee 26 . Privilégio Contra a Auto-Incriminagio (art.5°, LXIII) ...... ciara 6 TESTES ......-..-..---- ++ 27 Data da Edigdo: 10/02/2016 BLOG MICHELLE SIQUEIRA BOA SORTE & TODOS tf! Michelle Siqueira LINGUA PORTUGUESA 1. ANALISE DE TEXTOS Entendemos por texto, um cenjunto de idelas expressas através de frases, oragGes, parégralos; com um estilo préprio ‘6 com uma estrutura prdpria produzido por um certo sujeito. ‘A estrutura de um texto varia de acordo com sua nature- 22, Hé otexto Iiterério e © nao literario. TEXTO ¥ y Denotagao Conotagao 1 1 Texto ndolitedirio — Texlo-iterério 4 Figurado, subjetivo, t pessoal 1 Claro, objetivo 1 informative © ext literério expressa a opinio pessoal do autor que também ¢ transmitida através de figuras, impregnado de subjativismo. Ja 0 texto nao lterdrio preccupa-se em transmi- tir uma mensagem da forma mais clara e objetiva possivel Como exemplo, podemos citar uma noticia de jornal como texto nds literdrio e um romance de Ea de Queirés ou José de Alencar como exemplo de texto litera. Compreender um texto ¢ levar em conta os varios aspec- {os que ele possui, por exemplo, um texto terd aspacto moral, social, econdmico, conforme a intengao do autor: para raif- car esses aspectos 0 autor se utiliza de um vocabulério con- Praescdal © engenheira ficou maravilhadol + Que coisa edificante, ver um indio brasileiro levar uma tianga para a escola, = Nao € ctianga, ndo. Quem vai escola é indio mesmo! = Ah... que empolgante ~ falou o engeneiro, Ai, deu uma paradinha, uma pensadinha e perguntou: - Eo merino? Ah! ~falou 0 indio ~ merino € merendal” a (Ziraldo) 2) Acretar que néo existe racismo no Brasil é perda de tempo. Eilat sim apesar de vivermes em uma naco mest Na verdade, o raclsmo 8 um fenémeno mutfacctade que Stine todas as exferas: soca, ecencmice, pote ecutra eee Mata, om ses RESPOSTAS aragrafo descritivo (otpanigralo navative —| 3 =pardgrafo dissertativo 4.2. 0 ARGUMENTO PRINCIPAL DEFENDIDO PELO AUTOR Argumeniar 6 um processo que apresenta dois aspectos: Co primeira, ligado & razso, supe ordenar ideas, justfic-las e relacioné tas; o segundo, referente a paixao, busca capturar 0 ouvinte, seduzio e persuadtlo. Assim, argumentar é uma ‘peragao delicada, j4 que 6 necessario constiir ideias e nao uma realidade. ‘A argumentagao compreende um quadro constituldo de um tema, assunto sobre 0 qual haje duvides quanto @ legit- ‘midade, um argumentador, que desenvolve um radocirio a respeito de um tema, e um receptador, a quem se diriger os argumentos com a finalidade de que venha a participar da ‘mesma opinido ou certeza do argumentader. Uma argumentaco sustenta-se basicamente em: 41. argumentos de valor universal ~ aqueles que séo irefuta- veis, com os quais conquistamos @ adeséo incontinent dos leitores. Se vo’ diz, por exemplo, que sem resolver 0s pro- blemas da familia nao se resclvem os das criangas de rua, vai ser dificil alguém contradiz6-Io. Trata-se de um argument forte. Por isso, evite afimacdes baseadas em emocdes, sen timentos, preconceitos, crengas, porque _s&0_argumentos ‘muito pessoais. Podem convencer algumas pessoas, mas do todas. Use sempre argumentos relevantes, adequados defesa de seu pontode vista: 2. dados cathidos na realidade ~ as infermagdes tém de ser fexatas e do conhecimento de todos. Vocé nao conseguira ‘convencer com informagdes falsas, que no tan respaldo na realidade; 3. citagdes de autcridades ~ procure ler os principais autores Sobre © assunlo de que voce vai falar. Ler revista e jomais, ajuda muito; T= Lingua Portuguesa. 4, exomplos @ ilustragdes ~ para fortalecer sua argumenta- (Gao recorra a exemplos conhecidos, a fates que a ilustrem, EXERCICIOS Texto para os exercicios 1 ¢ 2 Em uma disputa por terras, em Mato Grosso do Sul, dois, ‘depoimentos so colhidos: 0 do prootietério de uma fazenda ‘@.0 de um integrante do Movimento dos trabalhadores Rurais, ‘Sem Terras, Depoimento1 “A minha propriedade foi conseguida com muito sactficio pelos meus antepassados. Nao admilo invasao. Essa gente 1ndo sabe de nada. Estéio sendo manipulados pelos comunis- tas, Minha resposta sera @ bela. Esse povo tem que saber que a Constituigio do Brasil garante_a propriedade privada. ‘Alem disso, se esse governo quiser as minhas terras para a Reforma Agraria tera que pagar, em dinheiro, 0 valor qua eu ‘quero" . (Proprietario de uma fazenda no Mato Grosso do Sul) Depoimento 2 “Sempre lutel muito. Minha familia veio para a cidade porque {ui despedido quando as maquinas chegaram la na Usina. Seu mogo, acontece que sou um homem da terra, lho pro cfu, sei quando ¢ tempo de plantar @ de colher. Na cidade nao fico mais. Eu quero um padago de terra, custe 0 ‘que custar. Hoje eu sei que nao estou sozinho. Aprendi que a terra tem um valor socal. Ela é feita para produzir alimento. 0 ‘que 0 homem come vem da terra, O que é duro é ver que 2queles que possuem muita terra @ nao dependem dela para sobreviver, pouco se preacupam em produzir nela.” UUntegrante do Movimento dos Trabalhadores Rurals Sar terra — MST —de Corumod - MS) 1 - Apartir da leitura do depoimento 1, 03 argumentos utiliza- dos para defender a posigao do proprietério de terras sao: |. A Constituico do pais garante o direito & propriedade privada, portanto, invadirterras é crime, | OMST ¢ um movimento politico controlado por part- dos politicos. IIL, As terras s80 0 fruto do Arduo trabalho das famfias que as possuem. IV, Este é um problema politico e depende unicamente da decisdo da justica. Estao corretas as proposigées: a), apenas. b)l eV, apenas. ©) IlelV, apenas. ¢) |, He lil, apenas. 2~A partir da keitura do depoimento 2, quais os argumentos Utiizados para defender a posiogo de um trabalhador rural sem terra? |LA distrbuicso mais justa da terra no pais esta sendo re- solvida, apesar de que muitos ainda ndo tém aces- soaela, II. A terra é para quem trabalha neta © no para quem a a- cumula como bem materia lil, E necessario que se supima o valor social da terra. IV. A mecanizaco do campo acarreta a dispensa de mao ‘de obra rural Estéo oorretas as proposigées: 2), apenas. b)Ii, apenas o} le lV, apenas. )I,lelll, apenas. Texto para o exercicio 3 Em material para andlise de deteminado marketing politica, |é-sea sequinte concluséo: "A explosao demogratica que ocorreu a partir dos anos 50, especialmente no Tetceiro Mundo, suscitou teorias ou politicas demogréficas divergentes. Lima primeira tearia, dos ‘neomalthusianes, defende que 0 crescimento demogréfico ficuta 0 desenvolvimento econémico, jA que provoca uma diminuicso na renda nacional per capita e desvia os investi- ‘mentos do Estado para os setores menos produtivos. Diante disso, o pals deveria desenvolver uma rigida politica de con trole de natalidade. Uma segunda, a teoria reformista, argu- ‘menta que o problema néo esta na renda per capita e sim na distribuigdo iregular da renda, que nao permite 0 acesso a educagio e satide. Diante disso 0 pals deve promover a igualdade econémica e a justiga social.” 3 Qual dos siogans abaixo podetia ser utiizado para defen der 0 ponto de vista necmatthusiano? .a)"Controle populacional ~ nosso passaporte para o de- ‘servolvimento,” b)"Sem reformas sociais 0 pals se reproduz @ nao pro- uz" ) "Populagao abundante, pais forte! d)"0 crescimento gera fraternidade e riqueza para to- dos.” e) "Justica socal, sindnimo de desenvolvimento.” RESPOSTAS 1.3— OBJETIVO OU FINALIDADE PRETENDIDA, ‘Ao escrevermas um texto dssertalive, deparamos com um primetro desafio: temos de ser objetivos, o que equivale a dizer que temos de ser impessoais, imparcias, Aprofundando nossa reflexdo sobre a produgao de textos dissertatives, percebemos que a objetividade se prende muito ‘mais a forma de estruturar 0 texto (posicionamento do autor, ‘seleg&o vocabular, percurso argumentativo, espago para as diferentes vazes que sao citadas, ou seja, a que “autoridar des" apelar para confirmar a argumentaglo, etc.) do que a pretensa altude de impessoalidade, Nesse ponto, € preciso reforcar uma ideia: a lingua mate- ‘ialza 0 disourso, que por sua vez, é a materializacao da ideologia. Temos assim uma relagéo fundamental: ideologia + discurso — linguagen. E, como nos ensina Eni Orlandi, “nao hd discurso sem sujelto © néo hé sujetto sem ideolegia’. Por sso, quando lemos um texto ndo podemos nos prender ape- nas as evidéncias, aquilo que estd visivel, que se mostra laramente, Por trés das aparénoas, hé sempre alguém es- crevendo com determinadas intengdes, segundo sous valo- res, seu modo de ler e interpretar o mundo. ase Lingua Portuguesa. \Valtando aos textos dissertativos: dependendo do tema, da situago, do interlocutor, definimas nossa forma de estru- turar 0 texto e optamos pela terceira ou pela primeira pessoa (lembrando que esses indicadores gramaticais apenas tor- nam mais evidente 0 posiconamento de quem fala). Por exemplo, um trabalho de caréter cientiico ou técnico, ‘um editorial de jornal (em que 