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Resumo: Este trabalho apresenta concepção do que vem a ser violência doméstica, e como
se caracterizam, suas causas e conseqüências. Através da pesquisa bibliográfica obteve-se
dados que comprovam os danos que a violência doméstica pode causar na vítima tanto
física, quanto psicológica e principalmente os distúrbios na aprendizagem. Destaca também
a importância de envolver a família no processo de ensino-aprendizagem, como o papel da
escola diante de tais problemas e sua responsabilidade na formação do cidadão.
Palavras-chave: Família, Violência doméstica, Aprendizagem.
1 . INTRODUÇÃO
Há vários anos tem se falado muito em violência doméstica. Inúmeras reportagens são
realizadas mostrando caso de pessoas violentadas em casa na maioria das vezes pelos
próprios familiares. Um dos casos que chocou a sociedade foi à reportagem onde mostrou o
próprio pai agredindo o filho, lançando-o contra o pára-brisa do carro.
Diante de uma sociedade tomada pelo avanço tecnológico, onde as pessoas estão em busca
desenfreada por um emprego ou lutam como podem para manter o seu, garantindo assim o
sustento da família, a grande maioria dos pais ou responsáveis não encontram tempo para
seus filhos deixando-os a mercê. Esses pais ou responsáveis revoltados com seus problemas
tentam resolver conflitos tendo como base o modelo ditador, pois fora educado dessa
forma, não percebendo que o castigo e a punição são elementos que integram a violência
doméstica.
Este tipo de violência poderá comprometer o desenvolvimento psicológico e emocional da
criança agredida.
Infelizmente a escola tem deparado com inúmeros casos de crianças que são vítimas desses
tipos de violências, podendo ela ser física ou psicológica.
Percebendo o crescimento índice do crescimento de violência doméstica nas escolas viu-se a
necessidade de realizar este trabalho, buscando mais informações através de pesquisa
bibliográfica, comprovando o que é violência doméstica, as conseqüências que a mesma
poderá apresentar no processo de aprendizagem e no convívio social.
A violência física é muito comum e freqüente na sociedade. Os danos causados pela mesma
podem variar de lesões leves a conseqüências extremas como a morte.
Qualquer ação única ou repetida, não acidental (ou intencional) cometida por um agente
agressor adulto (ou mais velho que o agente agredido) que provoque danos físicos na
criança ou adolescentes é denominado violência física, ou seja, o uso da força física por
parte dos pais ou repensáveis com o objeto intencional de ferir a criança ou adolescente é
uma forma de abuso ou maus tratos.
Os tipos mais comuns em agressão física são: empurrar, bater, jogar objetos, ameaçar,
usar facas ou armas.
A maioria das crianças que sofrem maus tratos apresenta alguns indicadores que podem ser
úteis na identificação de um ato de violência. Apresentam lesões físicas tais como:
hematomas, queimaduras, feridas, cortes, fraturas e outras.
Na comunidade médica os doutores Kempe e Silvermam (1977) definem Violência física
como fenômeno de síndrome da criança espancada:
Esta síndrome se refere usualmente a criança de baixa idade que sofreram ferimentos
inusitados, fraturas ósseas, queimaduras decorridas em épocas e sempre inadequada ou
inconscientemente explicadas pelos pais. O diagnóstico tem que se basear em evidências
radiológicas dos repetidos ferimentos. (p.40).
Kempe e Silvermam (1977), usavam a palavra síndrome na definição de violência física por
serem médicos e este conceito é bastante restrito por que se atém mais à crianças de baixa
idade, deixando de lado por exemplo, os adolescentes que também são agredidos no lar.
Além disso, o conceito implica na ação de que existem ferimentos.
No enfoque dado pela sociologia Gil (1969) rotula o problema sobre o nome de abuso físico
e Gelles (1979) define violência, destacando a questão do dano e da intencionalidade do
ato. Embora a intencionalidade seja de difícil mensuração conforme o que aponta Gil, torna-
se um aspecto importante na definição de fenômeno para ambos. Já o dano, resgatado nas
duas definições, trás um espaço inovador no trabalho de Gelles, na medida em que ele
considera que tal dano possa existir também através de imposição de medidas leves que
atinjam o corpo da vítima, ou seja, em que haja uma dor leve.
Segundo a visão da psicologia retratada por Ochotorena (1988) violência física é toda e
qualquer ação não acidental, por parte dos pais ou responsáveis que provoque dano físico
ou enfermidade na criança.
Algumas famílias tentam resolver os seus conflitos usando o modelo autoritário, tendo como
justificativa a correção e disciplina das crianças ou adolescentes com base na educação que
recebera de seus pais.
Esse tipo de violência poderá causar conseqüências tanto orgânicas quanto psicológicas. As
orgânicas implicam em seqüelas provenientes de lesões abdominais, oculares, de fratura de
membros superiores, inferiores ou crânio, de queimaduras, etc, enfim que poderão causar
invalidez permanente ou temporária. Em casos extremos esse tipo de violência pode levar a
morte recebendo o nome de violência fatal.
As conseqüências de natureza psicológicas são inúmeras, citaremos algumas:
Sentimento de raiva, de medo enquanto ao agressor, quadro de dificuldades escolares;
dificuldades quanto a confiar nos outros, autoritarismo Grevem, em seu trabalho, inúmeras
conseqüências deste fenômeno, mencionado entre elas, o autoritarismo, dizendo que ele
tem representado uma das conseqüências mais difusa e residente da punição física, criando
a paradoxal subserviência para com autoridade e rebelião contra ela – o que
freqüentemente é uma marca das personalidades autoritárias.
A violência psicológica não trás somente seqüelas físicas, mas afeta principalmente o
desenvolvimento psicológico, emocional, social e cognitivo da vítima. Essas conseqüências
podem ser as seguintes: obesidade, afecções da pele, distúrbio do sono, dificuldades na
fala, comportamento infantil, depressão, destruição da auto-estima, dificuldade de
socialização (fazer amizades, expressar-se em público), distúrbios de aprendizagens.
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Autor:
João do Rozario Lima, nascido em 31/10/1955, no municipio de São Gabriel da Palha Estado
do Espirito Santo, filho de Athayde Martins de Lima e Zita do Rozario Lima. Graduado em
Pedagogia e Pós graduado em Psicopedagogia Clinica e Institucional, atuo na rede Municipal
e Estadual como Professor das séries iniciais no municipio de seringueiras Estado de
Rondonia.Autor do livro sobre o titulo: SALVEM O NOSSO PLANETA Exposto no
site:www.editorabarauna.com.br F. 69 36233196 e 69 84813844