0 autor néo fala em seu nome, mas em nome da empresa que ecita o jernal) e 2 maioria das ropostas de produgao de textos em vestibulares @ outros tipos de concurso pedem um certo distanciamento, uma mal- (or objetividade, 1.4 A SINTESE DO SEU CONTEUDO GLOBAL A sintese de texto & um tipo especial de composigao que Consiste em reproduzir, em poucas palavras, 0 que 0 autor ‘expressou amplamente. Desse modo, 56 devern ser aprovel- tadas as ideias essenciais, dispensando-se tudo 0 que for secundario. Multas vezes temos dificuldades para chegar & sintese de um texto através apenas das palavras-chave, que formam um centro de expanséo que constitui o alicerce do texto. Quando isso acontece, a melhor solugdo € buscar suas Ideias-chave, como por exemplo, 0 titulo do livro, sobretudo, ‘© de cada capitulo $40 um bom fio condutor porque sinteti- Zam 0 que 6 desenvolvido a cada passo do texto. Procedimentos: 1. Leia atentamente 0 texto, a fim de conhecer 0 assunto @ assimilar as idelas principals: 2. Leia novamente o texto, sublinhando as partes mais impor- tantes, ou anctando a parte 08 pontos que dever ser conser- vvados; 3, Resuma cada parégrafo separadamente, mantendo a se- ‘quénaa de idelas do texto original 4, Agora, faca seu préprio resumo, 0s pardgrafos, ou fazendo quaisquer adaptagoes conforme desejar: 5, Evite copiar partes do texto original. Procure exercitar seu ‘vocabulério. Mantenha, porém, 0 nivel de linguagem do autor: 6. Nao se envolva nem participe do texto. Limite-se a sinteti- zéo, EXERCICIO 1. Chat, para quem ndo sabe, 6 um lugar onde fica uma oredo de chatos, todos com pseudénimes (hemem diz que & mulher e mulher vira homem) a te perguntar: voce esté al? Prata, Mario. Chats e chatos pela Intemet, O Estado de S. Paulo, Lela o texto e assinale a alternativa que methor o sintetize. 2) © autor define o chat de forma humoristica e irénica b) Para Mario Prata, chal 6 um meio de comunicagao efici- ente. ©} Chat é olugar onde ficam muitos chatos. 4d) Ghat 6 o lugar onde ficam homens e mulheres chatas que fazem uso de pseudénimo para conversar com voc8. ¢) O auter explica 0 que 6 um chat. [RESPOSTA ta] 4.5— AS CARAGTERISTICAS DO TIPO OU DO GENERO ‘TEXTUAL EM QUE SE REALIZAM TIPOLOGIA TEXTUAL 3s textos variam conforme as intengbes do autor, poden- do ser narrativos, descritivos, dissertativos. Porém, raramente um texto 6 construido com as caracteristicas de um s6 tipo. O ‘mais comum ¢ encontrarmos 08 varios tipos em um s6 texto. © TEXTO NARRATIVO Leia este tracho de um texto narrative Aeescrava pegou a filinha Nas costas E se atrou no Paraiba Para que a crianga nao fesse judiada. (Qowald de Andrade. Possias Reuridas. Rio de Jansic, Civiizardo Brasileira, 1972) Nesse texto, o impertante 60 fato, a ago, 0 acontecimen- to: a escrava se mata junto com a filhinha recém-nascda, para salvéla da escravidao. Releia 0 texto @ repare que no sabemos como era a fescrava, nem como era sua filha, nem como era o ro. Esse ttecho 56 atribui importancia ao acontecimento em i. amar, portanto, consiste em constuir 0 conjunto de ‘agbes quo constituem a histéria -o enredo ~ @ relacioné+-as 8 personagens — seres que praticam atos ou sofrem os fates. \Vejamos mais um exemplo de narragao: Obicho Viontom um bicho Na imundicie do patio Catando comida entre os detritos ‘Quando achava alguma coisa, ‘Nao examinava nem cheirava’ Engalia com voracidade. (Obicho nao era um cdo, Nao era um gato, Nao era um rato, Obicho, meu Deus, era um homem. (Manuel Bandeira. Estrda da vida nteira Rio de Jando, José O}mpio, 1973.) ‘Toda a narrativa tem um narador: aquele que conta a historia, Mas 0 narrador pode ser de dois tipos, conforme a ‘sua perspectiva em relagao aos fatos narrados: 1? cu 3* pes- s0a, No texto acima, a historia € contada en 1* pessoa (eu): "Vi ontem um bicho. O narrador relata um acontecimento que (9 impressionou: um bicho catando restos de comida. Note que, no desenvolvimento do enredo, néo sabemos de que ‘animal se trata. SO no desfecho o narrador nos revela que 0 bicho é um ser humano. A narragao, além de ser uma das mais importantes poss bilidades da linguagem, é também uma das pratioas mais ‘comuns de nossa vida. A narragao associa nossa observagao do mundo com nossa existéndia, nossa meméria e nossa imaginagao. 268 Lingua Portuguesa. Estrutura do texto narrativo: 1) ENREDO E a narratva propriamente dita, que pode ser linear ou retrospectiva, cuja trama mantém o inleresse do leiter, que espera por um desfecho. Chama-se smplesmente de ago. 2) PERSONAGEM E a pessoa que atua na narrativa. Pode ser princpal ou secundaia, tipica ou caricatural 3) NARRADOR (PONTO DE VISTA) Goralmente, classifica-se om: a) narrador-observador: 0 autor conta a histéria como ob- servader que sabe tudo. Usa a terceira pessoa, b) narrador personagem: o autor conta encarnando-se numa personagem, principal ou secundaria. Usa a primeira pessoa, 4) AMBIENTE E 0 meio fisico @ social onde se desenvelve a acdo das Personagens. Trata-se do pano de fundo ou do cenério da historia. 5) TEMPO E 0 elemento fortemente ligado ao enredo numa sequén- cia linear ou retrospectiva, 20 passado, presente e futuro, com seus Fecuos e avancos. Pode ser cronoléico (quando avanca no sentido do relé- {10} ou psicol6gico (quando é medio pala reporcusssio emo- ional, estética é psicolégica nas personagens). 6) DiscuRSO E 0 procedimento do narrador ao reproduzir as falas ou 0 ensamento das personagens. Ha tr8s tipos de discurso: + Discurso direto: caracterizado pela reproduc fiel da fala do personagem. As falas s80 reoroduzidas integralmente e, via de regra, introduzidas por tra- vessao. Numa estutura tradicional de discurso dreto, a fala do personagem @ acompanhada por um verbo de elocugéo (verbo que indica a fala do personagem dizer, falar, responder, indagar, perguntar, retrucar, afirmar, etc), seguido de dois-pontos. ‘Alguns autores modemos dispensam 0 emprego dos verbos de elocuedo em favor de um ritmo mais veloz, dda narrativa, assim como também os sinais de pon- tuacdo que intoduzem ¢ delimitam as falas (dois- ppontos, travessao, aspas, etc) Observe 0 exomplo: (Besse ee ( a0) ~ (Mauro de Sousa) AA fala nos quadrinhos normalmente é apresentada de forma direta, nos balbes, sem interferéncia de narrador, No caso desta tira, Ménica e Cebolinha estabelecem um didlogo. * Discurso indireto: caracterizado pelo fato de 0 narra. dor se apropriar da fala do personagem, ou seja, a fala do outro ver pelas palavas do narrador. No discurso indireto, observamos a seguinte estrutura: verbo de elocuedo (que € 0 nucleo do predicado da ‘oragio principal), seguido da oragao subordinada (a fala do personagem complementa 0 significado do verbo de elocugao: disse que...; pensou que. de- sempenhando a fungio de objeto direto ou indireto), introduzida por uma conjungao integrante (que, se). Observe 0 exemple: detente disse que (ele) nao confiava mais na Justica. Logo depois, perguntou ao delegado se (ele) ira prendé-to, ‘ Indirete-livre: consiste na fusdo entre narrador @ per- sonagem, isto 6, 2 fala da personagem insere-se no discurso do narrador, sem 0 emprego dos verbos de elocucao (como dizer, afirmar, perguntar, responder, pedir @ exclamar), Observe 0 exemplo: ‘Agora (Fabiano) queria entender-se com Sinha Vitoria a respeito da educagao dos pequenos. E eles estavam pergun- tadores, insuportaveis. Fabiano dava-se bem com a ignoran- ia. Tinhao dreito de saber? tina? Nao tinha, ‘A ORDEM DA NARRATIVA Entende-se por ordem o registro de um fato ou detalhe de cada vez. Vejamos um exemplo: Chega a policia E os Invasores saem A policia se vai, Os invasores volta (Jornal da Tarde) Nesta pequena narrativa, que serve de tito para uma reportagem, 0 jornalista registrou fatos na ordem em que ‘aconteceram, ou, seja, em sequéncia cronolégica ou linear: comeco, meio e fim. ‘Muitas vezes, 0 autor pode fugir do convencional, ateran- do essa linearidade. Isso ocorre com mais frequéncia no texto literrio, em que se trabalha artsticamente a lingua com a finalidade de provocar emog5es no leitor. 27 = Lingua Portuguesa. ‘Vejamos alguns exemplos: 1) 0 narrador antecipa o final da narrativa: “No dia em que o matariam, Santiago Nassar levantou-se ‘as 6h30 da manhé para esperar © navio em que chegava bispo.” (Gabriel Garcia Marquez) No primeiro parégrafo, 0 narrador ja conta 0 que aconte- cou & personagem, 2) 0 narrador faz referencia a um fato anterior, que o leitor ‘no conhece, procurando criar suspense. Leia a primeira linha de um conto: “Entao a mosca voltou a atacar. Ninguém dava nada por la. Se no mundo dos inseios ja seria presa facil, o que dirs nna longa noite dos brontossauros.” (Chacal) Fazendo referénda a um fato que o leitor desconheoe, 0 nartador desperta a curiosidade de saber como e por que a {al mosea atacava @ voltou a atacar. 3) Antes de comegar a contar a historia propriamente dita, 0 nrarrador inicia o texto com uma fala da personagem, mos- trando que ela esté mesmo em desequilibrio com o meio *— Que peixe & esse? Perguntou a moga com afetada ‘admiragao. Foi na cidade de Curupuru, no Maranhao. A moga nascera ali mesmo, crescera ali mesmo mas veltara semana passada de uma temporada de um ano, na capital do estado, Ela agora é moca de cidade, nao conhece mais peixe, nem bicho do mato, nem farinha de pau. Evoluiu, "Que peixe 6 esse? (Os homens e as mulheres nao responderam nada. Olha- ram-se uns acs outros com ar de enfado."(Ferera Guar) © CICLO NARRATIVO Nos textos essencialmente narrativos, predominam as frases verbais, que indicam um pcacesso, uma ag&o. ‘A narrativa tem como ponto de partida uma situacéo inici- al, que se desenvolve numa para chegar a uma situagao final, diferente da inicial: + situagdo inicial - © personage esté apresentado numa determinada situago temporal e espacial + desenvolvimento - apresenta-se © conflto, ¢ a agdo se de- senvolve até chegar ao climax 9, em seguida, a um desfecho; + situagéo final - passado 0 contlito, o personagem é apresen- tado em uma nova situagéo — ha claros indicios de transfor- magao, de mudanga em relagao ao inico da narrativa NARRATIVA FICCIONAL, A palavra ficgao vem do latim fico, que deriva do verbo fingere: modelar,criar, inventer. Quando identticaros uma narrativa como ficcicnal, ob- sservamos nela uma realidade criada, imaginatia, nao real, ‘A narrativa flocional ¢ fruto da imaginagao criadora. Sem- pre mantendo portos de Contato com o real, recria a realida- de, Baseando-se neta ou dela se distanciando. ‘Se 0s acontocimentos narrados, se os personagens apro- sentados aproximarem-se muito da realdade a ponto de nos confundi, falamos que a narrativa é verossimil (semelhante a verdade), se as acontecimentas e personagens se mostrarem absurdos, absolutamente imorovaveis, falamos que 2 narrati- va éinverossimil (que no é semelhante a verdade), texto a seguir é um trecho de “Alice no Pats das Maravi- thas” de Lewis Carrol, um exempio de narrativa de ficgdo em que podemos observar um universo imagindxio, ‘Alice no Pais das Maravilhas Lewis Garo! Capitulo 1 Para baixo na toca do coelho Alice estava comegando a ficar muito cansada de estar sentada ao lado de sua irma e no ter nada para fazer: uma vez ou duas ela dava uma olhadinha no lvro que a ira fa, ‘mas no havia figuras ou didlogos nele e “para que serve um livro’, pensou Alice, “sem figuras nem diélogos? " Entdo, ela pensava consigo mesma (t80 bem quanto era possivel naquele dia quente que a deixava sonolenta e esi ida) se o prazer de fazer um colar de margaridas era mais, fotte do que o esforgo de ter de levantar e colher as margari- das, quando subitamente um Coelho Branca cam athos cor- de-tosa passou correndo petto dela. Nao havia nada de muito especial nisso, também Alice ‘no achou muito fora do normal ouvir o Coaiho dizer para si ‘mesmo "Oh puxal On puxal Eu devo estar muito atrasado! " (quando ela pensou nisso depois, ocorreu-Ihe que deveria tor achado estranho, mas na hora tudo parecia muito natura); ‘mas, quando 0 Coelho tirou um reldgio do bolso do colete, 6 cihou para ele, apressando-sea seguir, Alice pos-se em pée the passou a ideia pela mente como um relémpago, que ela ‘nunca vira antes um ooelho com um bolso na colete e menos ‘ainda com um reldgio para tirer dele. Ardendo de curiosidade, ia correu pelo campo atrés dele, a tempo de vé-lo saltar para dentro de uma grande toca de coeiho embaixo da cerca, No mesmo instante, Alice entrou atras dele, sem pensar ‘come faria para sair dali. A toca do coelho dava dretamenio fem um thnel, e entéo se aprofundava repentinamente. Tao repentinamerte que Alice no teve um momento sequer para pensar antes de jé se encontrar caindo no que pareda ser bastante fund. (..) OTEXTO DESCRITIVO Leia este trecho descritve de Guimaraes Rosa: ‘Sua casa ficava para tras da Serra do Mim, quase no ‘meio de um brejo de agua limpa, lugar chamado 0 Temor-de- Deus. 0 Pai, pequeno sitiarte, lidava com vacas © arraz: a Mae, urucuiana, nunca tirava o tergo da mao, mesmo quando ‘matando galinhas ou passando descompostura em alguém. E a, menininha, por nome Maria, Nhinhinha dita, nascera ja ‘muito para mitda, cabecudota e com elhas enormes.” T= Lingua Portuguesa. ‘Vooé obsarvou que 0 trecho acima, apresenta caracteris- ticas de ambiente e de personagens. Essa caracterizacao 6 ‘obtida por meio da descngao. Descrever é delalhar uma cena, objeto, sentimento, per- sonagens, destacandolhe caracteristicas peculiares, de modo @ passar 20 leilor/ouvinte uma imagem o mais proximal ossivel daquela que temos em mente, Ha duas maneiras basicas de descrever: objetiva ou sub- jetivarmente. Na descri¢ao objetiva, a realidade é retratada com a maior fideldade possivel, ndo se emitindo qualquer opiniao ‘ou julgamento, Leia, agora, as seguintes descrigses objetivas: Os anticorpos so moléculas de proteinas que possuem dols sites espectficos de combinagso com os antigenos. Existom, om cada molécula de anticorpo, duas cadsias poli- Peptidicas leves e duas cadeias pesadas, ligadas entre si por Pontes de enxofre,” (Amabis 6 Marto) *O apartamento que comprei tem és dormitérios ~ sendo uma suite =, uma sala em ‘L’, dois banheiras, cozinha, area de servigo e dependéncias de empregada.” Na descricao subjetiva, a realidade ¢ retratada de acor- ‘do com o ponio de vista da emissor, que pode opinar @ ex- pressar seus sentimentos Leia, agora, os sequintes trechos descritivos “Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler a Memérias postumas de Bras Cubas, é aquele mesmo néufrago da existénca, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora em Barbacona. Logo que chegou, enamorou-se de uma vilva, senhora de condi¢ao mediana e parcos meios de vida, tao acanhada, quo os suspiros do namorade ficavam sem eco.” (Machado de Assis) *O senhor sabe: settao onde manda quem ¢ forte, com ‘as asticias. Deus mesmo, quando veer, que venha armado! E bala € um pedacozinho de metal ... sertdo onde o pensa- mento da gente Se forma mais forte do que o poder do lugar. ‘Viver & muito perigoso.” (Guimardos Rosa) CARACTERISTICAS DA DESCRICAO = catacteriza, por meio de imagens ou de palavras, seres lugares; — emprega adjativos, locugdes adjetivas, verbos de estado e ‘oragées adjetivas; = emprega geraimente verbos de estado, normaimente no presente e na imperfeito do indicative: ~ estabelece comparagées; — faz referéncias as impressées sonsitivas: cores, formas, cheiros, gostos, impressdes téteis, sons. ‘A ORDEM NA DESCRICAO A descrigao € um verdadsiro “telrato" com palavras. Na descrigo literaria, 0 escritor procura ordenar as frases de ‘modo a obter um texto que prenda aatengo do leiter. Os textos descritivos difcimente aparecem isolados. Geralmente, fazem parte de um texto maior, do tipo narrativo, Ha varias maneiras de montar a descricfo, dependendo da posigao (ponto de vista) do observador em relagao aqullo que esta sent observado As principais sé: a) Do particular para o geral Vejamos um exemplo: “A pele da garota era desse moreno enxuto € parelho das chinasas. Tinha uns olhos gratidos, lustrasos e negros como (0 cabelos lisos, @ um sornso suave e limpo a animar-lhe 0 rosto oval, de feig6es delicadas.” Exco Verissimo) ') Do geral para o particular \Velamos um exemolo: ‘A rua estava de novo quase merta, janelas fechadas. A valsa acabara 0 bis. Sem ninguém. S6 0 vialinista estava ali, fumando, fumegando muito, olhando sem ver, totalmente desamparado, sem nenhum sono, agarrado 2 ndo sei que esperanga de que alguém, uma garcta linda, um fotégrafo, um milicnario disfargado Ihe pedisse pra tocar mais uma vez.” DESCRIGAO POETICA ‘Na possia, a descrigao esta marcada pela fungao fatica, apresentanda imagens inusitadas que recriam seres e/ou ambientes. Dificiimente encontraremos objetividade nas des- crigSes poéticas, pois, a poesia esta marcada pelo subjeti- vismo, Observe 0 exemple: Retrato Eu nfiotinha este rosto de hoje assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos t2o vazios, nem 0 labioamargo. Eu nf tinha estas maos sem forca, tao paradas e frias e mortas; ‘undo tinha este corago que nem se mostra Eu nao dei por esta mudanca, to simples, tdo certa, tdo fac: = Em que espalho ficou perdida aminha face? (Coola Moroles - Obra posta. Rio de Janoie: Nova Aguiar, 1985.) DESCRIGAO TECNICA Na descrigdo técnica procura-se transmitir a imagem do objeto através de uma linguagem técnica, com vocabulério preciso, normalmente ligado a uma area ‘da ciéncia ou da tecnclogia o caso da descrigio de pagas e aparelhos, de experiéa- cias @ fendmenos, do funcionamento de mecarismos, da redagdo de manus de insinigan e artigos ciontficos 242 Lingua Portuguesa. QTEXTO DISSERTATIVO. Leia este trecho de um texto dissertativo “A fim de aprender a finalidade © 0 sentido da vida preciso amar a vida por ela mesma, inteiramente; merguhar, poor assim dizer, no redemoinho da vida; somente entao apre~ ‘ender-se-a 0 sentido da vida, compreender-se-d para que se vive. A vida € algo que, a0 contratio de tudo criado pelo ho- mem, ndo necessita de teoria, quem apreende a pratica da vida também assimila a suateoria.” (Wiboim Reich A revolurdo sexual Rio de Janeto, Zahar, 1974) 0 texto expe um ponto de vista (a finalidade da vida € viver) sobre um assunto-tema (no caso, 0 sentido e a finali- dade da vida). Além de apresentar ponto de vista do autor, © texto faz também a defesa desse ponto de vista: 0& p {qués, os motivos que fundamentam a opini8o de que a préti- Ca intensa de viver € que revela 0 sentido da vida; de que a vvida nao procisa de teoria e que se identifica com 0 proprio processo de viver intensamente. {A defesa do ponto de vista, & organizagao dos motives que 0 justiicam, 8 exposigao dos fundamenios em que uma Posigto esta baseada, chamamos argumentacao, Defender uma opinido com argumentos coerentes e ade- quades ¢ 0 aspecto mais importante do texto dissertativo. ‘Aém da argumentagéo articulada, a cissertagdo dave apre- sentar também uma linguagem dara e uma estruturacao légica (com introdugdo, desenvolvimento e conclusdo) Dissertar ¢, através da organizagao de palaveas, frases © textos, apresentar ideias, desenvolver raciocinio, analisar contextos, dados ¢ fatos. AESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO A dissertagao obedece & seguinte estrutura: = Introdugao E a parte na qual se apresenta a ideia central do texto © 0 ‘enfoque que se pretende abordar. = Desenvolvimento © desenvolvimento da dissertagéo apresenta os dferen- tes aspectos da ideia exposta na introdugao. Além disso, 6 nossa parte que sera feita a fundamentagao da ideia que se pretende discutir, através de exemplos, argumentos, dados ‘estaifsticos, falos hist6ricos, causas e consequéncias etc, ~Conclusio E a retomada da ideia apresentada na introdugao, so que ‘enriquecida pela fundamentagao dada no desenvalvimento. A conclusto sintetiza a ideia central do texto e pode acrescen- tar sugestées, ampliando a discussio do tema. ‘Veja como esté estruturado 0 texto que segue: Pode-se distinguir os homens dos animais peta conscién- cla, peta religizo ou por tudo que se quelra. Mas eles proprios comegam a se diferenciar dos animais to logo comegan a produzir seus melos de vida, passo este que é cendicionado or sua organizagao temporal. Produzindo seus meios de vida, os homens produzem, indiretamente, sua prépria vida material, © modo pelo qual os homens produzem seus meos de vida depende, antes de tudo, da natureza dos meios de vidas ja encontrados e que t8m de reproduzir. Nao se deve consi- derar tal modo de produgdo de um tnico ponto de vista, a saber: a reprodugao da existéncia fisica dos individuos. Tra- fa-se, muito mais, de uma determinada forma de atividade ds individuos. determinada forma de manifestar sua vida, determinado modo de vida dos mesmes. Tal. como os indivi- duos manifestam sua vida, assim s&o eles. O que eles $30 ‘coincide com sua produpéo, tanto com 0 que produzem como ‘com o modo come produzem. (© que os individuos séo, portanto, depende das cond- (oes materiais de sua produgao. (MARX, Karl. in: ARANHA, Maria Livia de Auda & MARTINS, Maria olona. Temas de fiosofia. So Paulo, Modems, 1992) A estrutura dese texto bem definida: introdugdo (pr ‘meiro pardgrafo), desenvolvimento (segundo paraigrafo), conclusao (ultimo paragrato). A ORDEM NA DISSERTACAO Assim como na descrigao podemos partir do geral para 0 particular e vice-versa, a exposicao de ideas na dissertacao adie 0 mesmo caminho. Nesse caso, estaremos trabalhando com dois métodos basioos de raciocinia: a indugaoe a dedugao, CChama-se indugao ao raciocinio que so baseia na obser vaca e elementos conhecidos, concretes (0 particular), para, por meio doles, chegar a uma conclusdo ou a uma hipdtese possivel scbre Uma determinada ideia ou fato (0 geral) Observe como jomalista Gilberto Dimenstein escreveu a respeito dos jovens brasileios vitimas de assassinato. VIOLENCIA MATA MAIS ENTRE OS JOVENS De cada 10 jovens brasileires entre 15 e 18 anos mortos ‘no ano de 1993, 6 doles foram assassinados. A pesquisa revela que, atualmente, o homicidio esta em primairo lugar entre as causas da morte a juventude. A pesquisa foi feta palo CBIA (Centro Brasileiro para Infancia e Adolescéncia), {rgao vinculado ao Ministério do Bem-Estar Social ‘Apesar da fragilidade estatistica e 0 aumento da consck éncia dos goverantes sobre a situagto da infancia, os Indi- ces de viclencia continuam crescendo. (Folia de Séo Paula, 28 jun 1994. Caderno Especial: Brasil 95) Particular: dados da pesquisa feita pelo CBIA. Geral: os Indices de violéncla continuam aumentando apesar do aumento da consciéncia dos governantes sobre 0 proble- © tipo de raciocinio conhecido coma deducéo segue o ‘camino inverso 20 da inducdo. Portanto, no racocinio dedue tivo partimos do geral para o particular, do desconhecido para (0 conhecide. Obedecemos, geraimente, 20s seguintes pas- S05! 41) formulamos uma hipétese abstrata, de cardter geral; 2) fazemos uma relacéio de fatos e provas (elementos concre- tos, conhecidos, observaveis): 0 particular: 3) podemos ou nfo colooar uma cenduséo que confime a hipétese geral. -10- Lingua Portuguesa. Observe como a autora aganizou o texto dedutivamente: As expectalivas num namoro so, na maioria das vezes, muito diferentes para meninos e meninas. (hipétese geral) Enquanto a maicria dos rapazes est doida para beljar, tocar a menina € ter 0 maximo de intimidade sexual que pu- dar, ela geraimente esté interessada em sair com ele, namo- réslo, aoreciar sua compania. (fatos particulares que exem- plificam a hipétese gral) (SUPLICY, Marta Sexo para adblescentes. So Paulo, FID, 1988. p82) A ENUMERAGAO PARA ORGANIZAR O TEXTO Leia o texto soguinte: PRAZERES © primeiro olhar da janela de manha © velho livro de novo encontrado Rostos animados Neve, 0 mudardas estacdes 0 jomal Ocho Adialética ‘Tomar ducha, nadar \Velha musica Sapatos cémodos Compreender Misica nova Escrever, plantar Vigjar, cantar Ser amavel Bertolt Becht. Poomas e cancées. Coimbra 1975) Como fol erganizado esse poema? Qual a sequénca de ideias? Observe que o texto nao buscou desenvolver con- ceito de felicidade, mas apresenta os elementos capazes de representar a felicidade. Pela enumeragao de acontecimen- 10s, objetos, pessoas, sensagdes, sentimentos, atividades, 0 autor diz 0 que € felicidade, A enumeragdo € uma técrica das ‘mais ricas para escrever livremente e constitu um dos impor- tantes recursos utlizados na literatura, prindipalmente na poesia modema. No texto enumerativo empregam-se elementos que difi- cliente aparecem em redagées tradicionais: “tomar ducha", “sapatos cémodos', por exemplo. A enumeragao é uma forma concreta de escrever: consiste em listar coisas, fatos, lem- brangas, emogdes, desejos, sensacdes de nossa vida, do dia-a'dia, da nossa hist6ria. Observe outro texto em que se ‘emprega o proceso de enumeracao: © DIS LADOS. Deste lado tem meu corpo tem o sonho ‘tem minha namorada najanela tem as ruas gitando de kuzes e movimentos ‘tem meu amor talento ‘tem omundo batendo na minha meméria ‘tem 0 caminho pro trabalho. Do outro lado tem outras vidas vivendo da minha vida ‘Tem pensamentos sérios me esperando na sala de visitas tem minha noiva definiiva me esperando com flores na mi, tem amorte, as colunas da ordem @ da desordem (Muni Mendes. Poesia completa e presa. Rio de Janeiro, 1994) Esse pooma é uma espécie de autorretrato, que enumera elementos de deis lades diferentes da personalidade e da vida do eu lirico. Petceba que 0 texto for aganizado pelo processo de enumeragao. Primero temas as elementos de lum lado e, depois, 05 elementos do outro. RECONHECIMENTO DA ESTRUTURA Para contiuar trabalhando a estrutura e organizacéo do texto, vamos exercitar a leitura com 0 objetivo de identificar 0 ‘mado como ele foi ordenado, Nao se trata de entender 0 contetido, mas reconhecer a est'utura, @ arquitetacao do texto, O que podemos perceber a respeito da estrutura do texto abaixo? Oamor 6 finalmente um embaraco de pemas, uma unido de barrigas, um breve tremor de arterias. ‘Uma contusao de booas, uma batalha de velas, um reboligo de ancas, quem diz outra colsa & besta, (Gragére de Matos. Poemas escaices. Sao Paulo, Cutts) © texto apresenta uma enumeragio de definigées de ‘amor. Cada uma destas definigdes esta organizada de modo fa apresentar uma parte do corpo. No final, um comentario, Jocoso encerra a sequéncia. EXERCICIOS 1) Observe: “Seriam onze horas da manha. (© Campos, segundo o costume, acabava de descer do ‘almogo e, a pena atrés da orelha, 0 lengo por dentro do cola rinho, dispunha-se a prosseguir no trabalho intewompido ‘pousn antes. Entrou no seu escritéro @ foi sentar-se a secre- tara” (Auuisio Azevedo) texto acima possui predominancia: a) narrative b) descritiva ©) dissertativa 2) Leia o texto a soguir: "Depois que terminei um curso de técnicas de emergéndia médica, eu estava ansiosa para colocar & prova minhas no- vas aplidGes. Um dia, quando ia numa autoestrada, vi um omem deitado no chao ao lado de um carro. Parei imeda- tamente, peguel meu esiojo de primeiros socoros e cori para ole, Sou perita em emergéncias — disse eu a ele. =O senhor precisa de aude? ~E preciso mesmo —respondeu o homem, = Vood sabe trocar pneu?” Unrevite Selegdas do Reader's Digest, n? 274 ‘Re oe Jane, marco de 1994) —44— Lingua Portuguesa. © texto apresentado possui 2) narrador-observador b) narrader-personagem 3) Em qual elemento basico da narragao € possivel obler uma sequéncia linear ou retrospediva ao passado, presente e futuro? a) enredo b) personagem c) ambiente )tempo 4) Indique a alternativa que possui o discurso indireto-livre: ‘2)"Quando me viu, Pedrinho me chamou de lado e perguntou se era verdade que eu sabia fazer milagre: (Fernando Sabino) b) “= Nao quero discutir com a senhora. Mas também no ‘quero ver meu filho duvidando do préprio pal (us F. Vertssimo) ) “Ela se referia a uma misteriosa casa na Avenida Joao Pinheiro, onde sablamos que nfo morava ninguém havia anos. (..) lamos sempre olhé-la durante o dia, fascinados: ‘que haveria Id dentro? Nao seria de espantar se de noite os fantasmas se reunissem ali para celebrar o fato de ja have- rem morrido.” (Fernando Sabino) d)"— Que é que tem trazer uma flor para casa? = Velo do oculista e trouxe uma rosa. Acha direlto? = Por que nao?" (Carlos Drummond de Andrade) 5)0 texto a seguir apresenta: “Era de estatura regular, tinha as costas arqueadas e 0s ‘ombros leverente oontraidos, bragos moles, cintura pouco ‘abaixo dos seios, desenhando muifo a barriga. Quando an- ava, principalmente em ocasiGes de cerimonia, sacudia 0 corpo na cadéncia dos passos © bambcleava a cabega com um movimento que afetava langudez. Muito palida, olhos ‘grandes e bonitos, repuxados para os cantes exteriores, em Um feito acentuado de folhas de roseira; labios descorados © cheios, mas graciosos. Nunea se despregava das lunetas, ¢ a forte miopla dava-lhe aos olhos uma expressao umida de chore.” (Aliso Azevod) 2) narragao b) deserigao subjetiva ) dssertagao 4) descricio objetiva 6) Assinale a alterativa incorreta quanto & dissertacaor 2) formutar uma hipstese abstrata, de cardter geral b) fazer uma relagao de fatos @ provas; ©) colocar ou nao uma conclusdo que confime a hipétese eral: 4) detalhar cenas, abjetos, sentimentos, personagens, desta- cando suas caracteristicas peculiares. 7) Temos uma dissertagao na alternativa a) “Na planicie avermethada os juazeiros alargavam duas ‘manchas verdes. (..) ‘A caalinga estendia-se, de um vermetho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O voo negro dos Urubus fazia circulos altos em redor de bichos moribundos.” (Gracilano Rarros, Vidas Socas) ) "De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda, Mas a penumbra des ramos cobria 0 atalho. ‘Ao seu redor havia ruidos serenos, cheiro de érvores, peque- nas surpresas entre os cipds. ‘Todo o jardim triturado pelos instantes ja mais apressados da tarde. De onde vinha 0 meio sonho pelo qual estava rodea- a? ‘Como por um zunido de abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais” (Claris se Lispector Lagos de Familia) ©) "Sempre fomos explorados. Somos oprimidos, mas no vencidos. Lutamos, pelo elementar direito de a classe traba- ‘hadora participar da vida politica, social e econdmica de sua patria. Initil tentar nos calar, nos deter, nos abater. Somos ‘multidso. Estamos nas cidades € nos campos. Renascemos ‘em nossos fihos. Sabemios que, no futuro, estara em nossas mos a rigueza que agora produzimos.” (Panioto do um Sind- ato, maio de 1981) 4d) "Na baixada, mato e campo eram concolores. No alto da ‘colina, onde a luz andava @ roda, dabaixo do angalim verde, de vagens verdes, um boi branco, de cauda branca. E, a0 Jonge, nas prateleiras dos morros cavalgam-se tr8s qualida- des de azul.” (Guimaries Resa, Sagarana) 8) Que tipo de descri¢do Garfield faz nattira a sequi For zouey Craw) Davis, Jim Garfield em casa. Riode Janare, Ceabra) a) descrigao subjetiva ») descrigdo objetiva 9) A sequinte frase & tipica de um texto: "A sala estava adornada com tapete persa, cortina de seda, bjelos indianos e todos os méveis eram importados, a) narrativo b) deseritivo ) dissertativo RESPOSTAS: TA[2BSD[4C | 5-8] 6-D[7C|SA [SB —~412- Lingua Portuguesa. GENERO TEXTUAL| Desde a Gréda Classica, nos tempos de Avistételes (cer- ca de 350 a.C.), a dlassificagao das obras lterarias em géne- ro tem sido um desafio para os estudiosos. 0 fldsofo grego distinguiu trés g&neros a partir da andlise de diferentes “ma- eiras da imitagdo": 0 épico, o dramatico @ o lirica. Desde essa época, sempre que os conceitos de arte © sua represen ‘ago do mundo passam por questionamentos, rupturas, estabelecimento de uma nova ordem, 0 enquadramento da produgao literéria em géneros volta ser discutido. Fol o que ocorreu, por exemplo, na Roma de Horacio (cerca de 30 2.C.), no Renascimento (inicio do século XV), no Romantismo (passagem do século XVIll para o XIX) ¢ 20 longo do século XX, com seus movimentos de ruptura Assim, chogamos a este inicio de século muito contami- rnados pela heranca do que se convencionou chamar de arte modema, que rompeu as barreiras que definiam as fronteiras entre um genero e outro. No entanto, a0 longo dos séculos, sempre houve uma constante quer seja para reafirmar, quer seja para contestar, fa base para todas as reflexées tem sido a classificagio ars. totdica, e o tempo todo falamos em género lirica, épico & dramatico. GENERO LIRICO © termo litico vem de ira, instrumento musical usado ara acompanhar os cantos dos gregos. Por muito tempo, até © final da Idade Média, cs poemas eram cantados (além da lira, a flauta também era usada para acompanhar os cantos lircos). Ao separar-se do acompanhamento musical a poesia viu-se dante de novos desafios em relagao @ sua estutura, A métrica (a medida de um verso, definida pelo nimero de silabas podticas), 0 rtmo das palavras, a divisdo das estro- {fes, arima, a selecdo © a combinaco das palavras, a organi- zacéo da frase passaram, entéo, a ser mais intensamente cutvados pelos poctas, Clarence Rodolphe. Poesia Elementos da poesia li = Eu lirico: voz que expressa suas emogdes no poema, um eu poéticn, simulado, inventado pelo poeta e que indo pode ser confundido com o préprio poeta = A subjetividade ¢ a marca do listo + Se a poesia épica 6 a poesia da terceira pessoa do tempo passado, a lirica é a poesia da primeira pes- ‘soa do tempo presente. Quanto & matéria, a0 conteddo, as poesias Iricas rece- bem denominagdes especfficas, destacando-se: = Ode e hino: os dois nomes vém da Grécia ¢ signifi ‘cam “canto”. Ode ¢ uma poesia entusidstica, do e- xaltaco. Hino é a poesia destinada a glorificar 4 p&- {ria ou louvar divindades. ‘= Elegia: é uma poesia lirica que fala de acontecimen- tos tristes ou de morte de alguém. O *C&ntico do calvario’, do poeta roméintico Fagundes Varela, sem divida é a mais famosa elegia da kteratura brasiie- +a, inspirada na morte prematura de seu flho. Idilio © écloga: ambas s40 poesias bucélicas, pasto- ris. A écioga difere do llidio por apresentar didlogo. Foram bastante cultuadas durante o Renascimento (século XVI) €0 Arcadismo (século VXItI) + Epitalamio: poesia feita em homenagem as nipcias de alguem. ‘© Sétira: poesia que censura os defeitos humancs, ‘mostrando o ridiculo de determinada situacao. Quanto 2o aspecto formal, as poesias podem apresentar formas fixa ou livre. Das poesias de forma fixa, a que resistin ‘a0 lempo, sendo cultivada alé hoje, foi o soneto, (© soneto é uma composicao postica de catorze versos distribuldos em dois quartetos e dois teroetos. Apresenta sempre métrica ~ mais usualmente, versos decassilabos ou alexandrinas (12 silabas poéticas) — e rima. ‘Soneto significa “pequeno som"; teria sido usado pela primei- ‘a ver por Jacopo de Lentini, da Escola Sicilana (sécuo XIll) ‘Tendo sido, mais tarde, cifundido por Petrarca (século XIV), Dentre os melhores sonetistas de Portugal, destacam-se Cam@es, Bocage, Antero de Quental. NO Brasil, cultivaram 0 soneto, entre outros, Gregério de Matos, Cidudio Manuel da Costa, Olavo Bilac, Vinicius de Moraes, ‘Apasar de ser uma forma postica olassica, 0 soneto en- ‘contra adeptos no Mademismo, coma bem nos mostra Vinici- us de Moraes. Soneto de fidelidade Vinicius do Morais De tudo, meu amor serel atento ‘Antes, @ com tal zolo, @ sempre, @ tanto ‘Que mesmo em face do maior encanto Dele se encanta mais meu pensamento, Quero vivé-Jo.@m cada vao momento E om seu louver hei de espalhar meu canto E nirmeu risoe derramar meu pranto ‘Ao seu pesar ou seu contentamento, E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angusta de quem vive (Quem sabea soliddo, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): ‘Que néo seiaimertal, posto que é chama ‘Mas que sejaiinfinito enquanto dure. GENERO EPICO A palavra epopeia vem do grego épos (verso) + poled (faco), Const om uma narrativa de carder sublime, om forma de poesia, que tem como exo central a figura de um 413 — Lingua Portuguesa. herdi e faganhas grandiosas, misturando elementos da vida terena com elementes lendarios @ mitelégicos. Caracteristicas tematicas + Aventura de um herdi e suas faganhas guerreiras, tendo como pano de funda histria de povos e civ lizagbes, ‘Atistételas_afirmava que epopeia “era a imitagao de homens superiores, em verso". Presenca do maravilhoso: interferéncia dos deuses da mitclogia Greco-romana, Caracteristicas de estilofestrutura Poema narrative (natragao em terceira pessoa de fa- tos passades), dividida em cantos (ou Livros), mar- ado pela objetividade. Via de regra, apresenta as seguintes partes: Introdu- (940, Invocagao, Narragao, Epilogo. Entre as mais famosas epopeias, destacamos: * lliada © Odisseia (Homero, Grécia); Eneida (Virgilio, Roma): Paraiso perdido (Milton, Inglaterra); Orlando Furioso (Ludovico Ariosto, Ilia) Os Lusiadas (Camdes, Portugal). Na literatura brasileira, as pxincipais epopeias foram escti- tas no século XVill + Caramuru (Santa Rita Duro), + 0 Uraguai (Basilio da Gama), + Vila Rica (Gaudio Manuel da Costa), Uma epopela apresenta-se dividida em cinco partes: + Proposigio ou exérdio: & a representagao do tema e do herds. Invocagao: 0 poeta pede auxilio as musas inspirado- Dedicatoria: poeta dedica a obra a um protetor. Narragao: ¢ o desenvolvimento do tema e das aventu- ras do heréi, com exposigao de fatos histéricos. Epilogo: é o remate, 0 encerramento do poema. Leia, a seguir, a primeira estrofe de liad Invocagao Carta 3 deusa, cera de Aguile, Sho da Pe Cae te encore at Atos ca oa a nse octet oc tas tangas oct bu pesad ob C1EBSe antes tn tne earttvan odes de Zan, S gut seo pcre separa en oo 0 filho de Atreu, senhor de guerreiros, € 0 divino Aquiles. sre wenos Mba rada a mulher mais bela do mundo, cujo a fapto' cea orem & Guerra de Tras Fi inspirou a Wada, de Homers. Helena (c. 1925), tela do Von Stuck retra- GENERO DRAMATICO A palavra dramatico vem de drama. O género dramatico abrange 0s textos literérios destinados a representagao. O drama teve sua origem nas festas religiosas em homenagem ‘an deus grego Dicnisio (Bac). Caracteristicas de estilo/estrutura ‘= Atores, num espago especial, apresentam, por meio de palavras gestos, um acontecimento ‘= Texto em forma de didlogos, dividido em atos e cenas. «© Descrigio do ambientelsituagio antes de cada cto. * Sequénda da ago dramética constituida de exposi- ($20, confito, complicacao, climax, desfecho. + Para Mristételes, a tragédia é a “imitag’n de uma a- (edo de cardter elevado que suscita 0 terror © a pie dade @ tem por efeito a putificagdo dessas emo- oes", a comédia era a “imitacao de homens infenio- es, ndo todavia, quanto a toda espédie de vicios, mas 86 quanto aquela parte do torpe que é ridiculo™. Elementos da poesia dramética ‘= Protagonista: personagem central da agao dramatica, * Antagonista: personagem que se opée 20 protago- iste, ‘= Coro: conjunto de atores que comentam a ago a longo da pega. © género dramatico compreende as seguintes modalida- des: + Tragédia: represontagao de um fato tragioa, susceti- vel de provecar compaixao e terror. Aristoteles afir- mava que a tragédia era "uma representago duma agdo grave, de alguma extensao e completa, em in- guagem figurada, com atores agindo, ndo narrando, Inspirando dé e terror’ ‘= Comédia: representacao de um ato inspirado na vida no sentimento comum, de riso faci, em geral crit ccando os costumes. Sua origem esta ligada as fes- tas populares gregas de celebragéo fecundidade da natureza, + Tragicomédia: modalidade em que se misturam trégi- ‘008 @ cOmicos. Orignalmente, significava a mistura do real como imaginario, ‘= Farsa: poquona pega teatral, de cardter ridiculo © ca- Ficatural, que citica a sociedade e seus costumes; baseia-se no [ema latino Ridendo castigat mores (Rindo, castigam-se os costumes). Observe as diferencas entre tragédia e comédia: Tragedia + De carter 8&7, sclone + Tematica singular am que o pratagonista tem que ‘nfrentar a desgrapa, 1+ Ragisto mais formal. ‘+ Aestrulura intema da apo dramatca consiste em Uma situagdo ineia fel mas que acaba em um destecho fatal + 05 posonagens so humanes que pertencom as ‘lasses nebres: rel, principes, que softom nas macs dos deuses, © do Destna Comedia + De cardter cérico, ridicule. + Temética do cotdiano, contrada na sétra da soc: ‘edado @ dos defeios humanos, ‘+ Rogisto mais coloquial. + Restrutura interna da agéo dramatia cansiste em Uma situagao eampicada incial, mas que acaba num final fel. ‘+ 05 parscnagens sao esterectipos das debildades humanas’ 9 rabugento, a avaro, a mesquinha, 2 apaixonace, ete 214 = Lingua Portuguesa. No contexto dos géneres literérios, ser considerado dramético 0 texto escrito para ser apresentado em publica, ‘com atores, centro, etc Observe um trecho de O novigo de Martins Pena: Sala reamente adernada: mesa, consoles, mangas de vitro jerras com thes, cortinas, ete, efc. No fundo, porta ae said, uma janet, etc AMBROSIO (36 de calca preta e chambre) “No mundo a fortuna é para quem sabe adquir-\a. Pintan-na ‘copa... Que simplicidade! Cego ¢ aqusle que ndo tem intelgénoia para véia ea absancar. Todo homem pode ser rico, se atinar com 0 Yyerdadora caminno da fortuna. Vontace fore, perseveranga ° per dca sdo podoroses auxlares, Qual o homom quo, resolvio a ‘empregar todos os meics, nfo conseque enriquecer-s6? Em mim se yo oxomplo, Hd oto anes, ou ora pobre @ miserdvel, e hoje sou ric, mais ainda se¢0. O como ndo importa, no bom resultado est o meio... Mas um dda pode tudo mudar. Oh, que tomo eu? Se om algum tempo tiver ‘Que responder polos meus alos, 0 cure justfica-me-d e serei impo {do culpa As Ia criminals fzeram-so para os pobres..” Séfocles Séfocles, peta ateriense, com Esqui- lo € Euripedes, fo dos mas importantes cramaturges gregps. Escreveu mais de Ey 100 pecas, ene as quais destacam-se Edipo Ro, Aaligona.e Electra i Edipoea esfinge, de Gustave Moreau, tele. mT inspirada na tragsdia Edipo Rel, de Sofocies. GENERO NARRATIVO © género narrativo € visto como uma variante moderna do género épico, caracterizando-se por apresentar em prosa. Manfesta-se nas sequintes modalidades: + Romance: narragao de um fato imaginétio, mas ve~ rossimil, que representa quaisquer aspects da vida familiar € social do homem. Podenos divid-lo em romance de cavaleria, de costumes, policial, psico- logico, histérico, etc (© romance caracteriza-se por conter: ¥-narrativa longa; ¥-enredo complexo: ¥_umou varios conlltos das personagens. So tidos como romances: Dom Casmurro, de machado de Assis; ¥Canaa. de Graga Aranha, ¥0 Ateneu, de Raul Pompéia, etc. + Novela: breve mas viva narrago de um fato humano rnotavel, mais verossimil que imaginario. E como um pequeno quadro da Vida. Em geral, apresenta-se di- vida em alguns poucos capituios. Elementos que fornam a novela: ¥ didlogos breve, ¥ sucessao de confltes, vistos com mais superficialida~ de do que no romance; ¥ enredo nao traz complexidade: ¥ 0 tempo @ © espaco estado conjugados dentro da estru- tura novelesca; ¥ as namagies as descrigées sao condensadas, en- ‘caminhando-se logo para o desenlace da historia. Camilo Castelo Branco foi considerado 0 criador da nove- la passional em Portugal, escreveu varias novelas, entre das: Amor de Peraigao: ¥ ADoida do Candal: YO Regtida. + Conte: narracdo densa e breve de um episddio da vi- ‘da, mais condensada do que a novela e o romance. Em gera, néo apresenta diviso em capitulos. Apresenta as seguintes caracteristicas: ¥ tem mais brevidade dramatica do que © romance @ a novel ¥ poucos personagens intervém na rarrativa; ¥ cenatios limitados, espago restito; ¥ espago de tempo curto: ¥ didlegos sugestivas que permitem mostrar os confites, ‘enlre as personagens; ¥ a agdio 6 reduzida ao essencial, hd um s6 conto; ¥ annarrativa ¢ objetiva, por vezes, a descrigéo nao apa- reve. + Fébula: narrativa inverossimil, com fundo didatico; tem camo objetivo transmitir uma igo de moral Apresenta as seguintes caracteristicas: ¥ a historia envolve a vida de animais, ¥ apresenta, como 0 apélogo, uma licdo de moral # Cronica: 6 um género literério antigo @ muito cultivado atualmente. Este género trata de fatos do dia-a-dia. A agdo 6 rapida e sintélica. Ha varios tipos de créni- cas: humoristicas ou melancélicas, outras primam pela critica soaal, algumas apresentam profundos ensinamentes sobre © comportamento humano. Alguns mestres da erénica ¥ Rubem Braga; ¥ Luis Femando Verissimo ¥ Lourengo Diaféria ¥ Carles Drummond de Andrade; ¥ Fernando Sabino, ¥ Stanislaw Ponte Prota, ete. © génere narratvo na pintura — Esto quadro rofere-se a parabola de Cristo drigita acs farsous ~ “Se um cogo guia outro cago, os dois ccaem 0 buraco" — © come tal romate a uma paquona narrativa. A Composiedo pictérica propriamente dia contém elementos narraivos: 2 ambientaedo da cona, a movimentardo dos personagens, a im- pressdo de movimanto na queda sucessiva dos cages: o tempo (oles {2em uns apés os outs). 415 — Lingua Portuguesa. EXERCICIOS Leia o texto a seguir: “Edipo: © principe, meu cunhado, fiho de Meneceu, que resposta do deus Apolo tu nos trazes? Groonte: Uma resposta favorave, pois acredito que mesmo a8 coisas desagradave's, se delas nos resuita agum bem {orram-se uma felicidad. Edipo: Mas, final, em que consiste essa resposta? © que ‘acabas de dizer no nos causa convianga, nem aproansdo, Creonte: (Indicando 0 povo ajoelhado) Se queres ouvir-me na presenga destes homens, e felare, mas estou pronlo a fentrar no palaco, se assim preterres. Edipo: Fala perante todos eles; istome causa maior desgosto do que se fosse meu, somente. CGredmte Vou eae, pol, 0 Ue oWM da boca do deus. Ore ‘Apolo ordena, expressamente, que purifiquerias esta terra da mmancha que ela mantém; que ndo a deixemos agravar-ce até torrar-se iecurdvel.” Sofectes, Ecipo ret O texto acima pertence ao género: a) épico b) dramatico ©) liico d) narrative 2—Leia o toxto a seguir: Fanatismo Minh’alma, de sonhar-te, ainda perdida Meus olhos andam cagos de te ver! Nao és sequer a razo do meu vive, ois que tu és a toda aminha vidal Dal Fara, Mana Licia (org). Poemas de Flerbela Espanca, CO texto acima pertence ao género: a) épico b) dramatico ©) liico ¢) narrativo 3-0 sonelo 6 uma das formas posticas mais tradicionais & vivo alotacin- capac dade ‘amoratalia ‘ara: est —33— Lingua Portuguesa. ‘SUBSTANTIVOS UNIFORMES ‘So aqueles que apresentam uma Unica forma para 0 masculinoe feminino 1) Epicenos: designam o sexo de certs animais com 0 aux/- lio dos adjetivos macho e fémea: 0 jacaré (macho ou fémea); © tigre (macho ou f8mea); a pulga (macho ou fémea) 2) Sobrecomuns: designam pessoas com uma forma tnica para 0 masculino e feminino: © cadéver (homem ou muiher) a vitima (homem ou mulher): (© cOnjuge (homem ou mulher). crianga (menino ou menina). 3) Comuns de dois géneros: sob uma 36 forma designam (05 individuos dos dois sexos, sendo auxliades pelo artigo, adjetivo ou pronome: © colega, a cobge’ attsta famoso, artista famosa; esse pianista, essa pianista; 0 repdrter, a reporter. NUMERO DOS SUBSTANTIVOS Em portugu’s, ha dois nimeros gramaticais: © singular, que indica um ser ou um grupo de seres: ave, bando: @ 0 Plural, que indica mais de um ser ou um grupo de seres: ‘aves, bandos. Os substantivos flexionam-se no plural con- forme as regras 1") Pelo acréscimo no plural de "s", o que se da se 0 subs- tantivo teminar em vogal ou ditongo oral: asa, asas: tx, taxis; tubo, tubos; bad, bauis: véu, véus. 28) Palo acréscimo de “es” ao singular nos terminados em "re" ou "2". oolher, cofheres; dolar, dolares; amor, amores: cruz, cruzes; giz, gizes. 3) Os substantivos terminados em “al”, “el”, “ol”, “ul” plu- ralizam-se trocando o "I" final por "is": jornal, jomais; ane, anéis: anzol, anzAis; azul, azuis: élccol, alcaéis. 4°) Os terminados em "it" admitem duas formas: 08 oxitonos mudiam "il" em "is": barri, barrls; fund, funls; 08 paroxitonos mudam "il" para "eis": fossi, fosseis; répt, repleis. 5*) Os terminados em "m” trocam esta letra por " nuvens; fim, fins. 6) 0s terminados em “s" monossilabos ou oxitonos formam © plural acresoentando-se "es": inglés, ingleses; lids, llases; 988, gases. 74) Os terminados em "s” paroxitonos ou proparaxttonos sao invaridvels: 0 Iépis, os pis; 0 atlas, os atlas; 0 dnibus, os nibs, 8) Os terminados em " Fenix, os Fenix. 20 invaridveis: 0 trax, 0s torax; o 9) Os terminados em "Ao" admitom ts hipdtesas: a) uns formam o plural com 0 acréscimo de "s™: mao, maos: ‘béngao, bénedos: Grado, érgaos; méo, irméos. b) outros, mais numerosos, mudam "ao" em "Ses": limo, Jimées; portdo, portoes: baldo, balbes; meldo, melbes. ©} outros, enfim, trocam "éo" por "aes": pio, paes; cdo, ces; aldedo, aldedes; sacristao, sacistdes. PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS Existem quatro hipsteses: 1") Pluralizam-se os dois elementos formados por: ~ substantivo + substantivo: couve-for, couves-flores. = substantivo + adjetivo: amor-perfaito, amores-perteitos. ~adjetivo + substantive: bor-dia, bons-clias. numeral + substantivo: segunde-feira, sogundas-foias. 2) Apenas 0 segundo elemento varia: = verbo + substantivo: guardaroupa, guarda-roupas. = palavra invariével ou prefix + palawa invariével: sompro- viva, sempre-vivas; ex-diretor, ex-diretores. = palawas repetidas: reco-reco, reco-recos. 3) Apenas 0 primeiro elemento varia: — com preposigao expressa: pé de moleque, pés do moleque; ‘mao de obra, maos de obra. quando 0 segundo element indica finaidade ou semethan- (ga do primeiro: sofi-cama, sofés-came; peke-bol, peixes-bol 4) Os dois elementos ficam invariaveis: verbo + advérbio: 0 botafora, os beta-fora = vetbo + substantivo no plural: o sacavolhas, os saca~ohas. OBSERVACOES: a) A palavra "guarda" pode ser substantivo ou verbo: quando 6 verbo (verbo guardar), fica invaridvel; quando é substantivo (0 homem que guarda), vai para o plural. verbo substantive os guarda - — chuvas, os quatda = — © comidas os guarda - tis, substantive _adjetivo os guardas. - — florestais, os guardas - —civis, os guardas — —notumos ») Patavras compostas com a palavra "gréio" —a palavra "gro" vai para o plural quando indica granulo, a unidade: gréos de bico. 2 palavra “gréo" fica no singular quando significa grande: 0s grdo-duquos, as grF-duquosas. ©) Plural de substantivos diminutivos: = 0 plural dos terminados em "zinho" ou em “Zito” se faz fiexionando-se o substantive primitivo, retirando-se 0 "s" final ce acrescentande-se "zinhos" ou "zitos" Exemplos: papelzinho / papés's) / papeiznhos; imaozito / imB0(s) /imBozitos. ~ Os substantivos terminados em "r" fazem o plural de duas florzhha / fore(s) / forezinhas; forzinha /Morzinhas. 234 = Lingua Portuguesa. GRAU DOS SUBSTANTIVOS Grau dos substantivos ¢ a propriedade que essas pala- -vras tém de exprimir as variagses de tamanho dos seres. So dois os graus do substantive: aumentativo e diminuti- vo. 1) Aumentativo: forma-se com 08 sufixos ago, alha, arra, zio, ona, 40, az, etc.: garrafao, papeldo, cartaz (carta), la- dravaz (ladrao}, Jobaz (lobo), ricago, balaco, barcaca, mulhe- raga, vidraga, dramalhdo (drama), vagalhdo (vaga), batizio (bala), copézb (cop0),pratézt (prato) betzorra (oelgo), ce begorra (cabega), manzorra (mao), vozeirdo (voz), homenzar- ro, canzarrBo,bocarra (boca), navarra (nado) 2) Diminutivo: forma-se com os sufixos acho, ebre, eco, ico, inho, ito, ejo, elc.: masquito, cabrio, senhorita, fogacho (fogo), nlacho, populacho, penacho (pena), animéiculo (ani- mal), febriota (febre), gotfcula (gota), varsicuio (verso), montt- cub (monte), particule (parte), radicule (Taiz). glbuo (glebo), célub (cola), animabjo, lugarojo, vitarejo, thota, fort (forte), espadi (espada), carmarim (cémara), casobre (casa). Observagao: © dminutivo pode exprimir carinho ou despre~ 20. (carinho: fihinho, méezinha. desprezo: padreco, jorna- leco, lugarejo) © grau aumeniativo exprime um aumento do ser relative ‘mente a0 sou tamanto normal, Pode ser formado sintética ou analiticamente, 1°) Aumentativo sintético: forma-se com sufixos especias: copazio (cope), barcaga (barca), muratha (muro). 2°) Aumentativo analitico: forma-se com o auxilio do adjet ‘vo grande, € de outros do mesmo sentido: letra grande, po- dra enorme, estatua colossal. grau diminutive exorime um ser com seu tamanho nor ‘mal diminuido, Pode ser formado sintética ou analitieamente. 1°) Diminutivo sintético: forma-se com sutixos especiais: casebre (casa), ivreco (lvro), saleta (sala) 2) Diminutivo analitice: forma-se com 0 adjetivo pequeno, (ou OulOs equivalentes: chave pequena, casa pequenia, semente miniscua, EXERCICIOS 1) Assinale a alternativa que apresenta os substantives clas- sificados como comuns de dois géneros. 2) olgjista, o herege, o mati, o intérprete b) capéstola, o camrasca, 0 cénjuge, a crianga ©} otalu, a grata, a tainha, a avestruz 4) opatiiarca, 0 frade, 0 confrade, o cameiro ) oente, a testemunha, 0 cénjuge, a testemunha 2) Assinale a altemativa em que as formas do plural de todos ‘05 substantives se apresentam de maneira correta: a) alto‘alantes, coragaazinhos, alazeres, viveres. b) espadas, frutas-pfio, pé de moleques, peixe-bol ©} va-volta, animaizinhos, beia-flores, saivo-condutos. 4) animalzinhos, vai-voltas, vai-véns, salvos-ondutos. «) bates-bolas, cavalos-vapores, bens-te-vis, vices-reis, 3) A alternativa em que 0 plural dos nomes compostos est ‘empregado corretamente a) pé de moleques’ hejaores) obras-primas/ navies-escolas. 1b) ps de moleques! bojaleres obras-primas/ ravios-escolas. €} és de molecue’ beletres! obras-prmasi navios-escola. 4) de moleques! belas-leres! obras-primas) navios-escola 2) pés de molequel bejaslores! obra-primasi navio-escclas. 4) O plural dos nomes compostes esta correto em todas as alternativas, exceto em: a) Ela gosta de amores-perfeitos e cultiva-os. ») Os vice-diretores reunir-se-do na proxima seman, ©) As auias serdio dadas as segundas-foiras, 4d) Ha muitos bejas-lores no meu quinta @) Ha varios cafés-concerto nesta avenida. 5) Assinale a alternativa em que o substantivo composto néo cesteja corretamente flexconado no plural. 2) Aqui, 0s pés de vento levantam telhados. 'b) Ha tempo eu ndo via ban-te-vis de pele @ osso. ©) Doks tacos-tecos sobrevoam o local do acidente. d) Nos vaivéns da burocracia, fol'se o meu precioso tempo. fe) Ndo aguento mais os entra e sai nesta casa, 6) Assinale a altemativa incorreta quanto ao género das pala- vras. 1) A ctdenanca teve seu salétio diminuido. ') O lanca-perfume foi proibidono Camaval ©) Apesar da ameaca, nao explodiram o dinamite. 4d) Oeclipse da Lua era esperado com muito interesse, ) Occhampanha est quente. 7) 0 diminutivo de baléo é baldazinho. Mas o plural de baléio- zinho deve ser: a) baldozinhos ») baldoszinhos (©) baloezinhos 4) balbeszinhos ) balbeszinho 8) Assinale a altemativa em que os substantivos obedecem A sequencia sobrecomuns, comuns de dois, epicenos: a) individuo cénjuge — tigre ) marti ~ pessoa ~ avestruz ©) carrasco ~ monstro ~ cobra d) vitima —jovem — onga ©) dentista ~ carrasco — jacaré 9) Assinale a oragdo em que o diminutivo expressa ideia pxjorativa a) Meu filhinho, voo8 esta com foe? ) Eleé um empregadinho sem futuro ©) O palacete deles fica no Morumbi dd) Opresente ficar mais bonito com fitio 2) Nao fique triste, meu amiguinho. 10) Apenas um substantivo possui uma forma no plural: a) ancigo ©) vildo €) cidade ') corrimao ¢) defante RESPOSTAS: =C 3-¢ | 4-0 5-C TC 3-0 |_9-B | 10-€ Lingua Portuguesa. ADJETIVO ‘Séo palawras que indicam qualidade, propriedade ou ‘estado do ser. Exemplo: Meu cademo nove jé esté suo. *O adjetivo pertence a um inventévio aberto, sempre sus- cetivel de ser aumentado. A estrutura interna ou constitucio- ral do adjetivo consiste nas linguas flexiveis, na combinagao ‘de um signo lexical exoresso pelo radical com signos morfo- légicos expressos por desinéncias @ altemancias, ambas destituidas de existencia propria fora dessas combinagées, No portugués, entre as desinéncias esté a marca da grada- (G40, isto 6, 0 grau absoluto ou relativo da parte, ou aspecto Covalidade’) significada no radical. (belo-belissimo), bem coma afixas de género e de numero. A relacio gramatical insteurada entre 0 signo delimitador e o signo delimitado & ‘geralmente expressa pela ‘concardancia’.” Evaniido Bechara © adjaivo pode ser expresso através de duas palavras: & ‘© que se chama de locugao adjetiva. eeu ajetva ajetve ae abdomen weaoninal deabeina, mica Seapicar Sicarino fe agreuter grcola eagua ssi, ierauteo eauno scence demo rgetca de becge caso, vesicl Ssecmeca csfalea ‘ecaior temco Secinoe contol econo cororscorpsre0 ‘ococtas daca! deonsino datco te stomago sslomaca,odstito otetre teen etino fal edo gaa de heme Simao deimao fata, fterno Selago laevste Selote leleo lctco de mie tater maternal eepae cates Sesangue frmaica, sanguines otra taco evar vocal ADJETIVOS PATRIOS Designam nacionalidade ou lugar de origem de alguém ou de alguma coisa: Brasil brasiero ‘Acre -aereano ‘Alagoas - alagoano ‘Amazonas amazonense Bahia - baiano Espirito Santo- espirto-santense Rio Grande do Norte -narte-re-grandense Joao Pessoa - pessosnse Salvador - soteropoléano ou savadoranso Belo Horizonte - beforizontino Niterd- nterovonso So Paulo (capital) ~ pauistano Sao Pavio (estado) — paulista Rio de Janeiro (capita) ~carioca Rio de Janeiro (estado) - funinense FORMAGAO DO ADJETIVO Quanto & formagao, 0 adjativo pode ser: 2) Primitive (oaue no deriva de outa pala: bom, fot, 2) Derivado (0 que deriva de substantivos ou verbos): famo- ‘9, camavalesco. 3) Simples: brasileiro, escuro, etc 4) Composto: castanho-claro, azukmarinho. FLEXAO DO ADJETIVO Oadjetivo varia em género, niimero e grau, GENERO DO ADJETIVO Quanto a0 género, dividem-se os adjetivos em 41) Uniformes: aqueles que tém uma sé forma para 05 dois ghneros: mesa azul, olho azul 2) Biformes: apresentam duas formas, uma para o masouli- no, outra para 0 feminino: mau ~ma, esperto — esperta, alivo = ativa, ateu ~ ateia NUMERO DO ADJETIVO, 0s adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexo numérica dos substantivos: igual - quals, azul - azvis, feroz - forazes. PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS 1°) Os componentes sendo adietivas, somente o uiimo toma fa fiexdo do plural: tecido verde-claro, tecidos verde-claros; cabelo castanho-escuro, cabelos castanho-escuros. 2) Os componentes sendo palavra invariével + adjativo, somente este ltimo se flexonaré; meno mateducado, meninos mal-educados. 3) Os compostos de adjetivo + substantive so invariéveis: Tarda verde-oliva, fardas verde-oliva; terno amarelo-canario, ternos amarelo-canéirio. 4°) Invariéveis ficam também as locugbes adjativas formadas de cor + substantivo: vestido corde-rosa, vestides cor-de- rosa. GRAU DO ADJETIVO © grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos seres. $30 dois os graus do adjetivo: o comparativo eo superlativo (O grau comparativo pode ser: 1°) De Igualdade: A casa é téo antiga quanto o homer. 2) De Superioridade: A casa é mais antiga do que o homem. ) De Inferioridade: Acasa é menos antiga do que 0 homem. 236 = Lingua Portuguesa. ‘Alguns adjativos possuer, para 0 comparativo de superi- coridade, formas sintéticas, herdadas do latim. S40 elas: bor = melhor, mau - pior, grand - maior, pequeno - menor. grau superlative divide-se em: 1°) Absoluto: 2) Analiti ‘Amenina 6 muito bola b) Sintético: ‘Amenina é belissima, 2°) Relative: 8) De Superioridade: ~Analitico: ‘Joao € o mais alto de todos. = Sintético: Este monte 6 o maior de todos. b) De Inferioridade: ‘Jodo é o menos rapido de todos. © grau superiative exprime uma qualidade no mais ato ‘graU de intensidade possivel. Pode ser relativo ou absoluto, © superiaivo relativo indica que entre os seres que pos- suem determinada qualidade, ha um que a possui num grau inexcedivel, (© superiativo abscluto isola 0 ser qualificado no seu mais alto e inlenso grau possivel, podendo assumir a forma sintéti- ca ou analitica, © superlative absoluto sintéticn dé-se por meio dos se- uintes sufixos: /ssimo, imo e rimo. © superiativo absoluto analitico dé-se por meio de adver bios de intensidade que precedem o adjetivo, Alguns adjetives possuem formas literatias, cuilas, de superlativo absoluto sinttico: acre apérrimo agudo . acutissimo amargo « ‘amarissimo amigo... amicissimo aspero. asparrimo célebre’ «celeb rime comum “comunissimo cristo cruel dificil doce décil doctimo facil. facilimo Teifssimo "elicissimo feroctssimo _ 1 fidelissimo “fagliimo,fraglissimo frigidissimo inimiga. logal. legalissimo livre 22112 TIN iberime magro... macérimo mal Inalissimo, péssimo negro. : 1+ figérrimo rnobre : ‘obilissimo pequeno ... ‘minima pobre. - paupérrimo provavel probabilissimo sabio Ssapientissimo sagrado - + sacratissimo simples . " simplicfssimo terrivel. temiblissimo veloz svelocissimo EXERCICIOS 1) Analise 0 grau do adjtivo arifado nas frases que sequem, de acordo com o seguinte c6digo: 41 - comparative deigualdade 2 comparativo de superiondade 3 comparativo de inferioridade 44. superlativo absoluto 5 - superlativ relative 2)() Ea vida seguia muito calma. )( ) Foi a mais alta demonstragao de amor ©) () Livre-nos Deus dessa misérrima condicao. 4) () Avida 6 mais breve do que a morte. €)|) Olazer 6 tdo importante quanto o trabalho 1) () Ele fi menos delicado do que ou 2) Assinale a oragao em que o termo cegots) ¢ um adjativo, a) “Os cegos, habitantes de um mundo esquematico, saben ‘onde ir.” ») "O cago de Ipanema representava naquele momento todas a alegorias da noite escura da alma..." (©) "Todos 0s célculos do cego se desfaziam na turbuléncia do alcool” 4d) "Naquele instante era s6 um pobre cago." ©)... da Terra que é um globo cego girando no acs." 3) Nao se flexionam os compostos abaixo, em qualquer de ‘seus elementos, exceto: a) azukclaro ») verde-alface ©) amarelo-laranja 4d) castanho-avelé ©) verde-garrata 4) O adjotivo esté mal flexionado em grau em: ) livre: ibérrimo 'b) magro: macésrimo ©) doce: docilimo d) triste: tistissimo ) faci facilmo 5) Assinale a Unica alterativa em que se encontram as for- ‘mas corretas do superlativo erudito dos adjetivos soberbo, malévolo e magro. a) soberbissimo / malevalissimo / magérrimo ) magrissimo / maleovolérrimo / soberbilimo ©) superbissimo/ malevolentissimo / macérimo 4d) soberberimo/ magrilimo / malevolenterrimo .e) magerimo / superbérrimo / malevolentissimo -37- Lingua Portuguesa. 6) Narque: a) se |e Il forem verdadeiras. b) se Le ll fore verdadelras.

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